Prévia do material em texto
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Defesa Civil do Estado de Santa Catarina Diretoria de Gestão de Educação 2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA Defesa Civil do Estado de Santa Catarina Diretoria de Gestão de Educação PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA Carlos Moisés da Silva DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Chefe da Defesa Civil João Batista Cordeiro Junior Diretor de Gestão de Educação Alexandre Corrêa Dutra IN ST IT UC IO N A L Caroline Margarida Regina Panceri (organizadoras) PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 2ª EDIÇÃO - ATUALIZADA Florianópolis Defesa Civil do Estado de Santa Catarina 2020 Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. Proteção e Defesa Civil. Margarida, Caroline & Panceri, Regina (Organizadoras). 2ª ed. Florianópolis, 2020. DESIGN INSTRUCIONAL: Maria Hermínia Benincá Schenkel PARECERISTA: Alexandre Corrêa Dutra PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Walter Stodieck FOTOS: Flávio Vieira Junior O RG A N IZ A Ç Ã O Almir Vieira Carlos Alberto da Rocha Jr. Carlos Besen Caroline Margarida Débora Ferreira Elna Fatima Pires de Oliveira Frederico de Moraes Rudorff Humberto Alves da Silva Jaqueline Antunes José Luiz de Abreu Laís de Oliveira Bernardino Lisangela Albino Luiz Antônio Cardoso Marcos de Oliveira Mário Jorge Cardoso Coelho Freitas Maurício Marino Paulo Cesar Santos Regina Panceri Rennan Inácio Renata Gaia Rodrigo Nery Rosinei da Silveira Sandro Nunes Sarah Cartagena Susana C. Costa e Vanessa Scoz Oliveira C O LA BO RA D O RE S SU M Á RI O COMO USAR ESTE LIVRO .........................................................................8 APRESENTAÇÃO ...............................................................................................9 LIÇÃO 01 .................................................................................................................10 LIÇÃO 02 .............................................................................................................46 LIÇÃO 03 ...........................................................................................................145 LIÇÃO 04 ............................................................................................................192 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 215 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 216 C O M O U SA R ES TE LI V RO COMO USAR O NOSSO LIVRO Este livro contém alguns recursos para facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conheci- mento. São eles: Questão: quando temos uma per- gunta importante sobre o assunto que está sendo tratado. Assista ao vídeo: material comple- mentar em vídeo. Curiosidade: alguma curiosidade sobre o conteúdo. Dica: uma informação para comple- mentar o que está sendo visto. Saiba mais: materiais complemen- tares ou informações importantes sobre o assunto que fazem parte da lição. Lembrete: apresenta dicas e suges- tões do autor. Destaque: são informações impor- tantes dentro do texto. Balão: serve para explicar uma pa- lavra ou um conceito. Link: indicados para acessar mate- riais complementares aos assuntos propostos. Para refletir: indicação de questões para que você reflita sobre o que está sendo estudado. Recapitulando: é a síntese da Li- ção. Caso Real: Quando um texto se apresentar escri- to nesta formatação, dirá respeito a um caso real sobre o tema abordado na lição. Exemplos: Quando um texto se apresentar escrito nesta formatação, dirá respeito a algum exemplo que o conteudista está utilizando para uma me- lhor compreensão do tema abordado. Citação: Quando um texto se apresentar escrito nesta formatação, dirá respeito a citações sobre o assunto tratado. Prezado cursista, Seja bem-vindo ao Curso de Proteção e Defesa Civil. Este livro foi criado por especialistas, nas suas áreas de expertise, para que você tenha acesso, em um só do- cumento, a assuntos pertinentes sobre Defesa Civil. Entre os assuntos abordados, discutiremos: Normas, De- cretos, Leis, Regulamentos de Proteção e Defesa Civil, Gestão de Riscos, Gestão de Desastres, enfim, temáticas ligadas à sua realidade. O objetivo do curso é prepará-lo para intervir na gestão de riscos e desastres e, também, ajudá-lo a atuar de for- ma eficaz junto aos municípios. O nosso livro está dividido em quatro lições, que são: A PR ES EN TA Ç Ã O Lembre-se que em Educação a Distância, o caminho da aprendizagem depende muito de você. Por isso, esperamos que você participe de todas as etapas desenvolvidas no nosso Curso. É importante que você leia o nosso material, participe dos Fóruns de discussão e das atividades desenvolvidas. Esses recursos didático-pedagógicos são muito importantes para sua motivação, dedicação e autonomia na construção do conhecimento. Estamos muito felizes em compartilhar esta jornada de aprendizagem junto a você. Desejamos um ótimo Curso! Olá cursista, Chegamos a última parte do nosso Curso. Nesta Lição, você estudará os aspectos administrativos, financeiros e jurí- dicos relativos à Proteção e Defesa Civil. Desejamos uma continuação de bons estudos! OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de: - Conhecer os aspectos administrativos, financeiros e jurídicos relacionados à gestão de riscos e a gestão de desas- tres. - Compreender formas e meios de captação de recursos. - Entender sobre a realização de convênios e contratos. - Compreender a utilização do SGPE. Gestão Administrativa, Financeira e Jurídica LI Ç Ã O 0 4 193 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS A Administração Pública pode ser definida, obje- tivamente, como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para assegurar os inte- resses coletivos e subjetivamente como o conjun- to de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a Lei atribui o exercício da função do Estado (MO- RAES, 2010, p. 326). A Administração Pública pode ser direta, compre- endendo a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, ou indireta, envolvendo as autar- quias, as fundações públicas, as agências regula- doras executivas, as empresas públicas e as so- ciedades de economia mista, desenvolvendo suas atividades sempre em benefício da coletividade. A administração Pública, conforme preconiza o art. 37, inciso XXI da CF/88, obedecerá aos prin- cípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A função desses princí- pios é a de controlar as atividades administrativas de todos os entes que integram a federação bra- sileira. 1. Princípio da Legalidade, consagrado na CF/88 no art. 5°, inciso II, preceitua que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, desta forma, a Adminis- tração Pública só pode praticar ato se expressa- mente determinado ou permitido em Lei. 2. Princípio da Impessoalidade, referido na CF/88 art. 37 caput, entende-se que “nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador que só pratique o ato para o seu fim legal” (MEIRELES, 2006, p. 91-92). A conduta do agente público, no desempenho de suas funções administrativas, de forma objetiva e imparcial, pri- ma pelo atendimento do interesse público. 3. Princípio da Moralidade, com base no art. 37, caput da CF/88, que a Administração deve atuar com moralidade, de acordo com a Lei. Segundo Faria (2001, p. 71), a moralidade administrativa “tem pertinência com a moral social, com a ética, com a honestidade e com o respeito e zelo pela coisa pública. Mesmo admitindo que a moral em foco integra o sistema jurídico, é forçoso admitir que nem sempre o que é legal é moral, do ponto de vista do interesse social”. 4. Princípio de Publicidade, previsto no art. 37, caput e § 1o, da CF/88, impõe a AdministraçãoPública o dever de manter plena transparência de todos os seus atos, para que a sociedade e os ór- gãos de controle possam tomar conhecimento. Ressalta-se que é obrigatório dar publicidade dos atos, exceto aqueles cuja publicação possam pôr em risco a segurança nacional, conforme preconi- zado no art. 5º, inciso XXXIII da CF/88. 5. Princípio da Eficiência, com previsão legal no art. 37, caput da CF/88, elenca que a Administra- ção Pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, com os binô- mios da economicidade e da eficiência. Conforme Di Pietro (2010, p. 83), “o princípio da eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à consecução dos fins que cabe ao Estado alcançar”. 6. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, con- forme preconizado no art. 1º, inciso II da CF/88, constitui um princípio fundamental, ou seja, prin- cípios estes que em sua síntese constituem o alicerce de todas as normas constitucionais. A dignidade da pessoa humana abrange uma diver- sidade de valores existentes na sociedade. Tra- ta-se de um conceito adequável à realidade e à modernização da sociedade, devendo estar em conluio com a evolução e as tendências moder- nas das necessidades do ser humano. A proteção efetiva da dignidade humana é funda- mental para o desenvolvimento das sociedades modernas, é indispensável uma quebra de para- digmas, onde todos os anseios de uma vida digna sejam respeitados, através de honradez, nobreza, 194 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL decência e respeito pela vida. Todo homem tem dignidade e não um preço. 