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APG 4 - Ossos do orifício e uma luz no fim do túnel

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APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 1 
@emilly.lorenaa 
 APG 4 - Ossos do orifício e uma luz no fim do túnel
1) REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DAS ARTICULAÇÃO DO 
OMBRO E DA INERVAÇÃO E TENDÕES DA MÃO COM ÊNFASE 
EM TÚNEL DO CARPO 
 ARTICULAÇÃO DO OMBRO 
 O corpo humano possui 2 cíngulos dos membros superiores 
que prendem os 
ossos dos membros 
superiores ao 
esqueleto axial. 
 Cada um dos dois 
cíngulos dos MMSS 
consiste em uma 
clavícula e uma 
escápula. 
 A clavícula é o osso anterior e se articula com o manúbrio 
do esterno na articulação esternoclavicular. 
 A escápula se articula com a clavícula na articulação 
acromioclavicular e com o úmero na articulação do 
ombro. 
 Os cíngulos dos membros superiores não se articulam com a 
coluna vertebral e são mantidos em posição e estabilizados 
por um grupo de grandes músculos que se estendem da 
coluna vertebral e das costelas à escápula. 
 O complexo articular do ombro é composto por 5 articulações, 
sendo a principal a glenoumeral, a mais móvel. 
 Art. Glenoumeral: é sinovial do tipo esferoíde, que 
permite uma grande 
amplitude de movimentos, 
porém é menos estável do 
que as outras. 
 É formada pela 
cabeça do úmero e a 
cavidade glenoidal da 
escápula, que 
acomoda apenas cerca de 1/3 da cabeça do 
úmero. 
 É super móvel, a mais móvel do corpo humano. 
 A articulação do ombro possibilita flexão, 
extensão, hiperextensão, abdução, adução, 
rotação medial, rotação lateral e circundução do 
braço. 
 Os ligamentos glenoumerais, transverso umeral e 
coracoumeral fazem parte da membrana fibrosa 
que circunda a articulação e reforçam a cápsula 
anterior. O arco coracoacromial é uma estrutura 
muito importante que contém o ligamento 
coracoacromial, que impede o deslocamento 
superior da cabeça do úmero. 
 Além dos ligamentos e da cápsula articular, alguns 
músculos são responsáveis por manter essas 
estruturas unidas: o músculo supraespinhal, 
infraespinhal, redondo menor e subescapular, que 
juntos formam o manguito rotador. 
 A maior parte da estabilidade da articulação do 
ombro é conferida pela disposição dos músculos 
do manguito rotador. 
 Art. Esternoclavicular: é o único ponto de transmissão de 
choques do membro superior para o esqueleto axial. 
 É sinovial do tipo selar e dividida em dois 
compartimentos por um DISCO ARTICULAR (maior 
durabilidade dessa 
articulação). 
 Esse disco está 
fixado aos ligamentos 
esternoclaviculares 
anterior e posterior e ao ligamento interclavicular. 
 O ligamento interclavicular se estende de uma 
clavícula a outra, na extremidade esternal superior, 
o que torna a articulação muito forte. 
 Art. Acromioclavicular: também é sinovial, plana, formada 
pela extremidade acromial da 
clavícula e o acrômio da escápula. 
A membrana fibrosa reveste a 
cápsula articular; internamente, é 
revestida pela membrana sinovial. 
 Essa articulação é 
reforçada pelo ligamento 
acromioclavicular, ligamento 
coracoacromial e pelo ligamento 
coracoclavicular, que é composto pelo ligamento 
conoide e trapezoide. 
 Art. Escapulotorácica: não possui uma classificação 
própria! Anatomicamente = falsa / biomecânica = muito 
importante! 
 Ela tem entre as superfícies ósseas da escápula e 
da caixa torácica, um músculo subescapular (que fixa 
a escápula nas costelas), que não compõe nenhuma 
classificação de articulações. 
 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 2 
@emilly.lorenaa 
 Ela define a saúde da articulação glenoumeral. 
 É uma articulação funcional, não é sinovial. É 
diartrose = permite movimentos amplos, e em várias 
direções = multiaxial. 
