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Patologia clínica - prova 1 Estudo das alterações dos fluídos corporais e celulares. Exames complementares Quantificação e morfologia de células e estruturas contidas nos fluídos; Determinação da concentração dos constituintes dos fluídos; Avaliação da dinâmica dos constituintes dos fluídos; Utilidade da patologia clínica Diagnóstico; prognóstico; acompanhamento terapêutico; monitoramento. Sangue (células, constituintes do soro, equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico); Urina (células, composição quimica, presença de cristais); Líquidos cavitários (células e constituintes); Líquido ruminal e leite. Trabalho caso clínico: elaborar laudo técnico > o que suspeitamos, como chegamos a suspeita, explicar pq e a relação que existe entre o quadro clinico, exame e suspeita. Entrega até 25/06 Hematologia Sangue: composto por plasma, elementos figurados (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas). Percorre todo o corpo do animal e faz todas as trocas gasosas e bioquímicas, o sangue faz uma varredura de tudo no corpo do animal. Líquidos corporais > 8% sangue, 92% outros fluídos e tecidos; sangue > 55% plasma e 45% elementos figurados; plasma > proteínas, água e outros solutos. Eritrócito (hemácia) Célula mais abundante do sangue. Transporte de O2 para os tecidos. É uma célula bicôncava e anucleada. Aves e répteis tem as hemácias nucleadas. O processo de amadurecimento não passa pela perda do núcleo. Tem meia vida menor, então o quadro deles sempre será mais grave do que dos mamíferos. Hemácia jovem é circular e basofílica e as maduras são elípticas. As hemácias são produzidas nos vasos sanguíneos, já nos mamíferos na medula óssea. Número de hemácias varia conforme idade (animais mto jovens e mto velhos tem menos hemácias), espécie, sexo (macho tem mais hemácias) e altitude (altitude maior, maior quantidade de hemácias). Hemoglobina Nem toda hemácia tem a mesma quantidade de hemoglobina. É a parte funcional da hemácia. É uma proteína quaternária (4 globinas e um grupamento heme). Cada hemoglobina transporta 4 moléculas de O2 por vez tornando o transporte desse gás 60 vezes mais eficiente. Hemácias mto jovens possuem menos hemoglobina. Hematopoiese É a formação, multiplicação e diferenciação das células sanguíneas. Inicia na vida fetal (saco vitelínico, fígado, baço e medula óssea) e após o nascimento ocorre apenas na medula óssea. Eritropoiese: formação, multiplicação e diferenciação. Por dia a medula óssea produz 2,5 bilhões de hemácias. Está localizada no canal medular dos ossos longos (fêmur) e cavidades dos ossos esponjosos (escápula e esterno). Formação da hemácia: dentro da medula óssea a célula tronco é estimulada e diferenciada para uma célula chamada de unidade formadora de colônia, a partir disso só pode virar hemácia, ocorrendo o processo de proliferação onde uma unidade formadora de colônia se divide em até 32 copias e depois acontece o processo de maturação. Proliferação > depende da quantidade de hemácias e do estimulo do animal. Maturação > aumenta a concentração de hemoglobina e perde o núcleo, é a fase mais extensa da eritropoiese. Proliferação do eritrócito: fase que tem mitose e diferenciação. Diminuição do tamanho da célula, núcleo e nucléolo, cromatina mais condensada e acumulo de hemoglobina. Maturação do eritrócito: ocorre perda das mitocôndrias e ribossomos, acumulo de hemoglobina, expulsão do núcleo e redução no tamanho da célula. A hemácia grande c núcleo grande, é a jovem, normalmente encontrada na medula óssea. Na ultima fase de maturação, antes do núcleo desaparecer, a célula parece ovo frito, chamada de metarrubrícito, qndo ela está em grande quantidade indica que medula está sendo mto exigida, ou seja, animal está precisando de mais O2. No cachorro pode aparecer metarrubrícito, pois, fisiologicamente essa espécie pode ter até 3 metarrubrícitos no sangue, mais que 3 se torna anormal. Depois da fase de maturação o núcleo começa a concentrar, após o núcleo é eliminado, e o macrófago come ele, sendo então chamada de hemácia. Substâncias essenciais que devem estar disponíveis para ocorrer a eritropoiese: fatores