Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Toxoplasma e Entamoeba hystolitica DOENÇAS NEOPLÁSICAS I N F E C C I O S A S N Ã O I N F E C C I O S A S DOENÇAS AUTOIMUNES TRAUMA PARASITÁRIA DOENÇAS METABÓLICAS Pericárdio: saco fibroseroso composto por duas camadas, o pericárdio visceral e o parietal, separados por uma pequena quantidade de líquido - ultrafiltrado plasmático. Têm a função de reduzir o atrito do coração com estruturas adjacentes, promover a interdependência entre as câmaras cardíacas e protege-las contra sobrecarga excessiva de volume. Além disso, funciona como barreira física contra infecções e mantém o coração em posição anatômica. Pericárdio Visceral: é uma membrana fina e serosa, revestida por uma camada única de células mesoteliais, que recobre quase toda a superfície epicárdica das câmaras cardíacas e a porção proximal dos vasos da base. Pericárdio Parietal: é uma membrana mais espessa e com uma constituição fibrosa. É nele que estão as terminações nervosas nociceptivas. Líquido Pericárdico: preenche o espaço virtual entre os dois folhetos, reduzindo o atrito entre eles. Seu volume normal está entre 20-50 ml. Juliana Guiotti | Turma III P.E.R.I.C.A.R.D.I.T.EP.E.R.I.C.A.R.D.I.T.E Tutoria - Unidade Curricular I - 7ª etapa RELEMBRANDO CONCEITOS IMPORTANTES Pericardite é uma inflamação da lâmina parietal resultando em uma secreção aumentada do líquido na cavidade do pericárdio. Como a porção dura e fibrosa do pericárdio fibroso é inelástica, um aumento na quantidade de líquido, e portanto da pressão, prejudica o movimento do sangue para dentro e para fora das câmaras do coração. D.E.F.I.N.I.Ç.Ã.O As causas de pericardite são divididas em infecciosas e não-infecciosas. São elas: C.L.A.S.S.I.F.I.C.A.Ç.Ã.O As pericardites são classificadas de acordo com a evolução e forma de apresentação clínica: Pericardite aguda Pericardite crônica Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco Pericardite constritiva Pericardite recorrente E.T.I.O.L.O.G.I.A VIRAL BACTERIANA Cocksackie, Herpes, Enterovírus, CMV, HIV, EBV, Varicela, Rubéola e Influenza Pneumococo, Meningococo, Hemophilus, Chlamydia,Micobactérias, Micoplasma e Leptospira FÚNGICA Cândida e Histoplasma DOENÇAS DE ÓRGÃOS ADJACENTES LES, AR, febre reumática, esclerodermia, espondilite anquilosante, esclerose sistêmica, dermatomiosite, periarterite nodosa, polimiosite, poliarterite nodosa, púrpura trombocitopênica, síndrome pós-cardiotomia e pós-infarto do miocárdio Miocardites, IAM, dissecção aórtica, infarto pulmonar, pneumonia, empiema, doenças do esôfago, hidropericárdio na IC e síndromes paraneoplásicas. Insuficiência renal (uremia), diálise, mixedema, doença de Addison e cetoacidose diabética. PRIMÁRIAS: mesotelioma, sarcoma, fibroma elipoma; SECUNDÁRIAS: neoplasias de pulmão, mama, estômago e cólon, leucemia e linfoma, melanoma e sarcoma DIRETO: ferimento penetrante de tórax, perfuração de esôfago e corpo estranho; INDIRETO: trauma de tórax não penetrante, irradiação mediastinal. IDIOPÁTICA - MECANISMO DE AGRESSÃO VIRAL Na pericardite viral, o vírus atinge a corrente sanguínea e se estabelece no pericárdio, onde, por ação direta, irá desencadear agressão viral seguida de ativação do sistema imune. Além de inflamação pericárdica, a reação cruzada de anticorpos, antígenos virais e células miocárdicas podem provocar lesão dos miócitos. quadro clínico CARACTERÍSTICAS CLÍNICA Síndrome febril + acometimento de vias aéreas superiores + dor torácica + atrito pericárdico Pericardite Aguda Pericardite Crônica Tamponamento Cardíaco Pericardite Constritiva Pericardite Recorrente Tríade de Beck = Hipotensão + Abafamento de bulhas + Turgência Jugular Patológica Dispneia + tosse + fadiga + ascite + edema em MMII + derrame pleural Dispneia de esforço e/ou fadiga associada a disfunção diastólica + ascite desproporcional ao edema de MMII + pulso venoso jugular ( ↑ colapso Y) + sinal de Kussmaul + pulso paradoxal CAUSAS: esquema terapêutico inadequado, posologia inadequada, retirada rápida do corticoide associado, reativação pela replicação viral por uso de corticoide, reinfecção e reativação de doença autoimune ou tecido conectivo < 6 semanas ↑líquido ou espessamento pericárdico + formação de tecido cicatricial Acúmulo grande de líquido no saco pericárdico → ↓volume de enchimento cardíaco Restrição do enchimento ventricular diastólico + ↓função por espessamento do pericárdio e calcificação diagnóstico O diagnóstico pode ser confirmado na presença de, pelo menos, dois dos seguintes critérios: 1. Dor torácica pleurítica típica aliviada em posição sentada e inclinação do tronco - atrito pericárdico 2. Alterações eletrocardiográficas típicas 3. Derrame pericárdico novo ou com acentuação progressiva. exames complementares 1. Eletrocardiograma (ECG): Estágio 1 (primeiras horas): caracteriza-se por supradesnivelamento côncavo difuso do segmento ST e por infradesnivelamento de segmento PR. Estágio 2 (primeira semana): retorno do segmento ST e PR aos padrões normais. Estágio 3 (após normalização do segmento ST): ocorre inversão difusa de onda T. Estágio 4: retorno da onda T ao padrão normal. 