Buscar

AULA 12 MEDICINA DE EMERGÊNCIA

Prévia do material em texto

AULA 12 – MEDICINA DE EMERGÊNCIA 2021.2 (Fernanda Adélia) 
Atendimento inicial ao Politrauma 
• Estatísticas: 
• 1ª causa de morte de 1 a 44 anos; 3ª causa de morte em geral no Brasil e no mundo; 
• Responsáveis por mais de 161 mil mortes a cada ano (EUA); lesões automobilísticas – 44 mil mortes (2002). 
• 80% das mortes em jovens de 15 a 24 anos; 
• 20 a 50% das mortes por atendimento insatisfatório; 
• Década de 80 – 70.000 mortes; 90 – 94.000 mortes Estimativa de 2000 – 130.000 mortes; Gastos com a saúde 
excedem 40%; 
• Trauma – “doença” evitável – 50% seriam evitados com proteção passiva e não ingestão de álcool. 
 
• Requisitos para um atendimento de excelência: 
• Prevenção de traumas; 
• Sistema de regulação eficiente; 
• Tempo resposta ao paciente; 
• Equipe intervencionista qualificada; 
• Transporte rápido e seguro para unidade de saúde adequada. 
Atendimento Inicial ao Trauma: Prevenção 
Atendimento Inicial ao Trauma: Avaliação da cena: Deve começar antes da chegada: informações acerca do incidente 
e do doente com base em informações dadas por testemunhas ou outras viaturas que já estejam no local. 
Segurança: 
• Situação: Do socorrista e da vítima – fios elétricos caídos, explosivos, materiais perigosos, tráfegos de veículos, 
armas; Biomecânica, número de vítimas, idade, necessidade de outros serviços/equipamentos, doenças pré-
existentes como causa. 
• Segurança no trânsito: importante causa de socorristas mortos e feridos; 
• Condições climáticas/iluminação; 
• Design das auto-estradas; 
• Estratégias para minimizar os acidentes: número necessário de socorristas, uniformes refletores, posicionamento 
do veículo, dispositivos de sinalização. 
• Segurança na cena: 
1 socorrista livre, outro atuando; 
Códigos/sinais; 
Regras de segurança em uma cena violenta: 1º - Fique fora. 2º - Retire-se do local. 3º - Quebre a tensão. 4º - 
Defenda-se. 
Biossegurança: 
• Riscos: VHB – 23 a 62%; VHC – 1,8%; HIV – 0,3%. USO DE PRECAUÇÕES PADRÃO 
Cenas de crime: 
• Cenas de crime violento; 
• Socorristas x policiais; 
• Pouca ou nenhuma alteração no cenário; 
• Vítimas em óbito; 
• Remoção de roupas. 
POR QUE O PACIENTE TRAUMATIZADO MORRE? 
Existem 3 Principais Causas de Morte no Traumatizado: 
• Hemorragias agudas maciças; 
• Lesões graves de órgãos vitais; 
• Obstrução de vias aéreas e insuficiência ventilatória aguda. 
 
