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AULA de Contratos - 2019 2

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CURSO DE DIREITO
DIREITO CIVIL III
CONTRATOS
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Profª.Cleide Secca
Cel 22 – 99269 6200
E-mail: 0346.cleidesecca@cnec.br
25/10/2019
Profª. Cleide Secca
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Programa da Disciplina 
Parte Geral dos Contratos 
Arts. 421 a 480
Conceito e funções
Elementos contratuais
Princípios dos contratos
Classificação dos contratos
Formação dos contratos
Relatividade dos contratos
Vícios redibitórios
Evicção
Contratos aleatórios
Contrato preliminar
Extinção dos contratos
Resolução e revisão por onerosidade excessiva
Exceção de contrato não cumprido
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Profª. Cleide Secca
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25/10/2019
Profª. Cleide Secca
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Programa da Disciplina 
 Contratos em Espécie
Compra e venda – Art.s 481 a 532
Locação – Art.s 565 a 578
Fiança – Art.s 818 a 839
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Profª. Cleide Secca
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Referências
TARTUCE, Flávio. Direito Civil – Teoria Geral dos Contrato e Contratos em Espécie, V.3. São Paulo: Saraiva, 2010.
GONÇALVES, Carlos Roberto. D. Civil Brasileiro, V.III. São Paulo: Saraiva, 2010.
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Profª. Cleide Secca
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Avaliação
 P1
 Prova múltipla
 Prova discursiva
 Seis questões. 
 Valor 3 pontos.
 S/ consulta a lei.
 Quatro questões. 
 Valor 7 pontos.
 s/ consulta a lei.
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 Prova substitutiva – Matéria toda
 Projeto integrado
 Prova múltipla
 Prova discursiva
 Seis questões. 
 Valor 3 pontos.
 S/ consulta a lei.
Quatro questões. 
 Valor 7 pontos.
 c/ consulta a lei.
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Profª. Cleide Secca
O CONTRATO EM GERAL
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Profª. Cleide Secca
 Pergunta: Contrato é fonte de Obrigação?
 Conceito
“É o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar e extinguir direitos”.
 Contrato = Convenção = Pacto = Avença
 Importante: A força obrigatória dos contratos não se afere mais sob a ótica do dever moral de manutenção da palavra empenhada, mas da realização do bem comum”.
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Profª. Cleide Secca
 Função Social dos Contratos arts. 421 e 422, CC.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 Requisitos de validade
 De ordem geral requisitos de validade (art.104, CC) 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
 De ordem especial consentimento recíproco e acordo de vontades.
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Princípios Fundamentais do Direito Contratual
 Princípio da Autonomia da Vontade /da Autonomia Privada
 Princípio da Supremacia da Ordem Pública
 Princípio do Consensualismo
“Significa a liberdade que as pessoas têm em contratar ou não, sem qualquer interferência do estado”.
“Impõe limitação na autonomia da vontade, dando prevalência ao interesse público”.
“Concebe que o contrato resulta do consenso, de acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa”. Ex. art. 482, CC.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
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 Princípio da Relatividade dos Contratos
“Funda-se na ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, não afetando terceiros”.
 Importante
 Obrigações não-personalíssimas
 Obrigações personalíssimas
“Vincula as partes e os seus sucessores a título singular ou universal”.
“Não vincula os sucessores”.
 Exceções estipulação em favor de terceiro e convenções coletivas de trabalho.
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 Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos
“Representa a força vinculante das convenções, isto-é, sendo válido e eficaz as partes devem cumpri-lo”.
 Fundamentos
a) a necessidade de segurança nos negócios (função social dos contratos), que deixaria de existir se os contratantes pudessem não cumprir a palavra empenhada, gerando a balbúrdia e o caos;
b) a intangibilidade ou imutabilidade do contrato, decorrente da convicção de que o acordo de vontades faz lei entre as partes (pacta sunt servanda), não podendo ser alterado nem pelo juiz. Qualquer modificação ou revogação terá de ser, também, bilateral. 
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 Princípio da Revisão dos Contratos ou da Onerosidade Excessiva
“Opõe-se ao da obrigatoriedade, pois permite aos contratantes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da convenção e condições mais humanas, em determinadas situações”. 
 Cláusula “rebus sic stantibus” 
“Consiste basicamente em presumir, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita (não expressa) de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Se esta, no entanto, modificar-se em razão de acontecimentos extraordinários (uma guerra, p. ex.), que tornem excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz que o isente da obrigação, parcial ou totalmente. 
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 Princípio da Boa-fé (art. 422, CC)
 Teoria da Imprevisão 
“Ocorrência de um fato extraordinário e imprevisível” 
 Código Civil de 2002 arts. 478 a 480, CC.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
“É entendido como a exigência de comportamento leal dos contratantes”.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
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Profª. Cleide Secca
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
 Prevalência da teoria da vontade sobre a da declaração
 Presunção da boa-fé art. 113 e 422, CC.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 Interpretação restritiva dos negócios benéficos ou gratuitos
 Cláusulas ambíguas ou contraditórias em contratos de adesão
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
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 Cláusulas testamentárias art. 1.899,CC.
Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.
 Interpretação favorável ao consumidor art. 47, CDC.
“Ascláusulas contratuais serão interpretadas	de maneira mais favorável ao consumidor”.	
 critérios técnicos de interpretação
a) a melhor maneira de se apurar a intenção dos contratantes é verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo;
b) deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor (princípio da extrema ratio);
c) as cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais;
d) nos contratos e adesão, a interpretação das cláusulas duvidosas deve ser feita sempre em favor dos aderentes.
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 Vedação de pactos sucessórios contratuais inter vivos
 Admissibilidade causa mortis
 Exceções 
 É permitido aos nubentes dispor, no pacto antenupcial, a respeito da recíproca e futura sucessão;
 Podem os pais, por ato entre vivos, partilhar o seu patrimônio entre os descendentes (art. 2.018);
 Admite-se a estipulação, no pacto antenupcial, de doações para depois da morte do doador.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
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FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 Manifestações de vontade
 Proposta (oferta, policitação ou oblação) 
 Aceitação
 Negociações preliminares (puntuação)
“Fase em que as partes ainda não manifestaram a sua vontade, não há nenhuma vinculação ao negócio”. 
 Importante: A falsa manifestação de interesse, se causar dano ao outro contraente acarretando perda de outro negócio, ou realização de despesas incorre em perdas e danos (art. 186, CC). 
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PROPOSTA,	OFERTA, POLICITAÇÃO	OU OBLAÇÃO	
“É uma	declaração receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende	celebrar um contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar”
PROPOSTA X NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES
As negociações preliminares não passam de estudos e sondagens, sem força obrigatória.
A Proposta cria no aceitante a convicção do	contrato em perspectiva, levando​-o à realização de projetos e, às vezes, de despesas, bem como à cessação de alguma atividade. Por isso, vincula o policitante, que	responde por todas essas consequências se injustificadamente retirar​-se do negócio.
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 Importante: A proposta, desde que séria e consciente, vincula o proponente, pode ser provada por testemunhas, qualquer que seja o seu valor e a sua retirada sujeita o proponente ao pagamento das perdas e danos (art. 427, CC).
