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Saúde da Mulher e da Gestante

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Saúde da Mulher e da Gestante 
Enfermagem Na Saúde Da Mulher 
A relação entre a complexibilidade expressa pelo período climatérico e a diferença que o profissional 
enfermeiro pode fazer no enfrentamento por parte das mulheres desse período tornaram-se estímulo para o 
desenvolvimento deste estudo. Com esta pesquisa de natureza qualitativa, objetivou-se verificar o 
conhecimento dos enfermeiros diante da definição de climatério, descrever o planejamento específico de 
enfermeiros para a assistência à mulher no climatério, bem como a importância que enfermeiros oferecem 
à atenção para estas mulheres. A coleta de dados se deu por meio de entrevista semiestruturada e áudio 
gravado com cinco enfermeiras com idade entre 22 e 51 anos. 
A interpretação e a análise basearam-se na análise de conteúdo. As entrevistadas não expressaram 
domínio do assunto, demonstrando pouco conhecimento sobre a real definição de climatério, despreparo na 
elaboração de um planejamento adequado para assistência a essas mulheres, além de, apesar de 
reconhecerem a importância dessa atenção, algumas assumirem que esta não existe na rotina de trabalho. 
Portanto, o estudo permitiu ressaltar a extrema importância de o enfermeiro se munir de informações a 
respeito do tema para ter condições de oferecer uma assistência adequada, refletir sobre o assunto e se 
conscientizar da necessidade da prática de tais ações. Com isso, a transmissão da importância e do 
essencial valor do trabalho dele diante desse processo conflituoso vivenciado pelas mulheres de meia-
idade, o enfermeiro contribui de forma significativa para a desmistificação e ressignificação dessa etapa da 
vida da mulher. 
O climatério é a fase da vida da mulher em que ocorre a transição do período reprodutivo - menacme - ao 
não reprodutivo - senectude (senescência ou senilidade).1 A Organização Mundial de Saúde (OMS) 
estabelece como limite etário para o climatério o período entre 40 e 65 anos de idade. A Sociedade 
Internacional de Menopausa divide esse período em: pré-menopausa - inicia-se, em geral, após os 40 anos, 
com a diminuição da fertilidade em mulheres com ciclos menstruais regulares ou com padrão menstrual 
similar ao ocorrido durante a vida reprodutiva; perimenopausa - inicia-se dois anos antes da última 
menstruação e vai até um ano depois (com ciclos menstruais irregulares e alterações endócrinas); pós-
menopausa - começa um ano após o último período menstrual e é subdividida em precoce - quando ocorre 
em até cinco anos da última menstruação - ou tardia - mais de cinco anos.1 
As modificações existentes nessa fase ocorrem por causa das variadas alterações na estrutura e na função 
ovariana, com gradativa diminuição da produção estrogênica. O hipoestrogenismo é o principal responsável 
pelo surgimento de modificações físicas e psíquicas características do climatério. Os sintomas típicos do 
climatério mais frequentes são instabilidade vasomotora, distúrbios menstruais, sintomas psicológicos, 
atrofia geniturinária e, em longo prazo, osteoporose e alterações cardiocirculatórias.1 A intensidade dessas 
modificações recebe influência do ambiente sociocultural, das condições de vida da mulher e do grau de 
privação estrogênica.2 
De acordo com Murata e Schirmer,3 é possível que os sintomas que surgem no período do climatério 
tenham relação com a qualidade da vida sexual, social e psicológica pregressa da mulher, assim como com 
as formas apreendidas para viver esse período. 
O climatério é, portanto, um processo de mudanças físicas e emocionais para a mulher, que ainda recebe a 
influência de múltiplos fatores: sua história de vida pessoal e familiar, seu ambiente, cultura, costumes, as 
particularidades pessoais, psiquismo, dentre outros. Assim, o climatério afeta cada uma das mulheres de 
modo diferente, repercutindo nos seus sentimentos e na sua qualidade de vida.4 
Portanto, o problema central deste estudo é: como os enfermeiros percebem a assistência à mulher nessa 
fase e quais as ações que realizam nesse sentido? 
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O atual índice de mulheres que se encontram no climatério é muito alto. Isso faz com que aumente ainda 
mais a preocupação quanto à necessidade de atenção à saúde delas. Segundo Oliveira,5 até 2020, o Brasil 
terá entre 40 e 50 milhões de mulheres ingressando na segunda metade da vida. 
Atualmente, o Ministério da Saúde está dando atenção específica à saúde da mulher no climatério com a 
criação do Manual de Atenção Integral à Saúde da Mulher no Climatério/Menopausa, que é um dos 
objetivos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher de qualificar a atenção às mulheres 
nessa fase da vida.6 
O enfermeiro tem contato regular com as mulheres ao longo da vida e, portanto, é relevante que se 
aproprie de fonte de informação sobre sua saúde e o manejo do climatério.7 
A assistência à saúde da mulher sempre esteve mais relacionada ao seu ciclo reprodutivo. As consultas de 
enfermagem, desde que começaram a ser implantadas, sempre foram direcionadas às gestantes.8 Vargens 
e Hood9 expressam preocupação com a mulher não grávida, afirmando que, muito embora os problemas 
obstétricos sejam graves em nosso meio, o ciclo gravídico-puerperal ocupa um curto espaço de tempo na 
vida da mulher. 
Nesse sentido, são fundamentais as iniciativas que contemplem a atenção à saúde, incluindo a 
possibilidade de troca de experiências, acesso a informações em uma assistência holística, para que a 
mulher climatérica alcance a autovalorização e a autoestima, fundamentais ao bem-estar e à longevidade 
com saúde e dignidade.10 
No climatério, por incluir na vida das mulheres aspectos que abrangem modificações fisiológicas, culturais e 
sociais - relações familiares e extrafamiliares -, acredita-se que a abordagem intradisciplinar seria a 
alternativa mais completa para o atendimento à mulher climatérica.2 
Nesse contexto, o profissional enfermeiro, na condição de agente transformador, principalmente por se 
ocupar da educação para a saúde, poderá ser um elemento de grande valia no momento em que se tenta 
construir, junto com as mulheres climatéricas, um futuro com mais qualidade e poder de decisão sobre o 
período em que se encontra, mediante escolhas com conhecimentos obtidos não somente no seu meio 
social, mas principalmente instrumentalizados com outras fontes de saber, atualmente ao alcance somente 
daqueles que circulam no meio científico.2 
A motivação para este estudo decorre da necessidade existente em manter as condições de saúde e a 
melhora na qualidade de vida das mulheres no período climatérico, visto que, nos dias atuais, a mulher de 
meia-idade está numa fase de franca produção, tendo muito a oferecer ao mundo que a cerca e em 
condições de usufruir muitos prazeres da vida. Por essas razões, não se deve deixar que as sequelas do 
climatério impeçam a mulher moderna de viver a plenitude de sua maturidade. 
Acredita-se que uma assistência de enfermagem adequada à saúde da mulher nesse período possa ser 
fundamental para a diminuição dos impactos gerados por esse processo de inúmeras alterações físicas e 
psíquicas. 
Assim, com este estudo teve-se como objetivos verificar o conhecimento dos enfermeiros diante definição 
de climatério, descrever o planejamento específico de enfermeiros para a assistência à mulher nessa fase 
e, também, a importância que enfermeiros conferem à atenção para a mulher climatérica. 
Metodologia 
Esta pesquisa é de natureza qualitativa, entendida por Minayo11 como aquela capaz de incorporar a 
questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, 
sendo estas últimas tomadas, tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções 
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humanas significativas. Nesse tipo de pesquisa, a preocupação é com um nível de realidade quenão pode 
ser quantificado, isto é, trabalha-se com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores 
e atitudes que correspondem a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos 
que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.12 
O cenário do estudo foi um hospital de médio porte do interior de São Paulo cuja finalidade é prestar 
assistência à população. Para evitar a identificação dos sujeitos, optou-se por não divulgar o município nem 
o nome do hospital participante. Os sujeitos foram todos os profissionais enfermeiros desse hospital, o qual 
tem em seu quadro de colaboradores cinco enfermeiros, totalizando, assim, cinco sujeitos de pesquisa. 