7. Princípio da Igualdade, encontra seu amparo legal no art. 5º da CF/88, onde, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Desta forma, é assegurada constitucionalmente a aplicação das leis, de maneira igualitária para to- dos. Tendo em vista que os “princípios constituem um conjunto de proposições que alicerçam ou emba- sam um sistema e lhe garantem a validade” (GAS- PARINI, 2009, p. 6), salienta-se que, além desses princípios, o agente público deve observar os prin- cípios consagrados de forma expressa no texto constitucional, bem como os princípios implíci- tos, decorrentes destes ou da própria essência da Constituição. Ao abordar sobre a Administração Pública, so- bre os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, dignidade da pessoa humana e da igualdade, evidencia-se a supremacia do interesse público sobre o privado. Através destes princípios, a Administração Pú- blica deve se pautar para realizar suas ações, ou seja, sempre sob o amparo legal. 195 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 2. RECURSOS FINANCEIROS E CAPTAÇÃO DE RECURSOS Como já vimos anteriormente, a Defesa Civil reali- za ações nas fases pré-desastres e pós-desastres. Na fase de pré-desastre são executadas ações de prevenção, mitigação e preparação, já na fase de pós-desastre são realizadas ações de socorro, as- sistência, restabelecimento e reconstrução. Os recursos financeiros disponíveis para ações de prevenção, respostas e reconstrução estão presentes no: 1- Fundo Municipal destinado as ações de Defesa Civil; 2- Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil; 3- Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil. A Figura a seguir apresenta um esquema das ca- racterísticas de repasses federais de acordo com as ações de proteção e defesa civil respectivas: Imagem 111- Formas de repasses federais da Defesa Civil AÇÕES DE PREVENÇÃO, MITIGAÇÃO E PREPARAÇÃO AÇÕES DE RESPOSTA AÇÕES DE RECUPERAÇÃO Trasnferência voluntária (convênios), transferência obrigatória ou PAC Prevenção Conta corrente específica Trasnferência obrigatória Cartão de pagamento de Defesa Civil (CPDC) Trasnferência obrigatória Conta corrente específica Os recursos financeiros disponibilizados para as ações de Defesa Civil são provenientes principal- mente, do Fundo Especial para Calamidades Pú- blicas - FUNCAP e do Fundo Estadual de Prote- ção e Defesa Civil - FUNPDEC. Para tanto o FUNCAP é disciplinado pelo Decreto n° 7.257, de 04 de agosto de 2010 e pela Lei nº 12.340, de 1° de dezembro de 2010 (alterado pela Lei nº 12.983, de 02 de junho de 2014), bem como os procedimentos para a transferência de recur- sos, prestação de contas e fiscalização. Confor- me preceituado no art. 8º, o FUNCAP é definido como sendo “de natureza contábil e financeira, terá como finalidade custear ações de recuperação de áreas atingidas por desastres em entes federados que tiverem a situação de emergência ou o estado de calamidade pública reconhecidos nos termos do art. 3º”. O Fundo Estadual de Defesa Civil – FUNDEC garante a execução das ações de socorro, assistência às víti- mas e restabelecimento dos serviços essenciais, bem como para as ações de reconstrução e de prevenção. A Lei nº 12.983 de 2014 inclui como finalidade do FUNCAP custear ações de prevenção em áreas de risco de desastre, dispensando a celebração de convênio ou outros instrumentos jurídicos. Preceitua-se conforme disciplinado no Decreto n° 7.257, de 04 de agosto de 2010, que as transfe- rências obrigatórias da União aos órgãos e enti- dades dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução de ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essen- ciais e reconstrução, observarão os requisitos e procedimentos previstos neste Decreto e na Lei nº 12.340, de 1° de dezembro de 2010. Um marco para a Defesa Civil Catarinense foi à criação do Fundo Estadual de Defesa Civil - FUN- DEC, através da Lei n° 8.099, de 1° de outubro de 1990, garantindo a execução das ações de socor- ro, assistência às vítimas e restabelecimento dos serviços essenciais, quando oficialmente homolo- gado pelo Estado a SE ou o ECP, bem como para as ações de reconstrução e de prevenção. Fonte: Arquivo SDC 196 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Convênios com órgãos da administração direta e indireta estadual Os recursos da Defesa Civil que tem por objetivo atender as ações de recuperação, restabeleci- mento e prevenção podem ser repassados me- diante convênio ou instrumento congênere, cuja disciplina consta no Decreto nº 127/2011. O Decreto 127/2011, com a finalidade de agilizar os convênios, prevê algumas exceções para o mu- nicípio/convenente que estiverem em situação de emergência ou estado de calamidade pública decretados ou homologados pelo Estado, dentre elas, destaca-se: a. O projeto básico poderá ser dispensado; b. A deliberação dos Conselhos de Desenvolvi- mento Regional - CDRs será dispensada; c. Poderá realizar despesas em data anterior à vi- gência do convênio celebrado com a Defesa Civil estadual; d. Algumas certidões poderão ser dispensadas; e. Poderá ser dispensada a contrapartida. Para viabilizar o convênio com a Defesa Civil o município deverá atender as normas do Decreto 127/2011 e adotar as seguintes providências: O pedido do convênio será encaminhado via ofício para o gabinete do Chefe de Defesa Civil com respectiva abertura de processo no sistema de protocolo - SGPE. O Chefe de Defesa Civil analisará com o município a viabilidade de atendimento do objeto proposto para o convênio, e caso seja possível, enviará o processo à área técnida da Defesa Civil para gerar o parecer. A Diretoria de Prevenção e Preparação - DPP fará a emissão do parecer e posterior envio do processo à Gerência de Convênios. A Gerência de Convênios fará a abertura do programa no Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal do Estado - SIGEF e comunicará o município para providências, conforme determina o Decreto 127/2011 que regulamenta a execução de convênios no Estado. Concluído o processo no SIGEF será gerado o convênio com as respectivas assinaturas no Termo de Convênio, onde ficarão registradas as obrigações do ConcedenteDefesa Civil e Convenente Município. 1 - PEDIDO 2 - CHEFE DE DEFESA CIVIL 3 - ÁREA TÉCNICA 4 - GERÊNCIA DE CONVÊNIOS 5 - CONVÊNIO GERADO 6 - PRESTAÇÃO DE CONTAS O município Convenente deverá tomar nota de todos os registros durante a execução do convênio, conforme determina o Decreto 127/2011, para organizar a documentação para fins de prestação de contas, que deverá ser enviada à Gerência de Convênios dentro dos prazos definidos no Termo de Convênio. 7 - ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS 8 - CONCLUSÃO DA ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS Ao receber a prestação de contas a Gerência de Convênios irá fazer uma análise prévia se o Município encaminhou a documentação necessária e então fará os registros no protocolo SGPE e no SIGEF do efetivo recebimento, para posterior análise e baixa da prestação de contas. Concluída a fase de análise da prestação de contas, caso o convenente Município tenha atendido as normas do Decreto 127/2011, a Gerência de Convênios requisitará autorização do Chefe de Defesa Civil para a baixa da prestação de contas e arquivamento dos processos. Convênios com órgãos da admi- nistração direta e indireta federal O SICONV é o sistema informatizado do Governo Federal no qual serão registrados todos os atos relativos ao processo de operacionalização das transferências de recursos por meio de convê- nios, contratos de repasse e termos de coopera- ção, desde a sua proposição e análise, passando pela celebração, liberação de recursos e acompa- nhamento da execução, até a prestação de con- tas. As informações registradas no SICONV serão abertas à consulta pública na Internet, no Portal de Convênios do Governo Federal. Para conhecer melho o Portal de Con- vênios do Governo Federal, clique aqui. O FUNPDEC é disciplinado pela Lei nº 16.418, de 24 de junho de 2014 e passa a denominar- se Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil. http://www.portal.convenios.gov.br 197 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Imagem 112 - Portal dos Convênios Através do Siconv definida pela Portaria Intermi- nisterial nº 127/2008 o processo é definido pelas seguintes etapas: - Seleção; - Formalização; - Execução; - Acompanhamento e Prestação de Contas dos contratos e convênios. Fonte: http://portal.convenios.gov.br 198 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 3. PLANOS DE TRABALHO PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS O que você entende por Plano de Trabalho? O Plano de Trabalho pode ser definido como a descrição detalhada das etapas ou fases de um serviço ou obra, no qual cumprisse determinada metodologia, com o objetivo de subsidiar a aná- lise técnica que precede a liberação de recursos. Ou seja, no âmbito da Defesa Civil, de modo geral, para a captação de recursos, seja ela originada na esfera municipal ou estadual, a forma de solicita- ção ocorre via Plano de Trabalho - PT. As solicitações de recursos financeiros se dão pela motivação do tipo de ação desejada, em con- formidade com o ciclo de Defesa Civil. Portanto, as solicitações se dividem atualmente em Pla- nos de Trabalho de prevenção/mitigação ou de recuperação e devem estar embasados em uma justificativa relacionada ao tipo de ação. Quando a municipalidade solicita recursos para ações de resposta/reabilitação ao Estado, a solicitação se dá na forma de Plano de Trabalho, mas, quando os municípios ou o Estado direcionam solicitações dessa natureza (resposta) ao Governo Federal, o modo de solicitação se dá por intermédio de um Formulário de Solicitação de Recursos Federais - FSRF, o qual, apesar de ter as mesmas carac- terísticas de um Plano de Trabalho, diferencia-se deste apenas na terminologia do documento. No que se refere à responsabilização do documen- to