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absorção da vitamina A

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO MATERNA 
COM VITAMINA A SOBRE A CONCENTRAÇÃO 
DE RETINOL NO LEITE HUMANO 
 
 
 
 
 
AMANDA GABRIELA ARAÚJO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2017 
 
 
AMANDA GABRIELA ARAÚJO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO MATERNA 
COM VITAMINA A SOBRE A CONCENTRAÇÃO 
DE RETINOL NO LEITE HUMANO 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Graduação em 
Nutrição da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte como requisito final para 
obtenção do grau de Nutricionista. 
 
 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Karla Danielly da Silva Ribeiro Rodrigues 
Coorientadora: Nut. Ms. Evellyn Câmara Grilo 
 
 
 
NATAL/RN 
2017 
 
 
AMANDA GABRIELA ARAÚJO DA SILVA 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO MATERNA 
COM VITAMINA A SOBRE A CONCENTRAÇÃO 
DE RETINOL NO LEITE HUMANO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do grau de Nutricionista. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
________________________________________________________ 
1º membro – Profa. Dra. Karla Danielly da Silva Ribeiro Rodrigues (DNUT – UFRN) 
 
________________________________________________________ 
2
o 
membro - Nut. Ms. Evellyn Câmara Grilo 
 
_________________________________________________________ 
3
o 
membro - Profa. Ms. Mayara Santa Rosa Lima 
 
Natal, 08 de junho de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha família, amigos e meu namorado, 
pelo incentivo aos meus estudos e apoio nos momentos de dificuldades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por todas as bênçãos concedidas, por todas as pessoas 
especiais que colocou em minha vida, por ter me fortalecido durante esta caminhada e 
por sempre guiar os meus passos; 
 
Aos meus pais, pelos exemplos de vida, de caráter, de garra, pelo incentivo aos meus 
estudos, por toda dedicação e amor; 
 
Aos meus irmãos, Allan e Felipe, pelos sorrisos que em mim despertam, pelos abraços, 
pelo carinho e afeto; 
 
Ao meu namorado, Jeferson, pelo apoio, por me permitir compartilhar os momentos de 
alegrias e de dificuldades, pela compreensão e acima de tudo pelo seu companheirismo; 
 
Às minhas colegas de curso da turma de Nutrição, em especial Aline, Letícia, Larissa, 
Isaiane e Laíse, pelo companheirismo desde o início da caminhada neste curso, pelos 
momentos alegres, pelo carinho e apoio em todos os momentos; 
 
À professora Karla Danielly, pelo apoio, paciência, dedicação e valiosas correções e 
contribuições para este trabalho; 
 
À Evellyn Câmara, pelas oportunidades, pelos ensinamentos, pela paciência, pelo 
incentivo, pela dedicação, pela amizade, pelas inúmeras contribuições dadas a este 
Trabalho de Conclusão de Curso, muito obrigada; 
 
Ao professor Roberto Dimenstein, pela oportunidade de participar do LABAN, por me 
ensinar a importância do conhecimento científico, pela confiança e incentivo; 
 
Às pós-graduandas do LABAN pelos ensinamentos, pela confiança, paciência e 
dedicação; e também às minhas colegas de iniciação científica do LABAN, pela 
amizade e companheirismo durante esses anos vivenciados de coleta e análises, são 
amizades que levarei para sempre comigo; 
 
 
 
Aos professores do curso de Nutrição, que muito contribuíram à minha formação 
acadêmica; 
 
Às lactantes deste estudo, que aceitaram participar mesmo estando em um momento tão 
delicado de suas vidas; 
 
A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, muito obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” 
(Filipenses 4:13) 
 
 
 
 
 
SILVA, Amanda Gabriela Araújo da. Avaliação da suplementação materna com 
vitamina A sobre a concentração de retinol no leite humano. 2017. 62 f. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. 
 