Os dados foram coletados por meio de entrevistas áudio gravado, as quais foram realizadas no local de 
atuação dos sujeitos, durante o turno de trabalho. Quanto ao horário, todas as entrevistas foram pré-
agendadas de acordo com a disponibilidade dos enfermeiros, gravadas com cada uma das participantes e 
transcritas após seu término. 
Realizou-se uma entrevista semiestruturada com roteiro direcionado aos tópicos de estudo, a qual se 
baseou em questões para a caracterização pessoal dos enfermeiros e três questões norteadoras: a) Como 
você define climatério? b) Como é seu planejamento específico para a assistência à mulher climatérica?; e 
c) Qual a importância da atenção à mulher nessa fase da vida? 
A técnica de entrevista semiestruturada é uma comunicação interativa natural que permite receber e dar 
informações a respeito dos dados de análise e interpretação.13 É aquela que, embora originária de 
questionamentos básicos que interessam à pesquisa, oferece amplo campo de interrogativas que surgem à 
medida que se recebem as respostas do informante.2 
A coleta de dados foi realizada após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da 
instituição à qual as pesquisadoras são filiadas, atendendo aos preceitos éticos da Resolução nº 196/96 do 
Conselho Nacional de Saúde de 1996 sobre pesquisas envolvendo seres humanos, e mediante o 
consentimento dos sujeitos, confirmando sua participação na pesquisa com a assinatura do Termo de 
Consentimento Livre Esclarecido. 
Vale ressaltar que a escolha por enfermeiros hospitalares não teve correlação com a escolha do tema em 
estudo, visto que a análise proposta está de acordo com a opinião pessoal dos sujeitos como enfermeiros, 
sendo esta independente do seu local de atuação, já que todos devem estar munidos de conhecimentos 
sobre o assunto, pois, seja qual for sua área de atuação, a qualquer momento, seja frequente ou 
raramente, pode estar diante da prestação de assistência à mulher nessa fase. 
Para a análise das informações e interpretação optou-se por seguir o caminho da análise de conteúdo do 
tipo temática, a qual se desdobra em três etapas: a) Pré-análise: consistiu na organização das informações 
a serem analisadas, seguida de leitura flutuante, tornandose contato exaustivo com o material e 
determinando-se as unidades de registro, os recortes e a modalidade de codificação; b) Exploração do 
material: recorte no texto das unidades de registro selecionadas, com a devida agregação das informações 
e escolha das categorias que contribuíram para a especificação dos temas; c) Tratamento dos resultados e 
interpretação: essa etapa foi realizada com base no método indutivo e mediado pelas informações teóricas 
acerca do tema11. 
As cinco enfermeiras que participaram do estudo eram do sexo feminino e tinham entre 22 e 51 anos de 
idade. O tempo de formação variou de 2 a 30 anos. Todas confirmaram a presença da disciplina de Saúde 
da Mulher durante sua graduação. Dentre as entrevistadas, apenas 4 possuem alguma especialização, 
sendo uma em Especialização em Formação Docente na Educação Profissional Enfermagem; uma em 
Saúde Pública e Obstetrícia; uma em Saúde Pública, Administração Hospitalar e Habilitação em Pedagogia 
em Enfermagem; e uma em Enfermagem do Trabalho. O tempo de trabalho na instituição na qual atuam 
variou de 9 meses a 9 anos. Quanto à carga horária semanal, todas cumprem carga horária de 36 horas. 
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Os resultados apresentados na análise das informações foram dividido sem categorias para melhor 
compreensão: definição, sinais e sintomas, fases, planejamento da assistência, importância da assistência. 
Definição 
Na análise das respostas das enfermeiras quanto à sua definição para climatério, percebeu-se que todas 
definiram o que é climatério de acordo com seu conhecimento sobre o assunto e do ponto de vista 
biológico. 
Notou-se um vago conhecimento a respeito da definição de climatério quando co-relacionado à 
menopausa, pois a maioria afirmou que o climatério a antecede: 
É a fase que antecede a menopausa. 
É aquela fase que antecede a menopausa. 
É a fase que antecede a menopausa 
Fase que antecede o período da menopausa. 
Isso vai contra o que diz Murata e Schirmer,3 os quais esclarecem que a menopausa é considerada o 
evento mais importante no climatério e é definida como o último fluxo menstrual espontâneo e, segundo 
Brasil,6 somente reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência. A menopausa é, portanto, 
de acordo com Lima,14 um evento durante o climatério. 
A perda da fertilidade também foi incluída na definição. Duas das entrevistadas definiram o climatério como 
a fase em que a mulher passa do período fértil para o não fértil: 
Fase em que a mulher passa do período fértil para o período não 
É onde a mulher passa do período fértil para o período não-fértil. 
Como marco biológico, para Bossemeyer,15 o climatério representa a transição entre a fase reprodutiva e a 
não reprodutiva, ou seja, do menacne para a senilidade, confirmando, assim, que o climatério é uma fase 
repleta da ocorrência de eventos biológicos que culminam com a perda da fertilidade. 
Quanto à produção de hormônios pelos ovários, encontrou-se em três respostas a relação entre a produção 
de hormônios e o climatério. Em algumas das falas, observou-se a relação entre a falta de hormônios e o 
aparecimento dos sintomas e, em outra, a definição de climatério como fase de transição entre o pleno 
funcionamento dos ovários e a cessação deles: 
Fase essa cercada de vários sintomas devido à falta de hormônios antes produzidos pelos ovários. 
Isto pode acarretar vários sintomas né?, pois há a falta de hormônios que antes eram produzidos pelo 
ovário. 
Fase de transição entre o período de funcionamento plenos dos ovários e a parada da produção dos 
hormônios. 
O surgimento dos sintomas característicos desse período está intimamente ligado ao hipoestrogenismo, ou 
seja, à deficiência ou ausência de estrogênio, hormônio produzido pelos ovários. A maioria dos sinais e 
sintomas típicos do climatério resulta da diminuição dos níveis de estrogênios circulantes.1 
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Hurd, Amesse e Randolph16 afirmam que a perda da função ovariana, geralmente, é um processo gradual 
que ocorre durante vários anos e culmina na menopausa. Durante essa transição, ocorrem alterações na 
produção de hormônios e no metabolismo, os ovários reduzem sua produção de estrogênio e, finalmente, 
cessam qualquer atividade cíclica. 
Apenas uma das entrevistadas citou a faixa etária em que as mulheres vivenciam o climatério, referindo-se 
que ele dura vários anos, com início por volta dos 40 anos e término em torno de 60-65 anos: Dura muitos 
anos, iniciando-se por volta dos 40 anos e encerrando-se entre 60 e 65 anos. (E5) 
Condiz com a delimitação da faixa etária para o climatério descrita por Murata e Schirmer,3 os quais 
afirmam que ele inicia-se entre 35-40 anos de idade e termina aos 55-60 anos, com variações individuais. 
Observa-se que as entrevistadas, quando questionadas a respeito de como definem o climatério, não 
hesitaram em responder, porém é nítido que houve confusão de conhecimentos quando expressaramque o 
climatério é o período que antecede a menopausa. Isso pode estar relacionado ao fato de se limitarem às 
definições individuais de cada expressão de forma superficial e restritamente biológica. Segundo 
George,17 o climatério é descrito como uma multiplicidade de significados e a menopausa como evento 
biológico, mas o significado social é que determina de que modo a mulher percebe e interpreta a realidade 
desse evento. 
Talvez seja necessário "desconstruir" o conceito de climatério como síndrome da falência ovariana e 
"reconstruí-lo" como sinônimo de um processo complexo de vivências, no qual a mulher passa por 
transformações que abrangem aspectos fisiológicos, mas também psíquicos, sociais e culturais, bem como 
seus valores.18. 
Sinais e Sintomas 
Nessa categoria estão descritos os sinais e sintomas citados pelas enfermeiras durante a entrevista. Dentre 
elas, apenas duas citaram exemplos de sinais e sintomas durante a entrevista como: ondas de calor 
(fogachos), ressecamento da mucosa vaginal, enfraquecimento dos ossos (osteoporose), mudança de 
humor e dor no ato sexual: 
Sintomas causados nesta fase, como ondas de calor, ressecamento da mucosa vaginal, enfraquecimento 
dos ossos, é... a mudança do humor. 
