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Tratamento odontológico em pacientes com doenças sistêmicas | Georgea Miranda PROBLEMAS CARDIOVASCULARES INFARTO AGUDO NO MIOCARDIO Ocorre quando a isquemia (resultante de demanda de oxigênio aumentada e suprimento diminuído) causa disfunção e mortes celulares. A área do miocárdio infartada torna-se não- funcional, normalmente necrosada, e é circundada por uma área isquêmica geralmente reversível que é propensa a servir como fonte para disritmias. Protocolo de atendimento: • Consultar o medico • Avaliar cirurgias eletivas maiores para depois de 6 meses após o infarto (pacientes com menos de seis meses possuem um risco de 3 a 4 vezes maior). • Verificar se o paciente utiliza anticoagulantes(varfarina) • Utilizar protocolo de redução de ansiedade • Medicamento auxiliar: dinitrato de isossorbida. • Manter nitroglicerina disponível; usar profilaticamente se o medico aconselhar (medicamento para caso haja complicaçao) A nitroglicerina é um vasodilatador • Administrar oxigênio suplementar • Proporcionar anestesia local profunda • Considerar o uso de óxido nitroso • Monitorar os sinais verbais e manter contato verbal • Limitar o uso de adrenalina a 0,04mg • Na lidocaina 2% 1:100.000 esta presente 0,02mg de adrenalina, assim limitar a dois tubetes ou diminuir a concentração de adrenalina para 1:200.000 • Considerar o acompanhamento com o cirurgião oral e bucomaxilofacial INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) Ocorre quando o miocárdio doente se torna incapaz de corresponder ao débito cardíaco exigido pelo corpo ou quando uma demanda excessiva é exigida do miocárdio normal. Protocolo de atendimento: • Adiar o tratamento até que a função cardíaca tenha sido medicamente melhorada e o medico acredite que o tratamento seja possível • Utilizar protocolo de ansiedade • Evitar posição supina (devido a maior probabilidade de terem edema pulmonar • Administrar oxigênio PACIENTE HIPERTENSO No livro esta referenciado que procedimentos cirurgicos podem ser realizado até 180:110mmHg, no entanto é uma realidade norte americana. Desta forma, a realidade brasileira inclui o tratamento cirúrgico até 160:100mmHg Hipertensão leve a moderada >140 >90 Protocolo de atendimento: • Recomendar que o paciente procure um médico clínico para o tratamento • Monitorar a pressão do paciente a cada visita e nunca exceder a adminitração de adrenalina em 0,04mg durante cada visita • Utilizar protocolo de redução de ansiedade • Evitar alterações posturais bruscas nos pacientes que fazem uso de drogas que causam vasodilatação • Evitar a administração intravenosa de drogas que contenham sódio Hipertensão severa >200 >110 Protocolo de atendimento: • Adiar o tratamento eletivo até que a hipertensão esteja controlada • Considerar encaminhar o paciente para o cirurgião bucomaxilo DOENÇAS PULMONARES PACIENTE ASMÁTICO Envolve episódios de estreitamento das vias aéreas menores, o que produz sibilo e dispneia a partir da estimulação emocional ou imunológica, infecciosa e química, ou uma combinação delas Protocolo de atendimento: Tratamento odontológico em pacientes com doenças sistêmicas | Georgea Miranda • Protelar o tratamento até que a asma esteja controlada e o paciente não tenha sinais de infecção no trato respiratório • Auscultar o tórax com o estetoscópio para detectar ruídos antes de procedimentos maiores de cirurgia oral ou sedação • Utilizar o protocolo de redução de ansiedade, incluindo óxido nitroso • Se o paciente está ou esteve em uso crônico de corticoesteroides haverá necessidade de profilaxia para insuficiência adrenal • Manter um inalador contendo um broncodilatador facilmente acessivel • Evitar o uso de AINES • Pode possuir alergia a AINE e AAS • A maioria dos pacientes tem alergia a metabissufito de sódio que esta presente em anestésicos que contém adrenalina. Assim, tendo como opção mepivacaína s/vaso ou prilocaina c/filipressina DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) As vias aéreas ficam desorganizadas, perdem