dietéticos (complexo B e vitamina C), ácido nicotínico, piridoxina, ácido pantotênico, tiamina, biotina, vitamina b12, ácido fólico, minerais, proteínas. Utiliza-se no corpo da lamina; hemácias com o centro branco é artefato de confecção. Morfologia das hemácias Metarrubrícito: ovo frito, hemácia jovem. No cão tende a ser fisiológico, mais de 3 metarrubrícitos no cão interpreta-se como alteração. Em equinos é raro. Nas demais espécies apenas 1 metarrubrícito já indica alteração (a medula está mandando célula jovem para o sangue). Animais com anemia precisam ter metarrubrícito, se não tiver significa que a medula não esta dando conta. Mto metarrubricito sem anemia é problema. Animais com anemias graves podem ter bastante metarrubrícito. Tirando as condições em que o animal tem anemia, a presença de metarrubrícito ocorre também qndo tenho hemangiossarcoma (tumores de origem hemáticas) ou doenças mieloproliferativas (doenças de medula ossea). Reticulócito: quando uso coloração normal é apenas uma célula maior e de coloração diferente. Para ver se é reticulócito preciso fazer uma coloração especial (azul crezil brilhante) que consegue colorir os restos celulares dentro do reticulócito. Termo indicativo de que existe hemácias grandes: anisocitose (quer dizer que suspeita que tenha reticulócito pois viu no esfregaço hemácias de diferentes tamanhos). Presença de reticulócitos em animal saudável depende da espécie, no cão tende a ser fisiológico também, nas outras espécies sempre é indicativo de alteração, medula mandando célula jovem para o sangue. Policromasia: quando tem hemácias de cores diferentes, isso ocorre quando tenho célula jovem, hemácias c quantidade de hemoglobina diferentes. Hipocromasia: quando tem coloração reduzida. Rouleaux: hemácias empilhadas, fisiológico em equinos. Pode ocorrer na desidratação ou em processos inflamatórios. Poiquilócitos: quando a hemácia muda de formato. Tipos: esferócitos, esquisócito, dacriócitos. Indica alguma alteração. Esferócito > hemácia menor e de coloração mais forte, é uma hemácia que perdeu parte da sua parede celular, ocorre na anemia hemolítica auto-imune. Equinócito ou crenada > hemácia enrugada, ocorre em amostras velhas, uremia, CID (coagulação intravascular disseminada), animais desidratados, no bovino é fisiológico. Acantócitos > hemácia com projeções, ocorre em hiperbilirrubinemia (hemangissarcoma esplênico e doença hepática difusa). Esquisócito > fragmentos de hemácia, ocorre por falha renal, deficiência crônica de ferro, mielofibrose. Controle da eritropoiese Estimulam a medula óssea a aumentar a produção de hemácias: interleucinas que são responsáveis por manter o nível basal de hemácias, mantem o nível fisiológico; eritropoetina (hormônio) é essencial para aumentar a produção de hemácias, acima do fisiológico. Eritropoetina é uma glicoproteína produzida nos rins e um pouco no fígado, atua principalmente em pegar a unidade formadora de colônia eritroide, acelerando o processo de multiplicação, diminui a apoptose assim, aumentando o numero dessas células. A redução do nível de oxigênio dos tecidos (hipóxia) estimula o rim e fígado a produzir eritropoetina. Célula que faz a produção de eritropoetina é a intersticial peritubulares. Por algum motivo de perda de hemácias como hemorragia, qualquer coisa que diminua a oxigenação dos tecidos. Menos oxigênio tecidual, aumenta a produção de eritropoetina. Mais oxigênio tecidual, diminui a produção. Fígado e rim tem receptores para pressão de oxigênio (baroreceptores), quando os receptores são estimulados o fígadoe o rim produzem e liberam pré hormônios (proeritropoetina = rim; eritropoetinogênio = fígado), a ativação desses hormonios só ocorre quando esses pré hormônios alcançarem a corrente sanguínea e cada um vai ser ativado por fatores diferentes. A eritropoetina além de reduzir a apoptose, aumenta o numero de progenitores eritróides, aumenta o numero de mitoses de eritróides, aumenta a disponibilidade de hemácias reduzindo o tempo de maturação, recruta hemácias jovens, (ela joga reticulócitos e metarrubrícitos para sangue qndo animal tem necessidade). Órgãos envolvidos na eritropoiese BAÇO: é um dos órgãos responsáveis pela