Atendimento Inicial ao Trauma: Cinemática do Trauma 
Quando se Morre por Trauma? 
• Morte imediata: Ocorre nos primeiros minutos até 1 hora subsequentes à agressão (50%) – Hora de Ouro (traumas 
de grande impacto). 
• Morte precoce: Ocorre nas primeiras 4 horas após o trauma (30%). 
• Morte tardia: ocorre após a 2 a 5 semanas (20%). 
Prevenção de Lesões 
• Pré-colisão (eventos que precedem o acidente como ingestão de álcool, drogas, doenças pré-existentes, estado 
mental do doente,...). 
• Colisão (entre um objeto em movimento e o segundo objeto; 3 impactos). 
• Pós-colisão (após a colisão ocorre absorção da energia e o doente é traumatizado). 
Cinemática do Trauma Biomecânica do Trauma = Mecanismo do Trauma 
• Avaliação da cena do trauma com observação das circunstâncias do evento; 
• Qual o tipo de colisão automobilística? 
• Qual o grau de deformidade do veículo? 
• O air bag inflou? 
• Qual a altura da queda? Queda de altura grave acima de 3x a altura da vítima. 
• Qual a velocidade dos corpos? Baixa ou alta velocidade 
• Qual o tempo de parada? Depois que freia até colidir, quanto maior for esse 
tempo menor a energia. Quanto menor o tempo, maior a energia. 
• Qual o tipo e calibre das armas? 
OBS: Uma boa história revela mais de 90% das lesões antes mesmo de se ter 
contato direto com a vítima. 
• Tipos de trauma 
Contuso x penetrante: integridade ou não da pele. Nos penetrantes perde-se essa integridade. 
1. Trauma Contuso: 
Resultante do impacto do corpo contra uma superfície, ou de um processo de 
aceleração ou desaceleração intensa e rápida. Em sua grande maioria são 
provocados por acidentes automobilísticos, quedas, agressões, traumas 
esportivos, atropelamentos, entre outros. 
Colisão de Veículos 
 Colisão do ocupante: 1 colisão = 3 colisões; freio: carro-poste; 
paciente bate no volante ou para-brisa; órgãos internos batem 
no arcabouço ósseo. Momentos diferentes de desaceleração e 
impacto, são ao todo esses 3. 
• Colisão automobilística: Impacto traseiro; Impacto lateral; 
Impacto frontal; Impacto angular; Capotamento com 
ejeção (maior potencial de lesões). 
- Colisão em T: um carro bate na lateral de outro. O impacto é 
frontal de quem dirigia o carro que bateu e o impacto é lateral 
da vítima que estava sentada e recebeu o impacto. 
- Sinal do olho de boi: pode-se imaginar que o paciente teve um 
TCE. É quando o vidro da frente e lateral do carro está rachado 
em círculo. 
Dispositivos de contenção: 
- O cinto é para estar apoiado em estruturas ósseas. 
Evitar adereços no cós da calça. 
 
 
 
 
• Motocicletas: Air bag; Capacete; Air Bag motociclista. 
Considerar... 
• Como foi o impacto; 
• Velocidade dos veículos; 
• Uso de capacete e roupas protetoras. 
Atropelamento 
O atropelo é um dos principais tipos de acidente de trânsito, responsável por um 
enorme número de vítimas fatais. 
Fases do impacto: O 1º impacto é contra o pára-choque do veículo, geralmente 
atingindo os membros inferiores e a pelve da vítima; O 2º impacto é contra o capô e o 
pára-brisa, atingindo o tronco e a cabeça; O 3º impacto se dá contra o solo, geralmente 
afetando cabeça, membros superiores, coluna vertebral e órgãos internos. 
 
• Estima-se que 5% dos pedestres morrem em velocidades de 32Km/h; 40% em choques de 48Km/h; 
• 80% em choques a 64Km/h; 
• E aproximadamente 100% acima de 80Km/h. 
Quedas 
• Estimar a altura da queda; 
• Avaliar a superfície sobre a qual a vítima caiu; 
• Determinar qual parte do corpo bateu em primeiro lugar 
• GRAVE: quedas de altura superior a 3 vezes a altura da vítima. 
• Quedas em atividades esportivas são comuns, mas podem ser minimizadas com o uso de equipamentos de 
proteção, condicionamento físico e treinamento adequados 
Explosão 
• Pode ser dividida em 03 fases iniciais: 
• E 02 fases subsequentes: ➢ Primária; ➢ Secundária; ➢ Terciária. ➢ Quaternária; ➢ Quinária 
• Lesões primárias: incluem sangramento pulmonar, pneumotórax, perfuração do tubo digestório. 
• Lesões secundárias: ocorre quando a vítima é atingida por fragmentos primários ou secundários. As lesões incluem 
ferimentos penetrantes, lacerações e fraturas. 
• Lesões terciárias: ocorre quando a vítima é arremessada contra um objeto ou atingida por um objeto propelido 
pela explosão. (contuso) 
• Lesões quaternárias: provocadas pelo calor e gases criados pela explosão que podem causar queimaduras, lesões 
por inalação ou mesmo asfixia. 
• Lesões quinárias: causadas pelos aditivos colocados em bombas como bactérias, radiação, substâncias químicas, 
ou ainda fragmentos de homens-bombas que se alojam no corpo das vítimas...armas biológicas. 
 