 Art. Subacromial: não possui uma classificação própria! É 
um espaço abaixo do acrômio. Representa 90% de todas 
as lesões que acontecem no ombro. É uma articulação 
funcional. É diartrose = permite movimentos amplos 
(menos que as outras, 10º). 
 MÃO 
 A mão é a 
parte mais 
distal do es-
queleto 
apendicular 
superior, 
formada pelo 
carpo, 
metacarpo e 
falanges, é uma região muito rica em terminações nervosas 
sensitivas (tato, dor e temperatura). 
 CARPO 
 São 8 ossos do carpo, dispostos em duas fileiras, que deslizam 
entre si, ampliando os movimentos da articulação do punho. 
 Na fileira proximal, de lateral para medial encontram-se: 
 Escafoide: que apresenta o tubérculo do escafoide; 
 Semilunar: que possui uma forma de lua; 
 Piramidal: osso em forma de pirâmide; 
 Pisiforme: situado na face palmar do piramidal. 
 Na fileira distal do carpo, também de lateral para medial, 
encontramos: 
 Trapézio: que tem quatro faces; 
 Trapezoide: um osso cuneiforme; 
 Capitato: o maior osso carpal; 
 Hamato: também de formato cuneiforme, que apresenta 
uma proeminência em gancho na porção anterior, o 
hámulo do hamato. 
 METACARPO 
 O metacarpo é constituído por 5 ossos, formando o esqueleto 
da palma da mão. Esses ossos têm uma base, que se relaciona 
com os ossos carpais, um corpo e uma cabeça, que se articula 
com as falanges proximais. 
 FALANGES 
 Cada dedo possui três falanges, a proximal, a média e distal, 
com exceção do primeiro quirodáctilo, que possui apenas a 
falange proximal e a distal. 
 As falanges, assim como os metacarpos, possuem uma base 
proximal, um corpo e uma cabeça distal; as proximais são 
maiores e as terminais, achatadas nas extremidades sob os 
leitos ungueais. 
 As raízes (ramos anteriores) dos nervos espinais C5-C8 e T1 
formam o plexo braquial, que se estende inferior e 
lateralmente em ambos os lados das últimas quatro vértebras 
cervicais e da 1ª vértebra 
torácica. 
 Ele passa acima da 1ª 
costela, posteriormente à 
clavícula, e então entra na 
axila. 
 Esse plexo fornece quase 
toda a inervação dos 
ombros e dos MMSS e 5 
grandes ramos terminais 
se originam do plexo 
braquial: 
1) O nervo axilar supre os 
músculos deltoide e redondo menor; 
2) O nervo musculocutâneo inerva os músculos anteriores do 
braço; 
3) O nervo radial supre os músculos da região posterior do 
braço e do antebraço; 
4) O nervo mediano inerva a maioria dos músculos da região 
antebraquial anterior e alguns músculos da mão; 
5) O nervo ulnar supre os músculos anteromediais do 
antebraço e a maioria dos músculos da mão. 
 O espaço côncavo anterior 
formado pelo pisiforme e hamato 
(no lado ulnar) e escafoide e 
trapézio (no lado radial), com a 
cobertura superior do retináculo 
dos músculos flexores (fortes 
feixes fibrosos de tecido 
conjuntivo), consiste no túnel do 
carpo. Os longos tendões dos 
flexores dos dedos e do polegar, além do nervo mediano, 
passam pelo túnel do carpo. 
 Então, o túnel do carpo é uma passagem por onde o 
nervo mediano corre junto com tendões dos músculos 
flexor longo do polegar, flexor superficial dos dedos e 
flexor profundo dos dedos, que vão para os dedos desde 
o antebraço até a palma da mão. 
 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 3 
@emilly.lorenaa 
2) DEFINIR A EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA, FATORES DE RISCO, 
FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTO DA SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR E 
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO 
 SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR 
 A dor no ombro constitui a 2ª maior queixa que leva os 
pacientes a procurar um consultório ortopédico, perdendo 
apenas para a dor lombar. 