RESUMO 
A vitamina A está envolvida em processos de grande importância para a visão, atua no 
crescimento e desenvolvimento, possui função antioxidante e favorece o sistema 
imunológico, sendo um nutriente importante para saúde materno-infantil. As reservas 
corporais de vitamina A são baixas no neonato, portanto, o leite materno deve conter 
quantidades adequadas de vitamina A para evitar a deficiência dessa vitamina. O 
objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da suplementação materna com vitamina A 
sobre os níveis de retinol no leite humano de lactantes atendidas em duas maternidades 
públicas: MEJC e UMQ, em Natal/RN. 93 mulheres lactantes foram distribuídas 
aleatoriamente nos grupos controle (n= 46) e suplementado (n= 47). Foram realizadas 3 
coletas de leite, sendo a primeira até 48 horas após o parto, a segunda coleta 24 horas 
após a primeira e a terceira 30 dias após a primeira coleta. O grupo suplementado 
recebeu 200.000 UI de palmitato de retinila, via oral, imediatamente após a primeira 
coleta de leite. O retinol foi analisado por cromatografia líquida de alta eficiência. 
Valores de retinol ˂ 60 μg/dL no leite colostro e ≤ 30 μg/dL no leite maduro foram 
indicativos de baixa concentração de vitamina A. Para avaliar o provável fornecimento 
de vitamina A pelo leite materno analisado, considerou-se a concentração de retinol A 
nos leites e o volume de leite consumido pelo lactente As concentrações médias de 
retinol no leite, em condições basais, foram 105,0 (51,4) µg/dL e 104,7 (34,6) µg/dL 
nos grupos controle e suplementado, respectivamente (p>0,05). Análises individuais 
mostraram que 25,5% das lactantes do grupo controle e 13,0% do grupo suplementado 
apresentavam baixos níveis de retinol no leite colostro. Após a suplementação materna 
com vitamina A, as concentrações de retinol no leite colostro foram 105,1 (40) µg/dL e 
224,2 (103,5) µg/dL nos grupos controle e suplementado (p<0,001). No leite maduro, os 
valores de retinol foram 48,0 (9,5) µg/dL e 54,7 (15,6) µg/dL nos grupos controle e 
suplementado (p=0,11) O fornecimento estimado de retinol pelo leite colostro e maduro 
atingiu o requerimento em vitamina A. Conclui-se que a população avaliada apresentou 
adequado status de retinol no leite materno e que a suplementação com vitamina A 
 
 
gerou maiores níveis de retinol no leite colostro após a intervenção, o que contribui para 
a formação de reservas hepáticas do bebê. 
Palavras-chaves: Lactação. Colostro. Leite maduro. Lactente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1. Estrutura química de compostos com atividade biológica de vitamina A.....17 
 
Figura 2. Absorção, metabolismo, transporte e distribuição do retinol no organismo...19 
 
Figura 3. Transferência de ésteres de retinil à glândula mamária e ao leite materno.....26 
 
Figura 4. Esquema das coletas de amostras biológicas do grupo controle e grupo 
suplementado...................................................................................................................33 
 
Figura 5. Esquema da extração de retinol em amostras de leite materno.......................34 
 
Figura 6. Efeito da suplementação materna com vitamina A sobre a concentração de 
retinol no leite das lactantes avaliadas.............................................................................38 
 
Figura 7. Fornecimento de vitamina A ao lactente de acordo com o provável consumo 
de leite materno, com base na Ingestão Adequada de vitamina A para lactentes de 0 a 6 
meses de idade, dos grupos controle e suplementado.....................................................39Quadro 1. Recomendações nutricionais de vitamina A para diferentes grupos.............22 
 