2. Trauma Penetrante 
• Conceito: Provocado por objetos com alta energia cinética, produzindo uma cavidade permanente. As principais 
são arma de fogo (PAF – armas de média ou alta energia) ou arma branca (PAB – armas de baixa energia). 
• Incidência: Pesquisas realizadas mostram que as vítimas desse tipo de lesão são, em sua maioria, adultos jovens, 
solteiros, baixa escolaridade e residentes em área urbana; 
• A mortalidade por homicídio é quase 12 vezes maior nos homens 
LAF – Lesão por Arma de Fogo 
• Considerar: Tipo da arma; Distância do atirador; Trajeto do projétil; Perfil, rolamento e fragmentação 
• Ferimento de Entrada e Saída 
 
1.Entrada: Bordas invertidas e chamuscagem. 2. Saída: bordas evertidas para fora. 
 
LAB – Lesões por Arma Branca 
• Este tipo de ferimento é caracterizado por bordas regulares e geralmente retilíneas, facilitandoa sua identificação; 
• Os casos de evisceração são frequentes nestes tipos de lesões; 
• Um paciente recebido com a arma ainda introduzida deve ser encaminhado ao Raio X para que se possa observar 
a extensão da lesão, a trajetória e a localização da ponta da faca 
• Valorizar: Tipo da arma; local da agressão (potencialmente fatal?); agressor -mulher geralmente dá a facada de 
cima para baixo e homem, de baixo para cima.; presença de várias lesões; Possibilidade de girar a arma. 
 
Atendimento Inicial ao Trauma: Avaliação e Atendimento Pré-Hospitalar 
 
• Avaliação Primária: ABCDE do atendimento ao trauma; 
• Avaliação Secundária: SAMPLA; Dados Vitais; Exame Físico completo; Exame Neurológico direcionado. 
 
1. Avaliação Primária 
• Identificação dos problemas; 
• Início do tratamento (reanimação); 
• Reavaliação do procedimento e do paciente. 
• Prioridades da Avaliação Primária: A - Vias aéreas com estabilização da coluna cervical; B - Respiração / Ventilação; 
C - Circulação com controle da hemorragia; D - Disfunção neurológica; E - Exposição e prevenção da hipotermia 
• Como iniciar a avaliação de uma forma simples e rápida? 
1. Identificar-se; 
2. Perguntar o nome do paciente; 
3. Perguntar ao paciente o que aconteceu 
• Uma Resposta Apropriada Mostra: A Via aérea pérvia; B Reserva respiratória suficiente para falar; C Perfusão 
suficiente para raciocinar; D Nível de consciência adequado 
Vias Aéreas com estabilização da coluna cervical “A” 
• Vias Aéreas com Estabilização da Coluna Cervical: 
1. Oferta de oxigênio; 
2. Manejo escalonado das vias aéreas; 
3. Manutenção da coluna cervical estabilizada. 
Diante de um paciente em trauma contuso, devemos fazer estabilização manual do 
movimento da coluna cervical e depois avaliar se tem ou não a necessidade de se manter 
(estável, ECG de 15, sem intoxicação, cinemática não importante). 
Diante de apenas Trauma penetrante, não se tem indicação de fazer restrição do 
movimento da coluna, pelo maior risco de choque hipovolêmico do que TRM. 
Primeiramente, restringe a coluna e depois fala com o paciente para que ele não faça 
movimentos. 
Tratamento: 
• Principal causa de Obstrução de via aérea? Queda da base da língua por rebaixamento do nível de consciência. 
Pode ser resolvida com manobras manuais: chin lift para pacientes clínicos em que se pode fazer hiperextensão 
da coluna cervical e jaw trust para pacientes traumatizados com a anteriorização da mandíbula. 
 
