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Entorse de Tornozelo: Diretrizes e Tratamento

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Entorse de tornozelo 
 Text 
 Datas de Publicação 
DIRETRIZES EM FOCO 
 
Participantes: Fábio Lucas Rodrigues, Gilberto Waisberg 
 
Descrição da metodologia de coleta de evidência: Realizada pesquisa no MEDLINE, da biblioteca 
nacional de medicina dos Estados Unidos (U.S. National Library of Medicine), através da base de dados 
MeSH (Medical Subject Heading Terms). Utilizados os termos: lateral ligament, ankle. 
 
Graus de recomendação e força de evidência: 
 
A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. 
 
B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. 
 
C: Relatos de casos (estudos não controlados). 
 
D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos 
animais. 
 
Introdução 
 
A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação. A 
entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas frequentemente encontradas na população 
ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais. Ocorre com maior frequência nos atletas 
de futebol, basquete e vôlei, correspondendo a cerca de 10% a 15% de todas as lesões do esporte1(D). 
No Reino Unido, ela acontece em uma a cada 10.000 pessoas da população geral, isto é, cerca de 5.000 
lesões por dia2(D). A entorse do tornozelo pode evoluir com complicações, com vários graus de 
limitação funcional. 
 
A estabilidade lateral do tornozelo é dada pelo mecanismo contensor dos ligamentos talo-fibular 
anterior, posterior e talo-calcâneo, associada ao terço distal da fíbula. O mecanismo de lesão habitual é 
a inversão do pé com flexão plantar do tornozelo, numa intensidade além do normal, que acontece 
geralmente ao pisar em terreno irregular ou degrau. Este movimento anômalo proporciona uma lesão 
que se inicia no ligamento talo-fibular anterior e pode progredir para uma lesão do ligamento calcâneo-
fibular, com o aumento da energia do trauma. A lesão do ligamento talofibular posterior é rara, 
ocorrendo apenas na luxação franca do tornozelo3(A). 
 
Como classificar a entorse de tornozelo? 
 
A classificação de entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada e divide a lesão em 
três tipos: grau 1- estiramento ligamentar; grau 2-lesão ligamentar parcial e grau 3-lesão ligamentar 
total4(C). 
 
O quadro clínico encontrado é de dor, com edema localizado na face ântero-lateral do tornozelo, 
equimose mais evidente após 48 horas e dificuldade para deambular. Quanto mais grave a lesão, mais 
evidentes ficam os sinais. A associação destes sintomas com o teste da gaveta anterior positivo permite 
caracterizar uma lesão grau 3 em 96% dos casos5(D). 
 
São necessários exames complementares? 
 
A necessidade de exames complementares para entorse de tornozelo baseia-se na suspeita de fraturas 
associadas. Das radiografias realizadas em doentes com lesão de tornozelo, 85% são normais6(B). Com 
intuito de evitar radiografias desnecessárias, foram criadas regras (regras de Ottawa para tornozelo) que 
indicam a realização de radiografias apenas quando houver dor em pontos ósseos específicos ou na 
impossibilidade do apoio de marcha (pelo menos quatro passos). Esta regra mostrou sensibilidade de 
99,7%, porém com especificidade variável (10% a 70%)7(A). 
 
A ressonância magnética pode ser indicada nos casos de persistência da dor após três meses da lesão 
inicial, com o objetivo de investigar lesões associadas, como osteocondral, do impacto ântero-lateral e 
identificar lesões ligamentares crônicas8(B). 
 
Quais são as opções de tratamento da entorse de tornozelo na fase aguda? 
 
O objetivo do tratamento da lesão ligamentar do tornozelo é o retorno às atividades diárias 
(esporte/trabalho), com remissão da dor, inchaço e inexistência de instabilidade articular. 
 
O tratamento inicial para todas as lesões consiste em repouso por três dias, aplicação local de gelo, 
elevação do membro afetado e proteção articular com imobilizador ou tala gessada. O uso de 
antiinflamatórios não-hormonais mostrou diminuição da dor e edema, com melhora precoce da função 
articular9(A). 
 
Nas lesões leves, o tratamento é sintomático, com manutenção da imobilização até a melhora dos 
sintomas, que dura entre uma e duas semanas. Já nas lesões completas, a proteção articular com 
imobilizadores semi-rígidos possibilitou retorno mais rápido às atividades físicas e laborativas quando 
comparada à imobilização gessada, porém a ocorrência de edema, dor e instabilidade em longo prazo 
foi semelhante nos dois grupos3(A). Outros tipos de imobilização funcional, como enfaixamento e 
imobilizadores elásticos, tiveram resultados inferiores aos imobilizadores rígidos e semi-rígidos. 
 
O tratamento cirúrgico comparado ao tratamento conservador não mostrou superioridade no retorno 
precoce à atividade física, apenas parece evoluir com menor instabilidade residual. O tratamento deve 
ser feito de forma individualizada, avaliando-se cuidadosamente os riscos, que são maiores no 
tratamento cirúrgico. Portanto, a preferência é dada ao tratamento conservador para as lesões agudas, 
com atenção a pacientes que possam permanecer sintomáticos3(A). 
 
Quais são as possíveis complicações das entorses? 
 
Alguns pacientes permanecem com dor ou instabilidade após seis meses do tratamento da lesão 
ligamentar aguda. As possíveis lesões associadas geralmente são por ordem decrescente de frequência: 
instabilidade crônica, lesão osteocondral, impacto com processo inflamatório tíbio-fibular distal e 
impacto anterior com exostose. A investigação diagnóstica destes pacientes pode ser realizada pelo 
exame clínico associado a métodos diagnósticos, como as radiografias simples e com estresse, 
ressonância magnética e artroscopia, sendo este último o de maior sensibilidade e especificidade10(A). 
 