suas propriedades elásticas e se tornam obstruídas devido a edema da mucosa, excesso de secreções e broncoespasmo, o que produz as manifestações clínicas de DPOC. ➢ Ocasiona uma menor troca gasosa ➢ Deve-se evitar o uso de benzodiazepínicos por causarem uma diminuição da função respiratória. Protocolo de atendimento: • Adiar o tratamento até que a função pulmonar tenha melhorado e o tratamento seja possível • Auscultar o tórax bilateralmente com o estetoscópio para determinar se os sons pulmonares são adequados • Utilizar o protocolo de redução de ansiedade, mas evitar o uso de depressores respiratórios • Se o paciente está utilizando complementação de oxigênio, continuar com a dose prescrita em fluxo lento. Se o paciente não estiver utilizando suplementação, consultar o médico antes de administrar • Evitar mantê-lo em posição supina • Ter broncodilatadores presentes • Se o paciente fizer uso de corticoesteroides, tratar como se fosse um paciente com insuficiência adrenal DOENÇAS RENAIS INSUFICIÊNCIA RENAL E PACIENTES QUE RECEBEM HEMODIALISE (PERITONIAL OU FILTRAÇÃO SANGUÍNEA) Protocolo de atendimento: • Evitar o uso de drogas que dependem do metabolismo e excreção renal. Modificar a dose se tais drogas forem necessárias (intervalos maiores entre as doses dos medicamentos e se possível ajustar a dosagem para menores) • Evitar o uso de drogas nefrotóxicas, tais como AINES • Marcar o tratamento dentário para o dia seguinte à diálise (devido o uso de heparina nesses pacientes que é prescrito a fim de evitar a coagulação do sangue durante a hemodiálise) Heparina tem tempo de duração na corrente sanguínea em torno de 6H • Consultar o médico assistente a cerca do uso de antibióticos profiláticos (os pacientes que fazem dialíse utilizam uma fistula arteriovenosa, necessitando da profilaxia) • Monitorar a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos • Procurar por sinais de hiperparatireodismo secundário • Tomar precauções com relação a sorologia TRANSPLANTE RENAL • Tratamento só deve ser iniciado após a liberação do paciente por parte do médico assistente ou do cirurgião do transplante • Geralmente fazem uso de imunossupressores junto com corticoesteroides • Evitar o uso de drogas nefrotóxicas • Considerar o uso de corticosteoide suplementar Tratamento odontológico em pacientes com doenças sistêmicas | Georgea Miranda • Monitorar a pressão sanguínea • Considerar a sorologia para hepatite B antes do tratamento dentário. Tomar precauções contra hepatite caso não possa fazer os testes • Atenta para presença de hiperplasia gengival induzida pela ciclosporina A. Enfatizar a importância a higiente oral • Considerar o uso de antibióticos profiláticos particularmente para pacientes em uso de agente imunossupressores. • O rim é responsável por liberar a eritropoietina que tem como função estimular a produção de hemácias DOENÇAS HEPÁTICAS ✓ Solicitar hemograma, coagulograma ✓ Os problemas hepáticos podem ser resultantes de doenças infecciosas, abuso de álcool ou congestão biliar ou vascular ou gordura. Requer consideração especial antes da realização da cirurgia oral. ✓ Produção reduzida dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K (II, VII, IX e X) ✓ Pode ser necessário evitar drogas ou alterar dosagens que possuem metabolização hepática. ✓ Os anestésicos de escolha para esses pacientes são prilocaína c/filipressina ou articaina. Estes possuem dupla metabolização. ✓ A articaina é metabilizada pela enzima pseucolinesterase plasmática INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA Procurar descobrir a causa do problema hepático, se a causa for hepatite B, tomar as precauçõesusuais DOENÇAS ENDÓCRINAS DIABETES MELLITUS Dividido em: ■ Tipo I: mais comum em crianças e dependem da injeção de insulina – Insulino dependentes ■ Tipo II: mais comum em adultos- Não insulino dependentes ✓ Uma hiperglicemia leve a moderada, de curta duração, geralmente não é um problema significativo para as pessoas com diabetes ✓ Socilitar glicemia plasmática em