• Para manter a língua no lugar, podemos utilizar a guedel (cânula orofaríngea), para escolher o tamanho da guedel 
nos adultos, coloca-se da comissura labial até o lobo da orelha, com concavidade voltada para o palato e faz 
rotação de 180 graus, para tirar a língua do meio do caminho, retirando-a como fator de obstrução. 
 
• Outras causas de OVA: corpo estranho, líquidos, dentes, resto alimentares, sangue, secreção. 
 
• Aspiração é feita com aspirador de ponta rígida de acrílico ou metal, no trauma. A sonda maleável é ruim para 
aspiração e podem fazer falso trajeto, o que tem risco aumentado nos pacientes com TCE. 
 
• Todo paciente politraumatizado merece ganhar de brinde oxigênio sob a forma de máscara não reinalante com 
reserva de 02, com maior FiO2 possível. 
 
 
• Até que se prove o contrário, paciente no trauma tem CHOQUE 
HIPOVOLÊMICO, com perda de hemácias, consequentemente 
hemoglobina, desse modo, todas as hemoglobinas estão saturadas 
a 100%, e ele precisa do máximo de oxigênio suplementar possível 
para que ele se mantenha oxigenado. O paciente clínico que você 
inicia com MOVE, você pode iniciar com cateter nasal, mas no 
trauma NÃO! 
 
• Abrir via aérea -> aspirar -> ofertar oxigênio. 
 
 
• Bougie: ajuda na IOT de via aérea difícil, classificação cormick 3 ou 4, que 
na laringoscopia eu não consigo ver todas as estruturas de corda vocal,de 
referências anatômicas. Passa ele sozinho primeir, sente os anéis traqueais 
e parte do pressuposto que conseguiu chegar na traquia, depois passa o 
tubo,coloando o bougie por dentro e depois retira o bougie. Lembra a 
técnica de Seldinger do cateter venoso central. 
https://www.youtube.com/watch?v=DQmIP5luvXM 
• Guedel ou cânula orofaríngea, utilizada em pacientes inconscientes; 
Cânula Nasofaríngea não pode ser utilizada em suspeita de fratura de base 
de crânio, paciente precisa ter algum grau de consciência. 
 
• Máscara laríngea é via aérea avançada, porém não é via aérea definitiva. 
• Paciente com ECG < ou igual a 8, não consegue proteger a sua via aérea. 
Indicação de intubação: Pode ser por problema no ABCDE... 
1. A: via aérea. Não consegue manter a perviedade ou iminência de perda como pacientes que inalaram fumaça 
Paciente com hematoma cervical em expansão. Obstrução de vias aéreas. 
2. B: desconforto respiratório, uso de musculatura acessória. 
3. C: Paciente em choque, acidose, com hiperventilação 
4. D: paciente com TCE com ECG de 7, saturando a 100% e FR de 18, a via aérea está patente, mas a inferior está 
desprotegida contra broncoaspiração, pela falta do reflexo de vômito devido à inconsciência. Nesse caso, 
precisa-se intubar o paciente, não adianta colocar uma máscara laríngea. 
 
• Ventilação Assistida; Dispositivos Básicos; Dispositivos Avançados; via Aérea Definitiva; Via Aérea Cirúrgica. * Colar 
Cervical 
• Tratamento 
1. Reavaliação do procedimento 
2. Reavaliação da resposta 
Oximetria; Cianose e Respiração 
• Estabilização da Coluna Cervical: Toda vítima inconsciente é 
portadora de TRM até que se prove o contrário; qualquer lesão 
acima da clavícula deve ser investigada para lesão de coluna 
cervical; politraumatizado e cinemática importante. 
 
