Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Discente: Kaíque Bezerra de Moura Curso: Fisioterapia 2 Ano Disciplina: Eletrotermofototerapia Docente: Prof. Jorge Grabowski Prazo de Entrega: 15/04/2021 ATIVIDADE INTEGRADORA – RESENHA DO ARTIGO 1 BIMESTRE A crioterapia é uma alternativa terapêutica muito utilizada na fisioterapia. Trata-se de um recurso funcional e de fácil acesso a população geral, com objetivo de combater lesões musculoesqueléticas agudas e traumas moderados e agudos muitas vezes recorrentes de esportes recreativos e competitivos. O tecido mais acometido por esses tipos de traumas, é o tecido muscular esquelético, normalmente por meio de contrações ou algum mecanismo de impacto direto. A lesão muscular é caracterizada por uma série de fatores, tais como desorganização das miofibrilas, ruptura de mitocôndria e reticulo sarcoplasmático, interrupção da continuidade do sarcolema, autodigestão e necrose celular, além de disfunção microvascular progressiva e inflamação local. Como não podemos influenciar terapeuticamente e diretamente na lesão primária, a lesão secundaria pode ser amenizada por meio de certas intervenções, e uma dessas intervenções pode ser a aplicação de frio no local, imobilização temporária e administração de analgésicos e anti-inflamatórios. Em relação a crioterapia, há evidencias de efeitos analgésicos, que promove restauração estrutural e funcional favorecendo a reabilitação. Assim, a crioterapia, agiliza na recuperação por meio da vasoconstrição induzia pelo frio aplicado na região acometida pela lesão. Esse efeito também auxilia na redução de edemas, reduções hemorrágicas, entre outros benefícios. Embora seja uma técnica muito utilizada, em relação a lesões musculares agudas, os seus efeitos não estão totalmente elucidados, essa discussão deve-se as características fisiológicas individuais de cada indivíduo. Porém é certo a apresentação de melhora na aplicação de gelo na região acometida dentro das primeiras 72 horas (fase aguda). Visto a escassez das pesquisas referente a esse método, o estudo apresentado nesse artigo propõe estudar e analisar os efeitos de uma única sessão de crioterapia, aplicada imediatamente após a lesão por mecanismo de impacto, nas propriedades mecânicas do musculo gastrocnêmio de ratas, após uma semana de trauma. METODO: Animais Foram utilizadas 24 ratas fêmeas Rattus norvegicus albinus, variedade Wistar. Durante o experimento, os animais foram mantidos em gaiolas coletivas, em um número máximo de três ratas por gaiola. As ratas foram mantidas a uma temperatura de 25oC, fotoperíodo de 12h claro e 12h escuro, recebendo água e alimentação padrão. Todos os procedimentos foram executados dentro das normas. Grupos experimentais Os animais foram distribuidos aleatoriamente em tres grupos experimentais: Grupo C – composto por oito animais mantidos em gaiola padrão por seis dias. Grupo L – composto por oito ratas submetidas à lesão no músculo gastrocnêmio direito, por meio de mecanismo de impacto, sem tratamento e mantidos em gaiola padrão durante seis dias. Grupo LC – composto por oito ratas que foram submetidas à lesão no gastrocnêmio direito e receberam tratamento de crioterapia imediatamente após a lesão. Também mantidos em gaiola padrão por seis dias. Protocolo de lesão experimental aguda Para o experimento, foi utilizado um aparelho proposto inicialmente por Stratton et al. Confeccionado com medias especificas para garantir um impacto estabilizado e certo na região do animal. Em relação as ratas, nestas, foram aplicadas anestesias com associação de cloridrato de quetamina (80mg/kg) e cloridrato de xilazina (15mg/kg), na dose de 0,6ml da mistura para cada 100 gramas de massa corporal. Em seguida, o terço médio do gastrocnêmio do membro pélvico direito dos animais foi tricotomizado e posicionado sobre uma base do equipamento, estando o animal em decúbito ventral, com extensão de articulações de quadril, joelho e 90o de dorsiflexão de tornozelo. Foi utilizado um peso de 200gr, liberados â 30cm de altura, diretamente sobre os músculos gastrocnêmio das ratas produzindo uma força de impacto na região de 294 newtons. Os animais foram submetidos a um trauma único e separados, conforme seu grupo experimental. Protocolo de crioterapia Logo após o impacto, aos animais do grupo LC, ainda anestesiados, foram submetidos a uma única sessão de crioterapia. A