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Isabella Cristine 2° período- FAMERV Camadas da pele - A pele é composta por duas camadas principais: Epiderme: composta de um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, que cresce continuamente, mas mantém sua espessura normal pelo processo de descamação; Se origina do ectoderma. Derme: composta de tecido conjuntivo denso, que proporciona suporte mecânico, resistência e espessura à pele. Derivada do mesoderma. - A hipoderme é composta praticamente de tecido adiposo disposto em lóbulos limitado por tecido conjuntivo. Situa-se abaixo da derme; Equivalente à fáscia subcutânea. Derivados epidérmicos da pele - São anexos epidérmicos da pele e incluem: • Folículos pilosos e pelos: observa-se a bainha do pelo, composta de várias camadas de células que revestem a haste, a qual é o pelo propriamente dito e que atravessa a epiderme e emerge para a superfície; Isabella Cristine 2° período- FAMERV - Essa imagem mostra a porção inicial do folículo, denominada bulbo piloso. Dele, parte em direção da epiderme a bainha de pelo. A extremidade do bulbo piloso é penetrada por uma expansão de TC, denominada papila dérmica. • Glândulas sudoríparas: são glândulas tubulosas enoveladas não ramificadas. A porção condutora se continua por um longo ducto excretor que se dirige para a epiderme. - Região terminal do ducto excretor de glândula sudorípara (em seta preta). Após atravessar a epiderme, a secreção percorre canais existentes no interior do estrato córneo (seta branca); • Glândulas sebáceas: esta é lançada em um ducto que se abre em um folículo piloso e a secreção envolve a haste do pelo (em azul). Isabella Cristine 2° período- FAMERV • Unhas; • Glândulas mamárias. Funções da pele - Atua como barreira que protege contra agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente externo; - Fornece informações imunológicas obtidas durante o processamento de antígenos para as células efetoras apropriadas no tecido linfático; - Participa na homeostasia ao regular a temperatura corporal e a perda de água; - Transmite a informação sensorial do ambiente externo para o sistema nervoso; - Desempenha funções endócrinas por meio da secreção de hormônios, citocinas e fatores de crescimento, e converte moléculas precursoras em moléculas hormonalmente ativas (vitaminas D3); - Funciona na excreção por meio da secreção exócrina das glândulas sudoríparas, sebáceas e apócrinas. Algumas substancias lipossolúveis podem ser absorvidas através da pele. Pele fina e grossa - A pele se diferencia em duas regiões: nas palmas das mãos e nas plantas dos pés; Essas áreas estão sujeitas a maior grau de abrasão, são desprovidas de pelos e apresentam camada epidérmica muito mais espessa que a pele em outro local; A pele que é desprovida de pelos é denominada pele grossa; Nos demais locais, a pele possui uma epiderme mais fina, sendo denominada de pele fina. Exceto em lugares, a pele contém folículos pilosos. - Nesta última imagem, há células contendo grânulos castanhos (seta preta), Pele espessa x Pele fina Isabella Cristine 2° período- FAMERV denominados melanócitos. Eles são produtores do pigmento melanina. Epiderme - É composta de epitélio estratificado pavimentoso, onde podem ser identificadas quatro camadas distintas; 1. Estrato basal: também denominado estrato germinativo em virtude da existência de células mitoticamente ativas, as células tronco da epiderme; 2. Estrato espinhoso: também denominado camada espinhosa ou camada de células espinhosas, devido à identificação, na microscopia óptica, de prolongamentos citoplasmáticos curtos que se estendem de uma célula para outra; 3. Estrato granuloso: contém numerosos grânulos de coloração intensa; 4. Estrato lúcido: que se limita à pele espessa e é considerado uma subdivisão do estrato córneo; 5. Estrato córneo: encontrado principalmente na pele espessa, sendo composto de células queratinizadas. A diferenciação das células epiteliais constitui uma forma especializada de apoptose - Os núcleos das células do estrato granuloso exibem uma morfologia apoptótica típica, incluindo fragmentação de seu DNA; - Não ocorre a fragmentação celular associada como na apoptose normal, ao contrário, as céllulas ficam preenchidas com filamentos intracelulares de queratina, e depois são descamadas