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TRIBUTOS

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TRIBUTOS
1. CONCEITO
- Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.		 (art. 3°, CTN)
 Prestação pecuniária compulsória: só é tributo a obrigação de pagar, em dinheiro, imposta pela lei, independentemente da vontade do contribuinte
 Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: há possibilidade de pagamento de tributos in natura ou in labor, desde que haja LC (tem que ser LC – cada ente político faz LC referente aos seus tributos – determinado pelo art. 146, CF) prevendo tais hipóteses
 Que não constitua sanção de ato ilícito: não pode derivar de punição por cometimento de ato ilícito / O não-cumprimento de deveres tributários também pode gerar o dever de pagar multa, mas esta não se confunde com o tributo, que pressupõe, sempre, a licitude do ato que o gerou.
 Instituída em Lei: Princ. da Estrita Legalidade, fundamentada em lei
 Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: não pode deixar margem à apreciação subjetiva do agente fiscal; o ato de cobrar tributos deve ser vinculado à lei. Ficam excluídos, assim, os atos de caráter discricionário.
2. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
a) Quanto à espécie e à competência
União:
- impostos, taxas, CM
- empréstimos compulsórios (art. 148)
- contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e categorias profissionais econômicas (art. 149) (contribuições parafiscais ou especiais)
E, DF, M:
- impostos, taxas, CM
- contribuição previdenciária
- M: contribuições para iluminação pública (art. 149-A)
b) Quanto à competência impositiva
- Federais
- Estaduais
- Municipais
c) Quanto à vinculação com a entidade estatal
- Vinculados: São os tributos devidos em decorrência de uma prestação estatal em favor do contribuinte - taxas e CM
- Não vinculados: impostos (FG: situação independente de atividade estatal específica em relação ao contribuinte)
d) Quanto à função
- Todos os tributos têm caráter de fiscalidade pois visam trazer recursos aos cofres públicos
I) Fiscais: quando o seu objetivo principal é a arrecadação de recursos financeiros para o E
II) Parafiscais
- O objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades de entidades específicas (são atividades que, em princípio, não integram funções próprias do Estado, mas ele as desenvolve através de entidades específicas).
 Os recursos vão para o cofre particular 
III) Extrafiscais: 
- A finalidade vai além daquela de carrear recursos para os cofres públicos: seu principal objetivo é a interferência no domínio econômico, a fim de corrigir situações econômicas ou sociais anômalas 
- Visam restringir / desenvolver certas atividades / setores, com determinada linha política de ação
- São eles: arts. 153, I, II, IV, V, CF 
- Ex> II pode servir para desestimular a importação, protegendo o mercado nacional
 O art. 153 § 1° dispõe que os impostos extrafiscais (ou regulatórios, pois regulam o mercado) podem ter suas alíquotas alteradas pelo E, e o art, 62 § 2° permite que as MP’s que impliquem em instituição / majoração dos impostos extrafiscais e dos empréstimos compulsórios podem ter incidência imediata. A importância dessa incidência imediata está na relevante função desses impostos
e) Quanto à justificativa 
- Contributivo: é o que encontra a sua justificativa primordial na capacidade contributiva (= imposto)
- Comutativo ou retributivo: quando se baseia no princípio do custo-benefício ou da equivalência (taxas e CM´s)
>> Art. 145: é uma outorga de competência tributária comum, define quais tributos poderão ser instituídos e cobrados pelos entes públicos. Também impõe limites. 
 Em relação às taxas, diz que só podem ser cobradas SE houver um exercício do poder de polícia e SE houver a prestação de um serviço público específico e divisível Quer dizer que os entes políticos NÃO podem cobrar taxas em relação a serviços públicos inespecíficos e indivisíveis
Ex1> Taxa judiciária: remunera um serviço público específico e divisível (taxa judiciária federal e estadual)
Ex2> COMLURB presta serviço de recolhimento de lixo, que é específico para cada pessoa O custo pode ser dividido (todos os que usam o serviço, pagam).
Ex3> Ao contrário, a iluminação pública é um serviço ut universe pois beneficia toda a população, não sendo, portanto, específico O custo da energia gasta não pode ser dividida por todos os beneficiários, pois existem pessoas que não pagam (crianças, indigentes, etc) mas são beneficiadas. O custo é, portanto, indivisível.
	Há alguns anos, o carnê do IPTU continha a cobrança do IPTU, da taxa de coleta de lixo e, também, da taxa de iluminação pública. O STF, entretanto, entendeu que o serviço, por ser inespecífico e indivisível, não se enquadrava no tipo de taxa definida pelo art. 145, II. A inconstitucionalidade declarada obrigou os Municípios a manter o serviço e a não cobrar dos contribuintes. Mas a EC 39 criou a espécie tributária “contribuição para a iluminação pública”, por pressão dos Municípios.
	Essa nova espécie é considerada inconstitucional pelo prof°, pois da leitura do art. 145 II, entende-se que os contribuintes não seriam tributados pelos serviços inespecíficos e indivisíveis. Essa seria, portanto, uma cláusula pétrea: a garantia constitucional de não ser tributado pelos serviços inespecíficos e indivisíveis, fato que não ocorreu.
- Art. 145 § 1° - Caráter da pessoalidade dos impostos
 § 2° - Taxas não podem ter FG e BC próprios de impostos
3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
- É a faculdade atribuída pela CF às PJDPúblico com capacidade política para CRIAR tributos.
- Envolve competência para:
- criar tributos indelegável
- cobrar delegável
- fiscalizar delegável
- A norma de competência inserida na CF não cria, por si mesma, o tributo. Pelo contrário, limita-se a dar algumas características que permitam individualiza-lo e, dessa forma, repartir-se a competência entre a U, E, DF e M.
	
- Para que haja a criação do tributo, é necessário que:
- ele seja contemplado na CF 
- ele seja deferido a uma das PJDPúblico com capacidade política
- a pessoa que recebeu a faculdade de criar o tributo por força constitucional venha a fazer uso dessa competência mediante a edição de uma lei com todos os requisitos de uma lei tributária, isto é, a definição da HI, da BC, a alíquota e os sujeitos ativo e passivo.
	
 Na maior parte dos casos, a PJDPúblico que cria o tributo escolhe a si mesma como sujeito ativo da relação jurídica. Em outros casos, contudo, pode atribuir a outrem a capacidade para figurar no pólo ativo da relação jurídico-tributária. Esse fenômeno traz consigo a idéia de capacidade tributária. Portanto:
- Competência: é a faculdade dada ao ente federativo para criar uma lei instituidora de tributo
- Capacidade tributária:
- é a habilitação conferida pela lei, a certas pessoas, para que possam comparecer diante do contribuinte como seu credor é a capacidade de ser sujeito ativo na relação de tributação
- envolve: fiscalização + cobrança (por delegação)
 Ex> INSS
	 
