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LIÇÃO 04 - v2 2 - 2ª EDIÇÃO - Ebook Defesa Civil SC

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PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
Diretoria de Gestão de Educação
2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
Diretoria de Gestão de Educação
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA
GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Carlos Moisés da Silva
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Chefe da Defesa Civil
João Batista Cordeiro Junior
Diretor de Gestão de Educação
Alexandre Corrêa Dutra
IN
ST
IT
UC
IO
N
A
L
Caroline Margarida
Regina Panceri (organizadoras)
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA
Florianópolis
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina
2020
Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. Proteção e Defesa Civil. Margarida, Caroline & Panceri, Regina 
(Organizadoras). 2ª ed. Florianópolis, 2020.
DESIGN INSTRUCIONAL:
Maria Hermínia Benincá Schenkel
PARECERISTA:
Alexandre Corrêa Dutra
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Walter Stodieck
FOTOS:
Flávio Vieira Junior
O
RG
A
N
IZ
A
Ç
Ã
O
Almir Vieira 
Carlos Alberto da Rocha Jr. 
Carlos Besen 
Caroline Margarida 
Débora Ferreira 
Elna Fatima Pires de Oliveira 
Frederico de Moraes Rudorff 
Humberto Alves da Silva 
Jaqueline Antunes 
José Luiz de Abreu 
Laís de Oliveira Bernardino 
Lisangela Albino 
Luiz Antônio Cardoso 
Marcos de Oliveira 
Mário Jorge Cardoso Coelho Freitas 
Maurício Marino 
Paulo Cesar Santos 
Regina Panceri 
Rennan Inácio 
Renata Gaia 
Rodrigo Nery 
Rosinei da Silveira 
Sandro Nunes 
Sarah Cartagena 
Susana C. Costa e 
Vanessa Scoz Oliveira
C
O
LA
BO
RA
D
O
RE
S
SU
M
Á
RI
O
COMO USAR ESTE LIVRO .........................................................................8
APRESENTAÇÃO ...............................................................................................9
LIÇÃO 01 .................................................................................................................10
LIÇÃO 02 .............................................................................................................46
LIÇÃO 03 ...........................................................................................................145
LIÇÃO 04 ............................................................................................................192
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 215
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 216
C
O
M
O
 U
SA
R 
ES
TE
 LI
V
RO
COMO USAR O
NOSSO LIVRO
Este livro contém alguns recursos para facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conheci-
mento. São eles:
Questão: quando temos uma per-
gunta importante sobre o assunto 
que está sendo tratado.
Assista ao vídeo: material comple-
mentar em vídeo.
Curiosidade: alguma curiosidade 
sobre o conteúdo.
Dica: uma informação para comple-
mentar o que está sendo visto.
Saiba mais: materiais complemen-
tares ou informações importantes 
sobre o assunto que fazem parte 
da lição.
Lembrete: apresenta dicas e suges-
tões do autor.
Destaque: são informações impor-
tantes dentro do texto.
Balão: serve para explicar uma pa-
lavra ou um conceito.
Link: indicados para acessar mate-
riais complementares aos assuntos 
propostos.
Para refletir: indicação de questões 
para que você reflita sobre o que 
está sendo estudado.
Recapitulando: é a síntese da Li-
ção.
Caso Real: Quando um texto se apresentar escri-
to nesta formatação, dirá respeito a um caso real 
sobre o tema abordado na lição.
Exemplos: Quando um texto se apresentar escrito 
nesta formatação, dirá respeito a algum exemplo 
que o conteudista está utilizando para uma me-
lhor compreensão do tema abordado.
Citação: Quando um texto se apresentar escrito 
nesta formatação, dirá respeito a citações sobre o 
assunto tratado.
Prezado cursista,
Seja bem-vindo ao Curso de Proteção e Defesa Civil. 
Este livro foi criado por especialistas, nas suas áreas de expertise, para que você tenha acesso, em um só do-
cumento, a assuntos pertinentes sobre Defesa Civil. Entre os assuntos abordados, discutiremos: Normas, De-
cretos, Leis, Regulamentos de Proteção e Defesa Civil, Gestão de Riscos, Gestão de Desastres, enfim, temáticas 
ligadas à sua realidade. 
O objetivo do curso é prepará-lo para intervir na gestão de riscos e desastres e, também, ajudá-lo a atuar de for-
ma eficaz junto aos municípios.
O nosso livro está dividido em quatro lições, que são:
A
PR
ES
EN
TA
Ç
Ã
O
Lembre-se que em Educação a Distância, o caminho da aprendizagem depende muito de você. Por isso, esperamos 
que você participe de todas as etapas desenvolvidas no nosso Curso. É importante que você leia o nosso material, 
participe dos Fóruns de discussão e das atividades desenvolvidas. Esses recursos didático-pedagógicos são muito 
importantes para sua motivação, dedicação e autonomia na construção do conhecimento.
Estamos muito felizes em compartilhar esta jornada de aprendizagem junto a você. 
Desejamos um ótimo Curso!
Olá cursista,
Chegamos a última parte do nosso Curso. Nesta Lição, você estudará os aspectos administrativos, financeiros e jurí-
dicos relativos à Proteção e Defesa Civil.
Desejamos uma continuação de bons estudos!
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
- Conhecer os aspectos administrativos, financeiros e jurídicos relacionados à gestão de riscos e a gestão de desas-
tres.
- Compreender formas e meios de captação de recursos.
- Entender sobre a realização de convênios e contratos.
- Compreender a utilização do SGPE.
Gestão Administrativa, Financeira 
e Jurídica
LI
Ç
Ã
O
 0
4
193
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS
A Administração Pública pode ser definida, obje-
tivamente, como a atividade concreta e imediata 
que o Estado desenvolve para assegurar os inte-
resses coletivos e subjetivamente como o conjun-
to de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a 
Lei atribui o exercício da função do Estado (MO-
RAES, 2010, p. 326).
A Administração Pública pode ser direta, compre-
endendo a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, ou indireta, envolvendo as autar-
quias, as fundações públicas, as agências regula-
doras executivas, as empresas públicas e as so-
ciedades de economia mista, desenvolvendo suas 
atividades sempre em benefício da coletividade.
A administração Pública, conforme preconiza o 
art. 37, inciso XXI da CF/88, obedecerá aos prin-
cípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. A função desses princí-
pios é a de controlar as atividades administrativas 
de todos os entes que integram a federação bra-
sileira.
1. Princípio da Legalidade, consagrado na CF/88
no art. 5°, inciso II, preceitua que “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei”, desta forma, a Adminis-
tração Pública só pode praticar ato se expressa-
mente determinado ou permitido em Lei.
2. Princípio da Impessoalidade, referido na CF/88
art. 37 caput, entende-se que “nada mais é que o
clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao
administrador que só pratique o ato para o seu fim
legal” (MEIRELES, 2006, p. 91-92). A conduta do
agente público, no desempenho de suas funções
administrativas, de forma objetiva e imparcial, pri-
ma pelo atendimento do interesse público.
3. Princípio da Moralidade, com base no art. 37,
caput da CF/88, que a Administração deve atuar
com moralidade, de acordo com a Lei. Segundo
Faria (2001, p. 71), a moralidade administrativa
“tem pertinência com a moral social, com a ética, 
com a honestidade e com o respeito e zelo pela 
coisa pública. Mesmo admitindo que a moral em 
foco integra o sistema jurídico, é forçoso admitir 
que nem sempre o que é legal é moral, do ponto 
de vista do interesse social”.
4. Princípio de Publicidade, previsto no art. 37,
caput e § 1o, da CF/88, impõe a AdministraçãoPública o dever de manter plena transparência de
todos os seus atos, para que a sociedade e os ór-
gãos de controle possam tomar conhecimento.
Ressalta-se que é obrigatório dar publicidade dos
atos, exceto aqueles cuja publicação possam pôr
em risco a segurança nacional, conforme preconi-
zado no art. 5º, inciso XXXIII da CF/88.
5. Princípio da Eficiência, com previsão legal no
art. 37, caput da CF/88, elenca que a Administra-
ção Pública deve buscar um aperfeiçoamento na
prestação dos serviços públicos, com os binô-
mios da economicidade e da eficiência. Conforme
Di Pietro (2010, p. 83), “o princípio da eficiência
impõe ao agente público um modo de atuar que
produza resultados favoráveis à consecução dos
fins que cabe ao Estado alcançar”.
6. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, con-
forme preconizado no art. 1º, inciso II da CF/88,
constitui um princípio fundamental, ou seja, prin-
cípios estes que em sua síntese constituem o
alicerce de todas as normas constitucionais. A
dignidade da pessoa humana abrange uma diver-
sidade de valores existentes na sociedade. Tra-
ta-se de um conceito adequável à realidade e à
modernização da sociedade, devendo estar em
conluio com a evolução e as tendências moder-
nas das necessidades do ser humano.
A proteção efetiva da dignidade humana é funda-
mental para o desenvolvimento das sociedades 
modernas, é indispensável uma quebra de para-
digmas, onde todos os anseios de uma vida digna 
sejam respeitados, através de honradez, nobreza, 
194
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
decência e respeito pela vida. Todo homem tem 
dignidade e não um preço.
7. Princípio da Igualdade, encontra seu amparo
legal no art. 5º da CF/88, onde, “todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Desta forma, é assegurada constitucionalmente a
aplicação das leis, de maneira igualitária para to-
dos.
Tendo em vista que os “princípios constituem um 
conjunto de proposições que alicerçam ou emba-
sam um sistema e lhe garantem a validade” (GAS-
PARINI, 2009, p. 6), salienta-se que, além desses 
princípios, o agente público deve observar os prin-
cípios consagrados de forma expressa no texto 
constitucional, bem como os princípios implíci-
tos, decorrentes destes ou da própria essência da 
Constituição. 