 Pergunta: A morte ou a interdição do policitante (proponente) extingue proposta?
 Exceções a vinculação
 Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
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Exceções a vinculação
A oferta não obriga o proponente se contiver cláusula expressa	a respeito
 
“proposta sujeita a confirmação” ou “não vale como proposta” 
Em razão da natureza do negócio
Propostas abertas ao público, que se consideram limitadas ao estoque existente e encontram​-se reguladas no art. 429 do CC.
 
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Em	razão das circunstâncias do caso
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Profª. Cleide Secca
Em	razão das circunstâncias do caso
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
É o “pegar ou largar”
Presente - é aquele que conversa diretamente com o policitante, mesmo que por algum outro meio mais	moderno de comunicação à distância.
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
Inexistência de contato direto.
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
Fixado	prazo para a resposta
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
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A OFERTA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
 A proposta nos contratos que envolvem relações de consumo
Arts. 30 a 35, L. 8.078/90.
“A proposta no CDC dirige-se a pessoas indeterminadas e dá ensejo à execução específica”. 
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Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
         
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
        
Parágrafo único.  As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével.         
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
        
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.       
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Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
        
Parágrafo único.  É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina.         
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
        
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
        
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
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“É a concordância com os termos da proposta. É manifestação de vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato”. 
 Contraproposta art. 431, CC.
 Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
“decorre de sua conduta, reveladora do consentimento”. 
 Aceitação
 Aceitação
 Tácita (art. 432, CC)
 Expressa 
“decorre de declaraçãodo aceitante, manifestando a sua anuência”.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Ex: Fornecedor costuma enviar mercadoria e comerciante pagar
 Turista reservando acomodações informando data, onde o hotel não cancela.
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 Aceitação sem força vinculante
 Aceitação retardada art. 430, CC.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
 Retratação do aceitante art. 433, CC.
 Momento em que a convenção se reputa concluída 
 Entre presentes
 Entre ausentes 
“Reputam-se concluídos no mesmo instante em que o aceitante manifesta sua concordância com a proposta”. 
“A resposta leva algum tempo para chegar ao conhecimento do proponente e passa por diversas fases”. 
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
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 Teorias
 Teoria da informação ou da cognição
 Teoria da declaração ou da agnição 
 da declaração propriamente dita;
 - Redação da correspondência. O aceitante pode destruir.
 da expedição;
 - É considerada​ a melhor, embora não seja perfeita, porque evita o arbítrio dos contraentes e afasta dúvidas de	natureza probatória.
 da recepção. 
 - Além	de escrita e expedida, a	resposta tenha sido entregue ao destinatário.
“É o da chegada da resposta ao conhecimento do policitante”. 
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Importante: O art. 434 do Código Civil acolheu expressamente a teoria da expedição. 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente; (Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.)
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
 Se há prazo convencionado e a resposta não chega no intervalo determinado, não houve acordo e, sem ele, não há contrato.
Na realidade, o CC filiou​-se à teoria da recepção, e não à da	expedição, uma vez que não é considerado concluído o contrato na hipótese de a resposta não chegar no prazo convencionado. Permitindo a retratação antes de a resposta chegar às mãos do proponente. 
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 Lugar da Celebração 
 Art. 435 , CC.
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
 Art. 9º, § 2º, LINDB. 
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
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O legislador, optou pelo local em que a proposta foi feita.	
Aparentemente, tal solução encontra​-se em contradição com a expressa	adoção da teoria da expedição, presente no dispositivo anterior.
No campo do direito internacional aplicado aos casos em que os contratantes residem em países diferentes a determinação da Lei aplicável é do local do impulso inicial. Dentro da autonomia da vontade, podem as partes eleger o foro competente (foro de eleição).
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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 Quanto aos efeitos 
 Unilaterais, bilaterais e plurilaterais
 Gratuitos e onerosos 
“São os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes”.
 Só cria direito para uma das partes e apenas obrigação para a outra, uma das partes será só credora e a outra só devedora, 
Ex: doação: só o doador tem a obrigação de dar e o donatário apenas o direito de exigir a coisa, sem nenhuma prestação em troca. 
Empréstimo e fiança também são exemplos de contratos unilaterais que estudaremos em breve.
 Unilaterais
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“São os que geram obrigações para ambos os contratantes”.
Sinalagma em grego significa reciprocidade
Ex: compra e venda: o comprador tem o dever de dar o dinheiro e o direito de exigir a coisa, enquanto o vendedor tem a obrigação de dar a coisa e o direito de exigir o dinheiro; 
locação: o locador tem a obrigação de transferir a posse do imóvel e o inquilino tem a obrigação de pagar o aluguel.
 Bilaterais (sinalagmáticos)
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 Plurilaterais
“São os contratos que contêm mais de duas partes”. 
Ex.: contrato de sociedade,	em que	cada sócio é uma parte.	
Contratos de consórcio.
Uma característica dos contratos plurilaterais é a	rotatividade de seus membros. 
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 Onerosos “onerosos ambas as partes têm vantagem e proveito econômico.
Ex: os contratos bilaterais, onde ambas as partes ganham e perdem. 
 Gratuitos “Só beneficiam uma das partes”
Geralmente todo contrato unilateral é gratuito, como na doação e no empréstimo .
Pode haver contratos unilaterais e onerosos quando existe uma pequena contraprestação da outra parte.
Ex. doação modal, aquela onde há um encargo por parte do donatário, ou seja, o doador exige um pequeno serviço do donatário em troca da coisa (ex: José doa uma fazenda a Maria com o ônus de construir uma escola para as crianças carentes da região; João dá um carro a seu filho com o ônus de levar a mãe para passear todo sábado, art. 553). O encargo tem que ser pequeno, senão descaracteriza a doação. Se o encargo for grande o contrato não será nulo, apenas não será doação, mas outro contrato qualquer. Ex: empresto um apartamento a João sob pagamento mensal de mil reais, ora isto não é empréstimo, mas locação. Outro exemplo de contrato unilateral e oneroso é o mútuo feneratício ( empréstimo de dinheiro a juros, art. 591). Empréstimo entre amigos em geral não tem juros (mútuo simples), sendo unilateral e gratuito, mas no empréstimo econômico os juros são naturalmente devidos, tratando-se de contrato unilateral e oneroso.
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 Exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti 
contractus) art. 476, CC. 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
 Cláusula “solve et repete” 
“limitação a exceção do contrato não cumprido”
A cláusula "solve et repete", significa “pague e depois reclame”,  é a que se estabelece num, contrato, com o objetivo de tornar a exigibilidade de sua prestação a qualquer intenção contrária do devedor, sendo que o mesmo só poderá reclamar desta em outra ação, visando assim o pagamento ao credor sem outra oposição.
 Exceção do contrato parcialmente cumprido (exceptio non rite adimpleti contractus) art. 476, CC. 
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Profª. Cleide Secca
 Pergunta: A cláusula “solve et repete” poderia ser interposta em contrato que verse sobre relações de consumo?
Resposta: Nas relações de consumo deve ser evitada, em razão da cominação de nulidade a toda cláusula que coloque o consumidor em desvantagem exagerada (CDC, art. 51).
