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Apostila - Operações Globais (1)

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Prévia do material em texto

Professor autor/conteudista:
JOÃO CARLOS BARRETO
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer 
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos 
ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em 
locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação 
pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
 
SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1 . Caracterização do comércio internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 . Comércio internacional e sua relevância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3 . Os aspectos envolvidos em comércio internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1 O processo de exportação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
3.1.1 Aspecto negocial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.1.2 Aspecto administrativo fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1.3 Aspecto administrativo cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.1.4 Aspecto administrativo tributário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.1.5 Aspecto administrativo logístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.2 O processo de exportação visto pelas MPEs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.3 Notas gerais sobre exportação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.4 O processo de importação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.4.1 Aspecto administrativo fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.4.2 Aspecto cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.4.3 O processo de importação visto pelas pessoas físicas . . . . . . . 57
3.4..4 Notas gerais sobre importação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Sugestões de leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
 
Pág. 4 de 68
INTRODUÇÃO
Apesar de ser um tema bastante explorado nos últimos anos, sempre é importante ressaltar 
o processo de importação e exportação de uma forma didática e detalhada, pois há um engano 
quanto às suas práticas: a importação e a exportação vão além da simples compra ou venda de 
um produto, sendo importantes em diversos aspectos.
A ideia é disseminar esses aspectos que envolvem o processo de importação e exportação e, 
dessa forma, criar algo como um pequeno manual de negócios internacionais, capaz de suprir, mesmo 
que não totalmente, as diversas fases do processo para um aluno que pretende se aprofundar ou um 
microempreendedor que pretende se arriscar nesse mercado tão grande e cheio de oportunidades.
Pensando dessa forma, é possível dizer que fazer importação ou exportação é fundamental 
para uma empresa que quer se manter nos negócios?
A resposta é sim, desde que a empresa observe os cenários econômicos, políticos e sociais do 
país em que se pretende atuar, ou ainda, analisar os concorrentes e demais fatores que possam 
influenciar em seu resultado. De uma maneira geral é, sem dúvida, uma grande opção de negócio 
o ingresso no mercado internacional, ávido por novos produtos e serviços, entretanto, cruel com 
produtos e serviços com qualidade duvidosa, preço divergente da média ou ainda fornecedores que 
não cumprem o combinado entre comprador e vendedor.
Não cumprir conforme o combinado, o vilão das empresas...
Espera um pouco, esse processo é obviamente muito importante, mas a sua relevância é 
tão grande assim?
Em comércio internacional, sem dúvida o combinado não sai caro. Então, cumprir prazos, acordos 
de preço e qualidade de produto são aspectos tão importantes quanto abrir o mercado. Uma falha 
apenas pode comprometer todo o esforço de captação de clientes e sugerir retaliações de outros 
países e/ou clientes.
Apesar desse fator, estar no mercado internacional é ainda algo extremamente lucrativo, pois 
as moedas variam muito os seus valores e isso pode tornar os negócios bem interessantes. Uma 
coisa é certa: pensando como Brasil, com seu real sendo uma moeda intermediária no cenário 
mundial, exportar ou importar pode ser sim um grande alicerce para empresas de uma forma geral.
 
Pág. 5 de 68
Por enquanto, já é possível perceber que o início do processo é importante, garantindo que 
o combinado seja cumprido. Por outro lado, a questão cambial também é fundamental. Não 
podemos esquecer das questões de documentação, um dos principais fatores de atraso em negócios 
internacionais. A documentação é tão relevante que merece uma atenção redobrada para evitar 
multas e desacordos. Nessa mesma linha, a parte fiscal, envolvendo os tributos que serão gerados 
no processo de comércio exterior, também causa atrasos e transtornos quando mal administrados.
Tão importante quanto entender essas questões é fazer corretamente os processos, a fim de 
evitar multas pesadas por classificações inadequadas de produtos, por exemplo.
Não menos importante, mas complementando o processo, é necessário entregar os produtos. 
A parte logística é a finalização de um processo que não é simples de se fazer, demanda muitas 
análises de mercado e opções disponíveis no momento da efetivação do processo.
De uma forma geral, serão abordados cinco aspectos que fazem o processo de importação ou 
exportação acontecer:
1. aspecto negocial, que trata do conhecimento de mercado, das informações gerais acerca 
do país, envolvendo cultura, clima etc., até a forma de tratar de negócios com os clientes 
ou fornecedores;
2. aspecto cambial, referente ao impacto da moeda no preço;
3. aspecto tributário, analisando os custos gerados no processo, seja pela importação ou 
exportação;
4. aspecto administrativo fiscal, que compreende toda a parte de documentação, acordos 
comerciais envolvidos e práticas necessárias para a consolidação dos negócios; e
5. aspecto logístico, que surge desde a escolha do modal, passando pelos processos de 
armazenagem, até a chegada ao destino.
Assim, a junção desses aspectos compreende a atividade de comércio internacional, ou ainda 
a importação e a exportação, que serão detalhadas posteriormente. Antes disso, é importante 
perceber a importância e a relevância dos negócios internacionais para os países, criando assim 
uma visão mais ampla sobre esse tipo de atividade.
 
Pág. 6 de 68
1. CARACTERIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Para se caracterizar o comércio exterior, deve-se ter uma atividade comercial entre países. A 
importação é o ato de adquirir de outros países bens diversos e serviços. Nesse cenário podem ser 
considerados produtos de qualquer natureza e até mão de obra.
Para a exportação, o caminho é inversamente proporcional. São disponibilizados aos países bens 
e serviços diversos. Da mesma forma da importação, o comércio pode ser de produtos, consultoria 
e turismo, dentre outros.
As formas de se fazer esse comércio são pela venda direta ou indireta:
a) venda direta é aquela em que o fabricante negocia diretamente com o comprador; e
b) venda indireta é aquela em que há um ou vários intermediários que compõem a 
negociação entre fabricante e comprador.
Nessa atividadede venda indireta, destaca-se a participação das trading companies. As tradings 
são empresas que conhecem o mercado internacional e intermediam a compra e a venda de 
mercadoria e serviço. Para isso, participam do contrato e negociam preço, dentre outras atividades.
Sempre há o pensamento de que operar com venda direta é muito melhor, pois sem intermediário 
o lucro é maior. Isso é verdade, entretanto, a entrada no mercado pode ser muito mais complicada, 
pois os custos para manter a operação são mais altos. Lembrando que as duas formas de vendas são 
importantes e que cada caso deve ser analisado para se tomar a decisão de ter ou não intermediários 
no processo. Dessa forma, há de se entender a relevância desse comércio para os países e para as 
empresas que dele utilizam.
2. COMÉRCIO INTERNACIONAL E SUA RELEVÂNCIA
Não há no mundo uma nação que viva apenas de seus recursos, sejam eles produtos ou serviços. 
O que existe são países com larga disponibilidade de produtos específicos, mas com escassa ou 
nenhuma disponibilidade de outros. A Venezuela é um exemplo claro desse cenário. Embora rica em 
petróleo (95% de sua exportação está relacionada com petróleo e seus derivados), importa diversos 
produtos, principalmente alimentos como carne, frango, açúcar etc.
Apesar de o Brasil exportar commodities (açúcar, soja etc) para diversos países e regiões, tais 
como EUA, Europa e Ásia, há também envio de produtos inusitados para praças convencionais, ou 
 
Pág. 7 de 68
nem tanto assim, como pode ser observado nos embarques computados em 2012 e citados por 
MARINS (2018):
• exportação de sêmen líquido bovino para destinos como Equador, Sri Lanka e Tanzânia;
• exportação de baralhos com destino a Colômbia e Panamá;
• exportação de goma de mascar para EUA e Europa;
• exportação de paraquedas, principalmente para Argentina; e
• exportação de vergalho, membro genital do boi, com mais de 130 mil kg enviados principalmente 
para a Coreia do Sul em dados de 2013. Esse item pode ser consumido, virar brinquedo ou 
ainda alimento para cães.
• Exportação de cabelo bruto, totalizando 536 kg com destino principal Israel. Nesse caso, foram 
mais de 1,6 mil kg de madeixas naturais. A tradição judaica proporciona uma concentração 
na região. Ficou curioso? Acesse uma matéria sobre o assunto.
Dessa forma, outros fatores podem ser relevantes para que se efetive o comércio exterior entre 
os países. Aspectos relacionados aos interesses políticos, aos produtos estrangeiros para melhorar 
a qualidade do produto interno, comerciais etc.
Por essas razões, os países buscam, por meio de suas empresas, alianças internacionais para 
fomentar o comércio de seus produtos e, assim, ganhar em competitividade e referência de mercado. 
O Brasil, por exemplo, é atualmente o maior exportador de carne de frango (REUTERS, 2019) e o 
segundo maior produtor de soja do mundo (EMBRAPA, 2018).
No ambiente governamental, o comércio exterior também tem atenção especial. No Brasil, a 
estrutura que regula e controla as ações de importação e exportação está distribuída conforme a 
figura 1.
 