Ao abordar sobre a Administração Pública, so-
bre os princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade, eficiência, dignidade da 
pessoa humana e da igualdade, evidencia-se a 
supremacia do interesse público sobre o privado. 
Através destes princípios, a Administração Pú-
blica deve se pautar para realizar suas ações, ou 
seja, sempre sob o amparo legal. 
195
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
2. RECURSOS FINANCEIROS E CAPTAÇÃO
DE RECURSOS
Como já vimos anteriormente, a Defesa Civil reali-
za ações nas fases pré-desastres e pós-desastres. 
Na fase de pré-desastre são executadas ações de 
prevenção, mitigação e preparação, já na fase de 
pós-desastre são realizadas ações de socorro, as-
sistência, restabelecimento e reconstrução.
Os recursos financeiros disponíveis para ações 
de prevenção, respostas e reconstrução estão 
presentes no:
1- Fundo Municipal destinado as ações de Defesa
Civil;
2- Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil;
3- Fundo Nacional para Calamidades Públicas,
Proteção e Defesa Civil.
A Figura a seguir apresenta um esquema das ca-
racterísticas de repasses federais de acordo com 
as ações de proteção e defesa civil respectivas:
Imagem 111- Formas de repasses federais da Defesa Civil
AÇÕES DE
PREVENÇÃO,
MITIGAÇÃO E 
PREPARAÇÃO
AÇÕES DE
RESPOSTA
AÇÕES DE
RECUPERAÇÃO
Trasnferência 
voluntária 
(convênios), 
transferência 
obrigatória ou PAC 
Prevenção
Conta corrente 
específica
Trasnferência 
obrigatória 
Cartão de 
pagamento de 
Defesa Civil (CPDC)
Trasnferência 
obrigatória 
Conta corrente 
específica
Os recursos financeiros disponibilizados para as 
ações de Defesa Civil são provenientes principal-
mente, do Fundo Especial para Calamidades Pú-
blicas - FUNCAP e do Fundo Estadual de Prote-
ção e Defesa Civil - FUNPDEC.
Para tanto o FUNCAP é disciplinado pelo Decreto 
n° 7.257, de 04 de agosto de 2010 e pela Lei nº 
12.340, de 1° de dezembro de 2010 (alterado pela 
Lei nº 12.983, de 02 de junho de 2014), bem como 
os procedimentos para a transferência de recur-
sos, prestação de contas e fiscalização. Confor-
me preceituado no art. 8º, o FUNCAP é definido 
como sendo “de natureza contábil e financeira, terá 
como finalidade custear ações de recuperação de 
áreas atingidas por desastres em entes federados 
que tiverem a situação de emergência ou o estado 
de calamidade pública reconhecidos nos termos 
do art. 3º”. 
O Fundo Estadual de Defesa Civil 
– FUNDEC garante a execução das
ações de socorro, assistência às víti-
mas e restabelecimento dos serviços
essenciais, bem como para as ações
de reconstrução e de prevenção.
A Lei nº 12.983 de 2014 inclui como 
finalidade do FUNCAP custear ações de 
prevenção em áreas de risco de desastre, 
dispensando a celebração de convênio ou 
outros instrumentos jurídicos.
Preceitua-se conforme disciplinado no Decreto n° 
7.257, de 04 de agosto de 2010, que as transfe-
rências obrigatórias da União aos órgãos e enti-
dades dos Estados, Distrito Federal e Municípios 
para a execução de ações de socorro, assistência 
às vítimas, restabelecimento de serviços essen-
ciais e reconstrução, observarão os requisitos e 
procedimentos previstos neste Decreto e na Lei 
nº 12.340, de 1° de dezembro de 2010.
Um marco para a Defesa Civil Catarinense foi à 
criação do Fundo Estadual de Defesa Civil - FUN-
DEC, através da Lei n° 8.099, de 1° de outubro de 
1990, garantindo a execução das ações de socor-
ro, assistência às vítimas e restabelecimento dos 
serviços essenciais, quando oficialmente homolo-
gado pelo Estado a SE ou o ECP, bem como para 
as ações de reconstrução e de prevenção.
Fonte: Arquivo SDC
196
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Convênios com órgãos da 
administração direta e indireta 
estadual
Os recursos da Defesa Civil que tem por objetivo 
atender as ações de recuperação, restabeleci-
mento e prevenção podem ser repassados me-
diante convênio ou instrumento congênere, cuja 
disciplina consta no Decreto nº 127/2011.
O Decreto 127/2011, com a finalidade de agilizar 
os convênios, prevê algumas exceções para o mu-
nicípio/convenente que estiverem em situação 
de emergência ou estado de calamidade pública 
decretados ou homologados pelo Estado, dentre 
elas, destaca-se:
a. O projeto básico poderá ser dispensado;
b. A deliberação dos Conselhos de Desenvolvi-
mento Regional - CDRs será dispensada;
c. Poderá realizar despesas em data anterior à vi-
gência do convênio celebrado com a Defesa Civil
estadual;
d. Algumas certidões poderão ser dispensadas;
e. Poderá ser dispensada a contrapartida.
Para viabilizar o convênio com a Defesa Civil o 
município deverá atender as normas do Decreto 
127/2011 e adotar as seguintes providências:
O pedido do convênio será encaminhado via ofício para o 
gabinete do Chefe de Defesa Civil com respectiva abertura 
de processo no sistema de protocolo - SGPE.
O Chefe de Defesa Civil analisará com o município a 
viabilidade de atendimento do objeto proposto para o 
convênio, e caso seja possível, enviará o processo à área 
técnida da Defesa Civil para gerar o parecer.
A Diretoria de Prevenção e Preparação - DPP fará a 
emissão do parecer e posterior envio do processo à 
Gerência de Convênios.
A Gerência de Convênios fará a abertura do programa no 
Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal do 
Estado - SIGEF e comunicará o município para providências, 
conforme determina o Decreto 127/2011 que regulamenta a 
execução de convênios no Estado. 
Concluído o processo no SIGEF será gerado o convênio com 
as respectivas assinaturas no Termo de Convênio, onde 
ficarão registradas as obrigações do ConcedenteDefesa 
Civil e Convenente Município.
1 - PEDIDO 2 - CHEFE DE DEFESA CIVIL
3 - ÁREA TÉCNICA 4 - GERÊNCIA DE CONVÊNIOS
5 - CONVÊNIO GERADO 6 - PRESTAÇÃO DE CONTAS
O município Convenente deverá tomar nota de todos os 
registros durante a execução do convênio, conforme 
determina o Decreto 127/2011, para organizar a 
documentação para fins de prestação de contas, que deverá 
ser enviada à Gerência de Convênios dentro dos prazos 
definidos no Termo de Convênio.
7 - ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
8 - CONCLUSÃO DA ANÁLISE
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Ao receber a prestação de contas a Gerência de Convênios 
irá fazer uma análise prévia se o Município encaminhou a 
documentação necessária e então fará os registros no 
protocolo SGPE e no SIGEF do efetivo recebimento, para 
posterior análise e baixa da prestação de contas.
Concluída a fase de análise da prestação de contas, caso o 
convenente Município tenha atendido as normas do Decreto 
127/2011, a Gerência de Convênios requisitará autorização 
do Chefe de Defesa Civil para a baixa da prestação de 
contas e arquivamento dos processos.
Convênios com órgãos da admi-
nistração direta e indireta federal
O SICONV é o sistema informatizado do Governo 
Federal no qual serão registrados todos os atos 
relativos ao processo de operacionalização das 
transferências de recursos por meio de convê-
nios, contratos de repasse e termos de coopera-
ção, desde a sua proposição e análise, passando 
pela celebração, liberação de recursos e acompa-
nhamento da execução, até a prestação de con-
tas. As informações registradas no SICONV serão 
abertas à consulta pública na Internet, no Portal 
de Convênios do Governo Federal.
Para conhecer melho o Portal de Con-
vênios do Governo Federal, clique 
aqui.
O FUNPDEC é disciplinado pela Lei nº 16.418, 
de 24 de junho de 2014 e passa a denominar-
se Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil.
http://www.portal.convenios.gov.br
197
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Imagem 112 - Portal dos Convênios
Através do Siconv definida pela Portaria Intermi-
nisterial nº 127/2008 o processo é definido pelas 
seguintes etapas:
- Seleção;
- Formalização;
- Execução;
- Acompanhamento e Prestação de Contas dos
contratos e convênios.
Fonte: http://portal.convenios.gov.br
198
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
3. PLANOS DE TRABALHO PARA
CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS
O que você entende por Plano de Trabalho?
O Plano de Trabalho pode ser definido como a 
descrição detalhada das etapas ou fases de um 
serviço ou obra, no qual cumprisse determinada 
metodologia, com o objetivo de subsidiar a aná-
lise técnica que precede a liberação de recursos. 
Ou seja, no âmbito da Defesa Civil, de modo geral, 
para a captação de recursos, seja ela originada na 
esfera municipal ou estadual, a forma de solicita-
ção ocorre via Plano de Trabalho - PT. 
As solicitações de recursos financeiros se dão 
pela motivação do tipo de ação desejada, em con-
formidade com o ciclo de Defesa Civil. Portanto, 
as solicitações se dividem atualmente em Pla-
nos de Trabalho de prevenção/mitigação ou de 
recuperação e devem estar embasados em uma 
justificativa relacionada ao tipo de ação. Quando 
a municipalidade solicita recursos para ações de 
resposta/reabilitação ao Estado, a solicitação se 
dá na forma de Plano de Trabalho, mas, quando os 
municípios ou o Estado direcionam solicitações 
dessa natureza (resposta) ao Governo Federal, o 
modo de solicitação se dá por intermédio de um 
Formulário de Solicitação de Recursos Federais 
- FSRF, o qual, apesar de ter as mesmas carac-
terísticas de um Plano de Trabalho, diferencia-se
deste apenas na terminologia do documento.