a ser apresentado, o Plano de Trabalho envol- verá um técnico de Defesa Civil, um profissional habilitado para elaboração do orçamento e a con- validação do gestor (prefeito ou governador). Em caso de solicitações de resposta que envolvam o fornecimento de itens de assistência humanitária, ou, para ações de reconstrução que demandam o fornecimento de unidades habitacionais, somam- -se ao processo, a certificação da assistência so- cial quanto à comprovação da necessidade de atendimento. Dentre as implicações jurídicas provenientes de situações emergenciais destaca-se a libe- ração de recursos financeiros. Entretanto, a decretação não deve ser feita com o objeti- vo único de recorrer aos cofres públicos para solicitar recursos. Visto que é de competência do Estado “coorde- nar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os Municípios” (Lei 12.608, Art. 7°, inc. II), caberá a ele empreender recursos financeiros para o restabelecimento e a recuperação das áre- as afetadas – quando mantida a sua capacida- de de auxiliar com o repasse de recursos dessa natureza. Desde as primeiras ações de resposta (mobilização contingencial e despesas decorren- tes), o Estado atua complementarmente às ações empreendidas pelos Municípios e, dependendo do volume de danos e prejuízos constatados, as demandas serão direcionadas para o apoio tam- bém do Governo Federal. As solicitações ao Estado deverão seguir a regu- lamentação da Defesa Civil (IN Nº 02, de 06 de março de 2019) e o Decreto Estadual nº 127, de 30 de março de 2011, que estabelece as normas relativas à transferência de recursos financeiros do Estado mediante convênio ou instrumento con- gênere. As ações de restabelecimento e recons- trução serão baseadas na transferência de recur- sos financeiros, estabelecido as contrapartidas conforme Decreto Estadual 127/2011 ou norma Estadual que o altere ou o substitua. Caso o Estado tenha dotação orçamentária para absorver tal demanda, o processo será realizado 199 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA a partir da submissão de um Plano de Trabalho, o qual deverá constar as obras necessárias, seus custos estimativos e orçamentos. Após análise técnica e financeira, se aprovado, a Defesa Civil firmará convênio com o Município via Sistema In- tegrado de Planejamento e Gestão Fiscal - SIGEF, que é o sistema oficial de planejamento, orçamen- to, finanças e contabilidade do Estado de Santa Catarina. Para reabilitação, o ente beneficiário deverá apresentar plano de trabalho ao órgão res- ponsável pela transferência dos recursos no prazo máximo de 30 (trinta) dias da ocorrên- cia do desastre. Para recuperação/recons- trução, o ente beneficiário deverá apresentar plano de trabalho ao órgão responsável pela transferência dos recursos no prazo máximo de 90 (noventa) dias da ocorrência do desas- tre. Para solicitar recursos à União, deve-se respei- tar a legislação vigente, a qual corresponde à Lei 12.983/2014 e Portaria MI n° 624/2017, que es- tabelece as diretrizes para solicitações que visam ações no âmbito da prevenção e recuperação. Salienta-se que as solicitações encaminhadas ao governo federal são realizadas dentro do Sistema Integrado de Informação sobre Desastres - S2ID, com exceção das ações de prevenção que são encaminhadas por meio físico, direto para a Se- cretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional - SEDEC/ MDR. Desse modo, pelo S2ID são realizadas soli- citações para ações de resposta, organizadas em Formulário de Solicitação de Recursos Federais - FSRF e repasse via Cartão de Pagamento de De- fesa Civil - CPDC, e para ações de recuperação, as quais são organizadas em Plano de Trabalho e Relatório de Diagnóstico, que por sua vez têm repasses via transferência direta para conta espe- cífica. Tanto os Formulários de Solicitação de Recursos Federais - FSRF como os Planos de Trabalho - PT precisam demonstrar com clareza o que se pre- tende executar, deixando evidenciado por meio de relatório fotográfico os danos causados pelo evento e, por intermédio do PT a apresentação dos custos estimados em conformidade com as tabelasoficiais de referência (SICRO e SINAPI). No S2ID é possível elaborar o Formulário de So- licitação de Recursos Federais - FSRF (resposta) antes do reconhecimento, mas o sistema não per- mite encaminhar para análise, somente elaborar e salvar, enquanto que o Planos de Trabalho - PT de recuperação, somente após o reconhecimento que o sistema habilitará o ambiente para sua ela- boração. Diante do exposto, para cada fase do ciclo de De- fesa Civil (prevenção/mitigação, resposta e recu- peração) existe um Plano de Trabalho específico a ser encaminhado, visto que cada fase tem seu tempo e sua urgência, cada uma delas precisa de uma documentação específica e para cada fase há procedimentos, prazos e informações diferen- ciadas e ambiente para sua elaboração. O prazo para solicitação de ações de recupe- ração, de acordo com a Lei 12.608/2012, é de 90 (noventa) dias a contar da ocorrência do desastre. Vale ressaltar ainda que as solicita- ções são possíveis de serem realiza- das somente após o homologação da situação de emergência ou estado de calamidade pública pelo Estado, para solicitação de recursos estaduais, ou reconhecimento pela União, para soli- citação de recursos federais, principal pré-requisito para análise da solicita- ção. 200 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 4. CARTÃO DE PAGAMENTO Você sabe para que serve e como utilizar o Cartão de Pagamento de Defesa Civil - CPDC em caso de respostas a desastre? É sobre este tema que vamos abordar agora. Imagem 113 - Cartão de Pagamento Defesa Civil Após o reconhecimento do decreto de Situação de Emergência - SE ou Estado de Calamidade Públi- ca - ECP pela União, o município pode solicitar ao Governo Federal recursos para ações de respos- ta. O primeiro passo para recorrer à União come- ça na preparação municipal (antes da ocorrência de um desastre), quando os gestores devem abrir uma conta específica e providenciarem o Cartão de Pagamento de Defesa Civil - CPDC junto a uma agência do Banco do Brasil (caso haja dúvidas para abertura da conta, basta solicitar ao gerente que entre em contato com a superintendência do banco). Somente por intermédio do CPDC que serão re- passados os recursos financeiros federais desti- nados às ações de resposta aos desastres, (so- corro, assistência humanitária e restabelecimento dos serviços essenciais). Diante dessa formata- ção, vale ressaltar que esse mecanismo foi con- cebido com dois grandes objetivos: 1) Acelerar o repasse de recursos para a execu- ção de ações de resposta aos municípios com SE ou ECP reconhecida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil; 2) Conferir transparência e controle social na utili- zação desses recursos. a) Facilidade de controle pelo acompanhamento de extratos detalhados, em que é possível a verifi- cação de quem gastou, onde gastou, quanto gas- tou; b) O responsável pelos recursos no município/ estado, o MDR e a CGU podem acompanhar os gastos “on-line” e a SOCIEDADE mensalmente (quando publicado no Portal da Transparência do Governo Federal). Não há saque em espécie. Para que todas as tran- sações sejam registras no sistema Não há talão de cheque. Não há transferência entre contas. Legislação, procedimentos e apli- cação dos recursos De acordo com a Portaria MI nº 607 / 2011: Art. 10. Para a abertura da Conta de Relacionamen- to, o Representante Legal da Unidade de Governo deverá realizar seu cadastramento na agência de relacionamento da instituição financeira respon- sável pela emissão do CPDC, onde apresentará os seguintes documentos: I - Contrato do Cartão de Pagamento de Defesa Ci- vil; II - Proposta de Adesão ao CPDC; III - Cadastro de Centro de Custos ; IV - Cadastro do(s) Porta- dor(es); V - Inclusão de Representante Autorizado (se for o caso), para cada Centro de Custos; e VI - Cartões de autógrafo para o Representante Legal e Representante(s) Autorizado(s). Parágrafo Único. Após a formalização do CPDC, o ente federado beneficiário deverá comunicar à Se- cretaria Nacional de Defesa Civil o CNPJ da Uni- dade de Governo, o número da agência, da Conta de Relacionamento, e o número identificador do(s) Fonte: Google 201 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Centro(s) de Custos, fornecidos pela instituição fi- nanceira. De acordo com o Decreto nº 7.257 / 2010: Art. 9º-A. O pagamento das despesas realizadas pelo ente beneficiário com os recursos transferi- dos pelo MI para a execução das ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de ser- viços essenciais será efetuado por meio do Cartão de Pagamento de Defesa Civil – CPDC. O CPDC: Não é usado para ações de reconstru- ção nem para ações de prevenção, portanto, as aquisições com o CPDC de bens e serviços rela- cionadas à resposta aos desastres, como qual- quer outra aquisição pela administração pública, devem observar a Lei Federal nº 8.666, de 1993, que trata de Licitação e Contratos. Assim, igual tratamento deve ser dado para as despesas com cartão CPDC, há que se empenhar antes de com- prar, como estabelece a Lei nº 4.320/1964, do Di- reito Financeiro e Orçamento. Pela mesma razão, nas aquisições devem ser retidos os tributos na forma da lei, segundo a Lei Federal nº 5.172/1966, Código Tributário Nacional e legislação tributária do município. Os gastos com o CPDC poderão ser realizados em locais credenciados pela bandeira do cartão, por meio de terminais de compras e maquinetas manuais. Imagem 114 - Maquineta Sobre os fornecedores A situação ideal é que o órgão de Proteção e De- fesa Civil