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MORFOLOGIA DA NECROSE (patologia Robbins cap 2; Bogliolo cap 5) Necrose: ocorre lise de membranas internas e externas: - lise da membrana LISOSSÔMICA: gera extravasamento de enzimas lisossômicas para o citoplasma + digestão enzimática das organelas - lise da membrana EXTRACELULAR: extravasamento de proteínas e enzimas para o MEC e plasma + presença de enzimas séricas (no sangue) como marcadores de morte celular Características da necrose: - aumento no tamanho celular - dissociação nuclear - rompimento da membrana (extravasamento de líquido para MEC → inflamação) → lesão IRREVERSÍVEL - digestão enzimática - desencadeia inflamação - SEMPRE patológica Sequência de eventos necróticos: 1 - cessa a produção de ATP*** 2 - lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases no seu interior, extravasando para o citosol 3 - hidrolases são ativadas pela alta concentração de Ca2+ 4 - hidrolases digerem todos os substratos celulares 5 - são liberadas alarminas, reconhecidas em receptores celulares e desencadeiam inflamação ***cessa a produção de ATP: há falha nas bombas Na/K e bomba de Ca2+: - Bomba de Na/K: a paralisação dessa bomba aumenta a concentração de sódio intracelular e, consequentemente, a quantidade de água (o sódio “puxa” a água), gerando tumefação celular e, consequentemente, rompimento da membrana. - Bomba de Ca2+ : a paralisação dessa bomba gera acúmulo de cálcio intracelular, ativando enzimas (proteases, fosfolipases, endonucleases e enzimas hidrolíticas) que rompem a membrana celular e as organelas. - Para compensar a falta de ATP, o organismo opta pela glicose anaeróbica, entretanto, esse mecanismo aumenta a concentração de ácido lático intracelular e desnatura as proteínas. Alterações: - macroscópicas: grandes áreas de um tecido ou um órgão inteiro podem ser afetados, os padrões são diferentes mas os mecanismos são semelhantes. - microscópicos: alteração nuclear e citoplasmática (aumento da eosinofilia citoplasmática → proteínas desnaturadas e RNA de aspecto gelatinoso por causa das partículas de glicogênio; citoplasma com vacúolos e aspecto “roído” pela digestão de organelas; presença de mielinas → tumefação) + incapacidade de manter a integridade de membranas = INFLAMAÇÃO TIPOS DE NECROSE: Necrose coagulativa ou isquêmica: permanência da arquitetura básica dos tecidos, é comum e é causada por mortes isquêmicas (exceto no SNC). Ocorre predomínio da desnaturação proteica sobre a digestão enzimática, a autólise é preservada mas a isquemia dificulta a heterólise. Micro: células eosinofílicas anucleadas → cariólise. Ex: infarto do miocárdio Variações: - Necrose gangrenosa: ocorre perda do suprimento sanguíneo seguida de necrose de coagulação em várias camadas de tecido. GANGRENA → é uma necrose que sofreu ação do ar ou de bactérias, muito comum entre pacientes com diabetes mellitus ou insuficiência arterial periférica. 3 Tipos: 1.1 Gangrena seca: a área necrótica perde água, fica com um aspecto mumificado (desidratada) e negro pela alteração de hemoglobina. 1.2 Gangrena gasosa: as bactérias contaminantes pertencem ao grupo Clostridium, gerando produção de gases e atinge a derme, tela subcutânea e músculos. 1.3 Gangrena úmida: ocorre sobreposição de infecção bacteriana em uma necrose coagulativa, o tecido se liquefaz e forma pus. - Necrose caseosa: o tecido torna-se macroscopicamente branco e amolecido, semelhante ao “queijo ricota”. Ocorre na reação inflamatória crônica granulomatosa imunogênica → agrupamento de macrófagos modificados, denominados células epitelióides ou células gigantes. Ocorre principalmente na TUBERCULOSE. - Necrose gomosa: o tecido necrosado tem aspecto compacto e elástico, parecido com uma borracha, é encontrada principalmente em SÍFILIS. Necrose liquefativa: derivada de infecção ou morte isquêmica no SNC porque o tecido necrótico se liquefaz. Há digestão enzimática (autólise e heterólise). Micro: leucócitos + tecido necrótico e liquefeito. Ex: abcesso. Necrose gordurosa: os adipócitos normais são destruídos pela liberação de enzimas pancreáticas na pancreatite aguda, essas enzimas liquefazem membranas celulares das células adiposas (adipócitos necrosados). Causada por: - extravasamento e ativação de enzimas pancreáticas, exemplo: pancreatite aguda. - traumatismo do tecido adiposo ocasiona ruptura dos adipócitos, exemplo: traumas na mama feminina. Necrose fibrinóide: presente em reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos em que os imunocomplexos são depositados nas paredes das artérias, fazendo com que ocorra extravasamento de fibrina.
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