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Professor autor/conteudista: JOÃO CARLOS BARRETO É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação pública, sob pena de responsabilização civil e criminal. SUMÁRIO Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1 . Caracterização do comércio internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2 . Comércio internacional e sua relevância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3 . Os aspectos envolvidos em comércio internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3.1 O processo de exportação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 3.1.1 Aspecto negocial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3.1.2 Aspecto administrativo fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.1.3 Aspecto administrativo cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.1.4 Aspecto administrativo tributário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 3.1.5 Aspecto administrativo logístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.2 O processo de exportação visto pelas MPEs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 3.3 Notas gerais sobre exportação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 3.4 O processo de importação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 3.4.1 Aspecto administrativo fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 3.4.2 Aspecto cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 3.4.3 O processo de importação visto pelas pessoas físicas . . . . . . . 57 3.4..4 Notas gerais sobre importação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Sugestões de leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Pág. 4 de 68 INTRODUÇÃO Apesar de ser um tema bastante explorado nos últimos anos, sempre é importante ressaltar o processo de importação e exportação de uma forma didática e detalhada, pois há um engano quanto às suas práticas: a importação e a exportação vão além da simples compra ou venda de um produto, sendo importantes em diversos aspectos. A ideia é disseminar esses aspectos que envolvem o processo de importação e exportação e, dessa forma, criar algo como um pequeno manual de negócios internacionais, capaz de suprir, mesmo que não totalmente, as diversas fases do processo para um aluno que pretende se aprofundar ou um microempreendedor que pretende se arriscar nesse mercado tão grande e cheio de oportunidades. Pensando dessa forma, é possível dizer que fazer importação ou exportação é fundamental para uma empresa que quer se manter nos negócios? A resposta é sim, desde que a empresa observe os cenários econômicos, políticos e sociais do país em que se pretende atuar, ou ainda, analisar os concorrentes e demais fatores que possam influenciar em seu resultado. De uma maneira geral é, sem dúvida, uma grande opção de negócio o ingresso no mercado internacional, ávido por novos produtos e serviços, entretanto, cruel com produtos e serviços com qualidade duvidosa, preço divergente da média ou ainda fornecedores que não cumprem o combinado entre comprador e vendedor. Não cumprir conforme o combinado, o vilão das empresas... Espera um pouco, esse processo é obviamente muito importante, mas a sua relevância é tão grande assim? Em comércio internacional, sem dúvida o combinado não sai caro. Então, cumprir prazos, acordos de preço e qualidade de produto são aspectos tão importantes quanto abrir o mercado. Uma falha apenas pode comprometer todo o esforço de captação de clientes e sugerir retaliações de outros países e/ou clientes. Apesar desse fator, estar no mercado internacional é ainda algo extremamente lucrativo, pois as moedas variam muito os seus valores e isso pode tornar os negócios bem interessantes. Uma coisa é certa: pensando como Brasil, com seu real sendo uma moeda intermediária no cenário mundial, exportar ou importar pode ser sim um grande alicerce para empresas de uma forma geral. Pág. 5 de 68 Por enquanto, já é possível perceber que o início do processo é importante, garantindo que o combinado seja cumprido. Por outro lado, a questão cambial também é fundamental. Não podemos esquecer das questões de documentação, um dos principais fatores de atraso em negócios internacionais. A documentação é tão relevante que merece uma atenção redobrada para evitar multas e desacordos. Nessa mesma linha, a parte fiscal, envolvendo os tributos que serão gerados no processo de comércio exterior, também causa atrasos e transtornos quando mal administrados. Tão importante quanto entender essas questões é fazer corretamente os processos, a fim de evitar multas pesadas por classificações inadequadas de produtos, por exemplo. Não menos importante, mas complementando o processo, é necessário entregar os produtos. A parte logística é a finalização de um processo que não é simples de se fazer, demanda muitas análises de mercado e opções disponíveis no momento da efetivação do processo. De uma forma geral, serão abordados cinco aspectos que fazem o processo de importação ou exportação acontecer: 1. aspecto negocial, que trata do conhecimento de mercado, das informações gerais acerca do país, envolvendo cultura, clima etc., até a forma de tratar de negócios com os clientes ou fornecedores; 2. aspecto cambial, referente ao impacto da moeda no preço; 3. aspecto tributário, analisando os custos gerados no processo, seja pela importação ou exportação; 4. aspecto administrativo fiscal, que compreende toda a parte de documentação, acordos comerciais envolvidos e práticas necessárias para a consolidação dos negócios; e 5. aspecto logístico, que surge desde a escolha do modal, passando pelos processos de armazenagem, até a chegada ao destino. Assim, a junção desses aspectos compreende a atividade de comércio internacional, ou ainda a importação e a exportação, que serão detalhadas posteriormente. Antes disso, é importante perceber a importância e a relevância dos negócios internacionais para os países, criando assim uma visão mais ampla sobre esse tipo de atividade. Pág. 6 de 68 1. CARACTERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Para se caracterizar o comércio exterior, deve-se ter uma atividade comercial entre países. A importação é o ato de adquirir de outros países bens diversos e serviços. Nesse cenário podem ser considerados produtos de qualquer natureza e até mão de obra. Para a exportação, o caminho é inversamente proporcional. São disponibilizados aos países bens e serviços diversos. Da mesma forma da importação, o comércio pode ser de produtos, consultoria e turismo, dentre outros. As formas de se fazer esse comércio são pela venda direta ou indireta: a) venda direta é aquela em que o fabricante negocia diretamente com o comprador; e b) venda indireta é aquela em que há um ou vários intermediários que compõem a negociação entre fabricante e comprador. Nessa atividadede venda indireta, destaca-se a participação das trading companies. As tradings são empresas que conhecem o mercado internacional e intermediam a compra e a venda de mercadoria e serviço. Para isso, participam do contrato e negociam preço, dentre outras atividades. Sempre há o pensamento de que operar com venda direta é muito melhor, pois sem intermediário o lucro é maior. Isso é verdade, entretanto, a entrada no mercado pode ser muito mais complicada, pois os custos para manter a operação são mais altos. Lembrando que as duas formas de vendas são importantes e que cada caso deve ser analisado para se tomar a decisão de ter ou não intermediários no processo. Dessa forma, há de se entender a relevância desse comércio para os países e para as empresas que dele utilizam. 2. COMÉRCIO INTERNACIONAL E SUA RELEVÂNCIA Não há no mundo uma nação que viva apenas de seus recursos, sejam eles produtos ou serviços. O que existe são países com larga disponibilidade de produtos específicos, mas com escassa ou nenhuma disponibilidade de outros. A Venezuela é um exemplo claro desse cenário. Embora rica em petróleo (95% de sua exportação está relacionada com petróleo e seus derivados), importa diversos produtos, principalmente alimentos como carne, frango, açúcar etc. Apesar de o Brasil exportar commodities (açúcar, soja etc) para diversos países e regiões, tais como EUA, Europa e Ásia, há também envio de produtos inusitados para praças convencionais, ou Pág. 7 de 68 nem tanto assim, como pode ser observado nos embarques computados em 2012 e citados por MARINS (2018): • exportação de sêmen líquido bovino para destinos como Equador, Sri Lanka e Tanzânia; • exportação de baralhos com destino a Colômbia e Panamá; • exportação de goma de mascar para EUA e Europa; • exportação de paraquedas, principalmente para Argentina; e • exportação de vergalho, membro genital do boi, com mais de 130 mil kg enviados principalmente para a Coreia do Sul em dados de 2013. Esse item pode ser consumido, virar brinquedo ou ainda alimento para cães. • Exportação de cabelo bruto, totalizando 536 kg com destino principal Israel. Nesse caso, foram mais de 1,6 mil kg de madeixas naturais. A tradição judaica proporciona uma concentração na região. Ficou curioso? Acesse uma matéria sobre o assunto. Dessa forma, outros fatores podem ser relevantes para que se efetive o comércio exterior entre os países. Aspectos relacionados aos interesses políticos, aos produtos estrangeiros para melhorar a qualidade do produto interno, comerciais etc. Por essas razões, os países buscam, por meio de suas empresas, alianças internacionais para fomentar o comércio de seus produtos e, assim, ganhar em competitividade e referência de mercado. O Brasil, por exemplo, é atualmente o maior exportador