técnica aplicada, foi executada por meio de imersão total do membro pélvico lesionado em água, com uma temperatura medias de seis graus Celsius durante 30 minutos. A imersão foi feia manualmente sem qualquer resistência dos animais, devido aos efeitos anestésicos. Para controlar a temperatura média da água, foi utilizado um termômetro para auxiliar na colocação de cubos de gelo ou se necessário a retirada. Preparação do musculo gastrocnêmio Depois de seis dias, as ratas foram submetidas a eutanásia por administração intraperitoneal de dose excessiva do anestésico tiopental sódico, a fim de possibilitar a retirada do musculo gastrocnêmio do membro pélvico direito. Logo após, foi realizada a remoção de partes moles, seguida de desarticulação do tornozelo e quadril. Para facilitar a fixação do músculo na máquina de ensaios, foram preservadas as origens e inserções dos músculos. Após a dissecação, as peças foram colocadas em solução de lactato de Ringer até o momento da realização. Ensaio mecânico de tração Para realização desse teste foi utilizada uma maquina especifica onde a força de tração e o registro da tensão muscular até a ruptura são controlados via software. Foi analisado: Carga no limite máximo (CLM): registro máximo de carga imposta, antes da ruptura muscular. É representada em newtons (N). Alongamento no limite máximo: alongamento máximo atingido pelo músculo, antes de sua ruptura. É representado em metros (x 10‑3m). - Rigidez (R): propriedade obtida na fase elástica, sendo determinada pela tangente da reta traçada nesta fase. É expressa em newtons/metro (N/m). Carga no limite máximo (CLM) Grupo C (grupo sem lesão) – 31,53; Grupo L (grupo com leão sem crioterapia) – 17,99; Grupo LC (grupo lesionado submetido a uma sessão de crioterapia) – 25,88. Alongamento no limite máximo (ALM) Grupo C (grupo sem lesão) – 12,04; Grupo L (grupo com leão sem crioterapia) – 9,19; Grupo LC (grupo lesionado submetido a uma sessão de crioterapia) – 10,07. Rigidez (R) Grupo C (grupo sem lesão) – 3,75; Grupo L (grupo com leão sem crioterapia) – 2,19; Grupo LC (grupo lesionado submetido a uma sessão de crioterapia) – 3,16. DISCUSSÃO: Observando os resultados do experimento, concluímos que os músculos lesionados, que não tiveram qualquer intervenção com crioterapia, apresentaram uma diminuição de todos as propriedades mecânicas em relação aos músculos lesionados submetidos a uma única sessão de crioterapia após seis dias. Logo a crioterapia favoreceu efeitos fisiológicos acrescentando capacidade biomecânica no musculo. E que também, os músculos que receberam o tratamento de crioterapia uma única vez, não conseguiram atingir as capacidades do musculo das ratas do grupo controle. Logo os resultados deste estudo fornecem importantes informações adicionais, que suportam as observações clínicas de que a crioterapia empregada no tratamento agudo da lesão muscular favorece a melhora da qualidade do tecido muscular esquelético. No artigo, comparando os grupos C e L, vemos que a lesão levou à piora de todas as propriedades testadas. O que é coerente com as observações clinicas e registros científicos disponíveis, onde a lesão muscular traumática induz a alterações patológicas que ocasionam deterioração estrutural e funcional. Referente aos efeitos do tratamento da crioterapia na fase aguda, observamos diferenças estáticas significativas entre grupo L e grupo LC nas propriedades CLM e rigidez. Mas comparando C e LC, vimos que a sessão única de crioterapia nãofoi o suficiente para recuperar as propriedades aos valores basais. Nas implicações da piora da propriedade de CLM dos grupos L e LC, vemos que os músculos com essa propriedade reduzida, estão mais suscetíveis a ruptura por suportarem menores cargas. Em adendo, a diminuição da capacidade de alongamento antes da ruptura, avaliada pela ALM, foi registrado apenas comparação entre C e L. Apesar de LC ter apresentado valor superior ao grupo L, não foi observado diferença significativa na estatística. Em conclusão, vemos que a sessão de crioterapia por imersão, imediatamente após a lesão, promove a melhora das propriedades mecânicas analisadas, sendo de grande valia na fase aguda da lesão. ARTIGO REFERÊNCIA Análise Biomecânica dos Efeitos da Crioterapia no Tratamento da Lesão Muscular Aguda Biomechanical Analysis of the Cryotherapy Effects in the Treatment of Acute Muscular Injury
Compartilhar