2. Ecocardiograma: possibilita a detecção do derrame pericárdico e permite a confirmação diagnóstica na suspeita de pericardite. Sua ausência, entretanto, não exclui o diagnóstico. Observa-se aumento da variação respiratória do fluxo sanguíneo através da valva mitral e tricúspide, refletindo a presença de pulso paradoxal, e dilatação das veias cavas com pouca variação respiratória. O colapso do AD é um sinal sensível de tamponamento cardíaco. 3. Raio X tórax: aumento da silhueta cardíaca (sinal da moringa). 4. Marcadores de atividade inflamatória: VHS, hemograma com leucocitose e proteína C reativa (PCR). 5. BNP / NT-proBNP: são liberados na presença de distensão da parede miocárdica, pode aumentar em doenças pericárdicas. 6. Marcadores de diagnóstico etiológico: dosagem de hormônios tireoidianos, provas reumatológicas, função renal e hemoculturas na suspeita de infecção bacteriana. Juliana Guiotti | Turma III tratamento 1. Tratamento da doença de base (etiológico) 2. Tratamento farmacológico: MEDICAMENTO POSOLOGIA DURAÇÃO DO TRATAMENTO Ibuprofeno AAS Indometacina Prednisona Colchicina 400 a 800 mg a cada 6-8 horas 500 a 750 mg a cada 6-8 horas 50 mg a cada 12 horas 1 mg/kg/dia 0,5 mg a cada 12 horas (>70 kg) ou 1x dia (< 70 kg) 2 semanas, com regressão de 600 mg/semana por 3 semanas 7 a 10 dias, com regressão a cada 2-3 dias por 3-4 semanas 3 meses 4 semanas, com regressão gradual por 4 semanas 2 semanas, com regressão a cada 2-3 dias por 3-4 semanas complicações Definição: é a condição na qual o débito cardíaco está significativamente reduzido devido ao enchimento ventricular prejudicado pelas altas pressões intrapericárdicas. O saco pericárdico contém uma pequena quantidade de líquido (30 a 50 ml) que envolve o coração. Quando uma quantidade significativa de líquido se acumula e ultrapassa a capacidade de distensão do tecido fibroelástico pericárdico, ocorre progressiva compressão de todas as câmaras cardíacas decorrente do aumento da pressão intrapericárdica, redução do volume de enchimento cardíaco e maior interdependência ventricular. É provável quando ocorre um rápido acúmulo de líquido pericárdico, principalmente se o líquido for denso (sanguinolento/purulento). Fisiopatologia: inicialmente ocorre um aumento importante da pressão intrapericárdica, que normalmente está em torno de ZERO. Quando a pressão intrapericárdica ultrapassa o valor da pressão atrial direita e da pressão diastólica ventricular direita (5-7 mmHg), estas elevam-se acompanhando a pressão intrapericárdica, para que não haja um colabamento. Quando ultrapassa o valor da pressão atrial esquerda e da pressão diastólica ventricular esquerda (10-12 mmHg), estas também elevam-se juntamente com a pressão intrapericárdica, de modo que todas as pressões das câmaras cardíacas durante a diástole estão iguais, aumentadas e idênticas à pressão intrapericárdica.Ocorre então o aumento progressivo das pressões de enchimento ventricular e atriais levando à síndrome congestiva aguda, com congestão pulmonar e sistêmica, esta última caracterizada principalmente por uma turgência jugular patológica, e também a restrição diastólica imposta pelas altas pressões reduz o volume de enchimento ventricular e, consequentemente, o débito cardíaco. Nos estágios iniciais, o débito cardíaco pode ser mantido por uma taquicardia compensatória e pela aceleração do relaxamento ventricular, ambos os mecanismos conduzidos por uma hiperatividade simpática. À redução do débito cardíaco segue-se uma hipotensão arterial sistêmica progressiva, prevenida inicialmente por uma vasoconstricção arterial periférica. Finalmente, se a pressão intrapericárdica aumentar mais ainda, apesar de todos os mecanismos compensatórios, a evolução é para o choque franco, bradicardia sinusal progressiva e PCR em AESP. Manifestações clínicas e diagnóstico: taquipneia + dispneia + ortopneia + Tríade de Beck (Hipotensão + Abafamento de bulhas + Turgência jugular patológica). Tratamento: internação hospitalar + reposição volêmica + inotrópico se necessário (dobutamina) + pericardiocentese imediata de alívio + tratamento da causa. Tratamento conservador (p/ pcts oligossintomáticos) = terapia anti- inflamatória. 1. Tamponamento Cardíaco: Juliana Guiotti | Turma III REFERÊNCIAS: 1. I Diretriz Brasileira de Miocardites e Pericardites - 2013
Compartilhar