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Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 ANAMNESE: No raciocínio diagnóstico, são importantes todos os elementos de identificação, os antecedentes pessoais e familiares, os hábitos de vida, as condições socioeconômicas e culturais do paciente. SINAIS E SINTOMAS: Serão analisados: dor cardíaca, palpitações, dispneia, tosse e expectoração, chieira, hemoptise, desmaio (lipotimia e síncope), alterações do sono, cianose, edema, astenia e posição de cócoras. Dor: a dor relacionada com o coração e com a aorta compreende a de origem isquêmica, a pericárdica e a aórtica. Na avaliação semiológica da dor precordial, todas as características são importantes: localização, irradiação, caráter, intensidade, duração, frequência, fatores desencadeantes ou agravantes, fatores atenuantes e sintomas concomitantes, os quais podem preceder, acompanhar ou suceder a dor. A intensidade da dor varia de acordo com o grau de comprometimento isquêmico, podendo ser classificada em leve, moderada e intensa. Dor leve: é quando o paciente a sente, mas não se fixa nela, relatando-a, muitas vezes, como uma sensação de peso ou desconforto. Dor moderada: é quando incomoda bastante o paciente e agrava-se com os exercícios físicos. Dor intensa: é aquela que inflige grande sofrimento, obrigando o paciente a ficar o mais quieto possível, pois ele percebe que a dor se agrava com os movimentos ou pequenos esforços. Acompanha-se de sudorese, palidez, angústia e sensação de morte iminente. Palpitações: significam percepção incômoda dos batimentos cardíacos, sendo relatadas pelos pacientes de diferentes maneiras, tais como "batimentos mais fortes': "falhas~ "arrancos", "paradas", "tremor no coração", "coração deixando de bater", "coração aos pulos': além de outras. Palpitações de esforços: ocorrem durante a execução de esforço físico e desaparecem com o repouso. Nos cardíacos, têm o mesmo significado da dispneia de esforço, sendo comum ocorrerem conjuntamente. Também com relação às palpitações, é necessário caracterizar a magnitude do esforço, habitualmente escalonado em grandes, médios e pequenos esforços. Na insuficiência cardíaca, as palpitações, assim como a dispneia, iniciam- se de modo súbito, logo ao se fazer um esforço físico, e desaparecem com o repouso, de maneira gradual e lenta. De maneira geral, os pacientes relatam batimentos rítmicos, enérgicos e rápidos. Palpitações decorrentes de alterações do ritmo cardíaco: são descritas pelos pacientes com expressões ou comparações que possibilitam ao médico presumir o tipo de arritmia. Assim, o relato de "falhas", "arrancos" e "tremor" indica quase sempre a ocorrência de extrassístoles. Aliás, nesta condição, o paciente percebe mais o batimento pós-extrassistólico do que a Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 contração prematura. De outro modo, a sensação de que o coração "deixa de bater" corresponde quase sempre à pausa com pensadora. Extrassístoles "em salvas" são descritas como "disparos do coração': com curta duração. Quando têm início e fim súbitos, costumam ser indicativas de taquicardia paroxística, enquanto as que apresentam início súbito e fim gradual sugerem taquicardia sinusal ou estado de ansiedade. O relato de taquicardia com batimentos irregulares pode levantar a suspeita de fibrilação atrial. Palpitações decorrentes de transtornos emocionais: podem fazer parte juntamente com a precordialgia e a dispneia suspirosa, da síndrome de astenia neurocirculatória ou neurose cardíaca, cuja origem reside nas agressões emocionais sofridas nos primeiros anos de vida (castigo, medo, ameaças) ou nas dificuldades e desajustes ocorridos na vida adulta, incluindo carência afetiva, desajuste conjugal, problemas econômicos, insatisfação sexual. Dispneia: recebe a designação de cansaço, canseira, falta de ar, fôlego curto, fadiga ou respiração difícil. Os dados anamnésicos possibilitam reconhecer os seguintes tipos de dispneia: dispneia de esforço, dispneia de decúbito (ortopneia), dispneia paroxística noturna e dispneia periódica ou de Cheyne- Stokes. Dispneia de esforço: é o tipo mais comum na insuficiência ventricular esquerda; conforme sua denominação, aparece quando o paciente executa esforço físico. A dispneia aos médios esforços surge durante a realização de exercícios físicos de intensidade mediana, tais como andar em local plano a passo normal ou subir alguns degraus, mesmo devagar. A dispneia aos pequenos esforços ocorre durante a prática de exercícios físicos de pequena magnitude, como tomar banho, trocar de roupa, mudar de posição na cama. Às vezes, a dispneia aparece mesmo sem o indivíduo realizar exercícios físicos, bastando para desencadeá-la apenas o ato de falar. Dispneia de decúbito: surge quando o