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Márcia Bernardon Sequência do Suporte Básico de Vida do Adulto para Profissionais da Saúde Resumo retirado da: Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 - Na desfibrilação a corrente elétrica é aplicada em qualquer momento do ciclo cardíaco - Na CVE esta é sempre sincronizada com os complexos QRS. Não pode administrar durante o período vulnerável da repolarização ventricular (onda T), quando pode desencadear uma FV. Márcia Bernardon ➢ INDICAÇÕES Desfibrilação = tratamento da FV, TVSP e na reversão de TV polimórfica Cardio Versão Elétrica = reversão das taquiarritmias com instabilidade hemodinâmica Critérios de instabilidade: 1. Hipotensão e sinais de choque circulatório 2. Dor torácica anginosa 3. Dispneia associada à congestão pulmonar 4. Rebaixamento do nível de consciência Márcia Bernardon Terapias Elétricas: Desfibrilação, Cardioversão e Marca-Passo Transcutâneo ✓ Na CVE, pode-se realizar o choque sequencial com um nível crescente de energia, lembrando sempre de sincronizar o cardioversor antes de cada procedimento Márcia Bernardon - Na desfibrilação, não há necessidade de sedação = o paciente está em PCR - Na CVE, deve-se administrar um sedativo antes da administração do choque = minimizar o desconforto e a dor do procedimento (exemplo: midazolam, fentanil, etomidato e propofol). ❑ Etapas do Procedimento • Acionar o botão de sincronização antes da administração de cada choque na CVE • Selecionar o nível adequado de energia de acordo com a arritmia • Aplicar gel nas pás, posicioná-las sobre o tórax do paciente • Carregar o desfibrilador/ cardioversor • Solicitar e verificar o afastamento do operador e socorristas • Verificar a ausência de oxigênio em alto fluxo próximo ao desfibrilador, risco de formação de faíscas. • Aplicar o choque elétrico, mantendo as pás sobre o tórax por alguns segundos, principalmente durante a CVE Marca-Passo Transcutâneo A estimulação cardíaca temporária, por meio do Marca-Passo Transcutâneo (MPTC), é um procedimento de emergência e tem a vantagem de ser uma técnica não invasiva e de instalação imediata, fornecendo corrente elétrica por eletrodos colados na pele, cuja despolarização leva à contração cardíaca. Principal indicação = pacientes com BRADICARDIA SINTOMÁTICA Como Utilizar o Marca-Passo Transcutâneo • Verifique se há a opção de MPTC em seu monitor/ desfibrilador/cardioversor • Monitorize o paciente • Considere analgesia e sedação, tendo o cuidado com a qualidade da ventilação • Fixe as pás autoadesivas no tórax colocando o eletrodo anterior à esquerda do esterno, centralizado e o mais próximo possível do ponto de máximo do impulso cardíaco. Colocar o eletrodo posterior nas costas, diretamente atrás do eletrodo anterior e à esquerda da coluna torácica. Uma alternativa é a colocação semelhante à do DEA • Ligue o MPTC na frequência desejada e procure a opção PACER ou MARCA-PASSO Márcia Bernardon • Em seguida, ajuste a corrente elétrica aumentando gradualmente, até que se obtenha captura elétrica, caracteriza pelo alargamento do complexo QRS com uma onda T larga e oposta à polaridade do QRS • Observe qual é o ponto de corte para que haja captura de praticamente todas as espículas do marca-passo, deixando o valor da corrente elétrica com margem de segurança de 10% acima desse limiar. Suporte Avançado de Vida em Cardiologia no Adulto Em ambiente intra-hospitalar, a maioria dos pacientes em PCR apresenta ritmo inicial de AESP (37%) e assistolia (39%), sendo que os ritmos de FV e TVSP são responsáveis por 23% a 24% dos eventos, compreendendo a maior taxa de sobrevivência por todos os ritmos. • Manobras de RCP de boa qualidade • Administração precoce de adrenalina durante ritmos não chocáveis associada ao aumento das taxas de sobrevida • Caso uma via aérea avançada seja estabelecida, as compressões torácicas devem ser aplicadas continuamente (frequência 100 a 120 compressões/minuto) e as ventilações devem ser aplicadas a cada 6 segundos • Monitorização fisiológica pode otimizar a qualidade e serve como indicador de RCE Márcia Bernardon Via Aérea Avançada – IOT • A checagem clínica inclui ausculta de cinco pontos: 1. Epigástrico (excluir intubação esofágica) 2. Base esquerda (excluir intubação seletiva à direita, mais provável) 3. Base esquerda e ápices. Esta checagem deve ser realizada em até 10 segundos Márcia Bernardon Manejo da Parada Cardíaca A PCR pode ser causada por quatro ritmos: FV, TVSP, AESP e Assistolia • Para vítimas de FV/TVSP, a realização de RCP e desfibrilação precoce tem demonstrado aumento significativo da sobrevida • Iniciar vasopressores no início do segundo ciclo, para pacientes em FV/TVSP • Tentar identificar a causa da PCR – diagnóstico diferencial, obtendo dados, examinando o paciente ou conversando com os