Tabela 1. Estudos que avaliaram o efeito da suplementação materna com vitamina A 
sobre os níveis de retinol no leite colostro......................................................................28 
Tabela 2. Estudos que avaliaram o efeito da suplementação materna com vitamina A 
sobre os níveis de retinol no leite maduro.......................................................................29 
Tabela 3. Caracterização da população avaliada com base em variáveis maternas, 
obstétricas e do recém-nascido........................................................................................37 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
% - Porcentagem 
α - Alfa 
β - Beta 
µg - Micrograma 
μL- Microlitro 
ºC - Graus Celsius 
AI - Ingestão Adequada (Adequate Ingestion) 
ANOVA - Análise de Variância 
CLAE - Cromatografia líquida de alta eficiência 
cm - Centímetro 
CRBP - Proteína ligadora de retinol celular 
dL - Decilitro 
DVA - Deficiência de vitamina A 
DRI - Ingestões Dietéticas de Referência (Dietary Reference Intakes) 
EAR - Requerimento Médio Estimado (Estimated Average Requerement) 
g - Grama 
HDL - Lipoproteína de Alta Densidade (High Density Lipoprotein) 
IMC - Índice de Massa Corporal 
IOM - Institute of Medicine 
Kg - Kilograma 
LABAN - Laboratório de Alimentos e Bioquímica da Nutrição 
LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade (Low Density Lipoprotein) 
LPL - Lipase Lipoproteica 
MEJC - Maternidade Escola Januário Cicco 
mg - Miligrama 
 
 
min - Minuto 
mL - Mililitro 
mm - Milímetro 
n - Número amostral 
ND - Não definido 
nm - Nanômetro 
p- Nível de significância 
PNDS - Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 
QM - Quilomícron 
QMr - Quilomícron remanescente 
ReBEC - Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos 
RBP - Proteína ligadora de retinol 
RDA - Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowance) 
RN - Recém-nascido 
RN - Rio Grande do Norte 
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
UI - Unidade Internacional 
UL - Limite Superior Tolerável de Ingestão (Tolerable Upper Intake Levels) 
UMQ - Unidade Mista das Quintas 
USA - United States of America 
VLDL - Lipoproteína de Muito Baixa Densidade (Very Low Density Lipoprotein) 
WHO - World Health Organization 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 14 
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 16 
2.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 16 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 16 
3. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 17 
3.1. VITAMINA A ................................................................................................................... 17 
3.1.1. Definição, fontes alimentares e metabolismo da vitamina A ................................. 17 
3.1.2. Funções da vitamina A................................................................................................. 20 
3.1.3. Recomendação nutricional e deficiência de vitamina A .......................................... 21 
3.2. ALEITAMENTO MATERNO ....................................................................................... 24 
3.3. VITAMINA A NO LEITE MATERNO ........................................................................ 25 
3.4. EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO MATERNA COM VITAMINA A SOBRE A 
CONCENTRAÇÃO DE RETINOL NO LEITE HUMANO ............................................. 27 
4. METODOLOGIA .............................................................................................................. 31 
4.1. UNIVERSO AMOSTRAL .............................................................................................. 31 
4.2. COLETA DE DADOS ..................................................................................................... 31 
4.3. AMOSTRAS BIOLÓGICAS E DETALHAMENTO DA INTERVENÇÃO .......... 32 
4.4. EXTRAÇÃO DE RETINOL NO LEITE MATERNO ................................................ 33 
4.5. DOSAGEM DE RETINOL ............................................................................................. 35 
4.6. VALORES DE REFERÊNCIA ...................................................................................... 35 
4.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA .............................................................................................. 35 
5. RESULTADOS ................................................................................................................... 36 
6. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 40 
7. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 43 
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 45 
ANEXOS ................................................................................................................................... 54 
APÊNDICE .............................................................................................................................. 56 
14 
 