da superfície da pele; A epiderme consiste em epitélio pavimentoso queratinizado; A derme consiste em duas camadas: a papilar (mais adjacente à epiderme) e a camada reticular (de localização mais profunda). Isabella Cristine 2° período- FAMERV - Setas indicam grânulos de pigmento de melanina. Estrato basal - É responsável pela renovação das células epidémicas; - É formado por uma única camada de élulas que repousa sobre a lâmina basal; - Contém células tronco a partir das quais novas células, denominadas queratinócitos, originam-se por divisão mitótica; - As células são pequenas com formato cuboide a colunar baixo; - Núcleos menos espaçados; - Células basais contêm diversas quantidades de melanina no citoplasma; - As células basais exigem extensas junções celulares que são conectadas entre si e com os queratinócitos por desmossosmos e com a lâmina basal subjacente por hemidesmossosmos; À medida que migram em direção da superfície se tornam achatadas, constituindo o estrato espinhoso. Estrato espinhoso - Os queratinócitos são maiores que os presentes no estrato basal e exibem numerosos prolongamentos citoplasmáticos ou espinhos; Esses prolongamentos etsão unidos por desmossosmos aos prolongamentos semelhantes das células adjacentes; - À medida que as células amadurecem e migram para a superfície, elas aumentam seu tamanho e se tornam achatadas com seu maior eixo paralelo à superfície. Isabella Cristine 2° período- FAMERV - Observa-se na imagem a epiderme contendo o estrato córneo (EC) extramente espesso; - Nota-se o ducto (D) de uma glândula sudorípara à esquerda quando a mesma atravessa a derme (De) e se espiraliza ainda mais ao atravessar a epiderme; - Observa-se também maior celularidade na camada papilar (cp) e as fibras colágenas da camada reticular (CR) que são mais espessas que as da camada papilar. Estrato granuloso - É a camada situada entre o estrato espinhoso e a camada mais superficial da porção não queratinizada da pele; - Sua espessura varia de uma a três células; - Os queratinócitos contêm numeros grânulos de querato-hialina; Possuem formato irregular e tamanho variável; Esses grânulos contêm proteínas ricas em cistina e em histidina (precursoras da proteínas filagrina, que agrega os filamentos de queratina presentes nas células cornificadas do estrato córneo). Estrato córneo - Observa-se uma transição entre as células nucleadas do estrato granuloso e as células anucleadas desidratas e achatadas do estrato córneo; - Suas células perdem o seu núcleo e as organelas citoplasmáticas e ficam quase inteiramente preenchidas com filamentos de queratina; A membrana plasmática espessa dessas células queraatinizadas é revestida com uma camada extracelular de lipídios que forma o principal componente da barreira hídrica na epiderme. - É a camada com espessura mais variável e mais grosso na pele espessa; - Essa camada torna-se ainda mais espessa em locais sujeitos a níveis altos de atritos, como no caso da formação de calos nas palmas das mãos e ponta dos dedos. Isabella Cristine 2° período- FAMERV Estrato lúcido - É uma subdivisãodo estrato córneo; - Exibe aspecto translúcido; - Contém células eosinófilas nas quais o processo de queratinização está bem avançado; - O núcleo e as organelas citoplasmáticas sofrem ruptura e desaparecem à medida que a célula é gradualmente preenchida com queratina. Células da epiderme • Os queratinócitos: são células epiteliais altamente especializadas, desenvolvidas para desempenhar uma função muito específica: a separação do organismo de seu meio externo. Representam 85% das células da epiderme; • Os melanócitos: são as células produtoras de pigmento da epiderme. Representam aproximadamente 5% das células da epiderme; • As células de Langerhans: são células apresentadoras de antígeno envolvidas na sinalização do sistema imune. Representam aproximadamente 2 a 5% das células da epiderme; • As células de Merkel: são células mecanorreceptoras associadas às terminações nervosas sensitivas. Representam aproximadamente 6 a 10% das células da epiderme. Queratinócitos - Têm origem do estrato basal da epiderme; - Produzem queratinas (citoqueratinas), que são importantes proteínas estruturais; - Participam na formação da barreia hídrica epidérmica; - Na camada basal possuem numerosos ribossos livres, filamentos intermediários