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Absorção ● Processamento: As gordura ingeridas na dieta são emulsificadas pelos sais biliares no intestino delgado, formando micelas mistas. Assim é possível a ação das lipases intestinais, que degradam os triacilgliceróis e permite a absorção dos ácidos graxos pela mucosa intestinal. Em seguida são novamente convertidos em triacilgliceróis e transportados pela corrente sanguínea com o auxílio de colesterol e apolipoproteínas. Assim, alcançam o tecido adiposo para serem armazenados. Distribuição ● Processamento: Após a distribuição da gordura pela corrente sanguínea, o colesterol é direcionado para o fígado onde será metabolizado juntamente com o excesso resultante dos triglicerídeos. Ambos serão incorporados ao VLDL, um transportador, e levados até os tecidos. É formado um componente intermediário IDL, que ao perder os triglicerídeos que estão sendo carregados se transforma em LDL, carregado de colesterol. O LDL carrega o colesterol para os tecidos, e a quantidade excedente necessita de HDL para retornarem ao fígado. Mobilização ● Processamento: O adipócito armazena gotículas de gordura envolta por uma proteína chamada Perilipina. Quando a gotícula precisa ser mobilizada para gerar energia, o receptor acoplado à proteína G do adipócito recebe sinal do glucagon ou adrenalina e realiza uma cascata de sinalização. A proteína G, antes acoplada, é deslocada ativando a enzima Adenilil-ciclase, que converte ATP em AMPcíclico (segundo mensageiro). A PKA é ativada pelo mensageiro, fosforilando a Perilipina, que muda sua conformação; e a enzima livre Lipase sensível a hormônio, ativando-a. Assim, a enzima agora ativa desacopla a proteína CGI da Perilipina, ativando uma outra lipase ATGL. A nova enzima ativada degrada o triglicerídeo armazenado em diacilglicerol + ácido graxo. E então a lipase sensível a hormônio degrada a segunda camada, liberando um monoacilglicerol + ácido graxo. Por fim, uma lipase MGL libera o último ácido graxo do colesterol. O ácido graxo cai na corrente sanguínea e é carregado pela albumina até alcançar o local de necessidade energética. O glicerol restante é fosforilado pela glicerol-quinase, se tornando glicerol-3-fosfato; e em seguida oxidado pela glicerol-3-fosfato- desidrogenase, formando diidroxiacetona- fosfato, um intermediário da via glicolítica. Sendo assim, a mobilização só ocorre com uma demanda de energia na falta de glicose. A energia produzida, 95% provém dos ácidos graxos e 5% do glicerol. Transporte ● Circuito da Carnitina: Os ácidos graxos com mais de 14 carbonos precisam de um sistema de transporte para alcançarem a matriz mitocondrial e serem oxidados para gerar energia. Para isso é necessário a conversão do á.g em Acil-CoA-graxo a partir da adição de um transportador CoA com auxílio de uma enzima durante duas etapas: a Acil-CoA-graxo-sintetase, que primeiro liga o ácido graxo à uma adenosina monofosfato; e em seguida substitui a adenosina pelo grupo CoA. A carnitina é um aminoácido que não compõe proteínas, mas está presente na membrana mitocôndrial. Ela substitui o grupo CoA com auxílio da enzima Carnitina-aciltransferase I, e transporta o ácido graxo para a matriz mitocondrial, sendo substituída por outro grupo CoA com auxílio da enzima Carnitina- aciltransferase II. Oxidação É a primeira etapa para aproveitar o ácido graxo no processo de obtenção de energia. ● Processamento: A cadeia de ácido graxo transportada para dentro da mitocôndria pelo ciclo de carnitina sofrerá um processo de beta- oxidação para se transformar em (n)Acetil-CoA. ● Reações: Há inicialmente a desidrogenação da acil-graxo-CoA, levando a formação de uma ligação dupla entre o carbono alfa e o beta. É catalisada pela acil-CoA-desidrogenase e permite a formação de FADH2. Em seguida há hidratação da ligação dupla formada pela reação inicial. Catalisada pela enzima enoil-CoA-hidratase. Forma-se a beta- hidroxiaxil-CoA. Há agora uma desidrogenação da beta- hidroxiaxil-CoA, catalisada pela beta-hidroxiacil-CoA- desidrogenase. Forma- se a beta-cetoacil-CoA, com liberação de NADH+H. Por fim, há divisão do fragmento com 2 carbonos, resultando na Acetil-CoA e cadeia restante. É catalisada pela acil-CoA-acetiltransferase, que liga uma CoA ao rompimento. A beta oxidação acontece seguidas vezes até a total degradação do ácido-graxo. Houve formação de 1NADH+H, 1FADH2 e 1Acetil-CoA para cada ciclo de 2 carbonos. Corpos Cetônicos O Acetil-CoA pode formar corpos cetônicos nos hepatócitos quando não utilizados para geração de energia ● Definição: São: acetoacetato, acetona (que não possui função e é eliminada) e beta- hidroxibutirato. Servem para serem transportados em tecidos de importância (coração, músculo, rim e cérebro) e retornarem ao estado de Acetil-CoA para geração de energia. ● Formação: São necessárias 2 moléculas de Acetil-CoA, que são ligadas a partir da saída de uma CoA, formando a Acetoacetil-CoA. É catalisada pela tiolase. Em seguida é adicionado um grupo de H2O e acetil, carregado por CoA. É catalisada pela HMG-CoA-sintetase e promove a formação de beta-hidroxi-beta- metilglutaril-CoA. Com a exclusão do grupo Acetil-CoA, a partir da enzima HMG-CoA-liase (estimulada por glucagon), é formado o corpo cetônico acetoacetato. O acetoacetato é um precursor para a formação de beta-hidroxibutirato e da acetona. ● Utilização: Quando energia é necessária, o acetoacetato e o beta-hidroxibutirato são novamente convertidos em Acetil-CoA. O acetoacetato se torna beta- hidroxibutirato quando sofre uma hidrogenase pela beta-hidroxibutirato-desidrogenase. Assim um NADH+H doa seus hidrogênios carregados e é liberada como NAD+. Para o aproveitamento então da beta-hidroxibutirato, ocorre uma reação de reversão, retornando ao estado de acetoacetato. O acetoacetato se torna acetoactil-CoA ao receber o transportador CoA do succinil-CoA, por meio da enzima beta-cetoacil- CoA- transferase. Em seguida outro grupo CoA é implementado, e há o rompimento em dois Acetil- CoA pela tiolase. Biossíntese ● Malonil-CoA: É requerida na participação da biossíntese de lipídeos. Ela é formada pela carboxilação irreversível de uma molécula de Acetil-CoA, catalisada pela acetil-CoA-carboxilase, uma enzima composta por 3 regiões: Biotina- carboxilase, proteína carreadora de biotina e transcarboxilase. A biotina-carboxilase promove a carboxilação da biotina coenzima da proteína carreadora de biotina, por meio da implementação de uma molécula de bicarbonato e gasto de ATP. A transcarboxilase pega a região carboxila da biotina e transfere para uma molécula de Acetil-Coa, formando a Malonil-CoA. ● Síntese: É realizada por um complexo enzimático ácido-graxo-sintase em 4 etapas de 2 em 2 carbonos. Isso porque a cadeia longa é construída seguidamente. Inicialmente um grupo malonil-CoA é condensado à uma molécula de Acetil-CoA, liberando CO2. Em seguida há redução (perde-se O) no carbono beta se torna uma hidroxila. É necessário então o uso de NADPH+H para oferecer a carga. Uma desidratação ocorre na terceira etapa, levando à formação de uma ligação dupla. E em seguida é necessária uma redução para retirada dessa ligação dupla com energia de outra NDPH+H. O ciclo ocorre novamente, até a formação de cadeia de carbonos de até 16 carbonos. Controle Metabólico O aumento da insulina por glicose alta ativa a Acil-CoA-Carboxilase ao estimular a enzima fosfatase, levando a produção de malonil-CoA e estimulando a síntese de ácidos graxos. O aumento do Glucagon por glicose baixa no sangue fosforila a Acil-CoA-Carboxilase, inativando-a. Assim a produção de Malonil-CoA é interrompida e inicia-se a oxidação de ácidos graxos. ● Formação de Triglicerídeos: Como a biossíntese de ácidos graxos possui um limitede cadeia de 16 carbonos, é necessário outro processo para a formação de triglicerídeos. Inicialmente a molécula de glicerol é fosforilada, se tornando glicerol-3-fosfato com auxilia da glicerol-cinase e ATP. O glicerol-3-fosfato recebe a transferência de dois grupos acilas provindos de duas moléculas de Acil-CoA originadas de um ácido graxo-CoA. É catalisada a partir da enzima aciltransferase. Sendo assim há formação do ácido fosfatídico, que ao perder seu grupo fosfato pela ácido- fosfatídico-fosfatase, se torna um 1,2- diacilglicerol. A partir de então é realizada outra ação da acil-transferase que implementa um terceiro grupo de ácido graxo, formando o triglicerídeo. Colesterol ● Síntese: É formado a partir da Acetil-CoA em situações anabólicas (com presença de insulina). O ciclo de Krebs é estimulado pela presença aumentada de Acetil-CoA, e o excesso de NADH+H produzido ao fim diminui o ciclo. Sendo assim o excesso de Acetil-CoA não adentrado no ciclo de Krebs promove a formação de corpos cetônicos, porém, com o estímulo da insulina há a ativação da enzima HMG-CoA- Redutase (no lugar da HMG-CoA-Liase da via cetônica) que torna o acetoacetato da via cetônica em mevalonato. O mevalonato leva a produção do colesterol, que pode ser encaminhado pra bile, membrana plasmática do fígado ou para formação de VLDL.
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