Elas vão ter o enfraquecimento dos ossos, podendo acarretar até a osteoporose, é... elas vão ter aqueles 
fogachos né?, que são as ondas de calor e começam a ter, no ato sexual, elas podem ter dor e isso em 
virtude do ressecamento da vagina. 
Os sinais e sintomas, segundo Mori e Coelho,19 variam de uma mulher para outra, ocasionados pelos 
distúrbios hormonais femininos "estrogênios e progesterona", e é importante saber que nem todas as 
mulheres reagem igualmente a esse novo período de sua vida, definido como "mudança de vida". 
Podem ser classificados em sinais e sintomas em curto e longo prazos. Dentre as manifestações iniciais 
estão a irregularidade menstrual, sintomas vasomotores (fogachos/ondasdecalor),atrofianosistema 
geniturinário, prurido, dispareunia (dor durante o ato sexual), alterações da pele e alterações psíquicas, que 
vão da fadiga à depressão.18 As manifestações tardias são a osteoporose e as doenças cardiovasculares.20 
Para Berni, Luz e Kohlrausch,2 o ensino das mulheres em relação ao climatério e seus corpos em 
modificação é uma intervenção de enfermagem crítica. Portanto, considera-se importante o conhecimento 
do enfermeiro sobre os sinais e sintomas característicos do climatério para este poder estar apto a 
diagnosticá-lo e prestar assistência à mulher nessa fase do ciclo vital. 
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Fases 
Ao analisar a habilidade das enfermeiras de avaliar se a mulher está no climatério ou na menopausa, 
observou-se dificuldade. Uma das entrevistadas demonstrou insegurança quanto ao diagnóstico específico 
de cada fase; outra, quanto a relacionar os sintomas apresentados pela paciente e o diagnóstico de 
climatério. 
A gente não consegue definir se ela está nessa fase, ou se já é, dependendo da idade da paciente, se ela 
tá na fase da menopausa. 
A pessoa mesmo nunca fala 'ah, eu tô no climatério', só fala daqueles sintomas e dificilmente a gente vai se 
ligar, ah, tá no climatério. 
Para o diagnóstico do climatério e da menopausa em específico, é necessário o conhecimento da definição 
de cada fase para, então, diferenciar cada termo. 
O termo"climatério" é comumente usado como sinônimo de menopausa.18 Porém, segundo Souza e 
Aldrigui,21 ele é utilizado para definir o período da vida reprodutiva da mulher durante o qual a menopausa 
ocorre. 
Portanto, para o diagnóstico de climatério, de acordo com Aldrighi, Hueb e Aldrighi,22 basta conhecer a 
idade da mulher, pois afirmam que estão no climatério todas as mulheres entre 35 e 65 anos de idade. Para 
a menopausa, o diagnóstico é retrospectivo, pois pode-se dizer que uma mulher está nessa fase após a 
ocorrência de doze meses consecutivos de amenorreia. 
Quanto à sintomatologia, sabe-se que a do climatério pode ser dividida, segundo Reis et al.,23 basicamente, 
em alterações do comportamento (irritabilidade, ansiedade, depressão, nervosismo, insônia, diminuição da 
libido, amnésia, fadiga mental e melancolia), sintomas neurovegetativos (ondas de calor, sudorese, 
palpitações, cefaleia, tonturas, opressão, zumbido e hipertensão arterial), metabólicas e atróficas (atrofia 
urogenital, atrofia cutânea, osteoporose, arteriosclerose, artralgia, mialgia, neuralgia e obesidade). 
Desse modo, tendo conhecimento dos principais sintomas característicos do climatério, é possível o 
enfermeiro relacionar as queixas da paciente associadas à idade com ela estar ou não vivenciando esse 
período de vida. 
Planejamento da Assistência 
Nas respostas quanto ao planejamento específico para assistência à saúde da mulher no climatério, todas 
relataram ao menos uma forma de atenção às mulheres nessa fase. 
O climatério precisa ser entendido como transição normal de vida; a prevenção de desconfortos ou doenças 
e seus sintomas podem ser abordados de diferentes maneiras.2 Partindo desse princípio, as respostas 
foram analisadas de acordo com cada maneira de abordar a assistência à mulher climatérica citada pelas 
entrevistadas. 
Observou-se que três das entrevistadas descreveram que atuam em relação às mulheres nessa fase de 
vida realizando apenas a orientação quanto aos sintomas apresentados. Dessas, duas justificaram essa 
maneira de atuar: uma, com a orientação do que está acontecendo nessa fase, mostrando que não é tão 
grave como se pensa; a outra relata que é o enfermeiro quem deve orientar sobre o climatério, a fim de 
evitar ou pelo menos atenuar os sintomas presentes: 
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É importante na hora da entrevista que o enfermeiro faz na admissão do paciente é... poder estar 
diagnosticando os sintomas pra orientar ela porque que tá acontecendo aquilo com ela, e mostrar que não 
é assim tão grave como ela pensa. 
São orientações a respeito dos sintomas causados nesta fase [...] eu acho que a gente é... que deveria é... 
ter assim orientações a respeito pra evitar esses sintomas né?, ou pelo menos melhorar. 
Bom, eu primeiro vou orientar a respeito dos sintomas. 
Esse modo de abordagem é aprovado por Berni, Luz e Kohlrausch,2 os quais afirmam que parece essencial 
um diálogo franco e esclarecedor com a mulher, que promova esclarecimento e autoconhecimento, além de 
propiciar-lhe assistência adequada, considerando o contexto individual, tanto o orgânico quanto o 
emocional e o social. 
Silva, Araújo e Silva10 concordam com os autores supracitados quando dizem que a assistência deve ser, 
principalmente, preventiva, mediante a promoção do esclarecimento e autoconhecimento, e acrescentam 
que essa assistência deve ter em vista a preparação dessa mulher para enfrentar e superar as 
modificações e transtornos que possam ocorrer. 
Murata e Schirmer3 têm a mesma opinião quanto ao fato de que o enfermeiro deve possuir tais orientações, 
quando afirmam que ele deve estar engajado com propostas de atendimento à mulher climatérica de forma 
sólida e consistente, e para isso é necessário o profissional ter vistas ao atendimento de qualidade, 
especificamente a essa fase do ciclo vital. 
Notou-se que apenas uma das entrevistadas abordou outras maneiras de atenção a essas mulheres 
citando atividades em grupo, orientação nutricional, quanto à atividade física e intelectual. Promover 
atividades em grupos, fazer orientação nutricional, orientação quanto às atividades física e intelectual. 
Sampaio Neto et al. 24 também relatam como proposta auxiliar na terapêutica do climatério convidar as 
pacientes a participar de reuniões para discutir temas relativos a essa fase, sendo uma intervenção 
educativa com o objetivo de se prepararem para a menopausa. 
As atividades em grupo constituem, sim, uma proposta auxiliar na terapêutica do climatério, em que as 
pacientes são convidadas a participarde reuniões para discutir temas relativos a essa fase, sendo uma 
intervenção educativa com o objetivo de preparar para a menopausa. 
As mulheres necessitam, além de esclarecimento sobre o que acontece com o corpo em mudança, de 
oportunidades para discutir a ambiguidade entre os estereótipos culturais da mulher climatérica e suas 
experiências pessoais.2 Uma oportunidade desse tipo poderia ser proporcionada por um grupo de apoio, 
mediado pelas enfermeiras, no qual os problemas enfrentados pelas mulheres, evitados culturalmente, 
pudessem ser discutidos abertamente.2 
Outra questão é o fato de nessa fase haver maior tendência para ganho de peso, decorrente das mudanças 
endócrinas e também de desvios alimentares, motivados, muitas vezes, pelo aumento da ansiedade própria 
do período.25 Para manter a forma física, benéfica para o corpo e para a mente, além dos exercícios, a 
dieta bem equilibrada é fundamental, a fim de fornecer energia e substâncias essenciais.26 Lembrando que 
a atividade física com moderação e controle é importante para a manutenção do peso, a prevenção da 
osteoporose e de doenças cardiovasculares, assim como propicia bem-estar físico e psíquico.25 
Nesse contexto, cabe ressaltar que a mulher, ao vivenciar o climatério, vai adquirindo a consciência de seu 
novo corpo mediante suas percepções e experiências até transformar isso em conhecimento para, então, 
estabelecer prioridades e assumir novos modos de vida.18 
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Entretanto, antes de a mulher ter essa consciência e almejar um nível satisfatório de saúde por meio de 
atividades e hábitos de vida saudáveis, ela deve ser incentivada, e cabe aos profissionais de saúde 
participarem desse trabalho junto com as mulheres, a fim de que possam ser motivadas a aderir e sustentar 
um novo modo de se autocuidar.18 
Portanto, é de grande importância a inclusão de orientações nutricionais e de atividades físicas no 
planejamento da assistência à mulher climatérica. 