• Paciente obeso, com diâmetro anteroposterior do tórax maior 
do que o diâmetro da cabeça. Pode ser necessário fazer um 
https://www.youtube.com/watch?v=DQmIP5luvXM
coxim no occipto. E na criança que tem uma cabeça maior que o tórax, coloca-se um coxim na região 
interescapular, no dorso. 
Respiração e ventilação “B” 
• Avaliação: Inspeção, Palpação, Ausculta e Percussão: IPAP 
1. Avaliar padrão ventilatório (qualidade e profundidade), procurando por assimetrias, deformidades, hematomas; 
2. Palpação de todo o tórax procurando por deformidade, dor, crepitação, enfisema subcutâneo; 
3. Ausculta e percussão do tórax – A ausculta quer saber se tem ou não MV. Ou vai ter ar ou sangue. Não tendo MV, 
na percussão eu preciso ver se está hipertimpânico (pneumotórax) ou se estar maciço (hemotórax). 
Tórax instável: respiração paradoxal (fratura de 2 ou mais locais em 2 arcos contíguos) o fragmento retrai durante a 
inspiração e expande na expiração (o inverso do normal). No ATLS 10, foi para avaliação secundária e não mais 
ameaçadoras à vida. Mas lembrar que pode fazer contusão pulmonar (pacientes com fratura de arco costal), 
geralmente precisa-se fazer analgesia com opioide. 
Procurar as principais lesões ameaçadoras a vida: Pneumotórax aberto (curativo de 3 pontas), Pneumotórax 
Hipertensivo (toracocentese descompressiva), Tamponamento cardíaco. 
• Tratamento: 
• Oferta de oxigênio; 
• Manejo das vias aéreas; 
• Tratamento das lesões ameaçadoras à vida; 
• Analgesia 
 
• Armadilhas 
A hipóxia pode ser decorrente de: 
1. Obstrução de via aérea; 
2. Ventilação inadequada; 
3. Falta da chegada de oxigênio aos tecidos. 
• Outras lesões torácicas (ex.: Tamponamento cardíaco); 
• Pneumotórax simples transformando-se em hipertensivo. 
 
Circulação com controle de hemorragias “C” – mnemônico 6P1H 
O XABCDE é a inclusão da exsanguinação antes do A, é um sangramento em grande monta, amputação traumática, 
fratura, geralmente de origem arterial. 
3P: PELE + PULSO + PERFUSÃO: tem ou não sinais de choque? 
- Pele: fria, suada, pegajosa, sinal de mal perfusão, sinal de choque. 
- Pulso: radial periférico de forma simétrica. Pulso fino, rápido significa taquicardia que remete DC: FCx VS, significa 
que o VS pode estardiminuído e a FC aumenta para compensar, sinal de choque. 
- Perfusão: tempo de enchimento capilar (TEP), se demorar mais de 2 segundos para encher: choque. 
Se o paciente apresenta sinais de choque, de onde pode estar vindo o sangramento? Quais locais do corpo. 
3P: Pança, pelve, perna. 
- Locais de sangramento importante: Externo ou chão; Tórax (Já foi visto no B); Pelve; Ossos Longos; Abdômen. 
Hemorragia Externa x Hemorragia Interna 
 
• Avaliação: Nível de consciência; Oxigenação e respiração; Cor e temperatura da pele; Perfusão tecidual; 
Frequência e características do pulso (periférico x central); Exame de pelve e abdômen. 
Tratamento: 
No PHTLS pode fazer torniquete, compressão direta, agentes hemostáticos, suspeita de fratura de pelve pode fazer 
redução do volume pélvico com lençol ou colete, mas isso não é tratamento definitivo. Mas e as hemorragias internas? 
Só cirurgia, tem que remover o paciente com brevidade da cena e levar para cirurgia. 
Qual o objetivo do tratamento? Controlar a hemorragia, cada hemácia é importante. Exame de pelve e abdômen. 
 