oriente, com antecedência, os fornece- dores locais sobre os procedimentos do Cartão CPDC. Os fornecedores deverão ser informados sobre a proposta de preço. O órgão de Proteção e Defesa Civil deverá obter três propostas de preços e guardá-las por até 5 anos depois da aprovação da prestação de contas. Aquisições emergenciais Em aquisições emergenciais, nos casos de SE e ECP, a iniciativa recomendável é a Adesão à Ata de Registro de Preço, por ser o procedimento mais ágil, resultante do Sistema de Registro de Preços - SRP. Os órgãos estadual e municipal de Proteção e Defesa Civil devem saber que nos casos de SE ou ECP, a licitação é ‘dispensável’ (inciso IV, Art. 24, da Lei nº 8.666/1993), mas a regra geral é a licitação. Algumas considerações - O pagamento deve ser efetuado durante a vigên- cia do instrumento, conforme definido na portaria que autorizou a transferência dos recursos; - É necessária a atualização de dados, quando houver alteração do representante legal e/ou do representante por ele autorizado ou dos portado- res; - A conta do CPDC é exclusiva para movimentação de recursos federais. Os recursos obtidos de ou- tras fontes deverão ser depositados e movimen- tados em outras contas; - A base legal do CPDC não alterou a Lei Federal nº 4.320/64, nem o Decreto Federal 93.872/86. O Cartão é apenas uma forma de pagamento. Quan- do os recursos federais forem repassados, o ente beneficiado deverá providenciar a ‘apropriação de receita’ para integralizar esses recursos no seu or- çamento. Sem esse procedimento, não se pode executar os estágios obrigatórios da despesa (Lei Federal nº 4.320/64): empenho, liquidação e pa- gamento. Fiscalização Para fiscalizar as aquisições pagas com o cartão CPDC, é importante que se tenha um agente de Proteção e Defesa Civil atento aos seguintes as- Fonte: Google 202 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL pectos: • Fiscalização da entrega dos bens adquiridos e a execução dos contratos de prestação de serviços. • Exigência de que a contratada arque com todas as despesas decorrentes de obrigações trabalhis- tas relativas a seus empregados, evitando a res- ponsabilização subsidiária da entidade pública. • Verificação dos documentos comprobatórios de recolhimento estabelecidos na legislação perti- nente. Ao término do prazo de execução das ações,o ente beneficiado deverá prestar contas, como apresentado a seguir. Prestação de contas Os processos originados no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2iD deverão ter a prestação de contas inserida no Sistema até 30 (trinta) dias corridos após o término da vigência. Para prestação de contas de recursos federais destinados às ações de resposta aos desastres, o responsável financeiro deverá elaborar e enca- minhar os documentos elencados no art. 14 do Decreto 7.257/2010. Importante informar que alguns estão disponíveis em modelos abaixo e os outros somente para preenchimento no Siste- ma Integrado de Informações sobre Desastres - S2iD, conforme determina a Portaria nº 215, de 04/04/2017, e Portaria nº 24, de 11/01/2018: a. Relatório de execução físico-financeira (preen- chido no S2iD); b. Demonstrativo de execução da receita e despe- sa, evidenciando os recursos recebidos e eventu- ais saldos (preenchido no S2iD); c. Relação de pagamentos e de bens adquiridos, produzidos ou construídos (preenchido no S2iD); d. Relatório fotográfico (preenchido no S2iD); e. Extrato da conta bancária específica (do CPDC) do período do recebimento dos recursos e conci- art. 14 do Decreto 7.257/2010 Portaria nº 215, de 04/04/2017 Portaria nº 24, de 11/01/2018 liação bancária, quando for o caso (anexado no S2iD); f. Comprovante de recolhimento do saldo de re- cursos (Guia de Recolhimento da União - GRU), quando houver (anexado no S2iD); g. Declaração de cumprimento do objeto e atingi- mento dos objetivos (anexado no S2iD). Em caso de recursos liberados para aluguel so- cial ou distribuição de materiais: h. Relação de beneficiários; Em caso de uso de materiais: i. Declaração de recebimento e distribuição de materiais de assistência humanitária (anexado no S2iD); j. Declaração de recebimento e distribuição de materiais para telhados (anexado no S2iD); Em caso de obra emergencial ou serviço de en- genharia: k. Cópia do Termo de Aceitação Definitiva (anexa- do no S2iD); Mesmo que os recursos federais transferidos se- jam empregados com o uso do Cartão CPDC, é necessário guardar todos os comprovantes das despesas, mas não são enviados à SEDEC/MI. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7257.htm http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=06/04/2017&jornal=1&pagina=40&totalArquivos=72 http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/1742480 203 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 5. IMPLICAÇÕES JURÍDICAS ÀS DISPOSIÇÕES LEGAIS EM CIRCUNSTÂNCIAS DE DESASTRES A declaração de uma situação emergencial ne- cessita de amparo legal e incide, como dissemos, em responsabilidades do Poder Público Munici- pal, Estadual e Federal. No entanto, o ato jurídico perfeito possui diversas implicações, tanto para a administração pública, como para os particulares. As principais implicações jurídicas decorrentes de uma decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública são: Crédito Extraordinário: À luz do art. 167, § 3º da CF/88, ao poder público, em SE ou ECP, é permitida a abertura de crédito extraordinário para atendimento às despesas im- previsíveis e urgentes. Independe de prévia autorização legislativa e sua abertura se dará por meio de Decreto do Poder Executivo ou por Medida Provisória (com ime- diata remessa ao Poder Legislativo). Independe, também, de indicação de recursos, todavia é obri- gatória a indicação de limite, que deve constar no decreto de sua abertura. Sua vigência se dá durante o exercício em que foi aberto, podendo ser prorrogado para o exercício seguinte, desde que autorizado em um dos últi- mos quatro meses do exercício financeiro sendo, neste caso, expressamente previsto em Lei. Empréstimo Compulsório Conforme previsto no art. 148, inciso I, da CF/88, é permitido à União instituir empréstimo compul- sório em virtude de um desastre que resulte em decretação de SE ou ECP, que venha a fragilizar substancialmente o erário público. A despesa de- verá ser devidamente comprovada, pois a aplica- ção do recurso deve ser condicionada à despesa que a fundamentou. Ressalta-se que a competência para instituir em- préstimo compulsório é da União e, conforme o disposto no art. 15, inciso II, da Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966, ele poderá ser instituído nos casos de decretação de ECP que exija auxílio federal, impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis. Importante destacar, também, que a instituição de empréstimo compulsório se dá através de Lei Complementar, mas a regra geral para a institui- ção de tributos é a Lei Ordinária. O rigor formal da Lei Complementar, exigido pela Constituição, visa evitar abusos na sua instituição. Imposto Territorial Rural - ITR O ITR, previsto no art. 29 do Código Tributário Na- cional, é um imposto de competência da União, sobre a propriedade territorial rural (devidamente delimitada pelo município). Com fulcro no art. 13, do Decreto n° 84.685, de 06 de maio de 1990, que regulamenta a Lei n° 6.746, de 10 de dezembro de 1979, há a previsão da redução do ITR nos casos de intempéries ou calamidades. Salienta-se que no próprio decreto deverá estar especificado o tempo de duração da redução e a área afetada pelo desastre. O percen- tual de redução poderá ser de até 90% (noventa por cento). Prazos Processuais Conforme preconiza o Código de Processo Civil, em seu art. 218, do Código de Processo Civil/2015 “os atos processuais realizar-se-ão nos prazos 204 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a comple- xidade da causa”. Permitindo liberalidade para a prorrogação e suspensão dos prazos processuais, em casos de decretação de situação emergencial, sempre fundamentando o motivo que ensejou, ou seja, pela complexidade da causa. Ainda com fulcro no art. 222, do Código de Pro- cesso Civil/2015 tem-se a permissão expressa para que o juiz possa prorrogar quaisquer prazos, nas comarcas onde encontrar dificuldade com transportes. O prazo de 60 dias poderá ser exce- dido em caso de calamidade pública, pois, devido à situação emergencial, os prazos legais se torna- ram impraticáveis. Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF Art. 65, da Lei Complementar n° 101, de 04 de maio de 2000. Permite abrandamento de prazos ou de limites por ela fixados. Desta forma, é possível aumentar os gastos de despesas com pessoal no período de final de mandato em decorrência de ECP, bem como a recondução da dívida dos Estados junto à União. Destarte, respeitando o ordenamento constitucio- nal, pode-se perceber que a LRF, auxilia o respon- sável pela Administração Pública a justificar o não cumprimento das metas fiscais. Reconhecida a SE ou ECP, conforme art. 65, da Lei Complementar n° 101, de 04 de maio de 2000, ao estabelecer normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, permite abrandamento de prazos ou de limites por ela fi- xados. Licenciamento Ambiental Inegavelmente, as tragédias serviram de substra- to inicial para o desenvolvimento da preocupação com o meio ambiente. A soma de tais aconteci- mentos confluiu para uma chamada de atenção especial em busca do cuidado pela vida humana e pelo meio que a abriga. O art. 4º, § 3º, inciso I, da Resolução 369, de 28 de março de 2006, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, dispõe sobre os casos ex- cepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente - APP. Neste caso, tem-se uma exceção para a solicitação de auto- rização de licenciamento ambiental em áreas de APP, nos casos de atividades de Defesa Civil, de caráter emergencial. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -FGTS O FGTS, conforme preconiza o Decreto nº 5.113, de 22 de junho de 2004, que regulamenta o art. 20, inciso XVI, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, se atem para a liberação do benefício. O art. 1º, § 3º, destaca que a solicitação de movimentação do FGTS será admitida até 90 dias da publicação do ato de reconhecimento de SE ou ECP. Atenta-se que somente poderá requerer o bene- fício a população residente em área afetada por desastre, devidamente mencionada e delimitada pelo Decreto Municipal que declara a situação emergencial. Além disso, esse decreto deve, obri- gatoriamente, ser reconhecimento pelo Governo Federal, por meio de Portaria do Ministro da Inte- gração Nacional. Cometimento de Crimes em Situa- ção Emergencial Em face da garantia constitucional de individuali- zação da pena, o juiz, para aplicar ao condenado a pena mais adequada ao caso concreto, deve le- var em consideração todas as circunstâncias do crime. A aplicação da pena possui circunstâncias legais que a agravam, conforme disposto no art. 61, in- ciso II, alínea “j” do Decreto Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940, ou seja, são circunstâncias agravantes de pena, o cometimento de crime em 205 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA ocasião de inundação ou qualquer calamidade. Benefícios Agrícolas Com relação às políticas de incentivos agrícolas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário execu- ta diversos programas para auxiliar a população atingida por situações emergenciais em todo o território nacional, como por exemplo, a renego- ciação de dívidas do Programa Nacional de Forta- lecimento da Agricultura Familiar - PRONAF, com o intuito de atender, de forma diferenciada, os pe- quenos produtores rurais que desenvolvem suas atividades mediante emprego direto de sua força de trabalho e de sua família. Visando atender aos pequenos e médios produ- tores o Ministério da Agricultura, através do Pro- grama de Garantia da Atividade Agropecuária - PROAGRO, garante a exoneração de obrigações financeiras relativas à operação de crédito rural de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doen- ças que atinjam rebanhos e plantações, na forma estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Essas políticas, além de auxílio financeiro, buscam a valorização do produtor rural, além de proporcionar ao país maior oferta de ali- mentos. Estimulam também a permanência do agricultor no campo, com mais dignidade e qualidade de vida, evitando o êxodo rural e consequentemente a concentração em áreas de riscos, nas grandes cidades. Imposto sobre Circulação de Mer- cadorias e Prestação de Serviços - ICMS O ICMS, previsto no art. 155, inciso II, § 2°, inci- sos I a XII, e §§ 3° a 5° da CF/88, bem como na Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1993, dispondo sobre operações relativas à circu- lação de mercadorias e sobre prestações de ser- viços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, é o imposto mais importante para os Estados e o Distrito Federal, responsável pela maior parte da arrecadação entre todos os tributos de sua competência. Neste sentido, em decorrência de catástrofes climáticas, é possível a prorrogação do prazo de recolhimento do ICMS. Poder de Polícia A Constituição Federal de 1988, bem como le- gislações infraconstitucionais, conferem aos ci- dadãos uma série de direitos. Entretanto, o uso da liberdade e da propriedade sofrem limitações quando, contrários à realização dos objetivos pú- blicos, ensejam a aplicação do Poder de Polícia, que se constitui em uma faculdade que dispõe a Administração Pública para condicionar e restrin- gir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade. Requisição Administrativa A requisição administrativa pode ter como objeto uma gama considerável de bens e serviços, va- riando de acordo com a necessidade e as circuns- tâncias que visem atender ao interesse público em detrimento do particular. Existem situações em que Administração Pública pode e deve lançar mão de bens e serviços par- ticulares para atender necessidades urgentes de determinada coletividade e, nesse sentido, o ins- tituto da Requisição Administrativa se apresenta como uma dessas possibilidades para a Defesa Civil, nos casos de desastres que acabam por co- locar em risco ou perigo iminente a população (EMERIM, 2011, p. 32). Desapropriação O art. 5º, da Constituição Federal de 1988, asse- gura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país o direito de propriedade, observada a fun- ção social ao qual o bem se destina. Todavia, a propriedade atenderá à função social, e própria CF/88, em seu art. 5º, inciso XXIV, estabe- lece procedimentos para desapropriação nos ca- 206 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL sos de necessidade ou utilidade públicas, ou por interesse social, mediante justa e prévia indeniza- ção. Silva (2001, p. 288) afirma que a propriedade “só é legítima enquanto cumpra uma função dirigida à justiça social”. A justiça social é uma construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva. Responsabilidade Civil do Estado O agente público investido da função pública, caso venha causar danos e prejuízos a terceiros, quer por ação ou omissão, compromete o Estado a uma obrigação legal de reparar os danos sofri- dos por esses terceiros. A responsabilidade civil do Estado, conforme Gas- parini (2009, p. 913), pode ser definida como sen- do “a obrigação que se lhe atribui de recompor os danos causados a terceiros em razão de compor- tamento unilateral comissivo ou omissivo, legítimo ou ilegítimo, material ou jurídico, que lhe seja im- putável”. Neste sentido, a Administração tem seus limites freados pela Constituição Federal, a qual estabe- lece regras para que o agente público desempe- nhe suas funções de forma a respeitar os direitos individuais, evitando-se, assim, eventuais prejuí- zos ao Estado por conta de possível indenização devida ao cidadão lesado (EMERIM, 2011, p. 52). A responsabilidade civil por ato comissivo do agente público, peculiaridade da responsabilida- de civil objetiva do Estado é fundamentada no art. 37, § 6º da CF/88, sendo excludentes ou atenuan- tes da responsabilidade objetiva do Estado a for- ça maior e a culpa da vítima. Dispensa de Licitação As contratações da Administração Pública para a aquisição de bens e a execução de serviços e obras devem ser realizadas por meio de processo licitatório. No entanto, quando existem razões de relevante interesse público, a lei permite o afasta- mento desse processo. Esta ressalva ao dever de licitar encontra guarida em nossa Magna Carta de 88, em seu art. 37, inci- so XXI, que traz em sua redação “ressalvados os casos especificados na legislação”. Assim, a auto- rização legal para a contratação direta encontra sustentação na Constituição Federal, e os casos em que são permitidos, elencados na própria Lei Federal nº 8.666, de 23 de junho de 1993, Lei esta que regulamenta as licitações e contratos e, con- sequentemente, as exceções ao processo licitató- rio, abordando assim, a licitação dispensável. Entre as hipóteses legais de licitação dispensável, tem-se a fundamentada na emergência, conforme art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, cujo qual possibilita a contratação dire- ta, segundo critérios de oportunidade e conveni- ência. Art. 24. É dispensável a Licitação: [...] IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendi- mento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou cala- mitosa e para as parcelas de obras e serviçosque possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calami- dade pública, vedada a prorrogação dos respecti- vos contratos. A licitação dispensável é um procedimento que não exige o cumprimento de etapas formais impres- cindíveis ao procedimento licitatório, entretanto em observância aos princípios da Administração Pública, ou seja, aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da eficiência e mais ao da improbida- de administrativa, deve cumprir certas formalida- des, instaurando um procedimento administrativo 207 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA como forma de possibilitar o controle interno, ju- dicial e social, coibindo assim o abuso de poder e o desvio de finalidade. A dispensa de licitação é formalizada por meio de processo administrativo, com base no art. 26, parágrafo único da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, ou seja, através da caracterização da si- tuação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, a razão da escolha do fornecedor ou executante e a justificativa do preço. A contratação direta deverá objetivar a eliminação do risco de prejuízo. Ressaltando que a demora no atendimento poderá incidir em sacrifício de va- lores tutelados pelo ordenamento jurídico, assim, busca-se evitar danos irreparáveis. Esta emergência deve ser respaldada em situa- ção real, decorrente de fato imprevisível e, quan- do previsível, não possa ser evitado. Desta forma, para se caracterizar uma licitação dispensável é necessária a observância de alguns requisitos, como a demonstração da situação emergencial, a concreta e efetiva potencialidade do dano e a ur- gência no atendimento, buscando assim saná-la e minimizá-la, sendo a via adequada a contratação