Importância da assistência 
Nessa categoria, analisou-se a importância descrita pelas entrevistadas quanto à assistência às mulheres 
no climatério. 
Observou-se que apenas uma das entrevistadas afirmou que não há uma atenção específica à mulher 
nessa fase e relacionou isso à falta de conhecimento profissional a respeito dessa área, tratando somente 
do que a paciente está apresentando sem saber a causa, porém reconheceu a importância dessa 
assistência: 
Por falta um pouco de conhecimento, de aprofundar mais nessa área falta um pouco mais de atenção a 
isso pra mulher né?, e a gente sempre vê que muitas vezes atende o que tá apresentando, mas não sabe a 
causa, então não dá pra fazer um... não tem essa atenção específica, mas é importante. 
Berni, Luz e Kohlrausch2 concordam dizendo que, mesmo com as proporções crescentes de mulheres 
entrando na meia-idade, ainda parece haver pouca informação sólida sobre os conhecimentos, percepções 
e necessidades de atendimento de saúde a essas mulheres no climatério. 
No atendimento de saúde da mulher, porém, é preciso o trabalho em conjunto de uma equipe 
interdisciplinar oferecendo informações detalhadas sobre o estado de saúde e sobre o que está ocorrendo 
na vida das mulheres nessa etapa, considerando-as na posição de agentes ativos, desenvolvendo a 
capacidade de refletir e falar sobre suas percepções e procedimentos recomendados.2 
A enfermagem constitui um elo fundamental na composição da equipe profissional que presta assistência à 
saúde da mulher climatérica. Para isso, faz-se necessário buscar aperfeiçoamento técnico-científico, 
elaborar e implementar projetos e protocolos em nível de atendimento primário e secundário à saúde da 
mulher nessa fase.3 
Percebeu-se que quatro das entrevistadas justificaram a importância da assistência descrevendo a 
necessidade de a mulher se conhecer e entender por que está acontecendo essas mudanças com ela para 
que tenha uma vida normal e encontre um novo equilíbrio em seu comportamento. 
É importante é... porque ela vai poder tá se conhecendo e saber por que que tá ocorrendo essas mudanças 
com ela. 
É muitoimportante que essas mulheres sejam orientadas sobre esses sintomas. 
A gente precisa tá orientando essas mulheres pra que elas tenham uma vida normal. 
A mulher deve receber todo o apoio, orientação e tratamento adequado para que entenda melhor o que 
está acontecendo com seu organismo e encontre um novo equilíbrio em seu comportamento. 
Para Berni, Luz e Kohlrausch,2 é muito importante essa transmissão de conhecimentos, pois há 
necessidade de discutir sobre o assunto com as mulheres, permitindolhes manifestar suas percepções em 
relação a essa etapa da vida, conhecer o próprio corpo e os aspectos culturais que envolvem o tema, 
revelar suas necessidades de saúde e buscar caminhos que possibilitem satisfazê-las. 
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Desse modo, é possível que as mulheres possam desmistificar a realidade socialmente construída - de 
conotação negativa do climatério -, lidando melhor com as mudanças físicas e emocionais e vivendo 
plenamente esse período de transformação.2 
Apenas duas das entrevistadas, além de abordarem a importância da assistência discutida acima, 
acrescentaram a questão da melhora na qualidade de vida dessas mulheres, incluindo vida pessoal, 
amorosa e familiar como consequência dessa atenção específica: 
Pra melhorar mesmo a qualidade de vida delas né?, a qualidade de vida pessoal, amorosa [...] e familiar 
também, pra melhorar essa qualidade, essa relação pessoal mesmo, interpessoal com esse grupo. 
Então a gente orienta pra que elas tenham uma vida melhor, tanto a vida pessoal quanto amorosa, familiar. 
Reis et al.23 ressaltam que os problemas psíquicos, pessoais e os distúrbios sociofamiliares frequentemente 
se sobrepõem nessa fase de vida e, aliados à deficiência estrogênica, podem levar à piora da qualidade de 
vida de tal forma a precipitar quadros depressivos angustiantes com um grau inaceitável de insatisfação 
com a própria vida. 
Dessa forma, o principal objetivo na assistência, fundamentalmente, consiste na manutenção das 
condições de saúde e na melhora na qualidade de vida das mulheres no período climatérico.27 Encorajando 
as mulheres climatéricas a refletir e questionar criticamente, os profissionais de saúde podem auxiliá-las 
nesse sentido.2 
Portanto, o enfermeiro deve atuar, como membro de uma equipe multidisciplinar, de forma a estabelecer 
uma relação mais autêntica, para que, sendo-com-o-outro, possa compartilhar saberes, anseios, dúvidas, 
sentimentos e emoções, num processo de coexistência que se dá numa relação horizontal em que o 
indivíduo é valorizado e motivado a refletir sobre seu modo de vida e seus limites, permitindo, assim, que as 
mulheres reflitam sobre as alternativas de novos caminhos em busca de uma convivência melhor consigo 
mesmas e com seus pares.18 
Outra questão abordada por uma das entrevistadas foi o fato de a assistência à saúde da mulher no 
climatério não ser rotina de trabalho e ser pouco discutida: 
É incomum é... a gente vê dentro do ambiente de trabalho, é difícil a gente vê pessoas falando disso [...] 
porque não é rotina, é uma coisa pouco falada. 
Essa questão é confirmada por Berni, Luz e Kohlrausch,2 quando afirmam que as pesquisas de 
profissionais da saúde que abordam a mulher climatérica de forma holística são, numericamente, tímidas 
ou pouco divulgadas, e o modelo de assistência à saúde dessas mulheres segue o mesmo caminho. A 
informação e a educação para a saúde, tão necessárias ao autocuidado, e a participação ativa da mulher 
nas decisões sobre o cuidado com seu corpo não são práticas presentes no cotidiano dos serviços de 
saúde.2 
Uma das entrevistadas relata que é importante a orientação à mulher nessa fase para a melhora na 
assistência e, assim, evitar que ela procure o médico sem necessidade, já que orientações a respeito dessa 
fase davida podem evitar-lhes transtornos na vida. 
É pra melhor assistência porque às vezes ela tá indo procurar o médico por isso e às vezes nem precisaria, 
né?, sendo que é uma coisa que ela podia tá sendo orientada e evitar transtornos na vida dela. (E2) 
É necessário que o profissional da saúde tenha disponibilidade para prestar esclarecimentos e acabar com 
a crença de que só o médico entende de saúde.2 A enfermeira tempapel importante e autônomo na 
interface com a saúde reprodutiva e na saúde coletiva, sendo que na atenção básica o domínio da 
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enfermeira inclui tanto o cuidado à mulher durante seus anos reprodutivos quanto o cuidado no período do 
climatério e pós-menopausa.2 Com uma assistência adequada, a enfermeira encaminha a mulher ao 
especialista ginecologista, sem necessidade de consulta prévia ao clínico. 
Algumas das entrevistadas acrescentaram no seu relato sobre a importância da atenção a mulheres 
climatéricas o fato de muitas serem leigas, não sabendo o que está se passando com elas e se 
esconderem, não procurando ajuda, às vezes, em virtude de medo: 
Pois muitas são leigas e elas não procuram ajuda. 
Muitas não sabem o que tá se passando com elas, se escondem né?, é... às vezes em virtude de medo. 
Isso está de acordo com a opinião de Berni, Luz e Kohlrausch.2 os quais afirmam que a maioria das 
mulheres vive, ainda hoje, o climatério em silêncio, com poucas informações a respeito dessa etapa da 
vida. Para Mendonça,28 a beleza vinculada à juventude e à fertilidade continuam intensamente valorizadas, 
interferindo na identidade da mulher e afetando de forma negativa a construção da sua autoestima. 