paciente se põe na posição deitada. Para minorá-la, o paciente eleva a cabeça e o tórax, usando 2 ou mais travesseiros; às vezes, inconscientemente, adota a posição semissentada ao dormir. Em fase mais avançada, quando a dispneia se torna muito intensa, o paciente é forçado a sentar-se na beira do leito (ortopneia), com as pernas para fora, quase sempre fletindo a cabeça para frente e segurando com as mãos as bordas do colchão, para ajudar o trabalho da musculatura acessória da respiração. A causa da dispneia de decúbito é o aumento da congestão pulmonar nesta posição pelo maior afluxo de sangue proveniente dos membros inferiores e do leito esplâncnico. Este tipo de dispneia aparece tão logo o paciente se deita, o que a diferencia da dispneia paroxística noturna. Síncope: é a perda súbita e transitória da consciência e do tônus muscular postura} (síncope). Cianose: significa coloração azulada da pele e das mucosas, em razão do aumento da hemoglobina reduzida no sangue capilar, chegando a 5 g por 100 me. A quantidade normal de hemoglobina reduzida é de 2,6 g por 100 mf. A cianose é generalizada quando se observa no corpo todo e localizada quando se Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 restringe a determinados segmentos corporais - apenas o segmento cefálico, um dos membros superiores ou um dos membros inferiores. É um sinal importante de enfermidade cardíaca, principalmente na infância, podendo ser descoberta pelo próprio paciente ou pela família. Edema: as expressões (inchaço" e inchume") são as mais usadas pelos pacientes para relatar este sintoma, mas elas podem designar, também, crescimento ou distensão do abdome (p. ex., «inchaço na boca do estômago"). O edema é o resultado do aumento do líquido intersticial, proveniente do plasma sanguíneo. Embora possa haver edema intracelular, do ponto de vista semiológico, este termo refere- se ao extracelular ou intersticial. O edema aparece em muitas enfermidades, podendo ser localizado, como acontece no edema angioneurótico ou inflamatório e na compressão de vasos linfáticos e venosos, ou generalizado, resultante de afecções cardíacas, renais, hepáticas, carenciais e do uso de medicamentos. A causa básica do edema cardíaco é a insuficiência ventricular direita por aumento da pressão hidrostática associado à retenção de sódio. Primeiramente, localiza-se nos membros inferiores, pela ação da gravidade, iniciando-se em torno dos maléolos. À medida que vai progredindo, acomete pernas e coxas, podendo alcançar a raiz dos membros inferiores. É bilateral, podendo ser assimétrico, isto é, mais intenso em um dos membros inferiores, o que indica, quase sempre, a existência de outra doença associada, como, por exemplo, varizes ou trombose venosa em uma das pernas. Além disso, por influência da gravidade, o edema cardíaco intensifica-se com o decorrer do dia, chegando à máxima intensidade no período da tarde; daí a denominação de edema vespertino. Diminui ou desaparece com o repousonoturno. EXAME FÍSICO: Inspeção e Palpação: realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente, devem ser sistematicamente analisados: pesquisa de abaulamento, análise do ictus cordis ou choque da ponta, análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis e pesquisa de frêmito cardiovascular. Abaulamento: a observação da região precordial deve ser feita em 2 incidências: tangencial, com o examinador de pé do lado direito do paciente, e frontal, o examinador fica junto aos pés do paciente, que permanece deitado. Abaulamento desta região pode indicar a ocorrência de aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica. As cardiopatias congênitas e as lesões valvares reumáticas são as causas mais frequentes de abaulamento precordial. Ictus cordis: é estudado pela inspeção e palpação, investigando-se localização, extensão, mobilidade, intensidade e tipo da impulsão, ritmo e frequência. Situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal; nos brevilíneos, desloca-se aproximadamente 2 cm para fora e para cima, situando-se no 4º espaço intercostal; nos longilíneos, costuma estar no 6º espaço, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular. O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ ou hipertrofia do ventrículo esquerdo, como ocorre na estenose aórtica, insuficiência Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 aórtica, insuficiência mitral, hipertensão arterial, miocardiosclerose, miocardiopatias e algumas cardiopatias congênitas. Avalia-se a extensão do ictus cordis procurando-se determinar quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo. Em condições normais, corresponde a 1 ou 2 polpas digitais. Nos casos de hipertrofia ventricular, são necessárias 3 polpas ou mais. Quando há grande dilatação e hipertrofia, o ictus