de queratina, um complexo de Golgi pequeno, mitocôndrias e RER; - Citoplasma com basofilia devido ao n° de ribossomos livres; - Tonofibrilas: filamentos agrupados em feixes espessos que atravessam o estrato espinhoso, tornando o citoplasma esinófilo; - Os ribossomos livres nos queratinócitos sintetizam gânulos de querato-hialina; Isabella Cristine 2° período- FAMERV Esses grânulos contêm as proteínas filagrina e trico-hialina, que funcionam como promotores da agregação dos filamentos de queratina em tonofibrilas, convertendo células granulosas em cornificadas (queratinização); A diferenciação de uma célula granulosa em queratinazada envolve a decomposição do núcleo e de outras organelas e o espessamento da MP. - A esfoliação contínua dos queratinócitos superficiais é um processo proteolítico regulado, que envolve a degradação dos desmossomos das células; - A existência de uma barreira hídrica epidérmica é responsável pela manutenção da homeostasia do corpo. Ela é definida por dois fatores: 1) Depósito de proteínas insolúveis na superfície interna da MP; 2) Uma camada lipídica que está fixada à superfície externa da MP. - No estrato espinhoso, também produzem corpos lamelares delimitados por membrana. Eles possuem proteases e estão envolvidos na formação do envoltório cornificado, na descamação das células cornificadas e nas defesas antimicrobianas da pele; - As células granulosas e espinhosas sintetizam uma mistura heterogênea de lipídios pró-barreira e suas respectivas enzimas de processamento de lipídios; - A organização dessas lamelas lipídicas intercelulares é responsável pela formação da barreira hídrica epidérmica. - A barreira hídrica consiste em dois elementos estruturais: 1- Envoltório celular: camada de proteínas insolúveis depositadas na superfície interna da MP, que Isabella Cristine 2° período- FAMERV contribui para as propriedades mecânicas fortes da barreira - Ele é formado por pequenas proteínas ricas em prolina de ligação cruzada e por proteínas estruturais maiores. 2- Envoltório lipídico: camada de lipídios fixados à superfície celular por ligações éster; - Os principais componentes lipídicos do envoltório lipídico são as ceramidas, o colesterol, ácidos graxos livres e a camada monomolecular de aciglicosilceramida (revestimento celular); - As ceramidas induzem a diferenciação celular, desencadeiam a apoptose e reduzem a proliferação celular, além de ter o papel de sinalização da célula. A reposição das células epidérmicas é efetuada por vários processos, incluindo: • Divisão das células basais no estrato basal • Diferenciação e morte celular programada à medida que as células migram para o estrato córneo • Perda das células por esfoliação da superfície cutânea. Melanócitos - Os que são derivados da crista neural estão dispersos entre as células basais do estrato basal; Unidade epidermomelânica: um melanócito mantém uma associação a determinado número de queratinócitos; - Nos adultos, existe um reservatório de células tronco dos melanócitos indiferenciadas na área do folículo piloso, denominado saliência folicular. - O melanócito epidérmico é uma célula dendrítica que está dispersa entre as células basais do estrato basal. Elas são denominadas células dendríticas porque o corpo celular arredondado reside na camada basal e emite prolongamentos longos entre os queratinócitos do estrato espinhoso; Corpo lamelar Grande parte do citoplasma do queratinócito é preenchida com tonolamentos. Um queratinócito exibe um grânulo de querato-hialina (GQ). Perto da membrana plasmática, mais próximo da superfície (parte superior à esquerda), dois queratinócitos apresentam corpos lamelares (pontas de seta). Isabella Cristine 2° período- FAMERV Os melanócitos que residem próximo da lâmina basal apresentam estruturas que se assemelham a hemidesmossomos. - Os melanócitos produzem e secretam o pigmento melanina, que possui a função de proteger o organismo contra os efeitos nocivos da irradiação UV não ionizante. Ela é produzzida pela oxidação da tirosina pela tirosinase e transformação subsequente da DOPA em melanina; A síntese da melanina é regulada pelo MSH (hormônio estimulante dos melanócitos); Diagrama da epiderme e eletromicrografia de um melanócito. Formação da melanina e mecanismo de doação de pigmento. 