1. INTRODUÇÃO 
A vitamina A está envolvida em processos de grande importância para a 
visão, atua no crescimento e desenvolvimento, possui função antioxidante e favorece o 
sistema imunológico, sendo considerada um nutriente importante para saúde materno-
infantil (RADHIKA et al., 2002; SOUZA et al., 2014), principalmente por estar 
intimamente envolvida em processos de proliferação e crescimento celular. Sua 
transferência da mãe para o filho ocorre via placenta durante a gestação e via glândula 
mamária (leite materno) durante a lactação, sendo esta última altamente benéfica devido 
aos altos níveis de retinol presentes no leite humano (RIBEIRO; ARAÚJO; 
DIMENSTEIN, 2009). 
A deficiência de vitamina A (DVA) é a principal causa de cegueira 
evitável no mundo (SARNI et al., 2002). Conforme a Organização Mundial de Saúde 
(2011), a DVA é considerada um problema de saúde pública especialmente em países 
em desenvolvimento, afetando cerca de 19 milhões de mulheres grávidas e 190 milhões 
de crianças em idade pré-escolar, em nível mundial (WHO, 2011). 
A DVA crônica pode aumentar o risco de complicações e morte materna 
durante a gestação e no período pós-parto. Além disso, parece estar associada ao 
nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e baixos estoques hepáticos da vitamina A 
no recém-nascido (GAZALA et al., 2003; STROBEL; TINZ; BIESALKI, 2007). 
A suplementação materna com vitamina A no pós-parto é uma das 
estratégias para reduzir a deficiência de vitamina A no grupo materno-infantil. Essa 
intervenção contribui para a formação de reservas hepáticas do bebê e promove um 
estado nutricional adequado à essa população, por ser o leite materno a única fonte de 
vitamina A para o lactente em aleitamento materno exclusivo (PENNISTON; 
VALENTINE; TANUMIHARDJO, 2003; WHO, 2009; OLIVEIRA; ALLERT; EAST, 
2016). 
Alguns estudos avaliaram o efeito da suplementação materna com 
vitamina A sobre o retinol no leite materno e verificaram um aumento da concentração 
de retinol no leite colostro (RIBEIRO, ARAUJO, DIMENSTEIN, 2009; CUNHA et al., 
2010; BEZERRA et al., 2010; GARCIA et al., 2010; GRILO et al., 2015;) e no leite 
maduro (VINUTHA; PREETI, 2000; BHASKARM et al., 2002), enquanto outros não 
observaramum aumento significativo (RICE et al., 2007; BEZERRA et al., 2010). 
Como os dados da literatura ainda são controversos sobre a eficácia a longo prazo dessa 
15 
 
suplementação, é necessário novos estudos que avaliem o efeito dessa intervenção na 
vitmina A do leite maduro em mulheres lactantes em Natal, e verifique sua contribuição 
com o aporte nutricional de vitamina A oferecido ao lactente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. OBJETIVO GERAL 
Avaliar o efeito da suplementação materna com vitamina A sobre os 
níveis de retinol no leite humano de lactantes atendidas em maternidades públicas de 
Natal/RN. 
 
 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
- Caracterizar a população estudada com base em variáveis maternas, 
obstétricas e do recém-nascido; 
- Verificar a porcentagem de deficiência de vitamina A no leite materno 
da população estudada; 
- Comparar a concentração de retinol nos leites colostro e maduro nos 
grupos controle e suplementado com vitamina A; 
- Avaliar o provável fornecimento de vitamina A ao lactente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3. REVISÃO DE LITERATURA 
3.1. VITAMINA A 
3.1.1. Definição, fontes alimentares e metabolismo da vitamina A 
Vitamina A é a designação dada a um grupo de compostos que possuem 
atividade biológica de retinol todo-trans. Já o termo retinóides inclui formas de 
vitamina A e outros análogos sintéticos do retinol, como o retinil-acetato e retinil-
palmitato-todo-trans, com ou sem atividade biológica (BIESALSKI; GRIMM, 2007). A 
vitamina A é composta por um anel β-ionona e uma cadeia lateral isoprenóide, que 
possui insaturações alternadas. A substituição no carbono 15 dessa cadeia lateral 
caracteriza quimicamente diferentes substâncias com atividade de vitamina A, 
representadas na Figura 1 (IOM, 2001). 
 
Figura 1. Estrutura química de compostos com atividade biológica de vitamina A. 
Fonte: BEZERRA, 2008. 
 