Outro fator que piora o prognóstico das lesões ligamentares do tornozelo é a associação de varo no 
retropé, que foi determinante na evolução para artrose em longo prazo (30 anos)11(C). A pesquisa por 
tomografia computadorizada mostrou-se confiável para quantificar o varo. Este fato encoraja a 
realização da osteotomia valgizante do calcâneo nas instabilidades crônicas associadas a varo do 
retropé12(B). 
 
Qual é a conduta a ser adotada nas instabilidades crônicas? 
 
Cerca de 20% das entorses de tornozelo podem evoluir com algum tipo de instabilidade após seis meses 
da lesão inicial, acompanhada ou não de frouxidão ligamentar. Os pacientes com boa contensão 
mecânica - chamada instabilidade funcional - têm como causa a falha na propriocepção, e são tratados 
com métodos fisioterápicos. Mesmo aqueles pacientes com frouxidão ligamentar possuem algum déficit 
de propriocepção, portanto também devem inicialmente ser submetidos à reabilitação. Os pacientes 
com instabilidade sintomática persistente podem ser submetidos à correção cirúrgica. Não existe 
evidência na literatura para determinar qual técnica de tratamento cirúrgico leva a melhores resultados, 
porém é demonstrado que pacientes submetidos à recuperação funcional com imobilizadores semi-
rígidos no pós-operatório tiveram retorno mais precoce às atividades diárias, quando comparados 
àqueles que utilizaram imobilização gessada13(A). 
 
Qual é a conduta a ser adotada nas lesões osteocondrais do talus? 
 
Em pacientes sintomáticos com lesão condral do talus graus 2b, 3 e 4 de Ferkel, pode ser indicada 
cirurgia. Existem várias técnicas, mas as mais utilizadas são a condroplastia, microfratura ou 
transferência autóloga osteocondral, que quando comparadas não apresentam diferença nos resultados 
obtidos após dois anos de acompanhamento14(A). 
 
Existe prevenção eficaz para a entorse? 
 
Os imobilizadores semi-rígidos podem reduzir em até 47% a incidência de entorse de tornozelo em 
atletas praticantes de modalidades esportivas de alto risco. Este valor é ainda maior naqueles que já 
tiveram umalesão ligamentar prévia15(A). 
 
5. Van Dijk CN. How evidence based is our clinical examination of the ankle? In: MacAuley D, Best TM, 
eds. Evidence-based sports medicine. 14th ed. London, U.K.: BMJ; 2002:445-7. 
 
1. MacAuley D. Ankle injuries: same joint, different sports. Med Sci Sports Exerc 1999;31:S409-11. 
2. Kannus P, Renström P. Treatment for acute tears of the lateral ligaments of the ankle. Operation, cast, 
or early controlled mobilization. J Bone Joint Surg Am 1991;73:305-12. 
3. Kerkhoffs GM, Handoll HH, de Bie R, Rowe BH, Struijs PA. Surgical versus conservative treatment for 
acute injuries of the lateral ligament complex of the ankle in adults. Cochrane Database Syst Rev 
2007;(2):CD000380. 
4. Bernett P, Schirmann A. Acute sporting injuries of the ankle joint. Unfallheilkunde 1979;82:155-60. 
6. Stiell IG, McKnight RD, Greenberg GH, McDowell I, Nair RC, Wells GA, et al. Implementation of the 
Ottawa ankle rules. JAMA 1994;271:827-32. 
7. Bachmann LM, Kolb E, Koller MT, Steurer J, ter Riet G. Accuracy of Ottawa ankle rules to exclude 
fractures of the ankle and mid-foot: systematic review. BMJ 2003; 326:(7386)417. 
8. Kreitner KF, Ferber A, Grebe P, Runkel M, Berger S, Thelen M. Injuries of the lateral collateral 
ligaments of the ankle: assessment with MR imaging. Eur Radiol 1999;9:519-24. 
9. Slatyer MA, Hensley MJ, Lopert R. A randomized controlled trial of piroxicam in the management of 
acute ankle sprain in Australian Regular Army recruits. The Kapooka Ankle Sprain Study. Am J Sports 
Med 1997;25:544-53. 
10. Takao M, Uchio Y, Naito K, Fukazawa I, Ochi M. Arthroscopic assessment for intra-articular disorders 
in residual ankle disability after sprain. Am J Sports Med 2005;33:686-92. 
11. Valderrabano V, Hintermann B, Horisberger M, Fung TS. Ligamentous posttraumatic ankle 
osteoarthritis. Am J Sports Med 2006;34:612-20. 
12. Van Bergeyk AB, Younger A, Carson B. CT analysis of hindfoot alignment in chronic lateral ankle 
instability. Foot Ankle Int 2002;23:37-42. 
13. de Vries JS, Krips R, Sierevelt IN, Blankevoort L. Interventions for treating chronic ankle instability. 
Cochrane Database Syst Rev 2006;(4):CD004124. 
14. Gobbi A, Francisco RA, Lubowitz JH, Allegra F, Canata G. Osteochondral lesions of the talus: 
randomized controlled trial comparing chondroplasty, microfracture, and osteochondral autograft 
transplantation. Arthroscopy 2006; 22:1085-92. 
15. Handoll HH, Rowe BH, Quinn KM, de Bie R. Interventions for preventing ankle ligament injuries. 
Cochrane Database Syst Rev 2001;(3):CD000018. 
Entorse de tornozelo 
Autoria: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia 
Datas de Publicação 
 Publicação nesta coleção 
17 Nov 2009 Data do Fascículo 
2009 
Entorse de tornozelo 
 Text 
 Datas de Publicação 
DIRETRIZES EM FOCO 
 
Participantes: Fábio Lucas Rodrigues, Gilberto Waisberg 
 
Descrição da metodologia de coleta de evidência: Realizada pesquisa no MEDLINE, da biblioteca 
nacional de medicina dos Estados Unidos (U.S. National Library of Medicine), através da base de dados 
MeSH (Medical Subject Heading Terms). Utilizados os termos: lateral ligament, ankle. 
 