As pessoas dotadas de capacidade tributária podem estar autorizadas a agir de 2 maneiras:
arrecadar o tributo e depois entrega-lo à pessoa com capacidade política, ou
arrecadar, como na hipótese anterior, mas reter o produto da arrecadação para o cumprimento de suas finalidade legais. Este último caso dá lugar à chamada parafiscalidade.
- Poder de Tributar: é o poder do Estado exigir que os indivíduos lhe forneçam os recursos de que necessita através de tributos É o poder de instituir o tributo
- Características da Competência Tributária:
a) Vantagem: descentraliza o poder político
b) Desvantagem: não minimiza as desigualdades econômicas entre E e M
c) Incaducável: imprescritível> não submetida a prazo para ser validamente exercitada (IGF)
d) Exercício Facultativo: a pessoa política é livre para criar ou não o tributo. Exceção> O ICMS é deexercício obrigatório
e) Inampliável: 
- não pode ir além das raias constitucionais
- só é permitido o “alargamento por força constitucional” através de EC
- a pessoa política não pode aumentar sua própria competência
f) Irrenunciável:
- pode deixar de exercitar mas não pode abrir mão em definitivo
- o legislador de hoje não pode criar entraves para o de amanhã
g) Indelegável: o que se delega é a Capacidade Tributária (funções de arrecadar ou de fiscalizar tributos), ou de executar leis, serviços em DT, de PJDPúbli a PJDPúblico)
4. TIPOS DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS
- A outorga de competência é feita na CF, nos arts> 145, 148, 149, 149-A, 153 a 156, etc.
- Mesmo que um ente federativo não exercite o seu direito de cobrar um tributo, outro ente não poderá faze-lo pois, conforme dispõe o art. 8°, CTN, a competência é indelegável.
- Competência legislativa plena (art. 6°, CTN): vai desde a elaboração da lei que institui o tributo até o ato administrativo para cobrança
a) Privativa
- Competência para criar impostos atribuída com exclusividade
- Cada ente político possui a sua
b) Exclusiva
* Competência Privativa x Exclusiva:
- A competência privativa é uma espécie do gênero “competência comum” A competência privativa se extrai da competência comum mas cada ente atua dentro da sua área de atuação
 Dentro da capacidade comum aos entes federativos está a capacidade de legislar e a de instituir impostos mas em determinadas matérias, só a U pode legislar (é privativo da U legislar sobre DCivil)
- A competência exclusiva NÃO está incluída na competência comum; ela é uma outorga da CF para um ente determinado instituir certa espécie de tributo Ex> art. 148
- Ex> Não é exclusividade do Estado do RJ instituir tributo mas o ICMS é privatividade do mesmo
- Art. 145: traz a competência comum (tributo – taxa – CM), e dentro de cada espécie tributária, cada ente político exerce a sua competência de modo privativo.
 Art. 153: competência privativa
- Art. 145 ao art. 152: tratam de competências comuns e exclusivas
c) Comum 
- Competência comum a todos os entes políticos
- São as taxas e CM´s
d) Residual
- Exige LC e só a U possui (art. 154, I)
- É a competência para instituir outros impostos sobre situações não previstas (novos impostos) 
- Requisitos:
apenas por LC
impostos não cumulativos
não podem ter FG ou BC idênticos aos dos impostos discriminados na CF
e) Especial
- É a competência para instituir:
empréstimos compulsórios para investimento público urgente (U - art. 148, II)
contribuições parafiscais (U - art. 149)
Contribuição do regime previdenciário de seus servidores (E, DF, M - art. 149 § 1°)
	Tipos
	ESPÉCIES
	U
	E / DF
	M
	Privativa
	Impostos
	II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF (art. 153)
	ITCD, ICMS, IPVA (art. 155)
	IPTU, ITBI, ISS (art. 156)
	
	Contribuição p/ ilumi nação pública
	
	
	Sim (art. 149-A)
	Comum
	Taxas e CM’s 
(art. 145, I e II)
	Sim
	Sim
	Sim
	Especial
	Emprést. compulsó-rios e Contribuições parafiscais
	Sim
(arts. 148, II e 149)
	Contribuição do regime previdenciário de seus servidores (art. 149 § 1°)
	Residual
	Novos impostos (art. 154, I)
	Sim
	
	
	Extraordiná-ria
	Emprést. compulsó-rios p/ guerra (art. 148, I) e impostos extraord. de guerra (154, II )
	Sim
	
