Buscar

ENFERMIDADES DO SISTEMA TEGUMENTAR DE GRANDES ANIMAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS
Dara Santos Alves / Maria Eduarda Rocha 
ENFERMIDADES DA PELE EM GRANDES ANIMAIS 
CONTEÚDO: 
· Dermatofilose 
· Dermatofitose 
· Dermatite alérgica a picada de insetos 
· Pitiose 
· Habronemose 
· Neoplasias 
· Placa aural 
DERMATOFILOSE:
· Enfermidade bacteriana comum 
· Acomete bovinos, equinos, caprinos, ovinos e suínos
· Agente etiológico: Dermathophilus congolensis G+
· Potencial zoonótico
· PATOGENIA: 
· TRANSMISSÃO: 
· Contato direto 
· Fômites (sela, escova)
· Moscas e carrapatos 
· CONDIÇÕES FAVORÁVEIS A INFECÇÃO: 
· Fonte de infecção (ex.: animais cronicamente infectados)
· Pele úmida (áreas alagadiças, ou lama, período de chuva constante, pele constantemente suada)
· Baixa imunidade 
· Lesão cutânea anterior 
· SINAIS CLÍNICOS: 
· Lesões alopécicas e crostosas
· Localizadas ou generalizadas 
· Sem prurido 
· Dolorida 
· Perda de pelos em tufos (escova) com exsudato embaixo do pelo 
· Letargia, perda de peso, febre e aumento de linfonodos (grave)
· Animal com um grau de fotossensibilização que lesiona o local com baixa pigmentação e a bactéria oportunista contamina o local. Por ser uma bactéria oportunista, pode causar a infecção secundária 
· Em ovinos, a doença é chamada de “emplastamento da lã”, pois os pelos ficam grudados devido a secreção causada pela lesão 
· DIAGNÓSTICO: 
· Sinais clínicos característicos
· Visualização do agente 
· Cultivo 
· Biópsia – para identificar a causa primária, em casos de infecção secundária pela bactéria 
· DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
· Dermatofitose (principal diferencial)
· Sarna 
· Sarcoidose – rara
· Ectima contagioso (pequenos ruminantes)
· TRATAMENTO: 
· Resolução espontânea 
· Deixar a pele e pelos secos 
· Exposição ao sol 
· Animais imunocomprometidos podem ficar com a infecção bastante tempo
· Remoção dos pelos da região afetada (se possível, pois é doloroso, é importante para iniciar o tratamento tópico, pois as crostas tem muitas bactérias)
· Uso tópico 4% PVPI lava, deixa agir e depois enxagua e deixa secar no sol
· Antibiótico sistêmico estreptomicina 25mg/kg duas aplicações, 1x ao dia
· Penicilina tem boa ação na pele – em uma semana se vê uma melhora considerável 
DERMATOFITOSE: 
· Causada por fungos 
· Infecção superficial de tecidos queratinizados por fungos do gênero Dermatófitos. 
· Também chamada de “TINHA”
· Distribuição mundial: preferência por climas quentes e úmidos
· Animais jovens são mais acometidos 
· ETIOLOGIA: 
· EPIDEMIOLOGIA: 
· Animais portadores são fontes de infecção
· Contato direto
· Fômites 
· Animais estabulados são mais susceptíveis 
· Bovinos de 10 a 100% do rebanho
· Maior morbidade
· SINAIS CLÍNICOS:
· Áreas cutâneas alopécicas circunscritas 
· Crostas espessas fragmentáveis e acinzentadas (bovinos)
· Áreas sem pelos e brilhantes (equinos)
· Lesões comuns em pescoço, face e peito (mais comum o contato)
· Os animais tem prurido, mas não é intenso 
· Acomete animais que são imunocompetentes
· DIAGNÓSTICO: 
· Sinais clínicos 
· Raspado de pele (esporo e micélios – diferenciar fungos patogênicos e fungos próprios da pele)
· Cultura (identificação do fungo)
· Biópsia (diferenciar de outras enfermidades)
· DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
· Dermatofilose 
· Sarcoidose 
· Dermatite nutricional (deficiência de zinco) acomete uma grande porção do rebanho
· TRATAMENTO: 
· A doença é autolimitante e as lesões podem resolver de 1 a 3 meses em muitos casos
· O tratamento tem como objetivo:
· Reduzir a gravidade da lesão 
· Prevenir transmissão para outros animais 
· Reduzir a contaminação ambiental
· Isolar os animais doentes 
· Limpeza em volta das lesões 
· Cuidado com a contaminação do ambiente 
· Zoonose!