Graus de recomendação e força de evidência: 
 
A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. 
 
B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. 
 
C: Relatos de casos (estudos não controlados). 
 
D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos 
animais. 
 
Introdução 
 
A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação. A 
entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas frequentemente encontradas na população 
ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais. Ocorre com maior frequência nos atletas 
de futebol, basquete e vôlei, correspondendo a cerca de 10% a 15% de todas as lesões do esporte1(D). 
No Reino Unido, ela acontece em uma a cada 10.000 pessoas da população geral, isto é, cerca de 5.000 
lesões por dia2(D). A entorse do tornozelo pode evoluir com complicações, com vários graus de 
limitação funcional. 
 
A estabilidade lateral do tornozelo é dada pelo mecanismo contensor dos ligamentos talo-fibular 
anterior, posterior e talo-calcâneo, associada ao terço distal da fíbula. O mecanismo de lesão habitual é 
a inversão do pé com flexão plantar do tornozelo, numa intensidade além do normal, que acontece 
geralmente ao pisar em terreno irregular ou degrau. Este movimento anômalo proporciona uma lesão 
que se inicia no ligamento talo-fibular anterior e pode progredir para uma lesão do ligamento calcâneo-
fibular, com o aumento da energia do trauma. A lesão do ligamento talofibular posterior é rara, 
ocorrendo apenas na luxação franca do tornozelo3(A). 
 
Como classificar a entorse de tornozelo? 
 
A classificação de entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada e divide a lesão em 
três tipos: grau 1- estiramento ligamentar; grau 2-lesão ligamentar parcial e grau 3-lesão ligamentar 
total4(C). 
 
O quadro clínico encontrado é de dor, com edema localizado na face ântero-lateral do tornozelo, 
equimose mais evidente após 48 horas e dificuldade para deambular. Quanto mais grave a lesão, mais 
evidentes ficam os sinais. A associação destes sintomas com o teste da gaveta anterior positivo permite 
caracterizar uma lesão grau 3 em 96% dos casos5(D). 
 
São necessários exames complementares? 
 
A necessidade de exames complementares para entorse de tornozelo baseia-se na suspeita de fraturas 
associadas. Das radiografias realizadas em doentes com lesão de tornozelo, 85% são normais6(B). Com 
intuito de evitar radiografias desnecessárias, foram criadas regras (regras de Ottawa para tornozelo) que 
indicam a realização de radiografias apenas quando houver dor em pontos ósseos específicos ou na 
impossibilidade do apoio de marcha (pelo menos quatro passos). Esta regra mostrou sensibilidade de 
99,7%, porém com especificidade variável (10% a 70%)7(A). 
 
A ressonância magnética pode ser indicada nos casos de persistência da dor após três meses da lesão 
inicial, com o objetivo de investigar lesões associadas, como osteocondral, do impacto ântero-lateral e 
identificar lesões ligamentares crônicas8(B). 
 
Quais são as opções de tratamento da entorse de tornozelo na fase aguda? 
 
O objetivo do tratamento da lesão ligamentar do tornozelo é o retorno às atividades diárias 
(esporte/trabalho), com remissão da dor, inchaço e inexistência de instabilidade articular. 
 
O tratamento inicial para todas as lesões consiste em repouso por três dias, aplicação local de gelo, 
elevação do membro afetado e proteção articular com imobilizador ou tala gessada. O uso de 
antiinflamatórios não-hormonais mostrou diminuição da dor e edema, com melhora precoce da função 
articular9(A). 
 
Nas lesões leves, o tratamento é sintomático, com manutenção da imobilização até a melhora dos 
sintomas, que dura entre uma e duas semanas. Já nas lesões completas, a proteção articular com 
imobilizadores semi-rígidos possibilitou retorno mais rápido às atividades físicas e laborativas quando 
comparada à imobilização gessada, porém a ocorrência de edema, dor e instabilidade em longo prazo 
foi semelhante nos dois grupos3(A). Outros tipos de imobilização funcional, como enfaixamento e 
imobilizadores elásticos, tiveram resultados inferiores aos imobilizadores rígidos e semi-rígidos. 
 
O tratamento cirúrgico comparado ao tratamento conservador não mostrou superioridade no retorno 
precoce à atividade física, apenas parece evoluir com menor instabilidade residual. O tratamento deve 
ser feito de forma individualizada, avaliando-se cuidadosamente os riscos, que são maiores no 
tratamento cirúrgico. Portanto, a preferência é dada ao tratamento conservador para as lesões agudas, 
com atenção a pacientes que possam permanecer sintomáticos3(A).Quais são as possíveis complicações das entorses? 
 
Alguns pacientes permanecem com dor ou instabilidade após seis meses do tratamento da lesão 
ligamentar aguda. As possíveis lesões associadas geralmente são por ordem decrescente de frequência: 
instabilidade crônica, lesão osteocondral, impacto com processo inflamatório tíbio-fibular distal e 
impacto anterior com exostose. A investigação diagnóstica destes pacientes pode ser realizada pelo 
exame clínico associado a métodos diagnósticos, como as radiografias simples e com estresse, 
ressonância magnética e artroscopia, sendo este último o de maior sensibilidade e especificidade10(A). 
 