Pág. 8 de 68
Figura 1 – Órgãos envolvidos na exportação
Presidência da República
BACEN SECEXSRF
Ministério da
Fazenda
Outros
Ministérios
CAMEX
Câmara de Comex
Ministério do
Desenv. Ind. e
Com. Exterior
Ministério das
Relações
Exteriores
DE CEX
Depto. de Operações
de Comex
DE COM
Depto. de Defesa
Comercial
DE INT
Depto. de Negociações
Internacionais
DE PLA
Depto. de Planej.
e Desenvol. do Comex
Fonte: adaptado de Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) (BRASIL, 
2016). Disponível em <http://www.mdic.gov.br/institucional/organograma>.
A figura 1 demonstra a importância do comércio internacional para a política econômica brasileira. 
Assim, os ministérios e os seus órgãos subordinados desempenham papel fundamental nas ações 
que regem o comércio exterior, tais como:
• Secretaria da Receita Federal (SRF): fiscaliza as exportações e importações de mercadorias, 
além de verificar se os incentivos fiscais estão praticados em acordo com a legislação vigente 
e a arrecadação dos direitos aduaneiros sobre a entrada e saída de mercadorias.
• Banco Central (Bacen): faz cumprir as determinações que regulam a entrada e saída de 
divisas, além de autorizar, fiscalizar e manter a estabilidade relativa às taxas de câmbio junto 
ao mercado e às instituições financeiras que nele operam.
É importante ressaltar que todas as atividades comerciais entre países têm a OMC (Organização 
Mundial de Comércio) como sua reguladora, para que não haja casos de dumping (venda de produto 
abaixo de seu custo de produção por meio de subsídio) ou qualquer outra ação que possa tornar 
a atividade comercial caracterizada como concorrência desleal. É também a OMC responsável 
pela intermediação de acordos entre países na prática de comércio exterior, na criação de blocos 
econômicos etc.
 
Pág. 9 de 68
Entretanto, para que seja possível compreender as atividades de comércio exterior e a relação 
com os diversos segmentos de negócio, é necessário interpretar os 5 aspectos que o compõem, 
destacadas a seguir:
• aspecto negocial;
• aspecto administrativo fiscal;
• aspecto administrativo cambial;
• aspecto administrativo tributário;
• aspecto administrativo logístico.
3. OS ASPECTOS ENVOLVIDOS EM COMÉRCIO INTERNACIONAL
A partir desse momento a ideia é buscar uma sequência para o entendimento dos processos de 
exportação e importação por meio dos cinco aspectos já citados anteriormente: negocial, cambial, 
tributário, administrativo fiscal e logístico.
Como há necessariamente processos diferenciados quando se fala de exportação e importação, 
essa sequência iniciará pela exportação pelo maior interesse envolvido. Posteriormente, ao falarmos 
da importação, as diferenças dos processos serão percebidas.
Vale ressaltar que algumas situações de negócios não serão aprofundadas por não fazerem 
parte do escopo desta disciplina.
3.1 O processo de exportação
Sempre há muita dúvida do que envolve a exportação e como ela deve ser realizada minimizando 
possíveis erros de processo, atraso em entrega de documentação, produtos etc. Para isso, a figura 
2 apresenta um fluxo típico de exportação.
 
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Figura 2 – Fluxograma da exportação
Exportador
LPCO (Quando o TA
indica necessidade)
DU-E
registrada
Controle
adminsitrativo concluído
(deferimento da licença)
ACD
(Apresentação da Carga
para despacho)
Licenças que não impedem desembaraço (MAPA e Financiamento)
podem ser vinculadas à DU-E em qualquer momento.Nota
Etapa RFB
concluída
DU-E
desembaraçada
Depósito entrega
carga ao transportador
Transportador leva
a carga ao exterior
Gerenciamento
de risco RFB
Recepção da
Nota no CCT
FLUXO BÁSICO DA EXPORTAÇÃO
Quem recebe
é o depositário.
Licença que impede desembaraço
precisa estar deferida e vinculada na
DU-E para que ocorra desembaraço.
A Licença pode ser solicitada
antes ou depois do registro
da DU-E
Fonte: http://portal.siscomex.gov.br/informativos/manuais/copy_of_GUIADUE.pdf, p. 3.
Obviamente, pelas diversas diferenças que existem entre porte de empresa, produtos e 
características, exigências governamentais, valores envolvidos etc., o fluxograma (figura 2) pode 
apresentar diferenças quando comparado com outros tipos de produtos, entretanto, acredita-se 
que haja pequenas variações que não destoam em grande parte do conceito apresentado.
Dessa forma, os cinco aspectos (negocial, tributário, logístico, administrativo fiscal e cambial) 
estarão de alguma sendo parte desse fluxograma, garantindo assim o pleno funcionamento da 
operação de exportação. O primeiro a ser analisado é o aspecto negocial.
3.1.1 Aspecto negocial
Pensa que é fácil? Não é. Escolher o produto ou serviço que será exportado requer muita 
análise prévia e entendimento dos mercados.
O começo para qualquer negócio é, sem dúvida, muito complicado. Quando se trata de comércio 
internacionalentão, parece uma barreira intransponível. Diante desse cenário, o aspecto negocial 
pode (e deve) ter uma contribuição valiosíssima no propósito de fazer negócios com países ou 
empresas.
 
Pág. 11 de 68
Caracteriza-se como aspecto negocial a atividade de entendimento de mercado, análise do 
país que com que se pretende fazer negócio e análise e entendimento dos mercados, dentre outros 
fatores. Então, vamos começar!
a) Definição do que exportar
A identificação, dentro da linha de produtos, é o primeiro passo para aqueles que podem fazer 
frente aos concorrentes no mercado internacional. São pontos importantes para começar:
I. preço praticado no exterior;
II. distribuição do produto;
III. marketing;
IV. capacidade de atendimento da empresa (nível de produção);
V. embalagem;
VI. meios de transporte para embarque do produto;
VII. exigências do mercado recebedor (tarifárias e não tarifárias);
VIII. concorrência.
Para ajudar na internacionalização da empresa, o governo propicia algumas alternativas. O 
destaque é para o Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR), vinculado ao 
Ministério das Relações Exteriores, que trabalha com pesquisas de mercado, verifica produtos com 
potencial de comercialização internacional, além de informações valiosas de como exportar para 
determinado país.
Mesmo com o avanço da tecnologia que diminui a necessidade de encontros presenciais, é 
importante o exportador conhecer o país de destino de seus produtos, participar de feiras e conhecer 
seus concorrentes diretos no país. Lembre-se sempre que da mesma forma que há retaliação por 
alguns produtos importados, o mesmo pode acontecer com a empresa quando é desconhecida e 
entra em um mercado já consolidado.
a . A cultura na exportação
Quando um estrangeiro vem ao Brasil, ele se depara com situações diversas que são amplamente 
estranhas ao seu modo de viver. Essas situações podem ser desde pequenos detalhes do cotidiano 
de uma família até ações de uma população que acredita em algo político, de convivência etc. Não 
importa a origem, as diferenças sempre vão existir. O importante é saber lidar com as diversidades 
que sempre surgem.
 
Pág. 12 de 68
E o que isso tem a ver em exportação? Tudo. Exportar é vender e vender é entender o cliente, 
não é verdade?
Sendo assim, o próprio governo brasileiro criou algumas informações importantes que as 
empresas devem saber quando da entrada em mercado internacional. Algumas delas são citadas 
pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 25-26):
Como funcionam as negociações na Europa Ocidental
i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências iniciais moderadas
ii. Apresentação de questões: uma de cada vez
iii. Apresentações: formais
iv. Tratamento de divergências: cortês, direto
v. Concessões: bastante lentas
Como funcionam as negociações na Europa Oriental
i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências iniciais elevadas
ii. Apresentação de questões: podem ser agrupadas
iii. Apresentações: bastante formais
iv. Tratamento de divergências: argumentativo
v. Concessões: lentas
Como funcionam as negociações na América Latina
i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências iniciais moderadas
ii. Apresentação de questões: uma a uma
iii. Apresentações: informais
iv. Tratamento de divergências: argumentativo
v. Concessões: lentas
 
Pág. 13 de 68
Como funcionam as negociações na América do Norte
i. Propostas iniciais vs. acordo final: elevadas exigências iniciais
ii. Apresentação de questões: uma de cada vez
iii. Apresentações: formais
iv. Tratamento de divergências: franco
v. Concessões: lentas
Como funcionam as negociações no Oriente Médio e na África do Norte
i. Propostas iniciais vs. acordo final: muitas exigências iniciais
ii. Apresentação de questões: uma de cada vez
iii. Apresentações: informais
iv. Tratamento de divergências: bastante verbalizado
v. Concessões: lentas
Como funcionam as negociações na Ásia e na Orla do Pacífico
i. Propostas iniciais vs. acordo final: exigências de moderadas a altas
ii. Apresentação de questões: podem ser agrupadas
iii. Apresentações: bastante formais
iv. Tratamento de divergências: cortês; silêncio, quando corretos
v. Concessões: lentas
Como funcionam as negociações na África Subsaariana (sul do Saara)
i. Propostas iniciais vs. acordo final: elevadas exigências iniciais
ii. Apresentação de questões: isoladas
iii. Apresentações: informais
iv. Tratamento de divergências: direto
 
Pág. 14 de 68
v. Concessões: lentas.
Além desses fatores, para a aceitação do produto, os consumidores do país de destino 
tradicionalmente são influenciados por três fatores (BRASIL, 2011):
• preço: condizente com o mercado local;
• embalagem: considerando integridade do produto e garantindo atração pelo consumidor;
• assistência técnica: proporcionando garantia do produto, utilização, atendimento às solicitações 
e reclamações, reposição de peças, troca de produto, reparo e manutenção com profissionais 
especializados.
c . Canal de distribuição
O caminho que o produto irá fazer até o cliente comprador passa pela escolha do meio de 
transporte adequado. São importantes fatores para determinação do melhor canal de distribuição:
I. as características do produto, tais como dimensão, peso, apresentação, perecibilidade;
II. quantidade comprada média quando for o caso, localização, poder aquisitivo e destino do 
produto (consumidor final ou indústria e comércio); e
III. qualificação de agentes intermediários.
 