No que se refere à responsabilização do documen-
to a ser apresentado, o Plano de Trabalho envol-
verá um técnico de Defesa Civil, um profissional 
habilitado para elaboração do orçamento e a con-
validação do gestor (prefeito ou governador). Em 
caso de solicitações de resposta que envolvam o 
fornecimento de itens de assistência humanitária, 
ou, para ações de reconstrução que demandam o 
fornecimento de unidades habitacionais, somam-
-se ao processo, a certificação da assistência so-
cial quanto à comprovação da necessidade de 
atendimento. 
Dentre as implicações jurídicas provenientes 
de situações emergenciais destaca-se a libe-
ração de recursos financeiros. Entretanto, a 
decretação não deve ser feita com o objeti-
vo único de recorrer aos cofres públicos para 
solicitar recursos.
Visto que é de competência do Estado “coorde-
nar as ações do SINPDEC em articulação com a 
União e os Municípios” (Lei 12.608, Art. 7°, inc. 
II), caberá a ele empreender recursos financeiros 
para o restabelecimento e a recuperação das áre-
as afetadas – quando mantida a sua capacida-
de de auxiliar com o repasse de recursos dessa 
natureza. Desde as primeiras ações de resposta 
(mobilização contingencial e despesas decorren-
tes), o Estado atua complementarmente às ações 
empreendidas pelos Municípios e, dependendo 
do volume de danos e prejuízos constatados, as 
demandas serão direcionadas para o apoio tam-
bém do Governo Federal.
As solicitações ao Estado deverão seguir a regu-
lamentação da Defesa Civil (IN Nº 02, de 06 de 
março de 2019) e o Decreto Estadual nº 127, de 
30 de março de 2011, que estabelece as normas 
relativas à transferência de recursos financeiros 
do Estado mediante convênio ou instrumento con-
gênere. As ações de restabelecimento e recons-
trução serão baseadas na transferência de recur-
sos financeiros, estabelecido as contrapartidas 
conforme Decreto Estadual 127/2011 ou norma 
Estadual que o altere ou o substitua. 
Caso o Estado tenha dotação orçamentária para 
absorver tal demanda, o processo será realizado 
199
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
a partir da submissão de um Plano de Trabalho, 
o qual deverá constar as obras necessárias, seus
custos estimativos e orçamentos. Após análise
técnica e financeira, se aprovado, a Defesa Civil
firmará convênio com o Município via Sistema In-
tegrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF,
que é o sistema oficial de planejamento, orçamen-
to, finanças e contabilidade do Estado de Santa
Catarina.
Para reabilitação, o ente beneficiário deverá 
apresentar plano de trabalho ao órgão res-
ponsável pela transferência dos recursos no 
prazo máximo de 30 (trinta) dias da ocorrên-
cia do desastre. Para recuperação/recons-
trução, o ente beneficiário deverá apresentar 
plano de trabalho ao órgão responsável pela 
transferência dos recursos no prazo máximo 
de 90 (noventa) dias da ocorrência do desas-
tre.
Para solicitar recursos à União, deve-se respei-
tar a legislação vigente, a qual corresponde à Lei 
12.983/2014 e Portaria MI n° 624/2017, que es-
tabelece as diretrizes para solicitações que visam 
ações no âmbito da prevenção e recuperação. 
Salienta-se que as solicitações encaminhadas ao 
governo federal são realizadas dentro do Sistema 
Integrado de Informação sobre Desastres - S2ID, 
com exceção das ações de prevenção que são 
encaminhadas por meio físico, direto para a Se-
cretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do 
Ministério do Desenvolvimento Regional - SEDEC/
MDR. Desse modo, pelo S2ID são realizadas soli-
citações para ações de resposta, organizadas em 
Formulário de Solicitação de Recursos Federais - 
FSRF e repasse via Cartão de Pagamento de De-
fesa Civil - CPDC, e para ações de recuperação, 
as quais são organizadas em Plano de Trabalho 
e Relatório de Diagnóstico, que por sua vez têm 
repasses via transferência direta para conta espe-
cífica. 
Tanto os Formulários de Solicitação de Recursos 
Federais - FSRF como os Planos de Trabalho - PT 
precisam demonstrar com clareza o que se pre-
tende executar, deixando evidenciado por meio 
de relatório fotográfico os danos causados pelo 
evento e, por intermédio do PT a apresentação 
dos custos estimados em conformidade com as 
tabelasoficiais de referência (SICRO e SINAPI).
No S2ID é possível elaborar o Formulário de So-
licitação de Recursos Federais - FSRF (resposta) 
antes do reconhecimento, mas o sistema não per-
mite encaminhar para análise, somente elaborar 
e salvar, enquanto que o Planos de Trabalho - PT 
de recuperação, somente após o reconhecimento 
que o sistema habilitará o ambiente para sua ela-
boração.
Diante do exposto, para cada fase do ciclo de De-
fesa Civil (prevenção/mitigação, resposta e recu-
peração) existe um Plano de Trabalho específico 
a ser encaminhado, visto que cada fase tem seu 
tempo e sua urgência, cada uma delas precisa de 
uma documentação específica e para cada fase 
há procedimentos, prazos e informações diferen-
ciadas e ambiente para sua elaboração. 
O prazo para solicitação de ações de recupe-
ração, de acordo com a Lei 12.608/2012, é de 
90 (noventa) dias a contar da ocorrência do 
desastre. Vale ressaltar ainda que as solicita-
ções são possíveis de serem realiza-
das somente após o homologação da 
situação de emergência ou estado de 
calamidade pública pelo Estado, para 
solicitação de recursos estaduais, ou 
reconhecimento pela União, para soli-
citação de recursos federais, principal 
pré-requisito para análise da solicita-
ção. 
200
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
4. CARTÃO DE PAGAMENTO
Você sabe para que serve e como utilizar o Cartão 
de Pagamento de Defesa Civil - CPDC em caso de 
respostas a desastre?
É sobre este tema que vamos abordar agora.
Imagem 113 - Cartão de Pagamento Defesa Civil
Após o reconhecimento do decreto de Situação de 
Emergência - SE ou Estado de Calamidade Públi-
ca - ECP pela União, o município pode solicitar ao 
Governo Federal recursos para ações de respos-
ta. O primeiro passo para recorrer à União come-
ça na preparação municipal (antes da ocorrência 
de um desastre), quando os gestores devem abrir 
uma conta específica e providenciarem o Cartão 
de Pagamento de Defesa Civil - CPDC junto a uma 
agência do Banco do Brasil (caso haja dúvidas 
para abertura da conta, basta solicitar ao gerente 
que entre em contato com a superintendência do 
banco).
Somente por intermédio do CPDC que serão re-
passados os recursos financeiros federais desti-
nados às ações de resposta aos desastres, (so-
corro, assistência humanitária e restabelecimento 
dos serviços essenciais). Diante dessa formata-
ção, vale ressaltar que esse mecanismo foi con-
cebido com dois grandes objetivos:
1) Acelerar o repasse de recursos para a execu-
ção de ações de resposta aos municípios com SE
ou ECP reconhecida pela Secretaria Nacional de
Defesa Civil;
2) Conferir transparência e controle social na utili-
zação desses recursos.
a) Facilidade de controle pelo acompanhamento
de extratos detalhados, em que é possível a verifi-
cação de quem gastou, onde gastou, quanto gas-
tou;
b) O responsável pelos recursos no município/
estado, o MDR e a CGU podem acompanhar os
gastos “on-line” e a SOCIEDADE mensalmente
(quando publicado no Portal da Transparência do
Governo Federal).
Não há saque em espécie. Para que todas as tran-
sações sejam registras no sistema
Não há talão de cheque. 
Não há transferência entre contas.
Legislação, procedimentos e apli-
cação dos recursos
De acordo com a Portaria MI nº 607 / 2011:
Art. 10. Para a abertura da Conta de Relacionamen-
to, o Representante Legal da Unidade de Governo 
deverá realizar seu cadastramento na agência de 
relacionamento da instituição financeira respon-
sável pela emissão do CPDC, onde apresentará os 
seguintes documentos: 
I - Contrato do Cartão de Pagamento de Defesa Ci-
vil; II - Proposta de Adesão ao CPDC; III - Cadastro 
de Centro de Custos ; IV - Cadastro do(s) Porta-
dor(es); V - Inclusão de Representante Autorizado 
(se for o caso), para cada Centro de Custos; e VI - 
Cartões de autógrafo para o Representante Legal e 
Representante(s) Autorizado(s). 
Parágrafo Único. Após a formalização do CPDC, o 
ente federado beneficiário deverá comunicar à Se-
cretaria Nacional de Defesa Civil o CNPJ da Uni-
dade de Governo, o número da agência, da Conta 
de Relacionamento, e o número identificador do(s) 
Fonte: Google
201
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Centro(s) de Custos, fornecidos pela instituição fi-
nanceira.
De acordo com o Decreto nº 7.257 / 2010:
Art. 9º-A. O pagamento das despesas realizadas 
pelo ente beneficiário com os recursos transferi-
dos pelo MI para a execução das ações de socorro, 
assistência às vítimas e restabelecimento de ser-
viços essenciais será efetuado por meio do Cartão 
de Pagamento de Defesa Civil – CPDC.