1) A melanina é produzida a partir da tirosina por uma série de reações Diferenciação e reposição de células epidérmicas Isabella Cristine 2° período- FAMERV enzimáticas, e o seu acúmulo pode ser observado nos melanossomos jovens 2) À medida que prossegue a maturação, os melanossomos migram para as extremidades dos prolongamentos dos melanócitos. Os melanossomos maduros 3) apresentam alta concentração de melanina e acumulam-se nas extremidades dos prolongamentos do melanócito que se invaginam na membrana celular do queratinócito. 4) Os queratinócitos fagocitam os ápices dos prolongamentos dos melanócitos contendo melanossomos. 5) No processo descrito como doação de pigmento, a melanina é transferida para os queratinócitos vizinhos em vesículas contendo melanossomos com uma pequena quantidade de citoplasma do melanócito. 6) Uma vez no interior dos queratinócitos, os melanossomos são liberados no citoplasma. 7) Os melanossomos distribuem-se dentro dos queratinócitos, com acúmulo mais pronunciado em áreas sobre os núcleos, criando “guardasóisescuros”. 8) Que protegem o DNA nuclear da radiação ultravioleta prejudicial do sol. - Os melanossomos e seus conteúdos são degradados no processo de macroautofagia. É um processo que ocorre em taxas variáveis em diferentes indivíduos. Nas pessoas de pele mais escura, a melanina é degradada lentamente, e os melanossomos permanecem distintos; nos indivíduos de pele mais clara, a melanina é degradada mais rapidamente. Numerosos fatores intrínsecos e extrínsecos também são responsáveis pela pigmentação da pele, incluindo: idade, etnicidade e diferenças entre gêneros, níveis hormonais e afinidades variáveis de seus receptores, defeitos genéticos, radiação ultravioleta, mudanças climáticas e sazonais e exposição química a toxinas e poluentes. Células de Lanngerhans - Sãocélulas apresentadoras de antígenos de aparência dendrítica na epiderme; - Se originam de células progenitoras linfáticas comuns (CLP) na medula óssea, migram através da corrente sanguínea e entram na epiderme, onde se diferenciam em células imunocompetentes; - Constituem parte do sistema fagocítico mononuclear (MPS) e respondem pela imunovigilância da epiderme; Pele clara x Pele escura Isabella Cristine 2° período- FAMERV - Após a fagocitose e a exibição do antígeno na superfície da célula de Langerhans, a célula migra da epiderme para um linfonodo regional, em que interage com LT; - O núcleo cora-se intensamente com hematoxilina, e o citoplasma aparece claro; - Essa célula apresenta grânulos de Birbeck, que representam vesículas relativamente pequenas, que são vistas como bastões com uma expansão bulbosa em sua extremidade; - Elas expressam moléculas tanto de MHC I quanto de MHC II, bem como receptores Fc para a imunoglobulina IgG. - Por ser uma célula apresentadora de antígenos, está envolvida nas reações de hipersensibilidade de tipo tardio. Células de Merkel - São células dendríticas localizadas no estrato basal; - Contêm marcadores antigênicos de tipo epidérmico e neural; - São mais abundantes na pele em que a percepção sensorial é aguda, como as pontas dos dedos das mãos; - Estão unidas por queratinócitos adjacentes por desmossomos e contêm filamentos intermediários de queratina em seu citoplasma; - Possuem um núcleo lobulado; - Caracterizada pela existência de grânulos neurossecretores de centro denso; - Estão associadas ao bulbo terminal expandido das fibras nervosas mielinizadas aferentes; - Corpúsculo de Merkel: combinação do neurônio e da célula epidérmica, sendo um mecanorreceptor sensitivo. O núcleo (N) de uma célula de Langerhans é geralmente endentado em muitos locais, e o citoplasma contém corpúsculos distinto sem formato de bastões (setas). Observe tonofilamentos (T) nos queratinócitos (Q) adjacentes. Isabella Cristine 2° período- FAMERV A célula apresenta pequenos grânulos neurossecretores no citoplasma e faz contato com um terminal nervoso (TN) periférico de um neurônio sensitivo. A derme (De) encontra-se na parte inferior da eletromicrografia. Derme - A junção entre a epiderme e a derme é analisada microscopicamente como um limite irregular; Exceto na pele mais fina. - Os cortes de pele realizados perpendicularmente à superfície revelam numerosas projeções de TC, que são as papilas dérmicas, que se projetam na porção basal da epiderme; - Essas papilas são complementadas