Buscar

Tempo de despertar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resenha sobre o Filme “Tempo de despertar”, dirigido por Penny Marshal.
Resenha por Jean Claudio Valverde Santana Junior
O filme se inicia nos apresentando o jovem garoto leonard, começa a apresentar uma dificuldade motora nas mãos, evidenciada na sua escrita. Corta para o futuro, conhecemos malcom sayer, medico neurologista com vasta experiencia em pesquisa, mas nenhuma como clinico, buscando emprego num hospital, consegue uma vaga na ala de doenças crônicas, a qual o enfermeiro chama de “jardim” pois só dão água e comida, visto que não há cura.
Até encontrar Lucy, uma paciente chamada em estado catatônico, mas que apresenta o reflexo de agarrar objetos no ar, notado com seus óculos, e testado posteriormente lançando bolas em sua direção. Malcom então apresenta este fato curioso para seus colegas e superior, que ridicularizam sua observação e sua tentativa de explicar o ocorrido.
A observação deste reflexo se repete em diversos outros pacientes catatônicos com diagnósticos diferentes, ele também observa que Lucy anda através da sala, o que ele não nota inicialmente é que apenas sobre os quadrados pretos do piso xadrez. 
Ao ficar claro que estes pacientes não estão em total estupor como se imaginava, ele realiza uma investigação com apoio da enfermeira Eleanor, inicialmente revisando os casos dos pacientes, notando que os diagnósticos são todos atípicos, e assim como o tratamento, não são revisados a anos, evidenciando o abandono e desinteresse com estes pacientes. Ao se aprofundar na investigação, constata que todos tiveram encefalite anos antes de serem internados, em um período que houve uma epidemia de encefalite, e que havia um relato de caso sobre uma “síndrome pós-encefalite”, com os mesmos sintomas apresentados por seus pacientes.
Se inicia a partir dai um processo para descobrir o que mais estimula uma resposta nestes pacientes. Malcom vai a casa de um destes pacientes, o não mais jovem Leonard, para conhecer melhor sua história; ele pinta o resto do chão com um padrão xadrez, para que Lucy ande o caminho completo; evidencia que Leonard responde ao ouvir o próprio nome através de um encefalograma; descobre que eles reagem a música, mas cada indivíduo reage a uma música diferente; seus olhos observam a televisão a depender da programação.
O próximo passo dado pelo medico é buscar um tratamento farmacológico, e lhe chama a atenção uma nova droga na época, utilizada para tratar o Mal de Parkinson, a L-dopa. Inicialmente só foi permitido o tratamento experimental de um paciente, com consentimento da família, portanto foi escolhido o Leonard, pois já existia uma aproximação.
A L-dopa foi testada em doses crescentes, sem obtenção de resposta, então o Malcom, ansioso por respostas dobra a dose máxima já utilizada sem autorização, administrando 1 grama da droga. Vale salientar que hoje se sabe da necessidade de administração da L-dopa em conjunto com um inibidor da MAO para reduzir o impacto do efeito de primeira passagem, aumentando a disponibilidade da droga no sistema nervoso, e consequentemente reduzindo a dose utilizada.
Após esta dosagem, Leonard se levanta no meio da noite e é encontrado escrevendo e se comunicando muito bem, revelando uma melhora significativa e progressiva do seu quadro. Seus superiores apresentam uma resistência a adoção deste tratamento a todos os pacientes devido ao custo elevado que representaria para o hospital, mas ao apresentar o caso aos patronos, consegue apoio financeiro para estender o tratamento ao grupo inteiro.
Ocorre então a melhora de todos, principalmente de Leonard, que no ápice de seu retorno a atividade, começa a regredir, apresentando tiques, agressividade, e problemas na fala, o que se acreditou ser efeito colateral, levando a tentativa de reajuste de dose em busca da mais adequada, mas apesar disto, a piora foi inevitável, o que futuramente ocorreu com todos os pacientes. Ao final do filme, relata-se que houve novas tentativas com outras drogas, mas nenhuma com tanto sucesso quanto a L-Dopa.
Apesar do papel do farmacêutico no filme ser muito pequeno, alguns das ações da farmácia clinica estão presentes pulverizadas nas ações de outros personagens, visto que há discussão do caso clinico de pacientes semelhantes encontrados em pesquisa, há a análise das prescrições anteriores para buscar identificar o que havia de errado no tratamento, o uso racional de medicamentos, apesar de tardio, pois o reajuste da dose foi realizado apenas quando os colaterais se iniciaram, apesar de ter sido realizado de forma irresponsável. Creio que devido a momento em que se desdobra os fatos, algumas discussões quanto o papel e o espaço do farmacêutico ainda não estivessem tão bem definidos.

Continue navegando