eritropoiese fetal. O amadurecimento das células jovens que escapam da medula óssea ocorre no baço. Armazena e elimina hemácias. O equino é o animal que mais possui hemácias. Remove inclusões eritrocitárias (parasitas, bactérias ou vírus dentro de uma hemácia), remove a célula inteira ou retira uma partezinha da célula transformando-a em um esferócito. Estoca ferro. FÍGADO: estoque de vitamina B12, ácido fólico e ferro. Responsável pela eritropoiese fetal. Produção de globina. Se eu tiver um animal com fígado ruim, irá diminuir a produção de globina, ocorrendo problemas na maturação, vai ficando na medula e perdendo membrana, resultando em uma hemácia pequena. Produção de eritropoietinogênio. RINS: produção de eritropoietina e eritrogenina (substancia que ativa o eritropoetinogenio). Se o rim falhar não tenho a produção de eritropoetina renal, nem hepática. ESTÔMAGO: produz HCl para a liberação de Fe. Glândulas do estomago produzem fator intrínseco: auxilia na absorção de vitamina B12. MUCOSA INTESTINAL: absorção de vitamina B12, folato. Controle da absorção de Fe. Eritropoiese em aves e répteis Aves: vida embrionária > aorta dorsal e saco vitelínico; vida adulta > ilhas hematopoiéticas endoteliais (dentro do vaso sanguíneo, essas regiões fazem papel da medula óssea). Répteis: tem produção na medula óssea, fígado, baço e intravascular. Uma hemácia madura de aves e répteis tem núcleo, o processo de amadurecimento não possui perda de núcleo, então se refere a diferenciação da célula e concentração da hemoglobina. Destruição do eritrócito Hemácias velhas, defeituosas ou invadidas por microorganismos vão sofrer destruição. Podem ser destruídas dentro do baço (hemólise extravascular) ou dentro do vaso sanguíneo (hemólise intravascular). Hemólise extravascular > hemácia vai ser capturada pelo macrófago, vai ser fagocitada, gerando produtos como hemoglobina, a globina vai ser quebrada em aminoácidos e vai p sangue sendo utilizada na síntese protéica, o grupamento heme é uma porfirina (organismo não consegue eliminar) pra que seja destruída precisa ser transformada, perde o ferro que vai ser reciclado, a porfirina que sobra (protoporfirina) precisa virar solúvel para percorrer o sangue, então passa por processos enzimaticos sendo transformada em biliverdina que ainda não eh solúvel, então, é sofre mais um processo enzimático sendo transformada em bilirrubina que é solúvel e volta para o sangue. No sangue, a bilirrubina é uma substancia que precisa circular ligada a albumina. É chamada de bilirrubina não conjugada (indireta), precisa se ligar em algo que tenha facilidade de sair do corpo, então vai até o fígado, sai de cima da albumina e é conjugada com o acido glicuronico pela enzima glicuronil transferase e agora pode ser eliminada do corpo pois se transformou em bilirrubina conjugada (direta). Bilirrubina conjugada vai via ducto biliar para a vesicula biliar e depois intestino, por isso as fezes tem coloração escura. Pode também ser eliminada pela urina, mas bem pouco. No intestino a bilirrubina conjugada vai ser digerida pelas bactérias do intestino, sendo transformada em urobilinogenio e será reabsorvido > veia porta > corrente sanguinea > rins > urina, isso que da a coloração amarela para a urina. O resto do urobilinogenio (maior parte) se transforma em estercobilinogenio e sai pelo intestino. Qualquer processo que acelere a destruição das hemácias, vai aumentar a cascata, aumentando os níveis de bilirrubina no sangue. Se o animal tiver problema no fígado, a bilirrubina não conjugada não vai conseguir ser eliminada. Anemia Baixo nível de glóbulos vermelhos no sangue. Redução na porcentagem e quantidade de células vermelhas, bem como do teor de hemoglobina. A porcentagem de células vermelhas é a técnica mais usada para ver se animal está com anemia ou não. Hematócrito: aparelho para contar os glóbulos vermelhos. Classificação das anemias Absoluta: anemia verdadeira. Tenho redução de células vermelhas. Como está a atividade da medula desse animal? Tem resposta da medula = anemia regenerativa. Não tem resposta da medula ou a resposta é inferior ao necessário = anemia arregenerativa. Todo hemograma que tiver indícios de