 Garantia de execução da obrigação a prazo art. 477CC.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
 Cláusula resolutiva tácita art. 475, CC
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
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 Pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos, provando o prejuízo sofrido;
 Exigir o cumprimento contratual, quando possível a execução específica (CPC, arts. 461 e Pú).
 Atitudes do contratante pontual diante do inadimplemento do outro
 Atitude passiva
 Atitudes ativas
“Permanecer inerte e defender-se, caso acionado, com a exceptio non adiinpleti contractus”.
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Contratos Gratuitos (Benéficos) e Onerosos 
“são os contratos em que apenas urna das partes aufere benefício ou vantagem”. 
“Contratos em que ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício”. 
 Importante: Em geral. todo contrato oneroso é, também, bilateral. E todo unilateral é, ao mesmo tempo, gratuito , como na doação e no empréstimo. 
 Exceções 
 Mutuo feneratício ou oneroso (em que é convencionado o pagamento de juros) é contrato unilateral e oneroso.
 Mandato que pode ser bilateral e gratuito, embora se trate de bilateral imperfeito, 
 Gratuitos ou benéficos
 Onerosos
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Profª. Cleide Secca
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Doação modal, aquela onde há um encargo por parte do donatário, ou seja, o doador exige um pequeno serviço do donatário em troca da coisa 
(ex: José doa uma fazenda a Maria com o ônus de construir uma escola para as crianças carentes da região; João dá um carro a seu filho com o ônus de levar a mãe para passear todo sábado, art. 553). 
O encargo tem que ser pequeno, senão descaracteriza a doação. 
Se o encargo for grande o contrato não será nulo, apenas não será doação, mas outro contrato qualquer. 
Ex: empresto um apartamento a João sob pagamento mensal de mil reais, ora isto não é empréstimo, mas locação. 
Outro exemplo de contrato unilateral e oneroso é o mútuo feneratício ( empréstimo de dinheiro a juros, art. 591). 
Empréstimo entre amigos em geral não tem juros (mútuo simples), sendo unilateral e gratuito, mas no empréstimo econômico os juros são naturalmente devidos, tratando-se de contrato unilateral e oneroso.
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Contratos Comutativos e Aleatórios 
 Importante: Os contratos onerosos subdividem-se em comutativos e 
aleatórios. 
“são os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco”. 
Ex: compra e venda, troca, locação, etc.
 Comutativos
“caracterizam-se pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que deles pode advir. É que a perda ou lucro dependem de um fato futuro e imprevisível”. 
 Importante: O vocábulo aleatório é originário do latim alea, que significa sorte, risco, acaso. 
 Contratos aleatórios
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Profª. Cleide Secca
 Importante: contrato de seguro é comutativo, porque o segurado o celebra para se acobertar contra qualquer risco. No entanto, para a seguradora é sempre aleatório, pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato eventual. 
Jogo, aposta, compra e venda de coisa futura, são outros exemplos de contratos aleatórios que veremos oportunamente.
 Aleatórios por natureza
 Acidentalmente aleatórios
 Venda de coisas futuras;
 Venda de coisas existentes mas expostas a risco. 
 Contratos Aleatórios
 Venda de 
coisas futuras
 O risco se refere à própria existência da coisa (art. 458 CC). 
é a compra de uma esperança, quando o comprador assume o risco da existência da coisa (ex: pago cem reais a um pescador pelo que ele trouxer no barco ao final do dia)
O risco se refere à sua quantidade (art. 459, CC).
aqui o risco é na quantidade, então se não vier nada, ou se nada for produzido, o preço não será devido, depende do que for combinado entre as partes
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Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
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CONTRATOS PERSONALÍSSIMOS E 
IMPESSOAIS
“são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, pois essas qualidades (culturais, profissionais, artísticas etc.) tiveram influência decisiva no consentimento do outro contratante”. 
“são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro, O importante é que seja executada, pois o seu objeto não requer qualidades especiais do devedor”. 
 Importante: As obrigações personalíssimas, não podendo ser executadas por outrem, são intransmissíveis aos sucessores. Também não podem ser objeto de cessão. 
 Personalíssimos ou intuitu personae
 Impessoais
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CONTRATOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
“É aquele que as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas”. 
“São os contratos que se perfazem pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas”.
 Importante: Pode haver contrato coletivo no âmbito do Direito de Empresa, celebrado por pessoas jurídicas representativas de determinadas indústrias ou sociedades empresárias, destinado a inibir a concorrência desleal, a incentivar a pesquisa, a desenvolver a cooperação mútua etc. 
 Contrato individual
 Contratos coletivos
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CONTRATOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS, CONTRATOS DERIVADOS
“são os que têm existência própria e não dependem, pois, de qualquer outro (compra e venda, locação etc.)”. 
“são os que têm sua existência subordinada à do contrato principal (cláusula penal, fiança etc.)”. 
 Importante: Têm em comum com os acessórios o fato de que ambos são dependentes de outro. Diferem, porém, pela circunstância de o derivado participar da própria natureza do direito versado no contrato-base. 
 Contratos principais
 Contratos Acessórios
 Contratos derivados
“Espécie de avença em que um dos contratantes transfere a terceiro, sem se desvincular, a utilidade correspondente à sua posição contratual”. Ex: o contrato de subempreitada sucede o contrato de empreitada.
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CONTRATOS SOLENES E NÃO SOLENES 
“são os que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar”. Ex.:doação e fiança que devem ser por escrito (541 e 819) 
Na compra e venda de imóvel, pelo valor e importância dos imóveis, o contrato além de escrito deve ser feito por tabelião, pelo que para adquirir uma casa só o acordo de vontades não basta, é necessário também celebrar uma escritura pública (arts. 108 e 215)
 Solenes
 Importante: Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a formalidade é ad solemnitatem, isto é, constitui a substância do ato (escritura pública na alienação de imóvel, testamento etc.). 
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“são os contratos de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, inclusive a verbal”.
 Livre ou Informais
 Importante: Os contratos informais podem ser verbais, enquanto os contratos solenes devem ser por escrito,seja particular (feito por qualquer pessoa/advogado, como na fiança e doação) ou público (feito apenas em Cartório de Notas, compra de imóvel).
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CONTRATOS CONSENSUAIS E REAIS 
“são os que se aperfeiçoam com o consentimento, isto é, com o acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma”. 
“são os que exigem, para se aperfeiçoar. além do consentimento, a entrega da coisa (tradição) que lhe serve de objeto”. Ex: doação de bens móveis (pú do 541), comodato (579), mútuo, depósito (627). 
Podem  até ser verbais/informais, mas não nascem antes da entrega da coisa.
 Importante: Todos os contratos reais são unilaterais. E quando, entregue a coisa (quando o contrato torna-se perfeito e acabado), só resta obrigação para o depositário, o comodatário e o mutuário. 
 Contratos consensuais
 Contratos reais
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ILUSTRANDO:
Existe contrato após o acordo de vontades e mesmo antes da entrega da coisa, de modo que uma eventual desistência pode ensejar perdas e danos ou até a execução compulsória do 475. 