cordis pode chegar a abarcar toda a palma da mão. A intensidade do ictus cordis é avaliada mais pela palpação do que pela inspeção. É na hipertrofia ventricular esquerda que se constatam os choques de ponta mais vigorosos. Batimentos ou movimentos: quando as bulhas cardíacas se tornam hiperfonéticas, podem ser sentidas pela mão como um choque de curta duração. A este fenômeno, denomina-se choque valvar. Frêmito cardiovascular: aplicada à sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Ao encontrar-se um frêmito, 3 características precisam ser investigadas: localização, usando-se como referência as áreas de ausculta; situação no ciclo cardíaco, diferenciando-se, então, pela coincidência ou não com o ictus cordis ou o pulso carotídeo, os frêmitos sistólico, diastólico e sistodiastólico; e intensidade, avaliada em cruzes (+ a++++). Os frêmitos correspondem aos sopros e a sua ocorrência tem grande importância no raciocínio clínico, como será visto mais adiante. Ausculta: Focos: o foco ou área pulmonar localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. É neste foco em que se têm as condições ideais para a análise dos desdobramentos - fisiológico ou patológico - da 2a bulha pulmonar. O foco ou área aórtica situa-se no 2° espaço intercostal direito, justaesternal. No entanto, deve-se estar consciente de que, muitas vezes, o melhor local para perceber os fenômenos acústicos de origem aórtica é a área compreendida entre o 3° e o 4º espaço intercostal esquerdo, nas proximidades do esterno, à qual se dá a denominação de foco aórtico acessório. O foco ou área tricúspide corresponde à base do apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda. Os fenômenos acústicos originados na valva tricúspide - principalmente o sopro sistólico indicativo de insuficiência desta valva - costumam ser mais percebidos nas proximidades da área mitral. Fazem parte da rotina de ausculta do coração outras áreas no precórdio e nas adjacências, dentre as quais se destacam as seguintes: • Borda esternal esquerda, que corresponde à região situada entre a área pulmonar e a tricúspide; Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 • Borda esternal direita, que vai do foco aórtico ao 5º espaço intercostal direito, justaesternal; • Endoápex ou mesocárdio, que é a área situada entre o foco tricúspide, o foco mitral e o aórtico acessório ; • Regiões infra e supraclaviculares, direita e esquerda; • Regiões laterais do pescoço, muito importantes para a caracterização do sopro de estenose aórtica cuja irradiação segue a direção do fluxo sanguíneo ejetado pelo ventrículo esquerdo; • Regiões interescapulovertebrais, principalmente a região interescapulovertebral esquerda, em que melhor se ausculta, com frequência, o sopro da persistência do canal arterial. Semiotécnica: o médico e o paciente devem posicionar-se comodamente no momento da ausculta, que será efetuada com o paciente nas posições deitada, sentada e em decúbito lateral esquerdo. Às vezes, usa-se outra posição na qual o paciente se põe de pé, debruçando-se sobre a mesa de exame ou sobre o próprio leito (Figura 50.2). A posição padrão é o decúbito dorsal com a cabeça apoiada em um pequeno travesseiro, com o tórax completamente descoberto. O médico fica do lado direito, de pé ou sentado, conforme a altura da cama ou da mesa de exame. Outra posição de rotina é com o paciente de pé ou sentado na beira do leito ou em uma cadeira, com o tórax ligeiramente inclinado para frente. O examinador põe-se de pé do lado direito do doente. Esta última posição é mais propícia para a ausculta dos fenômenos estetoacústicos originados na base do coração. Uma terceira posição é a do paciente deitado em decúbito lateral esquerdo com a mão esquerda na cabeça (desse modo, evita-se que o braço fique acolado ao tórax, impedindo livre acesso ao precórdio). O médico continua de pé do lado direito. Esta posição é mais adequada para auscultar os fenômenos da área mitral. Assim, algumas vezes, a 3ª bulha é mais audível em decúbito lateral esquerdo. Fato corriqueiro, também, é a melhor audibilidade do sopro diastólico da estenose mitral nesta posição. Quando há hipofonese das bulhas ou quando se quer exacerbar os sons originados na base do coração, solicita-se ao paciente que assuma a posição de pé, debruçando-se sobre a mesa de exame. Assim postado, obtém-se maior aproximação do coração à parede torácica, tomando as bulhas e os outros sons mais audíveis. As solicitações feitas ao doente devem ser claras. Assim, quando se deseja que ele altere seu modo de respirar- aumentar a amplitude, inspirar profundamente, expirar de modo forçado, parar a respiração -, isso deve ser feito em linguagem simples e clara. Quando se deseja, por exemplo, que o paciente faça uma expiração forçada, a melhor maneira