 Dentre as causas de dor no ombro, a maioria é referente às 
patologias do manguito rotador (MR), destacando-se as 
roturas dessa estrutura musculotendínea. 
 A rotura do MR tem incidência variável na população, em 
estudos anatômicos apenas 6% de cadáveres com <60 anos 
apresentaram lesões nos ombros, enquanto aqueles com mais 
idade apresentam lesões em 30%. 
 A rotura parcial é mais frequente em indivíduos jovens e acompleta, em idosos, por causa do caráter degenerativo. 
 Como já visto anteriormente, o MR é formado pela 
confluência dos tendões dos músculos supraespinhal (SE), 
infraespinhal (IE), redondo menor (RME) e subescapular (SUB). 
 Ele abraça 2/3 da cabeça do úmero como se fosse uma 
coifa e, além de reforçar a cápsula articular a ele 
aderente, mantém, dinamicamente, a cabeça do úmero 
aposta à rasa cavidade glenoide. 
 Não há consenso entre os autores a respeito das causas das 
patologias do manguito rotador, mas destaca-se: 
 Trauma: o paciente refere que caiu sobre o membro 
afetado, que sofreu uma luxação glenoumeral 
traumática, que um estiramento abrupto aconteceu 
enquanto realizava alguma atividade com os membros 
elevados, entre outras causas. 
 É preciso estar atento aos casos de ruptura do MR 
associada a luxação glenoumeral traumática, 
especialmente em paciente >40anos. 
 Hipovascularização na inserção músculo supraespinhal; 
 Impacto subacromial primário. 
 As roturas do MR podem ser classificadas quanto a: 
 DURAÇÃO E ETIOLOGIA: 
 Roturas agudas ou traumáticas: decorrentes de um 
evento traumático bem estabelecido. 
 Roturas crônicas ou degenerativas: paciente com 
longo período de evolução dos sintomas. 
 Extensão aguda de uma rotura crônica: quando um 
trauma ocorre num ombro já previamente 
sintomático, com piora clínica. 
 
 ESPESSURA: 
 ROTURA PARCIAL: ocorre a rotura sem o 
comprometimento de toda do tendão e sem 
comunicação do espaço articular com o subacromial. 
Pode ser subdividida em: 
 Articular: quando ocorre na superfície inferior 
do tendão, face articular; (é a + comum) 
 Bursal: superfície superior, face bursal; 
 Intrassubstancial. (+ rara) 
 
 ROTURA COMPLETA: ocorre a rotura de toda a 
espessura do tendão com a comunicação do espaço 
articular com o subacromial. 
 EXTENSÃO: 
 Pequena (< 1 
cm); 
 Média (< 3 cm); 
 Grande (< 5 cm) 
 Extensa (> 5 
cm) = geralmente 2 ou + 
tendões estão rotos. 
 FORMATO DA LESÃO: 
 Os formatos são 
classificados em “V”, “U”, 
“C” ou “L”. 
 FISIOPATOLOGIA 
 Pode-se agrupar as lesões do MR conforme o fator 
desencadeante: 
 Extrínseco = impacto mecânico, defendido por Neer, em 
que é enfatizado a importância dos fatores extrínsecos 
como as principais causas das roturas do MR, sendo 
representados pela: 
 MORFOLOGIA DO DESFILADEIRO DO 
SUPRAESPINAL: para realizar o movimento de 
elevação do braço, a cabeça do úmero, os tendões 
que nela se inserem e as bolsas serosas que a 
envolvem, deve deslizar harmonicamente sob o arco 
coracoacromial (acrômio e ligamento coacromial) e 
sob a articulação acromioclavicular, que formam um 
verdadeiro teto para o úmero. 
 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 4 
@emilly.lorenaa 
 O contorno e o diâmetro vertical do desfiladeiro 
dependem do formato e da inclinação do 
acrômio e do formato 
da superfície inferior da 
articulação 
acromioclavicular. 
 Acrômios tipos II e III e 
ângulos de inclinação 
mais agudos diminuem a 
luz do desfiladeiro. 
 O os acromiale, que é a 
ausência de fusão entre os núcleos de 
ossificação do acrômio, também pode ser 
causa do impacto subacromial. 