Se A  promete emprestar sua casa de praia para B passar o verão (comodato), só haverá contrato após a ocupação efetiva da casa por B. 
Já se A se obriga a alugar sua casa de praia a B durante o verão (locação), o contrato surgirá do acordo de vontades, e eventual desistência de A, mesmo antes da entrega das chaves, ensejará indenização por perdas e danos (389). 
A tradição não é requisito de validade, mas de existência dos contratos reais.
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CONTRATOS PRELIMINARES 
é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. 
 Importante: O contrato preliminar é também denominado pré-contrato e na compra e venda de imóvel é chamado de promessa de compra e venda, ou compromisso de compra e venda . 
O contrato preliminar não é uma minuta ou rascunho, é contrato mesmo que visa concretizar um contrato futuro e definitivo.
 Contrato preliminar ou pactum de contrahendo
 Irretratabilidade
 Decreto-Lei n. 58/37 
 Lei do Parcelamento do Solo Urbano (Lei n. 6.766, de 19-12-1979) 
 Ação de Adjudicação Compulsória
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ILUSTRANDO:
O contrato preliminar é muito usado na aquisição de imóveis a prazo.  Se o contrato preliminar for descumprido, ou o contrato definitivo não for celebrado oportunamente, caberá indenização por perdas e danos ou mesmo a execução forçada. Na execução forçada o juiz celebra o contrato no lugar da parte que não está cumprindo sua obrigação. 
Exemplo: A adquiri um imóvel para pronta moradia, celebra um contrato preliminar de promessa de compra e venda com uma construtora, recebe as chaves e vai pagando as prestações ao longo dos anos. Ao término do pagamento de todas as prestações, celebra outro contrato com a construtora, desta vez um contrato definitivo que será levado a registro no Cartório de Imóveis. 
O contrato preliminar pode ser feito mediante instrumento particular, mas o definitivo vai exigir escritura pública. Se A adquire à vista celebra logo o contrato definitivo. 
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CONTRATOS PARITÁRIOS, DE ADESÃO E CONTRATO-TIPO. 
“são os que não permitem liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo de contrato previamente confeccionado, não podendo modificá-las: aceita-as ou rejeita- as, de forma pura e simples, e em bloco, afastada qualquer alternativa de discussão”. 
 Paritários
“são os contratos do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em pé de igualdade (par a par)”.
 Contratos de adesão
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 Importante: O Código Civil resguarda a posição do aderente, nos contratos de adesão, nas cláusulas ambíguas ou contraditórias e, proíbe a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio (arts. 423 e 424). 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
 Contrato de adesão no CDC ou CPDC (Lei nº 8.078/90) art. 54. 
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Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
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“É espécie de contrato apresentado por um dos contratantes, em fórmula impressa ou datilografada, ao outro, que se limita a subscrevê-lo.” contrato de massa, em série ou por formulários
 Contrato-tipo
EX. : contratos bancários, que já vêm impressos, mas com espaços em branco no tocante à taxa de juros, prazo e condições do financiamento, a serem estabelecidos de comum acordo.
Difere do contrato de adesão porque não lhe é essencial a desigualdade econômica dos contratantes, bem como porque admite discussão sobre o seu conteúdo.
No contrato-tipo, as cláusulas não são impostas por uma parte à outra, mas apenas pré-redigidas. 
Em geral, são deixados espaços, a serem preenchidos pelo concurso de vontades.
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CONTRATOS DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, DIFERIDA E DE TRATO SUCESSIVO 
“São os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração”. 
“são os que devem ser cumpridos também em um só ato mas em momento futuro”. Ex.: Entrega, em determinada data, do objeto alienado .
“são os que se cumprem por meio de atos reiterados” 
Ex.: compra e venda a prazo, prestação permanente de serviços e fornecimento periódico de mercadorias.
Locação
 Execução instantânea ou imediata
 Execução diferida
 Trato sucessivo ou de execução continuada
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 1) O princípio da onerosidade excessiva só se aplica aos contratos de execução continuada;
 2) O princípio da simultaneidade das prestações só se aplica aos de execução instantânea; (não se permite, em contrato de execução diferida ou de trato sucessivo, que o contratante, o qual deve satisfazer em primeiro lugar sua prestação, defenda-se pela exceptio non adimpleti contractus, alegando que a outra parte não cumpriu a dela)
 3) No contrato de execução instantânea, a nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado anterior, enquanto nos de execução continuada são respeitados os efeitos produzidos, não sendo possível restituí-las ao statu s quo ante.
 Características Importantes
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CONTRATOS NOMINADOS, INOMINADOS, TÍPICOS, ATÍPICOS, MISTOS E COLIGADOS 
 Contratos nominados
 Contratos inominados
“São os que têm designação própria. 
“São os que não possuem designação própria.” 
 Contratos típicos
 Contratos atípicos
“São os regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado.” 
“São os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei.” 
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Os contratos mistos  resultam de uma combinação de elementos de diferentes contratos, formando uma nova espécie contratual a qual não é estabelecida em lei. 
Exemplo: compra e venda + locação = LEASING.
 
Os Contratos Coligados representam um grupo de contratos que têm algum ponto em comum entre si, uma mesma pessoa, por exemplo, que faz com que estes contratos interajam uns com os outros, muito embora cada um deles seja um contrato independente,dotado de autonomia. São contratos principais, cada qual dotado com suas características próprias.
Exemplos: 
contratos celebrados pelas distribuidoras de petróleo com os exploradores de postos de gasolina, que engloba várias avenças interligadas, como fornecimento de combustíveis, arrendamento de bombas, locação de prédios, financiamento etc.
Subcontratos (locação, arrendamento), são exemplos de coligação necessária e unilateral, em que invalidades e falta de eficácia do contrato principal afeta diretamente esta espécie de contrato, mas o contrário não afeta o principal.
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ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE 
TERCEIRO 
“É a convenção entre duas pessoas onde uma delas concederá uma vantagem ou benefício em favor daquele, que não é parte no contrato. 
 Conceito
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Tanto o contratante como o beneficiário poderão exigir a prestação se a outra parte atrasar. 
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Na estipulação, a qualquer momento o beneficiário pode ser substituído, bastando comunicar ao outro contratante.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
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 Exceção ao princípio da relatividade 
(“Funda-se na ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, não afetando terceiros”)
 Sujeitos do negócio jurídico
 estipulante
 promitente
 beneficiário 
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Ex 1: Alugo minha casa e determino que o aluguel seja pago a meu irmão
Ex 2: Faço um seguro de vida para beneficiar meu filho. 
Outras modalidades de seguro:(de vida, contra acidentes pessoais e contra acidentes do trabalho. onde:
segurado (estipulante) convenciona com o segurador (promitente) pagar ao beneficiário terceiro) o valor ajustado em caso de sinistro.
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 Pergunta: É essencial a capacidade plena de todos os sujeitos envolvidos neste negócio jurídico?
 Características
 Consensual
 Livre
 Terceiro determinado, determinável ou futuro
 Gratuidade do benefício
 Regulamentação arts. 436 a 438, CC. 
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A capacidade só é exigida dos dois primeiros (estipulante e promitente), pois qualquer pessoa pode ser contemplada com a estipulação, seja ou não capaz.