O CPDC: Não é usado para ações de reconstru-
ção nem para ações de prevenção, portanto, as 
aquisições com o CPDC de bens e serviços rela-
cionadas à resposta aos desastres, como qual-
quer outra aquisição pela administração pública, 
devem observar a Lei Federal nº 8.666, de 1993, 
que trata de Licitação e Contratos. Assim, igual 
tratamento deve ser dado para as despesas com 
cartão CPDC, há que se empenhar antes de com-
prar, como estabelece a Lei nº 4.320/1964, do Di-
reito Financeiro e Orçamento. Pela mesma razão, 
nas aquisições devem ser retidos os tributos na 
forma da lei, segundo a Lei Federal nº 5.172/1966, 
Código Tributário Nacional e legislação tributária 
do município.
Os gastos com o CPDC poderão ser realizados 
em locais credenciados pela bandeira do cartão, 
por meio de terminais de compras e maquinetas 
manuais.
Imagem 114 - Maquineta
Sobre os fornecedores 
A situação ideal é que o órgão de Proteção e De-
fesa Civil oriente, com antecedência, os fornece-
dores locais sobre os procedimentos do Cartão 
CPDC. Os fornecedores deverão ser informados 
sobre a proposta de preço. O órgão de Proteção e 
Defesa Civil deverá obter três propostas de preços 
e guardá-las por até 5 anos depois da aprovação 
da prestação de contas.
Aquisições emergenciais
Em aquisições emergenciais, nos casos de SE e 
ECP, a iniciativa recomendável é a Adesão à Ata de 
Registro de Preço, por ser o procedimento mais 
ágil, resultante do Sistema de Registro de Preços - 
SRP. Os órgãos estadual e municipal de Proteção 
e Defesa Civil devem saber que nos casos de SE 
ou ECP, a licitação é ‘dispensável’ (inciso IV, Art. 
24, da Lei nº 8.666/1993), mas a regra geral é a 
licitação.
Algumas considerações
- O pagamento deve ser efetuado durante a vigên-
cia do instrumento, conforme definido na portaria
que autorizou a transferência dos recursos;
- É necessária a atualização de dados, quando
houver alteração do representante legal e/ou do
representante por ele autorizado ou dos portado-
res;
- A conta do CPDC é exclusiva para movimentação
de recursos federais. Os recursos obtidos de ou-
tras fontes deverão ser depositados e movimen-
tados em outras contas;
- A base legal do CPDC não alterou a Lei Federal
nº 4.320/64, nem o Decreto Federal 93.872/86. O
Cartão é apenas uma forma de pagamento. Quan-
do os recursos federais forem repassados, o ente
beneficiado deverá providenciar a ‘apropriação de
receita’ para integralizar esses recursos no seu or-
çamento. Sem esse procedimento, não se pode
executar os estágios obrigatórios da despesa (Lei
Federal nº 4.320/64): empenho, liquidação e pa-
gamento.
Fiscalização
Para fiscalizar as aquisições pagas com o cartão 
CPDC, é importante que se tenha um agente de 
Proteção e Defesa Civil atento aos seguintes as-
Fonte: Google
202
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
pectos:
• Fiscalização da entrega dos bens adquiridos e a
execução dos contratos de prestação de serviços.
• Exigência de que a contratada arque com todas
as despesas decorrentes de obrigações trabalhis-
tas relativas a seus empregados, evitando a res-
ponsabilização subsidiária da entidade pública.
• Verificação dos documentos comprobatórios de
recolhimento estabelecidos na legislação perti-
nente.
Ao término do prazo de execução das ações,o 
ente beneficiado deverá prestar contas, como 
apresentado a seguir.
Prestação de contas
Os processos originados no Sistema Integrado de 
Informações sobre Desastres - S2iD deverão ter a 
prestação de contas inserida no Sistema até 30 
(trinta) dias corridos após o término da vigência.
Para prestação de contas de recursos federais 
destinados às ações de resposta aos desastres, 
o responsável financeiro deverá elaborar e enca-
minhar os documentos elencados no art. 14 do
Decreto 7.257/2010. Importante informar que
alguns estão disponíveis em modelos abaixo e 
os outros somente para preenchimento no Siste-
ma Integrado de Informações sobre Desastres - 
S2iD, conforme determina a Portaria nº 215, de 
04/04/2017, e Portaria nº 24, de 11/01/2018:
a. Relatório de execução físico-financeira (preen-
chido no S2iD);
b. Demonstrativo de execução da receita e despe-
sa, evidenciando os recursos recebidos e eventu-
ais saldos (preenchido no S2iD);
c. Relação de pagamentos e de bens adquiridos,
produzidos ou construídos (preenchido no S2iD);
d. Relatório fotográfico (preenchido no S2iD);
e. Extrato da conta bancária específica (do CPDC)
do período do recebimento dos recursos e conci-
art. 14 do Decreto 7.257/2010
Portaria nº 215, de 04/04/2017
Portaria nº 24, de 11/01/2018
liação bancária, quando for o caso (anexado no 
S2iD);
f. Comprovante de recolhimento do saldo de re-
cursos (Guia de Recolhimento da União - GRU),
quando houver (anexado no S2iD);
g. Declaração de cumprimento do objeto e atingi-
mento dos objetivos (anexado no S2iD).
Em caso de recursos liberados para aluguel so-
cial ou distribuição de materiais:
h. Relação de beneficiários;
Em caso de uso de materiais:
i. Declaração de recebimento e distribuição de
materiais de assistência humanitária (anexado no
S2iD);
j. Declaração de recebimento e distribuição de
materiais para telhados (anexado no S2iD);
Em caso de obra emergencial ou serviço de en-
genharia:
k. Cópia do Termo de Aceitação Definitiva (anexa-
do no S2iD);
Mesmo que os recursos federais transferidos se-
jam empregados com o uso do Cartão CPDC, é 
necessário guardar todos os comprovantes das 
despesas, mas não são enviados à SEDEC/MI.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7257.htm
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=06/04/2017&jornal=1&pagina=40&totalArquivos=72
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/1742480
203
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
5. IMPLICAÇÕES JURÍDICAS ÀS
DISPOSIÇÕES LEGAIS EM
CIRCUNSTÂNCIAS DE DESASTRES
A declaração de uma situação emergencial ne-
cessita de amparo legal e incide, como dissemos, 
em responsabilidades do Poder Público Munici-
pal, Estadual e Federal. No entanto, o ato jurídico 
perfeito possui diversas implicações, tanto para a 
administração pública, como para os particulares.
As principais implicações jurídicas decorrentes 
de uma decretação de situação de emergência ou 
estado de calamidade pública são:
Crédito Extraordinário:
À luz do art. 167, § 3º da CF/88, ao poder público, 
em SE ou ECP, é permitida a abertura de crédito 
extraordinário para atendimento às despesas im-
previsíveis e urgentes.
Independe de prévia autorização legislativa e sua 
abertura se dará por meio de Decreto do Poder 
Executivo ou por Medida Provisória (com ime-
diata remessa ao Poder Legislativo). Independe, 
também, de indicação de recursos, todavia é obri-
gatória a indicação de limite, que deve constar no 
decreto de sua abertura.
Sua vigência se dá durante o exercício em que foi 
aberto, podendo ser prorrogado para o exercício 
seguinte, desde que autorizado em um dos últi-
mos quatro meses do exercício financeiro sendo, 
neste caso, expressamente previsto em Lei.
Empréstimo Compulsório
Conforme previsto no art. 148, inciso I, da CF/88, 
é permitido à União instituir empréstimo compul-
sório em virtude de um desastre que resulte em 
decretação de SE ou ECP, que venha a fragilizar 
substancialmente o erário público. A despesa de-
verá ser devidamente comprovada, pois a aplica-
ção do recurso deve ser condicionada à despesa 
que a fundamentou.
Ressalta-se que a competência para instituir em-
préstimo compulsório é da União e, conforme o 
disposto no art. 15, inciso II, da Lei nº 5. 172, de 
25 de outubro de 1966, ele poderá ser instituído 
nos casos de decretação de ECP que exija auxílio 
federal, impossível de atender com os recursos 
orçamentários disponíveis.
Importante destacar, também, que a instituição 
de empréstimo compulsório se dá através de Lei 
Complementar, mas a regra geral para a institui-
ção de tributos é a Lei Ordinária. O rigor formal da 
Lei Complementar, exigido pela Constituição, visa 
evitar abusos na sua instituição.
Imposto Territorial Rural - ITR
O ITR, previsto no art. 29 do Código Tributário Na-
cional, é um imposto de competência da União, 
sobre a propriedade territorial rural (devidamente 
delimitada pelo município).
Com fulcro no art. 13, do Decreto n° 84.685, de 
06 de maio de 1990, que regulamenta a Lei n° 
6.746, de 10 de dezembro de 1979, há a previsão 
da redução do ITR nos casos de intempéries ou 
calamidades. Salienta-se que no próprio decreto 
deverá estar especificado o tempo de duração da 
redução e a área afetada pelo desastre. O percen-
tual de redução poderá ser de até 90% (noventa 
por cento).
Prazos Processuais
Conforme preconiza o Código de Processo Civil, 
em seu art. 218, do Código de Processo Civil/2015 
“os atos processuais realizar-se-ão nos prazos 
204
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz 
determinará os prazos, tendo em conta a comple-
xidade da causa”. Permitindo liberalidade para a 
prorrogação e suspensão dos prazos processuais, 
em casos de decretação de situação emergencial, 
sempre fundamentando o motivo que ensejou, ou 
seja, pela complexidade da causa.