de carne de frango (REUTERS, 2019) e o segundo maior produtor de soja do mundo (EMBRAPA, 2018). No ambiente governamental, o comércio exterior também tem atenção especial. No Brasil, a estrutura que regula e controla as ações de importação e exportação está distribuída conforme a figura 1. Pág. 8 de 68 Figura 1 – Órgãos envolvidos na exportação Presidência da República BACEN SECEXSRF Ministério da Fazenda Outros Ministérios CAMEX Câmara de Comex Ministério do Desenv. Ind. e Com. Exterior Ministério das Relações Exteriores DE CEX Depto. de Operações de Comex DE COM Depto. de Defesa Comercial DE INT Depto. de Negociações Internacionais DE PLA Depto. de Planej. e Desenvol. do Comex Fonte: adaptado de Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) (BRASIL, 2016). Disponível em <http://www.mdic.gov.br/institucional/organograma>. A figura 1 demonstra a importância do comércio internacional para a política econômica brasileira. Assim, os ministérios e os seus órgãos subordinados desempenham papel fundamental nas ações que regem o comércio exterior, tais como: • Secretaria da Receita Federal (SRF): fiscaliza as exportações e importações de mercadorias, além de verificar se os incentivos fiscais estão praticados em acordo com a legislação vigente e a arrecadação dos direitos aduaneiros sobre a entrada e saída de mercadorias. • Banco Central (Bacen): faz cumprir as determinações que regulam a entrada e saída de divisas, além de autorizar, fiscalizar e manter a estabilidade relativa às taxas de câmbio junto ao mercado e às instituições financeiras que nele operam. É importante ressaltar que todas as atividades comerciais entre países têm a OMC (Organização Mundial de Comércio) como sua reguladora, para que não haja casos de dumping (venda de produto abaixo de seu custo de produção por meio de subsídio) ou qualquer outra ação que possa tornar a atividade comercial caracterizada como concorrência desleal. É também a OMC responsável pela intermediação de acordos entre países na prática de comércio exterior, na criação de blocos econômicos etc. Pág. 9 de 68 Entretanto, para que seja possível compreender as atividades de comércio exterior e a relação com os diversos segmentos de negócio, é necessário interpretar os 5 aspectos que o compõem, destacadas a seguir: • aspecto negocial; • aspecto administrativo fiscal; • aspecto administrativo cambial; • aspecto administrativo tributário; • aspecto administrativo logístico. 3. OS ASPECTOS ENVOLVIDOS EM COMÉRCIO INTERNACIONAL A partir desse momento a ideia é buscar uma sequência para o entendimento dos processos de exportação e importação por meio dos cinco aspectos já citados anteriormente: negocial, cambial, tributário, administrativo fiscal e logístico. Como há necessariamente processos diferenciados quando se fala de exportação e importação, essa sequência iniciará pela exportação pelo maior interesse envolvido. Posteriormente, ao falarmos da importação, as diferenças dos processos serão percebidas. Vale ressaltar que algumas situações de negócios não serão aprofundadas por não fazerem parte do escopo desta disciplina. 3.1 O processo de exportação Sempre há muita dúvida do que envolve a exportação e como ela deve ser realizada minimizando possíveis erros de processo, atraso em entrega de documentação, produtos etc. Para isso, a figura 2 apresenta um fluxo típico de exportação. Pág. 10 de 68 Figura 2 – Fluxograma da exportação Exportador LPCO (Quando o TA indica necessidade) DU-E registrada Controle adminsitrativo concluído (deferimento da licença) ACD (Apresentação da Carga para despacho) Licenças que não impedem desembaraço (MAPA e Financiamento) podem ser vinculadas à DU-E em qualquer momento.Nota Etapa RFB concluída DU-E desembaraçada Depósito entrega carga ao transportador Transportador leva a carga ao exterior Gerenciamento de risco RFB Recepção da Nota no CCT FLUXO BÁSICO DA EXPORTAÇÃO Quem recebe é o depositário. Licença que impede desembaraço precisa estar deferida e vinculada na DU-E para que ocorra desembaraço. A Licença pode ser solicitada antes ou depois do registro da DU-E Fonte: http://portal.siscomex.gov.br/informativos/manuais/copy_of_GUIADUE.pdf, p. 3. Obviamente, pelas diversas diferenças que existem entre porte de empresa, produtos e características, exigências governamentais, valores envolvidos etc., o fluxograma (figura 2) pode apresentar diferenças quando comparado com outros tipos de produtos, entretanto, acredita-se que haja pequenas variações que não destoam em grande parte do conceito apresentado. Dessa forma, os cinco aspectos (negocial, tributário, logístico, administrativo fiscal e cambial) estarão de alguma sendo parte desse fluxograma, garantindo assim o pleno funcionamento da operação de exportação. O primeiro a ser analisado é o aspecto negocial. 3.1.1 Aspecto negocial Pensa que é fácil? Não é. Escolher o produto ou serviço que será exportado requer muita análise prévia e entendimento dos mercados. O começo para qualquer negócio é, sem dúvida, muito complicado. Quando se trata de comércio internacionalentão, parece uma barreira intransponível. Diante desse cenário, o aspecto negocial pode (e deve) ter uma contribuição valiosíssima no propósito de fazer negócios com países ou empresas. Pág. 11 de 68 Caracteriza-se como aspecto negocial a atividade de entendimento de mercado, análise do país que com que se pretende fazer negócio e análise e entendimento dos mercados, dentre outros fatores. Então, vamos começar! a) Definição do que exportar A identificação, dentro da linha de produtos, é o primeiro passo para aqueles que podem fazer frente aos concorrentes no mercado internacional. São pontos importantes para começar: I. preço praticado no exterior; II. distribuição do produto; III. marketing; IV. capacidade de atendimento da empresa (nível de produção); V. embalagem; VI. meios de transporte para embarque do produto; VII. exigências do mercado recebedor (tarifárias e não tarifárias); VIII. concorrência. Para ajudar na internacionalização da empresa, o governo propicia algumas alternativas. O destaque é para o Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR), vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, que trabalha com pesquisas de mercado, verifica produtos com potencial de comercialização internacional, além de informações valiosas de como exportar para determinado país. Mesmo com o avanço da tecnologia que diminui a necessidade de encontros presenciais, é importante o exportador conhecer o país de destino de seus produtos, participar de feiras e conhecer seus concorrentes diretos no país. Lembre-se sempre que da mesma forma que há retaliação por alguns produtos importados, o mesmo pode acontecer com a empresa quando é desconhecida e entra em um mercado já consolidado. a . A cultura na exportação Quando um estrangeiro vem ao Brasil, ele se depara com situações diversas que são amplamente estranhas ao seu modo de viver. Essas situações podem ser desde pequenos detalhes do cotidiano de uma família até ações de uma população que acredita em algo político, de convivência etc. Não importa a origem, as diferenças sempre vão existir. O importante é saber lidar com as diversidades que sempre surgem. Pág. 12 de 68 E o que isso tem a ver em exportação? Tudo. Exportar é vender e vender é entender o cliente, não é verdade? Sendo assim, o próprio governo brasileiro criou algumas informações importantes que as empresas devem saber quando da entrada em mercado internacional. Algumas delas são citadas pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 25-26): Como funcionam as negociações na Europa Ocidental i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências iniciais moderadas ii. Apresentação de questões: uma de cada vez iii. Apresentações: formais iv. Tratamento de divergências: cortês, direto v. Concessões: bastante lentas Como funcionam as negociações na Europa Oriental i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências iniciais elevadas ii. Apresentação de questões: podem ser agrupadas iii. Apresentações: bastante formais iv. Tratamento de divergências: argumentativo v. Concessões: lentas Como funcionam as negociações na América Latina i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências iniciais moderadas ii. Apresentação de questões: uma a uma iii. Apresentações: informais iv. Tratamento de divergências: argumentativo v. Concessões: lentas Pág. 13 de 68 Como funcionam as negociações na América do Norte i. Propostas iniciais vs. acordo final: elevadas exigências iniciais ii. Apresentação de questões: uma de cada vez iii. Apresentações: formais iv. Tratamento de divergências: franco v. Concessões: lentas Como funcionam as negociações no Oriente Médio e na África do Norte i. Propostas iniciais vs. acordo final: muitas exigências iniciais ii. Apresentação de questões: uma de cada vez iii. Apresentações: informais iv. Tratamento de divergências: bastante verbalizado v. Concessões: lentas Como funcionam as negociações na Ásia e na Orla do Pacífico i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências de moderadas a altas ii. Apresentação de questões: podem ser agrupadas iii. Apresentações: bastante formais iv. Tratamento de divergências: cortês; silêncio, quando corretos v. Concessões: lentas Como funcionam as negociações na África Subsaariana (sul do Saara) i. Propostas iniciais vs. acordo final: elevadas exigências iniciais ii. Apresentação de questões: isoladas iii. Apresentações: informais iv. Tratamento de divergências: direto Pág. 14 de 68 v. Concessões: lentas. Além desses fatores, para a aceitação do produto, os consumidores do país de destino