 EXCESSO DE USO DO MEMBRO SUPERIOR: O uso 
forçado das articulações e dos músculos costuma 
provocar alterações fisiológicas e estruturais que o 
próprio organismo tem condições de corrigir, se 
houver tempo e repouso suficientes. Várias causas 
são invocadas para explicar os distúrbios 
musculares decorrentes da sobrecarga funcional: 
 Lesões inflamatórias por perturbação do 
metabolismo do cálcio muscular; Alterações por 
hipóxia; Acúmulo de ácido láctico; Sobrecarga 
das fibras musculares do tipo 1 ou alteração do 
padrão de estimulação gama do músculo. 
 O resultado final será perturbação da força e 
do sincronismo musculares e, 
consequentemente, falência dos mecanismos 
motores e estabilizadores dinâmicos do ombro. 
 Outro fator importante é o estiramento 
excessivo do MR, dos ligamentos e da cápsula 
articular aos esforços exagerados e 
prolongados, que provoca deformações 
plásticas irreversíveis e lesões estruturais 
microtraumáticas (microrroturas). Isso pode 
ocorrer nos ombros de esportistas de alto 
nível (nadadores, ginastas, tenistas e atletas 
arremessadores em geral) e principalmente de 
esportistas amadores, quase sempre menos 
preparados fisicamente e que costumam não 
respeitar suas limitações. 
 Intrínseco = hipovascularização tendínea, defendida por 
Uhthoff e colaboradores, é referente ao 
envelhecimento biológico d tendão e a características 
vasculares locais. 
 ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO DOS TENDÕES: é 
outro aspecto importante p/ as roturas do MR, 
uma vez que provoca alterações morfológicas e 
bioquímicas nos tendões caracterizadas pela 
diminuição dos tenoblastos, adelgaçamento dos 
tenócitos e diminuição das organelas citoplasmáticas, 
além de alteração da matriz colágena, diminuição dos 
mucopolissacarídeos e do teor aquoso. 
 VASCULARIZAÇÃO DO MR: autores demonstraram 
que, quando o braço está em abdução, os vasos do 
tendão do SE, da superior do tendão do tendão do IE 
e da CLB estão livres e cheio de sangue , enquanto, 
com o braço ao lado do corpo , quando os referidos 
tendões, além de tracionados, ficam comprimidos 
contra a cabeça do úmero, há neles uma área, 
centrada no SE e junto ao tubérculo maior, de 
constante hipovascularidade, onde acontece a 
degeneração tendínea. 
 Ainda existe controvérsia sobre a patogênese da rotura do 
MR, e acredita-se que tanto fatores intrínsecos como 
extrínsecos são responsáveis para que ela ocorra. 
 Tanto em idosos como em esportistas, a maioria delas se inicia 
pela superfície articular e parecem ser primariamente de 
origem degenerativa. 
 Estudos demonstraram que a zona crítica de menor 
vascularização ocorre predominantemente na superfície 
articular, sendo a superfície bursal mais bem irrigada 
 De acordo com Neer, em seu estudo sobre a síndrome do 
impacto (SI), a lesão dos tendões que recobrem a cabeça 
umeral é de caráter evolutivo, passando por 3 estágios: 
 ESTÁGIO 1: é mais comum em jovens devido ao excesso 
do uso do MMSS no esporte ou trabalho, mas pode 
acometer pacientes em qualquer idade, há hemorragia 
na área do impacto seguida de processo inflamatório e 
edema local. 
 Nessa fase, o processo pode ser reversível se 
interrompida a atividade que o desencadeia e 
instituído tratamento eficiente (anti-inflamatório e 
fisioterapia); 
 ESTÁGIO 2: é mais frequente em pacientes entre 25 e 
40 anos de idade, ocorre FIBROSE do tendão que se 
forma a partir do processo inflamatório e edematoso 
persistente, como consequência da repetição, por maior 
tempo, dos microtraumatismos. 
 O tendão do SE fica espessado, assim como as 
paredes da bolsa serosa subacromial e 
 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 5 
@emilly.lorenaa 
eventualmente também o tendão da cabeça longa 
do bíceps (CLB). 