· Fungicida tópico 
· Uso diário de 7 a 10 dias, e em seguida a cada dois dias até a remissão das lesões clínicas 
· Calda sulfocálcica 3 a 5% (enxofre e cal virgem)
· Clorexidine (0,5 a 2%)
· Iodopovidine 10%
· Hipoclorito de sódio 
· Xampú Cetoconazol (2%) 
· Fungicida sistêmico
· Antifúngicos sistêmicos tem muitos efeitos colaterais
· Griseofulvina (10 mg/kg diariamente por 10 a 30 dias) 
· Não utilizar em fêmeas prenhes (teratogenia) 
· Iodeto de sódio 1g/para cada 14 kg de peso (máximo 20g/animal) 
· Muitos efeitos colaterais 
· Fluconazol 10 mg/kg VO SID (15 a 60 dias) 
· Só usa tratamento sistêmico em grandes necessidades 
· Tratamento ambiental 
· Calda sulfocálcica, povidine, hipoclorito de sódio, sulfato de cobre 
· VACINAÇÃO: 
· Não é comercializada no Brasil 
· Vacinação contra T. equinum 
· Inativada a base de cultivo de T. equinum
· Pode reduzir a incidência de novos casos
DERMATITE ALÉRGICA A PICADA DE INSETO: 
· Enfermidade crônica recorrente, de caráter sazonal, caracterizada por dermatite superficial localizada comumente na crina, cauda e cernelha 
· Também conhecida como “sweet itch”, eczema de verão, hipersensibilidade a culicóides 
· Principal doença alérgica em equinos 
· Reação de hipersensibilidade, mediada por IgE, a diversos substratos da saliva de insetos do gênero Culicoides e Simulium 
· Causa mais comum de prurido em equinos 
· Outros insetos como Haematobia irritans e Stomoxys calcitrans também foram envolvidos na etiologia desta enfermidade em equinos 
· A doença possui distribuição mundial 
· Relacionada aos meses mais quentes do ano (maior presença de insetos) 
· Não há predileção por sexo, coloração da pelagem ou idade 
· Geralmente a manifestação dos primeiros sinais clínicos ocorrem por volta dos 5 anos de idade 
· SINAIS CLÍNICOS:
· Urticária 
· Prurido intenso 
· Perda de pelos 
· Escoriações em consequência do prurido, que resultam em ferimentos e infecção secundária 
· Erosões e formação de crostas na pele com alopecia, nas diversas regiões do corpo afetada 
· Caráter sazonal e geralmente pioram com o passar do tempo
· Gravidade depende do grau de exposição a insetos
· DIAGNÓSTICO:
· História clínica e padrão das lesões (prurido)
· Achados histológicos 
· Teste intradérmico com vários insetos incluindo Culicoides
· DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
· Atopia 
· Infecção bacteriana secundária (não causa prurido)
· TRATAMENTO: 
· Medicamentos e manejo 
· Evitar exposição do animal ao inseto 
· Minimizar os efeitos da hipersensibilidade
· Em crise podemos aplicar corticoide dexametasona dose 0,1mg/kg por 5 dias e depois reduz a metade a cada 5 dias
· O corticoide pode causar laminite em uso prolongado
PITIOSE: 
· Infecção fúngica com muito prurido 
· Comum em regiões alagadiças imprescindível saber o local onde o animal fica 
· No Pantanal tem muitos casos 
· Doença micótica denominada como “ficomicose”
· Contagiosa 
· Pythium insidiosum 
· Ocorre em diferentes faixas etárias 
· Sem predileção de sexo ou raça 
· Ambiente ótimo para predileção de fungos 
· Quente 
· Úmido 
· Matéria orgânica
· As lesões localizam-se predominantemente em membros, região ventral do abdômen, tórax, pescoço e cabeça 
· TRANSMISSÃO: 
· Contato direto 
· O prurido pode provocar a disseminação das lesões para outras partes do corpo do animal 
· Fômites 
· A evolução é rápida 
· LESÕES E SINAIS CLÍNICOS: 
· Massa de tecido de granulação ulcerada, irregular, com exsudato sero-sanguinolento à mucopurulento 
· A ferida apresenta focos necróticos (cinza à amarelados) denominados “kunkers” 
· Odor fétido e prurido intenso 