	
	Cumulativa
	
	Território: sua compe-tência + estadual + municipal (se municípios) - art. 147
	- E: não
- DF: municipal
 - art. 147 -
	Não
f) Extraordinária
- É a competência da U para instituir:
empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, por LC (U - art. 148, I)
impostos extraordinários na iminência ou no caso de guerra, por LO (art. 154, I)
g) Cumulativa
- É a competência (art. 147):
a) da U instituir:
- impostos estaduais em Territórios Federais
- impostos municipais se os Territórios não forem divididos em M´s
b) do DF instituir impostos municipais (ISS, IPTU, ITBI)
- TRIBUTOS & COMPETÊNCIAS:
I) Competência comum (art. 145): todos os entes federados podem instituir estes tributos
1) Impostos
2) Taxas
3) Contribuições de melhoria
II) Competência privativa ou exclusiva: só um ente federado pode instituir esta espécie tributária 
4) Empréstimos compulsórios (art. 148)
5) Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e categorias profissionais econômicas (art. 149) Estas contribuições tb são chamadas ora de parafiscais, ora de especiais
III) Competência privativa ou exclusiva (dos M’s)
6) Contribuições para iluminação pública (art. 149-A)
- Outorga de competência privativa:
- art. 153: competência da U
- art. 155: competência dos E e DF
- art. 156: competência dos M
5. CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
5.1. IMPOSTOS
- Imposto é o dever fundamental consistente em prestação pecuniária, que, limitado pelas liberdades fundamentais, sob a diretiva do princípio constitucional da capacidade contributiva e com a finalidade principal ou acessória de obtenção de receita para as necessidade públicas gerais, é exigido de quem tenha realizado, independentemente de qq atividade estatal em seu benefício, o fato descrito em lei elaborada de acordo com a competência especificamente outorgada pela CF.	(Ricardo Lobo Torres)
- Características:
a) Instituídos mediante a previsão legal de fatos típicos (em geral - mas não necessariamente - nominados na norma definidora de competência), que, uma vez ocorridos, dão nascimento à obrigação tributária
b) Não vinculados: não se relacionam a nenhuma atuação estatal divisível e referível ao sujeito passivo sem contraprestação específica por parte do Estado
c) Com resguardo no Princ. da Capacidade contributiva
d) Regra: criados por LO (exceção: empréstimos compulsórios)
e) Vêm sempre de: (1) atividade privada (2) receita derivada
f) HI> fato qq não consistente em uma atuação estatal e, portanto:
o comportamento de um contribuinte (ICMS, ISS, ITBI)
a situação jurídica do contribuinte (IPTU, IPVA, ITR)
g) não se afetam a determinado aparelhamento estatal ou paraestatal, nem a entidades privadas que persigam fins reputados de interesse público
h) Prestam-se ao financiamento das atividades gerais do Estado
 Os impostos não incorporam, no seu conceito, a destinação a esta ou aquela atuação do Estado que, de algum modo, possa ser referida ao contribuinte. 
- Os impostos extraordinários (impostos de guerra) compõem uma subespécie de impostos com uma nota conceitual específica (integrante do seu regime jurídico, como figura tributária), traduzida exatamente no motivo que enseja a sua instituição (a guerra, ou sua iminência). Sem a presença desse motivo, o imposto não se legitima, e, se instituído, será inconstitucional, pois terá descumprido o regime jurídico que lhe é peculiar.
- Uma ou outra característica dos impostos pode estar presente em outra figura tributária. Assim, a previsão de FG independente de atuação estatal referível ao contribuinte pode estar presente, por ex, num empréstimo compulsório, mas aquela nota não é necessária ao conceito deste; ademais, o perfil constitucional do empréstimo compulsório apresenta outras especificidades, não presentes nos impostos. Da mesma forma, o Estado pode prestar serviço público divisível e custeá-lo com a receita oriunda dos impostos, não se podendo aí falar em taxa.
5.2. TAXAS
- São os tributos que, por se destinarem a financiar determinadas tarefas, que são divisivelmente referíveis a certo indivíduo ou grupo de indivíduos de modo direto ou indireto, têm FG´s conexos à própria atividade do Estado.
 Esta atuação pode traduzir-se:
na execução de um serviço público
no exercício do poder de polícia
na manutenção de via pública utilizada pelo indivíduo
- Enquadram-se neste grupo as taxas de serviços, as taxas de polícia e o pedágio
- Esses tributos podem receber um rótulo geral de taxas, sem prejuízo de sua subdivisão, cada qual dando relevo ao:
tipo de atuação do Estado referível ao indivíduo, ou ao 
modo pelo qual essa atuação se reflete no âmbito de interesse do indivíduo, que frui ora (a) de um serviço, ora(b) de um ato que viabiliza o exercício de um direito, ora (c) da facilidade de tráfego.
- O que agrega essa várias figuras é a conexão do interesse individual a uma determinada atuação estatal, que se reflete, de modo divisível, entre os vários indivíduos que:
fruam o serviço
provoquem o exercício do poder de polícia
trafeguem por um via pública
- Características:
a) É um tributo contraprestacional, posto que vinculado a uma prestação estatal específica em favor do contribuinte
b) O FG fundamenta-se na(o):
- prestação de serviços públicos ou 
- exercício do poder de polícia ou 
- manutenção de via pública utilizada pelo indivíduo
c) Vinculado: atuação estatal diretamente referida ao contribuinte
d) Especificidade e divisibilidade
e)Não pode ter BC e FG próprios dos impostos
f) Competência comum dos entes políticos
g) Montante cobrado consentâneo com a DESPESA para a prestação de serviços isto é, dentro do resguardo da capacidade contributiva
I) REQUISITOS CONSTITUCIONAIS
- Art. 145, II, CF estabelece 3 requisitos essenciais:
a) a utilização efetiva ou potencial do serviço
- A taxa é devida pela utilização de serviço público de modo:
1) efetivo ou fruído: fruição total, efetivamente utilizado sempre que o contribuinte usufruir de unidades autônomas de serviço público deverá efetuar o pagamento respectivo. 
2) potencial ou fruível: compulsório, colocado à disposição
- Prestação de serviço:
- fruído ou efetivo: - fruível ou potencial: - específico: quando possa ser destacado em unidades autônomas
- divisível: 
b) a especificidade e a divisibilidade da prestação
- O serviço público remunerado pela taxa tem que ser, concomitantemente, específico e divisível. Se faltar qq daquelas características, não constitui FG.
- A prestação de serviço deverá ser:
1) Específico: é o serviço público que pode ser decomposto em unidades autônomas
2) Divisível: é o que pode ser utilizados individualmente (separadamente) por cada um dos contribuintes 
 Por conseguinte, só se justifica o pagamento da taxa quando o serviço prestado seja uti singuli: unidades autônomas entregues a usuários diferenciados
c) a efetividade ou a disponibilidade do serviço
- O serviço público há que ser:
- prestado efetivamente ou 
- posto à disposição do usuário para que possa cobrar o Fisco a taxa correspondente. 
 Quando se tratar de serviços essenciais cuja prestação não dependa de requerimento, ainda aí a utilização potencial deve se subordinar à disponibilidade do serviço.
* De notar, finalmente, que esses requisitos constitucionais se aplicam também as chamadas também às chamadas taxas pelo exercício do poder de polícia. É necessário que a prestação seja específica e divisível, entregue efetivamente ou posta à disposição do contribuinte. Em caso contrário, tratar-se-ia do poder genérico de polícia, insuscetível de justificar a cobrança da taxa. 
II) PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA FISCAL
- A cobrança das taxas se subordina ao princípio do custo-benefício, segundo qual cada um deve arcar com as despesas provocadas pelo fornecimento de serviços que o beneficiem
- O princípio da capacidade contributiva tb se aplica às taxas, embora não o explicite a CF, como faz com relação aos impostos (art. 145 § 1°). Ao fixar o valor das taxas o Estado não se limita a repartir custos, senão que deve distribuir eqüitativamente a responsabilidade fiscal, de modo a não onerar exageradamente aqueles que possuem renda menor. Mas a consideração da capacidade contributiva tem relevância no estudo da isenção das taxas, posto ser paradoxal cobrar tributo justamente das populações carentes ou de baixa renda, que necessitam de maior oferta de serviços públicos.
III) COMPETÊNCIA COMUM
- As taxas pertencem à competência comum da U, E, DF e M.
- A competência comum consiste na possibilidade de cada ente político impor os mesmos tributos, guardado, entretanto, o vínculo entre o tributo e o serviço prestado ou a atividade exercida. A competência comum se restringe aos tributos contraprestacionais (taxa e CM), donde se segue que é devido ao ente que houver entregue a prestação.
IV) BASE DE CÁLCULO
- Art. 145 § 2°, CF: “as taxas não poderão ter BC própria de impostos” – como o imposto incide sobre situações que denotam capacidade contributiva, desvinculadas de serviços prestados, conclui-se que a BC que o expressa não pode ter relação com a das taxas, que é tributo contraprestacional. O STF vem construindo casuisticamente a sua jurisprudência sobre o tema, declarando inconstitucionais diversas taxas, como as de licença para localização e as de assistência hospitalar, médica ou educacional.
V) NATUREZA DAS TAXAS
- Inexiste consenso doutrinário. Os positivistas dão extraordinário destaque ao momento da definição normativa, defendendo a idéia de que fica ao arbítrio do legislador estabelecer o seu regime jurídico. Embora seja incontestável que a taxa tenha a natureza de obrigação legal, o seu conceito não se esgota nos aspectos formais, posto que se deve considerar também a sua legitimidade, que decorre da adesão aos valores e aos princípios constitucionais do custo=benefício e da capacidade contributiva.
VI) EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA
- A taxa pode incidir também sobre a prestação de serviços decorrentes do exercício do poder de polícia. Qualquer ato que constitua emanação da atividade estatal de disciplina da liberdade individual em benefício do bem-estar geral, prestado ou posto à disposição do obrigado, constituirá a hipótese de incidência da taxa. Atos relativos à polícia de segurança, de costumes, de higiene, do meio ambiente, etc., fornecem a matéria sobre a qual incidirá a cobrança da taxa.
- HI: Atos de polícia de efeito CONCRETO (polícia administrativa)
- Não é possível ser cobrada potencialmente, só EFETIVAMENTE (quando ocorrer HI descrita em lei)
- Ex> Concessão de alvarás, interdição de estabelecimentos, fiscalização de atividades
VII) UTILIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO
- O serviço público cuja prestação dá ensejo à cobrança de taxa é o serviço público essencial, da competência da Administração Direta, irredutível à obra pública. Mas nada obsta a que a taxa seja cobrada pela prestação de serviços inessenciais, que seriam melhor remunerados pelo preço público, eis que a cobrança da taxa respeita de modo + rigoroso os direitos fundamentais do contribuinte; daí é que advém a dificuldade maior da distinção entre os 2 ingressos.
- HI: Serviço público específico e divisível
 Serviço público: é toda e qq atividade prestacional pelo Estado a fim de satisfazer, de modo concreto e diretamente, necessidades coletivas.
	TAXA
	TARIFA OU PREÇO PÚBLICO
	- Receita vinculada a uma atividade estatal
	- Receita vinculada a uma atividade estatal que se situa no âmbito privado
	- Remunera: serviços estatais próprios e indelegáveis
	- Remunera atividades estatais delegáveis e impróprias
	- Ex> Polícia, Justiça, Fisco
	- Ex> Correio, pedágio
	- Decorre da vontade da LEI
	- Decorre da vontade das PARTES (contrato)
	- Compulsoriedade
	- Facultatividade
	- Regido pelo DPúblico
	- Regido pelo Dprivado, com incursões no DAdministrativo
	- Decorre do jus imperium
	- Decorre do jus gestationis
	- Sujeita ao controle legislativo
	- Livre do controle congressual
- Criado por decreto, portaria, ato administ
- Não segue o princ. anterioridade
5.3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
- Contribuição é o tributo devido pela realização de serviço ou obra pública indivisível em favor de determinado grupo social, de que decorra benefício especial para o cidadão que dele participa. 
- Existe, pois, 2 elementos, em permanente interação:
a atividade estatal praticada no interesse de determinado grupo
a vantagem individual auferida
- A contribuição é um tertium genus de tributo, que se situa a meio passo entre o imposto e a taxa:
- aproxima-se do imposto porque os respectivos FG´s aperfeiçoam-se tão-logo ocorra a situação descrita em lei, independentemente de qq manifestação de vontade do contribuinte; mas dele se estrema porque o imposto não é contraprestacional nem se subordina ao princípiodo custo-benefício, mas ao da capacidade contributiva. 
- assemelha-se à taxa porque ambas são remuneratórias de serviço público, refletem uma divisibilidade da vantagem do contribuinte e se subordinam aos princípios do custo-benefício; dela se afasta, todavia, porque a taxa renumera a prestação de serviço público específico e divisível, enquanto a contribuição corresponde à atividade indivisível da AP. A contribuição é sempre especial, por ser forma contributiva que se não confunde com o imposto nem com a taxa.