A vitamina A é solúvel em vários graus, na maioria em solventes 
orgânicos e pode apresentar-se na forma esterificada. Sua estabilidade é afetada quando 
exposta à luz, oxigênio, metais reativos e temperaturas elevadas, contudo, é estável em 
solução oleosa (SOLOMONS, 2012). 
O fornecimento dessa vitamina ao organismo ocorre através da dieta, por 
meio da vitamina A pré-formada, na forma de ésteres de retinila, ou da pró-vitamina A, 
como carotenoides. O retinol dietético (vitamina A pré-formada) está presente somente 
em alimentos de origem animal, por exemplo: vísceras, pescados, mariscos, gema de 
ovo, manteiga e leite; e a pró-vitamina A em alimentos de origem vegetal, por exemplo: 
18 
 
frutas e legumes de coloração amarelos e alaranjados e vegetais verde-escuros, como o 
milho, caju, manga, goiaba, palma, cenoura, abóbora, espinafre e couve (SAUNDERS 
et al., 2000; BRASIL, 2002; ALMEIDA-MURADIAN; PENTEADO, 2003; 
HARRISON, 2013). 
A absorção intestinal da vitamina A requer vários passos enzimáticos. Os 
ésteres de retinila ingeridos pela dieta ao atingirem o lúmem do intestino delgado 
sofrem ação da hidrolase de retinila, em seguida o retinol livre é incorporado às micelas 
lipídicas e absorvidos no intestino. Os carotenoides, por sua vez, após serem 
solubilizados em micelas no lúmen duodenal, são absorvidos inalterados pelas células 
da mucosa por mecanismo de difusão passiva e em parte são biconvertidos a retinol nas 
microvilosidades dos enterócitos através da enzima 15-15’ β-caroteno monoxigenase 
(ALMEIDA-MURADIAN; PENTEADO, 2003; CUNHA, 2010; HARRISON, 2013). 
Cerca de 81% do retinol formado a partir do β-caroteno é clivado no intestino e os 19% 
restantes são convertidos após absorção intestinal (TANG et al., 2003) 
As formas livres das vitaminas lipossolúveis e carotenóides são 
absorvidas pela mucosa intestinal, enquanto as formas esterificadas são inicialmente 
hidrolisadas. A hidrólise dos ésteres de retinil pode iniciar no estômago pela ação da 
lipase gástrica, entretanto, esse processo ocorre essencialmente no duodeno. No 
intestino, os retinóides, carotenoides e os lipídeos da dieta são incorporados em micelas 
mistas, que contém fosfolipídios, colesterol, produtos da digestão lipídica e sais biliares. 
Os ésteres de retinil sofrem a ação da lipase pancreática e de enzimas presentes na 
mucosa intestinal. Alguns estudos apontam que alguns ésteres são absorvidos intactos 
pelas células intestinais e hidrolisados no espaço intracelular (REBOUL, 2013). 
No enterócito, o retinol livre liga-se à proteína celular transportadora de 
retinol, que evita sua oxidação e o direciona à reesterificação com ácidos graxos de 
cadeia longa, cujo processo é mediado pelas enzimas lecitina-retinol aciltransferase 
(LRAT) e acil coenzima A retinol aciltransferase (ACAT). Após ser convertido em éster 
de retinila nos enterócitos, o retinol é incorporado à fase lipídica dos quilomícrons, que 
são transportados por meio da linfa até a circulação sistêmica, ldando origem aos 
quilomícrons remanescentes. Uma parte dos ésteres de retinila e do retinol é liberada 
diretamente nos tecidos, enquanto a maioria permanece nos quilomícrons e são 
capturados principalmente pelas células parenquimais do fígado (VALENTINE; 
TANUMIHARDJO, 2005) (Figura 2). 
19 
 
