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ANA JÚLIA MARQUES OLIVEIRA LÍQUOR Fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. Tem função de proteção mecânica do SNC por meio do coxim líquido de acordo com o princípio de Pascal, amortecendo choques. Além disso, o SNC �ca todo submerso em liquor, fazendo agir o princípio de Arquimedes, tornando-se muito mais leve e reduzindo o risco de traumatismo no encéfalo. 2.1 CARACTERÍSTICAS CITOLÓGICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DO LÍQUOR O estudo do liquor é valioso para diagnóstico de diversas doenças, tipo meningites. O líquor normal é: ● Límpido e incolor; ● Apresenta de 0 a 4 leucócitos por mm³; ● Pressão de 5 cm a 20 cm de água; ● Quantidade de proteínas muito menor do que no Plasma; ● Volume total de 100ml a 150ml, sendo renovados a cada 8 horas; ● Plexos corióides produzem 500ml por dia através de �ltração seletiva do plasma e da secreção de elementos especí�cos; 2.2 FORMAÇÃO, CIRCULAÇÃO E ABSORÇÃO DO LÍQUOR Os plexos coróides, estrutura enovelada formada por dobras da pia-máter, vasos sanguíneos e células ependimárias modi�cadas, são responsáveis pela produção de 60% do líquor (por meio do plasma sanguíneo). Os outros 40% se dão pelo epêndima das paredes dos ventrículos. É ativamente secretado pelo epitélio ependimário, principalmente dos plexos coróides. Sua formação envolve transporte ativo de Na+Cl- através de células ependimárias dos plexos coróides acompanhada de água. Existem plexos coróides nos ventrículos laterais (corno inferior e parte central) e no teto do III e IV ventrículo. CIRCULAÇÃO - Os ventrículos laterais contribuem para maior volume liquórico, que passa para o III ventrículo pelos forames interventriculares e daí ao IV ventrículo pelo aqueduto cerebral. Pelas aberturas mediana e laterais do IV ventrículo, o liquor ganha o espaço subaracnóideo (de baixo para cima) e é reabsorvido principalmente pelas glândulas aracnóideas, chegando à circulação geral sistêmica. No espaço subaracnóideo da medula a circulação se dá em direção caudal, mas apenas uma parte volta por que a outra é reabsorvida pelas granulações aracnóideas nos nervos. A circulação é extremamente lenta devido à distância percorrida pelo líquor e pela pressão exercida pelas artérias intracranianas. OUTRAS FUNÇÕES DO LÍQUOR - 1. Manutenção de um meio químico estável no sistema ventricular, por meio de troca de componentes químicos com os espaços intersticiais. 2. Excreção de produtos tóxicos do metabolismo de células do tecido nervoso (facilitado durante o sono devido ao aumento de volume nos espaços intersticiais). 3. Veículo de comunicação entre diferentes áreas do SNC. ENVOLTÓRIOS DA MEDULA Envolvida por membranas �brosas, meninges (dura-máter, aracnóide, pia-máter). 5.1 DURA-MÁTER Fibras colágenas que a torna espessa e resistente, mais externa. Envolve toda medula, formando o SACO DURAL. Cranialmente, segue com a dura-máter craniana, inferiormente termina em um fundo de saco na vértebra S2. Tem prolongamentos laterais que envolvem as raízes dos nervos espinais, com orifícios obliterados que não permitem a saída de líquor. 5.2 ARACNÓIDE Entre a dura-máter e a pia-máter. Justaposta à dura-máter, com trabéculas que a liga a pia-máter. 5.3 PIA-MÁTER Mais interior e mais �na. Penetra na �ssura mediana anterior. Continua caudalmente mesmo após a medula terminar, em um �lamento esbranquiçado chamado de FILAMENTO TERMINAL. Esse �lamento perfura o fundo de saco dural e continua até o hiato sacral, onde recebe prolongamentos da dura-máter e passa a se chamar FILAMENTO DA DURA-MÁTER ESPINAL, e depois constitui o LIGAMENTO COCCÍGEO. A pia-máter forma, lateralmente, o ligamento denticulado. 