· Linfadenopatia frequente 
· Disseminação para outros órgãos (TGI e pulmões) 
· DIAGNÓSTICO: 
· Histórico clínico 
· Lesões típicas 
· Citologia (para diferenciar os diagnósticos) 
· Histologia 
· Imuno-histoquímica 
· DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
· Habronemose 
· Não é tão exsudativa, mas pode exsudar 
· Pode ter prurido e “kunkers” 
· Carcinoma de células escamosas 
· Granuloma eosinofílico (após picada de abelha, por exemplo) 
· PROGNÓSTICO: 
· Alto índice de descarte de animais e indicação de eutanásia 
· TRATAMENTO:
· O sucesso do tratamento é variável e depende do tamanho e duração da lesão, da idade e estado nutricional do animal 
· Iodeto de potássio (quando há acometimento em face, pescoço e barriga) 
· Perfusãoregional com Anfotericina B (quando há acometimento em membros) 
· Vacinas: 
· A vacina só é realizada como tratamento 
· Vacinas com extratos de cultura de P. insidiosum 
· Excisão completa dos tecidos lesados + vacina: apresenta sucesso em 50% dos casos 
· Na experiência clínica a recuperação com vacina parece ser mais lenta
· No Brasil: 
· O tratamento da pitiose equina com imunobiológico (PitiumVac), produzido a partir de culturas do Pythium insidiosum, demonstrou índice de cura que variou de 50 a 83,3% entre os grupos tratados 
· Lesão por pitiose: 
HABRONEMOSE: 
· “Ferida de verão” e “esponja” 
· Muitas características semelhantes a pitiose (a única maneira de realmente diferenciar as duas é o exame histopatológico) 
· AGENTES ETIOLÓGICOS: 
· A habronemose não é causada por mosca! 
· A mosca é apenas o vetor, que carreia o parasita causador 
· CICLO BIOLÓGICO: 
· Entender o ciclo biológico é fundamental para estabelecer a abordagem e tratamento
· No ciclo biológico, a mosca ingere o parasita e depois pousa em alguma área com lesão de pele ou conjuntiva (locais de predileção), deposita suas larvas e causa as lesões
· Parasitas gástricos (forma adulta) 
· Ovos (Habronema spp.) ou larva (D. megastoma) nas fezes dos equinos são ingeridos por larvas de moscas (Musca domestica)
· Os vermes se desenvolvem dentro das moscas 
· As moscas eliminam a L3 (larva infectante)
· Ingeridas pelos animais (ciclo completo / gastrite) 
· Na pele ou mucosas (ciclo incompleto / lesões cutâneas) 
· Os parasitas adultos ficam no estômago do cavalo e eliminam ovos. Nas fezes equinas, os ovos saem e são ingeridos pelas moscas. A mosca elimina a larva infectante (L3). A L3 pode ser ingerida pelos animais (ciclo completo / gastrite) ou pode se depositar na pele ou mucosas (ciclo incompleto / lesão cutânea), causando a inflamação e lesões
· Distribuição mundial 
· Maior ocorrência na primavera e verão 
· Períodos de maior atividade das moscas 
· Pode regredir no inverno
· Alguns animais podem apresentar a lesão durante o ano todo 
· Localização principalmente em membros, banda coronária, região periocular, narina, lábios e pênis 
· Larvas infectantes (L3) sobre a pele e mucosa 
· Induz inflamação local 
· Habronemose cutânea ou muco-cutânea 
· Lesão granulomatosa, proliferativa e exuberante (única ou múltipla) 
· Lesão exsudativa 
· Prurido intenso 
· Presença de grânulos caseosos calcificados 
· Lesão semelhante à pitiose 
· Lesão não tão comum em região maxilar 
· Lesão muito comum de habronemose 
· Lesão em região de conjuntiva 
· DIAGNÓSTICO: 
· Clínico – histórico 
· Exame histológico 
· PCR 
· Exame coprológico (Método de Faust – centrífugo-flutuação) 
· DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Larvas de Habronema em pulmão
· Pitiose 
· Única forma de fazer diferencial entre as duas é o 
EXAME HISTOPATOLÓGICO!