direta. Entretanto, não basta apenas ter urgência em firmar o contrato, mas sim urgência na execu- ção do objeto contratual. Somente uma resposta rápida e eficiente poderá surtir o efeito almejado, para resguardar o interesse público. Todavia, a emergência apenas autoriza a licitação dispensável em caso específico, ou seja, para o atendimento da situação emergencial ou calami- tosa, sendo legítimos os contratos relacionados a esta situação emergencial. Para melhor entendimento, podemos citar como exemplo, a aquisição de cobertores para atender aos atingidos em uma enxurrada, e que se encon- tram em abrigos. Sabe-se que são necessários 400 (quatrocentos) cobertores, todavia a Admi- nistração Pública, com a proximidade do inverno, resolve adquirir 1.000 (mil) cobertores, pois os que não forem distribuídos serão armazenados e entregues na campanha do agasalho no inverno. Por meio do processo de dispensa de licitação de- vem ser adquiridos somente 400 (quatrocentos), não usando a situação emergencial para burlar o ordenamento jurídico vigente. Também os contratos que estão sujeitos à licita- ção dispensável devem estar devidamente rela- cionados com a situação. Assim, se a situação emergencial se deu em virtu- de de estiagem, não pode a Administração contra- tar empresa para realizar a pavimentação de vias públicas. O objeto do contrato deve ser direcionado para atender ao caso específico ocasionado pela situ- ação emergencial que o ensejou. Nos contratos por emergência, a prorroga- ção do prazo contratual após 180 (cento e oitenta) dias é vedada expressamente pela lei, mas não veda a continuidade da situação emergencial. O prazo de 180 (cento e oitenta) dias é contado a partir da data do decreto de SE ou do ECP, em dias consecutivos e ininterruptos. Assim, não é corre- to afirmar que a duração dos contratos é de 180 (cento e oitenta) dias, pois normalmente a Admi- nistração Pública, mesmo em meio a emergência, leva algum tempo para firmá-lo. Caso a Administração Pública, após a decretação de situação emergencial, leve, por exemplo, 20 (vinte) dias para firmar o contrato, o seu prazo de vigência será, de fato, de 160 (cento e sessenta) dias. Precisa-se atentar para a desídia administrativa, que é sinônimo de falta de planejamento ou da ausência de previsão para necessidades perfeita- mente previsíveis, ou seja, má gestão dos recur- sos públicos. 208 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Os administradores públicos devem realizar uma boa gestão, além da observância aos princípios da Administração Pública. É necessário, portanto, se preocupar com o bom funcionamento da admi- nistração, cumprindo as obrigações que ela tem com os administrados em respeito aos preceitos constitucionais. Salienta-se que nos casos de desídia administra- tiva, há negligência, não urgência, mas mesmo assim se realiza a licitação dispensável, respon- dendo a autoridade omissa, após a devida apura- ção dos fatos. Esta situação pode gerar afronta ao princípio do planejamento, com base no art. 15, §7°, inciso II, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, bem como ao dever de atendimento de metas do programa de governo e da obrigação de ser eficaz, conforme art. 74, I e II da nossa Carta Magna. A realização da dispensa de licitação apresenta procedimentos disciplinados em nosso ordena- mento jurídico, dispensando o formalismo, mas, não o descumprimento de etapas formais. Não é de hoje a grande incidência de municípios catarinenses atingidos por desastres naturais, resultando assim em um elevado número de ho- mologações de Situação de Emergência e ou de Estado de Calamidade Pública. Tendo em vista a magnitude dos desastres e a vulnerabilidade dos nossos municípios, faz-se necessário que o Esta- do os auxilie com ações de socorro, de assistên- cia às vítimas, de restabelecimento de serviços essenciais e de recuperação. Desta forma, a cada dia mais e mais processos de Neste caso, se está diante da chamada “emergência ou urgência fabricada”. A Admi- nistração Pública, não adotando providências cabíveis para a realização de procedimento licitatório com a devida antecedência, acaba gerando a extrema necessidade da contrata- ção direta. Dispensa de Licitação são realizados, muitas ve- zes em meio a verdadeiras tragédias, com o emo- cional abalado, buscando dar agilidade para não ocasionar maiores danos à coletividade, oriundos de um atendimento tardio, mas sempre com o res- paldo da Lei, ou seja, mesmo em meio ao caos de um desastre, impera a Lei. A dispensa de licitação mantém a observân- cia aos princípios da Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade e igualdade. É formalizada por meio de proces- so administrativo, com base no art.26, pará- grafo Único da lei 8.666, de 21 de junho de 1993, desde que caracterizada a situação de emergência ou de calamidade pública que justifique a dispensa, a razão da escolha do fornecedor ou executante e a justificativa do preço. Instrução do Processo de Dispensa de Licitação Diante de um desastre, com a homologação da SE ou do ECP, o Estado avalia se tem condições de atender aos municípios com os recursos pro- venientes de seu Fundo, ou se, necessita solicitar ajuda ao Governo Federal. No caso de recorrer aos cofres públicos da União encaminha Plano de Tra- balho ao Ministério do Desenvolvimento Regional e, após análise da Secretaria Nacional de Defesa Civil, seu pleito é deferido ou indeferido. Mediante portaria uma quantia é despendida e depositada em uma conta aberta exclusivamente para este evento, auxiliando aos municípios atingidos pelo Desastre, por meio do Cartão de Pagamento da Defesa Civil - CPDC. Com a indicação da dotação orçamentária, infor- mando que há previsão orçamentária, é possível contrair despesa, assegurando assim, o pagamen- to do contratado. E neste momento, após análise da solicitação do Prefeito Municipal e deferimen- to do pleito, é deflagrado Processo de Dispensa de Licitação, comfulcro no art. 26, da Lei nº 8.666, 209 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA de 21 de junho de 1993. Após instruir o proces- so, analisar todos os documentos de habilitação, regularidade, proceder a Nota de Empenho, pu- blicação, assinatura do Contrato, emissão da Au- torização de Fornecimento/Ordem de Serviço, fi- nalmente a empresa contratada está autorizada a entregar a mercadoria solicitada ou realizar o serviço no município acometido pelo Desastre. Após análise de toda a documentação é efetuado o pagamento no sistema SIGEF (Sistema Integra- do de Planejamento e Gestão Fiscal) pela Defesa Civil de Santa Catarina, respeitando o calendário fixado pela Secretaria de Estado da Fazenda. Entretanto, para a realização do pagamento em si, é realizada primeiramente a certificação da des- pesa, em seguida a liquidação, depois a prepara- ção de pagamento, a preparação de pagamento de INSS e a preparação de pagamento de ISS e finalmente o pagamento, gerando o número da ordem bancária, culminando com a sua transmis- são via sistema. Com a realização do pagamento é emitida a or- dem de pagamento para comprovação do mes- mo. Esta e o restante da documentação relativo a cada pagamento são organizados e arquivados nos respectivos processos. Ressaltamos ainda que, no site da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina é possível realizar a consulta sobre os pagamentos realizados. Como bem destacado, o procedimento da dispen- sa de licitação elenca uma série de documentos com o intuito de ser um processo que atente ao interesse público em observância aos preceitos constitucionais. Ao apresentar algumas implicações jurídicas en- sejadas pela decretação de SE ou de ECP, preten- de-se evidenciar a necessidade de o Poder Pú- blico Municipal ter responsabilidade, pois esta flexibilização não permite desvios ou abusos, e sim tão somente despende atenuação no forma- lismo, para responder ao desastre com agilidade e eficácia, dentro do menor tempo possível, para O credor pode consultar se o paga- mento foi realizado no site da Defesa Civil no link ‘Pagamentos Credores’. que danos e prejuízos sejam sanados. Ante o exposto, conhecer as ações de Defesa Civil demanda uma grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, um gesto de cidadania, mas sempre sob o manto da Lei. Licitações e Contratos: Responsa- bilidade dos Administradores No que se refere a responsabilidade dos adminis- tradores quanto à inobservância dos preceitos le- gais e as penas aplicáveis aos gestores, previstas na Lei de Licitações e Contratos, elenca-se o art. 89, que estabelece expressamente, in verbis: Art. 89 Dispensar ou inexigir licitação fora das hi- póteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibi- lidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e mul- ta. O administrador deve ter muita cautela ao dispen- sar uma licitação, haja vista que será punido não somente ao contratar sem amparo legal, mas tam- bém em inobservância as formalidades exigíveis no art. 26 da Lei nº 8.666, de 23 de junho de 1993. É importante reforçar o entendimento, que se o fornecedor ou prestador de serviços concorrer para a ilegalidade sofrerá pena semelhante à apli- cada ao administrador. Salienta-se que com o ad- Imagem 115 - Detenção 210 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL vento desse diploma legal, passou a existir uma maior preocupação com os procedimentos que devem ser adotados para a realização da contra- tação direta. A contratação direta com base na emergência, efetivada de modo diverso ao legal- mente estabelecido, sem a devida observância dos requisitos necessários, atenta contra o orde- namento jurídico e gera imensuráveis prejuízos à coletividade. A inobservância dos princípios constitucionais do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e art. 3°, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, pode- rá, tipificar ato de improbidade administrativa. A vigente estrutura da contratação impõe ainda ao ordenador de despesa, em qualquer nível, quer como autoridade competente ou superior, a ob- servância das diretrizes da Lei de Responsabilida- de Fiscal, conforme preconiza o art. 1°, §1°, da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. O objetivo da lei é evitar fraudes e abusos. Ante o exposto, é preciso zelar pela correta aplica- ção do dinheiro público, neste momento em que a população está fragilizada com o desastre, de- ve-se agir com ética, moral, em observância aos preceitos constitucionais. A inobservância dos princípios cons- titucionais e da Lei nº 8.666 poderá tipificar ato de improbidade adminis- trativa. 