tradicionalmente são influenciados por três fatores (BRASIL, 2011): • preço: condizente com o mercado local; • embalagem: considerando integridade do produto e garantindo atração pelo consumidor; • assistência técnica: proporcionando garantia do produto, utilização, atendimento às solicitações e reclamações, reposição de peças, troca de produto, reparo e manutenção com profissionais especializados. c . Canal de distribuição O caminho que o produto irá fazer até o cliente comprador passa pela escolha do meio de transporte adequado. São importantes fatores para determinação do melhor canal de distribuição: I. as características do produto, tais como dimensão, peso, apresentação, perecibilidade; II. quantidade comprada média quando for o caso, localização, poder aquisitivo e destino do produto (consumidor final ou indústria e comércio); e III. qualificação de agentes intermediários. Pág. 15 de 68 O item III merece alguma explicação. De uma forma geral, há dois tipos de intermediários: os agentes e os comerciantes. A diferença entre os dois é a posse do produto. Enquanto o primeiro não toma posse, o segundo assume a responsabilidade e posse legal dos produtos. No caso do agente, é possível separá-los em três tipos: 1. agente externo: geralmente é o representante do exportador que possui exclusividade sobre a venda do produto e recebe comissão pelos negócios realizados; 2. broker: é o típico corretor. Atua em mercados específicos, geralmente em bolsa de valores e com produtos commodities. Dessa forma, a comissão vem pelos valores das operações; e 3. factor: geralmente recebe o produto sob consignação e tem a comissão pela venda realizada. No caso dos comerciantes, é também possível separar em três tipos: 4. importador-distribuidor: como o nome diz, importa e comercializa os produtos no destino; 5. subsidiária: geralmente criada pelo produtor para gerenciar a operação no país de destino; e 6. rede de atacadistas e varejistas: responsáveis pela compra e venda do produto no mercado. Está complicado? Nem tanto, não é verdade? Para que o processo de exportação seja bom para o produtor, esses entendimentos tornam-se importantes. Não há como fugir dessas análises para que, na decisão de exportar, tenha se planejado adequadamente. d . Planejamento O planejamento vem nesse momento? Na verdade, não. Ele deve fazer parte desde o início, entretanto, como é comum, ao longo da ideia de exportar, o entusiasmo, a possibilidade de lucrar mais que o mercado interno pode esconder algumas perspectivas. São essas perspectivas que foram transformadas em perguntas pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 30) para que o exportador realmente tenha certeza do que está fazendo. Pág. 16 de 68 Sumário: identificar por que entrar nesse mercado e quais são as probabilidades de sucesso; Situação presente: identificar quais produtos da empresa têm potencial para exportação; Objetivos: identificar metas de curto e de longo prazo para a empresa na exportação; Gerenciamento: relacionar os setores da empresa que serão envolvidos no negócio; Análise de mercado: definir estratégias de vendas do produto; Clientes alvo: descrever o perfil do consumidor e seus hábitos e costumes; Análise da concorrência: apoiar-se em estudo dos concorrentes; Estratégias de marketing: definir estratégias para atração e retenção do cliente; Preços: definirpreços internacionais e estimativas de lucro; Métodos de distribuição: identificar canais de distribuição em determinado mercado; Plano de fabricação: identificar como serão produzidos os produtos para exportação, assim como o volume; Balanço contábil: identificar dados sobre liquidez e fluxo de caixa da empresa nos últimos anos; Fonte de financiamento: verificar como obter financiamento para a expansão de recursos; Conclusão: apresentar o plano de ação com os dados do lucro esperado e o cronograma da operação. Ainda com a certeza de exportar? Então, é o momento de fazer a formação de preço do produto que pretende lançar no mercado. e . Formação de preço Receber em dólar sempre pareceu a melhor opção de negócio ao produtor brasileiro. É fato que o ganho em comércio internacional tende a ser maior que o mercado interno quando comparadas as mesmas demandas. Para isso, há uma explicação: a venda para um país distante costuma ser Pág. 17 de 68 em escala maior que a venda em mercado interno, que pode existir inclusive a venda unitária desse produto. Com todos os custos envolvidos nesses dois modelos de operação e a variação cambial, a exportação sempre parece ser mais rentável. Por outro lado, o cálculo para definição de preço de exportação deve considerar diversos fatores para que, ao final, a empresa não tenha prejuízo. Sim, é possível ter prejuízo nesse mercado, apesar das cifras tentadoras. E qual o melhor raciocínio para definir o preço de venda? Na verdade, quando está no mercado interno, os concorrentes tendem a ter custos similares, ou seja, o valor de armazenagem de um produto, por exemplo, pode ser muito próximo do custo de armazenagem de um concorrente. No mercado externo, podem ser várias empresas de diversos países, com custos completamente diferentes. Um exemplo é o custo de transporte no Brasil quando comparado com outros países. Pela grande incidência do modal rodoviário e a consequente dependência desse meio de transporte, o produto brasileiro pode chegar mais caro que o concorrente que produz em um país que utiliza outro tipo de modal menos custoso. Outros fatores como a entrada de concorrentes também influenciam o preço, justificando uma análise constante sobre o mercado. O MRE (BRASIL, 2011, p. 31-32) sugere alguns fatores que influenciam o preço de exportação: a) competidores potenciais; b) custos de produção; c) esquemas de financiamento à exportação; d) tratamento tributário aplicável à exportação; e) despesas de exportação (embalagem específica para exportação; despesas portuárias; despesas com despachantes; gastos com pessoal especializado, caso a empresa não decida pela exportação indireta; frete e seguro interno até o local de embarque etc.); f) preços praticados por competidores de terceiros países; Pág. 18 de 68 g) comportamento dos consumidores; h) novas tecnologias. Para a formação de preço de exportação, considera-se a tabela 1 como demonstração. Tabela 1 – Preço de venda – exportação Modelo de Exportação – SIMULAÇÃO Observações Produto Bijouterias Preço MI (sem IPI) R$ 98,00 para efeito de cálculo de deduções Preço MI (com IPI) R$ 112,70 15% Deduções IPI (sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 14,70 15% ICMS (sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 11,76 12% COFINS (sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 7,45 7,6% PIS (sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 1,57 1,6% Lucro no MI (sobre o preço de mercado sem IPI) R$ 9,80 10% Embalagem (MI) R$ 5,00 Outros (comissão, logística, desp. financ., etc) R$ 0,00 Total de Deduções R$ 50,28 Subtotal 1 (preço com IPI - deduções) R$ 62,42 Inclusões Embalagem ME R$ 9,00 Frete e Seguro R$ 16,00 Fábrica até porto de origem Pág. 19 de 68 Outros (comissão, despesas em geral) R$ 0,00 Total R$ 25,00 Subtotal 2 (subtotal 1 + inclusões) R$ 87,42 Lucro pretendido R$ 15,43 15% Preço FOB em R$ R$ 102,85 Câmbio (USD1) R$ 4,02 Preço FOB em USD USD 25,59 Fonte: elaborado pelo autor. f . Núcleos internacionais e acordos comerciais e técnicos Para um exportador, é importante também conhecer os órgãos internacionais que regem as atividades de comércio exterior. O principal dele é a Organização Mundial do Comércio (OMC). A figura 3 apresenta a estrutura da entidade. Pág. 20 de 68 Figura 3 – Estrutura OMC Conferência Ministerial Conselho Geral Comitês Conselho para oComércio de Mercadorias Comércio e desenvolvimento Comércio e Meio Ambiente Acordos Regionais de Comércio Restrições de BP Administrativo Acesso a mercados Agricultura Medidas Sanitárias e Fitossanitárias Barreiras técnicas Antidumping Subsídios e medidas compensatórias Conselho para o Comércio de Serviços Conselho para o TIRPS OMC - Estrutura Organizacional Fonte: Enap (2017, p. 13). Disponível em: <http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3095/3/ Estrutura%20e%20Principais%20Regras%20da%20OMC%20%281%29.pdf>. É importante que o exportador conheça alguns acordos importantes para, caso seja possível, utilizar-se de benefícios fiscais e facilidades de entrada no país de destino, dentre outros fatores. Nesse sentido, o exportador deve providenciar o certificado de origem. O certificado de origem é o documento que atesta a origem da mercadoria e, principalmente, o cumprimento das exigências impostas pela legislação do país de destino, sendo utilizado em toda operação de exportação. É providenciado pelo exportador e utilizado pelo importador para requerer isenção ou redução do imposto de importação, segundo os acordos comerciais existentes. O Brasil possui alguns acordos comerciais com características distintas: • Aladi – Associação Latino Americana de Integração; • SGP – Sistema Geral de Preferências; • SGPC – Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento; • Mercosul – Mercado Comum do Sul. Dessa forma, uma das alternativas do comércio exterior em tornar a operação menos burocrática é a criação de acordos comerciais entre países, também denominado de bloco econômico, grupo de países em que há uma constituição de livre comércio, ou seja, os países compram e vendem mercadorias em acordo com suas necessidades e sem as barreiras de um processo tradicional. Pág. 21 de 68 O Mercosul é um bloco econômico em que o Brasil está inserido. A União Europeia é também um bloco econômico, talvez