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PERICARDIOPATIAS - CARDIOLOGIA

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Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 
Profª Dra. Ana Paula Lebet 
 
1 
 
O pericárdio é uma formação sacular com 2 camadas que contém o coração e as raízes dos grandes vasos. 
É composto pelo pericárdio visceral e parietal. 
Entre elas, espaço pericárdico – preenchido por 10mL de líquido. 
Função – fixar o coração ao mediastino, garantir proteção a infecções e promover lubrificação ao movimento 
cardíaco. 
 
 
Classificação das doenças do pericárdio: 
Pericardite aguda 
Pericardite Crônica 
Pericardite Recorrente 
Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco 
Pericardite constrictiva 
CAUSAS DAS DOENÇAS DO PERICÁRDIO 
Infecciosa: viral (mais frequente), bacteriana, fúngica ou parasitária. 
Não infecciosa: doenças autoimunes; doenças neoplásicas (tumores primátios (mesotelioma, fibrosarcoma) e 
tumores secundários (pulmão, mama, linfoma); doenças de órgãos adjacentes (miocardite, dissecção de aorta, 
infarto pulmonar), trauma, toxicidade (quimioterapia). 
PERICARDITE PÓS IAM: 
Pericardite epistenocárdica: pericardite que ocorre 1-3 dias após IAM relacionada ao acometimento epicárdico e 
pericárdico adjacente. Curso clínico benigno e resolução espontânea. 
Síndrome de Dressler: pericardite que ocorre de entre 3 semanas a 6 meses após o IAM relacionada a atividade 
autoimune desencadeada por grandes áreas de miocárdio infartado. 
 
 PERICARDITE AGUDA: 
É uma doença causada pela inflamação do pericárdio com duração entre 4-6 semanas. 
Representa 5% de todas as causas não isquêmicas de dor torácica na sala de emergência. 
Etiologia principal – viral (85% dos casos). 
 *Paciente teve antecedente de infecção viral e após resolução da infecção, apresenta evolução para pericardite 
por resposta imunológica. 
QUADRO CLÍNICO: 
Depende da etiologia. 
Pródromos (febre, mialgia, sintomas de VAS ou gastrointestinais). 
Dor torácica característica: início súbito, de forte intensidade, que piora com inspiração profunda e irradia para 
pescoço e músculo trapézio. 
Caráter postural: piora com decúbito dorsal e melhora ao sentar ou inclinar o tórax – dor ‘pleurítica’. 
EXAME FÍSICO: 
Febre, toxemia. 
Atrito pericárdico (som rude, irregular, mais audível em borda esternal esquerda). Pode ter caráter intermitente (às 
vezes ouve e às vezes não ouve). 
Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 
Profª Dra. Ana Paula Lebet 
 
2 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
ECG: tipicamente apresenta supradesnivelamento do segmento ST, com concavidade para cima e 
infradesnivelamento do segmento PR, normalmente envolvendo as derivações DI, DII, Avf e de V3 a V6 (poupa V1 e 
V2). 
Leucocitose e elevação do PCR e VHS 
Ecocardiograma: detecta a paresença de derrame pericárdico, sinais de tamponamento cardíaco ou alterações de 
contratilidade segmentar. 
RNM CARDÍACA – PADRÃO OURO: detecta derrame pericárdio, avalia espessura do pericardio, miocárdio e avalia 
comprometimento miocárdico; realce tardio pericárdico com dagolíneo sugere inflamação aguda. 
ESTÁGIOS ELETROCARDIOGRÁFICOS: 
Estágio I: supradesnivelamento do segmento ST com concavidade para cima, difuso, geralmente poupando aVR e V1, 
com infradesnivelamento do segmento PR. 
Estágio II: reversão das alterações do segmento ST. Mantida alteração no segmento PR. 
Estágio III: inversão da onda T difusa. 
Estágio IV: retorno ao traçado normal. 
 
Infra do intervalo PR. 
 
 
 
 
Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 
Profª Dra. Ana Paula Lebet 
 