- FG: Valorização de imóvel do contribuinte
- Atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte
- Constituída como espécie típica e autônoma
- Não se legitima a exação quando o benefício for genérico
- Limite: Custo da obra
- Limite individual: acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado
- Proporção: Valorização imobiliária
- Condições sine qua non para a cobrança:
1) deve valorizar o imóvel do contribuinte
2) só após a conclusão da obra, 1x / obra
- BC: quantum da valorização
- Alíquota: % da BC (fixado em lei)
- Vinculado a contraprestação é valorizar o imóvel do contribuinte
- Finalidade: justa distribuição dos encargos públicos, fazendo retornar ao Tesouro Público o valor despendido com a realização de obras públicas
- Requisitos:
1) Publicação prévia:
- memorial descritivo do projeto
- orçamento do custo da obra
- determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição
- delimitação da zona beneficiada
- determinação do fator de absorção do benefício da valorização (para toda zona ou para cada uma das áreas)
2) Prazo para impugnação (> 30 dias)
3) Regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação
5.4. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO E DE INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS.
- Aqui se incluem as exações previstas no art. 149, CF
 - A tônica deste grupo não está nem no objetivo de custear as funções gerais e indivisíveis do Estado (impostos) nem numa utilidade divisível produzida pelo Estado e fruível pelo indivíduo (taxa, pedágio, contribuição de melhoria).
- Característica peculiar do regime jurídico das contribuições: destinação a determinada atividade, exercitável por entidade estatal ou paraestatal, ou por entidade não estatal reconhecida pelo Estado como necessária ou útil à realização de uma função de interesse público.
- Tem-se aqui atividades específicas (do Estado ou de outras entidades) onde a nota da divisibilidade (em relação aos indivíduos) NÃO é relevante para a caracterização da figura tributária específica Ou seja, a atividade a cuja execução se destina a receita arrecadada não é necessariamente referível ao contribuinte, embora possa sê-lo, em maior ou menor grau. Vale dizer, a existência ou não dessa referibilidade (da atividade ao contribuinte) é um dado acidental (que pode ou não estar presente) e não essencial (ou seja, não indispensável na identificação da exação). O que sobressai é a destinação do tributo àquela atuação específica.
 Não atentar para o caráter acidental dessa contrapartida é que tem levado a considerar certas exações como figuras anfíbias, que ora são uma coisa (imposto) ora outra (taxa), o que, por si, já seria um indicador de que não devem ser nem uma coisa nem outra.
- Verificou-se que o critério de classificação dos tributos à vista do FG (CTN, art. 4°) se revela insuficiente para a determinação da natureza específica das contribuições em tela. Não é pelo FG que se há de examinar a natureza específica desses tributos. 
A referibilidade ao indivíduo que contribui também não é critério especificador das contribuições ou seja, os indivíduos a que a atuação estatal se destina não são necessariamente contribuintes. 
 Ex, os grupos de indivíduos destinatários da seguridade social assumem diversas configurações: os aposentados, os carentes, os idosos, etc, independentemente de esses benefícios terem, necessariamente, contribuído para o sistema de seguridade.
É a circunstância de as contribuições terem destinação específica que as diferencia dos impostos, enquadrando-as, pois, como tributos afetados à execução de uma atividade estatal ou paraestatal especificam que pode aproveitar ou não ao contribuinte, vale dizer, a referibilidade ao contribuinte não é essencial ao tributo, nem o FG da contribuição se traduz na fruição de utilidade fornecida pelo Estado.
 É possível, portanto, conectar:
- o imposto ao poder de império do Estado
- a taxa com a idéia de benefício (ou contraprestação)
- as contribuições ao conceito de solidariedade em relação aos demais integrantes de um grupo social ou econômico, em função de certa finalidade
	Contribuições parafiscais x CM> A despeito de seu nomen juris, a contribuição de melhoria não pode ser incluída neste grupo pois naquela a referibilidade ao contribuinte é necessária: ou seja, só há FG da contribuição de melhoria se a propriedade do contribuinte for valorizada em decorrência de obra pública.
- Criação: pela U, por LO (via de regra)
- Criado tendo em vista:
a) custeio da seguridade social
b) intervenção no domínio econômico
c) interesse de categorias profissionais / econômicas
- Tributos com natureza de imposto ou taxa
- As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico:
a) não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação
b) poderão incidir sobre a importação de:
- petróleo e derivados
- gás natural e derivados
- álcool combustível
c) poderão ter alíquotas:
		- ad valorem: com base no faturamento; receita bruta; valor da operação
		- específica
- Art. 149, caput: agrupa as 3 figuras rotuladas como contribuições: sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas, outorgando-as à competência da U, que deve utiliza-las como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas.
- Art. 149, pu: faculta aos E, DF e M a instituição de contribuições, cobráveis de seus funcionários, para o custeio, em benefício destes, de planos previdenciários. Essas exações participam da natureza das contribuições sociais, destinadas à seguridade social, embora atuem no âmbito restrito do funcionalismo público dos E´s, do DF e dos M´s.
5.4.1. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS OU DE SEGURIDADE SOCIAL
- É a contraprestação devida pela seguridade social e outros benefícios na área social garantidos pelo Estado a determinado grupo da sociedade, de que decorra benefício especial para o cidadão que dele participa. A prestação estatal, como em todas as contribuições, é entregue uti universi, e abrange a previdência social, a saúde a assistência social, parcelas constitutivas do conceito maior de seguridade (art. 195, CF), assim como a educação e o auxílio no desemprego. 
- A contribuição social é forma de financiamento direto da seguridade e dos direitos sociais, pelos que participam do mesmo grupo econômico, assim na posição de patrão que na de empregado; coexiste com o financiamento indireto de toda a sociedade, representado pelos impostos, que garante a assistência aos pobres. Guarda alguma semelhança com os impostos e com as taxas, mas não se confunde com aquelas outras categorias tributárias.
- A contribuição social se conceitua melhor como ingresso parafiscal. É a arrecadação do Parafisco, isto é, dos órgãos paraestatais incumbidos de prestar serviços paralelos aos da Administração, através de orçamento especial, que convive com o orçamento fiscal (art. 165 § 5°, CF). Destina-se a fornecer recursos para atividade inessenciais do Estado ligadas à garantia dos direitos sociais, e não à proteção dos direitos fundamentais. Subordina-se ao princípio da solidariedade social, nada tendo a ver com capacidade contributivas ou custo-benefício, princípios tipicamente tributários. 
	A transformação das contribuições sociais em tributo denota a orientação intervencionista e paternalista presente em diversos dispositivos da CF e leva ao aumento do tamanho do Estado Providencial e Assistencialista, sem que, entretanto, desnature o Estado Fiscal, que subsiste,mesmo obeso e ineficiente.
- São contribuições sociais:
a) algumas aparecem na legislação ordinária, por derivação da norma do art. 149, CF (FGTS, PIS, PASEP, FUNRURAL, FINSOCIAL, COFINS, CPMF, contribuições cobradas dos seus servidores para custeio em benefício destes de sistema de previdência e assistência social por E, DF ou M, etc.)
b) outras estão diretamente previstas no art. 195, CF
c) outras poderão ser criadas para garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I (competência residual para impostos não previstos), conforme prevê o art. 195 § 4°, CF
 Requisitos para criação de outras contribuições sociais (além daquelas cobradas dos empregadores, dos trabalhadores e sobre a receita de concurso de prognósticos):
instituição por LC
devem ser não-cumulativas, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores
não poderão ter a mesma BC e FG dos impostos discriminados na CF
- Instituição: por LO – no entanto, os impostos novos são por LC.
- Estas contribuições não obedecem ao princípio da Anterioridade Obedecem ao princípio da Anterioridade Nonagesimal: “ as contribuições sociais só poderão ser exigidas após 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído / aumentado” 
- Regra: as tarefas públicas no campo da ordem social (seguridade social, educação, cultura, etc) são financiadas com recursos orçamentários dos diferentes entes políticos da Federação, por vezes de aplicação compulsória (art. 212, CF)
- Exceção: somente a U pode instituir contribuições sociais como instrumento de sua atuação no campo da ordem social
- A contribuições sociais readquiriram em 1988 a natureza tributária em decorrência da nova topografia constitucional, eis que estão localizadas formalmente no corpo do Sistema Tributário.
- A CF caracteriza as contribuições sociais pela sua destinação, vale dizer, são ingressos necessariamente direcionados a instrumentar (ou financiar) a atuação da U (ou dos d+ entes políticos, na específica situação prevista no art. 149, pu) no setor da ordem social.
- O art. 195 dá algumas indicações que permitem identificar ora o FG, ora o sujeito passivo, ora a BC dessas contribuições e, às vezes, mais de um desses aspectos. 
a) Inciso I prevê as contribuições do empregador, da empresa e da entidade equiparada na forma da lei (sujeitos passivos), incidentes sobre (a) folha de salários e d+ rendimentos do trabalho, mesmo sem vínculo empregatício, (b), a receita ou o faturamento e (c) o lucro (BC)
b) Inciso II: cuida das contribuições dos trabalhadores e d+ segurados da previdência social (sujeitos passivos, em cujo ligar a lei pode instalar a figura do substituto legal tributário)
c) Inciso III: menciona as contribuições incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos (BC, que permite inferir o FG)
d) O § 8° do mesmo artigo prevê, em relação às pessoas ali indicadas (contribuintes), a contribuição sobre o resultado (BC) da comercialização da produção (FG)
e) O rol supra não é exaustivo, pois o § 4° do mesmo dispositivo abre a possibilidade de a lei instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, determinando que, nessa hipótese, se obedeça ao disposto no art. 154, I. Esse parágrafo cria, no campo das contribuições para a seguridade social, uma disciplina análoga à da competência residual conferida à U para a criação de novos impostos (prevista no art. 154, I). Por força da remissão constante da parte final do citado § 4° do art. 195, a criação de contribuições que não se ajustem ao previsto nos incisos I a III, ou no art. 195, § 8° deve respeitar aos 2 parâmetros postos pelo art. 154, I, ou seja, tais contribuições (“de outras fontes”) não podem ter natureza cumulativa, nem FG ou BC próprios dos impostos discriminados na CF.
 A lei a que se refere o art. 195, § 4° é a Lei Ordinária, e não a LC. A LO ali prevista deve respeitar as mesmas condicionantes a que a LC prevista no art. 154, I deve obediência (a primeira, na criação de contribuições com base em “outras fontes”; e a segunda, na instituição de impostos residuais). O veículo normativo (lei) já está referido no art. 195 § 4°, valendo a remissão ao art. 154, I , para o efeito de vedar a cumulatividade e a usurpação de FG ou BC de impostos discriminados na CF. Vários autores, porém, afirmam que as contribuições sociais instituíveis com base no art. 195 § 4° só podem ser criadas por LC.
- Perfil delineado no Título VIII da CF (“Da Ordem Social”), onde se afirma o primado do trabalho e se põem os objetivos do bem-estar e da justiça social 
- Disciplina da seguridade social: Capítulo II do Título VIII / financiada por contribuições sociais e ainda por recursos dos orçamentos da U, dos E, DF e M (art. 195, CF) / ex> contribuição para a seguridade social recolhida por trabalhadores e empregadores ao INSS.
* Obs> CPMF
- Inclui-se entre as contribuições sociais, embora por sua natureza se aproxime dos impostos.
- É um tributo inconstitucional porque fere o art. 154, I, apesar do STF ter declarado sua inconstitucionalidade. O art. 154, I foi ferido porque (1) o CPMF é cumulativo e pq (2) tb incide sobre a renda (para quem recebe o salário na conta bancária, por ex), tendo, assim, mesmo FG que o IR.
	O art. 154, I é uma cláusula pétrea, não modificável nem mesmo por EC. Apesar disso, foi feita uma EC no ADCT (art. 84, ADCT através da EC n° 37), o que fez o STF entender sua constitucionalidade.
5.4.2. CONTRIBUIÇÕES PARA INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO
- Este grupo de tributos abrange as exações que instrumentam a intervenção do Estado no domínio econômico (contribuições econômicas), também caracterizadas pela destinação a uma atividade específica do Estado, de finalidade regulatória (sem visar diretamente a fins arrecadatórios).
- Só podem destinar-se a instrumentar a atuação da U no domínio econômico, financiando os custos e encargos pertinentes.
	