Outro fator que piora o prognóstico das lesões ligamentares do tornozelo é a associação de varo no 
retropé, que foi determinante na evolução para artrose em longo prazo (30 anos)11(C). A pesquisa por 
tomografia computadorizada mostrou-se confiável para quantificar o varo. Este fato encoraja a 
realização da osteotomia valgizante do calcâneo nas instabilidades crônicas associadas a varo do 
retropé12(B). 
 
Qual é a conduta a ser adotada nas instabilidades crônicas? 
 
Cerca de 20% das entorses de tornozelo podem evoluir com algum tipo de instabilidade após seis meses 
da lesão inicial, acompanhada ou não de frouxidão ligamentar. Os pacientes com boa contensão 
mecânica - chamada instabilidade funcional - têm como causa a falha na propriocepção, e são tratados 
com métodos fisioterápicos. Mesmo aqueles pacientes com frouxidão ligamentar possuem algum déficit 
de propriocepção, portanto também devem inicialmente ser submetidos à reabilitação. Os pacientes 
com instabilidade sintomática persistente podem ser submetidos à correção cirúrgica. Não existe 
evidência na literatura para determinar qual técnica de tratamento cirúrgico leva a melhores resultados, 
porém é demonstrado que pacientes submetidos à recuperação funcional com imobilizadores semi-
rígidos no pós-operatório tiveram retorno mais precoce às atividades diárias, quando comparados 
àqueles que utilizaram imobilização gessada13(A). 
 
Qual é a conduta a ser adotada nas lesões osteocondrais do talus? 
 
Em pacientes sintomáticos com lesão condral do talus graus 2b, 3 e 4 de Ferkel, pode ser indicada 
cirurgia. Existem várias técnicas, mas as mais utilizadas são a condroplastia, microfratura ou 
transferência autóloga osteocondral, que quando comparadas não apresentam diferença nos resultados 
obtidos após dois anos de acompanhamento14(A). 
 
Existe prevenção eficaz para a entorse? 
 
Os imobilizadores semi-rígidos podem reduzir em até 47% a incidência de entorse de tornozelo em 
atletas praticantes de modalidades esportivas de alto risco. Este valor é ainda maior naqueles que já 
tiveram uma lesão ligamentar prévia15(A). 
 
5. Van Dijk CN. How evidence based is our clinical examination of the ankle? In: MacAuley D, Best TM, 
eds. Evidence-based sports medicine. 14th ed. London, U.K.: BMJ; 2002:445-7. 
 
1. MacAuley D. Ankle injuries: same joint, different sports. Med Sci Sports Exerc 1999;31:S409-11. 
2. Kannus P, Renström P. Treatment for acute tears of the lateral ligaments of the ankle. Operation, cast, 
or early controlled mobilization. J Bone Joint Surg Am 1991;73:305-12. 
3. Kerkhoffs GM, Handoll HH, de Bie R, Rowe BH, Struijs PA. Surgical versus conservative treatment for 
acute injuries of the lateral ligament complex of the ankle in adults. Cochrane Database Syst Rev 
2007;(2):CD000380. 
4. Bernett P, Schirmann A. Acute sporting injuries of the ankle joint. Unfallheilkunde 1979;82:155-60. 
6. Stiell IG, McKnight RD, Greenberg GH, McDowell I, Nair RC, Wells GA, et al. Implementation of the 
Ottawa ankle rules. JAMA 1994;271:827-32. 
7. Bachmann LM, Kolb E, Koller MT, Steurer J, ter Riet G. Accuracy of Ottawa ankle rules to exclude 
fractures of the ankle and mid-foot: systematic review. BMJ 2003; 326:(7386)417. 
8. Kreitner KF, Ferber A, Grebe P, Runkel M, Berger S, Thelen M. Injuries of the lateral collateral 
ligaments of the ankle: assessment with MR imaging. Eur Radiol 1999;9:519-24. 
9. Slatyer MA, Hensley MJ, Lopert R. A randomized controlled trial of piroxicam in the management of 
acute ankle sprain in Australian Regular Army recruits. The Kapooka Ankle Sprain Study. Am J Sports 
Med 1997;25:544-53. 
10. Takao M, Uchio Y, Naito K, Fukazawa I, Ochi M. Arthroscopic assessment for intra-articular disorders 
in residual ankle disability after sprain. Am J Sports Med 2005;33:686-92. 
11. Valderrabano V, Hintermann B, Horisberger M, Fung TS. Ligamentous posttraumatic ankle 
osteoarthritis. Am J Sports Med 2006;34:612-20. 
12. Van Bergeyk AB, Younger A, Carson B. CT analysis of hindfoot alignment in chronic lateral ankle 
instability. Foot Ankle Int 2002;23:37-42. 
13. de Vries JS, Krips R, Sierevelt IN, Blankevoort L. Interventions for treating chronic ankle instability. 
Cochrane Database Syst Rev 2006;(4):CD004124. 
14. Gobbi A, Francisco RA, Lubowitz JH, Allegra F, Canata G. Osteochondral lesions of the talus: 
randomized controlled trial comparing chondroplasty, microfracture, and osteochondral autograft 
transplantation. Arthroscopy 2006; 22:1085-92. 
15. Handoll HH, Rowe BH, Quinn KM, de Bie R. Interventions for preventing ankle ligament injuries. 
Cochrane Database Syst Rev 2001;(3):CD000018. 
Entorse de tornozelo 
Autoria: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia 
Datas de Publicação 
 Publicação nesta coleção 
17 Nov 2009 Data do Fascículo 
2009 
 
TESTE DE PISADA: A IMPORTÂNCIA PARA PREVENIR LESÕES 
11 de julho de 2019 | Autor: Clínica Shen | Palmilhas Ortopédicas 
Saber qual o tipo de pisada é essencial para toda a população, mas é ainda mais indispensável 
para atletas. 
 