Ainda com fulcro no art. 222, do Código de Pro-
cesso Civil/2015 tem-se a permissão expressa 
para que o juiz possa prorrogar quaisquer prazos, 
nas comarcas onde encontrar dificuldade com 
transportes. O prazo de 60 dias poderá ser exce-
dido em caso de calamidade pública, pois, devido 
à situação emergencial, os prazos legais se torna-
ram impraticáveis.
Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF
Art. 65, da Lei Complementar n° 101, de 04 de 
maio de 2000.
Permite abrandamento de prazos ou de limites 
por ela fixados. Desta forma, é possível aumentar 
os gastos de despesas com pessoal no período 
de final de mandato em decorrência de ECP, bem 
como a recondução da dívida dos Estados junto à 
União.
Destarte, respeitando o ordenamento constitucio-
nal, pode-se perceber que a LRF, auxilia o respon-
sável pela Administração Pública a justificar o não 
cumprimento das metas fiscais.
Reconhecida a SE ou ECP, conforme art. 65, da Lei 
Complementar n° 101, de 04 de maio de 2000, ao 
estabelecer normas de finanças públicas voltadas 
para a responsabilidade na gestão fiscal, permite 
abrandamento de prazos ou de limites por ela fi-
xados.
Licenciamento Ambiental
Inegavelmente, as tragédias serviram de substra-
to inicial para o desenvolvimento da preocupação 
com o meio ambiente. A soma de tais aconteci-
mentos confluiu para uma chamada de atenção 
especial em busca do cuidado pela vida humana 
e pelo meio que a abriga.
O art. 4º, § 3º, inciso I, da Resolução 369, de 28 
de março de 2006, do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente - CONAMA, dispõe sobre os casos ex-
cepcionais, de utilidade pública, interesse social 
ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a 
intervenção ou supressão de vegetação em Área 
de Preservação Permanente - APP. Neste caso, 
tem-se uma exceção para a solicitação de auto-
rização de licenciamento ambiental em áreas de 
APP, nos casos de atividades de Defesa Civil, de 
caráter emergencial.
Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço -FGTS 
O FGTS, conforme preconiza o Decreto nº 5.113, 
de 22 de junho de 2004, que regulamenta o art. 20, 
inciso XVI, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, 
se atem para a liberação do benefício. O art. 1º, 
§ 3º, destaca que a solicitação de movimentação
do FGTS será admitida até 90 dias da publicação
do ato de reconhecimento de SE ou ECP.
Atenta-se que somente poderá requerer o bene-
fício a população residente em área afetada por 
desastre, devidamente mencionada e delimitada 
pelo Decreto Municipal que declara a situação 
emergencial. Além disso, esse decreto deve, obri-
gatoriamente, ser reconhecimento pelo Governo 
Federal, por meio de Portaria do Ministro da Inte-
gração Nacional.
Cometimento de Crimes em Situa-
ção Emergencial
Em face da garantia constitucional de individuali-
zação da pena, o juiz, para aplicar ao condenado 
a pena mais adequada ao caso concreto, deve le-
var em consideração todas as circunstâncias do 
crime.
A aplicação da pena possui circunstâncias legais 
que a agravam, conforme disposto no art. 61, in-
ciso II, alínea “j” do Decreto Lei nº 2.848, de 07 
de dezembro de 1940, ou seja, são circunstâncias 
agravantes de pena, o cometimento de crime em 
205
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
ocasião de inundação ou qualquer calamidade.
Benefícios Agrícolas
Com relação às políticas de incentivos agrícolas, 
o Ministério do Desenvolvimento Agrário execu-
ta diversos programas para auxiliar a população
atingida por situações emergenciais em todo o
território nacional, como por exemplo, a renego-
ciação de dívidas do Programa Nacional de Forta-
lecimento da Agricultura Familiar - PRONAF, com
o intuito de atender, de forma diferenciada, os pe-
quenos produtores rurais que desenvolvem suas
atividades mediante emprego direto de sua força
de trabalho e de sua família.
Visando atender aos pequenos e médios produ-
tores o Ministério da Agricultura, através do Pro-
grama de Garantia da Atividade Agropecuária - 
PROAGRO, garante a exoneração de obrigações 
financeiras relativas à operação de crédito rural 
de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela 
ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doen-
ças que atinjam rebanhos e plantações, na forma 
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
Essas políticas, além de auxílio financeiro, 
buscam a valorização do produtor rural, além 
de proporcionar ao país maior oferta de ali-
mentos. Estimulam também a permanência 
do agricultor no campo, com mais dignidade 
e qualidade de vida, evitando o êxodo rural e 
consequentemente a concentração em áreas 
de riscos, nas grandes cidades.
Imposto sobre Circulação de Mer-
cadorias e Prestação de Serviços - 
ICMS
O ICMS, previsto no art. 155, inciso II, § 2°, inci-
sos I a XII, e §§ 3° a 5° da CF/88, bem como na 
Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 
1993, dispondo sobre operações relativas à circu-
lação de mercadorias e sobre prestações de ser-
viços de transporte interestadual e intermunicipal 
e de comunicação, é o imposto mais importante 
para os Estados e o Distrito Federal, responsável 
pela maior parte da arrecadação entre todos os 
tributos de sua competência. Neste sentido, em 
decorrência de catástrofes climáticas, é possível 
a prorrogação do prazo de recolhimento do ICMS.
Poder de Polícia
A Constituição Federal de 1988, bem como le-
gislações infraconstitucionais, conferem aos ci-
dadãos uma série de direitos. Entretanto, o uso 
da liberdade e da propriedade sofrem limitações 
quando, contrários à realização dos objetivos pú-
blicos, ensejam a aplicação do Poder de Polícia, 
que se constitui em uma faculdade que dispõe a 
Administração Pública para condicionar e restrin-
gir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos 
individuais, em benefício da coletividade.
Requisição Administrativa
A requisição administrativa pode ter como objeto 
uma gama considerável de bens e serviços, va-
riando de acordo com a necessidade e as circuns-
tâncias que visem atender ao interesse público 
em detrimento do particular.
Existem situações em que Administração Pública 
pode e deve lançar mão de bens e serviços par-
ticulares para atender necessidades urgentes de 
determinada coletividade e, nesse sentido, o ins-
tituto da Requisição Administrativa se apresenta 
como uma dessas possibilidades para a Defesa 
Civil, nos casos de desastres que acabam por co-
locar em risco ou perigo iminente a população 
(EMERIM, 2011, p. 32).
Desapropriação
O art. 5º, da Constituição Federal de 1988, asse-
gura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no país o direito de propriedade, observada a fun-
ção social ao qual o bem se destina.
Todavia, a propriedade atenderá à função social, e 
própria CF/88, em seu art. 5º, inciso XXIV, estabe-
lece procedimentos para desapropriação nos ca-
206
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
sos de necessidade ou utilidade públicas, ou por 
interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
ção.
Silva (2001, p. 288) afirma que a propriedade “só 
é legítima enquanto cumpra uma função dirigida à 
justiça social”. A justiça social é uma construção 
moral e política baseada na igualdade de direitos 
e na solidariedade coletiva.
Responsabilidade Civil do Estado
O agente público investido da função pública, 
caso venha causar danos e prejuízos a terceiros, 
quer por ação ou omissão, compromete o Estado 
a uma obrigação legal de reparar os danos sofri-
dos por esses terceiros.
A responsabilidade civil do Estado, conforme Gas-
parini (2009, p. 913), pode ser definida como sen-
do “a obrigação que se lhe atribui de recompor os 
danos causados a terceiros em razão de compor-
tamento unilateral comissivo ou omissivo, legítimo 
ou ilegítimo, material ou jurídico, que lhe seja im-
putável”.
Neste sentido, a Administração tem seus limites 
freados pela Constituição Federal, a qual estabe-
lece regras para que o agente público desempe-
nhe suas funções de forma a respeitar os direitos 
individuais, evitando-se, assim, eventuais prejuí-
zos ao Estado por conta de possível indenização 
devida ao cidadão lesado (EMERIM, 2011, p. 52).
A responsabilidade civil por ato comissivo do 
agente público, peculiaridade da responsabilida-
de civil objetiva do Estado é fundamentada no art. 
37, § 6º da CF/88, sendo excludentes ou atenuan-
tes da responsabilidade objetiva do Estado a for-
ça maior e a culpa da vítima.
Dispensa de Licitação
As contratações da Administração Pública para 
a aquisição de bens e a execução de serviços e 
obras devem ser realizadas por meio de processo 
licitatório. No entanto, quando existem razões de 
relevante interesse público, a lei permite o afasta-
mento desse processo.
Esta ressalva ao dever de licitar encontra guarida 
em nossa Magna Carta de 88, em seu art. 37, inci-
so XXI, que traz em sua redação “ressalvados os 
casos especificados na legislação”. Assim, a auto-
rização legal para a contratação direta encontra 
sustentação na Constituição Federal, e os casos 
em que são permitidos, elencados na própria Lei 
Federal nº 8.666, de 23 de junho de 1993, Lei esta 
que regulamenta as licitações e contratos e, con-
sequentemente, as exceções ao processo licitató-
rio, abordando assim, a licitação dispensável.
Entre as hipóteses legais de licitação dispensável, 
tem-se a fundamentada na emergência, conforme 
art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666, de 21 de junho 
de 1993, cujo qual possibilita a contratação dire-
ta, segundo critérios de oportunidade e conveni-
ência.
Art. 24. É dispensável a Licitação:
[...]
IV - nos casos de emergência ou de calamidade 
pública, quando caracterizada urgência de atendi-
mento de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, 
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários 
ao atendimento da situação emergencial ou cala-
mitosa e para as parcelas de obras e serviçosque 
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 
(cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, 
contados da ocorrência da emergência ou calami-
dade pública, vedada a prorrogação dos respecti-
vos contratos.