o mais importante nos dias de hoje pela unificação da moeda (Zona do Euro) e de procedimentos. O Nafta, em que aparecem os países da América do Norte, incluindo os Estados Unidos, é outro modelo de bloco econômico bastante conhecido. Para se compreender como funcionam os acordos comerciais, pode ser citado o SGP – Sistema Geral de Preferências. Ele funciona como um aditivo que concede redução parcial ou total de impostos e taxas (nesse caso o Imposto de Importação), quando os produtos são originados de países em desenvolvimento. Para que o processo tenha êxito, é necessário verificar se o produto a ser exportado está na lista de produtos autorizados para a emissão de SGP, se o produto tem origem no país exportador, se o produto será transportado diretamente do exportador para o importador e a apresentação da prova de origem à alfândega, denominado de Certificado de Origem Formulário A ou Form A. No Brasil, o Banco do Brasil é o único responsável pela emissão desse documento, com as seguintes exigências da Portaria nº 43 de 2012 (BRASIL, 2012): I. Três vias do Formulário A preenchidas em inglês ou francês, sem rasuras (os formulários poderão ser obtidos nas dependências emissoras); II. Conhecimento de embarque (ver Portaria Secex nº 12, de 3 de setembro de 2003, art. 52, § 2º); III. Fatura comercial; IV. Registro de Exportação (RE) ou Declaração Simplificada de Exportação (DSE), conforme o caso; V. Quadro demonstrativo do preço (modelo disponível nas unidades emissoras); VI. Outros documentos que sejam necessários à comprovação da origem do produto. Outro formato de liberação comercialentre países é citado pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 41-42): a) Área de preferência tarifária – resulta de acordos entre os países visando à redução de tarifas alfandegárias no intercâmbio entre os signatários, para a totalidade dos produtos ou para grupos de produtos. Os acordos podem estabelecer reduções de tarifas de importação para valor predeterminado ou redução gradativa, por meio de cronograma de reduções de tarifas; b) Área de livre comércio – as barreiras ao comércio de bens entre os países membros são eliminadas, mas estes mantêm autonomia na administração de sua política comercial; Pág. 22 de 68 c) União aduaneira – a circulação intrabloco de bens e serviços é livre, a política comercial é uniformizada, e os países membros utilizam uma tarifa externa comum; d) Mercado comum – equivale à união aduaneira, mas permite também o livre movimento de fatores produtivos (trabalho e capital); e) União econômica – estágio posterior ao mercado comum que contempla a coordenação estreita das políticas macroeconômicas dos países membros e, eventualmente, a adoção de moeda única. É também importante avaliar os requisitos técnicos de cada país e seus órgãos. No Brasil, o Inmetro é uma importante fonte de consulta para os produtos adentrarem ao país. Um exemplo disso é a regulamentação de brinquedos para crianças com até três anos que tenham funcionamento por pilhas. No Brasil, é obrigatório que esse brinquedo venha com parafusos no recipiente em que estão localizadas as pilhas, aberto apenas com a utilização de chave de fenda ou afins. Assim, as empresas que desejam exportar para o Brasil esse tipo de mercadoria devem atentar-se à exigência e investir em pesquisa e desenvolvimento para se adequarem às leis do país. Outras situações são percebidas também nesse processo. Os alimentos in natura (carnes, por exemplo) passam pela vistoria do SIF (Secretaria de Inspeção Federal), responsável pela garantia da qualidade e da rastreabilidade do produto. As plantas fabris, ao receberem o selo do SIF, têm autorização para exportar em acordo com a liberação do órgão e dos países compradores. Nos EUA, o FDA (Food and Drugs Administration) tem papel semelhante na entrada de alimentos e drogas lícitas ao país. 3.1.2 Aspecto administrativo fiscal O aspecto negocial envolveu ações de entender qual produto vender no mercado internacional, o que se pode utilizar para facilitar a entrada nos países e ainda a formação de preço. É um passo importante essa definição, entretanto, se faz necessária a formalização do negócio perante o governo brasileiro. Nesse momento, entram os sistemas de informação. São os mecanismos que o governo federal possui para acompanhar e fiscalizar os milhares e talvez milhões de transações diárias que acontecem nesse mercado, tanto para a exportação quanto para a importação. É para isso que existe o Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior). Pág. 23 de 68 O Siscomex data de setembro de 1992 e envolve várias áreas do governo, tais como Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Receita Federal do Brasil (RFB) e pelo Banco Central do Brasil (Bacen), denominados órgãos “gestores” do sistema. Participam ainda do Siscomex, órgãos “anuentes”, o Comando do Exército (Comexe), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Departamento da Polícia Federal (DPF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros (BRASIL, 2011, p. 74). Já é possível perceber a importância do Siscomex no comércio internacional pela quantidade de órgãos do governo que foi relacionada. Mas como ele funciona efetivamente? Para responder essa pergunta, se faz necessário entender o processo para entrada da empresa e do produto no sistema, observando informações iniciais do governo sobre o assunto, destacado pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 47): Por meio do SISCOMEX, as operações de exportação são registradas e, em seguida, analisadas on-line pelos órgãos gestores do sistema. O Anexo “N” da Portaria SECEX nº 10, de 24 de maio de 2010, trata das remessas ao exterior que estão dispensadas de Registro de Exportação. Os produtos que necessitem de procedimentos especiais (normas específicas de padronização e de classificação), que estejam sujeitos a imposto de exportação ou que tenham a exportação contingenciada ou suspensa, em virtude de legislação ou em decorrência de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, estão relacionados no Anexo “P” da Portaria SECEX nº 10/2010. O Anexo “S” da referida Portaria SECEX relaciona os produtos não passíveis de exportação em consignação. Os produtos sujeitos à manifestação prévia dos órgãos do Governo na exportação estão indicados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX. Ainda destacando o entendimento sobre o sistema, o MRE (BRASIL, 2011, p. 47-48) informa: Para processar suas operações de exportação, as empresas exportadoras podem acessar o SISCOMEX diretamente, de seu próprio estabelecimento, desde que disponham dos necessários equipamentos e de condições de acesso. A empresa poderá utilizar, ainda, para processar suas exportações: a) despachantes aduaneiros; b) rede de computadores colocada à disposição dos usuários pela Receita Federal do Brasil (salas de contribuintes); c) corretoras de câmbio; d) agências bancárias que realizem operações de câmbio; e e) outras entidades habilitadas. Dessa forma, as Pág. 24 de 68 empresas exportadoras têm a possibilidade de encaminhar e de receber comunicações dos órgãos intervenientes em comércio exterior encarregados de autorizações e de fiscalização pertinentes ao processo de exportação. Para as empresas, o Sistema representa, entre outras, as seguintes vantagens: simplificação, agilidade, redução de custos, desburocratização etc. Nesse primeiro, entende-se que a empresa precisa se registrar no sistema entendendo a sua utilização. Para isso, a empresa solicita a habilitação ao Siscomex e então pode informar suas transações comerciais. A consolidação desse processo de habilitação passa antes pelo registro no Sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros, que regulamenta a habilitação de exportadores e importadores. No mercado, ele é conhecido como sistema Radar. Caso queira saber mais como efetuar o registro, no Anexo I há mais informações acerca desse assunto para auxílio. Após a sua habilitação, ao gerar a primeira operação, há o registro automático no Siscomex. Entretanto, vale sempre a ressalva que seu registro pode ser cancelado, negado ou suspendido caso tenha comprovação de ações ilícitas, tais como infração fiscal e cambial. Nota importante: em meados de 2010, o governo federal instituiu o Novoex, um sistema que tinha algumas funcionalidades e promovia evolução no sistema ora utilizado pelas empresas. Em meados de 2018, uma nova evolução acontece e surge o Portal Único de Comércio Exterior, buscando criar maior interação, rapidez e funcionalidade aos processos. Entretanto, os ambientes continuam a ser chamados de Siscomex e assim será nesse material. Nesse momento, por meio do Siscomex, é possível desenvolver fazer o registro da operação. Para esse material, serão apresentadas telas do sistema e algumas funcionalidades quando habilitadas no modo SIMULAÇÃO. O portal é localizado no endereço: <https://portalunico.siscomex.gov.br>. Pág. 25 de 68 Ao lado direito, ao clicar em Portal Único, a empresa tem acesso às diversas áreas de negócio. Para cada área, há uma determinação específica. Para efeito desse material, será acessado o Acesso Público. Já dentro dessa área, há duas opções, exportação ou importação. Nesse momento desse material, a opção escolhida é a exportação. A figura 4 apresenta as informações que são abertas. Figura 4 –Registro de Exportação Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/#/>. No canto esquerdo da página (na figura 4), existe a Declaração Única de Exportação, também conhecida como DU-E. Foi instituída em março de 2017 e trata de um documento eletrônico que define a operação de exportação e subsidia