A pisada costuma ser um assunto corriqueiro entre os que correm ou praticam regularmente atividades 
físicas. A principal dúvida é sobre o quanto uma pisada incorreta pode influenciar na qualidade e retorno 
de uma atividade ou até mesmo se ela pode causar problemas de saúde mais sérios ao longo do tempo. 
Para responder essas perguntas, o caminho mais seguro e correto seria o teste da pisada. 
 
Para fazer o teste de pisada, existem várias técnicas. Algumas lojas de calçados costumam oferecer este 
tipo de teste, no entanto, de uma forma superficial que pode não atender as necessidades de atletas ou 
até mesmo de participantes de atividades físicas diárias. 
 
O método mais completo e utilizado por muitos profissionais é a barometria, realizada em clínicas por 
ortopedistas. Neste tipo de procedimento, o médico consegue analisar a pisada do paciente e ainda 
averiguar o porquê da pisada estar irregular, constando assim possíveis patologias ou disfunções no 
corpo. 
 
A barometria é feita em uma clínica especializada, com tapetes ortopédicos que mapeiam o pé ou em 
esteiras inteligentes, com câmeras e outros equipamentos que analisam a pisada. 
 
O quanto a pisada influencia? 
 
Para quem é atleta, pode significar muito. Descobrir a pisada garante a prevenção de lesões como 
Tendinite, Canelite, Fasceíte e Esporão. Todas essas patologias, detectadas com antecedência, podem 
ser corrigidas e não prejudicar a vida ativa da pessoa ou do atleta. No entanto, em casos crônicos, pode 
necessitar de um tempo maior de repouso e, assim, a paralisação das atividades físicas. 
 
Uma das maneiras de identificar rapidamente que a pisada está incorreta é o solado do tênis e a forma 
como ele está desgastando. 
 
Pisada neutra 
 
A pisada neutra impulsiona a passada com toda a parte frontal do pé. Sendo assim, o impulso começa 
com a parte externa do calcanhar, com o pé rotacionando ligeiramente para dentro. Quase metade da 
população mundial tem essa pisada e são os que têm menos restrições na hora de escolher um tênis. 
 
Pisada pronada 
 
A pisada pronada começa com o lado esquerdo do calcanhar e finaliza nas regiões próximas do dedão. 
Grande parte da população tem essa pisada, sendomuito normal entre as mulheres. Neste caso, o 
indicado é escolher tênis com mais amortecimento. 
 
Pisada supinada 
 
A pisada supinada é aquela em que a pessoa utiliza a parte externa do pé e principalmente a área do 
dedo mínimo para se impulsionar. Na pisada supinada existe mais chances de torcer o pé, sendo 
necessário tomar cuidado com tênis de solado alto. 
 
 
 
Índice 
1. 
Etiologias das entorses 
2. 
Diferença entre entorse e torção 
3. 
Epidemiologia das entorses de tornozelo 
4. 
Fatores de riscos para as entorses dos tornozelos 
5. 
Mecanismos da lesão das articulações do tornozelo 
6. 
Hora da revisão: confira o que você precisa saber sobre ligamentos dos pés 
7. 
Diagnóstico das entorses 
8. 
Tratamento das entorses 
9. 
Prevenção 
10. 
Dica de onde e como estudar para ortopedia no ciclo clínico e internato 
11. 
Sugestão de leitura complementar 
12. 
Referências 
Índice 
As entorses são lesões articulares mais comuns na população ativa e também entre aquelas 
relacionadas ao esporte. Ela é definida como uma lesão ligamentar (estiramento ou ruptura de 
ligamentos) que pode ocorrer devido a movimentos violentos de uma articulação. 
 
As entorses podem ocorrer em qualquer articulação do corpo que tenha ligamentos, mas algumas das 
articulações mais comuns que sofrem entorses incluem: 
 
Tornozelo: é a articulação mais comum para entorses, especialmente quando há uma torção ou uma 
rotação súbita do pé. 
Joelho: é uma articulação complexa e sujeita a lesões ligamentares, especialmente o ligamento cruzado 
anterior. 
Punho: as entorses de punho geralmente ocorrem durante atividades físicas que envolvem queda, como 
esportes de inverno, skate ou patinação. 
Cotovelo: entorses de cotovelo são menos comuns, mas ainda podem ocorrer durante atividades 
esportivas ou quedas. 
Outras articulações que também podem sofrer entorses incluem ombro, quadril, dedos e coluna 
vertebral. 
 
Etiologias das entorses 
Entorses geralmente ocorrem quando uma articulação é submetida a uma força súbita e excessiva que 
excede a capacidade do ligamento de manter a estabilidade da articulação. 
 
Isso pode ser causado por uma torção excessiva, uma queda ou um golpe direto na articulação. 
 
Atividades esportivas que exigem movimentos bruscos e repentinos, como corrida, futebol, basquete e 
esportes de contato, aumentam o risco de entorse. 
 