5.4.3. CONTRIBUIÇÕES NO INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS
- São tributos destinados ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras e representativas de categorias econômicas ou profissionais, que exercem funções legalmente reputadas como de interesse público.
 Portanto: financiam a atividade de certas entidades não estatais, que exercem funções reputadas de interesse público, como os sindicatos e os conselhos profissionais (contribuições corporativas). 
- FG dessas contribuições: reside no exercício, pelo contribuinte, de determinada atividade profissional ou econômica, a que se atrelam as funções (de interesse público) exercidas pela entidade credora das contribuições (fiscalização, representatividade, defesa de interesses, etc).
- Art. 8°, IV, CF> Natureza jurídica: contribuição de interesse das categorias ECONÔMICAS (e não profissionais, que são as da OAB, CRM...) pois que cobradas pelos sindicatos. Portanto, diz-se que a exação constante nesse dispositivo tem natureza jurídica tributária contributiva econômica parafiscal.
- Sindicatos: zelam pela relação econômica dos trabalhadores em seus empregos
 FG da contribuição para os sindicatos: exercício de um trabalho dentro da atividade econômica
 FG da contribuição para Conselhos e Ordens: exercício de uma profissão regulamentada em lei
- As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas não podem, a exemplo das contribuições sociais, ser classificadas como impostos ou taxas federais.
- O que faz aqui a U é disciplinar por lei a atuação dessas entidades, conferindo-lhes, para que tenham suporte financeiro, a capacidade de arrecadar contribuições legalmente instituídas
5.5. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
- Representa uma espécie de exação fiscal, de natureza eventual, uma vez que somente criado em virtude de circunstâncias anômalas da economia nacional, onde emergem necessidades imprevistas e a inexistência de recursos regulares e, ainda, haja dificuldade ou inconveniência para utilização do crédito público.
 É, pois, a quantia, em dinheiro, que o Estadorequisita ao particular, provisoriamente, para o atendimento de despesas extraordinárias, em caso de ocorrência de evento considerado relevante para o interesse nacional.
- Natureza jurídica: de tributo – quanto ao fato de ser restituível não desnatura a sua qualidade, eis que todos os demais são, de forma indireta, embora este seja em moeda corrente, corrigido monetariamente, pois em dinheiro foi exigido.
- Conceito: art. 148,CF
- Criação: LC
- Competência: exclusiva da União 
- Restituível (pela mesma LC): a LC que criar o empréstimo compulsório deverá prever a devolução total da importância arrecadada ao contribuinte, sob pena de configurar verdadeiro confisco tributário
- Vinculado à despesa que fundamentou sua instituição
- Não é perene: só pode continuar a ser exigido, enquanto existirem as circunstâncias que permitiram a sua instituição
- Não pode invadir tributos de outras PJDPúblico
- Criado para:
I) Despesas extraordinárias
- por (a) guerra
 (b) calamidade pública (U, E, DF, M)
- não obedece ao princípio da Anterioridade 
II) Investimento público urgente e de relevante interesse nacional
	- obedece ao princípio da Anterioridade
	