por cristas epidérmicas ou cristas interpapilares, que se projetam na porção basal da epiderme; Cristas dérmicas - Tendem a apresentar um arranjo paralelo, com papilas dérmicas localizadas entre elas; Essas cristas formam um padrão diferente, que é genenticamente único para cada indivíduo, sendo a base científica dos dermatóglifos ou identificação das impressões digitais e pegadas. - As cristas e papilas são mais proeminentes na pele espessa das superfícies palmares e plantares. Hemidesmossomos - Eles fortalecem a fixação da epiderme ao TCsubjacente, pois se liga aos filamentos intermediários do citoesqueleto dentro da lâmina basal; - Observa-se também adesões focais que fixam os filamentos de actina dentro da lâmina basal. Camadas - A derme é composta por duas camadas: a papilar e a reticular; 1. Camada papilar - É a mais superficial e consistem em TCF localizado abaixo da epiderme; - As suas fibras colágenas não são tão espessas quanto as da porção profunda; Essa rede de colágeno contém predominantemente moléculas de colágeno do tipo I e tipo II; - As fibras elásticas são filiformes e formam uma rede irregular; - Essa camada é fina e inclui papilas dérmicas e as cristas dérmicas; Isabella Cristine 2° período- FAMERV - Possui vasos sanguíneos que penetram na lâmina basal, entrando no compartimento epitelial. 2. Camada reticular - Situa-se abaixo da camada papilar; - Espessura variante em diferentes partes do corpo, mas é mais espessa e menos celularizada que a papilar; - Possui feixes espessos e irregulares de colágeno, principalmente do tipo I e por fibras elásticas mais espessas; O colágeno e as fibras elásticas formam linhas regulares de tensão na pele, denominadas linhas de Langer. Abaixo da camada reticular, encontra-se uma camada de tecido adiposo (panículo adiposo). O tecido adiposo junto com o TCF constituem a hipoderme ou fáscia subcutânea. As células musculares lisas isoladas ou organizadas em pequenos feixes formam os músculos eretores dos pelos, que conectam a parte profunda dos folículos pilosos com a derme mais superficial. O panículo carnoso, uma camada fina de músculo estriado, localiza-se abaixo da fáscia subcutânea. No homem, é bem definido na pele do pescoço, face e couro cabeludo, onde constitui o múculo platisma e outros músculos da face. Estruturas da pele - A pele é dotada de receptores sensitivos de vários tipos, os quais são terminais periféricos dos nervos sensitivos; - Ela é bem suprida com terminações nervosas motoras para os vasos sanguíneos, os músculos eretores dos pelos e as glândulas sudoríparas; - As terminações nervosas livres (desprovidas de TC ou de revestimento com células de Schwann) na epiderme terminam no estrato granuloso. Os folículos pilosos em sua maioria, são circundados por redes de terminações dérmicas livres, que se fixam à bainha externa de sua raiz. - As terminações nervosas encapsuladas por TC são: • Os corpúsculos de Pacini: detectam mudanças de pressão e vibrações aplicadas à superfície cutânea; • Os corpúsculos de Meissner: que são responsáveis pela sensibilidade ao tato; • Corpúsculos de Ruffini: são sensíveis ao estiramento e ao torque da pele. Isabella Cristine 2° período- FAMERV A – Terminações nervosas livres B – Corpúsculos de Merkel C – Corpúsculo de Pacini D – Krause E – Corpúsculo de Meissner F – Corpúsculo de Ruffini Corpúsculo de Pacini - São estruturas grandes e ovoides encontradas na derme mais profunda e na hipoderme (particularmente na ponta dos dedos das mãos), no tecido conjuntivo em geral; - Também são encontradas em associação às articulações, ao periósteo e a órgãos internos; - São compostos de uma terminação nervosa mielinizada circundada por uma cápsula; A maior parte da cápsula, a região central externa, é formada por uma série de lamelas concêntricas em que, cada lamela é separada de sua vizinha por um espaço estreito contendo líquido semelhante à linfa; Cada lamela é composta de células planas que correspondem às células do endoneuro situadas fora da cápsula; Além do líquido encontrado entre as lamelas, observa- se a existência de esparsas fibrilas colágenas, bem como de alguns capilares. - Esses corpúsculos respondem à pressão e à vibração por meio do deslocamento das lamelas da cápsula. Esse Isabella Cristine 2° período- FAMERV deslocamento provoca efetivamente