A licitação dispensável é um procedimento que não 
exige o cumprimento de etapas formais impres-
cindíveis ao procedimento licitatório, entretanto 
em observância aos princípios da Administração 
Pública, ou seja, aos princípios da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 
publicidade, da eficiência e mais ao da improbida-
de administrativa, deve cumprir certas formalida-
des, instaurando um procedimento administrativo 
207
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
como forma de possibilitar o controle interno, ju-
dicial e social, coibindo assim o abuso de poder e 
o desvio de finalidade.
A dispensa de licitação é formalizada por meio 
de processo administrativo, com base no art. 26, 
parágrafo único da Lei nº 8.666, de 21 de junho 
de 1993, ou seja, através da caracterização da si-
tuação emergencial ou calamitosa que justifique 
a dispensa, a razão da escolha do fornecedor ou 
executante e a justificativa do preço.
A contratação direta deverá objetivar a eliminação 
do risco de prejuízo. Ressaltando que a demora 
no atendimento poderá incidir em sacrifício de va-
lores tutelados pelo ordenamento jurídico, assim, 
busca-se evitar danos irreparáveis.
Esta emergência deve ser respaldada em situa-
ção real, decorrente de fato imprevisível e, quan-
do previsível, não possa ser evitado. Desta forma, 
para se caracterizar uma licitação dispensável é 
necessária a observância de alguns requisitos, 
como a demonstração da situação emergencial, a 
concreta e efetiva potencialidade do dano e a ur-
gência no atendimento, buscando assim saná-la e 
minimizá-la, sendo a via adequada a contratação 
direta. Entretanto, não basta apenas ter urgência 
em firmar o contrato, mas sim urgência na execu-
ção do objeto contratual. Somente uma resposta 
rápida e eficiente poderá surtir o efeito almejado, 
para resguardar o interesse público.
Todavia, a emergência apenas autoriza a licitação 
dispensável em caso específico, ou seja, para o 
atendimento da situação emergencial ou calami-
tosa, sendo legítimos os contratos relacionados a 
esta situação emergencial.
Para melhor entendimento, podemos citar como 
exemplo, a aquisição de cobertores para atender 
aos atingidos em uma enxurrada, e que se encon-
tram em abrigos. Sabe-se que são necessários 
400 (quatrocentos) cobertores, todavia a Admi-
nistração Pública, com a proximidade do inverno, 
resolve adquirir 1.000 (mil) cobertores, pois os 
que não forem distribuídos serão armazenados e 
entregues na campanha do agasalho no inverno. 
Por meio do processo de dispensa de licitação de-
vem ser adquiridos somente 400 (quatrocentos), 
não usando a situação emergencial para burlar o 
ordenamento jurídico vigente.
Também os contratos que estão sujeitos à licita-
ção dispensável devem estar devidamente rela-
cionados com a situação. 
Assim, se a situação emergencial se deu em virtu-
de de estiagem, não pode a Administração contra-
tar empresa para realizar a pavimentação de vias 
públicas. 
O objeto do contrato deve ser direcionado para 
atender ao caso específico ocasionado pela situ-
ação emergencial que o ensejou.
Nos contratos por emergência, a prorroga-
ção do prazo contratual após 180 (cento e 
oitenta) dias é vedada expressamente pela 
lei, mas não veda a continuidade da situação 
emergencial.
O prazo de 180 (cento e oitenta) dias é contado a 
partir da data do decreto de SE ou do ECP, em dias 
consecutivos e ininterruptos. Assim, não é corre-
to afirmar que a duração dos contratos é de 180 
(cento e oitenta) dias, pois normalmente a Admi-
nistração Pública, mesmo em meio a emergência, 
leva algum tempo para firmá-lo.
Caso a Administração Pública, após a decretação 
de situação emergencial, leve, por exemplo, 20 
(vinte) dias para firmar o contrato, o seu prazo de 
vigência será, de fato, de 160 (cento e sessenta) 
dias.
Precisa-se atentar para a desídia administrativa, 
que é sinônimo de falta de planejamento ou da 
ausência de previsão para necessidades perfeita-
mente previsíveis, ou seja, má gestão dos recur-
sos públicos. 
208
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Os administradores públicos devem realizar uma 
boa gestão, além da observância aos princípios 
da Administração Pública. É necessário, portanto, 
se preocupar com o bom funcionamento da admi-
nistração, cumprindo as obrigações que ela tem 
com os administrados em respeito aos preceitos 
constitucionais.
Salienta-se que nos casos de desídia administra-
tiva, há negligência, não urgência, mas mesmo 
assim se realiza a licitação dispensável, respon-
dendo a autoridade omissa, após a devida apura-
ção dos fatos. Esta situação pode gerar afronta 
ao princípio do planejamento, com base no art. 
15, §7°, inciso II, da Lei nº 8.666, de 21 de junho 
de 1993, bem como ao dever de atendimento de 
metas do programa de governo e da obrigação de 
ser eficaz, conforme art. 74, I e II da nossa Carta 
Magna.
A realização da dispensa de licitação apresenta 
procedimentos disciplinados em nosso ordena-
mento jurídico, dispensando o formalismo, mas, 
não o descumprimento de etapas formais.
Não é de hoje a grande incidência de municípios 
catarinenses atingidos por desastres naturais, 
resultando assim em um elevado número de ho-
mologações de Situação de Emergência e ou de 
Estado de Calamidade Pública. Tendo em vista a 
magnitude dos desastres e a vulnerabilidade dos 
nossos municípios, faz-se necessário que o Esta-
do os auxilie com ações de socorro, de assistên-
cia às vítimas, de restabelecimento de serviços 
essenciais e de recuperação.
Desta forma, a cada dia mais e mais processos de 
Neste caso, se está diante da chamada 
“emergência ou urgência fabricada”. A Admi-
nistração Pública, não adotando providências 
cabíveis para a realização de procedimento 
licitatório com a devida antecedência, acaba 
gerando a extrema necessidade da contrata-
ção direta.
Dispensa de Licitação são realizados, muitas ve-
zes em meio a verdadeiras tragédias, com o emo-
cional abalado, buscando dar agilidade para não 
ocasionar maiores danos à coletividade, oriundos 
de um atendimento tardio, mas sempre com o res-
paldo da Lei, ou seja, mesmo em meio ao caos de 
um desastre, impera a Lei.
A dispensa de licitação mantém a observân-
cia aos princípios da Administração Pública: 
legalidade, impessoalidade, moralidade e 
igualdade. É formalizada por meio de proces-
so administrativo, com base no art.26, pará-
grafo Único da lei 8.666, de 21 de junho de 
1993, desde que caracterizada a situação de 
emergência ou de calamidade pública que 
justifique a dispensa, a razão da escolha do 
fornecedor ou executante e a justificativa do 
preço.
Instrução do Processo de Dispensa 
de Licitação 
Diante de um desastre, com a homologação da 
SE ou do ECP, o Estado avalia se tem condições 
de atender aos municípios com os recursos pro-
venientes de seu Fundo, ou se, necessita solicitar 
ajuda ao Governo Federal. No caso de recorrer aos 
cofres públicos da União encaminha Plano de Tra-
balho ao Ministério do Desenvolvimento Regional 
e, após análise da Secretaria Nacional de Defesa 
Civil, seu pleito é deferido ou indeferido. Mediante 
portaria uma quantia é despendida e depositada 
em uma conta aberta exclusivamente para este 
evento, auxiliando aos municípios atingidos pelo 
Desastre, por meio do Cartão de Pagamento da 
Defesa Civil - CPDC. 
Com a indicação da dotação orçamentária, infor-
mando que há previsão orçamentária, é possível 
contrair despesa, assegurando assim, o pagamen-
to do contratado. E neste momento, após análise 
da solicitação do Prefeito Municipal e deferimen-
to do pleito, é deflagrado Processo de Dispensa 
de Licitação, comfulcro no art. 26, da Lei nº 8.666, 
209
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
de 21 de junho de 1993. Após instruir o proces-
so, analisar todos os documentos de habilitação, 
regularidade, proceder a Nota de Empenho, pu-
blicação, assinatura do Contrato, emissão da Au-
torização de Fornecimento/Ordem de Serviço, fi-
nalmente a empresa contratada está autorizada 
a entregar a mercadoria solicitada ou realizar o 
serviço no município acometido pelo Desastre. 
Após análise de toda a documentação é efetuado 
o pagamento no sistema SIGEF (Sistema Integra-
do de Planejamento e Gestão Fiscal) pela Defesa
Civil de Santa Catarina, respeitando o calendário
fixado pela Secretaria de Estado da Fazenda.
Entretanto, para a realização do pagamento em si, 
é realizada primeiramente a certificação da des-
pesa, em seguida a liquidação, depois a prepara-
ção de pagamento, a preparação de pagamento 
de INSS e a preparação de pagamento de ISS e 
finalmente o pagamento, gerando o número da 
ordem bancária, culminando com a sua transmis-
são via sistema. 
Com a realização do pagamento é emitida a or-
dem de pagamento para comprovação do mes-
mo. Esta e o restante da documentação relativo 
a cada pagamento são organizados e arquivados 
nos respectivos processos.
Ressaltamos ainda que, no site da Defesa Civil 
do Estado de Santa Catarina é possível realizar a 
consulta sobre os pagamentos realizados.
Como bem destacado, o procedimento da dispen-
sa de licitação elenca uma série de documentos 
com o intuito de ser um processo que atente ao 
interesse público em observância aos preceitos 
constitucionais. 