que tem células jovens é um hemograma de anemia regenerativa. Em um esfregaço se tiver metarrubrícito e características de cor e tamanho (policromasia e anisocitose) significa que é uma anemia regenerativa. VGM = volume globular médio, diz qual é o tamanho médio das hemácias. Ex: (60-77 cão) se estiver marcando 80 quer dizer que as hemácias desse animal é maior que o fisiológico, porém, existem situações em que o animal tem anemia e esses números estão normais ou abaixo, se diz que é arregenerativa (não responsiva). Tenho que ter um quadro anêmico que esteja durando 5 dias para ver células jovens. Quando tenho hemorragias agudas, ulceras, parasitas as vezes o animal não teve tempo de responder, então tenho que associar o exame físico, o histórico e o exame de sangue. CHGM = concentração de hemoglobina globular media, diz qual é a quantidade que tem de hemoglobina em cada hemácia. Ex: Se eu tiver um animal com VGM maior do que o fisiológico e CHGM menor que o fisiológico posso dizer que esse animal tem células jovens, medula está respondendo, anemia regenerativa. Tem que ter essas duas características ao mesmo tempo para ser anemia regenerativa. Relativa: aumento do liquido no vaso sanguíneo, no sangue, tenho diluição de células vermelhas. É a anemia que as fêmeas quando estão grávidas tem, é fisiológico e o neonato tb tende a ter mais líquidos, retém mais líquidos. Principais causas de uma anemia regenerativa Perda de sangue > PPT = proteínas plasmáticas totais. Animal com hemorragia: olhar no exame quantidade de hemácias, índice, morfologia e a quantidade de proteínas plasmáticas, PPT abaixo do fisiológico significa que tem hemorragia. Comum em anemias crônicas a medula parar de responder depois de um tempo que está sendo estimulada, pois depende de vários fatores como alimentação para responder corretamente, então uma anemia regenerativa pode passar p uma anemia arregenerativa. Destruição acelerada dos eritrócitos (hemólise) > toda vez leva a anemia, que tende a ser regenerativa. O que leva a hemólise ocorrer > intravascular e extravascular, parasitas sanguíneos, medicamentos, plantas tóxicas, destruição imunomediada, fluído hipotônico (água destilada rompe todas hemácias). Hemólise intravascular > ruptura das hemácias no interior dos vasos sanguíneos, presença de hemoglobina livre no sangue (quando plasma fica vermelho, no exame de sangue > vai ter escrito plasma hemolisado). Monócito pode capturar hemoglobina e sofre todo processo de eliminação e uma parcela pode sair pela urina, então mtas vezes no histórico vejo que o animal está com urina escura. Tenho que cuidar se é hemoglobina ou hemácia na urina, centrifugando, se sair vermelho é hemoglobina (hemoglobinúria) e se ficar na cor normal é hemácia (hematúria). Hemólise extravascular > baço está destruindo as hemácias em excesso. Sinal mais característico de que as hemáciasestão sendo destruídas pelo baço é a presença de bilirrubina no sangue. Plasma fica ictérico antes das mucosas começarem a pigmentar. Diminuição da produção de hemácias > pode acontecer em qualquer fase da produção e maturação. Pode ocorrer por mielopatias, falhas renais ou hepáticas, deficiência nutricional, medicamentos (quimioterápicos param mitose), agentes infecciosos (erliquia em cães pode levar a aplasia de medula). PPT normal (anormal em deficiencia nutricional e doenças hepáticas). Classificação das anemias > morfológica > através da avaliação visual, índices eritrocitários, avaliação de outros parâmetros sanguíneos, tamanho das hemácias, conteúdo de hemoglobina. Anemia Classificação geral > Anemia pode ser relativa ou absoluta. Dentro das absolutas deve-se determinar se é regenerativa ou arregenerativa: regenerativa > tem como principal causa hemorragias ou hemólise; arregenerativa > tem como principal causa falhas na eritropoiese (ineficaz ou reduzida). Como determinar o tipo de anemia? Ferramentas > característica morfológica > através de lamina; e índices eritrocitários > irão dar ideia de tamanho da hemácia e conteúdo de hemoglobina. Sinais de anemia regenerativa > anisocitose: hemácias de tamanhos diferentes; policromasia > hemácias de tons diferentes. Frequente > corpúsculo de