a despolarização do axônio. A porção neural do corpúsculo de Pacini segue um percurso longitudinal através do centro da estrutura (setas). Observa-se a existência de diversos nervos (N) adjacentes ao corpúsculo. Corpúsculo de Meissner - São receptores de tato, que são particularmente responsivos a estímulos de baixa frequência na camada papilar da pele desprovida de pelos; - Em geral, são cilindros afunilados e que estão orientados perpendicularmente à superfície cutânea; - Estão presentes nas papilas dérmicas, logo abaixo da lâmina basal epidérmica.Três corpúsculos de Meissner (CM) são mostrados dentro das papilas dérmicas. Observe a proximidade direta do corpúsculo com a superfície inferior da epiderme. Corpúsculo de Ruffini - São os mecanorreceptores encapsulados mais simples; - Apresentam formato fusiforme alongado; - Consistem em uma cápsula fina de TC que envolve um espaço preenchido por líquido; As fibras colágenas do tecido conjuntivo circundante atravessam a cápsula. - As terminações axônicas estão dispersas e entremeadas no interior da cápsula e respondem ao deslocamento das fibras colágenas induzido por estresse mecânico esporádico ou contínuo. Isabella Cristine 2° período- FAMERV Anexos dérmicos - Os anexos da pele derivam de invaginações do epitélio epidérmico que crescem durante o desenvolvimento. • Os folículos pilosos e o seu produto, os pelos; • As glândulas sebáceas e o seu produto, o sebo; • As glândulas sudoríparas écrinas e o seu produto, o suor; • As glândulas sudoríparas apócrinas e seu produto misto que contém uma forma de suor com alta concentração de carboidratos, lipídios e proteínas. Folículo piloso e pelos - Estão ausentes apenas nos lados e nas superfícies palmares das mãos, nos lados e nas superfícies plantares dos pés, nos lábios e na região ao redor dos orifícios urogenitais; - A distribuição dos pelos é influenciada pelos hormônios sexuais; - O folículo piloso é responsável pela produção e crescimento de um pelo; - A coloração do pelo é atribuída ao conteúdo e ao tipo de melanina que contém; - O folículo é dividido em 4 regiões: • Infundíbulo: se estende da abertura do folículo na superfície até o nível de abertura de sua glândula sebácea. Ele faz parte do canal pilossebáceo, que é usado como via para a descarga da substância oleosa, o sebo; • Istmo: se estende do infundíbulo até o nível de inserção do músculo eretor do pelo; • Saliência folicular: faz protrusão a partir do folículo piloso, próximo da inserção do músculo eretor do pelo e que contém células tronco epidérmicas; • Segmento inferior: apresenta um diâmetro uniforme, exceto em sua base, onde se expande para formar o bulbo piloso. A base do bulbo é invaginada por um tufo de tecido conjuntivo frouxo vascularizado, denominado, papila dérmica. - As demais células que formam o bulbo, incluindo as que circundam a papila dérmica de tecido conjuntivo, são coletivamente designadas como matriz do pelo; A proliferação das células da matriz é responsável pelo crescimento do pelo; Diferenciam-se também em células produtoras de queratina do pelo e Isabella Cristine 2° período- FAMERV formam a conjuntiva do folículo piloso, a bainha radicular interna; Observa-se também a existência de melanócitos dispersos nessa camada germinativa, os quais contribuem com melanossomos para as células pilosas em desenvolvimento. - A bainha interna é uma cobertura celular de múltiplas camadas, que circunda a parte profunda do pelo. Ela possui três camadas: • Camada de Henle: consiste em uma única camada de células cuboides. Essas células estão em contato direto com a parte mais externa do folículo piloso, a bainha radicular externa, que é uma invaginação da epiderme; • Camada de Huxley: consiste em uma camada simples ou dupla de células achatadas que formam a placa média da bainha radicular interna; • Cutícula da bainha reticular interna: consiste em células pavimentosas, cuja superfície livre externa está voltada para a haste do pelo. 1- Medula 2- Córtex 3- Cutícula 4- Cutícula da bainha radicular interna 5- Camada de Huxley 6- Camada de Henle - A progressão da bainha radicular externa do folículo piloso em direção à superfície epidérmica revela o local de inserção do músculo eretor do pelo e a origem do ducto sebáceo e da glândula sebácea a partir da parede do canal folicular; - Saliência