Pág. 15 de 68
O item III merece alguma explicação.
De uma forma geral, há dois tipos de intermediários: os agentes e os comerciantes. A diferença 
entre os dois é a posse do produto. Enquanto o primeiro não toma posse, o segundo assume a 
responsabilidade e posse legal dos produtos.
No caso do agente, é possível separá-los em três tipos:
1. agente externo: geralmente é o representante do exportador que possui exclusividade 
sobre a venda do produto e recebe comissão pelos negócios realizados;
2. broker: é o típico corretor. Atua em mercados específicos, geralmente em bolsa de 
valores e com produtos commodities. Dessa forma, a comissão vem pelos valores das 
operações; e
3. factor: geralmente recebe o produto sob consignação e tem a comissão pela venda 
realizada.
No caso dos comerciantes, é também possível separar em três tipos:
4. importador-distribuidor: como o nome diz, importa e comercializa os produtos no destino;
5. subsidiária: geralmente criada pelo produtor para gerenciar a operação no país de destino; e
6. rede de atacadistas e varejistas: responsáveis pela compra e venda do produto no mercado.
Está complicado? Nem tanto, não é verdade? Para que o processo de exportação seja bom para 
o produtor, esses entendimentos tornam-se importantes. Não há como fugir dessas análises para 
que, na decisão de exportar, tenha se planejado adequadamente.
d . Planejamento
O planejamento vem nesse momento? Na verdade, não. Ele deve fazer parte desde o início, 
entretanto, como é comum, ao longo da ideia de exportar, o entusiasmo, a possibilidade de lucrar 
mais que o mercado interno pode esconder algumas perspectivas. São essas perspectivas que 
foram transformadas em perguntas pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 30) para que o exportador realmente 
tenha certeza do que está fazendo.
 
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Sumário: identificar por que entrar nesse mercado e quais são as probabilidades de 
sucesso;
Situação presente: identificar quais produtos da empresa têm potencial para exportação;
Objetivos: identificar metas de curto e de longo prazo para a empresa na exportação;
Gerenciamento: relacionar os setores da empresa que serão envolvidos no negócio;
Análise de mercado: definir estratégias de vendas do produto;
Clientes alvo: descrever o perfil do consumidor e seus hábitos e costumes;
Análise da concorrência: apoiar-se em estudo dos concorrentes;
Estratégias de marketing: definir estratégias para atração e retenção do cliente;
Preços: definirpreços internacionais e estimativas de lucro;
Métodos de distribuição: identificar canais de distribuição em determinado mercado;
Plano de fabricação: identificar como serão produzidos os produtos para exportação, 
assim como o volume;
Balanço contábil: identificar dados sobre liquidez e fluxo de caixa da empresa nos 
últimos anos;
Fonte de financiamento: verificar como obter financiamento para a expansão de 
recursos;
Conclusão: apresentar o plano de ação com os dados do lucro esperado e o cronograma 
da operação.
Ainda com a certeza de exportar? Então, é o momento de fazer a formação de preço do produto 
que pretende lançar no mercado.
e . Formação de preço
Receber em dólar sempre pareceu a melhor opção de negócio ao produtor brasileiro. É fato que 
o ganho em comércio internacional tende a ser maior que o mercado interno quando comparadas 
as mesmas demandas. Para isso, há uma explicação: a venda para um país distante costuma ser 
 
Pág. 17 de 68
em escala maior que a venda em mercado interno, que pode existir inclusive a venda unitária desse 
produto. Com todos os custos envolvidos nesses dois modelos de operação e a variação cambial, 
a exportação sempre parece ser mais rentável.
Por outro lado, o cálculo para definição de preço de exportação deve considerar diversos fatores 
para que, ao final, a empresa não tenha prejuízo. Sim, é possível ter prejuízo nesse mercado, apesar 
das cifras tentadoras.
E qual o melhor raciocínio para definir o preço de venda?
Na verdade, quando está no mercado interno, os concorrentes tendem a ter custos similares, 
ou seja, o valor de armazenagem de um produto, por exemplo, pode ser muito próximo do custo de 
armazenagem de um concorrente. No mercado externo, podem ser várias empresas de diversos 
países, com custos completamente diferentes.
Um exemplo é o custo de transporte no Brasil quando comparado com outros países. Pela 
grande incidência do modal rodoviário e a consequente dependência desse meio de transporte, 
o produto brasileiro pode chegar mais caro que o concorrente que produz em um país que utiliza 
outro tipo de modal menos custoso.
Outros fatores como a entrada de concorrentes também influenciam o preço, justificando uma 
análise constante sobre o mercado. O MRE (BRASIL, 2011, p. 31-32) sugere alguns fatores que 
influenciam o preço de exportação:
a) competidores potenciais;
b) custos de produção;
c) esquemas de financiamento à exportação;
d) tratamento tributário aplicável à exportação;
e) despesas de exportação (embalagem específica para exportação; despesas 
portuárias; despesas com despachantes; gastos com pessoal especializado, caso 
a empresa não decida pela exportação indireta; frete e seguro interno até o local de 
embarque etc.);
f) preços praticados por competidores de terceiros países;
 
Pág. 18 de 68
g) comportamento dos consumidores;
h) novas tecnologias.
Para a formação de preço de exportação, considera-se a tabela 1 como demonstração.
Tabela 1 – Preço de venda – exportação
Modelo de Exportação – SIMULAÇÃO Observações
Produto Bijouterias
Preço MI (sem IPI) R$ 98,00 para efeito de cálculo de deduções
Preço MI (com IPI) R$ 112,70 15%
Deduções
IPI (sobre o preço de 
mercado sem IPI)
R$ 14,70 15%
ICMS (sobre o preço de 
mercado sem IPI)
R$ 11,76 12%
COFINS (sobre o preço de 
mercado sem IPI)
R$ 7,45 7,6%
PIS (sobre o preço de 
mercado sem IPI)
R$ 1,57 1,6%
Lucro no MI (sobre o preço 
de mercado sem IPI)
R$ 9,80 10%
Embalagem (MI) R$ 5,00
Outros (comissão, logística, 
desp. financ., etc)
R$ 0,00
Total de Deduções R$ 50,28
Subtotal 1 (preço com IPI - 
deduções)
R$ 62,42
Inclusões
Embalagem ME R$ 9,00
Frete e Seguro R$ 16,00 Fábrica até porto de origem
 
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Outros (comissão, despesas 
em geral)
R$ 0,00
Total R$ 25,00
Subtotal 2 (subtotal 1 + 
inclusões)
R$ 87,42
Lucro pretendido R$ 15,43 15%
Preço FOB em R$ R$ 102,85
Câmbio (USD1) R$ 4,02
Preço FOB em USD USD 25,59
Fonte: elaborado pelo autor.
f . Núcleos internacionais e acordos comerciais e técnicos
Para um exportador, é importante também conhecer os órgãos internacionais que regem as 
atividades de comércio exterior. O principal dele é a Organização Mundial do Comércio (OMC). A 
figura 3 apresenta a estrutura da entidade.
 
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Figura 3 – Estrutura OMC
Conferência Ministerial
Conselho Geral
Comitês Conselho para oComércio de Mercadorias
Comércio e desenvolvimento
Comércio e Meio Ambiente
Acordos Regionais de Comércio
Restrições de BP
Administrativo
Acesso a mercados
Agricultura
Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
Barreiras técnicas
Antidumping
Subsídios e medidas compensatórias
Conselho para o
Comércio de Serviços
Conselho para o TIRPS
OMC - Estrutura Organizacional
Fonte: Enap (2017, p. 13). Disponível em: <http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3095/3/
Estrutura%20e%20Principais%20Regras%20da%20OMC%20%281%29.pdf>.
É importante que o exportador conheça alguns acordos importantes para, caso seja possível, 
utilizar-se de benefícios fiscais e facilidades de entrada no país de destino, dentre outros fatores. 
Nesse sentido, o exportador deve providenciar o certificado de origem.
O certificado de origem é o documento que atesta a origem da mercadoria e, principalmente, o 
cumprimento das exigências impostas pela legislação do país de destino, sendo utilizado em toda 
operação de exportação. É providenciado pelo exportador e utilizado pelo importador para requerer 
isenção ou redução do imposto de importação, segundo os acordos comerciais existentes. O Brasil 
possui alguns acordos comerciais com características distintas:
• Aladi – Associação Latino Americana de Integração;
• SGP – Sistema Geral de Preferências;
• SGPC – Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento;
• Mercosul – Mercado Comum do Sul.
Dessa forma, uma das alternativas do comércio exterior em tornar a operação menos burocrática 
é a criação de acordos comerciais entre países, também denominado de bloco econômico, grupo 
de países em que há uma constituição de livre comércio, ou seja, os países compram e vendem 
mercadorias em acordo com suas necessidades e sem as barreiras de um processo tradicional.
 