Nas células parenquimais do fígado, os ésteres de retinila são 
rapidamente hidrolisados a retinol, que se liga à proteína ligadora de retinol (RBP), 
podendo ser armazenado ou lançado de volta à corrente sanguínea para ser distribuído 
aos tecidos extra-hepáticos. Durante o armazenamento de vitamina A o complexo 
retinil-RBP é transportado para as células estreladas hepáticas, onde o retinol é estocado 
como ésteres de retinila, essencialmente como palmitato de retinila. Quando a vitamina 
A da reserva hepática é mobilizada para os tecidos periféricos, os ésteres de retinila são 
hidrolisados por hidrolases e o retinol livre liga-se a RBP formando um complexo com 
outra proteína chamada transtirretina (TTR), sendo este complexo captado por uma 
variedade de células que possuem receptores específicos para RBP em sua membrana 
celular (CUNHA, 2010). A absorção de vitamina A dos quilomícrons pela glândula 
mamária é limitada e a saturação da lipase lipoproteica (LPL) está envolvida nessa 
questão (VALENTINE; TANUMIHARDJO, 2005). 
Todo o processo a partir da ingestão da vitamina A dietética até sua 
liberação paras as células possui duração de aproximadamente 5 horas (Figura 2) 
(AZAIS-BRAESCO; PASCAL, 2000). 
 
Figura 2. Absorção, metabolismo, transporte e distribuição do retinol no organismo. 
ROH = retinol; RE = éster de retinil; QM = quilomícrons, QMR = quilomícrons 
remanescentes; RBP = proteína ligadora de retinol; RA = ácido retinóico; RAR = 
receptor do ácido retinóico; RXR = receptor de ácido retinóico do tipo x; TTR = 
transtirretina. 
Fonte: Adaptado de BLOMHOFF, 2001. 
20 
 
 
3.1.2. Funções da vitamina A 
A vitamina A é essencial para a sobrevivência humana, da embriogênese 
à idade adulta. Esta vitamina está envolvida em processos de grande importância para a 
visão, reprodução, diferenciação e crescimento epitelial, além de atuar no crescimento e 
desenvolvimento do feto (RADHIKA et al., 2002; DIMENSTEIN et al., 2003; 
TANOURY; PISKUNOV; ROCHETTE-EGLY, 2013). 
A vitamina A participa de vários processos fisiológicos, o que coloca 
essa vitamina como nutriente em destaque durante a gestação e lactação, devido ao 
aumento da sua necessidade para garantir as demandas relacionadas ao processo 
reprodutivo (SOUZA et al. 2012). Este micronutriente tem um importante papel no 
desenvolvimento saudável do feto e do recém-nascido. Dentre essas funções, estão o 
desenvolvimento e maturação dos pulmões (STROBEL; TINZ; BIESALSKI, 2007). 
O retinaldeído (retinal), o primeiro metabólito resultante da oxidação 
reversível do retinol, está envolvido nos processos visuais onde é constituintedo 
pigmento rodopsina, necessário à transdução da luz em sinais neurais (CUNHA, 2010). 
O ácido retinóico está relacionado à transcrição de genes envolvidos no 
desenvolvimento de tecidos, vértebras, aparelhos visual, circulatório, auditivo, bem 
como codificadores de enzimas, receptores e proteínas da matriz celular. Este composto 
também é responsável por manter a modelação óssea (NAPOLI, 1996, VLIET et al., 
2001; CLAGETT-DAME; DELUCA, 2002). 
Ademais, outras funções biológicas da vitamina A estão sendo 
descobertas no campo do metabolismo lipídico, resposta à insulina, balanço energético e 
do sistema nervoso (TANOURY; PISKUNOV; ROCHETTE-EGLY, 2013). 
Esta vitamina também possui ações que auxiliam no tratamento de 
algumas condições patológicas. A capacidade da vitamina A e seus isômeros de 
promover a diferenciação terminal, inibir a proliferação e promover a apoptose celular 
está envolvida com sua ação antiproliferativa. Altas doses de retinoides demonstraram 
atividade antineoplásica in vitro (SOLOMONS, 2012). 
Apesar da sua importância, o ácido retinóico em excesso durante os 
estágios críticos do desenvolvimento embrionário pode ser teratogênico e até letal para 
o embrião (AZAIS-BRAESCPO; PASCAL, 2000). Portanto, alterações na 
disponibilidade de ácido retinóico, tanto no que diz respeito à deficiência quanto à 
21 
 
hipovitaminose, podem levar a anormalidades no desenvolvimento. Assim, um 
adequado suprimento de vitamina A é essencial para o desenvolvimento fetal e pós-
natal (SPIEGLER et al., 2012). 
 