folicular: são um nicho de células-tronco epidérmicas (CTE) que são responsáveis pelo fornecimento de células-tronco para o crescimento dos folículos pilosos, bem como para as glândulas sebáceas; - A queratinização do pelo e da bainha radicular interna ocorre logo após as células deixarem a matriz em uma região denominada zona queratogênica; Isabella Cristine 2° período- FAMERV Quando o pelo emerge do folículo, ele já está totalmente queratinizado por uma forma de queratina dura. Uma lâmina basal espessa, denominada membrana vítrea, separa o folículo piloso da derme. O folículo é circundado por tecido conjuntivo denso não modelado. - O músculo eretor do pelo está inserido próximo da saliência folicular, que serve de nicho de células-tronco epidérmicas; Os pelos são estruturas filamentosas alongadas, que se projetam a partir dos folículos pilosos. São compostos de queratina dura com ligações cruzadas; A estrutura do pelo é organizada em três camadas: • Medula: forma a parte central da haste e contém uma coluna de células grandes queratinizadas frouxamente conectadas contendo queratina mole; -A medula está presente somente nos pelos espessos. • Córtex: é a camada mais desenvolvida e responde por aproximadamente 80% da massa total do pelo; - Envolve a medula e é composto de células corticais preenchidas com filamentos intermediários de queratina dura; - Cada filamento é circundado por um espaço amorfo contendo proteínas associadas à queratina (KAP); São responsáveis pela formação da haste rígida do pelo por meio de extensa rede de ligações cruzadas de dissulfeto entre os filamentos intermediários de queratina. - O córtex determina a textura, a elasticidade e a cor do pelo. • Cutícula da haste do pelo: é a camada mais externa do pelo; Contém várias camadas de células pavimentosas queratinizadas semitransparentes sobrepostas; - Ela protege o pelo de lesão física e química e determina a sua porosidade. Glândulas sebáceas - Se desenvolvem como evaginações da bainha externa da raiz do folículo piloso, produzindo geralmente várias glândulas por folículo; - O sebo é um produto de secreção holócrina; - Tanto o produto secretor quanto os restos celulares são descarregados da glândula com o sebo dentro do infundíbulo de um folículo piloso, que forma o canal pilossebáceo com o ducto curto da glândula sebácea; - O processo de produção do sebo a partir de mitoses das células basais até a sua secreção leva em torno de 8 dias; - Gradualmente, as células tornam-se preenchidas com numerosas gotículas lipídicas envolvidas por delgados filamentos de citoplasma. Isabella Cristine 2° período- FAMERV Lóbulos secretores e os canais pilossebáceos de duas glândulas sebáceas. O ducto da glândula à esquerda está bem próximo de entrar no folículo piloso observado na parte superior da fotomicrografia. MEP- músculo eretor do pelo. Componente secretor do lóbulo Porção secretora do lóbulo Glândulas sudoríparas écrinas - São estruturas independentes, não associadas ao folículo piloso, que se originam como invaginação a partir da epiderme fetal; - Cada glândula écrina está disposta como uma estrutura tubular espiralada simples em fundo cego; - Consiste em dois segmentos: • segmento secretor: localizado profundamente na derme ou na parte superior da hipoderme; • segmento ductal: menos espiralado, que leva a secreção diretamente à superfície epidérmica. - Desempenham papel na regulação da temperatura por meio do resfriamento resultante da evaporação da água pelo suor na superfície do corpo; Isabella Cristine 2° período- FAMERV - A reabsorção de parte do sódio e da água no ducto resulta na liberação de suor hipotônicona superfície da pele. Meio aquoso hipotoôncio é pobre em proteínas e contém quantidades variáveis de cloreto de sódio, ureia, ácido úrico e amônia. O componente secretor é visto como uma dupla camada de células epiteliais cuboides. - Existem três tipos de células no segmento secretor da glândula: • Células claras: caracterizam-se pela existência de quantidades abundantes de glicogênio; - Citoplasma cora-se fracamente; - A superfície basal das células contém invaginações • Células escuras: caracterizam- - se por um RER bem desenvolvido e grânulos secretores; - O citoplasma apical apresenta grânulos secretores maduros e ocupa a maior parte da superfície