 ESTÁGIO 3: Ruptura completa do manguito com 
alterações ósseas típicas ao raio X simples (esclerose 
óssea, cistos subcondrais, osteófitos na porção anterior 
e na articulação acromioclavicular e contato da cabeça 
do úmero com o acrômio, nos casos de ruptura maciça). 
 Começa a partir dos 45-50 anos e é caracterizado 
pelas roturas tendíneas e suas consequências. 
 A rotura se inicia, no tendão do SE, a partir da “área 
crítica”, podendo progredir para os demais tendões. 
 A lesão inicia, em geral, no tendão supraespinal, nas porções 
articular e profunda, e progride da parte profunda para a 
superficial e de anterior para posterior, atingindo o músculo 
infraespinhal. 
 A capacidade de manter a estabilidade glenoumeral é perdida, 
e ocorre a migração anterior e superior da cabeça umeral. A 
partir desse momento, o tendão longodo bíceps passa a 
exercer função estabilizadora da cabeça umeral, tornando-
se, aos poucos, espessado e alargado. 
 Com a progressão da lesão, o tendão do subescapular é 
acometido, assim como o ligamento transverso do úmero, 
causando luxação medial da porção longa do bíceps, gerando 
maior instabilidade e progredindo para degeneração articular, 
denominada cuf tear arthropathy (artrose glenoumeral 
associada à lesão irreparável do manguito). 
 Uma vez que ocorre a ruptura do tendão, este retrai e, aos 
poucos, acontece a substituição das fibras musculares por 
gordura (lipossubstituição ou infiltração gordurosa). 
 Diversos estudos demonstram que, uma vez que ocorre 
a lipossubstituição e que o padrão anatômico das fibras 
musculares se altera, o processo é irreversível , mesmo 
após o reparo da lesão. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO 
 QUADRO CLÍNICO: 
 DOR: é proporcional ao grau de inflamação e necrose do 
músculo e não ao tamanho da ruptura. 
 A dor é melhor suportada de dia, uma vez que o 
braço em leve e abdução e flexão anterior e a ação 
da gravidade mantém certa “tração” sobre o 
membro superior, diminuindo o impacto do manguito 
rotador contra o arco coracoacromial. 
 Durante o sono, essa posição do braço não é 
possível, e a dor pelo estiramento do músculo 
inflamado ou rompido se instala. 
 A dor pode ser espontânea e aumentar com os 
movimentos. 
 Costuma ser mais intensa no músculo íntegro ou 
com ruptura parcial. Quando a ruptura se completa, 
ocorre o relaxamento das fibras do supraespinal, 
promovendo a diminuição do quadro doloroso. 
 Ela é localizada ao redor do ombro, mas pode 
irradiar-se até a região escapular (origem dos 
músculos supra e infraespinais) e o cotovelo 
(representação pelos dermátomos) 
 CREPITAÇÃO: é observada através da palpação com dois 
dedos colocados imediatamente à frente do acrômio e 
mostra as partes moles raspando contra a superfície 
inferior do acrômio. Pode estar presentes nas fases 2 
e 3 de Neer. 
 FORÇA MUSCULAR: as forças de abdução e rotação 
externa tendem a estar diminuídas nas lesões totais. Nas 
lesões parciais e mesmo nas totais pequenas, a força 
pode estar normal. 
 CONTRATURA (CAPSULITE ADESIVA): 14% dos casos e 
deve-se ao processo inflamatório que se instala na 
cápsula articular e à imobilidade do membro superior 
determinada pela dor. 
 TENDINITE OU RUPTURA DA CEBAÇA LONGA DO BÍCEPS. 
 Na anamnese, interroga-se sobre a atividade profissional, 
prática esportiva ou recreacional, tempo de sintomatologia, 
padrão da dor e limitação funcional. 
 Determinar a existência de trauma ou não, o tempo de 
evolução, a presença de dor aos movimentos e à noite, a 
intermitência do quadro doloroso, os tratamentos 
instituídos, dentre outros sinais. 