familiares. • A maioria das causas de PCR pode ser resumida na memorização mnemônica “cinco Hs e cinco Ts” Márcia Bernardon Tratamento da Parada Cardiorrespiratória Conforme o Ritmo 1. Fibrilação Ventricular OU Taquicardia Ventricular sem Pulso • Ritmo de FV/TVSP = a prioridade deve ser a Desfibrilação precoce • Um socorrista carrega o desfibrilador, e outro reinicia as compressões torácicas, até o dispositivo estar pronto para desfibrilar • Realiza-se prévio aviso para todos se afastarem • Imediatamente após o choque, as compressões torácicas devem ser reiniciadas, sendo mantidas continuamente por 2 minutos • Durante a reanimação, devem ser consideradas drogas vasopressoras e antiarrítmicas, bem como identificar e tratar causas potencialmente reversíveis Medicações para a Fibrilação Ventricular ou Taquicardia Ventricular sem Pulso • Em qualquer ritmo de PCR, a primeira droga a ser utilizada deve ser a ADRENALINA • Adrenalina 1 mg a cada 3 a 5 minutos (o prof fala em 4 minutos – ciclo Sim, ciclo Não) • Caso haja persistência de FV ou TVSP, apesar da RCP, desfibrilação e vasopressor, indica-se um antiarrítmico, podendo este ser AMIODARONA ou LIDOCAÍNA • A amiodarona pode reduzir a recorrência de arritmias ventriculares em mais de 50% dos pacientes, devendo ser administrada por pelo menos 24 horas após o RCE, em bomba de infusão contínua. A dose é de 900 mg em 24 horas (360 mg nas primeiras seis horas e, então 540 mg por 18 horas). • No caso de FV/TVSP refratária, considerar como causa potencial a Síndrome Coronária Aguda (SCA) Márcia Bernardon 2. ASSISTOLIA e ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) • A Desfibrilação não está indicada • Na maioria das vezes é secundaria, sendo evolução tardia da FV/TV, ou via final de hipóxia prolongada, acidose ou necrose miocárdica • Visualização de uma linha reta no monitor deve levantar duas hipóteses: assistolia ou FV fina • SEMPRE: Conferir a correta conexão dos cabos Aumento do ganho máximo do aparelho Troca da derivação de monitorização • Promover RCP de alta qualidade + Aplicar as drogas indicadas e procurar identificar e tratar as causas reversíveis • Desfibrilar assistolia piora o prognóstico • Após 2 minutos de RCP, se houver um ritmo organizado no monitor, procede-se à checagem do pulso carotídeo. Caso não haja pulso palpável nesse período, identifica-se AESP Medicações para Assistolia e Atividade Elétrica sem Pulso • Para ritmo de assistolia ou AESP, um vasopressor, adrenalina pode ser administrado com o objetivo de aumentar o fluxo sanguíneo cerebral e miocárdico • Recomenda-se em ritmos não chocáveis a administração precoce da adrenalina, depreferência no primeiro ciclo de RCP - AESP e assistolia podem ser causadas por condições reversíveis e tratadas com sucesso, se estas condições forem detectadas - Durante a RCP, os socorristas devem se lembrar dos “5Hs e 5Ts” • Na AESP, quando existe a suspeita de um Tromboembolismo Pulmonar (TEP), a administração empírica de trombolíticos deve ser considerada Márcia Bernardon Intervenções Medicamentosas na Ressuscitação Cardiopulmonar A) Adrenalina A adrenalina tem sido utilizada devido a seus efeitos pressores alfadrenérgicos possibilitando aumento das pressões de perfusão cerebral e coronariana Em ritmos não chocáveis, três estudos mostraram melhora de sobrevida com a administração precoce de adrenalina Márcia Bernardon A adrenalina deve ser utilizada da seguinte forma durante as manobras de RCP: 1. FV/TVSP: 1 mg por via intravenosa, podendo ser repetida a cada 3 a 5 minutos, se necessário, a partir do segundo ciclo. 2. Assistolia e AESP: 1 mg por via intravenosa tão logo se obtenha um acesso vascular, podendo ser repetida a cada 3 a 5 minutos, se necessário. As manobras de RCP não devem ser interrompidas para a administração de medicações B) Antiarrítmicos Os agentes antiarrítmicos têm sido empregados em PCR, em FV/TVSP, como medicações coadjuvantes, ou para prevenir suas recorrências A) Amiodarona Em um ensaio clínico em adultos com FV/TVSP, observouse que a administração de amiodarona 300 mg ou 5 mg/ kg melhorou a sobrevida à admissão hospitalar. A amiodarona pode ser considerada para FV/TVSP que não responde à RCP, desfibrilação e terapêutica vasopressora. A dose inicial deve ser de 300 mg por via intravenosa ou intraóssea e pode ser administrada uma dose adicional de 150 mg, intercalada com vasopressor. B) Lidocaína Evidências recentes mostraram que a lidocaína apresentou mesma taxa de sobrevida quando comparada à amiodarona em PCR extra-hospitalar. A dose inicial recomendada é de 1,0 a 1,5 mg/kg por via intravenosa. Se a FV/TVSP persistir, uma segunda dose de 0,5 a 0,75 mg/kg pode ser administrada. Seu uso pode ser considerado após a PCR em FV/TVSP em infusão continua.
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