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O Mercosul é um bloco econômico em que o Brasil está inserido. A União Europeia é também 
um bloco econômico, talvez o mais importante nos dias de hoje pela unificação da moeda (Zona 
do Euro) e de procedimentos. O Nafta, em que aparecem os países da América do Norte, incluindo 
os Estados Unidos, é outro modelo de bloco econômico bastante conhecido.
Para se compreender como funcionam os acordos comerciais, pode ser citado o SGP – Sistema 
Geral de Preferências. Ele funciona como um aditivo que concede redução parcial ou total de 
impostos e taxas (nesse caso o Imposto de Importação), quando os produtos são originados de 
países em desenvolvimento.
Para que o processo tenha êxito, é necessário verificar se o produto a ser exportado está na 
lista de produtos autorizados para a emissão de SGP, se o produto tem origem no país exportador, 
se o produto será transportado diretamente do exportador para o importador e a apresentação da 
prova de origem à alfândega, denominado de Certificado de Origem Formulário A ou Form A. No 
Brasil, o Banco do Brasil é o único responsável pela emissão desse documento, com as seguintes 
exigências da Portaria nº 43 de 2012 (BRASIL, 2012):
I. Três vias do Formulário A preenchidas em inglês ou francês, sem rasuras (os formulários 
poderão ser obtidos nas dependências emissoras);
II. Conhecimento de embarque (ver Portaria Secex nº 12, de 3 de setembro de 2003, art. 52, § 2º);
III. Fatura comercial;
IV. Registro de Exportação (RE) ou Declaração Simplificada de Exportação (DSE), conforme o 
caso;
V. Quadro demonstrativo do preço (modelo disponível nas unidades emissoras);
VI. Outros documentos que sejam necessários à comprovação da origem do produto.
Outro formato de liberação comercialentre países é citado pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 41-42):
a) Área de preferência tarifária – resulta de acordos entre os países visando à redução 
de tarifas alfandegárias no intercâmbio entre os signatários, para a totalidade dos 
produtos ou para grupos de produtos. Os acordos podem estabelecer reduções de 
tarifas de importação para valor predeterminado ou redução gradativa, por meio de 
cronograma de reduções de tarifas;
b) Área de livre comércio – as barreiras ao comércio de bens entre os países membros 
são eliminadas, mas estes mantêm autonomia na administração de sua política 
comercial;
 
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c) União aduaneira – a circulação intrabloco de bens e serviços é livre, a política 
comercial é uniformizada, e os países membros utilizam uma tarifa externa comum;
d) Mercado comum – equivale à união aduaneira, mas permite também o livre 
movimento de fatores produtivos (trabalho e capital);
e) União econômica – estágio posterior ao mercado comum que contempla 
a coordenação estreita das políticas macroeconômicas dos países membros e, 
eventualmente, a adoção de moeda única.
É também importante avaliar os requisitos técnicos de cada país e seus órgãos. No Brasil, o 
Inmetro é uma importante fonte de consulta para os produtos adentrarem ao país. Um exemplo disso 
é a regulamentação de brinquedos para crianças com até três anos que tenham funcionamento 
por pilhas. No Brasil, é obrigatório que esse brinquedo venha com parafusos no recipiente em que 
estão localizadas as pilhas, aberto apenas com a utilização de chave de fenda ou afins. Assim, as 
empresas que desejam exportar para o Brasil esse tipo de mercadoria devem atentar-se à exigência 
e investir em pesquisa e desenvolvimento para se adequarem às leis do país.
Outras situações são percebidas também nesse processo. Os alimentos in natura (carnes, por 
exemplo) passam pela vistoria do SIF (Secretaria de Inspeção Federal), responsável pela garantia 
da qualidade e da rastreabilidade do produto. As plantas fabris, ao receberem o selo do SIF, têm 
autorização para exportar em acordo com a liberação do órgão e dos países compradores. Nos EUA, 
o FDA (Food and Drugs Administration) tem papel semelhante na entrada de alimentos e drogas 
lícitas ao país.
3.1.2 Aspecto administrativo fiscal
O aspecto negocial envolveu ações de entender qual produto vender no mercado internacional, 
o que se pode utilizar para facilitar a entrada nos países e ainda a formação de preço. É um passo 
importante essa definição, entretanto, se faz necessária a formalização do negócio perante o 
governo brasileiro.
Nesse momento, entram os sistemas de informação. São os mecanismos que o governo 
federal possui para acompanhar e fiscalizar os milhares e talvez milhões de transações diárias 
que acontecem nesse mercado, tanto para a exportação quanto para a importação. É para isso que 
existe o Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior).
 
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O Siscomex data de setembro de 1992 e envolve várias áreas do governo, tais como Secretaria de 
Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), 
pela Receita Federal do Brasil (RFB) e pelo Banco Central do Brasil (Bacen), denominados órgãos 
“gestores” do sistema. Participam ainda do Siscomex, órgãos “anuentes”, o Comando do Exército 
(Comexe), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa), o Departamento da Polícia Federal (DPF) e o Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros (BRASIL, 2011, p. 74).
Já é possível perceber a importância do Siscomex no comércio internacional pela quantidade 
de órgãos do governo que foi relacionada. Mas como ele funciona efetivamente?
Para responder essa pergunta, se faz necessário entender o processo para entrada da empresa 
e do produto no sistema, observando informações iniciais do governo sobre o assunto, destacado 
pelo MRE (BRASIL, 2011, p. 47):
Por meio do SISCOMEX, as operações de exportação são registradas e, em seguida, 
analisadas on-line pelos órgãos gestores do sistema. O Anexo “N” da Portaria SECEX 
nº 10, de 24 de maio de 2010, trata das remessas ao exterior que estão dispensadas 
de Registro de Exportação. Os produtos que necessitem de procedimentos especiais 
(normas específicas de padronização e de classificação), que estejam sujeitos a 
imposto de exportação ou que tenham a exportação contingenciada ou suspensa, em 
virtude de legislação ou em decorrência de compromissos internacionais assumidos 
pelo Brasil, estão relacionados no Anexo “P” da Portaria SECEX nº 10/2010. O Anexo 
“S” da referida Portaria SECEX relaciona os produtos não passíveis de exportação 
em consignação. Os produtos sujeitos à manifestação prévia dos órgãos do Governo 
na exportação estão indicados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX.
Ainda destacando o entendimento sobre o sistema, o MRE (BRASIL, 2011, p. 47-48) informa:
Para processar suas operações de exportação, as empresas exportadoras podem 
acessar o SISCOMEX diretamente, de seu próprio estabelecimento, desde que 
disponham dos necessários equipamentos e de condições de acesso. A empresa 
poderá utilizar, ainda, para processar suas exportações: a) despachantes aduaneiros; 
b) rede de computadores colocada à disposição dos usuários pela Receita Federal 
do Brasil (salas de contribuintes); c) corretoras de câmbio; d) agências bancárias que 
realizem operações de câmbio; e e) outras entidades habilitadas. Dessa forma, as 
 
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empresas exportadoras têm a possibilidade de encaminhar e de receber comunicações 
dos órgãos intervenientes em comércio exterior encarregados de autorizações e de 
fiscalização pertinentes ao processo de exportação. Para as empresas, o Sistema 
representa, entre outras, as seguintes vantagens: simplificação, agilidade, redução 
de custos, desburocratização etc.
Nesse primeiro, entende-se que a empresa precisa se registrar no sistema entendendo a sua 
utilização. Para isso, a empresa solicita a habilitação ao Siscomex e então pode informar suas 
transações comerciais.
A consolidação desse processo de habilitação passa antes pelo registro no Sistema Ambiente de 
Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros, que regulamenta a habilitação de 
exportadores e importadores. No mercado, ele é conhecido como sistema Radar. Caso queira saber 
mais como efetuar o registro, no Anexo I há mais informações acerca desse assunto para auxílio.
Após a sua habilitação, ao gerar a primeira operação, há o registro automático no Siscomex. 
Entretanto, vale sempre a ressalva que seu registro pode ser cancelado, negado ou suspendido caso 
tenha comprovação de ações ilícitas, tais como infração fiscal e cambial.
Nota importante: em meados de 2010, o governo federal instituiu o Novoex, um sistema que tinha 
algumas funcionalidades e promovia evolução no sistema ora utilizado pelas empresas. Em meados 
de 2018, uma nova evolução acontece e surge o Portal Único de Comércio Exterior, buscando criar 
maior interação, rapidez e funcionalidade aos processos. Entretanto, os ambientes continuam a ser 
chamados de Siscomex e assim será nesse material. 
Nesse momento, por meio do Siscomex, é possível desenvolver fazer o registro da operação.
Para esse material, serão apresentadas telas do sistema e algumas funcionalidades quando 
habilitadas no modo SIMULAÇÃO.
O portal é localizado no endereço: <https://portalunico.siscomex.gov.br>.
 