Quanto a não buscarem ajuda, em estudo sobre a procura de serviço de saúde por mulheres climatéricas 
brasileiras, os autores Costa e Guimarães29 afirmam que a principal razão para a não procura desses 
serviços é a concepção de que essa fase é natural e não merece atenção médica. 
As mudanças físicas e emocionais que marcam o climatério são parte do desenvolvimento feminino, mas 
esse período gera medo e desconfiança nas mulheres que dele se aproximam.30 Parte dos temores das 
mulheres se relaciona ao desconhecimento do presente e do futuro dos eventos do climatério.2 
O profissional enfermeiro está em uma posição excelente, com sua interação, para ajudar a desmistificar as 
atitudes e as crenças da sociedade sobre essa etapa da vida de transição das mulheres, agindo como 
facilitador do processo de ressignificação e direcionando-as.2 
A questão de o período climatérico ocupar cerca de um terço da vida da mulher é o suficiente para que se 
reconheça a extrema importância de uma atenção adequada e específica às mulheres nessa etapa da vida. 
Este estudo permitiu a abordagem do assunto climatério de forma que se possa refletir sobre a questão da 
definição biológica dessa fase repleta de acontecimentos físicos e a questão psíquica que engloba essa 
etapa da vida em que eventos biológicos refletem diretamente mudanças, que, se não encaradas da forma 
correta, podem acarretar inúmeros prejuízos à vida de mulheres que simplesmente deveriam estar 
desfrutando uma fase em que ocorrem não somente perdas, mas ganhos importantíssimos. 
A associação do climatério pela maioria das enfermeiras entrevistadas como o período que antecede a 
menopausa leva à conclusão de que há, entre os profissionais de saúde, uma escassez de informações a 
respeito do assunto. Durante a definição expressa pelas participantes, notou-se a apreensão do assunto 
somente do ponto de vista biológico; no entanto, o climatério vai muito além do biológico, sendo uma etapa 
com inúmeras alterações psíquicas, tornando-se, assim, um período de vivências que reflete diretamente 
na qualidade de vida. 
Quanto à sintomatologia do climatério, poucas entrevistadas citaram exemplos de sintomas presentes 
nesse período e algumas demonstraram dificuldade em associar as queixas da paciente ao fato de ela 
estar ou não nesse período ou na menopausa, notando-se, assim, a não habilidade na diferenciação de 
climatério e menopausa. 
Talvez isso se justifique pelo fato de durante a graduação, na disciplina de Saúde da Mulher, não ser 
abordado o climatério de forma que seja ressaltada sua devida importância para formar profissionais que 
reconheçam a necessidade de uma assistência específica à mulher nessa fase. 
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A maioria das participantes limitou o planejamento de sua assistência à mulher climatérica com orientações 
quanto à sintomatologia e apenas uma descreveu um planejamento contendo atividades em grupo, 
orientações nutricionais, quanto à atividade física e intelectual, levando à conclusão de que a maioria não 
está preparada para planejar uma assistência adequada para mulheres no climatério. 
A respeito da importância da assistência, foram abordados pelas entrevistadas pontos importantes de 
análise, como a justificativa dessa importância, dada a necessidade de a mulher se conhecer e entender 
por que está acontecendo essas mudanças para que, assim, tenha uma vida normal e encontre um novo 
equilíbrio em seu comportamento; a questão da melhora na qualidade de vida como consequência dessa 
atenção específica; a melhora na assistência, evitando, assim, que elas procurem o médico sem 
necessidade, já que orientações a respeito dessa fase da vida podem evitar-lhes transtornos; o fato de 
muitas serem leigas, não sabendo o que está se passando com elas e se esconderem, não procurando 
ajuda muitas vezes em virtude de medo. Conclui-se, assim, que as participantes reconhecem a 
necessidade da assistência à mulher nessa fase e a importância dessa atenção. 
Em contrapartida, uma das entrevistadas reconheceu que não é rotina de trabalho a assistência à mulher 
climatérica e outra afirmou que não existe essa atenção, por causa da falta de conhecimento profissional a 
respeito do assunto. Isso leva à conclusão de que poucos profissionais de saúde assumem que não é dada 
a devida importância à assistência à mulher climatérica, enquanto a maioria mascara essa deficiência 
reconhecendo essa necessidade, porém não pratica a assistência que julga importante. 
Apesar de limitado este estudo, dada a reduzida quantidade de enfermeiros participantes na pesquisa, 
considera-se que seja de real valia para chamar atenção sobre o fato de que o climatério é um período de 
extrema relevância a ser abordado no cotidiano da assistência de enfermagem. 
Concluindo, o climatério pode ser entendido como uma oportunidade de crescimento, dependendo das 
habilidades da pessoa e do profissional que lida com ele. Assim, é fundamental que o profissional 
enfermeiro busque conhecimentos necessários para oferecer uma atenção de qualidade a fim de se tornar 
um meio para que a família, a comunidade e a própria mulher tenham acesso a essas informações e, 
assim, aprendam a viver essa fase conflituosa de forma consciente de que não é uma patologia, e, sim, um 
evento natural pelo qual todas as mulheres passam e devem desfrutar essa plenitude de vida com a 
qualidade necessária para a desmistificação do climatério como um período repleto de transtornos, e 
passem a defini-lo como um período de inúmeras vivências essenciais para o amadurecimento da mulher 
Saúde da mulher: Um sintoma urgente que você nunca deve ignorar 
As mulheres têm um coração grande, literalmente falando. Ele bombeia aproximadamente 5 litros de 
sangue para todo o organismo e bate em torno de 110.000 vezes por dia. E esse coração que trabalha 
tanto por elas às vezes pode dar um pouco de trabalho. 
Sintomas como dor no peito, ardência local ou pressão devem ser cuidadosamente investigados por 
profissionais adequados o mais rápido possível. Pode ser que não seja nada, mas também pode mostrar 
que há algo errado com seu coração. 
Saúde da mulher: 2 sintomas preocupantes de endometriose que você precisa observar 
Segundo pesquisas publicadas noCanadian Journal of Cardiology, mulheres precisam parar de achar que 
a dorzinha no peito não é nada e ignorar este sintoma. Qualquer que seja a intensidade da dor merece uma 
investigação. 
O estudo mostrou que as mulheres, diferentemente dos homens, esperam a dor piorar ou até surgirem 
outros sintomas antes de procurarem atendimento médico. E este erro pode ser fatal. Sintomas 
de angina não devem nunca ser ignorados. 
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No estudo realizado com 31 pacientes cardíacos, foram constatadas seis etapas nos entrevistados após a 
dor no peito: incerteza, negação, preocupação de familiares, reconhecimento da gravidade, busca do 
atendimento médico e aceitação. E a grande diferença entre o sexo masculino e o feminino foi que as 
mulheres demoraram muito mais que os homens na etapa da negação, além de aguardarem os familiares 
dizerem que algo não está bem. 
7 sinais de câncer de colo do útero que as mulheres precisam observar 
Mulheres 
são mais propensas a doenças cardíacas, apesar da grande crença popular de que é um mal do ambiente 
masculino. Elas também acreditam que o tratamento irá prejudicar sua rotina e que ela fará falta nos vários 
ambientes em que é necessária como o trabalho e o lar, prejudicando assim a prevenção. 
Ainda sobre o estudo, as mulheres que participaram tinham entre 44 e 84 anos. Sendo assim, a idade não 
é desculpa para a dor no peito ser apenas uma dorzinha. Pode ocorrer cedo ou não. Ao esperar mais um 
pouquinho, a gravidade pode ser grande e sua vida estará em risco. 
Recapitulando, ao sentir uma pressão no peito, ardor, ou uma sensação de aperto talvez esteja na hora de 
fazer o check up para saber com certeza se tudo está bem com seu coração. A prevenção ainda é a melhor 
escolha de quem quer ter uma vida um pouco mais longa. 
10 aos 15 anos 
Recomendações: Primeira visita a um médico especialista ginecológico 
A orientação dos pais é essencial nesta etapa de desenvolvimento e mudanças, onde ocorre a 
menstruação e iniciam-se os cuidados com a higiene íntima, por exemplo. A primeira visita ao ginecologista 
é indicada, pois neste momento é possível identificar alterações hormonais graves ou má-formação do 
aparelho reprodutor. 