luminal; - Complexo de Golgi grande, o que caracteriza a secreção de glicoproteínas; • Células mioepiteliais: limitam- se à face basal do segmento secretor; - Situam-se entre as células secretoras, com seus prolongamentos orientados transversalmente ao túbulo; - O citoplasma contém numerosos filamentos contráteis (de actina), que se coram intensamente com eosina; - Contração dessas células é responsável pela rápida expressão do suor da glândula. O segmento ductal da glândula continua a partir da porção secretora com padrão espiralado; - Quando o ducto entra na epiderme, as células ductais terminam, e são as células epidérmicas que formam a parede do ducto.; - Esse ducto é composto de epitélio estratificado cuboide, consistindo em uma camada de células basais e uma camada de células luminais; - A porção ductal não contém células mioepiteliais. Isabella Cristine 2° período- FAMERV As células escuras exibem RER (seta) e complexo de Golgi (G), além dos grânulos secretores. As células claras apresentam grande quantidade de membrana pregueada, mitocôndrias e glicogênio. As células mioepiteliais (Mio) contêm grande número de filamentos contráteis de actina. As pontas de setas curtas (parte superior à direita) marcam o limite de uma célula clara. Células sudoríparas apócrinas - Desenvolvem- se a partir das mesmas invaginações da epiderme que dão origem aos folículos pilosos; - A conexão com o folículo é conservada, possibilitando a entrada da secreção da glândula no folículo; - São glândulas tubulares espiraladas e algumas vezes são ramificadas; - A porção secretora da glândula está localizada profundamente na derme ou, mais comumente, na região superior da hipoderme; - Possui um lúmen muito largo; - Armazenam o seu produto secretor no lúmen; - A porção secretora é composta de epitélio simples; - Apresenta apenas um tipo celular e o citoplasma eosinófilo; - O citoplasma apical contém numerosos grânulos secretores pequenos, que são descarregados por exocitose; - Possui numerosos lisossomos e grânulos de pigmento de lipofuscina. - As células mioepiteliais também estão presentes na porção secretora da glândula e estão localizadas entre as células secretoras e a lâmina basal adjacente; - O ducto da glândula apócrina continua a partir da porção secretora da glândula em um trajeto relativamente reto desembocando no canal do folículo; O produto secretor não é alterado em sua passagem pelo ducto. Isabella Cristine 2° período- FAMERV - O epitélio ductal é estratificado cuboide, geralmente com duas, mas, às vezes, três camadas celulares de espessura; - O citoplasma apical das células luminais aparece hialinizado. Unhas - As unhas das mãos e dos dedos ligeiramente arqueadas, mais adequadamente designadas como placas ungueais, repousam sobre os leitos ungueais; O leito ungueal consiste em células epiteliais que são contínuas com o estrato basal e o estrato espinhoso da epiderme. - A parte proximal da unha, a raiz da unha, está enterrada em uma prega da epiderme e cobre as células da zona germinativa ou matriz; A matriz contém uma variedade de células, incluindo célulastronco, células epiteliais, melanócitos, células de Merkel e células de Langerhans. - A queratina da unha é uma queratina dura. As glândulas sudoríparas écrinas são estimuladas por transmissores colinérgicos, enquanto as glândulas apócrinas são estimuladas por transmissores adrenérgicos. Isabella Cristine 2° período- FAMERV A unha é uma placa queratinizada localizada sobre a face dorsal das falanges distais. Sob a borda livre da unha há uma camada limítrofe, o hiponíquio, que é contínuo com o estrato córneo da epiderme adjacente. A extremidade proximal, a raiz da unha, é sobreposta por pele, o eponíquio, que também é contínuo com o estrato córneo da epiderme adjacente. Abaixo da unha, existe uma camada de epitélio com derme subjacente. A parte proximal desse epitélio é designada como matriz ungueal. O osso nesse corte é uma falange distal. Observa-se a existência de numerosos corpúsculos de Pacini no tecido conjuntivo do lado palmar do dedo. - À medida que cresce, a placa ungueal move-se sob o leito ungueal; - A borda da prega cutânea que cobre a raiz da unha é o eponíquio ou cutícula. A cutícula também é composta de queratina dura, logo, ela não descama.
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