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Depósito de bens móveis: conceito e características

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Depósito (arts. 627 a 652 do Código Civil). 
 
- Conceito 
 
Art. 627 do Código Civil: pelo contrato de depósito recebe o depositário 
um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame. 
 
Características 
 
Contrato real 
temporário 
Para alguns autores é intuitu personae. 
É unilateral quando gratuito e bilateral se oneroso (a gratuidade é 
presumida, nos termos do art. 628 do Código Civil). 
 
- Partes: depositante 
 depositário 
 
O depositante não precisa ser proprietário da coisa, basta que detenha a 
posse. 
Em princípio o incapaz não pode ser depositário. Havendo incapacidade 
superveniente, o objeto dado em depósito deve ser restituído ao 
depositante, nos termos do art. 641 do Código Civil. 
 
- Forma 
 
Escrita, ad probationem tantum, nos termos do art.646 do Código Civil, 
para o depósito voluntário. Deve ser levado a registro para valer contra 
terceiros (art. 129, 2° da Lei n. 6.015/73). O depósito voluntário não 
depende de forma, podendo ser comprovado por qualquer outro meio. 
 
- Objeto 
 
Exclusivamente bens móveis (fungíveis ou infungíveis). No depósito 
judicial aceita-se que verse sobre bens imóveis (Caio Mário da Silva 
Pereira, Instituições de Direito Civil, vol. III, p. 361). 
O depósito de coisas fungíveis é conhecido como “depósito irregular”. 
Embora seja depósito, por ter como finalidade a atribuição da guarda de um 
bem pelo depositário, rege-se pelas regras do mútuo, conforme o art. 645 
do Código Civil. 
O STJ já entendia que o depositário de bens fungíveis não se sujeitava à 
prisão civil (REsp n. 3.013-SP, REsp n. 11.108-RS, REsp n. 13.591-0-
MG). 
Inicialmente, o STF julgava constitucional a prisão civil em caso de 
depósito judicial (súmula n. 619, RHC n. 90.759 e HC 92.541-PR, todos do 
STF ), embora o assunto fosse controvertido. Controvertida também era a 
prisão civil do depositário devedor no contrato de alienação fiduciária em 
garantia. (STF, HC 90172/SP). 
No julgamento do HC 92.566 (DJe nº 104/2009), o Tribunal Pleno do STF 
entendeu ser inconstitucional a prisão civil do depositário infiel, em 
qualquer circunstância, e revogou expressamente a Súmula n. 619. Nesse 
sentido, os seguintes acórdãos: RE 349703 (DJe nº 104/2009), RE 466343 
(DJe nº 104/2009) e HC 87585 (DJe nº 118/2009), todos do Plenário. 
 
 
- Espécies: voluntário 
 necessário 
 
O depósito voluntário tem origem no contrato. O depósito necessário não 
depende de forma escrita (648, parágrafo único). Presume-se oneroso. 
Espécies de depósito necessário: 
Legal (art. 647, I do Código Civil e 1.233, parágrafo único do Código 
Civil) 
Miserável (art. 647, II, do Código Civil). 
Assimilado (art. 649 do Código Civil, relativo a bagagens). 
 
Regular (versa sobre coisas infungíveis) 
Irregular (versa sobre coisas fungíveis e aplicam-se as normas relativas ao 
mútuo, nos termos do art. 645 do Código Civil). 
 
- Obrigações do depositário: 
 
Guardar a coisa. Impõe-se diligência ordinária (art. 629 do Código Civil). 
Restituí-la quando exigida, mesmo que o contrato tenha sido firmado por 
prazo determinado (art. 633 do Código Civil). 
Se o prazo tiver sido estabelecido em favor do depositário, este pode cobrar 
perdas e danos (ex: depósito a prazo fixo). 
A não restituição da coisa pelo depositário sujeitava-o à prisão civil e ainda 
o sujeita ao pagamento de perdas e danos (art. 652 do Código Civil, art. 5°, 
LXVII da CF e arts. 901 a 904 do CPC). 
A devolução da coisa inclui os frutos. 
Os riscos pela perda da coisa são do depositante (art. 642 do Código Civil). 
 
- Obrigações do depositante 
 
Pagar despesas e indenizar prejuízos do depositário (art. 643 do Código 
Civil). 
Pagar a remuneração do depositário, quando ajustada. O depositário tem 
direito de retenção (art. 644 do Código Civil). 
 
- Ação de depósito (art. 901 e seguintes CPC) 
 
Tem por finalidade exigir a restituição da coisa depositada. O réu pode, em 
5 dias: 
a) entregar a coisa; 
b) depositá-la em juízo; 
c) consignar o equivalente em dinheiro; 
d) contestar a ação. 
 
- Depósito em benefício de terceiros 
 
Art. 632 do Código Civil: se a coisa houver sido depositada no interesse de 
terceiro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, 
não poderá ele exonerar-se restituindo a coisa a este, sem consentimento 
daquele. 
 
- Hipóteses em que o depositário poderá negar-se a restituir a coisa 
 
Embargo judicial (art. 633 do Código Civil). 
Execução notificada ao depositário (art. 633 do Código Civil). 
Compensação fundada em outro depósito (art. 638 do Código Civil). 
Quando o depositário tem direito de retenção (art. 644 do Código Civil) 
Falta de apresentação de documentos em forma, no caso de ter sido feito 
contra emissão de título a ordem. 
Quando o depósito for feito em benefício de terceiro, sem a anuência deste 
(art. 632 do Código Civil). 
Se o bem pertencer ao próprio depositário. 
	Depósito (arts. 627 a 652 do Código Civil).
	Características
	Embargo judicial (art. 633 do Código Civil).

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