NATUREZA JURÍDICA
- É o grupo dos tributos restituíveis, cuja presença numa catalogação à parte se justifica mercê do regime jurídico que lhe é conferido:
1°) Essa exação não se configura receita: isto é, não é um ingresso definitivo de recursos nos cofres do Estado, em face de sua restituibilidade
2°) Por outro lado, não se pode dizer que ela pode ser imposto, taxa ou CM, conforme o respectivo FG se traduza num fato independente de atuação estatal específica relativa ao contribuinte, na prestação de serviço ou exercício do poder de polícia, ou na realização de obra pública. Identificada, no FG de um empréstimo compulsório, uma dessas caracterizações, isso traduzirá apenas uma nota de semelhança entre as 2 espécies, insuscetível, porém, de reduzir as 2 exações comparadas a uma única categoria.
5.6. IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO
- Criação: LO
- Competência: União
- Não restituível
- Único caso de bitributação: adicional sobre IR, IPI, ICMS, etc
- Vinculado
- Pode invadir campo de outras pessoas políticas
- Motivo: guerra
- Suprimido gradativamente no prazo de 5 anos contados da celebração de paz
6. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
- São limitações ao “Poder de Tributar”:
I) Princípios Constitucionais Tributários
II) Imunidades
III) Competência Tributária
6.1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
a) Princípio da Reserva Legal
- Art. 5° II, CF: Princípio da legalidade – lei lato sensu
- Art. 150, I, CF e art. 9°, I, CTN: Princípio da reserva legal – lei strictu sensu “É vedado à U, E, DF e M exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça” - O que se extrai deste dispositivo é que, para se criar / aumentar um tributo (assim entendida a ampliação da BC ou a elevação da alíquota aplicável), não basta qq lei É necessário que se trate de lei que atenda ao princípio da tipicidade tributária – Isto significa que a lei há de:
- delinear o fato cuja ocorrência fará surgir o dever de pagar o tributo (HI)
- estabelecer a BC e a alíquota
- indicar o sujeito passivo
 Exceções: quanto à majoração da alíquota do II, IE, IPI e IOF – é facultado ao Poder E aumentar as alíquotas. Motivo: extra-fiscalidade
O princípio da legalidade e as Medidas Provisórias: MP pode criar ou aumentar tributo?
O STF entende que MP pode instituir ou majorar tributos mas considerável parte da doutrina entende que não, pois é inconstitucional.
	O art. 150, I traz direitos e garantias individuais, que são cláusulas pétreas. Esses dispositivo vem após o art. 62, CF, daí se depreendendo que, por ser anterior ao art. 150, CF, o art. 62 é disposição geral, enquanto o art. 150, específica.
- Art. 62: pode MP (autorização genérica)
- Art. 150, I: pode lei strictu sensu - É a que deve prevalecer Portanto, não é possível compreender que a MP possa instituir / majorar tributo
				