· Sarcoide 
· Carcinoma de células escamosas 
· Tecido de granulação exuberante 
· Linfoma 
· TRATAMENTO: 
· Eliminação dos vermes adultos (estômago) 
· Ivermectina ou Moxidectina 
· Ferida 
· Excisão cirúrgica 
· Limpeza
· Pomadas cicatrizantes 
· Repelentes 
· Corticoides 
· Antimicrobianos tópicos ou sistêmicos 
· Pomada 
· Ivermectina 4ml
· Triclorfon 5g
· DMSO 50 ml
· Pomada base 250g 
· Aplicar sobre a lesão 2x ao dia 
· PREVENÇÃO:
· Vermifugação periódica 
· Moxidectin 
· Ivermectina 
· Exames coprológicos periódicos 
· Método de Faust – (centrífugo-flutuação) 
· Rotação das pastagens 
· Redução das moscas 
· Baias e camas limpas 
· Ambiente limpo (remoção das fezes) 
· Para diminuir moscas é necessário diminuir a quantidade de matéria orgânica, então deve tornar o ambiente o mais higiênico possível!
· A habronemose não é zoonose! A pitiose não é considerada zoonose, mas já existem casos descritos em humanos 
NEOPLASIAS: 
· Algumas neoplasias são muito comuns (ex: melanoma) 
· As principais neoplasias em equinos são sarcóides, melanomas, papilomas e carcinoma de células escamosas
· SARCÓIDE EQUINO: 
· Tumor cutâneo mais comum em equídeos 
· Neoplasia fibroblástica agressiva e localmente invasiva 
· Papilomavírus bovino 1 e 2 (BPV-1 e BPV-2) 
· Multiplicação viral ainda não foi identificada 
· Tendem a ocorrer em áreas que sofreram trauma prévio ou irritação por picada de insetos 
· Discute-se a hipótese de que moscas participam da transmissão da enfermidade 
· Sem predileção 
· Idade
· Raça 
· Sexo
· Coloração da pelagem 
· O número de lesões é bastante variável 
· Tem cavalos que apresentam só uma lesão, e outros apresentam várias
· Multiplicação das lesões é bastante comum, e pode ocorrer de forma rápida 
· O aparecimento e multiplicação das lesões não é “de uma hora pra outra”, mas é rápido
· Algumas lesões podem permanecer estáticas por anos, mas podem se expandir de forma súbita e “sem motivo aparente” 
· CLASSIFICAÇÃO:
· A classificação é muito importante para definir o tratamento e o prognóstico
· Lesões podem ser únicas 
· Um animal pode possuir mais de um tipo de sarcóide 
· As lesões devem ser classificadas individualmente 
· Pode haver um tipo predominante de sarcóide 
· Um tipo de sarcóide pode evoluir para outro após trauma ou biópsia 
· Alguns indivíduos apresentam regressão espontânea e completa das lesões 
· Em alguns casos as lesões desaparecem após trauma acidental ou intencional (biópsia) 
· Sarcóide oculto 
· Áreas alopécicas – pele mais fina – tendem a ser circulares
· Geralmente é diagnosticado quando vai atender o cavalo por outro problema, ou quando ele apresenta um sarcóide de outro tipo
· Tipo de sarcóide mais discreto 
· Geralmente contém pequenos nódulos ou algumas áreas levemente espessadas 
· Em torno da boca e olhos, pescoço, região medial de membros torácicos e coxas 
· Crescimento lento – pode evoluir para as formas verrucosa ou fibroblástica em caso de injúria 
· Evolução de um sarcóide oculto na região ocular (grandes chances de perda de globo ocular) 
· Sarcóide verrucoso 
· Lesões alopécicas – descamação 
· Áreas extensas podem ser acometidas 