ABCDE - Avaliação Primária 
• Oxigênio em alto fluxo; 
• Permitir boa ventilação e oxigenação; 
• Acesso venoso e infusão de fluidos aquecidos; 
• Aquecimento e/ou prevenção de hipotermia 
• Não adianta oxigenar as hemácias, se elas não chegarem aos tecidos; 
Armadilhas: hemorragia interna, idosos, crianças, gestantes, atletas, medicamentos, marca-passo; 
• Tratamento é controlar qualquer hemorragia. 
• Chá da morte: hipotermia, coagulopatia e acidose 
OBS: Reposição volêmica: ATLS 10ª, conceito de hipotensão permissiva. Fazer volume por metas. Crianças de 10-20 
ml/kg de peso. No adulto faz por metas para permitir a hipotensão permissiva e não aumenta a perda. O ponto de 
corte é PAS 90 mmHg, que é onde você ainda consegue palpar pulsos radiais, abaixo disso você entende como 
hipotensão. Se você não sente o radial, mas sente o femoral ele tem pelo menos 70 mmHg de PAS, se só sente o 
carotídeo o paciente tem pelo menos PAS de 50 mmHg. PAS abaixo de 90, precisa pensar em correção, ou por 
vasoconstritor ou por volume, PRINCIPALMENTE SANGUE, não apenas cristalóides. 
Disfunção Neurológica “D” 
• Função depende da perfusão cerebral (PPC = PAM - PIC); Paciente de trauma, 
até que se prove o contrário tem choque hipovolêmico, isso significa dizer que 
a PAM dele está baixa. Se além do choque hemorrágico, ele tem hematoma 
intracraniano, a PIC fica alta, logo a PPC é baixa. Isso faz maior chance de lesão 
e morte neuronal, com edema que piora a PIC. 
• Nesses pacientes em TCE a meta de reanimação é um pouco menor, visando a 
hipotensão permissiva. 
• A hipóxia é clinicamente a causa mais importante de alteração do nível de 
consciência; 
• Avaliação: Escala de Coma de Glasgow/AVDI e Pupilas (reação à luz e 
tamanho). 
• AVDI: pode ser realizada rapidamente na cena; 
• Escala de Coma de Glasgow: avaliação da função neurológica: 
Abertura ocular; Resposta verbal; Melhor resposta motora. 
• Armadilhas: intoxicação exógena, extremos de idade, hipóxia, pós-
ictal, alterações metabólicas (hipoglicemia) 
• Pupilas isocóricas; Midriáticas (aumentado de tamanho), Mióticas ou 
Puntiformes, Anisocóricas (sinal focal, possibilidade de lesão 
estrutural unilateral). 
• Glasgow-P: muda o prognóstico, mas não muda conduta. Para cada 
pupila com arreflexia daremos a pontuação de – 1, se 2 pupilas 
arreflexas -2. Mas, por exemplo, se o ECG der 9,mas teve uma 
arreflexia de pupila ele ficaria ECG 9 P-1, pois mesmo que dê 8, esse 
paciente eu não preciso intubar, pois só muda o prognóstico. 
• Hipoglicemia, alterações associadas ao psiquismo 
 
Exposição e Prevenção de Hipotermia “E” 
• Despir o paciente completamente para avaliar e identificar lesões ocultas (respeito ao pudor); 
• Observar fraturas; 
• Movimentar em bloco (inspecionar e palpar a coluna); 
• Prevenir hipotermia. 
• Que partes do corpo devem ser expostas e examinadas? Quais as regiões que merecem mais atenção na 
exposição? 
• Armadilhas: lesões ameaçadoras desapercebidas, imobilizar extremidades de vítima crítica, não avaliar cinemática 
Qual o Objetivo da Avaliação Primária? Identificar o paciente crítico e não crítico 
Paciente Crítico: 
Mecanismo do Trauma: 
1. Colisões veiculares frontais, quedas de altura, óbito na mesma cena, ejeção veicular; 
2. Ferimentos importantes em cabeça, pescoço ou tronco; 
3. Amputação ou esmagamento de membro. 
Avaliação Primária: Via aérea comprometida ou em risco; Comprometimento da respiração / ventilação; Hemorragia 
externa significativa ou suspeita de hemorragia interna; Alteração neurológica. 
• Deve ser feita rapidamente a identificação e o tratamento dos problemas ameaçadores à vida; 
• Deve ser estabilizado e imobilizado de maneira adequada para o transporte; 
• Deve ser transportado para o centro de trauma mais perto e mais adequado à sua necessidade. 
 