de obtê-la Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 será pedir-lhe que esvazie o peito soprando todo o ar que for possível. Bulhas cardíacas: Primeira Bulha (B1) → o principal elemento na formação da 1ª bulha cardíaca é o fechamento das valvas mitral e tricúspide, e coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. É de timbre mais grave e seu tempo de duração é um pouco maior que o da 2ª bulha. Segunda Bulha (B2) → é constituída de 4 grupos de vibrações; mas somente são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. A 2ª bulha vem depois do pequeno silêncio, seu timbre é mais agudo, soa de maneira mais seca, de tal modo que a designamos pela expressão TA. Terceira Bulha (B3) → é um ruído protodiastólico de baixa frequência que se origina das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. Quarta Bulha (B4) → é um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em condiçõesnormais e crianças e nos adultos jovens. A gênese da 4ª bulha não está completamente esclarecida. Atualmente, admite-se que esta bulha seja originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro à massa sanguínea existente no interior do ventrículo, no final da diástole. OBS: Durante a expiração, ambas as valvas se fecham sincronicamente, dando origem a um ruído único. Na inspiração, principalmente porque a sístole do ventrículo direito se prolonga ligeiramente em função do maior afluxo sanguíneo a este lado do coração, o componente pulmonar sofre um retardo que é suficiente para perceber, nitidamente, os 2 componentes. A este fato, se chama desdobramento fisiológico da 2ª bulha cardíaca. Localização dos Fenômenos Estacústicos: Protossístole → terço inicial da sístole Mesossístole → terço médio da sistole Telessístole → terço final da sístole Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 Holossístole → pega toda sístole Protodiástole → terço inicial da diástole Mesodiástole → terço médio da diástole Telediástole → terço final da diástole Holodiástole → pega toda diástole PRESSÃO ARTERIAL: A pressão ou tensão arterial é um parâmetro fisiológico indispensável na investigação diagnóstica, e o registro dos níveis pressóricos é parte obrigatória do exame clínico. Deve ser medida em todas as idades. Apesar das dificuldades técnicas, deve ser realizada mesmo nos recém-nascidos e nas crianças menores. Fatores determinantes: Débito Cardíaco: as variações do débito cardíaco são muito grandes. Durante o exercício muscular, por exemplo, pode chegar a 30 l por minuto. Relaciona-se diretamente com a capacidade contrátil do miocárdio e com o retorno venoso, influindo de modo apreciável na pressão sistólica. Isso explica por que o exercício físico e as emoções fazem subir predominantemente a pressão sistólica. Em contrapartida, nas afecções em que existe comprometimento do miocárdio com redução de sua capacidade contrátil, verifica-se queda dos níveis pressóricos, particularmente da pressão sistólica, em decorrência da diminuição do volume sistólico. Resistência Periférica: a resistência periférica depende, em parte, da ação do sistema nervoso simpático, por meio dos receptores alfa (vasoconstritores) e beta (vasodilatadores). Também é importante a influência humoral sobre a resistência periférica, representada pela angiotensina e pelas catecolaminas, que interferem na vasoconstrição, e pelas prostaglandinas e cininas, que agem na vasodilatação. O conhecimento desses mecanismos reguladores é importante para compreensão das alterações pressóricas em condições normais e patológicas, bem como para a ação dos agentes terapêuticos. Elasticidade da parede dos grandes vasos: grande distensibilidade é uma das características dos grandes vasos, principalmente a aorta, em cujas paredes predominam amplamente as fibras elásticas. Esta propriedade é fundamental para contrabalançar as consequências do Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 funcionamento descontínuo do coração. Em cada sístole, o sangue é impulsionado para a aorta de maneira intermitente, acompanhando- se de uma apreciável energia cinética que, em parte, é absorvida pela parede desse vaso. Tal energia promove o retorno da aorta à sua posição basal, fazendo a corrente sanguínea progredir de modo contínuo e não intermitente, como é o funcionamento do coração. Deste mecanismo participam a aorta e os grandes vasos que dela emergem. A elasticidade das grandes artérias influi decisivamente na pressão sistólica. Diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre nas pessoas idosas, resulta em aumento da pressão sistólica sem elevação concomitante da diastólica. Volemia: ao reduzir a volemia, como ocorre na desidratação e nas hemorragias, observa-se queda da pressão arterial, que pode chegar a níveis extremamente baixos. Na