211 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 6. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL: ALUGUEL SOCIAL, FUNDO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL, CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA E PLANO DE AUXÍLIO MÚTUO Oportuno destacar, que no momento de normali- dade, as Prefeituras Municipais deveriam concen- trar esforços para legislar sobre o Aluguel Social e sobre o Fundo Municipal de Proteção e Defesa Civil. Considerando-se o número de desabriga- dos e desalojados, bem como a necessidade de reconstrução de novas residências para os atingi- dos pelas intempéries, poderá o agente público se deparar com necessidades que demandem, por um período considerável de tempo, o alojamento provisório de munícipes que perderam sua mora- da. Tal despesa, em regra, soa como estranha aos gastos públicos, contudo, atendidos uma série de requisitos, poderá haver a legitimação de dispên- dios dessa natureza. Para tanto, será necessário demonstrar: a. Que o assistido tinha residência própria no Mu- nicípio que pretende subsidiar total ou parcial- mente o aluguel; b. Que não há condições de alojar o necessitado em abrigos coletivos; c. Que o assistido não tem como se asilar em casa de parentes ou amigos; d. Que o assistido não tem condições de arcar com as despesas de aluguel, por possuir recursos insuficientes ou estar desempregado. Além desses critérios, deverá o Conselho Munici- pal de Defesa Civil ou Secretaria Municipal de As- sistência Social realizar cadastramento e seleção dos mais vulnerabilizados para apurar aqueles que se enquadram nos casos em que se faz imperioso para o Município subsidiar integral ou parcialmen- te o custeio de aluguel para seus desabrigados. O Tribunal de Contas do Estado teceu algumas orientações frente à SE ou ECP, para auxiliar a Ad- ministração Pública, para atuar com estrita obser- vância constitucional. A situação de emergência ou o estado de calami- dade pública são motivos de contratação tempo- rária de pessoal. Em conformidade com o dispos- to no art. inciso 37, inciso IX, da CF, a contratação temporária de servidores para atender à necessi- dade de excepcional interesse público requer lei específica municipal autorizando. Há duas situações em que servidores de um Mu- nicípio podem trabalhar em auxílio ao Município em estado de calamidade ou situação de emer- gência: a) Em conformidade com a Lei Estadual nº 10.925 de 22 de dezembro de 1998, artigo 6º, III, “a”, a deficiência de pessoal para prestar serviços em Município em situação de emergência ou estado de calamidade, havendo a requisição, o servidor poderá ser liberado de suas atividades para atuar em outro Município. b) Mediante ato formal (decreto, portaria) da au- toridade administrativa competente, que autorize o servidor a prestar serviços temporariamente ao Município em situação de emergência ou cala- midade pública; expresse os motivos; o prazo; e assegure a remuneração do servidor, de forma a legitimar o seu afastamento remunerado do exer- cício de seu cargo, emprego ou função, naquele período. É possível aumentar os gastos com pessoal no período de final de mandato em decorrência de 212 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL estado de emergência ou de calamidade públi- ca, de acordocom o Prejulgado 1252 do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, estariam fora da vedação constante do art. 21, parágrafo único, da Lei de Responsabilidade Fiscal, os atos que visam exclusivamente à solução dos proble- mas causados pela situação emergencial ou cala- mitosa. Também é possível um Município não atingido pe- las intempéries, emprestar veículos e máquinas como ambulância, embarcação, trator, caminhão, para utilização por Município prejudicado e que se encontra em situação de emergência ou estado de calamidade pública, bem como abastecê-los, inclusive os emprestados por particulares, órgãos e entes públicos. Contudo, deverá o Município proceder ao cadastramento desses maquinários para autorizar o abastecimento e fazer prova de que os mesmos estão a serviço do Município para legitimar a despesa, mediante a apresentação de documento formal de seu recebimento. Desse modo, sugere-se a regulamentação da Lei de Au- xílio Mútuo entre os municípios, conforme prática já realizada na região de Maravilha, Joinville entre outras. É permitido ao Município em situação de emer- gência ou Estado de calamidade custear despe- sas com alimentação de voluntários, procedendo o cadastramento dos voluntários para autorizar o fornecimento de refeição e fazer prova de que os mesmos estão a serviço do município para legiti- mar a despesa. 213 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 7. PATRIMÔNIO De acordo com Márcia Frazão, o conceito clássico do termo patrimônio, utilizado pela contabilidade, é o conjunto de bens, de direitos e de obrigações de uma pessoa física ou jurídica. Este conceito re- laciona outros três conceitos quais sejam: - Bens: tudo o que possui valor econômico e que, por isso, pode ser convertido em dinheiro, como equipamentos e imóveis; - Direitos: todos os recursos que estão sob posse de terceiros, como valores a receber por vendas a prazo; - Obrigações: envolve tudo aquilo que precisa ser pago, como valores de empréstimos e contas de consumo. Além de serem essenciais nas operações de uma organização, é fundamental zelar pelo seu patri- mônio, em especial quando se trata de Patrimônio Público. Clique aqui para ler a lei na sua ínte- gra. de todos os profissionais e cidadãos que devem conservar e fazer intervenções nos bens da insti- tuição, sempre que necessário. Existem diversas maneiras de zelar pelo patrimô- nio e a seguir alguns desses métodos de como cuidar melhor dos bens patrimoniais de sua orga- nização serão mencionados: 1. Manutenção dos bens - seja para aumentar a vida útil, seja para o seu funcionamento normal, garantindo que não coloque em risco toda a pro- dução. Existem também as manutenções progra- madas e exigidas por normas de segurança para atender a padrões de qualidade. A manutenção de um bem pode permitir certa recuperação da sua capacidade, recuperando também parte dos investimentos feitos anteriormente. Muitas vezes, evita-se gastos desnecessários com aquisição antecipada de ativos. Por essas razões, a manu- tenção é o primeiro tópico da lista de como zelar pelo patrimônio da organização. 2. Reparação dos bens - é capaz auxiliar no re- torno da sua capacidade normal. Está relacionada ao conserto ou modificação de parte do equipa- mento ou de suas peças, que sofreram alguma falha ou dano por causa de problemas técnicos. Tanto a manutenção, quanto a reparação, são ma- neiras de zelar pelo patrimônio que evitam que a organização aumente o descarte dos seus bens, pois, possibilitam que o mesmo atinja sua vida útil econômica total estimada.Dessa forma, além de diminuir gastos com novas aquisições, a orga- nização também estará reduzindo a produção de lixo, contribuindo para o meio ambiente. 3. Seguros- os seguros de ativos imobilizados são serviços contratados como forma de assegu- rar os cuidados com o patrimônio e garantir sua reposição em caso de danos materiais, incêndios, explosões e alagamentos, roubo, furto, entre ou- tros. Quando os bens tiverem cobertura de seguro e esses forem perdidos ou danificados em decor- Pode-se definir Patrimônio Público como o conjunto de bens e direitos que pertence a todos e não a um determinado indivíduo ou entidade, ou ainda o conjunto de bens à dis- posição da coletividade. A Lei nº 6.513, de 1977 define patrimônio público, em seu artigo 1°, parágrafo 1°, como o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta ou indireta. Esses bens públicos, de acordo com o Código Ci- vil, são, entre outros, os rios, mares, estradas, ruas e praças (bens de uso comum do povo). Embora que parte desse patrimônio sofra com a redução da parcela de sua funcionalidade, des- gastando e perdendo capacidade com o passar do tempo (obsolescência física-funcional), cuidar do patrimônio público e da organização é tarefa http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6513.htm#art33 214 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL rência de sinistro, a organização estará resguar- dada com a indenização que receberá da segu- radora. Esta indenização será contabilizada como receita não operacional, enquanto o bem perdi- do em decorrência do sinistro, será considerado como ganho ou perda de capital. 