Howell Jolly é um amontoado de restos celulares (organelas), hemácia jovem e processo ocorre rápido alguns desses restos juntam, então esse tb é um indício de presença de hemácias jovens. Índices eritrocitários Sempre estarão no exame de sangue. Devem ser observados de acordo com o padrão da espécie. VCM (volume corpuscular médio) > dá ideia de tamanho médio das hemácias. É feito um calculo usando numero de hemácias e hematócrito. VCM (fentolitros) = VG (%) X 10/hemácias (milhões/uL). Tenho um valor que será referencia para espécie e preciso determinar onde meu animal está nesse valor. Microcítico > VCM abaixo do valor de referencia: animais com hemácias pequenas. VCM que indique isso indica anemia não regenerativa. Normocítico > VCM dentro do valor de referencia: animais com hemácias de tamanho fisiológico. VCM que indique isso indica anemia não regenerativa. Macrocítico > VCM acima do valor de referencia: animais com hemácias mto grandes (reticulócitos). VCM que indique isso já indica anemia regenerativa, a hemacia de tamanho grande deve vir acompanhada de hemácia com pouca hemoglobina (hipocromica). CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) > conteúdo de hemoglobina nas hemácias. É feito um calculo usando concentração de hemoglobina e hematócrito. CHCM (g/dL)= hemoglobina (g/dL) x 100/ VG (%). Hipocrômica > CHCM abaixo do valor de referencia: animal com pouca hemoglobina. Hemácias mais claras devido a pouca hemoglobina. Normocrômica > CHCM dentro do valor de referencia: animal com hemoglobina na quantidade fisiológica. CHCM acima do valor de referencia: animal com muita hemoglobina. Não existe hemácia que se sobrecarregue, então será um erro de calculo. Policitemia Animais com muitas hemácias. Aumento de hematócrito. Policitemia relativa > desequilíbrio entre quantidade de líquido e quantidade de células; efeitos de concentração. Causa > desidratação: animal perde liquido então tem tendência de concentrar as hemácias. Quando tenho policitemia e quantidade de proteínas plasmáticas aumentada é indicativo de desidratação. Causa > contração esplênica: animal em exercício > baço contrai para liberar mais hemácias > oxigênio. Quantidade de proteínas plasmáticas se mantém normal, a não ser que temos desidratação e contração esplênica. Policitemia absoluta (vera) > medula óssea está tendo processo proliferativo, todos tipos celulares estarão aumentados (hemácias, leucócitos, plaquetas). Condições que levam a medula óssea a aumentar a quantidade de hemácias, são de origem congênitas ou pode ser adquirida. Hemostasia Plaquetas são parte muito importante nesse processo. A plaqueta é um resquícito celular, que altera sua forma e interage com outras substancias para interagir com outras substancias para iniciar a coagulação. É originada na medula óssea de uma célula chamada megacariocito, que vem da célula tronco e vai se diferenciando até ser um megacariocito liberador de plaquetas. As plaquetas tem receptores que permitam que ela responda a um sangramento, principalmente receptores. O megacariócito tem pedículos que ficam dentro do capilar sinusoide (vasos da medula óssea), libera vesículas que vão fazer parte da corrente sanguínea. A produção das plaquetas é estimulada pela trombopoetina (estimula a diferenciação de células tronco em megacariócitos e acelerar desprendimento de porções dos megacariócitos para formar as plaquetas) e eritropoietina (mantém níveis basais de plaquetas). Quando esses hormônios estão atuando consigo perceber o aumento das plaquetas no sangue em torno de 3 a 5 dias. Meia vida de uma plaqueta: 8 dias. Um terço das plaquetas estão no baço, em cada espécie existe um intervalo fisiológico de plaquetas, entretanto, em qualquer espécie que o animal tiver plaquetas abaixo de 30.000/uL terão risco de hemorragias espontâneas > esse animal pode sangrar qndo se alimenta, quando se bate; sangra muito facilmente (por isso a importância de analisar as plaquetas no exame de sangue). Alterações que podem ocorrer Trombocitopenia: Diminuição na quantidade de plaquetas. Causas: sequestro de plaquetas > ocorre pq estão armazenadas no baço devido ao baço aumentar a atividade e o tamanho por causa de alguma