· Geralmente são cercadas por pele espessada ou modificada, com pelos mais finos que o normal 
· Sarcóide verrucoso em pálpebra superior 
· Tratamento extremamente complicado pois não pode fazer remoção cirúrgica e os medicamentos usados podem causar cegueira
· O crescimento geralmente é lento
· Não ocorrem dor, prurido e infecção bacteriana 
· Geralmente ocorre na face (principalmente pálpebras e região periorbital), tronco, axilas, virilha e prepúcio 
· Raramente acomete os membros 
· Podem ser sésseis ou pedunculados 
· Lesões isoladas são menos comuns do que lesões que coalescem 
· Algumas áreas podem se tornar ulceradas ou crostosas 
· Sarcóide nodular 
· Nódulos subcutâneos bem definidos e firmes 
· Afeta principalmente as pálpebras, virilha e prepúcio 
 
· Tamanho, complexidade e localização variados 
· Duas categorias: sem e com o envolvimento da pele sobre os nódulos 
· Sarcóide nodular ulcerado:
· Sarcóide fibroblástico
· Aparência exofítica fibrovascular (lembra tecido de granulação) 
· Infecções bacterianas secundárias são comuns (exsudato seroso e hemorragias decorrentes de pequenos traumatismos) 
· Axilas, virilha, região periocular e áreas previamente feridas 
· Sarcóide maligno
· Geralmente há histórico de repetidas interferências cirúrgicas e administração de medicamentos inapropriados a outros tipos de sarcóide 
· Lesões localmente invasivas (características nodulares e fibroblásticas) 
· Comum na região de mandíbula e cotovelo 
· A maioria dessas lesões se concentra localmente, mas é possível que ocorra invasão de vasos linfáticos 
· Formações de cordões de tumores ao longo do trajeto dos vasos linfáticos 
· Sarcóide misto 
· Sarcóide dificilmente mata, mas atrapalha a qualidade de vida do animal
· Afeta o desempenho do animal 
· Diminui o valor comercial 
· TRATAMENTO: 
· Fatores que afetam a escolha da forma de tratamento
· Não há tratamento universal (variação individual) 
· Localização do sarcóide 
· Tipo de sarcóide· Excisão cirúrgica 
· Frequentemente empregada 
· Alta taxa de recorrência 
· Maior que 70% (6 meses), exceto naquelas bem definidas e restritas 
· Geralmente as lesões se tornam mais agressivas e numerosas nesses casos 
· Sempre que fizer excisão cirúrgica, deve-se associar com outro tratamento, e as opções são:
· Eletrocauterização:
· Bom efeito nas margens da lesão 
· Mínimo sangramento 
· Sua eficiência depende da extensão e da localização do tumor 
· Crioterapia/criocirurgia: 
· Crioterapia com nitrogênio líquido para reduzir o tecido afetado (congela a região com o nitrogênio, de forma que essa região vai necrosando e cai)
· BCG (imunomodulação):
· BCG = bacillus Calmette-Guérin 
· Repetidas injeções intralesionais de material proteico reconstituído ou da bactéria viva liofilizada 
· Prognóstico reservado a bom: lesões nodulares e algumas lesões fibroblásticas, especialmente nas pálpebras e em torno delas 
· É mais indicado para sarcóides nodulares
· O prognóstico pode ser pior quando a técnica é aplicada a outras áreas 
· Lesões fibroblásticas localizadas em membros podem ser agravadas 
· Não indicado para sarcóides verrucosos, ocultos e mistos, pois sua distribuição difusa dificulta a aplicação 
· Há risco de choque anafilático 