Ao apresentar algumas implicações jurídicas en-
sejadas pela decretação de SE ou de ECP, preten-
de-se evidenciar a necessidade de o Poder Pú-
blico Municipal ter responsabilidade, pois esta 
flexibilização não permite desvios ou abusos, e 
sim tão somente despende atenuação no forma-
lismo, para responder ao desastre com agilidade 
e eficácia, dentro do menor tempo possível, para 
O credor pode consultar se o paga-
mento foi realizado no site da Defesa 
Civil no link ‘Pagamentos Credores’.
que danos e prejuízos sejam sanados.
Ante o exposto, conhecer as ações de Defesa 
Civil demanda uma grande responsabilidade 
e, ao mesmo tempo, um gesto de cidadania, 
mas sempre sob o manto da Lei.
Licitações e Contratos: Responsa-
bilidade dos Administradores
No que se refere a responsabilidade dos adminis-
tradores quanto à inobservância dos preceitos le-
gais e as penas aplicáveis aos gestores, previstas 
na Lei de Licitações e Contratos, elenca-se o art. 
89, que estabelece expressamente, in verbis:
Art. 89 Dispensar ou inexigir licitação fora das hi-
póteses previstas em lei, ou deixar de observar as 
formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibi-
lidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e mul-
ta. 
O administrador deve ter muita cautela ao dispen-
sar uma licitação, haja vista que será punido não 
somente ao contratar sem amparo legal, mas tam-
bém em inobservância as formalidades exigíveis 
no art. 26 da Lei nº 8.666, de 23 de junho de 1993.
É importante reforçar o entendimento, que se o 
fornecedor ou prestador de serviços concorrer 
para a ilegalidade sofrerá pena semelhante à apli-
cada ao administrador. Salienta-se que com o ad-
Imagem 115 - Detenção
210
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
vento desse diploma legal, passou a existir uma 
maior preocupação com os procedimentos que 
devem ser adotados para a realização da contra-
tação direta. A contratação direta com base na 
emergência, efetivada de modo diverso ao legal-
mente estabelecido, sem a devida observância 
dos requisitos necessários, atenta contra o orde-
namento jurídico e gera imensuráveis prejuízos à 
coletividade.
A inobservância dos princípios constitucionais do 
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e art. 
3°, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, pode-
rá, tipificar ato de improbidade administrativa.
A vigente estrutura da contratação impõe ainda 
ao ordenador de despesa, em qualquer nível, quer 
como autoridade competente ou superior, a ob-
servância das diretrizes da Lei de Responsabilida-
de Fiscal, conforme preconiza o art. 1°, §1°, da Lei 
Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. O 
objetivo da lei é evitar fraudes e abusos.
Ante o exposto, é preciso zelar pela correta aplica-
ção do dinheiro público, neste momento em que 
a população está fragilizada com o desastre, de-
ve-se agir com ética, moral, em observância aos 
preceitos constitucionais.
A inobservância dos princípios cons-
titucionais e da Lei nº 8.666 poderá 
tipificar ato de improbidade adminis-
trativa.
211
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
6. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL: ALUGUEL 
SOCIAL, FUNDO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO 
E DEFESA CIVIL, CONTRATAÇÃO 
TEMPORÁRIA E PLANO DE AUXÍLIO MÚTUO
Oportuno destacar, que no momento de normali-
dade, as Prefeituras Municipais deveriam concen-
trar esforços para legislar sobre o Aluguel Social 
e sobre o Fundo Municipal de Proteção e Defesa 
Civil. Considerando-se o número de desabriga-
dos e desalojados, bem como a necessidade de 
reconstrução de novas residências para os atingi-
dos pelas intempéries, poderá o agente público se 
deparar com necessidades que demandem, por 
um período considerável de tempo, o alojamento 
provisório de munícipes que perderam sua mora-
da. Tal despesa, em regra, soa como estranha aos 
gastos públicos, contudo, atendidos uma série de 
requisitos, poderá haver a legitimação de dispên-
dios dessa natureza. Para tanto, será necessário 
demonstrar:
a. Que o assistido tinha residência própria no Mu-
nicípio que pretende subsidiar total ou parcial-
mente o aluguel;
b. Que não há condições de alojar o necessitado 
em abrigos coletivos;
c. Que o assistido não tem como se asilar em casa 
de parentes ou amigos;
d. Que o assistido não tem condições de arcar 
com as despesas de aluguel, por possuir recursos 
insuficientes ou estar desempregado.
Além desses critérios, deverá o Conselho Munici-
pal de Defesa Civil ou Secretaria Municipal de As-
sistência Social realizar cadastramento e seleção 
dos mais vulnerabilizados para apurar aqueles que 
se enquadram nos casos em que se faz imperioso 
para o Município subsidiar integral ou parcialmen-
te o custeio de aluguel para seus desabrigados.
O Tribunal de Contas do Estado teceu algumas 
orientações frente à SE ou ECP, para auxiliar a Ad-
ministração Pública, para atuar com estrita obser-
vância constitucional.
A situação de emergência ou o estado de calami-
dade pública são motivos de contratação tempo-
rária de pessoal. Em conformidade com o dispos-
to no art. inciso 37, inciso IX, da CF, a contratação 
temporária de servidores para atender à necessi-
dade de excepcional interesse público requer lei 
específica municipal autorizando. 
Há duas situações em que servidores de um Mu-
nicípio podem trabalhar em auxílio ao Município 
em estado de calamidade ou situação de emer-
gência:
a) Em conformidade com a Lei Estadual nº 10.925 
de 22 de dezembro de 1998, artigo 6º, III, “a”, a 
deficiência de pessoal para prestar serviços em 
Município em situação de emergência ou estado 
de calamidade, havendo a requisição, o servidor 
poderá ser liberado de suas atividades para atuar 
em outro Município.
b) Mediante ato formal (decreto, portaria) da au-
toridade administrativa competente, que autorize 
o servidor a prestar serviços temporariamente ao 
Município em situação de emergência ou cala-
midade pública; expresse os motivos; o prazo; e 
assegure a remuneração do servidor, de forma a 
legitimar o seu afastamento remunerado do exer-
cício de seu cargo, emprego ou função, naquele 
período.
É possível aumentar os gastos com pessoal no 
período de final de mandato em decorrência de 
212
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
estado de emergência ou de calamidade públi-
ca, de acordocom o Prejulgado 1252 do Tribunal 
de Contas do Estado de Santa Catarina, estariam 
fora da vedação constante do art. 21, parágrafo 
único, da Lei de Responsabilidade Fiscal, os atos 
que visam exclusivamente à solução dos proble-
mas causados pela situação emergencial ou cala-
mitosa.
Também é possível um Município não atingido pe-
las intempéries, emprestar veículos e máquinas 
como ambulância, embarcação, trator, caminhão, 
para utilização por Município prejudicado e que se 
encontra em situação de emergência ou estado 
de calamidade pública, bem como abastecê-los, 
inclusive os emprestados por particulares, órgãos 
e entes públicos. Contudo, deverá o Município 
proceder ao cadastramento desses maquinários 
para autorizar o abastecimento e fazer prova de 
que os mesmos estão a serviço do Município para 
legitimar a despesa, mediante a apresentação de 
documento formal de seu recebimento. Desse 
modo, sugere-se a regulamentação da Lei de Au-
xílio Mútuo entre os municípios, conforme prática 
já realizada na região de Maravilha, Joinville entre 
outras.
É permitido ao Município em situação de emer-
gência ou Estado de calamidade custear despe-
sas com alimentação de voluntários, procedendo 
o cadastramento dos voluntários para autorizar o 
fornecimento de refeição e fazer prova de que os 
mesmos estão a serviço do município para legiti-
mar a despesa.
213
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
 7. PATRIMÔNIO
De acordo com Márcia Frazão, o conceito clássico 
do termo patrimônio, utilizado pela contabilidade, 
é o conjunto de bens, de direitos e de obrigações 
de uma pessoa física ou jurídica. Este conceito re-
laciona outros três conceitos quais sejam:
- Bens: tudo o que possui valor econômico e que, 
por isso, pode ser convertido em dinheiro, como 
equipamentos e imóveis;
- Direitos: todos os recursos que estão sob posse 
de terceiros, como valores a receber por vendas a 
prazo;
- Obrigações: envolve tudo aquilo que precisa ser 
pago, como valores de empréstimos e contas de 
consumo.
Além de serem essenciais nas operações de uma 
organização, é fundamental zelar pelo seu patri-
mônio, em especial quando se trata de Patrimônio 
Público.
Clique aqui para ler a lei na sua ínte-
gra.
de todos os profissionais e cidadãos que devem 
conservar e fazer intervenções nos bens da insti-
tuição, sempre que necessário.
Existem diversas maneiras de zelar pelo patrimô-
nio e a seguir alguns desses métodos de como 
cuidar melhor dos bens patrimoniais de sua orga-
nização serão mencionados:
1. Manutenção dos bens - seja para aumentar a 
vida útil, seja para o seu funcionamento normal, 
garantindo que não coloque em risco toda a pro-
dução. Existem também as manutenções progra-
madas e exigidas por normas de segurança para 
atender a padrões de qualidade. A manutenção 
de um bem pode permitir certa recuperação da 
sua capacidade, recuperando também parte dos 
investimentos feitos anteriormente. Muitas vezes, 
evita-se gastos desnecessários com aquisição 
antecipada de ativos. Por essas razões, a manu-
tenção é o primeiro tópico da lista de como zelar 
pelo patrimônio da organização.
2. Reparação dos bens - é capaz auxiliar no re-
torno da sua capacidade normal. Está relacionada 
ao conserto ou modificação de parte do equipa-
mento ou de suas peças, que sofreram alguma 
falha ou dano por causa de problemas técnicos. 
