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1 ORTOPEDIA CONCEITOS EM TRAUMATOLOGIA ORTOPÉDICA POSIÇÃO ANATÔMICA • Corpo humano permanece ereto (em pé), com os membros superiores ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para a frente. • Nesta posição, o corpo pode ser dividido por três planos: sagital, coronal e transversal. • Com relação à posição anatômica, podemos inicialmente descrever dois termos a serem utilizados: proximal e distal. DESVIOS • Parâmetro: posição anatômica e a linha média do corpo, ou do segmento referido. • Os desvios de uma fratura são caracterizados pela posição do segmento distal com relação à fratura. o Tipos: anterior (ventral ou volar), posterior (dorsal), medial, lateral, em varo ou em valgo. • Assim como os desvios, as deformidades de um membro podem ser descritas como em valgo ou em varo. o Como exemplo, o joelho: quando o joelho se afasta da linha média do corpo, temos uma deformidade em varo; quando o joelho se aproxima da linha média do corpo, temos uma deformidade em valgo. Normal varo valgo POSIÇÕES • Posicionamento das mãos e dos pés, utilizando os termos supinação (supinado) ou pronação (pronado). • Quando fletimos o cotovelo em 90°, o punho pode assumir: se a mão estiver com a palma voltada para cima, chamamos de supinação. Se a mão estiver com a palma voltada para baixo, chamamos de pronação. A posição intermediária entre estas duas, ou seja, quando o polegar fica voltado para cima, pode ser chamada de médio-prona. FRATURAS • Temos uma fratura, quando ocorre perda da solução de continuidade de um osso, alterando sua estrutura morfológica. 2 ORTOPEDIA • Podem ser decorrentes de um trauma direto, como um atropelamento por carro, ou por um trauma indireto, como uma queda com a mão estendida. • Podem ainda ser fechadas ou expostas, quando ocorre perda de solução de continuidade da pele e contato do foco de fratura com o meio externo (incluindo o hematoma). • Quanto ao tipo podem ser classificadas em transversa (< 30°), oblíqua, espiral (> 30°) ou cominuta, quando há 2 ou mais fragmentos. • Outro tipo de fratura que é mais comum em atletas e crianças é a fratura-avulsão, onde o fragmento ósseo é arrancado pela inserção de um ligamento ou tendão. CLASSIFICAÇÃO A.O • Convenção: o 1. Úmero; 2. Antebraço; 3. Coxa; 4. Perna. ▪ 1. Segmento proximal; 2. Segmento da diáfise; 3. Segmento distal. • Tipo A – Traço simples o Espiral o Oblíqua o Transversa • Tipo B – Traço em cunha o Intacta o Fragmentada • Tipo C – Cominutiva ou multifragmentada o Segmento intacto o Segmento fragmentado CONSOLIDAÇÃO • A consolidação de uma fratura depende de vários fatores, sendo a vascularização o mais importante. 3 ORTOPEDIA • Existem três estágios na consolidação das fraturas: 1. Inflamação: o hematoma no sítio da fratura possui células hematopoéticas capazes de produzir fatores de crescimento, recrutando fibroblastos, células mesenquimais e osteoprogenitoras, que irão produzir o tecido de granulação na região da fratura. 2. Reparo: o início da formação do calo ósseo ocorre ao redor de 2 semanas pós- trauma. Inicialmente forma-se o calo fibroso ou calo mole, que aos poucos é substituído pelo calo duro ou calo ósseo. 3. Remodelamento: inicia-se durante a fase de reparo e prolonga-se por até 2 anos após o trauma. Neste processo, o calo ósseo formado é substituído por osso lamelar. FRATURAS FISÁRIAS • A fise de crescimento é uma estrutura óssea presente nas crianças responsável pelo crescimento longitudinal dos ossos longos. • Esta estrutura é dividida em camadas ou zonas baseadas na função e no crescimento 1. Zona de reserva: zona de armazenamento de nutrientes para o crescimento. 2. Camada proliferativa: zona de crescimento longitudinal com alto índice de mitoses. 3. Camada hipertrófica: dividida em três zonas: maturação, degeneração e calcificação provisória. Nesta camada ocorrem mineralização da matriz. • As fraturas fisárias são fraturas que ocorrem na região da fise de crescimento, mais comumente na região da camada hipertrófica da fise, zona de maior fragilidade. • Dependendo do grau e do desvio da fratura fisária, pode ocorrer interrupção no crescimento da fise, levando ao encurtamento do membro ou aos desvios angulares. Por este motivo, as fraturas fisárias devem ser abordadas com cuidado, e um acompanhamento rigoroso do paciente deve ser realizado, para que se possam detectar alterações precocemente e tratá-las de forma adequada. LUXAÇÃO/SUBLUXAÇÃO • Só ocorrem em articulações. • A luxação de uma articulação ocorre quando o trauma leva a uma completa dissociação ou perda do contato entre as superfícies articulares de uma articulação. • Uma subluxação ocorre quando as superfícies articulares de uma articulação permanecem ainda com um contato parcial entre elas. ENTORSE • Lesão ligamentar (estiramento ou rompimento dos ligamentos). o Grau 1 (ligeira) ▪ Estiramento leve e roturas microscópicas das fibras dos ligamentos; 4 ORTOPEDIA ▪ Alguma sensibilidade e edema em torno da lesão. o Grau 2 (moderada) ▪ Ruptura parcial do ligamento; ▪ Sensibilidade moderada e edema ao redor da lesão; ▪ Há movimento anormal da articulação. o Grau 3 (grave) ▪ Ruptura completa do ligamento; ▪ Sensibilidade e edema significativos ao redor da lesão, que surgem de imediato; ▪ Há um desequilíbrio substancial na movimentação da articulação. CONTUSÃO • Contusão muscular é uma lesão traumática aguda, sem corte, decorrente de trauma direto aos tecidos moles, que provoca dor e edema. A contusão vai de leve a grave, quando ocorre uma grande infiltração de sangue nos tecidos circundantes, levando à equimose. • A contusão muscular geralmente resulta de um trauma direto durante prática esportiva, acidente automobilístico ou doméstico. • O tratamento da contusão muscular é realizado com repouso, analgésicos e compressas frias. • A utilização de calor e massagem aumenta o sangramento e piora a dor e a recuperação. DISTENSÃO MUSCULAR/RUPTURA MUSCULAR • Distensão muscular é uma lesão em que as fibras musculares rompem em decorrência de um alongamento excessivo e/ou excesso de esforço. • Os músculos que são mais acometidos são os que cruzam duas articulações, chamados biartrodiais, como o quadríceps, o gastrocnêmio e os isquiotibiais. • As rupturas musculares podem ser classificadas em três tipos. o No tipo I, a rotura acomete um pequeno número de fibras, causando dor localizada, porém sem perda de força. o O tipo II é caracterizado por um acometimento de uma moderada quantidade de fibras musculares, ocorrendo edema e dor, sendo esta agravada na contração muscular. A força está diminuída, e os movimentos, limitados pela dor. o Já no tipo III ocorre uma ruptura completa do músculo, levando à dor e hemorragia intensas, podendo levar a descontinuidades sensíveis à palpação.
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