· Imiquimod: 
· Usado para tratar papilomas genitais em humanos 
· Modificador de resposta imune com propriedades anti-virais e anti-tumorais 
· 80% das lesões apresentaram 60 a 75% de melhora (2006) 
· Sequelas do tratamento: 
· Alopecia parcial (7/9)
· Despigmentação (6/9)
· Cicatriz (3/9) 
· Hiperpigmentação (3/9) 
· Leucotriquia (1/9) 
· Eficácia e viabilidade do tratamento: 
· 1 caixa tem 12 sachês (0,25 g) 
· 1 sachê por aplicação (tumor de 80 cm²) 
· 1 caixa por mês (R$100,00/mês) 
· 16 semanas: 4 x R$100,00 = R$400,00 
· Cisplatina: 
· > 93% das lesões menores que 5 cm de diâmetro se resolvem com este método 
· Lesões maiores podem exigir desbridamento cirúrgico prévio 
· Esse método é mais adequado para pequenas lesões fibroblásticas e nodulares 
· São necessárias repetidas injeções intralesionais 
· Tem amplo espectro de ação contra células tumorais epiteliais e fibroblásticas 
· Recomenda-se a aplicação de 1 mg de cisplatina por cm³ de tumor 
· Alto custo
· PROGNÓSTICO: 
· O prognóstico é reservado em todos os casos 
· Nenhum caso pode ser considerado completamente curado mesmo que haja aparente sucesso no pós-tratamento
· Novas lesões e recorrência em áreas previamente afetadas devem ser esperadas ao longo da vida do animal 
· CONSIDERAÇÕES: 
· Tem que saber classificar o sarcóide, pois essa classificação determinará o tratamento
· Dificilmente terá metástase (pode até ir para locais próximos, porém não vai para órgãos)
· Pode acontecer de ter remissão espontânea (raro), mas geralmente evolui para quadros piores
· O tratamento é caro 
· O animal pode ter recidiva após um tempo 
· Não é um tumor muito invasivo
· MELANOMAS:
· Neoplasia maligna dos melanócitos 
· Representou cerca de 14% dos casos de neoplasias cutâneas em equinos 
· Esta ocorrência pode ser subestimada 
· Causa desconhecida 
· Distúrbio no metabolismo dos melanócitos, gerando novos melanoblastos e uma superprodução de melanina 
· Aspecto mais comum do melanoma (nódulos pequenos): 
· Equinos adultos (> 6 anos) 
· Sem predileção de sexo 
· Pelagem tordilha e variações 
· Melanomas congênitos são raros 
· Localização
· Base da cauda e região perianal (comum)
· Orelha, lábios e periorbital (menos comum) 
· Lesões firmes, hiperpigmentadas e nodulares 
· Podem ser pedunculados ou verrucosos 
· Lesões únicas são incomuns 
· Ulceração e alopecia podem ser observadas 
· Padrão de crescimento
· Lento (anos) sem metástase 
· Lento no início (anos), seguido por crescimento rápido e metástase 
· Rápido e alto grau de malignidade desde o início 
· Metástase 
· Sinais neurológicos 
· 70% dos animais têm achados de metástase na necropsia (pulmões, fígado, canal vertebral), sem ter demonstrado sinais clínicos 
· DIAGNÓSTICO: 
· Clínico
· Citológico
· Melanócitos pleomórficos e atípicos
· Histopatológico
· Variedade de padrão celular (melanócitos em forma de ninhos, folha ou cordão) 
· TRATAMENTO: 
· Excisão cirúrgica completa
· Criocirurgia 
· Excisão + crioterapia 
· Cimetidina 
· 2,5 mg/kg TID ou 5 mg/kg BID, por 3 meses 
· Efeito imunomodulador 
· Relatos de completa remissão, interrupção do crescimento e redução do tamanho 
· Cisplatina intratumoral (3 cm de diâmetro) 
· CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: 
· Neoplasia dos queratinócitos 
· Segunda neoplasia cutânea mais comum em cavalos 
· Comum em bovinos 
· Frequente na região periocular e genitália externa 
· Raças predispostas
· Cavalos: Paint Horse e Appaloosa
· Bovinos: Simental e Holandês 
· Pode ocorrer em outras raças 
· Animais adultos 
· Equinos: 12 a 19 anos 
· FATORES DE RISCO:
· Ausência de pigmentação na região afetada 
· Incidência solar 
· Lesões papilomatosas (no pênis é considerada ser uma lesão pré-maligna) 
· Traumas repetidos 
· Parafimose persistente 
· Higiene do prepúcio:
· Animais castrados acumulam mais esmegma
· Pode estimular o desenvolvimento de carcinoma por irritação crônica e balanite 
· Em ratos: o esmegma é um potencial carcinogênico 
· Em humanos: o CCE tem sido associado a falta de higiene genitália e balanite 
· LESÕES PRÉ-CANCEROSAS: 
· Pequenas placas ou ulcerações superficiais que não cicatrizam 
· LESÕES TÍPICAS: 
· Lesões ulceradas, únicas (frequentemente) ou múltiplas 
· Massas em forma de couve-flor com áreas de ulceração, necrose e hemorragia 
· LESÕES: 
· Genitália externa 
· Localmente invasivas 
· Baixo grau de malignidade 
· Tende a permanecer localizada 
· Infiltração nos corpus cavernosum do pênis 
· Disseminação via hematógena ou para os linfonodos inguinais 
· Pode ocorrer metástase 
· Macroscopicamente não é possível diferenciar o CCE de outras lesões semelhantes
· DIAGNÓSTICO: 
· Exame histopatológico da massa 
· DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
· Habronema 
· Pitiose
· Sarcóide 
· Carcinoma de células escamosas e sarcóide não causam prurido 
· TRATAMENTO: 
· Excisão cirúrgica 
· Lesão pequena e única 
· Associado a criocirurgia 
· A excisão cirúrgica é sempre recomendada, e em associação com outras terapias (criocirurgia)
· A remoção incompleta pode recidivar a lesão com aumento da agressividade (CUIDADO!) 
· Lesões grandes: excisão completa da área lesionada 
· Penectomia, postectomia e/ou ressecção em bloco (pênis e prepúcio) 
· Crioterapia 
· Maior eficácia em animais com pequenas lesões e sem metástases 
· Cimetidina 
· Remissão completa ou mais comum uma redução de cerca de 50% do tamanho e número das lesões 
· Cisplatina intratumoral 
· Efetiva para lesões pequenas 
· A Cisplatina é um quimioterápico que pode ser utilizado com bastante sucesso, mas depende do tamanho da lesão
· PAPILOMAS: 
· Papilomavírus 
· “Verruga” ou “figueira” 
· A papilomatose é bastante comum em bovinos 
· Acomete várias espécies de mamíferos 
· Bovinos e equinos 
· Família Papillomaviridae 
· Vírus pequenos 
· Não envelopados 
· Resistente às condições do meio ambiente 
· Doença infecto-contagiosa 
· Altamente espécie/tecido-específicos 
· O aspecto do papiloma do úbere da vaca é diferente do papiloma da face 
· Propriedade oncogênica: produção de lesões tumorais benignas e malignas nos epitélios cutâneo e mucoso 
· 13 tipos de vírus descritos para bovinos: 
· Equinos: 
· No geral, requer alguma lesão prévia na pele 
· Trauma, ectoparasitas ou até mesmo luz UV 
· Também podem se infectar, direta ou indiretamente
· Cabrestos contaminados podem disseminar para a região do focinho e posteriormente, para os membros pélvicos 