glomerulonefrite aguda, observa-se o oposto. Nessa enfermidade, além da secreção de renina, ocorre uma hipervolemia que também participa da gênese da hipertensão arterial. Viscosidade sanguínea: a influência deste fator é relativamente pequena, embora participe tanto da determinação da pressão sistólica quanto da diastólica. Contudo, nas anemias graves, a diminuição da viscosidade sanguínea pode ser o fator responsável por níveis pressóricos baixos. Ao contrário, nas policitemias o aumento da viscosidade do sangue pode acompanhar-se de elevação da pressão arterial. Técnica: A técnica para medir a pressão arterial deve seguir alguns procedimentos, mostrados na sequência. Paciente: • Repouso mínimo de 3 min • Local tranquilo e, preferencialmente, sem ruídos que possam interferir com a ausculta • Posição do paciente: podem ser utilizadas as posições sentada, deitada ou em pé. Em qualquer posição, é necessário manter a artéria braquial no nível do coração (4º espaço intercostal), tomando-se o cuidado de deixar o paciente em posição confortável, com o braço ligeiramente flexionado, apoiado sobre uma superfície firme, com a palma da mão voltada para cima. Devemos anotar a posição do paciente em que foi efetuada a medida da pressão. Na primeira avaliação e em determinados casos (idosos, controle de terapêutica, suspeita de hipotensão postural), devemos efetuar a medida nas várias posições. Deve-se lembrar de que, no caso de gestantes, evita-se o decúbito lateral direito. Aparelho: • Calibrado • Manômetro em plano perpendicular ao plano visual. Observador: • Pessoa com treinamento • Posição confortável, evitando-se baixar a cabeça (a congestão dos vasos do ouvido pode prejudicar a ausculta) • Coloque o diafragma do estetoscópio exatamente sobre a artéria braquial. Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 Procedimento: • Localize as pulsações da artéria braquial • Coloque o manguito 2 em acima da fossa cubital Parte 8 I Sistema Cardiovascular • Palpe o pulso radial (pode também ser feito na artéria braquial) • Infle o manguito até o desaparecimento do pulso radial. A seguir, desinsufle o manguito lentamente; quando reaparece o pulso, tem-se o valor da pressão sistólica • Coloque o estetoscópio sobre a artéria braquial e insufle o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor encontrado para a pressão sistólica pelo método palpatório • Solte o ar, de maneira contínua, à razão de 2 a 3 mmHg/ segundo, até o completo esvaziamento da câmara • Caso os ruídos estejam sendo percebidos com dificuldade, aumente o ângulo entre o braço e o tórax, retificando a artéria, pois isso pode facilitar a ausculta dos sons. Fases de Korotkff: À medida que se desinsufla o manguito, volta a ocorrer a passagem do sangue pela artéria antes colabada, surgindo os ruídos chamados sons de Korotkoff, classificados em 5 fases: Fase I (aparecimento de sons): o primeiro som é claro como uma pancada. O peso da onda sistólica é maior que a pressão do manguito e o sangue na artéria. A clareza do batimento depende de força, velocidade e quantidade de sangue. O pulso arterial não se manifesta inicialmente, pois a quantidade de sangue na porção distai do manguito ainda é insuficiente. Fase II (batimentos com murmúrio): com a dilatação da artéria pressionada, a contracorrente reverbera e cria murmúrios na parede dos vasos sanguíneos. Fase III (murmúrio desaparece): os batimentos passam a ser mais audíveis e mais acentuados. A artéria que sofreu constrição continua a se dilatar com a redução da pressão do manguito Fase IV (abafamento dos sons): os batimentos repentinamente tomam-se menos acentuados. Há, portanto, um abafamento dos sons. Fase V (desaparecimento de sons): restabelece-se o calibre normal da artéria e o sangue não mais provoca ruídos perceptíveisà ausculta da artéria radial. OBS: Hiato auscultatório. Trata-se do desaparecimento dos sons, durante a última parte da Fase I e na Fase II. O hiato pode cobrir uma faixa de 30 a 40 mmHg, podendo, desse modo, ser causa de se subestimar o nível da pressão sistólica ou superestimar o nível da pressão diastólica. O modo de evitá-lo é realizar sempre o método palpatório antes do auscultatório. Cumpre ressaltar que isso constitui fonte comum de erro na medida da pressão arterial, principalmente em idosos (Figura 50.27). Nome: Amanda Duro Marques R.A: 92774 Determinação da P.A.: Pressão arterial sistólica - aparecimento do primeiro ruído (Fase I) Pressão arterial diastólica - desaparecimento dos sons (Fase V). Nos casos em que os ruídos persistirem até o total esvaziamento da câmara, devemos considerar a pressão diastólica na Fase IV de Korotkoff- abafamento dos sons - e registrar três valores. Exemplo: 150 x 70 x O mmHg. Valores normais:
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