 O exame físico se inicia com a inspeção estática, onde possível 
atrofias musculares podem ser detectadas, especialmente do 
SE e do IE nas roturas crônicas. 
 Na inspeção dinâmica, é importante observar tanto a 
amplitude de movimento como o movimento escapulotorácico. 
 O arco de movimento pode estar diminuído globalmente, 
quando estiver presente o componente doloroso 
(síndrome do impacto) ou existir capsulite adesiva 
secundária. 
 Alterações geram desequilíbrios biomecânicos no ombro, 
propiciando sobrecarga aos músculos do MR e 
eventualmente desencadeando roturas secundárias. 
 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 6 
@emilly.lorenaa 
 Alguns testes específicos podem 
apresentar positividade variável, 
como os testes de impacto de 
Neer, Hawkins-Kennedy e Yocum, 
em decorrência da presença ou 
não do fator extrínseco que 
pode estar presente na 
patogenia da doença. 
 Para avaliação do SE, 
utilizam-se o teste de Jobe 
e o teste do supraespinhal; 
 Para o IE, os testes de 
Patte, do infraespinal e o da 
cancela; 
 Para avaliação do SUB são 
empregados o teste de 
Gerber, o teste do 
subescapular (abdominal press 
test)1 e o bear hug test. 
 AVALIAÇÃO POR IMAGEM: 
 EXAME RADIOGRÁFICO: avalia 
sinais sugestivos de impacto e 
rotura do MR (esclerose, cistos e irregularidades no 
tubérculo maior, esclerose e presença de osteófito no 
acrômio). 
 O formato e a espessura do acrômio, a presença 
de os acromiale e de artrose acromioclavicular 
também podem ser avaliados. 
 
 
 EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: é o exame de 
escolha para avaliação de possível rotura do MR, já que 
tem altos índices de especificidade e sensibilidade. 
 Com sua análise, é possível mensurar a lesão 
(espessura, retração, número de tendões 
acometidos) e obter informações sobre a qualidade 
dos ventres musculares do MR (presença de 
infiltração gordurosa). 
 Tem como vantagem adicional avaliar possíveis 
lesões associadas intra-articulares (SLAP, lesões 
labiais). 
 
 EXAME DE ULTRASSONOGRAFIA: Embora apresente 
especificidade e sensibilidade 
comparáveis à RM, a 
ultrassonografia (US) tem 
como desvantagens ser 
operador-dependente e não 
poder avaliar as patologias 
intra-articulares concomitantes. Como vantagem, tem 
menor custo e melhor aceitação pelo paciente. 
 TRATAMENTO 
 O tratamento das roturas do MR depende da sua espessura 
(parcial ou completa), do seu tamanho (extensão), da idade e 
do tipo de atividade do paciente, não esquecendo que 
pendências trabalhistas podem interferir no resultado final. 
 TRATAMENTO CONSERVADOR: é indicado nas roturas parciais 
e nas roturas completas em pacientes com baixa demanda 
funcional ou sem condições clinicas para realização da cirurgia. 
 Tem como objetivos combater a dor, restabelecer a 
amplitude de movimentos e fortalecer a musculatura 
estabilizadora e depressora da cabeça do úmero; 
consiste em: 
 Retirada dos fatores de risco causadores da rotura; 
 Analgesia e medidas anti-inflamatórias: uso de 
analgésicos simples ou opioides, utilização de anti-
inflamatórios não hormonais orais e hormonais por 
via sistêmica (intramuscular), infiltrações do espaço 
subacromial com corticosteroides, uso de meios 
fisioterápicos e acupuntura; 
 Restabelecimento da amplitude de movimentos 
articulares (exercícios passivos e ativos); 
 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 7 
@emilly.lorenaa 
 Fortalecimento do MR para restaurar o mecanismo 
depressor da cabeça do úmero (exercícios 
isométricos, isotônicos e de coordenação motora); 
 O tratamento conservador deve ser mantido por, no mínimo, 
3 meses, podendo se prolongar na dependência da melhora 
apresentada pelo paciente. 