6.0 ESPAÇO ENTRE AS MENINGES ● ESPAÇO EPIDURAL (OU EXTRADURAL) : situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém tec. adiposos e grande quantidade de veias, formando o plexo venoso vertebral interno. ● ESPAÇO SUBDURAL : entre a dura-máter e a aracnóide. Possui pequena quantidade de líquido. ● ESPAÇO SUBARACNÓIDEO: mais importante e contém grande quantidade de líquor. VENTRÍCULOS MORFOLOGIA DOS VENTRÍCULOS LATERAIS São cavidades cerebrais revestidas de epêndima e contendo líquido cerebrospinal. Ventrículos laterais esquerdo e direito se comunicam com o III ventrículo por meio do forame interventricular. Apresentam 3 cornos (anterior, posterior e inferior) e uma parte central. Com exceção do inferior, têm o teto formado pelo corpo caloso. MORFOLOGIA DAS PAREDES VENTRICULARES ● CORNO ANTERIOR - Situa-se adiante do forame interventricular. Possui o septo pelúcido medialmente, que separa o corno anterior dos dois ventrículos laterais. O teto e o limite anterior é formado pelo corpo caloso. O assoalho é constituído pela cabeça do núcleo caudado. ● PARTE CENTRAL - Estende-se para o lobo parietal até o esplênio do corpo caloso e se bifurca formando os cornos inferiores e posteriores na região do trígono colateral. O assoalho, inclinado lateralmente, apresenta: fórnix, plexo coróide, parte lateral da face dorsal do tálamo, estria terminal e núcleo caudado. ● CORNO POSTERIOR - Dentro do lobo occipital, possui uma curva com uma ponta. Paredes formadas por �bras do corpo caloso. ● CORNO INFERIOR - curva-se inferiormente a seguir anteriormente em direção ao polo temporal, a partir do trígono colateral. Teto formado por substância branca. Assoalho formado pela eminência colateral e pelo hipocampo. PLEXOS CORIÓIDES DOS VENTRÍCULOS LATERAIS Plexos coróides passam pela parte central dos ventrículos laterais e continua com o III ventrículo através do forame interventricular, atingindo também o corno inferior do ventrículo lateral. TERCEIRO VENTRÍCULO Compreendido na cavidade do diencéfalo, sendo uma fenda ímpar e mediana que conecta-se ao IV ventrículo pelo aqueduto cerebral. Veri�ca-se em um corte mediano a existência de uma depressão no local, conhecida como sulco hipotalâmico, que se estende até os canais. As paredes acima desse sulco pertencem ao Tálamo e abaixo ao Hipotálamo. O assoalho do III ventrículo dispõe de: quiasma óptico, infundíbulo, túber cinéreo e corpos mamilares. A parede posterior: epitálamo. A parte mais alta das paredes laterais tem um feixe de �bras nervosas conhecidas como estrias medulares do tálamo, onde se insere a tela corióide, formando o teto do III ventrículo, no qual se invaginam os plexos corióides que se caracterizam como duas linhas paralelas e contínuas que partem do forame interventricular. A parte anterior é formada pela lâmina terminal que une os dois hemisférios. QUARTO VENTRÍCULO É a cavidade do Rombencéfalo, situada entre o bulbo e a ponte ventralmente e o cerebelo dorsalmente. Cranialmente tem o aqueduto cerebral e caudalmente o canal central do bulbo. A cavidade do IV ventrículo tem recessos laterais que se comunicam com o espaço subaracnóideo por meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka). Há também a abertura mediana do IV ventrículo, conhecida como Forame de Magendie. Esses forames permitem a circulação de líquor. Em sua metade caudal, o teto do IV ventrículo é constituído pela tela corióide. estrutura formada pela união do epitélio ependimário, que reveste internamente o ventrículo, com a pia-máter, que reforça externamente este epitélio. A tela corióide emite projeções irregulares, e muito vascularizadas, que se invaginam na cavidade ventricular para formar o plexo corióide do IV ventrículo. Esses plexos produzem o líquido cerebroespinhal, que se acumula na cavidade ventricular, passando ao espaço subaracnóideo através das aberturas laterais e da abertura mediana do IV ventrículo. Através das aberturas laterais próximas do �óculo do cerebelo exterioriza-se uma pequena porção do plexo corióide do IV ventrículo.
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