alteração; ou ocorre por hemorragias > plaquetas serão seqüestradas para o local de hemorragia diminuindo sua quantidade no sangue. Produção reduzida > a nível de medula óssea, algo está afetando a atividade do megacariócito, a produção reduzida pode ocorrer por drogas (quimioterápicos, antibióticos – doxorrubicina, estrógenos, intoxicação por samambaia, fenilbutazona, sulfa-trimetoprim), infecções (BVD, cinomose, AIE, Ehrlichia canis, parvovírus canino, vírus da leucemia felina), neoplasia (principalmente os de med óssea). Diminuição da sobrevida > plaqueta vive 5 dias mas p se produzir de novo demora de 3 a 5 dias, então, a plaqueta acaba morrendo antes de que aja reposição dela, pode ocorrer por doenças imunomediadas (não só relacionadas a plaquetas, anemia autoimunes podem afetar plaquetas), perda de sangue (plaquetas produzidas em grande escala por motivos de “urgência” qndo animal precisa de mais plaquetas tendem a viver menos) , CID (coagulação intravascular disseminada), envenenamento, vasculite ou endocardite. Trombocitose: aumento na quantidade de plaquetas. Causas: neoplasias mieloproliferativas (policitemia vera) > toda vez que a medula óssea tiver produção exagerada de todas as células a plaqueta também aumenta de quantidade. Trombocitose reativa > resposta a alguma coisa, pode ocorrer por hemoconcentração (trombocitose relativa), exercício baço contrai para liberar mais hemácias e libera plaquetas junto, produção aumentada devido a alguma inflamação pq algumas células do sistema imune produzem interleucina que age no fígado e rim aumentando a produção de trombocitopoetina, deficiência ferro (cão) resposta de med óssea, uso de vincristina (quimioterápico), rebote a trombocitopenia (resposta que pode aumentar tanto levando a trombocitose), esplenectomia (retira o baço do animal, 1/3 de plaquetas que ficariam lá dentro vão para corrente sanguinea e hiperadrenocorticismo. Hemostasia primária É a primeira fase, ocorre logo após o momento em que ocorreu a lesão no vaso, primeiros movimentos do corpo para controlar. Hemorragia > ruptura do vaso sanguineo > vasoconstrição (reduzir quantidade sangue q passa no local) > colágeno do endotélio ficaexposto ao sangue, receptores do colágeno interagem com fator de Von Willebrand (onde a plaqueta se agrega) > plaqueta é atraída para a região se ligando no fator, iniciando o processo de agregação plaquetária, plaqueta se ativa e então começa a se ligar a outras plaquetas através dos seus receptores, também liberam substancias (trombina) que são importantes em outras fases da coagulação. No primeiro momento, o que faz com que o sangramento pare é o tampão plaquetário. Hemostasia secundária O tampão plaquetário precisa se tornar mais resistente para fechar o buraco até o endotélio se refazer. Então, é o coagulo > é uma rede de fibrina que reveste o local do sangramento, sequestrando células no local que irão auxiliar no processo de tampão. É uma cascata de coagulação que inicia a partir do momento que em a plaqueta é ativada, é mediada por fatores enzimáticos que chegarão até o processo de transformar o fibrinogênio em fibrina. O fibrinogênio é inativo, para se transformar em um polímero precisa se transformado em fibrina para que assim, consiga interagir com outras moléculas de fibrina formando a rede. Ativação do fibrinogênio pode ocorrer por 2 vias: intrínseca e extrínseca. Via intrínseca > é estimulada pela exposição do sangue ao colágeno, a partir do momento que colágeno fica exposto e se liga com o fator de Von Willebrand já existe o inicio do processo de hemostasia secundária. Cascata de coagulação: contato com o colágeno ativa o fator 12 (enzima) > ativa o fator 11 (se esse fator tiver cálcio) > ativa o fator 9 > ativa o fator 8 > inicia a via comum de coagulação (local de encontro entre via intrínseca e extrínseca). O cálcio é cofator da enzima fator 11. Via extrínseca > não depende da exposição do endotélio (existe formação de coagulo sem lesão do vaso), estimulada pela destruição de células endoteliais (libera fatores que ativam a via), monócitos e macrófagos ativados, qualquer tecido lesado pode levar a produção do fator tecidual (substancias produzidas por