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Letícia Jacon Vicente – 7º semestre – Dispneia, Dor Torácica e Edemas Pericardite Definição: A pericardite é definida como sintomas e/ou sinais resultantes de inflamação do pericárdio, podendo ocorrer em uma variedade de doenças, mas a maioria dos casos é considerada idiopática. → Relativamente comum no departamento de emergência (DE) Classificação Clínica: → Pericardite aguda (<6 semanas) ➢ Fibrinosa ➢ Efusiva (serosa ou sanguínea) → Pericardite subaguda (6 semanas a 6 meses) ➢ Efusivo-constritiva ➢ Constritiva → Pericardite crônica (>6 meses) ➢ Constritiva ➢ Efusiva ➢ Adesiva (não constritiva) Morfofisiologia: O pericárdio é composto de 2 folhetos: o pericárdio fibroso e o seroso. → Pericárdio fibroso: camada mais externa, ligada ao tendão central do diafragma. O pericárdio é aderido ao esterno e à pleura mediastinal, exceto onde é separado deste último pelo nervo frênico. → Pericárdio seroso: recobre duplamente o mediastino, sendo que a camada parietal é aderida ao pericárdio fibroso e a camada visceral (ou epicárdio) é aderida ao coração. Etiologia: Até 80% dos casos ficam sem diagnóstico definido, e são denominados idiopáticos → Pericardite infecciosa ➢ Viral, piogênica, TB, fúngica → Pericardite não infecciosa ➢ IAM, IR (urêmica), neoplasia, traumatismo, pós-radiação, dissecção aórtica → Pericardite presumivelmente relacionada com hipersensibilidade ou autoimunidade ➢ Febre reumática, LES, artrite reumatoide, espondilite, lesão pós- cardíaca (síndrome de Dressler) Mnemônico “TINHA MAIS”: Fisiopatologia: Lesão pericárdica → inflamação → espaçamento fibroso das camadas do pericárdio → impede preenchimento diastólico passivo das câmaras cardíacas → Pericárdio inelástico não permite o enchimento cardíaco adequado durante toda a diástole Quadro Clínico: A dor pericárdica é subesternal difusa, mas pode irradiar para hemitórax esquerdo, dorso, pescoço ou ombros. → Dor em facada; pleurítica → Aliviada com inclinação do corpo para frente e agradava pela posição de decúbito e inspiração → Pode estar associada a dispneia, febre ou taquicardia → Soluços (ativação do nervo frênico) → Sintomas que podem imitar IC: dispneia aos esforços, edema periférico, hepatomegalia e ascite; aumento da pressão venosa jugular, sinal de Kussmaul, pulso paradoxal Diagnóstico: Avaliação Inicial: → Abafamento de bulhas cardíacas → Distensão venosa jugular Critérios Clínicos (pelo menos 2): → Dor torácica → Atrito pericárdico dinâmico presente na borda esternal inferior esquerda (pode desaparecer e reaparecer) → Alterações ECG típicas → Presença de derrame pericárdico Exames: → HC (leucocitose e linfocitose) → ECG (supradesnivelamento do segmento ST com infradesnivelamento do intervalo PR) ➢ Estágio I: elevação difusa do segmento ST. Tratamento: 80-90% é autolimitada → Detecção de derrame → Alívio dos sintomas → Tratamento da causa → individualizado ➢ AINE: ibuprofeno (+ colchicina) ➢ Pericardiectomia ➢ Corticoides: prednisona Mau prognóstico: Maiores Derrame pericárdico > 2 cm Tamponamento cardíaco (comprometimento hemodinâmico) Ausência de resposta após 1 semana de terapia com AAS/AINE Febre > 38oC Início subagudo Menores Terapia com anticoagulação Malignidade Trauma Imunodeprimido Miopericardite Evolução atípica de ECG Pulso paradoxal Elevação de PTN de fase aguda Letícia Jacon Vicente – 7º semestre – Dispneia, Dor Torácica e Edemas O espaço entre as camadas do pericárdio seroso e a cavidade pericárdica e normalmente contém de 15-50 mL de fluido seroso representando um ultrafiltrado do plasma. ➢ Estágio II (após 2 semanas): normalização de segmentos ST e PR; achatamento da onda T. ➢ Estágio III (dura semanas): inversão de onda T difusa. ➢ Estágio IV (dura meses): normalização da onda T – após um período de semanas ou meses. → Rx de Tórax → PCR (aguda) → Ecocardiograma +Tn → FAN → RM (espaçamento pericárdico)
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