• Tratamento / Reanimação 
 
• A identificação de um problema significa proceder com o tratamento imediato, seguido da reavaliação; 
 
• Fazer todos os esforços para corrigir os problemas com risco à vida durante o exame primário. 
 
• Oferecer oxigênio, proteger e manter a via aérea pérvia; 
 
• Estabilização e imobilização da coluna cervical; 
 
• Ventilar e permitir a oxigenação; 
 
• Controlar as hemorragias externas; 
 
• Iniciar o tratamento do choque; 
 
• Proteger da hipotermia. 
 
• Imobilização adequada das lesões músculo-esqueléticas; 
 
• Manter a estabilização da coluna até que o paciente esteja imobilizado em prancha longa; 
 
• Transporte adequado 
 
Medidas Auxiliares: Oximetria; Capnografia; Monitorização Cardíaca; Hemogasometria; Sondagens. 
Avaliação Secundária 
1. Após avaliação primária completa e reavaliação; 
2. Não deve retardar o transporte; 
3. Sinais Vitais; 
4. SAMPLA (Sinais e sintomas; alergias; medicações; patologias 
prévias ou pregnante; líquidos e alimentos ingeridos; 
ambiente (o que foi que houve?) 
5. Exame céfalo-podálico e neurológico. 
Quando se Deve Iniciar a Avaliação Secundária? 
Composição da Avaliação Secundária: Exame Físico História 
Ampla 
Exame físico: O exame físico deve ser feito da cabeça aos pés. 
• Cabeça: ➢ Palpar todo couro cabeludo e ossos da face. 
• Pescoço: ➢ Palpar com cuidado com a mobilização cervical; ➢ Identificar posição da traquéia. 
• Tórax: ➢ Inspeção; ➢ Palpação; ➢ Ausculta; ➢ Percussão. ▪ Abdome: ➢ Inspeção; ➢ Palpação; ➢ Ausculta; ➢ 
Percussão. 
• Pelve: ➢ Deve ser palpada apenas 01 vez para avaliar instabilidade e/ou crepitação. 
• Extremidade: ➢Identificar lesões como hematomas e contusões; ➢Hemorragias: conter sangramentos; 
➢Identificar possíveis fraturas: imobilizar 
• Dorso: ➢ O paciente deve ser mobilizado em bloco para 
avaliação do dorso. 
 
• Transporte: Hospital apropriado mais próximo; 
Pacientes críticos devem ir para um centro de trauma ! 
Modo de transporte – terrestre x marítimo x aéreo; 
Avaliar as necessidades do paciente, o terreno, o 
trânsito, as condições climáticas, os recursos disponíveis 
e a localização do hospital de destino. 
Perguntas-chave: Trata-se de um traumatizado grave? Por 
quê? Para onde deve ser transportado? Que intervenções 
devem ser feitas: No local? Durante o transporte? 
Regulação Médica Avisar ao hospital de destino, para permitir a ativação dos recursos necessários; Passar informações 
sobre o paciente e o incidente, o tratamento feito e a resposta ao mesmo. 
Reavaliação: Frequência de reavaliação: Gravidade e tipo de lesões; Distância e tempo do hospital de destino; 
Intervenções feitas (intubação, descompressão torácica, reanimação volêmica, analgesia). 
 O que deve ser reavaliado: Exame primário; Dados vitais; Perfusão de membros com lesão 
Princípios de Ouro: Garantir a segurança da equipe e do paciente; Reconhecer a biomecânica envolvida das lesões; 
Reconhecer as lesões com risco à vida; Quando descartadaslesões com risco à vida, fazer o exame secundário.

Continue navegando