 TRATAMENTO CIRÚRGICO: é indicado para pacientes nos quais 
o tratamento conservador não foi efetivo, nas roturas 
completas do manguito em indivíduos com alta demanda 
funcional e naquelas de origem aguda/traumática. 
 Pode ser realizado por via aberta ou artroscópica e 
consiste basicamente nos seguintes procedimentos: 
 Desbridamento intra-articular e subacromial. 
 Descompressão subacromial (DSA): seção do 
ligamento coracoacromial, acromioplastia 
anteroinferior, exérese de osteófitos 
acromioclaviculares. 
 Reparação dos tendões rotos. 
 O resultado final, a longo prazo, obtido com os dois 
métodos (aberto e artroscópico) é semelhante, 
entretanto, existe vantagem no método artroscópico 
pela menor agressão ao deltoide, pela menor morbidade 
e reabilitação pós-operatória mais rápida. 
 Atualmente, a preferência é pela técnica artroscópica. 
 SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO 
 O termo neuropatia compressiva refere-se à compressão do 
nervo periférico por estruturas anatômicas adjacentes em 
regiões bem conhecidas, como o punho na síndrome do túnel 
do carpo = é a mais comum! 
 Ela é mais frequente em mulheres, tem acometimento 
bilateral em cerca de 50% dos casos e apresenta maior 
incidência entre as 4ª e 6ª décadas de vida. 
 A gravidade da lesão compressiva do nervo periféricodepende de dois fatores: intensidade da pressão e tempo! 
 Pressões a partir de 20-30 mmHg já causam prejuízo na 
microcirculação neural, e com 80-120mmHg há sua 
interrupção. 
 Os distúrbios na microcirculação causam um aumento na 
permeabilidade dos vasos epineurais e endoneurais, levando a 
edema, com aumento da pressão intrafascicular. 
 Além disso, com pressões de 30 mmHg já passa a ocorrer 
desmielinização, decorrente de necrose e apoptose das 
células de Schwann. 
 Alterações neurofisiológicas e sintomas de parestesia foram 
induzidos em voluntários humanos com aplicação de 30 a 40 
mmHg de compressão do nervo mediano. 
 O nervo mediano origina-se das cordas medial e lateral do 
plexo braquial, em seu trajeto para o antebraço, acompanha 
a artéria braquial entre o tendão do bíceps e o músculo 
braquial. 
 O nervo interósseo anterior emerge do tronco do mediano na 
parte distal da fossa antecubital, que, por sua vez, emitirá 
ramos para o flexor profundo dos dedos (indicador e médio), 
o flexor longo do polegar e o pronador quadrado. 
 Assim, o nervo mediano segue seu curso no antebraço entre 
os flexores superficiais e profundos até adentrar no túnel do 
carpo. 
 A cerca de 4 a 5 cm do punho, o ramo sensitivo cutâneo 
palmar emerge para suprir a sensibilidade da região palmar 
radial. 
 FISIOPATOLOGIA 
 O túnel do carpo é um espaço 
anatômico na face anterior do 
punho, constituído no seu 
assoalho côncavo pelos ossos do 
carpo, como uma canaleta, e 
fechado acima pelo forte e 
inextensível “ligamento carpal transverso” 
 Pode-se dividir as causas relacionadas ao aparecimento dessa 
condição fundamentalmente em 3 categorias: 
 Alterações anatômicas nas estruturas ou na 
configuração do canal carpal; 
 Condições locais (tenossinovites) ou sistêmicas (diabetes 
melito, hipotiroidismo, alcoolismo, artrite reumatoide, 
gravidez) que levem ao edema das estruturas que 
atravessam o túnel; 
 Esforço ou à ocupação profissional. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Os sintomas típicos dos pacientes são queixas de dor ou 
parestesia no território do nervo mediano. 
 Esses sintomas normalmente se acentuam durante a noite = 
dormência tem característica de ser noturna e, em geral, é 
o sintoma inicial da patologia. 
 Também podem ser encontradas queixas de fraqueza nas 
mãos, história de queda de objetos, alteração da sudorese e 
da temperatura da mão. 
 É frequente a queixa de coceira na palma da mão. 