20 anos 
Recomendações: Início de acompanhamento médico regular e vacinação contra o HPV 
Exames: Sangue e Papanicolau 
É o estágio no qual a mulher está na sua plenitude sexual e reprodutiva. As doenças sexualmente 
transmissíveis e a gravidez indesejada lideram a lista das preocupações femininas neste período. 
Para se certificar de que está tudo bem, deve-se realizar os exames de rotina (Sangue e Papanicolau) uma 
vez ao ano. Além disso, a vacinação contra o HPV (Humam Papiloma Vírus) pode evitar que as mulheres 
contraiam o vírus, que é o principal responsável pelo câncer de colo de útero. 
30 anos 
Recomendações: Atenção a gestação e prevenção de doenças 
Exames: Mamografia, Colesterol, Triglicerídeos, Hormônios e Glicose 
A maioria das mulheres decide começar uma família neste momento. Sendo assim, a gravidez se torna o 
foco principal e requer mais atenção para a qualidade de vida. 
O acompanhamento aos níveis de colesterol, triglicerídeos, hormônios e glicose e a prevenção da 
osteoporose são recomendados. Assim como, a primeira mamografia. 
40 anos 
Recomendações: Aliviar a tensão da menopausa e realizar outros acompanhamentos médicos 
Exames: Proctológico, Ultrassom pélvico, Fundo de olho e Densitometria Óssea 
Os primeiros sinais da menopausa são sentidos, a transição do ciclo reprodutivo ou fértil para o não 
reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. 
Os exames recomendados são: Proctológico, para prevenir o câncer colorretal; Ultrassom pélvico, para 
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checar o útero, as tubas uterinas e os ovários; Fundo de olho, para analisar o estado dos vasos sanguíneos 
e Densitometria óssea, para avaliação da massa óssea e predição de fratura óssea. 
Acima dos 50 anos 
Recomendações: Atenção aos sinais do corpo 
Exames: Check Up completo 
Os cuidados são semelhantes para homens e mulheres na meia idade. É indicado realizar um check up 
completo no corpo, como exames de sangue, pressão e medida de cintura. É importante também, ficar 
atenta a sintomas diferentes que o corpo possa apresentar. Acima dos 65 anos, é indicada a vacinação 
anual contra a gripe e, conforme prescrição médica, contra a pneumonia. 
Lembrando que, exercícios físicos e alimentação balanceada são indicados em TODAS AS FASES DA 
VIDA. Assim como, não fumar e ingerir bebidas alcoólicas com moderação. E o acompanhamento médico é 
a melhor maneira de se prevenir contra doenças. 
ASSISTÊNCIA [DE ENFERMAGEM] À GESTANTE 
 PAPEL DA ENFERMEIRA NA ASSISTÊNCIA À GESTANTE SADIA 
I - INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem por finalidade relatar a avaliação das atividades de enfermagem que foram 
planejadas e estão sendo executadas no Programa de Saúde Materna do Hospital de Clínicas de Porto 
Alegre (H.C.P.A.) 
O programa de Saúde Materna foi basicamente implantado a nível de assistência ambulatorial. 
Participaram da organização uma Enfermeira de Saúde Pública, uma Enfermeira Obstétrica e os Obstetras 
que atuam na equipe. 
Esta avaliação é referente ao período de fevereiro de 1973 a abril de 1975, e teve por finalidade: 
e rendimento dos mesmos; 
2) avaliar a repercussão de programas desta natureza junto às pacientes que se inscreveram para receber 
assistência no Ambulatório do Hospital. 
II - PROGRAMA DE SAÚDE MATERNA 
Para a organização do programa leVOU-Se em consideração os seguintes conceitos: 
• - A assistência à gestante deve ser progressiva e integral. Para isto deve receber atenção suficiente e 
na intensidade desejada, de acordo com suas necessidades básicas e, portanto, por uma equipe 
multiprofissional. 
• - A prestação da assistência de enfermagem em atividades diretas e sistemáticas junto às pacientes, 
proporciona maior dinamização ao programa materno-infantil. Os danos redutíveis através de ações 
educativas, podem ser tratados a nível de atenção de enfermagem. 
• - Pelo seu preparo a enfermeira está apta para atuar com pacientes em estado de saúde e de doença. 
Ela provê serviços diretos de enfermagem, mas também ensina às gestantes prepararem-se para o auto-
cuidado. 
III - CARACTERÍSTICAS DA ASSISTÊNCIA À GESTANTE SADIA 
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No Ambulatório de Pré-Natal do HCPA é proposto à gestante um atendimento mensal até o 7.º mês de 
gestação e do 7.o ao 9 .0, quinzenal, ou semanal, quando necessário. 
A gestante é acompanhada através de: 
• - consulta à gestante de alto risco - consulta médica; 
• - consulta à gestante sadia - consulta médica e consulta de enfermagem; 
• - entrevista à gestante de alto risco - entrevista de enfermagem. 
A entrevista à gestante de alto risco e a consulta de enfermagem à gestante sadia são realizadas por 
Enfermeira Obstétrica, com treinamento especial no serviço. A consulta de enfermagem é a atividade 
independente em que a gestante é atendida de forma sistemática e contínua, enquanto que a entrevista de 
enfermagem é a atividade interdependente em que a enfermeira supervisiona o seguimento da terapêutica 
médica, define e orienta os aspectos de educação relacionados aos problemas de saúde e à higiene pré-
natal. 
A inscrição da gestante no Serviço de Pré-Natal é realizada através da consulta médca, ocasião em que se 
procede a avaliação e encaminhamento das gestantes sadias, para a consulta de enfermagem, e das de 
alto risco para a entrevista de enfermagem. No atendimento à gestante compete à Enfermeira Obstétrica: 
• - fazer a inscrição da gestante; 
• - realizar a consulta de enfermagem à gestante sadia; 
• - realizar entrevista de enfermagem à gestante de alto risco; 
• - fazer controle de retornos; 
• - programar e promover trabalho de grupo com gestantes (CURSO PSICOPROFILÁTICO).1. CONSULTA DE ENFERMAGEM 
CONSULTA - a CONSULTA DE ENFERMAGEM é a atenção de enfermagem prestada à gestante sadia, de 
modo sistemático e contínuo, tendo em vista o transcorrer de uma gestação, parto, puerpério e recém-
nascido normais. 
DURAÇÃO DA CONSULTA - está prevista para ser realizada em 30 minutos. 
CONCENTRAÇÃO - a consulta de enfermagem é alternada com a consulta médica, tendo pois, 50% das 
consultas previstas para a gestante sadia. 
AÇÕES COMPONENTES DA CONSULTA - na realização da consulta, a enfermeira executa as seguintes 
ações: 
1.º - avaliação dos resultados dos exames laboratoriais realizados pela gestante; 
2.º - histórico de enfermagem para identificação do perfil da gestante, visando orientá-la no atendimento às 
suas necessidades básicas e psico-sociais, baseada na investigação de: 
- percepções e expectativas relacionadas à gestação; 
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- hábitos anteriores quanto ao sono, repouso, atividades físicas, recreação, alimentação, uso de fumo e 
álcool, eliminações e higiene pessoal; 
- aspectos relacionados à sexualidade; 
- aspectos relacionados a sinais e sintomas na gestação; 
- constelação familiar; 
- atividade profissional; 
- atividade na comunidade; 
- condições sócio-econômicas; 
- condições da habitação quanto à localização, tipo, dependências, ventilação, água, esgoto, instalação 
sanitária, lixo, luz, presença de animais e insetos. 
3.º - exame físico, que consta basicamente de: 
- controle de pressão arterial; 
- avaliação de estado nutricional da gestante, através do controle ponderal sistemático, da observação e de 
dados levantados no histórico de enfermagem, quanto aos hábitos alimentares; 
- observação de alterações como edemas, varizes, erupções cutâneas, problemas de mamas... 
4.º - exame obstétrico, feito através de: 
- medida da circunferência abdominal e altura uterina; 
- execução de manobras de palpação; 
- ausculta dos batimentos cardíacos fetais; 
- toque vaginal, q1!lando indicado. 
5.º - definição de problemas a nível de atenção de enfermagem e organização de um Plano Assistencial. 