Tanto a manutenção, quanto a reparação, são ma-
neiras de zelar pelo patrimônio que evitam que a 
organização aumente o descarte dos seus bens, 
pois, possibilitam que o mesmo atinja sua vida 
útil econômica total estimada.Dessa forma, além 
de diminuir gastos com novas aquisições, a orga-
nização também estará reduzindo a produção de 
lixo, contribuindo para o meio ambiente.
3. Seguros- os seguros de ativos imobilizados 
são serviços contratados como forma de assegu-
rar os cuidados com o patrimônio e garantir sua 
reposição em caso de danos materiais, incêndios, 
explosões e alagamentos, roubo, furto, entre ou-
tros. Quando os bens tiverem cobertura de seguro 
e esses forem perdidos ou danificados em decor-
Pode-se definir Patrimônio Público como o 
conjunto de bens e direitos que pertence a 
todos e não a um determinado indivíduo ou 
entidade, ou ainda o conjunto de bens à dis-
posição da coletividade.
A Lei nº 6.513, de 1977 define patrimônio público, 
em seu artigo 1°, parágrafo 1°, como o conjunto 
de bens e direitos de valor econômico, artístico, 
estético, histórico ou turístico, pertencentes aos 
entes da administração pública direta ou indireta. 
Esses bens públicos, de acordo com o Código Ci-
vil, são, entre outros, os rios, mares, estradas, ruas 
e praças (bens de uso comum do povo).
Embora que parte desse patrimônio sofra com a 
redução da parcela de sua funcionalidade, des-
gastando e perdendo capacidade com o passar 
do tempo (obsolescência física-funcional), cuidar 
do patrimônio público e da organização é tarefa 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6513.htm#art33
214
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
rência de sinistro, a organização estará resguar-
dada com a indenização que receberá da segu-
radora. Esta indenização será contabilizada como 
receita não operacional, enquanto o bem perdi-
do em decorrência do sinistro, será considerado 
como ganho ou perda de capital. 
4. Furtos/desvios - sem um controle do patrimô-
nio adequado, furtos e desvios dos bens podem 
ocorrer. Para reverter esse cenário, é necessário 
aumentar a rigidez em relação ao controle e mo-
nitoramento do patrimônio. Além disso, com um 
bom controle dos ativos é possível criar uma cul-
tura de cuidado com o patrimônio, fazendo com 
que cada responsável pelo seu setor, fique mais 
atento. Dessa forma, deve-se estar atento e zelar 
pelo patrimônio da empresa, evitando os furtos e 
desvios.
5. Compras desnecessárias - Com um bom con-
trole patrimonial é possível ter conhecimento dos 
seus bens no tempo presente. O inventário patri-
monial de ativos imobilizados é um bom meca-
nismo de controle e pode auxiliar a não realizar 
compras desnecessárias, pois é neste processo 
que ocorre a relação entre os bens, suas carac-
terísticas técnicas e local em que se encontram. 
Assim, reconhecendo seus bens, é possível deci-
dir se há necessidade de compra ou não, evitando 
o desperdício de recursos e melhorando a utiliza-
ção dos mesmos, sem que ocorra compras des-
necessárias.
6. Controle patrimonial - é o processo de conheci-
mento e monitoramento do patrimônio, fornecen-
do relatórios com informações estratégicas para 
os gestores e para a contabilidade. Realizar con-
trole patrimonial significa que a organização está 
zelando pelo seu patrimônio, por meio da realiza-
ção de: inventário; avaliação dos ativos; revisão 
das vidas úteis dos imobilizados; determinação 
das novas taxas de depreciação.
Toda organização deve zelar pelo patrimônio seja 
por meio de: manutenções, reparos, seguros, con-
trole patrimonial. Aprender como cuidar melhor 
dos bens patrimoniais, evitará prejuízos com fur-
tos, desvios e compras desnecessárias.
215
DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Recapitulando
Nesta Lição você estudou:
- Administração Pública: importante considerar em todas as ações os princípios que norteiam o bom desempe-
nho das atividades no setor público. Estão presentes no Art. 37, da Constituição Federal de 1988 e condicionam o 
padrão que as organizações administrativas devem seguir. Os princípios são: legalidade, impessoalidade, morali-
dade, publicidade e eficiência.
- Recursos Financeiros: aborda recursos disponíveis a nível Federal, Estadual e formas de repasse.
- Planos de Trabalho para Solicitação de Recursos: para que o município possa conseguir recursos financei-
ros para investir em ações de prevenção, de resposta, reabilitação e restabelecimento é necessário a elaboração 
de um plano de trabalho detalhado.
- Cartão de Pagamento: desenhadopara facilitar o dia a dia dos órgãos da administração federal, autárquica e 
fundacional no pagamento de bens, serviços e despesas autorizadas. Permite total acompanhamento das despe-
sas realizadas com os recursos do governo, facilita a prestação de contas e oferece maior segurança às operações
- Implicações Jurídicas às Disposições Legais em Circunstâncias de Desastres: declarar situação de 
emergência e/ou de calamidade é uma grande responsabilidade do gestor público uma vez que gera implicações 
jurídicas dentre as quais menciona-se: crédito extraordinário, empréstimo compulsório, Imposto Territorial Rural, 
Prazos processuais, Lei de Responsabilidade Fiscal, Licenciamento Ambiental, FGTS, Cometimento de Crimes em 
Situação Emergencial, ICMS Pode de Polícia, Requisição Administrativa, Desapropriação, Responsabilidade Civil do 
estado, Dispensa de Licitação.
- Legislação Municipal: no momento de normalidade as prefeituras deveriam concentrar esforços em legislar 
sobre aluguel social, Fundo Municipal de Proteção e Defesa Civil, contratação temporária e Plano de Auxílio Mútuo.
- Patrimônio: o cuidado com o patrimônio público é fundamental porque trata-se de um conjunto de bens que 
pertencem ao domínio do Estado e que se institui para atender a seus próprios objetivos ou para servir à produção 
de utilidades indispensáveis às necessidades coletivas. Conforme prescrito na Lei Federal nº 4.320/64, Art. 94, de-
verá haver registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação de elementos necessários 
para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.
Com a Lição 4, chegamos ao final das Lições e do nosso Curso de Proteção e Defesa Civil. 
Ao chegarmos ao final do Curso de Proteção e Defesa Civil, almejamos que você tenha se apropriado das ideias 
e das discussões propostas no conteúdo desse livro. 
Destacamos que essa formação foi organizada para que houvesse um espaço de discussão, no qual pudésse-
mos elencar a importância do seu papel, das suas atribuições e das suas responsabilidades como gestor muni-
cipal, atuando de forma eficaz na gestão de riscos e desastres. 
Os fundamentos compartilhados durante o Curso foram planejados para possibilitar o processo de construção 
de conhecimento, tendo como foco principal a missão da Defesa Civil que é de coordenar e articular ações de 
prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação, evitando ou mitigando desastres, com a finalidade 
de proteger a vida e o patrimônio do cidadão catarinense, estabelecendo, assim, uma sociedade mais resiliente.
Desejamos que você tenha gostado do que estudou nesse Curso e que possamos estar juntos em outros mo-
mentos.
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DEFESA CIVIL SOMOS TODOS NÓS! 
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ponível em: http://www.adpc.net/pdr-sea/ publi-
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com Produtos Perigosos. Guia para as Primeiras 
Ações em Acidentes. Departamento Técnico, Co-
missão de Transportes. São Paulo, 2011, 6º edi-
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ALBINO, L. Contribuições para a Elaboração de 
Planos Comunitários de Gestão de Risco de De - 
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em Gestão de Risco de Desastres para o Desen-
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lidar com os temores, fobias, angústias e pânico. 
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autoriza a criação de sistema de informações e 
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12.340, de 1o de dezembro de 2010, 10.257, de 
10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 
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sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, 
interesse social ou baixo impacto ambiental, que 
possibilitam a intervenção ou supressão de vege - 
tação em Área de Preservação Permanente - APP. 
Disponível em: Acesso em: 20 maio de 2019. – 
NÃO CONSEGUI COPIAR E COLOCAR ENDEREÇO.
______. Constituição da República Federativa do 
Brasil, de 05 de outubro de 1988. Disponível em: 
218
CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
http://senado.gov.br/sf/legislacao/const/.
______. Decreto n° 84.685, de 06 de maio de 1990. 
Regulamenta a Lei nº 6.746, de 10 de dezembro 
de 1979, que trata do Imposto sobre a Proprieda-
de Territorial Rural - ITR e dá outras providências. 
Disponível em: http://senado.gov.br/sf/legisla-
cao/sicon. Acesso em: 23 jun. de 2019
______. Decreto n° 5.113, de 22 de junho de 2004. 
Regulamenta o art. 20, inciso XVI, da Lei nº 8.036, 
de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo 
de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e dá ou-
tras providências. Disponível em: http://senado. 
gov.br/sf/legislacao/sicon. Acesso em: 19 maio 
de 2019
______. Decreto n° 7.257, de 04 de agosto de 2010. 
Regulamenta a Medida Provisória nº 494 de 2 de 
julho de 2010, para dispor sobre o Sistema Na-
cional de Defesa Civil - SINDEC, sobre o reconhe-
cimento de situação de emergência e estado de 
calamidade pública, sobre as transferências de 
recursos para ações de socorro, assistência às ví-
timas, restabelecimento de serviços essenciais e 
reconstrução nas áreas atingidas por desastre, e 
dá outras providências. Disponível em: http://se-
nado.gov.br/sf/legislacao/sicon. Acesso em: 21 
maio de 2019
______. Decreto n° 7.505, de 27 de junho de 2011. 
Altera o Decreto nº 7.257, de 4 de agosto de