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Introdução • A prevalência do traumatismo em dentes decíduos é em torno de 35% e não há predileção por sexo • A idade que mais ocorre é entre 10 e 24 meses, período este que a criança começa a andar e correr • Comum de 2 a 5 anos de vida • O principal local dos acidentes é em casa • A mordida aberta anterior e Overjet acentuado, hábitos de uso de chupeta e dedo, estão entre os fatores predisponentes ao traumatismo dental • Diferenciar do traumatismo acidental e não acidental (investigar se não foi algum tipo de agressão física família) Abordagem do paciente: • Quando a primeira consulta do trauma é imediatamente após o acidente, espera-se que no atendimento a criança esteja assustada e, em alguns casos, os pais também. Em primeiro lugar, deve-se controlar a ansiedade dos pais e da criança • Todas as técnicas de abordagem comportamental devem ser utilizadas nesta consulta • Deve-se iniciar o exame com uma limpeza gentil da área com água ou soro para acalmar a criança e trazer segurança para ela. • Anamnese com informações sobre a saúde geral (verificar a caderneta de saúde e vacinas), alergias, uso de medicações e traumas anteriores. Relato do trauma: o Como ocorreu o trauma (quedas, colisões etc.) verificar se não há dor de cabeça, náuseas e vômitos, verificar ATM, abertura e assimetrias o Onde ocorreu o trauma (casa, escola, tipo de piso etc.) o Quando ocorreu o trauma (para determinar o tempo para o primeiro atendimento) • Realizar exame extra bucal e palpação (para identificar possíveis cortes, dilacerações, hematomas etc.) • Durante o exame clínico intrabucal, observa-se a presença de mobilidade aumentada, movimentação óssea, saliência, lesões cruentas, dilaceração, hematomas e edemas. Ainda, pode-se realizar um teste a percussão e o teste de vitalidade não é indicado • O exame radiográfico deve ser solicitado e nem sempre é necessário que seja realizado na primeira consulta • Cuidados e proservação Orientações: • Manter a região limpa e o(s) dente(s) sem grandes esforços mastigatórios • Importante ressaltar que os dentes não traumatizados precisam ser escovados e os dentes acometidos pelo trauma limpos com gaze • Redução ou remoção do uso de chupetas e mamadeiras (quando possível) para proporcionar uma melhor cicatrização do ligamento periodontal • O uso de analgésico poderá acontecer a critério do cirurgião dentista nos casos de maiores dilacerações Classificação das lesões traumáticas: • Existem mais de 50 classificações do traumatismo dental • Segundo a Associação Internacional de Traumatismo Dental (IADT) e o manual de referência da Associação Americana de Odontopediatria (AAPD), a definição dos tipos de trauma se confundem com as características clínicas e radiográficas do mesmo • Mais prevalente a concussão e é mais comum a lesão em mais de um dente • Subluxação pode aparecer um pequeno espessamento do ligamento periodontal • Luxação lateral e intrusão, são os que mais pode causar interferências no dente permanente • Em intrusão em dente decíduo, o dente pode reerupcionar sozinho Pode acumular biofilme e ter uma infecção endopério se não houver escovação. Evitar mamadeira e chupeta e recomendar alimentação pastosa Pode estar deslocado para qualquer uma das direções Lesões em tecido duro; Conteção de dentes decíduos traumatizados: É a imobilização do dente traumatizado que apresenta mobilidade aumentada ou após reposicionamento do mesmo no arco para estabilizar o(s) dente(s), proporcionando uma melhor cicatrização da polpa e/ou ligamento periodontal As funções e requisitos de uma adequada contenção são: • Prevenir risco de novos traumas e engolir o dente • Ser de fácil aplicação e remoção sem danos ao dente ou tecidos de suporte • Permitir uma mobilidade fisiológica do dente para permitir a cicatrização do ligamento periodontal • Não ser irritante aos tecidos • Permitir o acesso endodôntico • Permitir uma adequada higiene oral • não interferir na oclusão • Ser estético e confortável As contenções semi-rígidas, fio de nylon ou aço, são indicadas para os casos de fratura radicular (4 semanas), fratura do osso alveolar (4 semanas) e em alguns outros casos como: reposicionamento, mobilidade excessiva e reimplantes Obs: sempre utiliza a semirrígida em pediatria. Acompanhamento: Todo dente traumatizado deve ser acompanhado clínica e radiograficamente para identificar possíveis sequelas precocemente Sequelas na dentição decídua: • Todos os traumas podem gerar algum tipo de sequela nos dentes decíduos, que podem ter sinais clínicos, radiográficos ou ambos • Não é possível determinar ao certo quais os casos que as sequelas ocorrerão, pois dependem da intensidade da injúria, idade da criança no momento do trauma, reincidência etc. • Pode-se destacar alguns sinais clínicos destas sequelas como: o Alteração de cor da coroa o Presença de abcesso e/ou fístula o Posicionamento alterado do dente ou mesmo a sua perda precoce • Alguns dos sinais radiográficos são: • Reabsorções radiculares patológicas • Obliterações total ou parcial da câmara ou canais radiculares e lesão periapical Alteração de cor da coroa: É uma sequela comum, geralmente observada pelos pais ou responsáveis e, na maioria dos casos, é diagnosticada no primeiro ano após o trauma. A alteração de cor da coroa sugere uma alteração no tecido pulpar, não deixando claro pelo exame clínico qual o tipo de alteração Porque tratar: • Manter o dente decíduo por todo o ciclo biológico em condições biologicamente aceitas • Evitar que sequelas aconteçam no dente permanente Se estiver perto da troca de dentição, faz exodontia. SEMPRE acompanha.
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