4. Furtos/desvios - sem um controle do patrimô- nio adequado, furtos e desvios dos bens podem ocorrer. Para reverter esse cenário, é necessário aumentar a rigidez em relação ao controle e mo- nitoramento do patrimônio. Além disso, com um bom controle dos ativos é possível criar uma cul- tura de cuidado com o patrimônio, fazendo com que cada responsável pelo seu setor, fique mais atento. Dessa forma, deve-se estar atento e zelar pelo patrimônio da empresa, evitando os furtos e desvios. 5. Compras desnecessárias - Com um bom con- trole patrimonial é possível ter conhecimento dos seus bens no tempo presente. O inventário patri- monial de ativos imobilizados é um bom meca- nismo de controle e pode auxiliar a não realizar compras desnecessárias, pois é neste processo que ocorre a relação entre os bens, suas carac- terísticas técnicas e local em que se encontram. Assim, reconhecendo seus bens, é possível deci- dir se há necessidade de compra ou não, evitando o desperdício de recursos e melhorando a utiliza- ção dos mesmos, sem que ocorra compras des- necessárias. 6. Controle patrimonial - é o processo de conheci- mento e monitoramento do patrimônio, fornecen- do relatórios com informações estratégicas para os gestores e para a contabilidade. Realizar con- trole patrimonial significa que a organização está zelando pelo seu patrimônio, por meio da realiza- ção de: inventário; avaliação dos ativos; revisão das vidas úteis dos imobilizados; determinação das novas taxas de depreciação. Toda organização deve zelar pelo patrimônio seja por meio de: manutenções, reparos, seguros, con- trole patrimonial. Aprender como cuidar melhor dos bens patrimoniais, evitará prejuízos com fur- tos, desvios e compras desnecessárias. 215 DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Recapitulando Nesta Lição você estudou: - Administração Pública: importante considerar em todas as ações os princípios que norteiam o bom desempe- nho das atividades no setor público. Estão presentes no Art. 37, da Constituição Federal de 1988 e condicionam o padrão que as organizações administrativas devem seguir. Os princípios são: legalidade, impessoalidade, morali- dade, publicidade e eficiência. - Recursos Financeiros: aborda recursos disponíveis a nível Federal, Estadual e formas de repasse. - Planos de Trabalho para Solicitação de Recursos: para que o município possa conseguir recursos financei- ros para investir em ações de prevenção, de resposta, reabilitação e restabelecimento é necessário a elaboração de um plano de trabalho detalhado. - Cartão de Pagamento: desenhadopara facilitar o dia a dia dos órgãos da administração federal, autárquica e fundacional no pagamento de bens, serviços e despesas autorizadas. Permite total acompanhamento das despe- sas realizadas com os recursos do governo, facilita a prestação de contas e oferece maior segurança às operações - Implicações Jurídicas às Disposições Legais em Circunstâncias de Desastres: declarar situação de emergência e/ou de calamidade é uma grande responsabilidade do gestor público uma vez que gera implicações jurídicas dentre as quais menciona-se: crédito extraordinário, empréstimo compulsório, Imposto Territorial Rural, Prazos processuais, Lei de Responsabilidade Fiscal, Licenciamento Ambiental, FGTS, Cometimento de Crimes em Situação Emergencial, ICMS Pode de Polícia, Requisição Administrativa, Desapropriação, Responsabilidade Civil do estado, Dispensa de Licitação. - Legislação Municipal: no momento de normalidade as prefeituras deveriam concentrar esforços em legislar sobre aluguel social, Fundo Municipal de Proteção e Defesa Civil, contratação temporária e Plano de Auxílio Mútuo. - Patrimônio: o cuidado com o patrimônio público é fundamental porque trata-se de um conjunto de bens que pertencem ao domínio do Estado e que se institui para atender a seus próprios objetivos ou para servir à produção de utilidades indispensáveis às necessidades coletivas. Conforme prescrito na Lei Federal nº 4.320/64, Art. 94, de- verá haver registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação de elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração. Com a Lição 4, chegamos ao final das Lições e do nosso Curso de Proteção e Defesa Civil. Ao chegarmos ao final do Curso de Proteção e Defesa Civil, almejamos que você tenha se apropriado das ideias e das discussões propostas no conteúdo desse livro. Destacamos que essa formação foi organizada para que houvesse um espaço de discussão, no qual pudésse- mos elencar a importância do seu papel, das suas atribuições e das suas responsabilidades como gestor muni- cipal, atuando de forma eficaz na gestão de riscos e desastres. Os fundamentos compartilhados durante o Curso foram planejados para possibilitar o processo de construção de conhecimento, tendo como foco principal a missão da Defesa Civil que é de coordenar e articular ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação, evitando ou mitigando desastres, com a finalidade de proteger a vida e o patrimônio do cidadão catarinense, estabelecendo, assim, uma sociedade mais resiliente. Desejamos que você tenha gostado do que estudou nesse Curso e que possamos estar juntos em outros mo- mentos. C O N SI D ER A Ç Õ ES F IN A IS DEFESA CIVIL SOMOS TODOS NÓS! RE FE RÊ N C IA S BI BL IO G RÁ FI C A S ABARQUEZ, Imelda e MURSHED, Zubair. Commu- nity-based disaster risk management: field prac - titioners’ handbook. Tailândia: ADPC, 2004. Dis- ponível em: http://www.adpc.net/pdr-sea/ publi- cations/12handbk.pdf. Acesso em: abril de 2014. ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Quí- mica. Manual para Atendimento de Emergências com Produtos Perigosos. Guia para as Primeiras Ações em Acidentes. Departamento Técnico, Co- missão de Transportes. São Paulo, 2011, 6º edi- ção, 340p. ALBINO, L. Contribuições para a Elaboração de Planos Comunitários de Gestão de Risco de De - sastres: estudo de caso da Região dos Baús, Ilho- ta – SC. Monografia do Curso de Especialização em Gestão de Risco de Desastres para o Desen- volvimento Socioambiental – FAED. Florianópolis, 2013, 92p. ANDRÉ, Christophe. A psicologia do medo: como lidar com os temores, fobias, angústias e pânico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. ANTONIO, M. A. Técnica de ajuste em tempo real de medidas de chuva com radar. 156p. Tese (Dou- torado) – Universidade Estadual Paulista, Facul- dade de Ciências Agronômicas – UNESP, Botuca- tu, SP, 1998. ATKINSON, Rita L; ATKINSON, Richard C.; SMITH, Edgard E. e col. Introdução à Psicologia; trad. Da- niel Bueno. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. BAÚ, Lia N. Reconstruindo o emocional: reorde- nar o mundo de quem foi abalado por uma tra- gedia é tarefa da Psicologia. Revista Emergência, Novo Hamburgo, RS, n. 6, p.22-33, dez. 2007. BEAMON, B. M. Humanitarian Relief Chains: Is- sues and Challenges. In: R 34th International Con- ference on Computers and Industrial Engineering, San Francisco, CA, USA. Anais. 2004. BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. 2ª ed. São Paulo: editora 34, 2011. BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odiar; TEIXEIRA, Ma- ria de L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Se- cretaria Nacional de Defesa Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Comunica- ção de riscos e de desastres. Curso a distância / Centro Universitário de Estudos e Pesquisas so- bre Desastres. Florianópolis: CEPED, 2010. 183 p. BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secre- taria Nacional de Defesa Civil. Política Nacional de Defesa Civil. Brasília, 2007. ______. Ministério da Integração Nacional. 2ª Con- ferência Nacional de Proteção e Defesa Civil: No- vos Paradigmas para o Sistema Nacional. Relató- rio Final: Princípios, Diretrizes e Moções. Brasília, Janeiro de 2015. Disponível em: Acesso em: 15 mai. 2019. ______. Lei nº 12. 608, de 10 de abril de 2012. Ins- titui a Política Nacional de Proteção e Defesa Ci- vil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis nos 12.340, de 1o de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providên- cias. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 30 maio de 2019 ______. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Re- solução nº 369, de 28 de março de 2006. Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vege - tação em Área de Preservação Permanente - APP. Disponível em: Acesso em: 20 maio de 2019. – NÃO CONSEGUI COPIAR E COLOCAR ENDEREÇO. ______. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Disponível em: 218 CURSO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL http://senado.gov.br/sf/legislacao/const/. ______. Decreto n° 84.685, de 06 de maio de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, que trata do Imposto sobre a Proprieda- de Territorial Rural - ITR e dá outras providências. Disponível em: http://senado.gov.br/sf/legisla- cao/sicon. Acesso em: 23 jun. de 2019 ______. Decreto n° 5.113, de 22 de junho de 2004. Regulamenta o art. 20, inciso XVI, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e dá ou- tras providências. Disponível em: http://senado. gov.br/sf/legislacao/sicon. Acesso em: 19 maio de 2019 ______. Decreto n° 7.257, de 04 de agosto de 2010. Regulamenta a Medida Provisória nº 494 de 2 de julho de 2010, para dispor sobre o Sistema Na- cional de Defesa Civil - SINDEC, sobre o reconhe- cimento de situação de emergência e estado de calamidade pública, sobre as transferências de recursos para ações de socorro, assistência às ví- timas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução nas áreas atingidas por desastre, e dá outras providências. Disponível em: http://se- nado.gov.br/sf/legislacao/sicon. Acesso em: 21 maio de 2019 ______. Decreto n° 7.505, de 27 de junho de 2011. Altera o Decreto nº 7.257, de 4 de agosto de