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Ao lado direito, ao clicar em Portal Único, a empresa tem acesso às diversas áreas de negócio. 
Para cada área, há uma determinação específica. Para efeito desse material, será acessado o Acesso 
Público. Já dentro dessa área, há duas opções, exportação ou importação. Nesse momento desse 
material, a opção escolhida é a exportação. A figura 4 apresenta as informações que são abertas.
Figura 4 –Registro de Exportação
Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/#/>.
No canto esquerdo da página (na figura 4), existe a Declaração Única de Exportação, também 
conhecida como DU-E. Foi instituída em março de 2017 e trata de um documento eletrônico que 
define a operação de exportação e subsidia o despacho aduaneiro. Na verdade, consiste em uma 
série de informações envolvendo, além da parte aduaneira, as partes administrativa, comercial, 
financeira, entre outras.
De uma forma geral, o governo caracteriza a DU-E como um documento eletrônico, segundo o 
art. 7º da Instrução Normativa nº 1.702 de 21 de março de 2017, que:
I - Contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, 
tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de exportação dos bens 
por ela amparados e definem o enquadramento dessa operação; e
II - Servirá de base para o despacho aduaneiro de exportação.
Parágrafo único. As informações constantes da DU-E servirão de base para o controle 
aduaneiro e administrativo das operações de exportação.
No que se refere à elaboração da DU-E, a referida IN define que a DU-E será formulada 
em módulo próprio do Portal Siscomex e consistirá na prestação, pelo declarante 
ou seu representante, das informações necessárias ao controle da operação de 
exportação, de acordo com:
 
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I - A forma de exportação escolhida pelo exportador;
II - Os bens integrantes da DU-E; e
III - As circunstâncias da operação (BRASIL, 2017a).
A nota fiscal continua sendo a base da DU-E, salvo não ser necessária sua emissão conforme 
legislação em vigor. O exportador pode optar por três formas de realizar sua exportação pela DU-E:
1. exportação própria;
2. exportação por meio de operador de remessa expressa ou postal; e
3. exportação por conta e ordem de terceiros.
A DU-E é interessante ao exportador? Sim, sem dúvida. O processo de exportação brasileiro 
ainda é lento e burocrático e a DU-E pode ajudar a diminuir prazos de exportação em até 40% 
conforme perspectivas, além de redução de preenchimento de dados, eliminando documentos e 
etapas processuais.
Com toda a perspectiva de rapidez e funcionalidade, a elaboração da DU-E realmente é bem 
didática e simples de se fazer. A figura 5 apresenta a tela disponibilizada pelo portal.
Figura 5 – Elaboração DU-E
Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/due/#/elaborar-due>.
Após essa elaboração, a empresa pode utilizar outros recursos do portal. Em um deles, é possível 
simular os procedimentos administrativos necessários. Entretanto, para essa simulação ser possível, 
é necessário entender a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul).
A NCM consiste na classificação dos produtos em acordo com as características e informações 
gerais. É composta por 6 dígitos conforme o SH (Sistema Harmonizado) que trata mundialmente 
 
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das classificações. Todos os países ou acordos comerciais podem inserir até 4 dígitos a mais no 
código, como acontece com o NCM que são adicionados 2 dígitos como apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 – NCM
NCM DESCRIÇÃO TEC (%)
09.01 Café, mesmo torrado ou descafeinado; 
cascas e películas de café; sucedâneos 
do café que contenham café em qualquer 
proporção. 
0901.11.10 Em grão 10
0901.22.00 Descafeinado 10
Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/nomenclatura/09>.
Para esse material, não serão discutidas as classificações, bem como a aplicação prática e sua 
importância. Entretanto, vale uma ressalva ao quadro 1 apresentado. No canto direito, aparece uma 
sigla, TEC (ou Tarifa Externa Comum).
A Tarifa Externa Comum foi criada para estimular a competitividade no Mercosul e evitar práticas 
de reservas para dominar mercado.
Voltando ao Siscomex, uma vez que há um NCM para utilização, é possível fazer a simulação 
do tratamento administrativo proposto pelo portal do governo federal. Para esse material, será 
considerado o NCM – Café em grão. As informações são apresentadas na Figura 6.
Figura 6 – Tratamento administrativo
Fonte: https://portalunico.siscomex.gov.br/talpco/#/simular-ta?perfil=publico
O importante da simulação é que ela pode apresentar algumas informações relevantes que, 
por vezes, passam despercebidas pela empresa. Para isso, a entrada no sistema de um produto 
 
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alimentício foi proposital, pois, como determina o governo federal, alguns órgãos controlam e 
fiscalizam, criando outras determinações conforme a mensagem apresentada (na parte inferior) 
na figura 7.
Figura 7 – Tratamento Administrativo Café
Fonte: https://portalunico.siscomex.gov.br/talpco/#/simular-ta?perfil=publico
Como não foi possível fazer a simulação do tratamento administrativo com o produto café por 
conta das determinações impostas, um outro foi selecionado com NCM 3307.10.00 – Preparações 
para barbear (antes, durante ou após).
Nessa situação, uma novidade de 2018 foi apresentada: o sistema retornou com a seguinte 
mensagem: “Operação com as características informadas não requer LPCO”.
A Licença, Permissões, Certificados e Outros Documentos à Exportação (LCPO) é denominada 
como um canal de relacionamento com os órgãos que controlam o comércio exterior e ainda 
os responsáveis pela emissão e licenças, permissões, certificados e qualquer outro documento 
relacionado à exportação. A ideia é eliminar duplicidade de solicitações e agilizar o processo. O 
módulo LPCO incorporado ao Siscomex foi lançado no final de 2018.
Outras informações importantes no portal tratam da parte logística. O módulo carga e trânsito 
apresenta informações gerais acerca do produto do exportador. A figura 8 apresenta a tela de 
informações, entretanto, o acesso à consulta é permitido somente com a inclusão das informações 
solicitadas no portal.
 
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Figura 8 – Carga e trânsito
Fonte: <https://portalunico.siscomex.gov.br/cct/#/consulta-estoque-antes-acd?perfil=publico>.
Um outro processo importante no sistema é o módulo Transporte, em que é possível consultar 
o documento de transporte gerado na venda do produto ao exterior. Como citado anteriormente, a 
LPCO tinha previsão para lançamento em dezembro de 2018 e não há informações de não ter sido 
concretizado esse prazo, já sendo visível o módulo para utilização.
Por fim, o sistema apresenta o NCM, já mencionado anteriormente. Toda a tabela é disponibilizada 
ao usuário para facilitar a consulta e classificação adequada do seu produto.
Para finalizar o aspecto administrativo fiscal, por tamanhas mudanças no processo acontecendo 
em 2019, é necessário um resumo:
• Entrada do Portal Único com objetivo de facilitar a operação de comércio internacional.
• A entrega de documentos para exportação (referentes ao exportador) são:
◊	 inscrição no Registro de Exportadores e Importadores;
◊	 documentos referentes ao Contrato de Exportação;
◊	 Fatura Pró-Forma;
◊	 carta de crédito;
◊	 letra de câmbio;
◊	 contrato de câmbio.
• A entrega de documentos para exportação (referentes ao contrato) são:
 
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◊	 Registro de Exportação no Siscomex;
◊	 Registro de Operação de Crédito;
◊	 Registro de Venda;
◊	 Solicitação de Despacho;
◊	Nota Fiscal;
◊	 Conhecimento de Embarque;
◊	 Fatura Comercial (commercial invoice);
◊	 Romaneio (packing list).
• Outros documentos como certificado de origem, certificado de seguro etc.
3.1.3 Aspecto administrativo cambial
Tão importante na definição do preço de venda, o câmbio cada vez mais faz parte da população 
brasileira, o que vem aumentando o conhecimento sobre o assunto. Quando percebido sob o aspecto 
do comércio internacional, torna-se primordial a devida atenção a esse aspecto. Por quê?
A moeda perde e ganha valor em qualquer lugar do mundo e qualquer que seja sua origem. Na 
história recente, a libra esterlina era a moeda mais utilizada em comércio internacional. Após os 
anos 1960, uma mudança no comportamento mundial fez com que a moeda dólar americano (USD) 
tomasse a frente namaioria dos negócios internacionais.
Isso impede a utilização de outras moedas na negociação? Dessa forma não, mas o dólar é 
controlado pelo governo, há uma atenção especial sobre e é pouco volátil, garantindo certa segurança.
 
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Foram citadas, no item anterior de documentação, a letra de câmbio e o contrato de câmbio. 
É importante saber que:
• a letra de câmbio é um título de crédito que o exportador (geralmente) emite contra o 
importador como uma ordem de pagamento;
• já o contrato de câmbio é o acordo firmado entre o comprador, vendedor e banco intermediário 
na negociação.
Então, como entender o aspecto cambial e não comprometer a venda?
Entendendo a taxa de câmbio, ou seja, o valor do dinheiro quando comparado à moeda estrangeira, 
temos por exemplo:
USD 1 = R$ 4,20 = significa a quantificação em real da moeda americana.
R$ 1 = USD 0,238 = significa a quantificação em dólar da moeda brasileira.
De uma forma geral, o exemplo apresenta algumas considerações:
• a moeda nacional brasileira é desvalorizada perante a moeda americana;
• por ser desvalorizada, no ato de exportar, a empresa deve atentar-se ao preço de venda 
praticado; e
• a mudança de cenários de alta e queda do valor da moeda brasileira pode comprometer os 
negócios das empresas.
A empresa pode operar sob dois modelos de operação:
• sem cobertura cambial: quando não há uma negociação e compra e venda realizada efetivamente. 
Exemplo disso são as feiras e exposições no exterior, materiais de testes, troca de produto por 
defeitos e avarias ou ainda animais reprodutores.
• com cobertura cambial: quando há a compra e venda realizada. Nesse momento, ocorre o 
fechamento do câmbio, que é a venda da operação ao banco. Essa venda pode ser realizada antes 
ou após o embarque. Antes do embarque acontece, por exemplo, quando há um financiamento 
do importador na produção dos bens que serão adquiridos posteriormente. Após o embarque, 
é o modelo mais tradicional por tratar-se da consolidação do processo de exportação.
Entretanto, com a volatilidade do mercado, como se prevenir?
 