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PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
“É uma promessa de obrigação de fazer que será realizada por terceiro.”
 Importante: A inexecução do contrato se resolverá por perdas e danos (art. 439, CC). 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
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Ex: Um promotor de eventos promete ao dono de uma casa de shows trazer um artista para cantar na cidade. Se o artista não vier, o promotor será responsabilizado .
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 Isenção de responsabilidade do terceiro se seu cônjuge for o promitente art. 439, p.único, CC.
Diferença da estipulação em favor de terceiro
O promotor não vai beneficiar o artista, e sim se responsabilizar pela sua apresentação. 
O artista não integra o contrato inicial entre o promotor e o dono da casa de shows, mas sim participará de um segundo contrato com o promotor do evento.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
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CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR 
“Modalidade de relação contratual chamada de cláusula pro amico eligendo, ou pro amico electo, pela qual se contrata por alguém, ou uma pessoa se reserva a prerrogativa de nomear alguém que vá assumir sua posição contratante (art.467, CC).” 
Comum nos compromissos de compra e venda de imóveis, em que o compromissário comprador reserva para si a opção de receber a escritura definitiva ou indicar terceiro para nela figurar como adquirente.
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Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
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Utilizada para evitar despesas com nova alienação, nos casos de bens adquiridos com o propósito de revenda, com a simples intermediação do que figura como adquirente.
 Efeito retroativo do contrato art. 469, CC.
Feita validamente, a pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações do contrato com efeito retroativo.
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
Participam desse contrato:
■ o promitente, que assume o compromisso de reconhecer o amicus ou eligendo;
■ o estipulante, que pactua em seu favor a cláusula de substituição; e
■ o electus, que, validamente nomeado, aceita sua indicação, que é comunicada ao promitente.
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Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
Ex: Compro um apartamento para pagar em quinze anos e celebro um contrato preliminar com a construtora, pois o contrato definitivo só virá ao término do pagamento integral, após os quinze anos, posso pedir à construtora-vendedora que coloque o imóvel logo no nome dos meus filhos. Se essa pessoa futura não aceitar o contrato, continuará válido entre os contratantes originários.
 Fatos autorizativos de eficácia do contrato entre os contratantes originários art. 470 e 471, CC.
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CONCEITOS CORRELATOS À BOA-FÉ OBJETIVA
Venire contra factum proprium ■ Protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente. 
Ex. 1: Credor que concordou, durante a execução do contrato de prestações periódicas, com o pagamento em lugar ou tempo diverso do convencionado não pode surpreender o devedor com a exigência literal do contrato. 
Ex. 2: vende um estabelecimento comercial e auxilia, por alguns dias, o comprador, inclusive preenchendo pedidos e novas encomendas com seu próprio número de inscrição fiscal, não pode, posteriormente, cancelar tais pedidos, sob a alegação de uso indevido de sua inscrição.
Suppressio ■ Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa -fé. 
Ex. : O contrato de prestação duradoura que tiver permanecido sem cumprimento durante longo tempo, por falta de iniciativa do credor, não pode ser motivo de nenhuma exigência, se o devedor teve motivo para pensar extinta a obrigação e programou sua vida nessa perspectiva25/10/2019
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Surrectio ■ É a outra face da suppressio. Acarreta o nascimento de um direito em razão da continua da prática de certos atos.
Ex. :A duradoura distribuição de lucros da sociedade comercial em desacordo com os estatutos pode gerar o direito de recebê-los do mesmo modo, para o futuro
Tu quoque ■ Proíbe que uma pessoa faça contra outra o que não faria contra si mesma, consistindo em aplicação do mesmo princípio inspirador da exceptio non adimpleti contractus.
Ex. : O condômino que viola a regra do condomínio e deposita móveis em área de uso comum, ou a destina para uso próprio, não pode exigir do outro comportamento obediente ao preceito.
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A empresa 123 Eventos e Fábio firmaram, no ano 2000, contrato de prestação de serviços, por prazo indeterminado, por meio do qual Fábio prestava assessoria em informática para a empresa. Uma das obrigações contratuais de Fábio era enviar, quinzenalmente, um relatório descritivo das tarefas realizadas naquele período. Fábio nunca enviou os relatórios e o representante legal da empresa também nunca os exigiu. Em 2017, a 123 Eventos exigiu todos os relatórios, desde o início da prestação dos serviços, ameaçando cobrar a multa estipulada em cláusula penal caso Fábio não atendesse à solicitação. Fábio apontou que não poderia atender ao pedido e argumentou que durante os 17 (dezessete) anos de vigência do contrato, tal obrigação jamais havia sido exigida. Desse modo, concluiu Fábio que a obrigação contratual não seria mais exigível. A argumentação e conclusão de Fábio têm suporte, em tese,
a)na vedação ao comportamento contraditório.
b)na teoria do adimplemento substancial.
c)na função social dos contratos.
d)na presumida vulnerabilidade do fornecedor pessoa física.
e)no instituto da suppressio.
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João e José celebram um contrato e ajustam que o adimplemento será feito sempre em dinheiro e pessoalmente, no dia 10 (dez) do mês vencido. Ocorre que o contrato, que é de trato sucessivo, há mais de 12 (doze) anos é executado por João, por meio de depósito em conta corrente, em cheque e na data acordada, sem questionamento de qualquer natureza por José. Essa situação passa a ser fonte criadora de direitos subjetivos para João. O instituto que fundamenta a afirmação feita é:
a) surrectio;
b) venire contra factum proprium;
c) supressio;
d) teoria do adimplemento substancial;
e) tu quoque.
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SUPRESSIO E SURRECTIO – A supressio configura-se quando há a supressão, por renúncia tácita, de um direito, em virtude do seu não exercício. A surrectio, por sua vez, ocorre nos casos em que o decurso do tempo implica o surgimento de uma posição jurídica pela regra da boa-fé
Supressio: suprime um direito. Se o devedor está pagando de forma reiterada e contrária ao entabulado, bem como não há oposição do credor quanto a essa prática, posteriormente este não poderá reclamar, pois não impugnou em tempo hábil.
Ex: Em uma relação de consumo, foi estabelecido que o pagamento deveria ser realizado de determinada maneira.
No entanto, após certo tempo, o pagamento passou a ser feito, reiteradamente, de outro modo, sem que o credor se opusesse à mudança.
Nessa situação, considerando-se a boa-fé objetiva, para o credor ocorreu o que se denomina supressio.
SURRECTIO– aquisição do direito correspondente
Surrectio: surge um direito. Se o devedor está pagando de forma reiterada e contrária ao entabulado, bem como não há oposição do credor quanto a essa prática, surge um direito do devedor de continuar agindo da mesma forma
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VÍCIOS REDIBITÓRIOS
 Conceito
“São os defeitos ocultos da coisa que, de alguma forma, a tornem imprópria para o uso a que se destina ou diminua o seu valor.”
 Efeitos
 A coisa pode ser rejeitada (art. 441, CC).
 Abatimento no preço (art. 442, CC).
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Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
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Importante: Regras aplicáveis somente em contratos bilaterais e comutativos (prestações certas e determinadas).