6.º - orientação da gestante de acordo com os problemas identificados, considerando necessidades 
individuais, normas e rotinas do serviço. 
7.º - agendamento para imunização antitetânica e cursos desenvolvidos no serviço. 
8.º - encaminhamento para outros locais (Laboratório, Serviço Social, Serviço Odontológico, Maternidade, 
Serviço de Puericultura, Clínica de Planejamento Familiar...). 
9.º - registro de consulta no prontuário. 
No esquema de orientação prestada à gestante, foi dado ênfase a: 
- Orientação e controle dietético. Tendo como base a identificação dos hábitos alimentares da gestante, de 
suas preferências, do poder aquisitivo da família, orienta-se quanto à importância da alimentação 
balanceada no período gestacional e é fornecido cardápio adequado quanto a tipos de alimentos, 
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quantidade e frequência. Para isso considera-se a utilização dos alimentos de fácil obtenção no meio. 
Desta forma realiza-se a promoção da saúde e prevenção de complicações materno-fetais; 
- ensino e supervisão da gestante quanto aos cuidados básicos de higiene pré-natal, salientando-se higiene 
pessoal, do vestuário, atividade e repouso, divertimentos, atividades sexuais e higiene da habitação; 
- orientação quanto à vacinação antitetânica, necessidade da mesma, número de doses, importância dos 
retornos. Agendamento para a aplicação do Anatox Tetânico; 
- orientação quanto à identificação dos sinais e sintomas de trabalho de parto, conduta no parto e 
puerpério, com especial referência à revisão puerperal e planejamento familiar; 
- orientação quanto à utilização dos recursos da Comunidade; 
- informação quanto à assistência prestada ao recém-nascido, no Serviço de Puericultura do HCPA, 
motivando a paciente a realizar o registro precocemente; 
- motivação e inscrição das pacientes para participação em atividades de grupo. 
2. EDUCAÇÃO SANITARIA DE GRUPO - ao lado das atividades a nível individual, a enfermeira atua no 
desenvolvimento de cursos junto à gestante. É desenvolvido o CURSO PSICOPROFILÁTICO, que tem 
como objetivo oferecer condições para que as gestantes compreendam, aceitem e pratiquem 
conhecimentos adequados e atitudes quanto à gestação, parto, puerpério e recém-nascido. O 
desenvolvimento é feito através de 10 aulas teórico-práticas, em que é proporcionado à gestante 
informações sobre o desenvolvimento de uma gestação normal, quais os cuidados higiênicos no pré-natal, 
a influência do psiqulsmo sobre o fisico, meios para conseguir relaxamento, a conduta no trabalho de parto, 
parto e puerpério, bem como os primeiros cuidados ao recém-nascido, cuidados de higiene e alimentação. 
A informação teórica é complementada com demonstração prática e execução de exercícios adequados à 
gestação, tendo em vista reforçar e dar maior flexibilidade e elasticidade aos grupos musculares e 
articulações envolvidos no parto, capacitar a gestante ao auto-controle através dos exercícios de respiração 
e relaxamento. Atuam no desenvolvimento do curso a Enfermeira Obstétrica e a Enfermeira. 
2. Avaliação das Atividades de Assistência a Gestante Sadia 
Após 27 meses de funcionamento efetivo da atenção de enfermagem, a nível individual e de grupo, foi feita 
a avaliação, baseada nos relatórios da Unidade, levantamento de dados nos prontuários e preenchimento 
de questionários por gestante. Através da Consulta de Enfermagem foram identificados problemas, 
procurou-se levantar quais os que a enfermeira está capacitada a resolver, o percentual de retornos às 
consultas, as condições sócio-econômicas das gestantes inscritas e as imunizações realizadas. 
a) RESULTADOS OBTIDOS REFERENTES A CONSULTA DE ENFERMAGEM 
De fevereiro de 1973 a abril de 1975, foram inscritas, para receber atenção de enfermagem, 496 gestantes, 
com um total de 1.800 consultas, das quais 49,6% foram primeiras consultas e 58,4% seguimento. 
Considerando o total de consultas oferecidas, que foi de 1.080, registrou-se 80 feitas, o que corresponde a 
7,40%, ou seja, a 92,60% de comparecimentos. 
Tendo em vista identificar o nível sócio-econômico das gestantes atendidas, utilizou-se o critério adotado no 
hospital, no qual por uma pessoa que tenha de renda mensal até Cr$ 522,00 ficará na classe "CD"; de Cr$ 
523,00 a Cr$ 870,00 ficará na classe "B"; de Cr$ 871,00 a Cr$ 1.334,00 ficará na classe "A"; de Cr$ 
1.335,00 e mais ficará na classe "AI". 
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Das 496 gestantes inscritas registrou-se 101 da classe "AI"; 80 da classe "A", 106 da classe "B" e 209 da 
classe "CD". É importante salientar que a predominância foi da classe "CD", com 42,20%, onde a renda 
familiar é de até Cr$ 522,00. Considera-se que a atenção de enfermagem, através de ações educativas a 
esse grupo de gestantes, é relevante. 
Quanto à imunização anti-tetânica, aplicou-se 1.179 doses de Anatox Tetânico, sendo 425 primeiras doses 
e 328 imunizações. 
Através da consulta de enfermagem, foram identificados problemas, sendo alguns tratados pela enfermeira, 
outros encaminhados ao médico, à maternidade ou a outros recursos da Comunidade. Embora o 
tratamento de enfermagem se caracterize pela atuação da enfermeira orientando, supervisionando, 
ajudando ou encaminhando a paciente, demonstrou-se no quadro abaixo os problemas identificados em 
que o tratamento foi basicamente através de ações educativas específicas e os encaminhados. Também, 
nos CMOS registrados como encaminhados, houve atuação da enfermeira orientando a conduta, local, 
horário, a que o profissional deveria se dirigir. 
b) PERCEPÇÃO DAS GESTANTES QUANTO AO ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM 
Através do preenchimento de questionários por 70 gestantes, que tiveram mais de 3 consultas de 
enfermagem, foi feita avaliação da receptividade quanto ao atendimento,tipo de orientação e comunicação 
da enfermeira, durante a consulta de enfermagem, bem como tipo de assistência que recebia antes da 
inscrição no HCPA. De 70 pacientes que opinaram, 34 receberam, anteriormente, assistência em 
consultório particular, 24 no INPS, 4 em consultório particular e INPS e 8 não receberam assistência 
alguma. Quanto a opinião sobre o atendimento realizado pela enfermeira obstétrica, 66 gestantes, ou seja, 
94,28% registraram ser ótimo. 
No que diz respeito à comunicação da enfermeira, durante a Consulta de Enfermagem, 67 gestantes 
registraram ser ótima, o que corresponde a 95,71 %. O restante, ou seja, 4,29%, registraram como boa. 
c) RESULTADOS REFERENTES AO CURSO PSICOPROFILÁTICO 
Até o momento foram desenvolvidos 24 cursos, com uma média de 12 gestantes por curso. O total de 
gestantes inscritas foi de 300, sendo 82,70% com registro no HCPA e as demais, 17,30%, não eram 
registradas no HCPA. 
De 300 inscrições, 12 foram as desistências, sendo 5 ocasionadas por transferência de residência, 3 por 
parto prematuro e 4 por causa desconhecida. 
O comparecimento às aulas foi de 2.563 presenças, ou seja, 89,76%. 
IV - CONCLUSÃO 
No programa atualmente em execução no HCP A, a enfermeira assume grande responsabilidade, 
participando diretamente de atividades de promoção da saúde e proteção específica. Assume, também, um 
importante papel na avaliação das necessidades físicas, sócio-econômicas, emocionais e educativas das 
gestantes, através da Consulta de Enfermagem. 
Ao desenvolver o programa de educação contínua, atividade esta de responsabilidade da enfermeira, ela 
estará dispensando à gestante oportunidade de maiores esclarecimentos e de contato mais direto com os 
profissionais. 
Segundo a avaliação, concluiu-se que a participação da enfermeira em atenção direta a gestante sadia, 
dinamiza o Programa de Saúde Materna e dá oportunidade à gestante de alto risco ser atendida mais 
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vezes pelo médico. Através de um maior equacionamento da atenção de enfermagem, pode-se aumentar a 
cobertura de programas dessa natureza na Comunidade. 