o despacho aduaneiro. Na verdade, consiste em uma série de informações envolvendo, além da parte aduaneira, as partes administrativa, comercial, financeira, entre outras. De uma forma geral, o governo caracteriza a DU-E como um documento eletrônico, segundo o art. 7º da Instrução Normativa nº 1.702 de 21 de março de 2017, que: I - Contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de exportação dos bens por ela amparados e definem o enquadramento dessa operação; e II - Servirá de base para o despacho aduaneiro de exportação. Parágrafo único. As informações constantes da DU-E servirão de base para o controle aduaneiro e administrativo das operações de exportação. No que se refere à elaboração da DU-E, a referida IN define que a DU-E será formulada em módulo próprio do Portal Siscomex e consistirá na prestação, pelo declarante ou seu representante, das informações necessárias ao controle da operação de exportação, de acordo com: Pág. 26 de 68 I - A forma de exportação escolhida pelo exportador; II - Os bens integrantes da DU-E; e III - As circunstâncias da operação (BRASIL, 2017a). A nota fiscal continua sendo a base da DU-E, salvo não ser necessária sua emissão conforme legislação em vigor. O exportador pode optar por três formas de realizar sua exportação pela DU-E: 1. exportação própria; 2. exportação por meio de operador de remessa expressa ou postal; e 3. exportação por conta e ordem de terceiros. A DU-E é interessante ao exportador? Sim, sem dúvida. O processo de exportação brasileiro ainda é lento e burocrático e a DU-E pode ajudar a diminuir prazos de exportação em até 40% conforme perspectivas, além de redução de preenchimento de dados, eliminando documentos e etapas processuais. Com toda a perspectiva de rapidez e funcionalidade, a elaboração da DU-E realmente é bem didática e simples de se fazer. A figura 5 apresenta a tela disponibilizada pelo portal. Figura 5 – Elaboração DU-E Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/due/#/elaborar-due>. Após essa elaboração, a empresa pode utilizar outros recursos do portal. Em um deles, é possível simular os procedimentos administrativos necessários. Entretanto, para essa simulação ser possível, é necessário entender a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). A NCM consiste na classificação dos produtos em acordo com as características e informações gerais. É composta por 6 dígitos conforme o SH (Sistema Harmonizado) que trata mundialmente Pág. 27 de 68 das classificações. Todos os países ou acordos comerciais podem inserir até 4 dígitos a mais no código, como acontece com o NCM que são adicionados 2 dígitos como apresentado no Quadro 1. Quadro 1 – NCM NCM DESCRIÇÃO TEC (%) 09.01 Café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas e películas de café; sucedâneos do café que contenham café em qualquer proporção. 0901.11.10 Em grão 10 0901.22.00 Descafeinado 10 Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/nomenclatura/09>. Para esse material, não serão discutidas as classificações, bem como a aplicação prática e sua importância. Entretanto, vale uma ressalva ao quadro 1 apresentado. No canto direito, aparece uma sigla, TEC (ou Tarifa Externa Comum). A Tarifa Externa Comum foi criada para estimular a competitividade no Mercosul e evitar práticas de reservas para dominar mercado. Voltando ao Siscomex, uma vez que há um NCM para utilização, é possível fazer a simulação do tratamento administrativo proposto pelo portal do governo federal. Para esse material, será considerado o NCM – Café em grão. As informações são apresentadas na Figura 6. Figura 6 – Tratamento administrativo Fonte: https://portalunico.siscomex.gov.br/talpco/#/simular-ta?perfil=publico O importante da simulação é que ela pode apresentar algumas informações relevantes que, por vezes, passam despercebidas pela empresa. Para isso, a entrada no sistema de um produto Pág. 28 de 68 alimentício foi proposital, pois, como determina o governo federal, alguns órgãos controlam e fiscalizam, criando outras determinações conforme a mensagem apresentada (na parte inferior) na figura 7. Figura 7 – Tratamento Administrativo Café Fonte: https://portalunico.siscomex.gov.br/talpco/#/simular-ta?perfil=publico Como não foi possível fazer a simulação do tratamento administrativo com o produto café por conta das determinações impostas, um outro foi selecionado com NCM 3307.10.00 – Preparações para barbear (antes, durante ou após). Nessa situação, uma novidade de 2018 foi apresentada: o sistema retornou com a seguinte mensagem: “Operação com as características informadas não requer LPCO”. A Licença, Permissões, Certificados e Outros Documentos à Exportação (LCPO) é denominada como um canal de relacionamento com os órgãos que controlam o comércio exterior e ainda os responsáveis pela emissão e licenças, permissões, certificados e qualquer outro documento relacionado à exportação. A ideia é eliminar duplicidade de solicitações e agilizar o processo. O módulo LPCO incorporado ao Siscomex foi lançado no final de 2018. Outras informações importantes no portal tratam da parte logística. O módulo carga e trânsito apresenta informações gerais acerca do produto do exportador. A figura 8 apresenta a tela de informações, entretanto, o acesso à consulta é permitido somente com a inclusão das informações solicitadas no portal. Pág. 29 de 68 Figura 8 – Carga e trânsito Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/cct/#/consulta-estoque-antes-acd?perfil=publico>. Um outro processo importante no sistema é o módulo Transporte, em que é possível consultar o documento de transporte gerado na venda do produto ao exterior. Como citado anteriormente, a LPCO tinha previsão para lançamento em dezembro de 2018 e não há informações de não ter sido concretizado esse prazo, já sendo visível o módulo para utilização. Por fim, o sistema apresenta o NCM, já mencionado anteriormente. Toda a tabela é disponibilizada ao usuário para facilitar a consulta e classificação adequada do seu produto. Para finalizar o aspecto administrativo fiscal, por tamanhas mudanças no processo acontecendo em 2019, é necessário um resumo: • Entrada do Portal Único com objetivo de facilitar a operação de comércio internacional. • A entrega de documentos para exportação (referentes ao exportador) são: ◊ inscrição no Registro de Exportadores e Importadores; ◊ documentos referentes ao Contrato de Exportação; ◊ Fatura Pró-Forma; ◊ carta de crédito; ◊ letra de câmbio; ◊ contrato de câmbio. • A entrega de documentos para exportação (referentes ao contrato) são: Pág. 30 de 68 ◊ Registro de Exportação no Siscomex; ◊ Registro de Operação de Crédito; ◊ Registro de Venda; ◊ Solicitação de Despacho; ◊ Nota Fiscal; ◊ Conhecimento de Embarque; ◊ Fatura Comercial (commercial invoice); ◊ Romaneio (packing list). • Outros documentos como certificado de origem, certificado de seguro etc. 3.1.3 Aspecto administrativo cambial Tão importante na definição do preço de venda, o câmbio cada vez mais faz parte da população brasileira, o que vem aumentando o conhecimento sobre o assunto. Quando percebido sob o aspecto do comércio internacional, torna-se primordial a devida atenção a esse aspecto. Por quê? A moeda perde e ganha valor em qualquer lugar do mundo e qualquer que seja sua origem. Na história recente, a libra esterlina era a moeda mais utilizada em comércio internacional. Após os anos 1960, uma mudança no comportamento mundial fez com que a moeda dólar americano (USD) tomasse a frente namaioria dos negócios internacionais. Isso impede a utilização de outras moedas na negociação? Dessa forma não, mas o dólar é controlado pelo governo, há uma atenção especial sobre e é pouco volátil, garantindo certa segurança. Pág. 31 de 68 Foram citadas, no item anterior de documentação, a letra de câmbio e o contrato de câmbio. É importante saber que: • a letra de câmbio é um título de crédito que o exportador (geralmente) emite contra o importador como uma ordem de pagamento; • já o contrato de câmbio é o acordo firmado entre o comprador, vendedor e banco intermediário na negociação. Então, como entender o aspecto cambial e não comprometer a venda? Entendendo a taxa de câmbio, ou seja, o valor do dinheiro quando comparado à moeda estrangeira, temos por exemplo: USD 1 = R$ 4,20 = significa a quantificação em real da moeda americana. R$ 1 = USD 0,238 = significa a quantificação em dólar da moeda brasileira. De uma forma geral, o exemplo apresenta algumas considerações: • a moeda nacional brasileira é desvalorizada perante a moeda americana; • por ser desvalorizada, no ato de exportar, a empresa deve atentar-se ao preço de venda praticado; e • a mudança de cenários de alta e queda do valor da moeda brasileira pode comprometer os negócios das empresas. A empresa pode operar sob dois modelos de operação: • sem cobertura cambial: quando não há uma negociação e compra e venda realizada efetivamente. Exemplo disso são as feiras e exposições no exterior, materiais de testes, troca de produto por defeitos e avarias ou ainda animais reprodutores. • com cobertura cambial: quando há a compra e venda realizada. Nesse momento, ocorre o fechamento do câmbio, que é a venda da operação ao banco. Essa venda pode ser realizada antes ou após o embarque. Antes do embarque acontece, por exemplo, quando há um financiamento do importador na produção dos bens que serão adquiridos posteriormente. Após o embarque, é o modelo mais tradicional por tratar-se da consolidação do processo de exportação. Entretanto, com a volatilidade do mercado, como se prevenir? Pág. 32 de 68 Nessa situação, a empresa pode contratar uma operação de hedge cambial, ou seja, uma proteção para diminuir possíveis perdas. Na prática, significa que o valor definido no momento da venda ou durante a negociação será mantido. As oscilações não serão percebidas pela empresa que se beneficiar do hedge. 