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Nessa situação, a empresa pode contratar uma operação de hedge cambial, ou seja, uma 
proteção para diminuir possíveis perdas.
Na prática, significa que o valor definido no momento da venda ou durante a negociação será 
mantido. As oscilações não serão percebidas pela empresa que se beneficiar do hedge.
3.1.4 Aspecto administrativo tributário
O governo sempre vai incentivar a exportação e isso tem motivação na economia interna e no 
mercado internacional.
Na economia interna, produzir significa gerar necessidades de máquinas, equipamentos e mão 
de obra. A mão de obra, com renda, gasta; ao gastar, ela paga imposto, que retorna ao governo. 
Produzir internamente significa criar esse ciclo.
Mas não é só isso. Há também a necessidade de se manter competitivo no mercado internacional. 
Sendo assim, o governo costuma suspender ou isentar tributos e não são caracterizados pela OMC 
como subsídio à exportação, prática que pode gerar disparidade na competição internacional.
Como na importação, os impostos são incidentes sem o mesmo benefício da exportação, as 
suas definições serão tratadas posteriormente. Entretanto, quando a empresa decide exportar, ela 
deve atentar-se para dois tipos de exportação, já citadas anteriormente: exportação direta e indireta. 
Segundo o MRE (BRASIL, 2011, p. 165), na exportação direta, o produto exportado é isento do IPI e 
não ocorre a incidência do ICMS.
É permitida também a manutenção dos créditos fiscais incidentes sobre os insumos 
utilizados no processo produtivo. No caso do ICMS, é recomendável consultar as 
autoridades fazendárias estaduais, quando houver créditos a receber ou insumos 
adquiridos em outros Estados.
[...]
A exportação indireta, ou seja, quando realizada por meio de trading company 
– empresa comercial exportadora e consórcios de exportação – é equivalente à 
exportação direta, para efeito de isenção do IPI e do ICMS.
 
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3.1.5 Aspecto administrativo logístico
A última parte do processo de exportação traz consigo uma importância fundamental: colocar o 
produto vendido no local e data em que está combinado com o comprador. Fator de competitividade, 
a atividade logística cada vez alcança relevância no cenário de comércio internacional.
Os meios de transporte são os mesmos do mercado interno, entretanto, pela relevância do modal 
marítimo no processo de exportação, esse material utiliza dos navios para sua referência logística. 
Com isso, há uma série de procedimentos a ser analisada para a realização do embarque marítimo:
a) Início do processo: identificar as informações básicas do produto, tais como peso, volume, 
país de destino etc.
b) Busca por espaço no navio: entrar em contato com agentes e armadores (donos dos 
navios) para adquirir disponibilidade.
c) Escolha do porto: dependendo do contratado no item b), o navio pode não atracar em 
todos os portos brasileiros. Assim, analisar a rota do navio é necessária.
A escolha do porto é muito importante pela agilidade do processo, pela operação de terminais 
etc. Quando se fala em porto brasileiro, o Porto de Santos logo vem à tona. O maior porto da 
América Latina tem uma grande variedade de terminais, grande volume de carga etc., garantindo 
maior produtividade que outros portos. Mas, afinal, por que o Porto de Santos é tão importante e 
preocupante para o comércio internacional brasileiro?
Os portos são fundamentais no processo de exportação e importação. No Brasil, estima-se 
que 90% do volume exportado passe por portos, principalmente o de Santos-SP. O Brasil possui 
aproximadamente 30 portos, entretanto, os 10 maiores concentram algo em torno de 75% da carga 
movimentada (BRASIL, 2017b).
Os principais produtos movimentados no Porto de Santos são: açúcar granel, cítricos, soja em 
grãos, sacaria, carne, frango etc. A importância do Porto de Santos se dá pela sua participação na 
exportação brasileira. Em 2017, ele já detinha quase 30% do total comercializado no Brasil (PORTO 
DE SANTOS, 2017).
Considerando que o Brasil alcançou em 2017 um volume de ações comerciais (exportação e 
importação) próximo dos USD 400 bilhões, o Porto de Santos tem grande responsabilidade por esse 
resultado, como apresenta a tabela 2.
 
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Tabela 2 – Números da atividade no Porto de Santos
Informação Estimativa
Peso da carga por contêiner (tonelada) 28
Movimentação anual de contêiner (tonelada – jan./out, 2018) + de 60 milhões
Movimentação anual (tonelada – jan./out, 2018) + de 110 milhões
Movimentação de passageiros (nov. 2018 – mar. 2019). 569.523
Movimentação de navios (grande porte) 4026
Fonte: Codesp (2019).
Para absorver todo esse volume de negócios, o Porto de Santos deve passar por diversas ações 
de melhoria ao longo do tempo. Isso se faz necessário pela mudança constante das embarcações 
(principalmente o calado, que trata da profundidade das embarcações e seu tamanho) que passam 
pelo porto, a agilidade dos negócios (rapidez no processo é fundamental) e a adequação aos 
processos globais de uma forma geral, principalmente relacionado aos custos de operação. Diversas 
são as ações para melhorar o escoamento dos produtos, entretanto, ainda se mostram ineficientes 
em alguns aspectos. A figura 9 apresenta a configuração do Porto de Santos.
Figura 9 – Porto de Santos
Fonte: http://www.portodesantos.com.br/institucional/o-porto-de-santos/
 
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O Porto de Santos é administrado pela Codesp (Companhia de Docas do Estado de São Paulo) 
e como a maioria dos Portos brasileiros apresenta ineficiência em seus processos. As maiores 
queixas por parte das empresas são:
a) baixa produtividade da mão de obra;
b) elevado custo de estiva (manuseio);
c) problemas de acesso terrestre (rodoviário e ferroviário);
d) restrição de utilização de cargas; e
e) burocracia (são vários órgãos que mantêm governança sobreo porto).
O custo de uma atividade portuária em Santos é bastante significativo para a empresa que 
deseja efetivar seu processo de comércio exterior por esse Porto. Estimam-se que 40% dos custos 
estão associados com mão de obra, além do alto custo de armazenagem e operação do terminal.
Para reverter esse cenário, nos últimos anos foram feitos grandes investimentos pelas empresas 
privadas que administram por meio de concessão o Porto de Santos e pelas empresas privadas 
denominadas de terminais alfandegários. Os terminais servem de auxílio para suprir a demanda de 
armazenagem e movimentação de contêiner (exportação ou importação) sob controle aduaneiro 
ou não.
O Porto de Santos apresentou uma atualização fundamental para alcançar resultados expressivos 
com a aquisição de máquinas sofisticadas e equipamentos automatizados, que aumentaram a 
produtividade e contribuem para o crescimento da atividade portuária.
Assim, dentre as máquinas e equipamentos mais utilizados na operação portuária, destacam-se 
os portainers (equipamentos que transportam o contêiner do navio para o local de armazenagem 
e vice-versa), os transtainers (que movimentam o contêiner dentro da área de armazenagem do 
Porto) e as empilhadeiras denominadas de reach stackers.
Os portainers são máquinas que operam vários contêineres ao mesmo tempo. Por essa facilidade, 
requerem investimento em infraestrutura para sua adequação. Segundo informações da Diretoria do 
Porto, apenas para adaptação desse sistema e outras melhorias no Porto de Pecém, foram gastos 
mais de 700 milhões de reais, dobrando a capacidade de movimentação de contêineres (em média 
60 contêineres por hora) (SICOMAM, 2015).
 
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Os transtainers são equipamentos que funcionam na movimentação dos contêineres dentro do 
armazém portuário. Para isso, funcionam com um trilho que locomove os contêineres em direções 
preestabelecidas. Por sua utilização ser mais simples que o portainer, há diversos modelos no 
mercado. Seu preço pode ultrapassar USD 1 milhão, dependendo da sua capacidade de carga, altura 
de levantamento e funcionalidade.
As reach stackers são empilhadeiras de grande porte que transportam contêineres de 20 e 40 
pés, em trechos e espaços variados. A grande utilização desse tipo de empilhadeira se explica pela 
mobilidade do equipamento na movimentação no armazém e retirada e colocação do contêiner 
no caminhão que o transporta. Trata-se de um equipamento movido a diesel, com capacidade 
aproximada de 48 mil kg e capacidade média de empilhamento em torno de 5 contêineres.
Um veículo como a reach stacker tem um custo de aquisição aproximado de R$ 2,4 milhões. 
Somente um pneu novo pode atingir até R$ 28 mil. As máquinas, equipamentos e veículos citados 
necessitam de alto investimento para serem adquiridos. Para isso, o governo federal concede, em 
forma de empréstimos e financiamentos, linhas de crédito para subsidiar a aquisição do bem.
Nesse sentido, destaca-se o Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), um tipo de 
linha de crédito para máquinas e equipamentos fabricados em território nacional ou máquinas e 
equipamentos importados fabricados por empresas cadastradas no Credenciamento de Fabricantes 
Informatizados do BNDES (sem produção nacional).
Como regra do Finame, há uma limitação de até 90% do valor do bem para financiamento, com 
prazo para início de pagamento em até 12 meses e 60 meses para pagamento efetivo. O modelo 
de financiamento utilizado é o Sistema de Amortização Constante (SAC), com taxas aproximadas 
de 6% a.a.
A reach stacker, bem como os demais equipamentos mencionados, são partes inerentes da 
atividade portuária. Toda operação portuária detém a zona primária, caracterizada por toda área 
em que há controle aduaneiro ostensivo e é considerada parte integrante do porto. De uma forma 
geral, os portos seguem uma configuração semelhante à apresentada na figura 10.
 
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Figura 10 – Configuração padrão porto organizado
Fonte: Macrovector/freepik.com
Por movimentar mais de 2.500 contêineres e receber em média mais de 20 embarcações de 
grande porte por dia, o Porto de Santos opera em larga escala com auxílio do modal ferroviário e 
rodoviário. A gestão portuária torna-se fundamental para bom andamento dos processos, pois além 
do transporte de contêineres, a carga a granel obtém resultados expressivos conforme apresenta 
o gráfico a seguir.
 
