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Notarial_Aula 14

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AULA 14: ATRIBUIÇÕES DOS NOTÁRIOS E DOS REGISTRADORES
- ATRIBUIÇÃO: O ato de conferir a alguém a PRÁTICA, exclusiva ou não, de certa FUNÇÃO. 
  No Direito Notarial e Registral, atribuir consiste em OUTORGAR PODERES ESPECÍFICOS a profissionais certos e determinados, PARA A PRÁTICA DE ATOS INDICADOS EM LEI. 
- E soma-se à atribuição a “COMPETÊNCIA” – o PODER DE AGIR, limitado, com previsão em lei, exercido por DELEGAÇÃO. 
  Já sabemos que o delegado não pode praticar atos estranhos a sua competência e deve agir de forma restrita, embora tenha faculdade de escolha de alternativas para os atos que praticar, dentre opções previstas em lei. 
 
A Lei 8.935/94 em seu artigo 6º nos faz a demonstração destes atos, determina que os NOTÁRIOS E OS REGISTRADORES DEVEM (I) formalizar juridicamente a vontade das partes interessadas (pessoa física ou jurídica) nos atos, (II) intervir em atos e negócios jurídicos a que elas devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, para o que podem autorizar a redação ou redigir os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas e, por fim, (III) autenticar os fatos. 
Tudo pela COMPETÊNCIA que são atribuídas, com exclusividade, aos tabeliães, conforme art. 7º da citada lei, que lhes possibilita lavrar escrituras, procurações públicas e testamentos públicos, aprovar os cerrados, lavrar atas notariais, reconhecer firmas e autenticar cópias. 
E quando uma das partes não fala português? 
Ainda assim, o instrumento é escrito em língua portuguesa, como decorrência da imposição constitucional contida no art. 13 (“... a língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil”).
       Se a manifestação for feita em língua estrangeira, o notário só a recolherá se declarada em presença obrigatória de TRADUTOR PÚBLICO JURAMENTADO, que também assinará o ato, depois de qualificado. 
      
O notário deve também distinguir se a forma de declaração de vontade apresentada é essencial e real. Para isso, deve observá-la com o máximo empenho e rigor, de modo que a verdadeira intenção do declarante seja retratada no instrumento público. Se tiver dúvida se a vontade está sendo manifestada com liberdade, o notário deverá recusar seu acolhimento. 
 
Na aula passada, mencionamos que a REMUNERAÇÃO de notários e registradores se faz pela cobrança de EMOLUMENTOS por seus serviços. Também identificamos a cobrança dos emolumentos como prevista na CF (art. 236, § 2º). Agora, que você já conhece os critérios de ingresso nas atividades notarial e registral e as funções dos que exercem essas funções, podemos aprofundar o conhecimento sobre os emolumentos. 
Comecemos por esclarecer que notários e registradores são OBRIGADOS A OBSERVAR OS EMOLUMENTOS FIXADOS para a prática dos atos do seu ofício, vedada a cobrança aos reconhecidamente declarados pobres pela obtenção de certidões de nascimento e de óbito. Por se tratar de serviço público específico, essencial ao estado de direito e estendido a todos os membros do organismo social, sua utilização é inevitável, e seu pagamento, indiscutível. 
Portanto, os EMOLUMENTOS PODEM SER CONSIDERADOS COMO TAXAS e, por isso mesmo, obedecem às LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS quanto ao poder de tributar. A Lei 8.935/1994, em seu artigo 28, assegurou aos notários e oficiais do registro " a percepção dos emolumentos integrais pelos atos praticados na serventia". Em outras palavras, OS EMOLUMENTOS DEVEM SER FIXADOS NA MEDIDA DO NECESSÁRIO AO CUSTEIO.
Encerremos esta aula lendo exatamente a Lei 8.935/1994 para termos uma visão geral das atribuições dos notários e dos registradores:
Art. 1º. Serviços notariais e de registro são os de organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.         
Art. 2º. Vetado. 
Art. 3º. Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro.  
Art. 4º. Os serviços notariais e de registro serão prestados, de modo eficiente e adequado, em dias e horários estabelecidos pelo juízo competente, atendidas as peculiaridades locais, em local de fácil acesso ao público e que ofereça segurança para o arquivamento de livros e documentos.  
§ 1º O serviço de registro civil das pessoas naturais será prestado, também, nos sábados, domingos e feriados pelo sistema de plantão. 
§ 2º O atendimento ao público será, no mínimo, de seis horas diárias.
 
Para um exame mais profundo, sugerimos estudar as principais leis aplicáveis aos serviços notariais e registrais:
Lei 6.015/73 – dispõe sobre os registros públicos, que, nos termos da lei, são o registro civil de pessoas naturais, o registro civil de pessoas jurídicas, o registro de títulos e documentos e o registro de imóveis. 
Lei 9.492/97 – regulamenta os serviços concernentes ao protesto de títulos e outros documentos de dívida. 
Lei 7.433/85 e Decreto 93.240/86 – dispõem sobre os requisitos para a lavratura de escrituras públicas. 
Art. 108 (a escritura pública é requisito de validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, à transferência, à modificação ou à renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no Brasil, com exceções) e art. 215 (a escritura é documento dotado de fé pública, faz prova plena, e sua lavratura tem de atender aos requisitos especificados no § 1º da Lei 10.406/02). 
Lei 4.591/64 – dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias (devem ser observadas as regras do Código Civil de 2002 que alteraram a lei em foco). 
Lei 6.766/79 – dispõe sobre o parcelamento do solo urbano. 
Lei 10.257/01 – Estatuto da Cidade – regulamenta os art. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana. 
Lei 5.709/71 – regula a aquisição de imóvel rural por estrangeiro residente no país ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil. 
Leis estaduais que fixam emolumentos nas unidades da Federação. 
Normas administrativas das Corregedorias Gerais da Justiça de cada Estado.

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