 
 
 
Imagem: Entorse de tornozelo durante um jogo de basquete com rompimento do ligamento talofibular 
anterior, que faz parte do complexo ligamentar lateral. Fonte: Moore, 2014 
Principais causas 
As principais causas de entorse incluem: 
 
Atividades físicas: entorses são comuns em atividades físicas que envolvem movimentos bruscos, 
torções, saltos, quedas, colisões ou contatos, tais como esportes, dança, artes marciais e ginástica. 
Terreno irregular: correr ou caminhar em terrenos irregulares, como terrenos acidentados ou superfícies 
com buracos, aumenta o risco de entorse. 
Calçados inadequados: o uso de calçados que não oferecem suporte adequado ou que são muito 
apertados ou muito soltos pode aumentar o risco de entorse. 
Fadiga muscular: quando os músculos estão cansados, eles podem não ser capazes de fornecer suporte 
adequado às articulações, o que pode aumentar o risco de entorse. 
Fatores anatômicos: algumas pessoas podem ter predisposição genética ou anatômica a entorses devido 
a diferenças na forma ou tamanho das articulações, ou fraqueza muscular. 
Envelhecimento: com a idade, os ligamentos e tendões perdem elasticidade e tornam-se mais frágeis, o 
que aumenta o risco de entorse. 
Condições médicas pré-existentes: algumas condições médicas, como artrite, osteoporose ou doenças 
neurológicas, podem aumentar o risco de entorse. 
Acidentes automobilísticos: entorses podem ocorrer em acidentes automobilísticos quando o corpo é 
arremessado para frente ou para trás durante a colisão. 
Diferença entre entorse e torção 
Na pratica médica, os termos torção e entorse são comumente confundidos. Torção se refere ao 
mecanismo que ocorre na articulação, é o movimento rotacional do tálus em relação a tíbia e a fíbula. 
 
Esse movimento pode levar a vários problemas, como uma lesão na cortical óssea da tíbia ou fíbula, 
provocando uma fratura. Uma incongruência das articulações, levando a luxação. Ou até uma lesão 
ligamentar, levando a uma entorse. Ou seja, o movimento de torção pode levar a uma entorse. 
 
A torção é o mecanismo que ocorre no trauma e a entorse é o diagnóstico da lesão ligamentar. 
 
Epidemiologia das entorses de tornozelo 
Entorses de tornozelo são extremamente comuns e representam 25% dos atendimentos nos pronto-
socorro ortopédicos. Estima-se que 1 em cada 10 mil pessoas evolui com entrose do tornozelo por dia. 
 
Ocorre com maior frequência nos atletas de futebol, basquete e vôlei, correspondendo a cerca de 10% a 
15% de todas as lesões do esporte. 
 
Dessa forma, a população mais cometida são atletas durante suas atividades esportivas e pessoas 
comuns que pisam em falso em terrenos irregulares ou degraus. 
 
Uma revisão sistemática trouxe que a entrose é mais comum em mulheres que homens. É mais comum 
em crianças e adolescentes, quando comparados com adultos. 
 
Tipos de entorses mais comuns 
A entorse lateral do tornozelo é a entorse mais comum sofrida durante o esporte, variando de 70 a 90% 
de todas as entorses. 
O ligamento talofibular anterior é o único ligamento lesado em 73% das entorses de tornozelo. 
A entorse aguda do tornozelo é responsável por 15 a 17% de todas as lesões esportivas do ensino 
médio. 
Fatores de riscos para as entorses dos tornozelos 
Os fatores de riscos das entorses podem ser divididas em intrínsecas e extrínseca. Confira abaixo. 
 
Fatores intrínsecos 
Dorsiflexão limitada; 
Propriocepção reduzida; 
Deficiências no equilíbrio. 
Fatores extrínsecos 
Esse fator de risco também pode ser chamado de fator ambiental. Ele inclui: 
 
Atividades, como esportes em quadras abertas; 
Uso de sapatos inapropriados durante a prática de atividade física; 
Superfícies irregulares. 
Mecanismos da lesão das articulações do tornozelo 
O principal mecanismo para lesão ligamentar é a supinação ou inversão com flexão plantar (entorse 
lateral do tornozelo). Ambos representam cerca de 85% dos casos. Entretanto, ela também pode 
acontecer pelo mecanismo de eversão (entorse medial do tornozelo). Visualize esses movimentos na 
imagem abaixo. 
 
 
Mecanismo de inversão 
A inversão é o mecanismo de lesão principal por 2 motivos primordiais: 
 
1: Posição posteriorizada da fíbula em relação a tíbia: o fato de a fíbula estar em uma posição mais 
posterior que a tíbia faz com que exista um vão para que o tálus tenha espaço para se movimentar e sair 
no movimento de supinação/inversão. 
 
2: Fraqueza intrínseca dos ligamentos laterais: a estabilidade lateral do tornozelo é dada pelo complexo 
ligamentar lateral, que é mais fraco que os ligamentos mediais e, por isso, acaba sendo mais acometido 
nas entorses de tornozelo. 
 
Ligamentos mais acometidos 
Como falamos acima, o mecanismo mais comum de lesão no tornozelo é a inversão com flexão plantar 
do pé, que causa danos aos ligamentos laterais do tornozelo. São eles: 
 
Ligamento talofibular anterior; 
Ligamento calcâneofibular; 
E ligamento talofibular posterior. 
Os ligamentos são lesionados em uma sequência previsível a medida que as forças aumentam. O 
talofibular anterior é o primeiro ou único ligamento a ser lesado na maioria das entorses de tornozelo. 
 
Forças mais intensas levam a rupturas combinadas do ligamento talofibular anterior e do ligamento 
calcaneofibular. Isso pode resultar em instabilidade significativa da articulação do tornozelo. 
 