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Figura 11 – Movimentação por produto no Porto de Santos
15
,3
29
,6
38
,3
15
,8
35
,2
45
,0
16
,1
36
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45
,0
15
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38
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50
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16
,0
41
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57
,1
15
,0
43
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52
,5
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45
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,8
15
,8
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,9
54
,2
17
,3
48
,6
64
,0
17
,0
52
,0
64
,2
GR. LÍQUIDOS CARGA GERAL GR. SÓLIDOS TOTAL
2009
20
40
60
80
100
120
140
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
m
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e 
to
ne
la
da
s
83,2
96,0 97,2
104,5
114,1 111,2
119,9
113,8
129,9 133,2
Evolução da movimentação do porto, por natureza
Comparativo dos acumulados até dezembro dos últimos 10 anos
Fonte: Codesp (2019, p. 5). Disponível em: <http://intranet.portodesantos.
com.br/docs_codesp/doc_codesp_pdf_site.asp?id=125846>.
Apesar das cargas em contêiner serem as mais visualizadas pelo grande movimento de caminhões 
ao redor do Porto e pela grande quantidade de contêineres nos terminais, é na carga a granel que 
está a maior parte da movimentação de mercadorias, atingindo mais de 50 milhões de toneladas 
movimentadas por ano. Para se ter ideia da representatividade da carga a granel, a carga geral 
(incluindo contêiner) atingiu mais de 43 milhões de toneladas e os líquidos a granel mais de 15 
milhões de toneladas em 2018 (CODESP, 2019).
Dessa forma, gerir a atividade portuária em Santos significa:
I. gerenciar mais de três mil pessoas que atuam na atividade portuária. Como citado 
anteriormente, os salários a pagar com a mão de obra do Porto de Santos são dos mais 
caros do mundo. Um operador de transtainer ou portainer pode alcançar um salário médio 
de R$ 7 mil. Um operador de reach stacker pode alcançar um salário de R$ 4 mil;
II. gerenciar a movimentação de cargas de alto valor agregado. Somente um contêiner de 
carne, por exemplo, pode ultrapassar USD 1 milhão;
 
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III. gerenciar a utilização de equipamentos de alto valor agregado que auxiliam na agilidade 
dos processos. Um portainer demora meses para ficar pronto e dias para ser entregue e 
preparado para a operação;
IV. contribuir com os sindicatos diversos que prezam pela saúde e bem-estar do colaborador. 
Em plataformas de petróleo, há um risco iminente de acidentes. Estima-se que o custo 
da Petrobrás com ações e prejuízos causados por acidentes em plataformas de petróleo 
ultrapassem os USD 10 milhões/ano;
V. contribuir para a evolução da atividade portuária brasileira e, principalmente, ser competitivo 
em custos quando comparado com outros portos do mundo, ter agilidade nos processos 
de liberação e desembaraço de carga, zelar pela segurança das embarcações estrangeiras 
e suprir a demanda nacional e internacional.
3.2 O processo de exportação visto pelas MPEs
Todo o processo descrito para exportação até então neste material passa pela utilização de 
recursos de maior porte, como o uso de contêineres. Essas operações são mais comuns em empresas 
de porte grande, o que deixa dúvida para a pequena empresa que tem interesse em vender pequenas 
quantidades para outros países.
E as MPEs (micro e pequenas empresas)? Como essas empresas se enquadram nesse processo 
de comércio internacional?
Para isso, foi criado o Exporta Fácil. Antes de mais nada, é importante entender a necessidade 
de criação desse programa e as perspectivas que foram geradas para as empresas que buscavam 
a internacionalização.
Até o final dos anos 1990, as MPEs consideravam muito burocrático e sem respaldo a operação 
dos Correios em mercado internacional. Com essa desconfiança e custos que eram gerados, asMPEs não se sentiam confortáveis em expandir seus negócios.
Para resolver ou minimizar esse problema, foi criado o Exporta Fácil, serviço de remessa de 
produtos, documentos e amostras para o exterior por meio dos Correios de forma simplificada. O 
programa visava, dentre outros fatores:
 
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• facilitar a exportação para as MPEs;
• aumentar as exportações brasileiras; e
• instituir um novo modelo de exportação.
Para que o Exporta Fácil funcionasse, foram criadas parcerias nos moldes do processo de 
exportação até então tradicional, com a Receita Federal, Banco Central do Brasil, Secretária de 
Comércio Exterior e demais ministérios e outros órgãos que atuam de alguma forma nesse segmento.
Após uma análise sobre a criação e desenvolvimento do Exporta Fácil dos Correios, pergunta-
se: como uma empresa pode enviar seus produtos utilizando esse programa?
Para respondê-la, é importante entender todo o conceito por trás dessa operação. De uma forma 
geral, as principais informações sobre o programa são:
a) os Correios providenciam o registro da remessa exportada gratuitamente;
b) é emitida a Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e encaminhada ao exportador;
c) o Exporta Fácil garante os mesmos incentivos fiscais de uma exportação considerada 
padrão;
d) o recebimento/fechamento do câmbio pode ser realizado de forma simplificada também.
Outro aspecto importante é a modalidade a ser utilizada quando da escolha desse programa. O 
exportador deve observar importantes informações como preço, prazo de entrega, peso e dimensão 
do produto para definir a melhor opção para o seu negócio. São quatro opções de envio conforme 
apresenta o quadro 2.
Quadro 2 – Modalidades Exporta Fácil
MODALIDADE CARACTERÍSTICAS PRAZOS
Sedex Mundi - Para	o	exportador	que	busca	a	
prioridade máxima na entrega;
- Prazo garantido, definido em 
função da origem e do destino;
- Rastreamento completo;
- Embalagem gratuita.
Prazo estimado de 3 a 19 dias 
úteis para as principais cidades 
do mundo
Express Service Mail 
(SEM)
- Para o exportador que busca a 
prioridade na entrega;
- Possibilidade de Rastreamento.
correios
Prazo estimado de 6 a 19 dias 
úteis
 
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Leve Internacional - Para o exportador que busca 
equilíbrio entre preço e prazo.
Prazo estimado de 6 a 20 úteis
Mercadoria Econômica - Para o exportador que busca o 
menor	preço. 
Prazo estimado de 12 a 28 dias 
úteis 
Fonte: Adaptado de https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil
Em todas as modalidades é disponibilizado o seguro automático, sendo possível a aquisição de 
um seguro opcional de até USD 10 mil. As principais recomendações e restrições são:
• os Correios não transportam nenhuma substância perigosa, conforme a classificação da IATA 
(Associação Internacional de Transportes Aéreos);
• estar de acordo com as disposições legais emitidas pelos órgãos reguladores do comércio 
exterior brasileiro;
• limite de peso: limite máximo de 30 kg, podendo variar de acordo com a modalidade escolhida 
e o país de destino;
• limite de valor: não há limite de valor;
• o registro da exportação é obrigatório quando o valor da remessa internacional ultrapassar 
1.000 dólares ou quando for caracterizada como objeto de exportação comercial (venda), 
qualquer que seja o valor.
• Dimensões: Pacote e caixa – pode variar de acordo com a modalidade de envio (CORREIOS, 
2010).
Para efetivar a exportação via Exporta Fácil, os produtos devem ter os seguintes documentos:
• formulário de postagem, AWB (Air Way Bill) ou conhecimento de embarque;
• fatura comercial (commercial invoice), em inglês ou idioma do país de destino;
Citado como um documento obrigatório no Exporta Fácil, o AWB é um formulário contendo 
todas as informações necessárias para o processo, desde o registro da exportação, declaração para 
alfândega até o conhecimento de embarque de carga. As figuras 12, 13 e 14 apresentam o modelo 
disponibilizado pelos Correios.
 
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Figura 12 – AWB – Nota Fiscal – Modelo 1, série única
Fonte: https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil#tab-4
Figura 13 – AWB – Folha suplementar
Fonte: https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil#tab-4
 
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Figura 14 – Commercial invoice
Fonte: https://www.correios.com.br/a-a-z/exporta-facil#tab-4
3.3 Notas gerais sobre exportação
Para complementar as observações do comércio internacional sob o ponto de vista da exportação, 
algumas últimas informações importantes:
a) busque informações junto ao governo. Há programas e órgãos com muita capacidade de 
ajudar;
b) pelo incentivo do governo em exportação, analise o mercado que busca entrar. Para isso, 
o próprio governo proporciona cartilhas de informações detalhadas sobre uma grande 
variedade de países. Para saber mais, veja um exemplo em: <https://investexportbrasil.dpr.
gov.br/arquivos/Publicacoes/ComoExportar/CEXBelgica.pdf>.
c) o problema está em fechar o preço de venda? O governo também auxilia nessa questão. 
Para saber mais, acesse: <http://simuladordepreco.mdic.gov.br/index.html>.
d) e se o problema for divulgação? Mais uma vez o governo pode contribuir. Acesse <http://
www.apexbrasil.com.br/home/index>.
e) Ainda com dificuldade de identificar os mercados e oportunidades de negócio? Acesse o 
link a seguir e tenha algumas opções: <http://www.apexbrasil.com.br/estudos-exclusivos-
de-oportunidades-no-exterior>.
 