3.1.4 Aspecto administrativo tributário O governo sempre vai incentivar a exportação e isso tem motivação na economia interna e no mercado internacional. Na economia interna, produzir significa gerar necessidades de máquinas, equipamentos e mão de obra. A mão de obra, com renda, gasta; ao gastar, ela paga imposto, que retorna ao governo. Produzir internamente significa criar esse ciclo. Mas não é só isso. Há também a necessidade de se manter competitivo no mercado internacional. Sendo assim, o governo costuma suspender ou isentar tributos e não são caracterizados pela OMC como subsídio à exportação, prática que pode gerar disparidade na competição internacional. Como na importação, os impostos são incidentes sem o mesmo benefício da exportação, as suas definições serão tratadas posteriormente. Entretanto, quando a empresa decide exportar, ela deve atentar-se para dois tipos de exportação, já citadas anteriormente: exportação direta e indireta. Segundo o MRE (BRASIL, 2011, p. 165), na exportação direta, o produto exportado é isento do IPI e não ocorre a incidência do ICMS. É permitida também a manutenção dos créditos fiscais incidentes sobre os insumos utilizados no processo produtivo. No caso do ICMS, é recomendável consultar as autoridades fazendárias estaduais, quando houver créditos a receber ou insumos adquiridos em outros Estados. [...] A exportação indireta, ou seja, quando realizada por meio de trading company – empresa comercial exportadora e consórcios de exportação – é equivalente à exportação direta, para efeito de isenção do IPI e do ICMS. Pág. 33 de 68 3.1.5 Aspecto administrativo logístico A última parte do processo de exportação traz consigo uma importância fundamental: colocar o produto vendido no local e data em que está combinado com o comprador. Fator de competitividade, a atividade logística cada vez alcança relevância no cenário de comércio internacional. Os meios de transporte são os mesmos do mercado interno, entretanto, pela relevância do modal marítimo no processo de exportação, esse material utiliza dos navios para sua referência logística. Com isso, há uma série de procedimentos a ser analisada para a realização do embarque marítimo: a) Início do processo: identificar as informações básicas do produto, tais como peso, volume, país de destino etc. b) Busca por espaço no navio: entrar em contato com agentes e armadores (donos dos navios) para adquirir disponibilidade. c) Escolha do porto: dependendo do contratado no item b), o navio pode não atracar em todos os portos brasileiros. Assim, analisar a rota do navio é necessária. A escolha do porto é muito importante pela agilidade do processo, pela operação de terminais etc. Quando se fala em porto brasileiro, o Porto de Santos logo vem à tona. O maior porto da América Latina tem uma grande variedade de terminais, grande volume de carga etc., garantindo maior produtividade que outros portos. Mas, afinal, por que o Porto de Santos é tão importante e preocupante para o comércio internacional brasileiro? Os portos são fundamentais no processo de exportação e importação. No Brasil, estima-se que 90% do volume exportado passe por portos, principalmente o de Santos-SP. O Brasil possui aproximadamente 30 portos, entretanto, os 10 maiores concentram algo em torno de 75% da carga movimentada (BRASIL, 2017b). Os principais produtos movimentados no Porto de Santos são: açúcar granel, cítricos, soja em grãos, sacaria, carne, frango etc. A importância do Porto de Santos se dá pela sua participação na exportação brasileira. Em 2017, ele já detinha quase 30% do total comercializado no Brasil (PORTO DE SANTOS, 2017). Considerando que o Brasil alcançou em 2017 um volume de ações comerciais (exportação e importação) próximo dos USD 400 bilhões, o Porto de Santos tem grande responsabilidade por esse resultado, como apresenta a tabela 2. Pág. 34 de 68 Tabela 2 – Números da atividade no Porto de Santos Informação Estimativa Peso da carga por contêiner (tonelada) 28 Movimentação anual de contêiner (tonelada – jan./out, 2018) + de 60 milhões Movimentação anual (tonelada – jan./out, 2018) + de 110 milhões Movimentação de passageiros (nov. 2018 – mar. 2019). 569.523 Movimentação de navios (grande porte) 4026 Fonte: Codesp (2019). Para absorver todo esse volume de negócios, o Porto de Santos deve passar por diversas ações de melhoria ao longo do tempo. Isso se faz necessário pela mudança constante das embarcações (principalmente o calado, que trata da profundidade das embarcações e seu tamanho) que passam pelo porto, a agilidade dos negócios (rapidez no processo é fundamental) e a adequação aos processos globais de uma forma geral, principalmente relacionado aos custos de operação. Diversas são as ações para melhorar o escoamento dos produtos, entretanto, ainda se mostram ineficientes em alguns aspectos. A figura 9 apresenta a configuração do Porto de Santos. Figura 9 – Porto de Santos Fonte: http://www.portodesantos.com.br/institucional/o-porto-de-santos/ Pág. 35 de 68 O Porto de Santos é administrado pela Codesp (Companhia de Docas do Estado de São Paulo) e como a maioria dos Portos brasileiros apresenta ineficiência em seus processos. As maiores queixas por parte das empresas são: a) baixa produtividade da mão de obra; b) elevado custo de estiva (manuseio); c) problemas de acesso terrestre (rodoviário e ferroviário); d) restrição de utilização de cargas; e e) burocracia (são vários órgãos que mantêm governança sobreo porto). O custo de uma atividade portuária em Santos é bastante significativo para a empresa que deseja efetivar seu processo de comércio exterior por esse Porto. Estimam-se que 40% dos custos estão associados com mão de obra, além do alto custo de armazenagem e operação do terminal. Para reverter esse cenário, nos últimos anos foram feitos grandes investimentos pelas empresas privadas que administram por meio de concessão o Porto de Santos e pelas empresas privadas denominadas de terminais alfandegários. Os terminais servem de auxílio para suprir a demanda de armazenagem e movimentação de contêiner (exportação ou importação) sob controle aduaneiro ou não. O Porto de Santos apresentou uma atualização fundamental para alcançar resultados expressivos com a aquisição de máquinas sofisticadas e equipamentos automatizados, que aumentaram a produtividade e contribuem para o crescimento da atividade portuária. Assim, dentre as máquinas e equipamentos mais utilizados na operação portuária, destacam-se os portainers (equipamentos que transportam o contêiner do navio para o local de armazenagem e vice-versa), os transtainers (que movimentam o contêiner dentro da área de armazenagem do Porto) e as empilhadeiras denominadas de reach stackers. Os portainers são máquinas que operam vários contêineres ao mesmo tempo. Por essa facilidade, requerem investimento em infraestrutura para sua adequação. Segundo informações da Diretoria do Porto, apenas para adaptação desse sistema e outras melhorias no Porto de Pecém, foram gastos mais de 700 milhões de reais, dobrando a capacidade de movimentação de contêineres (em média 60 contêineres por hora) (SICOMAM, 2015). Pág. 36 de 68 Os transtainers são equipamentos que funcionam na movimentação dos contêineres dentro do armazém portuário. Para isso, funcionam com um trilho que locomove os contêineres em direções preestabelecidas. Por sua utilização ser mais simples que o portainer, há diversos modelos no mercado. Seu preço pode ultrapassar USD 1 milhão, dependendo da sua capacidade de carga, altura de levantamento e funcionalidade. As reach stackers são empilhadeiras de grande porte que transportam contêineres de 20 e 40 pés, em trechos e espaços variados. A grande utilização desse tipo de empilhadeira se explica pela mobilidade do equipamento na movimentação no armazém e retirada e colocação do contêiner no caminhão que o transporta. Trata-se de um equipamento movido a diesel, com capacidade aproximada de 48 mil kg e capacidade média de empilhamento em torno de 5 contêineres. Um veículo como a reach stacker tem um custo de aquisição aproximado de R$ 2,4 milhões. Somente um pneu novo pode atingir até R$ 28 mil. As máquinas, equipamentos e veículos citados necessitam de alto investimento para serem adquiridos. Para isso, o governo federal concede, em forma de empréstimos e financiamentos, linhas de crédito para subsidiar a aquisição do bem. Nesse sentido, destaca-se o Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), um tipo de linha de crédito para máquinas e equipamentos fabricados em território nacional ou máquinas e equipamentos importados fabricados por empresas cadastradas no Credenciamento de Fabricantes Informatizados do BNDES (sem produção nacional). Como regra do Finame, há uma limitação de até 90% do valor do bem para financiamento, com prazo para início de pagamento em até 12 meses e 60 meses para pagamento efetivo. O modelo de financiamento utilizado é o Sistema de Amortização Constante (SAC), com taxas aproximadas de 6% a.a. A reach stacker, bem como os demais equipamentos mencionados, são partes inerentes da atividade portuária. Toda operação portuária detém a zona primária, caracterizada por toda área em que há controle aduaneiro ostensivo e é considerada parte integrante do porto. De uma forma geral, os portos seguem uma configuração semelhante à apresentada na figura 10. Pág. 37 de 68 Figura 10 – Configuração padrão porto organizado