Importante - Não há que se confundir o vício redibitório com o erro. 
No caso de vício redibitório o problema atinge o objeto do contrato, ou seja, a coisa. 
No erro o vício é do consentimento, atingindo a vontade, pois a pessoa se engana sozinha em relação a um elemento do negócio celebrado (arts. 138 a 144 do CC)
EXEMPLO: Alguém compra um imóvel de um particular, que não é profissional nessa atividade de venda de imóveis, por R$ 300.000,00, e este apresente um sério problema de encanamento. Como não há relação de consumo, o caso envolve um vício redibitório, aplicando-se o Código Civil. Sendo assim, o adquirente terá a seu favor as opções e prazos previstos no art. 445 do CC
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O adquirente prejudicado pelo vício redibitório pode fazer uso das ações edilícias, nos termos do art. 442 do CC
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Princípio da Garantia
há uma garantia legal contra os vícios redibitórios nos contratos bilaterais (sinalagmáticos), onerosos e comutativos, caso da compra e venda. 
Devem ainda ser incluídas as doações onerosas, conforme preceitua o art. 441, parágrafo único, do CC, caso da doação remuneratória e da doação modal ou com encargo.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
merece aplicação o princípio da conservação do contrato, anexo à função social. 
Sendo assim, deve-se entender que a resolução do contrato é o último caminho a ser percorrido. 
Nos casos em que os vícios não geram grandes repercussões em relação à utilidade da coisa, não cabe a ação redibitória, mas apenas a ação quanti minoris, com o abatimento proporcional do preço.
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Expressão edilícias: Origem no Direito Romano, pois a questão foi regulamentada pela aediles curules, por volta do século II a.C., “com o objetivo de evitar fraudes praticadas pelos vendedores no mercado romano. Ressaltemos que os vendedores eram, em geral, estrangeiros (peregrinos) que tinham por hábito dissimular muito bem os defeitos da coisa que vendiam” 
 Ações Edilícias
 Ação redibitória 
Requerer a resolução do contrato
 Ação quanti minoris ou estimatória 
Pleitear o abatimento no preço.
Importante - Segundo a doutrina, se o vício for insignificante ou ínfimo e não prejudicar as finalidades do contrato, não cabe sequer esse pedido de abatimento no preço.
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 Pergunta: A ignorância do vício exime o alienante de responsabilidade?
 Pergunta: O perecimento do objeto após a tradição exime o alienante de responsabilidade?
Resposta: art. 443, CC.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
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Resposta: art. 444, CC
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Importante - A responsabilidade do alienante permanece ainda que a coisa pereça em poder do adquirente em virtude do vício oculto já existente no momento da entrega.
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 Prazos decadenciais (art. 445, CC)
 30 (trinta) dias Bem móvel.
 01 (um) ano Bem imóvel.
 Contagem dos prazosDa tradição.
 Da ciência (art. 445, § 1º, CC).
 Importante: Se o adquirente já estava na posse da coisa os prazos são reduzidos pela metade.
 Importante: Os vícios que só podem ser conhecidos mais tarde têm um limite máximo de 180 dias para bens móveis e 01 ano se for bem imóvel.
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Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.( exemplo: locatário adquirente)
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
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Acórdãos aplicando essa diferenciação dos prazos
“Compra e Venda. Alegação de vício redibitório. Ação de cobrança de valor destinado à recomposição do imóvel. Ação ajuízada antes de completado um ano da data em que a autora tomou conhecimento dos vícios ocultos. Decadência não configurada. Aplicação do artigo 445, § 1.º, do Código Civil. Imóvel sujeito a infiltrações, somente observadas quando da temporada de chuvas. Fato que não foi levado ao conhecimento da adquirente. Danos anteriores mascarados com a pintura recente do prédio. Valor de recomposição não impugnado. Sentença de procedência mantida. Agravos retidos da autora que restam prejudicados em face da decisão dada ao mérito da demanda. Apelação desprovida” (TJSP, Apelação Cível 617.558.4/4, Acórdão 3498071, Catanduva, 2.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Morato de Andrade, j. 03.03.2009, DJESP 26.03.2009).
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 Obs.: No caso de venda de animais o prazo será definido por lei especial (art. 445, § 2º, CC).
 Obs.: Máquina sujeita a experimentação depende ajustes técnicos, o prazo decadencial conta-se do seu perfeito funcionamento e efetiva utilização.
 Garantia
 Legal (art. 445, CC)
 Convencional (art. 446, CC).
 Prazo para reclamar contados do descobrimento 30 dias.
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§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
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Na vigência de prazo de garantia (decadência convencional) não correrão os prazos legais (decadência legal), mas, diante do dever anexo de informação, inerente à boa-fé objetiva, o adquirente deverá denunciar o vício no prazo de trinta dias contados do seu descobrimento, sob pena de decadência.
A decadência referenciada no final do art. 446 do CC/2002 está ligada à perda do direito de garantia contratual e não ao direito de ingressar com as ações edilícias. 
Sendo assim, findo o prazo de garantia convencional ou não exercendo o adquirente o direito no prazo de 30 dias fixado no art. 446 do CC, iniciam-se os prazos legais previstos no art. 445 do CC.
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Evicção
“É a perda da coisa em virtude de sentença judicial ou ato administrativo, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato”. 
 Princípio de garantia 
 Evicção, do latim “evincere”, que significa ser vencido. 
 Responsabilidade ex vi legis 
 Contratos onerosos, pelo qual se transfere o domínio, posse ou uso. 
 Conceito
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Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
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 Decorre ações petitórias como de possessórias. 
 Importante: Não incide em contratos gratuitos (art. 552), salvo se se tratar de doação modal (onerosa ou gravada de encargo). 
 Indenização
 Restituição integral do preço ou das quantias que pagou;
 Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
 A das despesas dos contratos e dos prejuízos que resultarem diretamente da evicção;
 As custas judiciais e os honorários do advogado por ele constituído.
 Despesas com tributos, lavratura e registro de escritura, juros e correção monetária. 
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 Coisa deteriorada
 S/ vantagem p/ o adquirente (art. 451, CC).
 C/ vantagem p/ o adquirente (art. 452, CC).
 Benfeitorias
 Indenização úteis ou necessárias (art. 453 e 1.219, CC).
 Abonadas (art. 454, CC).
 Possibilidade de aumentar, diminuir ou excluir a garantia (art. 458, CC).
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 Limites a cláusula de non prestanda evictione (art. 449, CC).
 Evicção parcial (art. 455, CC).
 Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada;
 Onerosidade da aquisição; 
 Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa (art. 457).
 Anterioridade do direito do evictor.
 Denunciação da lide ao alienante (art. 456, CC). 
 Requisitos da Evicção
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1- Maria locou um apartamento de propriedade de João, pelo valor mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais), por um prazo de 120 meses. Foi previsto no contrato a aplicação de índice de correção monetária oficial, a ser aplicado anualmente. Contudo, todo o contrato foi cumprido, mediante o pagamento mensal do valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), sem qualquer correção monetária, e sem qualquer oposição do locador. Após o termino do contrato, foi o imóvel entregue. Contudo, após dois anos da entrega do imóvel, Maria recebeu uma citação decorrente de um processo judicial, no qual o locador pretendia reaver a correção monetária não paga durante todo o período do contrato.