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Se nenhuma das opções o atrai e é a importação que suscita maior interesse para você ou sua 
empresa, essa outra parte importante do comércio internacional será destacada a seguir.
3.4 O processo de importação
A importação é a internalização do produto estrangeiro em território aduaneiro. Isso quer dizer 
que é caracterizado o processo de importação somente quando há um fato gerador, ou seja, a entrada 
do produto no Brasil. Apesar de conter características similares à exportação, destacaremos apenas 
três aspectos pela maior diferença entre comprar do mercado externo e vender para o mercado 
externo: administrativo, fiscal e cambial.
Um resumo de cada aspecto pode ser observado a seguir:
A fase administrativa se refere aos procedimentos e exigências de órgãos de governo 
prévios à efetivação da importação e variam de acordo com o tipo de operação e de 
mercadoria: trata-se do licenciamento das importações. A fase fiscal compreende o 
tratamento aduaneiro, por meio do despacho de importação, que é o procedimento 
mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em 
relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e à legislação 
específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. Essa etapa ocorre em recintos 
próprios, logo após a chegada da mercadoria no Brasil, e inclui o recolhimento dos 
tributos devidos na importação. Após a conclusão do desembaraço aduaneiro, a 
mercadoria é considerada importada e pode ser liberada para o mercado interno.
Já a fase cambial diz respeito à operação de compra de moeda estrangeira destinada 
a efetivação do pagamento das importações (quando há esse pagamento) sendo 
processada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar 
em câmbio (INVEST & EXPORT BRASIL, [2019a]).
De uma forma geral, o processo de importação pode ser analisado conforme a figura 15.
 
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Figura 15 – Fluxograma da importação
OK!
OK!
OK!
OK!
IMPORTADOR verifica no SISCOMEX o
Tratamento administrativo para a operação
IMPORTADOR registra
solicitação de Licença de
Importação no SISCOMEX
IMPORTADOR/
EXPORTADOR embarca a
mercadoria no exterior
MERCADORIA é
transportada até o ponto
de destino no Brasil
MERCADORIA é
descarregada e enviada
ao recinto alfandegado
IMPORTADOR solicita aos
órgãos de controle a
fiscalização da mercadoria
no recinto alfandegário
IMPORTADOR registra
Declaração de Importação (DI),
recolhe tributos e encaminha
documentos à RFB
No recinto alfandegado, RFB
seleciona DI e procede à
Conferênciaaduaneira
Desembaraço
Aduaneiro
Depositário consulta no SISCOMEX autorização da RFB, verifica documentos
e recolhimento de ICMS e AFRMM (quando aplicável) e libera mercadoria
Depositário informa
disponibilidade da
mercadoria para RFB
Transportador informa
RFB sobre chegada
da mercadoria
ÓRGÃOS ANUENTES
do licenciamento de
importação analisam
pedido, deferem licença,
autorizando embarque
ÓRGÃOS ANUENTES
(VICIACRO e ANVISA)
não deferem licença e
esperam aviso de
chegada de mercadoria
ÓRGÃOS ANUENTES
na Zona Primária
inspecionam a mercadoria
e deferem LI pendente
no SISCOMEX
Operação SUJEITA
a licenciamento
Produto SUJEITO à
inspeção da ANVISA ou MAPA
Produto NÃO SUJEITO à
inspeção da ANVISA ou MAPA
Operação NÃO SUJEITA
a licenciamento
Etapa de controle
administrativo
Etapa de controle
aduaneiro
IMPORTAÇÃO DE BENS
PROCESSO BÁSICO
Legenda:
Fonte: http://www.investexportbrasil.gov.br/sites/default/files/visio-processo_de_importacao_v6_0.pdf
3.4.1 Aspecto administrativo fiscal
A parte administrativa do processo de importação tem relação direta com a troca de informações 
entre os países. Da mesma forma que os países criam leis, determinações, procedimentos e 
adequações dos produtos brasileiros quando estão ingressando no mercado daquele país, no Brasil 
não é diferente. A busca pela devida adequação aos processos brasileiros evita atraso na liberação 
da carga e multas.
 
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As importações brasileiras estão classificadas sob dois grupos:
1. importações permitidas, que são geridas pelo Siscomex e podem ser realizadas pelo próprio 
importador ou demais autorizados; e
2. importações não permitidas, que podem ocorrer caso o país de origem do produto por 
razões econômicas, políticas etc esteja proibido de comercialização com o país de destino 
ou ainda produto que tenha alguma restrição quanto à preservação do meio ambiente, 
saúde pública etc.
Dentre as importações permitidas, há três modalidades básicas:
1. importações dispensadas de licenciamento;
2. importações sujeitas ao licenciamento automático; e
3. importações sujeitas ao licenciamento não automático.
De uma forma geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, ficando 
a obrigação do importador de gerar a Declaração de Importação (DI) no Siscomex e seguir com os 
procedimentos normais de despacho aduaneiro.
As importações sujeitas ao licenciamento ocorrem quando, pela legislação vigente e por 
exigência dos órgãos competentes, o produto deve ter uma autorização prévia para ser importado. 
Pode existir alguma situação específica que pode também gerar a necessidade do licenciamento. 
Vale a ressalva da empresa sempre providenciar o licenciamento com antecedência.
Caso tenha interesse em saber um pouco mais sobre licenciamentos de importação, o Anexo 
II desse material traz uma série de informações para auxiliar.
Da mesma forma que acontece na exportação, o conhecimento do mercado, dos países e dos 
preços praticados é fundamental no processo de importação. Por vezes, o entendimento de um 
produto que parece com menor custo em determinado país, quando chega ao Brasil tem seu custo 
elevado, gerando uma série de problemas para a empresa.
Nota importante: nos valores mencionados em sites ou em negociações com empresas NÃO constam 
os tributos brasileiros que podem incidir sobre o produto. Isso tem uma explicação: O fator gerador 
(tributo) só acontece quando o produto está em território alfandegário. 
Ainda nessa parte administrativa, a empresa deve buscar informações acerca de procedimentos 
que possam fazer com que o seu custo seja reduzido. Apesar da importação tradicionalmente ter 
 
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alíquotas de imposto vigentes, o governo promove algumas opções para as empresas. Uma operação 
que merece destaque é o drawback.
Em algumas situações, a empresa pode importar matéria-prima ou produto que faz parte de 
outros componentes, formando assim um produto acabado. Esse produto gerado tem na exportação 
um dos seus canais de distribuição, em que pode ser possível a operação de drawback. É isso 
mesmo: se a matéria-prima comprada faz parte de um produto que tem destino a exportação, o 
governo promove, desde que esteja dentro da legislação, suspensão dos tributos de importação 
que a matéria-prima sofreria caso fosse para venda do produto apenas em mercado interno.
É uma operação bastante interessante para a empresa e está dividida em quatro situações, 
conforme mencionado pela Invest & Export Brasil:
I) Drawback Genérico: Concedido exclusivamente na modalidade Suspensão. 
Caracteriza-se pela discriminação genérica da mercadoria e o seu respectivo valor, 
dispensadas a classificação na NCM e a quantidade. No compromisso de exportação 
devem ser informados a classificação na NCM, descrição, quantidade e valor total 
do produto a exportar. A operação é analisada pelo compromisso global, mediante a 
comparação do custo total da importação e da aquisição no mercado interno (quando 
houver) com o valor líquido da exportação.
II) Drawback Intermediário: Concedido nas modalidades Suspensão e Isenção. 
Na modalidade de Suspensão, o Drawback Intermediário é concedido a empresas 
denominadas fabricantes-intermediários, que importam e/ou adquirem no mercado 
interno mercadorias destinadas à industrialização de produto intermediário a ser 
diretamente fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego ou consumo 
na industrialização de produto final destinado à exportação. Na modalidade Isenção, 
o Drawback Intermediário é concedido a empresas fabricantes-intermediários para 
reposição de mercadoria anteriormente importada ou adquirida no mercado interno 
utilizada na industrialização de produto intermediário fornecido diretamente a empresas 
industriais-exportadoras, para emprego ou consumo na industrialização de produto 
final destinado à exportação.
III) Drawback para Embarcação: Concedido nas modalidades Suspensão e Isenção. 
Caracterizase pela importação de mercadoria utilizada em processo de industrialização 
de embarcação para fins de venda no mercado interno, conforme disposto no § 2º 
do	art.	1º	da Lei	nº 8.402,	de	08/01/92.	O	Anexo VI	da Portaria	nº	23,	de	14	de	julho	
 
Pág. 48 de 68
de 2011, apresenta o roteiro para apresentação do pedido. Esta operação também 
se aplica ao Drawback Intermediário.
IV) Drawback para Fornecimento no Mercado Interno: Concedido exclusivamente na 
modalidade Suspensão. Caracteriza-se pela importação de matérias-primas, produtos 
intermediários e componentes destinados à fabricação, no País, de máquinas e 
equipamentos a serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação 
internacional, contra pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento 
concedido por instituição financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou por 
entidade governamental estrangeira ou, ainda, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico	e	Social	–	BNDES,	com	recursos	captados	no	exterior	(Lei	no 8.032,	de	
1990, art. 5º, com a redação dada pela Lei no 10.184, de 12 de fevereiro de 2001, 
art. 5º,	e	pelo	Decreto	nº	6.702,	de	18	de	dezembro	de	2008).	O	Anexo VII	da Portaria	
nº	23,	de	14	de	julho	de	2011 (link	externo)	apresenta	o	roteiro	para	apresentação	do	
pedido. (INVEST & EXPORT BRASIL, [2019b]).
Outro fator importante trata da importação de produtos especiais. Um exemplo já citado nesse 
material é o brinquedo, que deve ser regulado pelo Inmetro antes de ingressar no mercado brasileiro. 
Da mesma forma acontece com produtos que devem ser regulamentados pelo Mapa (Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 
assim como na Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) ou CNPq (Conselho Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) quando for o caso.
Em algumas vezes, a empresa preocupa-se com a importação do produto, mas quando ocorre 
algo fora do cotidiano, fica

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