3.1.3. Recomendação nutricional e deficiência de vitamina A 
Os valores de referência para a ingestão de nutrientes são chamados 
coletivamente de Ingestões Dietéticas de Referência (Dietary Reference Intake – DRI), 
sendo esta a primeira recomendação disponível para a avaliação e planejamento 
dietéticos de populações saudáveis, através de estimativas quantitativas. 
Estes valores de referência incluem: Requerimento Médio Estimado 
(Estimated Average Requirement – EAR) que corresponde à mediana da distribuição 
das necessidades de um nutriente em um grupo de indivíduos saudáveis de acordo com 
sexo e estágio de vida, por essa razão, atende às necessidades de 50% da população; 
Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowances - RDA) que deve 
atender às necessidades nutricionais de 97% a 98% dos indivíduos saudáveis segundo o 
sexo e estágio de vida; Ingestão Adequada (Adequate Intake - AI) que é o valor de 
ingestão baseado em levantamentos, determinações ou aproximações de dados 
experimentais, ou ainda de estimativas de ingestão de nutrientes para grupo de pessoas 
saudáveis; Nível Máximo Tolerável de Ingestão (Tolerable Upper Intake Level – UL) 
que é o maior nível de ingestão continuada de um nutriente que coloca em risco a saúde 
da maior parte dos indivíduos (IOM, 2001). 
O requerimento nutricional de vitamina A é baseado na quantidade 
necessária para manter o adequado estado nutricional nesta vitamina e possui variações 
de acordo com a idade, sexo e situações fisiológicas especiais, como a gestação e 
lactação, que aceleram a utilização e excreção da vitamina. O quadro 1 se refere às 
recomendações de ingestão diária de vitamina A para os bebês, mulheres em idade 
fértil, gestantes e lactantes (IOM, 2001; SOLOMONS, 2012). 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Quadro 1. Recomendações nutricionais de vitamina A (µg RAE) para diferentes 
grupos. 
 
Estágio da vida EAR AI* ou RDA UL 
Bebês 
0 – 7 meses ND 400* 600 
7 – 12 meses ND 500* 600 
Mulheres em idade fértil 
9 – 13 anos 420 600 2800 
14 – 18 anos 485 700 3000 
19 – 50 anos 500 700 3000 
Gestantes 
< 18 anos 530 750 2800 
19 – 50 anos 550 770 3000 
Lactantes 
< de 18 anos 885 1200 2800 
19 – 50 anos 900 1300 3000 
 
1
 Equivalentes de Atividade de Retinol (Retinol Activity Equivalent - RAE); ND: não 
foi possível estabelecer este valor. 
Fonte: Adaptado de IOM, 2001. 
 
As gestantes e lactantes apresentam um maior requerimento de vitamina 
A e o risco de deficiência é agravado pelo baixo consumo do nutriente e pela 
emergência de infecções nesses grupos (GRILO et al., 2015). 
Conforme a Organização Mundial de Saúde (2011), a deficiência de 
vitamina A é considerada um problema de saúde pública, especialmente em países em 
desenvolvimento. É reconhecido que a DVA afeta cerca de 19 milhões de mulheres 
grávidas e 190 milhões de crianças em idade pré-escolar, em nível mundial (WHO, 
2011). Segundo a Micronutriente Initiative e o Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (United Nations Children's Fund - UNICEF) (2005), a deficiência de vitamina 
A compromete o sistema imune de aproximadamente 40% das crianças com idade 
inferior a cinco anos em países em desenvolvimento. 
23 
 