· Lesões eventualmente aparecem na região do períneo e prepúcio 
· Geralmente ocorre aumento das lesões em quantidade e não em tamanho
· Eventualmente diversas lesões de uma mesma área coalescem formando uma lesão maior que pode sangrar facilmente 
· Lesões regridem espontaneamente (bovinos até 12 meses – equinos 2 meses) 
· Pode ocorrer remissão espontânea sem nenhum tratamento· DIAGNÓSTICO: 
· Características das lesões 
· Histórico: animais jovens e ocorrência prévia em outros animais da mesma faixa etária 
· Aspecto contagioso 
· Biópsia e exame histopatológico 
· TRATAMENTO:
· Vacinas autógenas (2 a 4 aplicações) 
· Auto hemoterapia 
· Retirada cirúrgica 
· Medicamentos tópicos (formalina, nitrato de prata) 
· Clorobutanol 
· PLACA AURAL: 
· Variante da papilomatose cutânea 
· Acomete principalmente a superfície interna dos pavilhões auriculares 
· Ocorre apenas no pavilhão auricular ou no prepúcio (raro)
· Afeta pelo menos 22% dos equinos 
· Não apresentam prurido e dor 
· Não tem odor, não coça e não dói, mas há descamação da lesão 
· Inicialmente as lesões são: 
· Pequenas 
· Elevadas 
· Bem demarcadas
· Despigmentadas
· Rosadas, acinzentadas ou esbranquiçadas
· Superfície plana 
· Base eritematosa e brilhante 
· Não é auto-limitante
· As lesões tendem a coalescer e ocupar quase toda a superfície interna das orelhas 
· Podem ser uni ou bilaterais 
· Crostas podem ser facilmente removidas da superfície das lesões
 
· Animais de todas as idades (raro nos equinos com menos de 1 ano) 
· Simulídeos 
· Vetores mecânicos para o vírus 
· Lesões cutâneas pela picada 
· Também pode ocorrer na região ventral do abdômen, medial das coxas e períneo/prepúcio 
· Ocorrência de placa aural em equinos da raça Mangalarga (ML) e Quarto de Milha (QM): 
· Maior incidência em cavalos da raça Mangalarga
· TRATAMENTO: 
· As lesões dificilmente regridem espontaneamente 
· Os tratamentos geralmente podem causar maiores problemas 
· Antigamente utilizavam iodo, mas só piorava o quadro (queimava a orelha e não resolvia)
· Vacinas autógenas 
· As vacinas autógenas não são utilizadas no Brasil
· Imiquimod 5% 
· O tratamento mais recomendado e eficaz é o Imiquimod
· Eficácia do Imiquimod:
· Modulador de resposta imune com potente ação anti-viral e anti-tumoral 
· 16 animais foram submetidos ao tratamento 
· Aplicação tópica 3 vezes por semana em dias alternados 
· Tratamento variou de 1,5 a 8 meses (média de 3,5) 
· Remissão total das lesões em todos os animais imediatamente após o final do tratamento 
· 88% dos animais apresentaram resolução completa do quadro a longo prazo 
· Efeitos colaterais (todos os animais):
· Eritema, edema, ulceração, exsudação, formação de crostas, alopecia, descamação e despigmentação 
· Ao tratar, a orelha fica bastante sensível e apresenta descamação (alguns animais tem até que sedar para tratar), mas depois dessa fase melhora (começa epitelizar novamente em 1 semana a 10 dias), recuperando completamente
· Todos os proprietários relataram que a sensibilidade auricular diminuiu após o tratamento 
· Quanto antes iniciar o tratamento, melhor será o resultado!

Continue navegando