Fonte: Macrovector/freepik.com Por movimentar mais de 2.500 contêineres e receber em média mais de 20 embarcações de grande porte por dia, o Porto de Santos opera em larga escala com auxílio do modal ferroviário e rodoviário. A gestão portuária torna-se fundamental para bom andamento dos processos, pois além do transporte de contêineres, a carga a granel obtém resultados expressivos conforme apresenta o gráfico a seguir. Pág. 38 de 68 Figura 11 – Movimentação por produto no Porto de Santos 15 ,3 29 ,6 38 ,3 15 ,8 35 ,2 45 ,0 16 ,1 36 ,0 45 ,0 15 ,7 38 ,0 50 ,8 16 ,0 41 ,0 57 ,1 15 ,0 43 ,7 52 ,5 15 ,6 45 ,6 58 ,8 15 ,8 43 ,9 54 ,2 17 ,3 48 ,6 64 ,0 17 ,0 52 ,0 64 ,2 GR. LÍQUIDOS CARGA GERAL GR. SÓLIDOS TOTAL 2009 20 40 60 80 100 120 140 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 m ilh õe s d e to ne la da s 83,2 96,0 97,2 104,5 114,1 111,2 119,9 113,8 129,9 133,2 Evolução da movimentação do porto, por natureza Comparativo dos acumulados até dezembro dos últimos 10 anos Fonte: Codesp (2019, p. 5). Disponível em: <http://intranet.portodesantos. com.br/docs_codesp/doc_codesp_pdf_site.asp?id=125846>. Apesar das cargas em contêiner serem as mais visualizadas pelo grande movimento de caminhões ao redor do Porto e pela grande quantidade de contêineres nos terminais, é na carga a granel que está a maior parte da movimentação de mercadorias, atingindo mais de 50 milhões de toneladas movimentadas por ano. Para se ter ideia da representatividade da carga a granel, a carga geral (incluindo contêiner) atingiu mais de 43 milhões de toneladas e os líquidos a granel mais de 15 milhões de toneladas em 2018 (CODESP, 2019). Dessa forma, gerir a atividade portuária em Santos significa: I. gerenciar mais de três mil pessoas que atuam na atividade portuária. Como citado anteriormente, os salários a pagar com a mão de obra do Porto de Santos são dos mais caros do mundo. Um operador de transtainer ou portainer pode alcançar um salário médio de R$ 7 mil. Um operador de reach stacker pode alcançar um salário de R$ 4 mil; II. gerenciar a movimentação de cargas de alto valor agregado. Somente um contêiner de carne, por exemplo, pode ultrapassar USD 1 milhão; Pág. 39 de 68 III. gerenciar a utilização de equipamentos de alto valor agregado que auxiliam na agilidade dos processos. Um portainer demora meses para ficar pronto e dias para ser entregue e preparado para a operação; IV. contribuir com os sindicatos diversos que prezam pela saúde e bem-estar do colaborador. Em plataformas de petróleo, há um risco iminente de acidentes. Estima-se que o custo da Petrobrás com ações e prejuízos causados por acidentes em plataformas de petróleo ultrapassem os USD 10 milhões/ano; V. contribuir para a evolução da atividade portuária brasileira e, principalmente, ser competitivo em custos quando comparado com outros portos do mundo, ter agilidade nos processos de liberação e desembaraço de carga, zelar pela segurança das embarcações estrangeiras e suprir a demanda nacional e internacional. 3.2 O processo de exportação visto pelas MPEs Todo o processo descrito para exportação até então neste material passa pela utilização de recursos de maior porte, como o uso de contêineres. Essas operações são mais comuns em empresas de porte grande, o que deixa dúvida para a pequena empresa que tem interesse em vender pequenas quantidades para outros países. E as MPEs (micro e pequenas empresas)? Como essas empresas se enquadram nesse processo de comércio internacional? Para isso, foi criado o Exporta Fácil. Antes de mais nada, é importante entender a necessidade de criação desse programa e as perspectivas que foram geradas para as empresas que buscavam a internacionalização. Até o final dos anos 1990, as MPEs consideravam muito burocrático e sem respaldo a operação dos Correios em mercado internacional. Com essa desconfiança e custos que eram gerados, asMPEs não se sentiam confortáveis em expandir seus negócios. Para resolver ou minimizar esse problema, foi criado o Exporta Fácil, serviço de remessa de produtos, documentos e amostras para o exterior por meio dos Correios de forma simplificada. O programa visava, dentre outros fatores: Pág. 40 de 68 • facilitar a exportação para as MPEs; • aumentar as exportações brasileiras; e • instituir um novo modelo de exportação. Para que o Exporta Fácil funcionasse, foram criadas parcerias nos moldes do processo de exportação até então tradicional, com a Receita Federal, Banco Central do Brasil, Secretária de Comércio Exterior e demais ministérios e outros órgãos que atuam de alguma forma nesse segmento. Após uma análise sobre a criação e desenvolvimento do Exporta Fácil dos Correios, pergunta- se: como uma empresa pode enviar seus produtos utilizando esse programa? Para respondê-la, é importante entender todo o conceito por trás dessa operação. De uma forma geral, as principais informações sobre o programa são: a) os Correios providenciam o registro da remessa exportada gratuitamente; b) é emitida a Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e encaminhada ao exportador; c) o Exporta Fácil garante os mesmos incentivos fiscais de uma exportação considerada padrão; d) o recebimento/fechamento do câmbio pode ser realizado de forma simplificada também. Outro aspecto importante é a modalidade a ser utilizada quando da escolha desse programa. O exportador deve observar importantes informações como preço, prazo de entrega, peso e dimensão do produto para definir a melhor opção para o seu negócio. São quatro opções de envio conforme apresenta o quadro 2. Quadro 2 – Modalidades Exporta Fácil MODALIDADE CARACTERÍSTICAS PRAZOS Sedex Mundi - Para o exportador que busca a prioridade máxima na entrega; - Prazo garantido, definido em função da origem e do destino; - Rastreamento completo; - Embalagem gratuita. Prazo estimado de 3 a 19 dias úteis para as principais cidades do mundo Express Service Mail (SEM) - Para o exportador que busca a prioridade na entrega; - Possibilidade de Rastreamento. correios Prazo estimado de 6 a 19 dias úteis Pág. 41 de 68 Leve Internacional - Para o exportador que busca equilíbrio entre preço e prazo. Prazo estimado de 6 a 20 úteis Mercadoria Econômica - Para o exportador que busca o menor preço. Prazo estimado de 12 a 28 dias úteis Fonte: Adaptado de https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil Em todas as modalidades é disponibilizado o seguro automático, sendo possível a aquisição de um seguro opcional de até USD 10 mil. As principais recomendações e restrições são: • os Correios não transportam nenhuma substância perigosa, conforme a classificação da IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos); • estar de acordo com as disposições legais emitidas pelos órgãos reguladores do comércio exterior brasileiro; • limite de peso: limite máximo de 30 kg, podendo variar de acordo com a modalidade escolhida e o país de destino; • limite de valor: não há limite de valor; • o registro da exportação é obrigatório quando o valor da remessa internacional ultrapassar 1.000 dólares ou quando for caracterizada como objeto de exportação comercial (venda), qualquer que seja o valor. • Dimensões: Pacote e caixa – pode variar de acordo com a modalidade de envio (CORREIOS, 2010). Para efetivar a exportação via Exporta Fácil, os produtos devem ter os seguintes documentos: • formulário de postagem, AWB (Air Way Bill) ou conhecimento de embarque; • fatura comercial (commercial invoice), em inglês ou idioma do país de destino; Citado como um documento obrigatório no Exporta Fácil, o AWB é um formulário contendo todas as informações necessárias para o processo, desde o registro da exportação, declaração para alfândega até o conhecimento de embarque de carga. As figuras 12, 13 e 14 apresentam o modelo disponibilizado pelos Correios. Pág. 42 de 68 Figura 12 – AWB – Nota Fiscal – Modelo 1, série única Fonte: https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil#tab-4 Figura 13 – AWB – Folha suplementar Fonte: https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil#tab-4 Pág. 43 de 68 Figura 14 – Commercial invoice Fonte: https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil#tab-4 3.3 Notas gerais sobre exportação Para complementar as observações do comércio internacional sob o ponto de vista da exportação, algumas últimas informações importantes: a) busque informações junto ao governo. Há programas e órgãos com muita capacidade de ajudar; b) pelo incentivo do governo em exportação, analise o mercado que busca entrar. Para isso, o próprio governo proporciona cartilhas de informações detalhadas sobre uma grande variedade de países. Para saber mais, veja um exemplo em: <https://investexportbrasil.dpr. gov.br/arquivos/Publicacoes/ComoExportar/CEXBelgica.pdf>. c) o problema está em fechar o preço de venda? O governo também auxilia nessa questão. Para saber mais, acesse: <http://simuladordepreco.mdic.gov.br/index.html>. d) e se o problema for divulgação? Mais uma vez o governo pode contribuir. Acesse <http:// www.apexbrasil.com.br/home/index>. e) Ainda com dificuldade de identificar os mercados e oportunidades de negócio? Acesse o link a seguir e tenha algumas opções: <http://www.apexbrasil.com.br/estudos-exclusivos- de-oportunidades-no-exterior>. Pág. 44 de 68 Se nenhuma das opções o atrai e é a importação que suscita maior interesse para você ou sua empresa, essa outra parte importante do comércio internacional será destacada a seguir. 