A lesão isolada do ligamento calcaneofibular é incomum. No entanto, forças mais intensas resultam em 
lesões nos três ligamentos. Tais lesões, embora incomuns, são mais debilitantes e mais comumenteassociadas a lesões nervosas significativas. 
 
Mecanismo de eversão 
O complexo ligamentar medial é formado pelo deltoide, que é a união dos ligamentos tibiotalar anterior 
e posterior, tibionavicular e tibiocalcâneo. 
 
A eversão forçada do tornozelo pode causar danos a essa estrutura. E isso pode ocasionar a fratura por 
avulsão do maléolo medial, devido a força do ligamento deltoide. 
 
Hora da revisão: confira o que você precisa saber sobre ligamentos dos pés 
A articulação talocrural (articulação do tornozelo) está localizada entre as extremidades distais da tíbia e 
da fíbula e a parte superior do tálus. Ela é reforçada lateralmente pelo ligamento colateral lateral, uma 
estrutura composta por três ligamentos completamente separados. Este ligamento sustenta o aspecto 
lateral do tornozelo, impedindo o movimento de inversão. 
 
Ligamento talofibular anterior (TFA): uma faixa plana e fraca que se estende em sentido anteromedial 
do maléolo lateral até o colo do tálus. É o mais comumente acometido nas entroses de tornozelo. 
Ligamento calcaneofibular: um cordão redondo que segue em sentido posteroinferior da extremidade 
do maléolo lateral até a face lateral do calcâneo. É mais forte que o ligamento TFA. 
O Ligamento talofibular posterior, uma faixa espessa, é o ligamento mais forte do complexo lateral. 
Segue em trajeto horizontal, em sentido medial e ligeiramente posterior a partir da fossa do maléolo até 
o tubérculo lateral do tálus. 
A cápsula articular é reforçada medialmente pelo grande e forte ligamento colateral medial (ligamento 
deltoideo). A sua fixação proximal é no maléolo medial. 
 
O ligamento medial abre-se em leque a partir do maléolo. Ele se fixa distalmente ao tálus, calcâneo e 
navicular por meio de quatro partes adjacentes e contínuas: 
 
A parte tibionavicular; 
A parte tibiocalcânea; 
E as partes tibiotalares anterior e posterior. 
O ligamento colateral medial estabiliza a articulação talocrural durante a eversão e impede a 
subluxação da articulação. 
 
 
 
 
 
Imagem: Ligamentos laterais do tornozelo. Fonte: 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/articulacao-do-tornozelo 
 
 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/articulacao-do-tornozelo
 
Imagem: Ligamentos mediais do tornozelo. Fonte: 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/articulacao-do-tornozelo 
 
 
 
Diagnóstico das entorses 
O diagnóstico de entorse geralmente é baseado na história clínica e no exame físico. 
 
O médico irá avaliar a gravidade da lesão, verificar se há inchaço, dor, dificuldade de movimentação e 
instabilidade na articulação afetada. 
 
Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de imagem, como raio-x ou ressonância 
magnética, para avaliar a extensão da lesão. 
 
Tratamento das entorses 
O tratamento de entorse geralmente depende da gravidade da lesão. As entorses leves podem ser 
tratadas com repouso, compressas de gelo, elevação e medicamentos para alívio da dor e inflamação, 
como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). O médico também pode recomendar fisioterapia para 
ajudar a fortalecer a musculatura ao redor da articulação afetada. 
 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/articulacao-do-tornozelo
As entorses moderadas ou graves podem requerer imobilização da articulação afetada com uma tala ou 
gesso por um período de tempo para permitir a cicatrização do ligamento. Em alguns casos, pode ser 
necessário o uso de muletas para evitar a colocação de peso na articulação afetada. 
 
Em casos mais graves, pode ser necessária a cirurgia para reparar o ligamento rompido. O tempo de 
recuperação pode variar de acordo com a gravidade da lesão, mas a maioria das pessoas pode voltar 
gradualmente às atividades normais dentro de algumas semanas a alguns meses após a lesão. 
 
Prevenção 
Algumas medidas podem ser tomadas para prevenir entorses, como: 
 
Realizar alongamento e aquecimento antes de atividades físicas; 
Usar calçados adequados e com boa aderência; 
Evitar atividades físicas em terrenos irregulares; 
Fortalecer os músculos ao redor da articulação afetada; 
Usar equipamentos de proteção em atividades esportivas. 
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Referências 
MAUGHAN, K. L.; JACKSON, J. Ankle sprain in adults: Management. UpToDate, 2023. 
MAUGHAN, K. L.; JACKSON, J.Ankle sprain in adults: Evaluation and diagnosis. UpToDate, 
2023. 
 
 
 
Como prevenir lesões no tornozelo ou pé 
28 de Fevereiro de 2023 às 14:27 
 
Entorses de tornozelo, conhecidas popularmente como torção, são mais comuns entre pessoas 
fisicamente ativas, especialmente bailarinos e esportistas amadores, mas o público em geral 
não está imune. 
 
A lesão pode resultar de uma caminhada por uma superfície irregular (especialmente ao usar 
saltos altos ou sapatos plataforma), pisar errado em uma calçada ou na escada, ser puxado de 
forma errática por um cão na coleira, ou mesmo brincar no quintal com crianças ou amigos. 
 
As fraturas do pé podem ser causadas por quedas, torções ou pelo impacto direto de um pé 
contra um objeto duro. Elas causam dor considerável, que é geralmente agravada ao se exercer 
peso no pé. 
 