CONSULTA DE ENFERMAGEM À GESTANTE 
Um dos enfoques mais atuais relacionados com as atividades de enfermagem a nível ambulatorial é a 
consulta de enfermagem através da qual a/o Enfermeira/o desempenha um papel relevante junto à 
clientela, num sentido bem mais abrangente, objetivando uma assistência integralizada em prol da melhoria 
do estado de saúde do assistido. 
O aproveitamento de profissionais nessa área de atuação representa um passo significativo da 
enfermagem, constuindo-se em um 2.° plano as funções gerenciais dentro dos padrões de atribuições da/o 
Enfermeira/o nos setores ambulatoriais. 
A consulta de enfermagem à gestante descrita neste trabalho vem sendo desenvolvida em uma das 
Unidades Médico Assistenciais do INAMPS, em Sergipe, cuja metodologia adotada baseia-se no Processo 
de Enfermagem como forma de sistematizar os procedimentos de intervenção de Enfermagem a partir dos 
problemas identificados na cliente. 
As etapas do processo empregadas na consulta, referem-se ao Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de 
Enfermagem e Plano Assistêncial, simplificados de forma a atender de maneira funcional os objetivos que a 
atividade pretende atingir. 
Importância da aplicabilidade do Processo na Consulta de Enfermagem: 
a. propiciar uma visão global das condições de saúde da gestante e das ações de enfermagem; 
b. individualizar a assistência prestada; 
c. possibilitar o acompanhamento adequado da evolução das condições da gravidez por parte do 
profissional; 
d. fornecer dados para futuras pesquisas na área Materno-infantil. 
2 — CONCEITUAÇÃO 
Consulta de Enfermagem é definida como sendo "um conjunto de ações prestadas pela (o) Enfermeira (o) à 
pessoa sadia, de forma sistemática e completa, especificamente relacionadas com o controle da gestante 
de baixo risco e do crescimento e desenvolvimento da criança sadia". 
3 — MÉTODOS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 
3.1 — Histórico de Enfermagem 
Histórico de Enfermagem é o meio utilizado para obtenção de informações a respeito da pessoa a ser 
assistida, permitindo o profissional conhecer, identificar e analisar as situações apresentadas, de modo a 
ser planejada adequadamente a assistência de enfermagem. 
O levantamento de dados e a análise da situação permitem a seleção dos problemas existentes e a 
formulação do Diagnóstico de Enfermagem, os quais servem de base para a elaboração do Plano 
Assistencial. 
Podemos aqui definir Problemas de Enfermagem, como sendo toda situação ou condição que requeira para 
a sua solução cuidados ou intervenção do profissional de enfermagem. 
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O H.E. é feito por ocasião da primeira consulta, em formulário próprio, onde estão contidos dados relativos 
à entrevista, exame físico e obstétrico, conforme roteiro sistematizado do formulário constante da folha n.° 
10. 
3.2 — Plano Assistencial de Enfermagem 
O Plano Assistencial objetiva o planejamento racional da assistência de enfermagem a ser prestada à 
gestante através do atendimento de suas necessidades básicas afetadas. 
A elaboração do Plano Assistencial é feita, portanto, com base nos problemas de enfermagem 
estabelecidos, sendo sua aplicação imediata, dada a peculiaridade do atendimento. 
Podemos classificar como intervenção de enfermagem no Plano Assistencial da consulta, os critérios de 
Orientação e Encaminhamento, o último quando os problemas da resolução por parte de outro profissional. 
O formulário do Plano Assistencial consta da folha n.° 11. 
4 — CARACTERÍSTICA DO ATENDIMENTO 
Especificamente, quatro (4) são as atividades básicas desenvolvidas por ocasião da consulta e que 
englobam: 
1. Entrevista; 
2. Exame Físico; 
3. Exame Obstétrico; 
4. Orientação. 
4.1 — Entrevista 
Compreende-se como entrevista o arrolamento de dados relativos a: 
a. identificação da gestante; 
b. antecedentes pessoal e familiar; 
c. condições sócio-econômicas e culturais; 
d. situações relacionadas com o estado gestacional; 
e. condições de saúde atual. 
4.2 — Exame Físico 
O Exame Físico compreende: 
a. verificação do peso e altura; 
b. TRP e PA; 
c. inspeção da mama; 
d. condições dos dentes; 
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e. existência de edema e varizes. 
4.3 — Exame Obstétrico 
De acordo com o estágio da gestação distinguimos como imprescindível, as ações abaixo enumeradas: 
a. medida da circunsferência abdominal; 
b. fundo do útero; 
c. apresentação; 
d. situação; 
e. posição; 
f. batimentos cardiofetal - BCF. 
4. 4 Orientação 
As orientações, como já foram descritas anteriormente, estão voltadas para os problemas identificados, 
destacando-se também, as informações sobre puerpério, cuidados com a criança e medidas gerais de 
proteção à saúde. 
5 — MODALIDADE DE ATENDIMENTO 
A assistência obstétrica do INAMPS é regulamentada pela OS N.° SAM-301.1, de 18 de março de 1968 
(ex-INPS), onde está definida a modalidade da assistência a ser prestada a beneficiária gestante, que 
compreende o atendimento no pré-natal, no parto e no puerpério. 
No que concerne ao pré-natal, a referida OS recomenda que deve ser iniciada precocemente, incluindo-se 
orientação à gestante. 
Analisando os critérios de frequência estabelecidos, podemos distinguir a realização de oito (8) consultas 
com abrangência a todo período gestacional. 
Considerando a grande problemática que envolve o grupo materno-infantil em decorrência dos índices 
elevados de mortalidade e morbidade, o engajamento da equipe de enfermagem nessa assistência, através 
das orientações sistematizadas segundo as necessidades individuais identificadas, constituirá uma 
somação de esforços no sentido de ser atingida a melhoria das condições de saúde do grupo enfocado. 
Deste modo, as ações de enfermagem serão prestadas através da consultade enfermagem, segundo os 
critérios descritos anteriormente, podendo ser adotado o sistema intercalado entre o atendimento médico e 
o de enfermagem tornando-se, entretanto, imprescindível que o primeiro atendimento seja realizado 
também pela enfermeira, pelas seguintes razões 
a. necessidade de elaboração do Histórico de Enfermagem, tornando-se possível um conhecimento 
detalhado a respeito da gestante a ser assistida; 
b. com base nesses dados poder efetuar o plano assistencial desde o início da gestação; 
c. dar condições de ser estabelecido o controle dos próximos comparecimentos. 
Com relação ao tempo necessário para realização da consulta, verifica-se que a enfermeira dispende em 
média 30 minutos nos primeiros atendimentos e 15 minutos nos atendimentos subsequentes. 
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6 — RECURSOS NE9CESSÁRIOS 
6.1 — Pessoal 
A atividade de consulta de enfermagem é prerrogativa da (o) Enfermeira (o), conforme consta das 
atribuições desse profissional contidas no Regimento Interno do Serviço de Enfermagem de Postos de 
Assistência Médica do INAMPS. 
O Auxiliar de Enfermagem exerce atividade de apoio, tendo como atribuições: 
a. a pré-consulta; 
b. visita domiciliar; 
c. educação sanitária individual; 
d. registros de dados estatísticos e das atividades efetuadas. 
O quantitativo de Enfermeiras(os) e de Auxiliar de Enfermagem, será determinado por cada serviço, 
levando-se em contas as metas programadas. 
7 — ÁREA FÍSICA E MATERIAL 
As diferentes atividades desenvolvidas nas prestação da assistência de enfermagem à gestante, englobam 
ações educativas de caráter grupai e imunização, sendo portanto, indispensáveis as seguintes áreas: 
• 01 sala para consulta de enfermagem; 
• 01 sala para vacinação; 
• 01 sala para reuniões de grupo. 
8 — COMPLEMENTAÇÀO DA CONSULTA 
Complementa a consulta de enfermagem as seguintes ações: 
a. Encaminhamento: 
o Ao Médico 
o À Nutricionista 
o À Assistente Social 
o Ao Odontólogo 
o À Vacinação 
o A outros Profissionais ou Serviços. 
b. Visita Domiciliar: 
o À gestante faltosa 
o À puérpera. 
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c. Cursos de orientação Pré-Natal, segundo programação estabelecida. 
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