 Em etapas mais tardias, podem ocorrer alterações motoras, 
como fraqueza de oponência do polegar e hipotrofia tenar 
por comprometimento do ramo motor do mediano para o 
músculo abdutor curto do polegar. 
 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 
 8 
@emilly.lorenaa 
 DIAGNÓSTICO 
 No exame físico, pode-se 
lançar mão de testes 
provocativos com o teste de 
Phalen (flexão do punho em 
90º por 1-2 minutos), teste 
de Durkan (compressão 
manual direta sobre o nervo mediano no punho), sendo 
considerados positivos caso haja aparecimento dos sintomas 
de parestesia ou dor. 
 OBS: o teste de Phalen invertido é o mesmo teste, porém 
é realizado com os punhos em extensão máxima, ou seja, 
em posição de “reza”. 
 O sinal de Tinel, descrito como o aparecimento de “choque” 
secundário à percussão do nervo e com irradiação para seu 
território correspondente, também pode estar presente. 
 Os pacientes com suspeita de síndrome do túnel do carpo 
devem ser avaliados à procura de outras patologias do 
membro superior (tenossinovites, patologias do ombro) e 
cervicopatias que podem confundir o diagnóstico ou, como na 
maioria das vezes, coexistir com o quadro de compressão do 
nervo mediano, devendo, portanto, ser tratadas 
paralelamente. 
 A eletroneuromiografia é um excelente exame para ajudar a 
confirmar a compressão nervosa. Nos casos típicos e de longa 
duração, não há necessidade desse exame complementar 
para estabelecer o diagnóstico. 
 Ele é útil quando se deseja conhecer a intensidade da 
compressão e na presença de comprometimento motor, 
assim como para auxiliar na previsão do tratamento 
cirúrgico. 
 Apesar de ser um exame de alta sensitividade e 
especificidade, existe porcentagem de positividade em 
pacientes assintomáticos (falso-positivo) ou de 
negatividade (falso-negativo) em indivíduos sintomáticos. 
 TRATAMENTO 
 O tratamento da síndrome do túnel do carpo depende da 
gravidade dos sintomas e da magnitude da lesão, que por sua 
vez, é, na maior parte das vezes, tempo dependente. 
 Causas sistêmicas devem ser identificadas e tratadas, como 
controle da glicemia, por exemplo. 
 TRATAMENTO CONSERVADOR: é reservado para os casos 
mais leves ou recentes (até 6 meses), sem atrofia tênar ou 
comprometimento importante de sensibilidade ou em 
situações em que o fator causal da compressão for 
transitório, como na gravidez. 
 Estão descritos o uso de órteses, AINEs (não havendo 
contraindicação, como gravidez, gastrite), injeção de 
corticosteroides do canal carpal, uso oral de vitamina B6, 
ultrassom e alterações posturais e de hábitos. 
 O uso de órteses, mantendo o punho imobilizado em 
posição neutra, é eficaz nos estágios iniciais, e muitos 
pacientes apresentam remissão dos sintomas após o 
tratamento, sem necessidade de intervenção cirúrgica. 
 TRATAMENTO CIRÚRGICO: está reservado para falhas do 
tratamento conservador e para os casos mais graves. 
Consiste na descompressão do canal carpal realizada por meio 
da secção do ligamento carpal transverso. A cirurgia pode ser 
aberta ou endoscópica. 
 Quando bem indicado, o tratamento cirúrgico tem alto 
índice de sucesso, no entanto, cerca de 1,7 a 3,1% dos 
pacientes permanecem sintomáticos. 
REFERÊNCIAS 
 TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia 
humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 NETTER F. H. Atlas De Anatomia Humana - 7ª Ed. 2019. 
 FILHO, Tarcisio Eloy Pessoa de B.; CAMARGO, Olavo Pires de; 
CAMANHO, Gilberto L. Clínica Ortopédica . Barueri, SP: Editora 
Manole, 2012. 
 HEBERT, Sizínio; FILHO, Tarcísio E. P. B.; XAVIER, Renato; e 
outros Ortopedia e Traumatologia. 5ª. ed. Porto Alegre: Grupo 
A, 2017..

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