3.4 O processo de importação A importação é a internalização do produto estrangeiro em território aduaneiro. Isso quer dizer que é caracterizado o processo de importação somente quando há um fato gerador, ou seja, a entrada do produto no Brasil. Apesar de conter características similares à exportação, destacaremos apenas três aspectos pela maior diferença entre comprar do mercado externo e vender para o mercado externo: administrativo, fiscal e cambial. Um resumo de cada aspecto pode ser observado a seguir: A fase administrativa se refere aos procedimentos e exigências de órgãos de governo prévios à efetivação da importação e variam de acordo com o tipo de operação e de mercadoria: trata-se do licenciamento das importações. A fase fiscal compreende o tratamento aduaneiro, por meio do despacho de importação, que é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. Essa etapa ocorre em recintos próprios, logo após a chegada da mercadoria no Brasil, e inclui o recolhimento dos tributos devidos na importação. Após a conclusão do desembaraço aduaneiro, a mercadoria é considerada importada e pode ser liberada para o mercado interno. Já a fase cambial diz respeito à operação de compra de moeda estrangeira destinada a efetivação do pagamento das importações (quando há esse pagamento) sendo processada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar em câmbio (INVEST & EXPORT BRASIL, [2019a]). De uma forma geral, o processo de importação pode ser analisado conforme a figura 15. Pág. 45 de 68 Figura 15 – Fluxograma da importação OK! OK! OK! OK! IMPORTADOR verifica no SISCOMEX o Tratamento administrativo para a operação IMPORTADOR registra solicitação de Licença de Importação no SISCOMEX IMPORTADOR/ EXPORTADOR embarca a mercadoria no exterior MERCADORIA é transportada até o ponto de destino no Brasil MERCADORIA é descarregada e enviada ao recinto alfandegado IMPORTADOR solicita aos órgãos de controle a fiscalização da mercadoria no recinto alfandegário IMPORTADOR registra Declaração de Importação (DI), recolhe tributos e encaminha documentos à RFB No recinto alfandegado, RFB seleciona DI e procede à Conferênciaaduaneira Desembaraço Aduaneiro Depositário consulta no SISCOMEX autorização da RFB, verifica documentos e recolhimento de ICMS e AFRMM (quando aplicável) e libera mercadoria Depositário informa disponibilidade da mercadoria para RFB Transportador informa RFB sobre chegada da mercadoria ÓRGÃOS ANUENTES do licenciamento de importação analisam pedido, deferem licença, autorizando embarque ÓRGÃOS ANUENTES (VICIACRO e ANVISA) não deferem licença e esperam aviso de chegada de mercadoria ÓRGÃOS ANUENTES na Zona Primária inspecionam a mercadoria e deferem LI pendente no SISCOMEX Operação SUJEITA a licenciamento Produto SUJEITO à inspeção da ANVISA ou MAPA Produto NÃO SUJEITO à inspeção da ANVISA ou MAPA Operação NÃO SUJEITA a licenciamento Etapa de controle administrativo Etapa de controle aduaneiro IMPORTAÇÃO DE BENS PROCESSO BÁSICO Legenda: Fonte: http://www.investexportbrasil.gov.br/sites/default/files/visio-processo_de_importacao_v6_0.pdf 3.4.1 Aspecto administrativo fiscal A parte administrativa do processo de importação tem relação direta com a troca de informações entre os países. Da mesma forma que os países criam leis, determinações, procedimentos e adequações dos produtos brasileiros quando estão ingressando no mercado daquele país, no Brasil não é diferente. A busca pela devida adequação aos processos brasileiros evita atraso na liberação da carga e multas. Pág. 46 de 68 As importações brasileiras estão classificadas sob dois grupos: 1. importações permitidas, que são geridas pelo Siscomex e podem ser realizadas pelo próprio importador ou demais autorizados; e 2. importações não permitidas, que podem ocorrer caso o país de origem do produto por razões econômicas, políticas etc esteja proibido de comercialização com o país de destino ou ainda produto que tenha alguma restrição quanto à preservação do meio ambiente, saúde pública etc. Dentre as importações permitidas, há três modalidades básicas: 1. importações dispensadas de licenciamento; 2. importações sujeitas ao licenciamento automático; e 3. importações sujeitas ao licenciamento não automático. De uma forma geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, ficando a obrigação do importador de gerar a Declaração de Importação (DI) no Siscomex e seguir com os procedimentos normais de despacho aduaneiro. As importações sujeitas ao licenciamento ocorrem quando, pela legislação vigente e por exigência dos órgãos competentes, o produto deve ter uma autorização prévia para ser importado. Pode existir alguma situação específica que pode também gerar a necessidade do licenciamento. Vale a ressalva da empresa sempre providenciar o licenciamento com antecedência. Caso tenha interesse em saber um pouco mais sobre licenciamentos de importação, o Anexo II desse material traz uma série de informações para auxiliar. Da mesma forma que acontece na exportação, o conhecimento do mercado, dos países e dos preços praticados é fundamental no processo de importação. Por vezes, o entendimento de um produto que parece com menor custo em determinado país, quando chega ao Brasil tem seu custo elevado, gerando uma série de problemas para a empresa. Nota importante: nos valores mencionados em sites ou em negociações com empresas NÃO constam os tributos brasileiros que podem incidir sobre o produto. Isso tem uma explicação: O fator gerador (tributo) só acontece quando o produto está em território alfandegário. Ainda nessa parte administrativa, a empresa deve buscar informações acerca de procedimentos que possam fazer com que o seu custo seja reduzido. Apesar da importação tradicionalmente ter Pág. 47 de 68 alíquotas de imposto vigentes, o governo promove algumas opções para as empresas. Uma operação que merece destaque é o drawback. Em algumas situações, a empresa pode importar matéria-prima ou produto que faz parte de outros componentes, formando assim um produto acabado. Esse produto gerado tem na exportação um dos seus canais de distribuição, em que pode ser possível a operação de drawback. É isso mesmo: se a matéria-prima comprada faz parte de um produto que tem destino a exportação, o governo promove, desde que esteja dentro da legislação, suspensão dos tributos de importação que a matéria-prima sofreria caso fosse para venda do produto apenas em mercado interno. É uma operação bastante interessante para a empresa e está dividida em quatro situações, conforme mencionado pela Invest & Export Brasil: I) Drawback Genérico: Concedido exclusivamente na modalidade Suspensão. Caracteriza-se pela discriminação genérica da mercadoria e o seu respectivo valor, dispensadas a classificação na NCM e a quantidade. No compromisso de exportação devem ser informados a classificação na NCM, descrição, quantidade e valor total do produto a exportar. A operação é analisada pelo compromisso global, mediante a comparação do custo total da importação e da aquisição no mercado interno (quando houver) com o valor líquido da exportação. II) Drawback Intermediário: Concedido nas modalidades Suspensão e Isenção. Na modalidade de Suspensão, o Drawback Intermediário é concedido a empresas denominadas fabricantes-intermediários, que importam e/ou adquirem no mercado interno mercadorias destinadas à industrialização de produto intermediário a ser diretamente fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego ou consumo na industrialização de produto final destinado à exportação. Na modalidade Isenção, o Drawback Intermediário é concedido a empresas fabricantes-intermediários para reposição de mercadoria anteriormente importada ou adquirida no mercado interno utilizada na industrialização de produto intermediário fornecido diretamente a empresas industriais-exportadoras, para emprego ou consumo na industrialização de produto final destinado à exportação. III) Drawback para Embarcação: Concedido nas modalidades Suspensão e Isenção. Caracterizase pela importação de mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação para fins de venda no mercado interno, conforme disposto no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.402, de 08/01/92. O Anexo VI da Portaria nº 23, de 14 de julho Pág. 48 de 68 de 2011, apresenta o roteiro para apresentação do pedido. Esta operação também se aplica ao Drawback Intermediário. IV) Drawback para Fornecimento no Mercado Interno: Concedido exclusivamente na modalidade Suspensão. Caracteriza-se pela importação de matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à fabricação, no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação internacional, contra pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento concedido por instituição financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade governamental estrangeira ou, ainda, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, com recursos captados no exterior (Lei no 8.032, de 1990, art. 5º, com a redação dada pela Lei no 10.184, de 12 de fevereiro de 2001, art. 5º, e pelo Decreto nº 6.702, de 18 de dezembro de 2008). O Anexo VII da Portaria nº 23, de 14 de julho de 2011 (link externo) apresenta o roteiro para apresentação do pedido. (INVEST & EXPORT BRASIL, [2019b]). Outro fator importante trata da importação de produtos especiais. Um exemplo já citado nesse material é o brinquedo, que deve ser regulado pelo Inmetro antes de ingressar no mercado brasileiro. Da mesma forma acontece com produtos que devem ser regulamentados pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), assim como na Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) ou CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) quando for o caso. Em algumas vezes, a empresa preocupa-se com a importação do produto, mas quando ocorre algo fora do cotidiano, fica