A pretensão do locador deve ser julgada
a) procedente, tendo em vista que o contrato previa a obrigação de pagamento com correção monetária, incidindo o princípio da força obrigatória dos contratos.
b) improcedente, tendo em vista a prescrição dos valores devidos, cujo prazo é de um ano, contado do término do contrato.
c) improcedente, tendo em vista a decorrente do princípio da boa-fé.
d) parcialmente procedente, tendo em vista o prazo prescricional de três anos, contados da data de vencimento de cada mensalidade do aluguel.
e) procedente, tendo em vista que a correção monetária apenas recompõe o valor da moeda, não podendo a locatária se beneficiar da sua torpeza (venire contra factum proprium).
c
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2- Estabelecido contrato de fornecimento de insumos para empresa que comercializa produtos químicos, será juridicamente possível o fornecedor pedir, de acordo com a lei civil, a resolução do contrato, se a sua prestação se tornar excessivamente onerosa,
a) com extrema vantagem para a outra parte, por acontecimento extraordinário, ainda que previsível.
b) por acontecimento extraordinário, ainda que sem proveito para a outra parte.
c) com vantagem extrema para a outra parte em razão de acontecimento extraordinário e imprevisível. 
d) por acontecimento extraordinário, ainda que não imprevisível.
e) por acontecimento extraordinário, ainda que não imprevisível, provocado por fato do príncipe.
c
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3- Assinale a assertiva incorreta sobre contratos.
a) A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
b) A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
c) Reputar-se-á celebradoo contrato no lugar em que foi aceito.
d) Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
e) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
4- Analisando a classificação dos contratos civis, assinale a afirmativa CORRETA.
a) Gratuito - apenas uma das partes se compromete economicamente.
b) Principal - somente existe em razão de um outro.
c) Sucessivo - o que se cumpre em uma só prestação.
d) Unilateral - há obrigações para todas as partes.
C
a
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5- Maurício, pretendendo vender um violino que recebera em doação feita por sua avó, quando ainda estava viva, publicou anúncio em um site de vendas, apresentando a marca do instrumento e as especificações, inclusive o ano de fabricação, o modelo e o estado de conservação. Anexou a fotografia do instrumento e fez constar do anúncio o preço no valor de dois mil reais. Vários contatos foram feitos, sendo que, no mesmo dia em que foi divulgada a publicidade, Vanildo, músico profissional, se dirigiu à residência de Maurício, com os dois mil reais em dinheiro, para aquisição do bem.
Acontece que Maurício, impressionado com o grande número de contatos feitos em decorrência da publicação do anúncio, declarou para Vanildo que não realizaria a venda naquele momento, pois gostaria de aguardar uma oferta mais vantajosa. 
Nesse caso, pode-se afirmar que:
a) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, sem qualquer consequência jurídica, já que o contrato não chegou a ser formalizado;
b) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale à proposta, havendo, contudo, direito ao arrependimento, desde que Vanildo seja indenizado pelas perdas e danos;
c) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, contudo, obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos;
d) é direito subjetivo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, contudo, obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos;
e) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale à proposta, sendo, portanto, obrigatória, não havendo direito ao arrependimento.
e
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 6- Acerca dos dispositivos do Código Civil de 2002 destinados à disciplina jurídica dos contratos, assinale a afirmativa correta.
a) A autonomia privada dos contratantes é maior no caso de contratos atípicos, porque não há exigência legal de observância da função social do contrato, prevista para os contratos típicos.
b) Nos contratos de adesão regulados pelo Código Civil, é válida a cláusula que prevê a renúncia antecipada do aderente a direitos resultantes da natureza do negócio.
c) Os contratos entre ausentes não se tornam perfeitos se, antes da aceitação, ou juntamente com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante.
d) É válido o contrato celebrado entre Luísa e André para transferência do patrimônio integral da primeira para o segundo, com eficácia postergada para depois da morte de Luísa.
e) A liberdade de contratar nos contratos atípicos é absoluta no direito brasileiro, por força do consagrado princípio de que os pactos devem ser cumpridos (pacta sunt servanda).
c
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7- Negócios Eletrônicos S.A., sociedade com sede no Brasil, presta serviços mediante a publicação de páginas na rede mundial de computadores, a Internet. Os usuários acessam essas páginas mediante o uso de senha própria composta por onze números e por ela podem comunicar-se, fazendo ofertas e celebrando contratos de compra e venda de bens em geral. Para operacionalizar o baixo custo do funcionamento desse sistema, os programas de computador e os dados relativos a essas páginas estão gravados em um computador de outro empresário, prestador de serviços de Internet situado na Finlândia.
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta com base na legislação em vigor.
a) As partes contratantes poderão eleger livremente o domicílio do contrato de compra e venda celebrado por meio virtual, o qual será, no caso de omissão, o do domicílio do proponente.
b) Se um usuário das referidas páginas ali publicar, sem prévia autorização, a marca registrada presente no produto anunciado, o titular do sinal marcário poderá exigir a remoção desse sinal do anúncio.
c) Por corresponder a sinal sigiloso que identifica o titular, a senha de acesso constitui sua assinatura eletrônica, com valor legal equiparado à assinatura autógrafa do usuário.
d) Os dados e programas de computador utilizados no funcionamento das páginas em questão pertencem ao estabelecimento virtual da sociedade anônima, assim localizado na Finlândia.
a
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8- Fabrício ofereceu verbalmente uma mesa usada a Eduardo, pelo preço de trezentos reais, pagamento à vista, em dinheiro. Eduardo respondeu positivamente. É correto afirmar que o contrato.
a) não foi celebrado, porque não houve formalidade essencial à venda.
b) não foi celebrado, porque não houve a entrega do bem.
c) foi celebrado, pois houve proposta e aceitação.
d) foi celebrado, mas é ineficaz até a entrega da mesa.
e) foi celebrado, mas é rescindível até a entrega da mesa.
9 - À luz do Código Civil, no que concerne aos contratos em geral, 
a) havendo estipulação em favor de terceiro, se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, poderá o estipulante exonerar o devedor. 
b) encaminhada uma proposta de contrato pelo proponente, a aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, não importará nova proposta. 
c) o contrato preliminar deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado, observando inclusive a sua forma.
d) as partes podem, por cláusula expressa, reforçar ou diminuir a responsabilidade pela evicção, mas jamais exclui-la. 
e) a proposta feita sem prazo por telefone deixa de ser obrigatória se não foi imediatamente aceita. 
C
e
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10- Souto aceitou transportar mercadorias que lhe foram entregues por Sátiro. Foi estipulado no contrato por Sátiro que a carga deverá ser entregue a Amélia, que não é parte no contrato. 