O diagnóstico para essas lesões é feito por um médico ortopedista, o qual pode indicar exames 
médicos físicos, o histórico clínico do paciente e se necessário, exames complementares que 
auxiliem no diagnóstico mais preciso. Em alguns casos, o médico pode solicitar exames de 
radiografia, de ressonância magnética ou ultrassonografia. 
 
Assim a atitude a ser tomada é a de procurar um serviço especializado para avaliação da 
gravidade da lesão. 
 
O que você pode fazer para prevenir lesões no tornozelo ou pés? 
 
Algumas medidas simples podem evitar que ocorram as lesões no tornozelo e pés como 
entorses e fraturas. São cuidados relevantes que farão muita diferença na sua caminhada e na 
prática de exercícios físicos: 
 
Tenha atenção ao calçado - essa recomendação serve tanto para quem já sofreu com a lesão 
como para quem quer evitar. O modelo de sapato é muito importante, não só para impedir 
torções, mas também para prevenir outros tipos de deformidades nos pés. Sendo assim, é 
fundamental escolher calçados confortáveis e ortopédicos para proporcionar mais equilíbrio na 
pisada. Contudo, é importante lembrar às mulheres sobre os sapatos de salto alto serem mais 
propensos a provocar quedas e torções. 
 
Sapatos no tamanho certo - o sapato precisa ser do tamanho certo do pé, para evitar 
instabilidade na pisada. Em especial para corridas, o tênis deve ser adequado ao tipo de pisada 
e se encaixar ao pé. Assim, não sairá do pé, evitando as chances de entorse. 
 
Cuidado com a sua pisada - em muitos casos, como os maus hábitos na hora de caminhar, 
temos tendência a uma pisada sem o equilíbrio necessário. É comum colocarmos mais peso em 
uma parte do pé, e isso pode aumentar as chances de instabilidade. Além disso, pessoas que 
costumam apoiar mais na borda do pé (pisada supinada) tem mais probabilidades de sofrer 
entorse. 
 
Atenção com pisos irregulares - sabemos que as ruas e calçadas são bastante problemáticas na 
maioria das cidades. Cheias de irregularidades como, por exemplo, buracos e desníveis, que 
podem fazer uma pessoa cair. Por isso, é preciso ter cuidado ao andar por esses lugares, 
tropeções ou tombos podem trazer consequênciasbastante graves, não só para os tornozelos 
como para o corpo todo. 
 
Faça sempre aquecimento antes da prática esportiva - exercícios para alongar são 
fundamentais para melhorar a flexibilidade de diversas partes do corpo, como o quadril e as 
pernas. É uma maneira de deixar o corpo preparado para qualquer movimento, e nesse caso, é 
recomendado realizá-lo para evitar deslocamentos errados. 
 
Treine para melhorar o seu equilíbrio - assim como o alongamento é uma parte importante 
para se ter maior flexibilidade e realizar práticas esportivas com segurança, fazer exercícios 
para melhorar o equilíbrio é uma ótima maneira de evitar as torções. Procure por atividades 
com estímulos para o corpo se manter em pé e ter mais controle. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ESTADÃO. Aprenda a evitar entorses de tornozelo. Disponível em 
<https://www.estadao.com.br/emais/bem-estar/aprenda-a-evitar-entorses-de-tornozelo/>. 
Acesso em: 02/02/2023. 
 
NOT - Clínica de Ortopedia e Traumatologia. Entorse de tornozelo: causas, tipos e tratamento. 
Disponível em: <https://notortopedia.com.br/entorse-de-tornozelo-causas-tipos-e-
tratamento/>. Acesso em: 02/02/2023. 
 
CIRURGIA DE PÉ - DR. THIAGO BITTENCOURT. 4 cuidados para evitar fraturas no tornozelo. 
Disponível em: <https://cirurgiadepe.com.br/evitar-fratura-no-tornozelo/>. Acesso em: 
02/02/2023. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA. Entorse de tornozelo. Disponível 
em: <https://sbot.org.br/entorse-de-tornozelo/>. Acesso em: 02/02/2023. 
 
MANUAL MSD. Fraturas do pé. Disponível em: < https://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/fraturas/fraturas-do-
p%C3%A9#:~:text=As%20fraturas%20do%20p%C3%A9%20podem,para%20diagnosticar%20frat
uras%20do%20p%C3%A9>. Acesso em: 02/02/2023. 
 
DSQV/Ufopa 
 
28/02/2023 
 
 
https://www.estadao.com.br/emais/bem-estar/aprenda-a-evitar-entorses-de-tornozelo/
https://notortopedia.com.br/entorse-de-tornozelo-causas-tipos-e-tratamento/
https://notortopedia.com.br/entorse-de-tornozelo-causas-tipos-e-tratamento/
https://cirurgiadepe.com.br/evitar-fratura-no-tornozelo/
https://sbot.org.br/entorse-de-tornozelo/
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/fraturas/fraturas-do-p%C3%A9#:~:text=As%20fraturas%20do%20p%C3%A9%20podem,para%20diagnosticar%20fraturas%20do%20p%C3%A9
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/fraturas/fraturas-do-p%C3%A9#:~:text=As%20fraturas%20do%20p%C3%A9%20podem,para%20diagnosticar%20fraturas%20do%20p%C3%A9
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/fraturas/fraturas-do-p%C3%A9#:~:text=As%20fraturas%20do%20p%C3%A9%20podem,para%20diagnosticar%20fraturas%20do%20p%C3%A9
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/fraturas/fraturas-do-p%C3%A9#:~:text=As%20fraturas%20do%20p%C3%A9%20podem,para%20diagnosticar%20fraturas%20do%20p%C3%A9

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