jejum, hemoglobina glicada ✓ A partir de 110 é considerado pré diabético ✓ É melhorar errar para o lado da hiperglicemia do que para hipoglicemia, tendo em vista que o corpo tolera melhor a hiperglicemia. Pacientes insulino-dependentes Protocolo de atendimento: • Adiar a consulta até que esteja bem controlado • Evitar consultas longas • Utilizar protocolo de redução de ansiedade • Monitorar o pulso, respiração e a pressão sanguínea antes, durante e após a cirurgia • Manter contato verbal • Se o paciente não puder beber ou comer antes da cirurgia oral e tiver dificuldade em se alimentar após a cirurgia, intruí-lo a não tomar a dose usual de insulina NPH ou da regular, iniciar infusão venosa de soro a 5% com gotejamento de 150ml/h • Se possível, orientar o paciente a tomar café da manhã normal antes da cirurgia e a tomar a dose usual de insulina regular, mas somente a metade da insulina NPH. • Orientar o paciente a não reassumir a dose normal de insulina até que ele esteja apto a retornar à ingestão calórica e nível de atividades habituais Pacientes não insulino dependentes Protocolo de atendimento: • Adiar até que esteja controlado • Evitar consultas longas • Redução de ansiedade • Manter contato verbal • Se o paciente não puder beber ou comer antes da cirurgia oral e tiver dificuldade em se Tratamento odontológico em pacientes com doenças sistêmicas | Georgea Miranda alimentar após a cirurgia, intruí-lo a não tomar o hipoglicemiantes oral desse dia • Estar atento aos sinais de hipoglicemia • Tratar as infecções agressivamente HIPERTIREODISMO • Adiar a cirurgia até que a disfunção esteja controlada • Monitorar o pulso e a pressão sanguínea antes, durante e após a cirurgia • Tomar cuidado com a quantidade de adrenalina COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS Os pacientes com desordens sanguíneas hereditárias geralmente estão conscientes do seu problema COAGULOPATIA Protocolo de atendimento: • Adiar a cirurgia até que o hematologista seja consultado sobre o tratamento do paciente • Obter os testes básicos de coagulação (TP, TTP, Tempo de sangramento de Ivy, contagem de plaquetas) e sorologia para hepatite • Agendar o paciente de modo que a cirurgia seja realizada logo após as medidas de correção da coagulação • Promover o aumento da coagulação com o uso de substâncias tópicas que promovem coagulação • Instruir o paciente sobre como prevenir o deslocamento do coágulo e o que fazer se o sangramento retornar • Evitar prescrever AINEs DESORDENS CONVULSIVAS (EPILEPSIA) ✓ Os pacientes com história de convulsões devem ser questionados sobre a frequência, tipo, duração e sequelas das convulsões ✓ A convulsões podem ser resultado de síndrome de abstinência do álcool, febre alta, hipoglicemia ou dano cerebral por trauma, ou ainda pode ser idiopática ✓ O estímulo luminoso pode ser um dos causadores da epilepsia, deve ter cuidado com o foco utilizado em consultório ✓ A hipoglicemia também pode ser um desencadeante Protocolo de atendimento: • Adiar a cirurgia até que estejam bem controladas • Considerar a obtenção dos níveis plasmáticos da medicação anticonvulsivante se houver dúvidas quanto à coorperação do paciente • Utilizar o protocolo de ansiedade • Evitar hipoglicemia e fadiga • Se necessário dar diazepam intramuscular ou a carbamazepina GESTANTES Protocolo de atendimento: • A posição preferencial para gestantes é decubito lateral esquerdo devido a veia cava • O anestésico de preferência é lidocaína 2%, até dois tubetes • O analgésico de escolha é o paracetamol • Evitar AINEs • Medicamentos com classificações de risco X são comprovadamente teratogênicos • Manter a paciente na posição supina • Permitir que a paciente vá com frequência ao banheiro • A melhor época para realização dos procedimentos é no segundo trimestre REFERÊNCIAS: • Hupp, James R.; Ellis, Edward; Tucker, Myron R. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. 6º edição. Editora Elsevier, 2015. • Informações dadas em sala de aula
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