células endoteliais lesadas, monócitos e macrófagos ativados e por qualquer tecido lesado, que estimulam a via extrínseca). Cascata de coagulação: fator tecidual ativa fator 7 (só será ativado se tiver presença de cálcio) > inicia a via comum. Via comum > via intrínseca (fator 8)e extrínseca (fator 7) ativam o fator 10 > ativa o fator 5 > formação de complexo (fator 10 ativado, fator 5 + cálcio) se juntam, complexo fica associado a superficie de células (plaquetas e outras), o complexo forma enzima pró-trombinase que ativa a trombina para que ocorra a quebra o fibrinogênio em fibrina > então, tenho possibilidade de formação do polímero de fibrina (redezinha que apreende células ao coágulo). Complexo > ativa protrombina > ativa trombina > quebra fibrinogênio em fibrina. Fatores de coagulação Maioria possui função enzimática, menos o fibrinogênio, fator tecidual, fator 5, fator 7 e o cálcio. Maioria desses fatores de coagulação serão produzidos no fígado com exceção dos que são produzidos pelas plaquetas. É comum animais com insuficiência hepática grave terem problemas de coagulação. A síntese do fator 2, fator 7, fator 9 e fator 10 é dependente de vitamina K que é utilizada pelo fígado (ótimo tratamento para hemorragia? Problema > quando dou vitamina K demora em torno de 2 a 3 dias para causar efeito, não vai estancar o sangramento como muitos acreditam). Hemostasia terciária Controle do tamanho do coágulo para que não bloqueie o vaso. Processo de coagulação acontece enquanto tiver fator de coagulação sendo ativado terá formação de coagulo. Ocorre junto com outros processos de hemostasia, porém, é um processo mais demorado para não ter destruição total do coagulo. Reduz o tamanho do coágulo fazendo a distribuição da rede de fibrina. Inibição da coagulação: tecidos lesionados além de liberar fatores de coagulação também liberam fatores que inibem a coagulação, células endoteliais vão se regenerando e produzindo fatores inibitórios, proteína C e substancia anti- trombina que inibem a cascata também. Essas substancias ativam plasminogênio (enzima) > transformando em plasmina que quebra a fibrina em proteínas derivadas da fibrina (PDF). Tempo de coagulação Animais podem ter doenças que levam a falhas de alguns fatores de coagulação. Para avaliar hemostasia primaria > contagem de plaquetas. Para avaliar a hemostasia secundária > identificar origem do problema, qual fator foi afetados, para isso existem testes como: Tempo de coagulação ativado > coleta o sangue (sem anticoagulante) é incubado em banho-maria junto com substancia que imita o colágeno do vaso e contar o tempo que leva para o sangue coagular, existe valores de referencia para cada espécie, e qndo leva mais tempo que o normal para o sangue coagular posso dizer que animal tem alterações na via intrínseca e na via comum; Tempo de tromboplastina parcial ativada > tromboplastina é uma molecula que imita as fases da coagulação, estimula o processo de coagulação, toda vez que uso esse teste, essa substancia direciona para a via intrínseca, qndo leva mais tempo que o normal para o sangue coagular mesmo com a substancia posso dizer que tem defeito nos fatores 12, 9 e 8, está tendo quadro de coagulação intravascular disseminada, intoxicação por venenos cumarínicos ou doença de Von Willebrand; Tempo de protrombina > coloca-se sangue incubado com substancia que ativa a via extrínseca, qndo leva mais tempo que o normal para sangue coagular posso dizer que animal está com defeito na via extrínseca (em algum fator que está presente nela); Fibrinogênio > tem como determinar no laboratório. Em casos de problema de coagulação devo investigar se não é pela falta do fibrinogênio, que pode ocorrer por doenças hepáticas e coagulação intravascular disseminada. Desordens da hemostasia em animais Doença de Von Willebrand > é rara, mas existe em animais; Trombopatia do Basset hound (AMPc das plaquetas);Trombopatia do Spitz; Cocker Spaniel americano: bloqueio da secreção plaquetária (falhas no processo de agregação plaquetária); Síndrome de Chediak-Higashi: gatos, bovinos e outros animais, falha no processo de agregação plaquetária.
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