- Lei strictu sensu: é o ato jurígeno emanado do L
- Por ser ato emanado do E, a MO não poderia instituir ou majorar tributo (fere Princípio da Tripartição de Poderes)
- A EC 32/2001 violou um direito / garantia individual, qual seja, a garantia de que todos os entes federativos estão vedados de exigir ou aumentar tributo sem LEI que estabeleça Este é o princípio da Reserva Legal, insculpido no art. 150, I, CF.
b) Princípio da IsonomiaTributária
- Art. 5°: Princ. Genérico da Igualdade 
- Art. 150, II CF: “É vedado à U, E, DF e M instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente” Tratar iguais de modo = e desiguais de modo (igualdade jurídica e desigualdade jurídica), ou seja, a tributação é = para quem estiver em uma mesma situação jurídica e desigual para os que se encontrem em situações jurídicas distintas Quem estabelece o tratamento diferenciado é a LEI
- Refere-se tb à Capacidade Contributiva
- O imposto progressivo obedece a este princípio 
c) Princípio da Irretroatividade
- Art. 150, III, a CF: “É vedado à U, E, DF e M: cobrar tributos em relação ao FG´s ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado” 
- C/C art. 9°, II, CTN
- Regra: A lei não pode alcançar fato ocorrido antes do início da vigência das mesma (aplica-se a lei do momento do fato)
- Exceção: Art. 106, CTN
d) Princípio da Anterioridade Tributária
- Art. 150, III b, CF: “É vedado à U, E, DF e M cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que seja publicada a lei que os instituiu / aumentou” A lei tributária que instituir ou majorar tributo deverá ter vigência no exercício financeiro anterior ao da sua exigibilidade, de modo que nenhum tributo pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi instituído ou aumentado 
 É a irretroatividade qualificada exige-se lei anterior ao exercício financeiro no qual o tributo é criado.
Irretroatividade = a lei há de ser anterior ao FG do tributo por ela criado / majorado
- Obs> Apesar do texto constitucional utilizar o termo “cobrar”, na verdade deve entender-se tal preceito como exclusor do campo de incidência da norma de qq fato que, embora preencha os requisitos da HI, ocorra no mesmo exercício financeiro da lei O que se dá, pois, é que toda lei que cria ou aumenta tributo fica com sua eficácia sustada, obstada, até o início do exercício financeiro subseqüente.
- Exceções:
II, IE, IPI, IOF por terem caráter extra-fiscal
Impostos extraordinários de guerra
Empréstimos compulsórios para despesas extraordinárias por guerra ou calamidade pública
Contribuições sociais (INSS, COFINS, CPMF): obedecem ao princ. da Nonagésima
- A lei começa a vigorar após a publicação mas não a produzir efeitos (não é eficaz). Via de regra, as leis só têm eficácia no início do exercício financeiro do ano seguinte.
 Com isso, possibilita-se o planejamento anual das atividades econômicas
e) Princípio da Noventena
- Art. 150, III, c: “Antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou” Isto é, só podem ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as aumentou / instituiu
- Respeita o Princ. da Segurança do Contribuinte
- Aplicável às contribuições sociais
- Pode ser benéfica ao contribuinte. Ex> Contribuição instituída em 31/12/2004 só pode ser cobrada 90 dias depois e não em 01/01/2005
f) Princípio da Vedação ao Confisco
- Art. 150, IV, CF: “É vedado à U, E, DF e M utilizar tributo com efeito de confisco” isto é, é vedada a cobrança de tributo em valor tão elevado de modo a abalar / desfalcar o patrimônio do contribuinte efeito confiscatório com desrespeito à capacidade econômica
- Este artigo deve ser c/c art. 145 § 1°, o qual encerra o Princ. da Capacidade Contributiva toda vez que um tributo exceder a capacidade contributiva de um contribuinte, ele terá caráter confiscatório
- Os Tribunais alegam que a multa pode ter efeito confiscatório (não viola a CF pois esta se refere apenas aos tributos)
- As taxas atrelam-se a uma atividade cuja prática peloEstado é pressuposto necessário da sua cobrança. Portanto, o seu montante deve guardar correspondência com o custo dessa atividade. No entretanto, é reconhecido o fato de que esse cálculo não é fácil de ser feito. Daí falarem os autores no princípio da razoabilidade, o que significa dizer que, embora aceita uma fixação um tanto discricionária, esta, contudo, não pode exorbitar do tipo e da qtd de trabalho que o contribuinte, no fundo, está contraprestando. Isto posto, uma taxa exorbitante, desmedida em relação ao serviço ou ato prestado, pode ser contestada com esforço no princípio do não-confisco, que é princípio de contenção ao poder do legislador sobre tributos.
g) Princípio da Liberdade de Tráfego
- Art. 150, V, CF: É vedado instituir tributos IE ou IM pela mera transposição de pessoas ou bens, ressalvados os pedágios pela utilização de vias conservadas pelo PP.
- Correlato com o Princípio constitucional de ir e vir e c/c art. 9°, III, CTN
- Exceção: Pedágio – natureza jurídica: TAXA (e não tarifa), porque há uma contraprestação de um serviço público específico e divisível
 Na prática, o pedágio ora será taxa (e, portanto, tributo), ora será tarifa:
- se for cobrado por uma concessionária de serviço público, será tarifa
- se for cobrado pelo Poder Público, será taxa
- Obs> Aliomar Baleeiro dá outra distinção entre taxa e tarifa: a taxa é preço político (deve ser a preço baixo, apenas o suficiente para atender toda a população sem necessariamente remunerar o Poder Público). Já a tarifa seria um preço público: deve ser a preço baixo, suficiente para atender a toda população, mas tb deve permitir um lucro razoável para as concessionárias.
h) Princípio da Imunidade Recíproca
- Art. 150, VI, CF: É vedado à U, E, DF e M instituir IMPOSTOS sobre patrimônio, renda ou serviço, um dos outros taxas e CM pode
- C/C art. 9°, IV, e art. 12, CTN
- Extensiva às autarquias e fundações
i) Princípio da Capacidade Contributiva
- Art. 145 § 1º - “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte...”
- Refere-se somente aos impostos Tratar desiguais de modo desigual 
 Leva em consideração a possibilidade econômica de pagar tributos
 Compromisso do Estado com a desequiparação, ou seja, com a oneração maior daqueles que têm + recursos para suportá-la
- Pode ser:
subjetiva: quando leva em conta a PESSOA (capacidade econômica real)
objetiva: quando leva em conta as MANIFESTAÇÕES OBJETIVAS da pessoa. Ex> ITR progressivo para penalizar latifúndio improdutivo / progressividade de faixa no IR / imunidades, isenções, reduções para desenvolver regiões.
- ITR, IPVA, IPTU: ao obedecem a estes princípios pois não traduzem com fidelidade a capacidade econômica do contribuinte.
j) Princípio da Uniformidade Tributária
- Art. 151, I. É vedado à U instituir tributo que:
não seja uniforme no território nacional
implique distinção / preferência em relação a E, DF ou M
- Isso significa que os tributos federais devem ser uniformes em todo o território nacional 
- Decorrência do princípio federativo, que repele o tratamento desigual das unidades federadas
- É um corolário do Princípio da Isonomia
- Só pode ser quebrado por isenções ou incentivos fiscais regionais referente a tributos federais, apenas
- C/C art. 10°, CTN
- Art. 151, II: É vedado à União tributar (1) a renda das obrigações da dívida pública dos E, DF e dos M´s, bem como (2) a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.
 É um corolário do Princípio da Imunidade Recíproca
- Art. 151, III: É vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos E´s, DF ou dos M´s
 Esta isenção não pode ocorrer nem por EC 
 A União só poderá conceder isenção sobre seus próprios tributos
k) Princípio da Distinção em razão de Procedência / Destino
- Art. 152: É vedado aos E, DF e M estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qq natureza, em razão de sua procedência ou destino.
- C/C art. 11, CTN
- Ex> Determinado Estado não pode aplicar alíquotas internas diferentes do ICMS
- Este princípio NÃO se aplica à U que pode estabelecer diferenças nos casos de:
importação
exportação
fixação de alíquotas IE do ICMS
l) Princípio da Não-cumulatividade
- É o princípio através do qual compensa-se o tributo que for devido em cada operação o montante cobrado nas anteriores
- Aplicado apenas para:
IPI: as normas constitucionais prescrevem para o IPI que seja abatido em cada operação o montante cobrado nas anteriores 
ICMS: nas operações realizadas por produtores, industriais e comerciantes deve se abater, nos termos do disposto em LC, o valor cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado.
Impostos e contribuições novas, criados pela U (art. 154, I)
- Obs> O que é um imposto cumulativo?
Ex> Algodão cru Fábrica de fio de algodão Tecelagem Fábrica de camisas Loja Consumidor
 O ICMS incide sobre todas as fases da produção – se fosse cumulativo, a cada fase haveria acumulação do ICMS, o que aumentaria a carga tributária. Sendo não-cumulativo, paga-se mas deduzindo do que foi pago na fase anterior
m) Princípio da Seletividade
- Quanto + essencial o produto / serviço prestado, menor a alíquota
- É obrigatório para IPI
- É facultativo para ICMS
7. IMUNIDADE
- É a qualidade da situação que NÃO PODE SER ATINGIDA pelo tributo em razão de norma constitucional O Estado não pode exercer sua competência tributária
- São vedações constitucionais absolutas Qualquer pretensão em fazer incidir o tributo é nula de pleno direito
- Fundamento: é a preservação de valores que a CF reputa relevantes (a atuação de certas entidades, a liberdade religiosa, o acesso à informação, a liberdade de expressão, etc), proclamando-se, independentemente da capacidade contributiva revelada pela pessoa (ou revelada na situação), a não-tributabilidade das pessoas ou situações imunes.
- É, portanto, uma limitação do poder de tributar, uma técnica legislativa por meio da qual o constituinte exclui do campo tributável determinadas situações sobre as quais ele não quer que incida este ou aquele gravame fiscal.
- As imunidades a impostos podem ser:
subjetivas: incidem sobre PESSOA (art. 150, VI a, b, c)
objetivas: incidem sobre COISA (art. 150, VI, d)
- Imunidades às taxas: art. 5°, XXXIV: “São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: direito de petição e obtenção de certidões”
- Imunidades às CM´s: são isentas de contribuições para a seguridade social as entidades beneficentes de Assistência Social que atendam ás exigências estabelecidas em lei.
	