Consideradas essas informações e o disposto na legislação civil sobre estipulações contratuais em favor de terceiros, é correto afirmar que:
somente Sátiro, na condição de estipulante, pode exigir o cumprimento da obrigação de entrega da carga perante o transportador Souto;
b) somente Amélia, na condição de terceiro em favor de quem se estipulou a obrigação, pode exigir o cumprimento da entrega da carga perante o transportador Souto;
c) se à Amélia for atribuído o direito de reclamar do transportador a entrega da carga, poderá Sátiro exonerar Souto dessa obrigação;
d) tanto o estipulante Sátiro quanto a destinatária Amélia poderão, individual ou conjuntamente, exigir o cumprimento da obrigação de Souto e alterar as condições e normas do contrato;
e) Sátiro, na qualidade de estipulante, pode reservar-se o direito de substituir a destinatária da carga, Amélia, independentemente da sua anuência e da do transportador.
e
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Extinção dos Contratos
arts.472 a 480
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Extinção Normal do Contrato
Extinção por Fatos anteriores a Celebração
Extinção por Fatos posteriores a Celebração
Extinção por morte
Extinção Normal do Contrato 
Pelo cumprimento da obrigação
- Pagamento do preço em obrigação instantânea; 
- Pagamento de todas as parcelas em obrigação de trato sucessivo; 
- Entrega da coisa conforme pactuado;
- Ato não praticado na obrigação de não fazer
Importante: Extinto o contrato, não há que se falar em obrigaçõesdele decorrentes
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Extinção por Fatos anteriores a Celebração
Invalidade contratual - (arts. 166, 167 e 171 do cc)
Contrato nulo (eivado de nulidade absoluta) 
Contrato anulável (presente a nulidade relativa ou anulabilidade)
Cláusula de arrependimento
hipótese em que os contraentes estipulam que o negócio será extinto, mediante declaração unilateral de vontade, se qualquer um deles se arrepender (cláusula de
arrependimento).
Importante: não se confunde com o direito de arrependimento de origem legal
previsto, por exemplo, no art. 49 do CDC.
Cláusula resolutiva expressa - art. 474 do CC
podendo um evento futuro e incerto (condição) acarretar a extinção do contrato
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Art. 474 - “a cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial”
V Jornada de Direito Civil, - Enunciado n. 436 
“A cláusula resolutiva expressa produz seus efeitos extintivos independentemente de pronunciamento judicial” - Deve ser tido como regra
Importante: Em algumas situações, mesmo havendo uma cláusula resolutiva expressa, haverá necessidade de notificação da parte para constituí-la em mora e extinguir posteriormente o contrato.
Exemplo: casos de leasing - 
Súmula 369 do STJ “no contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora”.
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Extinção por Fatos posteriores ou superveniente a Celebração
Toda vez em que há a extinção do contrato por fatos posteriores à celebração, tendo uma das partes sofrido prejuízo, fala–se em rescisão contratual
Importante: a ação que pretende extinguir o contrato nessas hipóteses é denominada ação de rescisão contratual, seguindo procedimento comum.
Rescisão (gênero) 
Resolução - (extinção do contrato por descumprimento) 
Resilição - (dissolução por vontade bilateral ou unilateral, quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo reconhecimento de um direito potestativo).
Importante: parece estar superada a ideia de que o termo rescisão seria sinônimo de invalidade (nulo e anulável)
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O próprio Código Civil em vigor parece adotar a visão no sentido de ser a rescisão
gênero das espécies resolução e resilição.
O art. 455 adota a expressão rescisão no sentido de resolução, ao estabelecer que, “se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido”.
O art. 607, utiliza a palavra rescisão como resilição que assim enuncia: “o contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior”
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Resolução 
descumprimento ou inadimplemento contratual
Inexecução voluntária
Inexecução involuntária
Resolução por onerosidade excessiva Cláusula resolutiva tácita
Resilição 
exercício de um direito potestativo
Resilição bilateral
Resilição unilateral
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Resolução Inexecução voluntária 
Está relacionada com a impossibilidade da prestação por culpa ou dolo do devedor, podendo ocorrer tanto na obrigação de dar como nas obrigações de fazer e de não fazer.
Art. 475 do CC - que a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato.
Conforme as regras que constam dos arts. 389 e 390 do CC, a inexecução culposa sujeitará a parte inadimplente ao ressarcimento pelas perdas e danos sofridos – danos emergentes, lucros cessantes, danos morais, estéticos e outros danos imateriais, de acordo com aquilo que pode ser interpretado à luz dos arts. 402 a 404 do CC.
Se não preferir essa resolução, a parte poderá exigir da outra o cumprimento do contrato, de forma forçada, cabendo, em qualquer uma das hipóteses, indenização por perdas e danos 
Enunciado 361 da IV Jornada de Direito Civil, “o adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa­fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475”
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Inexecução involuntária 
O descumprimento contratual poderá ocorrer por fato alheio à vontade dos contratantes, situação em que estará caracterizada a resolução por inexecução involuntária, 
Hipóteses em que ocorrer a impossibilidade de cumprimento da obrigação em decorrência de caso fortuito (evento totalmente imprevisível) ou de força maior (evento previsível, mas inevitável). 
Como consequência, a outra parte contratual não poderá pleitear perdas e danos, sendo tudo o que foi pago devolvido e retornando a obrigação à situação primitiva (resolução sem perdas e danos)
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Existem hipóteses em que a parte contratual responde por caso fortuito ou pela força maior:
Se o devedor estiver em mora, a não ser que prove ausência de culpa ou que a perda da coisa objeto da obrigação ocorreria mesmo não havendo o atraso (art. 399 do CC).
Havendo previsão no contrato para a responsabilização por esses eventos por meio da cláusula de assunção convencional (art. 393 do CC), cuja validade é discutível nos contratos de consumo e de adesão.
Em casos especificados em norma jurídica, como por exemplo, do art. 583 do CC, para o contrato de comodato, segundo o qual “se correndo risco o objeto do comodato, juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior”.
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Resolução por onerosidade excessiva
Nos termos do art. 478 do CC, poderá ocorrer a resolução do negócio em decorrência de um evento extraordinário e imprevisível que dificulte extremamente o adimplemento do contrato, gerando a extinção do negócio de execução diferida ou continuada (trato sucessivo). 
Aqui está presente a utilização da resolução contratual por fato superveniente, em decorrência de uma imprevisibilidade e extraordinariedade somadas a uma onerosidade excessiva. 
Os efeitos da sentença que determinar a resolução retroagirão à data da citação do processo em que se pleiteia a extinção (efeitos ex tunc)
Enunciado n. 175: “A menção à imprevisibilidade e à extraordinariedade, insertas no art. 478 do Código Civil, deve ser interpretada não somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas também em relação às consequências que ele produz”
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Enunciado n. 366, da IV Jornada de Direito Civil, “o fato extraordinário e imprevisível causador de onerosidade excessiva é aquele que não está coberto objetivamente pelos riscos próprios da contratação”
Com base na ideia constante do enunciado doutrinário, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem afastado a resolução ou a revisão dos contratos de safra, diante de eventos como chuvas, pragas e oscilações no preço, pois tais fatos poderiam ser previstos pelas partes contratantes.
Enunciado n. 365, da IV Jornada de Direito Civil, que dispensa a prova da extrema vantagem para a incidência do art. 478 do CC .
“A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como elemento acidental da alteração de circunstâncias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva, independentemente de sua demonstração

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