3 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 
Presença de 2 ou mais itens: 
Dor torácica sugestiva 
Atrito pericárdico 
Alterações eletrocardiográficas sugestivas 
Derrame pericárdico novo ou agravamento de um preexistente 
TRATAMENTO: 
Pericardite aguda viral – geralmente bom prognótisco; autolimitada. 
ATENÇÃO AOS SINAIS DE PERICARDITE NÃO VIRAL: anemia, emagrecimento, sudorese noturna, IAM recente, 
neoplasia prévia, tuberculose prévia, doença autoimune, cirurgia cardíaca, radioterapia. 
SINAIS DE ALTO RISCO DE COMPLICAÇÕES: 
Pulso paradoxal – querda da PAS > 10mmHg durante a inspiração. 
Sinal de Kussmaul – aumento da turgência jugular com a inspiração (devido à restrição de câmaras cardíaca direita, 
aumenta a turgência jugular). 
Derrame pericárdico > 10mm. 
Imunossupressão. 
Uso de anticoagulante oral 
Falha terapêutica após 7 dias de tratamento. 
TRATAMENTO: 
AINE – alivio de sintomas, não alteram a história natural da doença → Ibuprogeno 600mg 8/8h; ou AAS 500mg 6/6h. 
Duração: dose deve ser mantida até normalização do PCR (geralmente entre 1-2 semanas). Após essa etapa, reduzir 
1/3 da dose por semana até retirada completa (usalmnete a 4 semanas). 
Colchicina: reduz recorrência de pericardite em 6-18 meses. Colchicina 0,5mg 12/12h por 3 meses. 
 Efeito colateral frequentes: diarreia. 
Corticoide: melhora rápida dos sintomas, porém maiores taxas de recidiva, portanto não deve ser usado 
precocemente. Prednisona 0,5 a 1mg/kg por 4 semanas, com redução gradual. 
Usado em: doenças autoimunes, pericardite urêmica e falha terapêutica aos AINE e colchicina. 
Pericardite recorrente – caracterizada por recorrência de um episódio de pericardite após 4 semanas ou mais sem 
sintomas. 
Principais etiologias: virais, pós-pericardiotomia, pós IAM, pós tto de pericardite aguda com corticoide. 
Tratamento: AINE conforme pericardite aguda; Colchicina – dose mantida por 6 meses (se falha, ciclosporina, 
imunoglobulina). 
DERRAME PERICÁRDICO: 
É o acúmulo anormal de fluido no espaço pericárdico (> 10mL). 
Abordagem envolve graduação do derrame e investigação etiológica – neoplásica; infecciosa; doença autoimune; 
doença renal. 
Investigação: derrames volumosos com indicação de pericardiocentese – ANÁLISE DO LÍQUIDO: 
-CELULARIDAE 
-PROTEÍNAS 
-GLICOSE 
-ADA (adenosina deaminase) – fala a favor de TB, se +. 
-MARCADORES TUMORAIS 
-CULTURA 
-PESQUISA DE BACILO DA TB 
Indicação de drenagem (percutânea ou cirúrgica): derrames volumosos e: 
Sinais e sintomas de tamponamento cardíaco 
Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 
Profª Dra. Ana Paula Lebet 
 
4 
 
Tuberculose 
Neoplasia 
Pericardite bacteriana (purulenta) 
HIV + 
 
TAMPONAMENTO CARDÍACO 
Síndrome clínica caracterizada pela restrição ao enchimento das cavidades causada pelo aumento da pressão do 
espaço pericárdico, secundário ao acúmulo de líquido. 
O resultado é a redução do enchimento diastólico e queda do débito cardíaco e da pressão arterial. 
→QUADRO CLÍNICO: 
TRÍADE DE BECK: hipofonese de bulhas, hipotensão arterial e turgência jugular. 
-Taquicardia 
-Taquipneia com pulmões limpos 
-Pulso paradoxal 
-Sinal de Kussmaul 
ECG: taquicardia; QRS com baixa voltagem; alternância elétrica. 
ECO: identifica e quantifica o derrame pericárdico; colabamento sistólico do átrio direito; colabamento diastólico do 
ventrículo direito; dilatação da veia cava inferior. 
 
Alternância do traçado (quando coração se aproxima do tórax QRS é maior; dentro do derrame pleural ao se afastar, 
QRS é menor). 
 
Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 
Profª Dra. Ana Paula Lebet 
 
5 
 
 
Pericardiocentese ou drenagem cirúrgica imediata: 
 
 
PERICARDITE CONSTRICTIVA: 
Síndrome clínica que corre como consequência da inflamação crônica do pericárdio, gerando espessamento do 
pericárdio com restrição diastólico dos ventrículos, com queda do volume sistólico e do débito cardíaco. 
Etiologias: pericardite bacteriana, tuberculose, neoplasia, pós-cirurgia cardíaca. 
Quadro clínico: sinais e sintomas de IC direita: anasarca, ascite, distensão abdominal, edema de MMII; 
Fadiga, anorexia, caquexia cardíaca; aumento da turgência jugular. 
Exames complementares: 
ECG: alterações inespecíficas do segmento ST, QRS de baixa voltagem. 
BNP normal. 
ECO: espessamento pericárdico, movimento anormal do septo interventricular (interpendência ventricular). 
TC e RM: 
 
Espessamento do pericárdio na TC. Calcificação do pericárdio em RNM. 
Tratamento etiológico:AINE, corticoide, antibióticos; 
Tratamento cirúrgico: pericardiectomia.

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