	Ocorre FG?
	Cobra tributo?
	Pode se transformar em FG?
	Imunidade
	Não
	Não
	Sim
	Não-incidência
	Não
	Não
	Não
	Isenção
	Sim
	Não
	Já é incidência
	IMUNIDADE
	NÃO-INCIDÊNCIA
	ISENÇÃO
	- É a não-incidência determinada pela CF é a impossibilidade de um ente público dotado de poder impositivo, exerce-lo em relação a certos fatos, atos ou pessoas.
	- É a inexistência de disposição prevendo o FG
- Não ocorre FG situação fora dos limites tributários
	- É a expressa, deliberada e taxativa omissão, pelo ente público que tem competência para instaurar determinado tributo, de exercitar essa competência, quanto a fatos, atos, pessoas Situa-se no campo da incidência pois ocorre o FG, mas a lei dispensa o pagamento do tributo
 A lei que emana do próprio ente público dotado de competência, renuncia, em razão de circunstâncias de ordem vária (social, política, econômica), ao respectivo exercício.
A) IMUNIDADE RECÍPROCA
- Exclui a possibilidade de tributação do patrimônio, renda e serviços de cada pessoa política por qq uma das d+ pessoas políticas.
- Quem> Patrimônio, renda ou serviços de: 
1) U, E, DF, M (art. 150, VI, a)
2) Autarquias e fundações do PP desde que vinculados ao fins (art. 150 § 2°) pu seja, o que não estiver relacionado com as finalidades essenciais não é imune
- Quem não tem: SEM, Empresas públicas, AP indireta
- Qual tributo: IMPOSTOS sobrepatrimônio, renda ou serviços
 Por isso, não impede a incidência dos impostos indiretos, como o IPI e o ICMS – por ex, o E pode cobrar ICMS do M)
- Objetivo: Proteção do Federalismo
- Perda da imunidade fiscal recíproca> ocorre com (art. 150 § 3°):
a) quando o patrimônio / renda / serviços estiverem relacionados com a prática de atividades econômicas praticadas pelos entes políticos e regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados
b) quando os entes cobrarem (1) contraprestação ou (2) pagamento de preços ou tarifas do usuário do serviço cobrado
c) quando os entes celebrarem com 3° contrato de compra e venda de imóveis de suas propriedades: quer dizer que, se por ex, a U promete vender o bem a pessoa não imune, o IPTU pode ser cobrado do promitente comprador, não obstante a propriedade ainda não lhe tenha sido transferida.
B) IMUNIDADE CONCEDIDA A TEMPLOS DE QQ CULTO (art. 150, VI, b)
- Quem: Templos de qq culto – o patrimônio / renda / serviços relacionados com suas finalidades essenciais
- Qual tributo: IMPOSTOS sobre patrimônio, renda ou serviços
- Caso não alcançado pela imunidade: não ocorre nas RENDAS provenientes da venda de objetos sacros, de aluguéis de imóveis, exploração de estacionamento de automóveis, MESMO que as receitas obtidas por esses meios revertam em benefício das atividades religiosas.
C) IMUNIDADES CONDICIONAIS (art. 150, VI, c)
- Quem:
- partidos políticos e suas fundações
- sindicatos dos trabalhadores (os sindicatos patronais não!)
- instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos
> Obs1: a expressão “sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei” aplica-se apenas às instituições de educação e de assistência social, e não a todas as entidades mencionadas na alínea.
> Obs2: a lei a que se refere a alínea deve ser entendida como LC
- Qual tributo: IMPOSTOS sobre patrimônio, renda ou serviços
- Condições:
1) Não distribuir qq parcela de seu patrimônio e rendas, a qq título
2) Aplicar seus recursos INTEGRALMENTE no país na manutenção de seus objetivos
3) Manter escrituração de suas receitas / despesas em livros
- Não há, em relação aos templos e às entidades mencionadas na alínea c, previsão análoga à do § 3° (que exclui da imunidade recíproca a “exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário”) Uma entidade assistencial pode, portanto, explorar um bazar, vendendo mercadorias, e nem por isso ficará sujeita ao IR.
D) IMUNIDADES OBJETIVAS (art. 150, VI, d)
- O quê: Livros, periódicos e papel destinado a sua impressão
- Quais tributos: Impostos, e apenas aquelas que tributam “a coisa” Não incidem ICMS, IPI, II e IE 
- Não se aplicam a:
a) editora, gráfica, livraria ou autor
b) livros pautados para escrituração contábil (diário, razão...) e fiscal, agendas, catálogos, boletins e papéis avulsos
	
	Impostos sobre patrimônio, renda ou serviços
	Contribuições para a seguridade social
	Taxas e CM’s
	Fundamento legal
	Autarquias e Fundações Públicas 
	Sim
	Sim
	Sim
	Art. 150 § 2°, CF
	Empresas públicas e SEM
	Não
	Sim
	Sim
	Art. 150 § 2°
	Entidades beneficentes de assistência social
	Não
	Não
	Sim
	Art. 150, VI, c, e; Art. 195 § 7°
E) OUTRAS IMUNIDADES 
>> NO SISTEMA TRIBUTÁRIO CONSTITUCIONAL
- Além das imunidades reguladas no art. 150, VI e §§ 2° a 4°, outras são encontradas:
I) Art. 153 § 3°, III: define a imunidade atinente ao IPI, dos produtos industrializados destinados ao exterior
II) Art. 153 § 4°: trata da imunidade do ITR sobre “pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel” Também aia CF explicita uma situação em que o princípio da capacidade contributiva merece aplicação específica
III) Art. 155 § 2°, X: trata da imunidade referente ao ICMS
IV) Art. 156 § 2°: cuida da imunidade pertinente ao ITBI
>> FORA DO SISTEMA TRIBUTÁRIO CONSTITUCIONAL
- Art. 195 § 7°: declara “isentas” (entenda-se “imunes”) de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
	O mesmo artigo, ao prever a contribuição social dos trabalhadores e dos segurados da previdência social, estatui que esse tributo não incidirá sobre a aposentadoria e a pensão concedidas pelo regime geral do art. 201.
- O art. 5°, CF proíbe a exigência de taxas sobre:
a) petições aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, bem como certidões fornecidas por repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (item XXXIV);
b) serviço público de assistência jurídica aos que comprovarem insuficiência de recursos (item LXXIV);
c) registro civil de nascimento e certidão de óbito, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei (item LXXVI);
d) habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania (item LXXVII).
 Essas situações são incluídas no rol dos mecanismos constitucionais de proteção do mínimo existencial, que se traduz no “direito às condições mínimas de existência humana digna que não pode ser objeto de incidência tributária e que ainda exige prestações estatais positivas”, ligadas à saúde, à educação, à assistência social, etc.”
- Art. 184 § 5°: embora utilizando o termo “isenção”, concede imunidade de impostos federais, estaduais e municipais às operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
8. NÃO-INCIDÊNCIA CONSTITUCIONAL
- Consiste na inexistência de uma lei descrevendo um comportamento dado como gerador da obrigação de pagar tributo.
- Art. 153 § 3° III é um exemplo de não-incidência constitucional incide sobre o IPI sobre os produtos industrializados mas sobre o fato específico “exportação de produtos industrializados” não poderá haver incidência
A ratio aqui é um fato econômico (finalidade meramente econômica) quanto menos tributos incidirem sobre produtos industrializados exportados, + competitivos serão os produtos nacionais no mercado exterior.
- Imunidade x Não-incidência constitucional:
na imunidade, há uma proibição da própria instituição do tributo
a imunidade recai sobre matérias e fatos do próprio Estado a imunidade tem por ratio um fim do próprio Estado (não tem sentido o Estado tributar a si mesmo)
- Imunidade / Não-incidência constitucional / Não-incidência natural: mesmos objetivos> não tributar algum fato – bem – pessoa 
- Está no art. 150, VI, CF:
Alíneas (a): visa proteger o próprio Estado imunidade recíproca
	 (b): imunidade que tem a ver como Estado
	 (c): objetivo é proteger a democracia (é um fim do Estado) – se os partidos 
 políticos fossem tributados, a democracia seria violada
	 (d): interesse do Estado> fomentar a educação e a cultura
9. ISENÇÃO (art. 175, CTN)
- É a técnica legislativa por meio da qual a lei tributária, ao descrever o gênero de situações sobre as quais impõe o tributo, pinça uma ou diversas espécies (compreendidas naquele gênero) e as declara isentas (ou seja, excepcionadas da norma de incidência).
- É uma exclusão do crédito tributário> gera-se o tributo mas não o pagamento do mesmo
- Por LO (não transcorre ao nível da CF!)
>> Imunidade x Isenção:
a) A imunidade atua no plano da definição da competência: ou seja, a Constituição, ao definir a competência, excepciona determinadas situações que, não fosse a imunidade, quedariam dentro do campo de competência, mas, por força da norma de imunidade, permanecem fora do alcance do poder de tributar outorgado pela CF.
B) A isenção opera no plano do exercício da competência: quando a pessoa política exerce o seu poder de tributar, editando a lei instituidora do tributo, essa lei pode, usando a técnica da isenção, excluir determinadas situações, que, não fosse a isenção, estariam dentro do campo de incidência da lei de tributação, mas, por força da norma isentiva, permanecem fora desse campo.10. ALÍQUOTA ZERO
- É um percentual que, multiplicado com a BC, resulta no tributo a pagar. Sendo 0, não há o quê pagar Ocorre o FG mas não haverá a tributação

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