No Brasil, a DVA configura-se como um problema de saúde pública nas 
regiões Norte, Nordeste e em algumas partes do Sudeste (QUEIROZ et al., 2013). Em 
2006, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) indicou que a prevalência de 
DVA no Brasil é de 17,4% em crianças menores de cinco anos e 12,3% em mulheres 
em idade reprodutiva (BRASIL, 2009). 
O indicador bioquímico mais utilizado para avaliar a deficiência de 
vitamina A é o retinol sérico, em que concentrações inferiores a 20 µg/dL (0,70 μmol/L) 
são indicativas da DVA, e quando apresentam-se entre 20 a 30 µg/dL (0,70 a 1,05 
μmol/L) são considerados baixos níveis séricos de retinol (WEST JR, 2002). 
A concentração de vitamina A no leite materno maduro tem sido 
recomendada como um indicador fidedigno do estado nutricional de vitamina A do 
binômio mãe-filho. Valores iguais ou inferiores a 30 µg/dL já são classificados como 
deficientes em vitamina A (WHO, 1996). 
A deficiência de vitamina A é causada principalmente por uma ingestão 
inadequada persistente de alimentos fontes. Outro fator é o aumento do requerimento 
fisiológico, o que pode ocasionar a depleção das reservas hepáticas de retinol (FUJITA 
et al., 2011). Ela também pode ser atribuída a alterações no metabolismo associado a 
doenças hepáticas, desnutrição ou má absorção (SAKER et al., 2015). 
Os sintomas iniciais da DVA são cegueira noturna, mancha de Bitot, 
xerose conjuntival e queratinização de epitélios, que pode afetar o trato gastrointestinal, 
respiratório e aparelho geniturinário. As consequências deletérias da deficiência severa 
incluem xeroftalmia, degeneração e ulceração do epitélio da córnea que pode causar 
cegueira permanente, além de supressão imunológica, associada com o aumento de 
incidência de infecção e aumento da mortalidade (WISEMAN et al, 2016). 
As principais estratégias de controle da deficiência são: o incentivo à 
diversificação da dieta e ao consumo de alimentos fontes de vitamina A, por meio de 
programas de educação nutricional; a suplementação com megadoses da vitamina e a 
fortificação de alimentos (AKHTAR et al., 2013). 
A estratégia mais amplamente praticada de controle da deficiência é a 
suplementação periódica de crianças de 6 a 11 meses com uma dose de 100.000 UI de 
vitamina A, e de crianças de 12 meses a 5 anos, com uma dose de 200.000 UI. Muitos 
países de alto risco para a DVA também adotaram a política de suplementação materna 
com uma dose de 200.000 UI de vitamina A, dentro de 6 semanas após o parto, a fim de 
24 
 
enriquecer o leite materno com esta vitamina (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 
2009). 
Em 2005, o Ministério da Saúde do Brasil desenvolveu o Programa 
Nacional de Suplementação de Vitamina A, que visa reduzir e erradicar a deficiência de 
vitamina A em mulheres no pós-parto imediato e em crianças de 6 a 59 meses 
(BRASIL, 2013). Segundo a Organização Mundial de Saúde (2013), a suplementação 
de puérperas com megadose contendo vitamina A contribuíram com a redução da 
prevalência da DVA em crianças e puérperas (OMS, 2013). 
A suplementação materna, que normalmente é administrada dentro de 8 
semanas de nascimento, tem melhorado aconcentração sérica de vitamina A nas mães 
após o parto, mas atualmente não é uma recomendação pelo OMS (RICE, 2007; OMS, 
2013; TANUMIHARDJO et al., 2016). Essa etapa da suplementação de vitamina A em 
mulheres no pós-parto foi encerrada pelo Ministério da Saúde do Brasil em 2016, com a 
justificativa da ausência de fortes evidências de seus benefícios para a saúde materno-
infantil (BRASIL, 2016), apesar de vários estudos indicarem sua eficácia no aumento da 
composição da vitamina no leite materno (RICE, 2007; DIMENSTEIN, LOURENÇO; 
RIBEIRO, 2007; GARCIA et al., 2010; CUNHA, 2010; GRILO et al., 2015) 
 
3.2. ALEITAMENTO MATERNO 
 
O leite humano é um fluido complexo que fornece nutrientes e 
compostos bioativos que facilitam as modificações adaptativas e funcionais necessárias 
ao neonato (CAMELO JR; MARTINEZ, 2008). O leite materno é, portanto, o melhor 
alimento para o recém-nascido, porque possui características nutricionais ideais, oferece 
vantagens imunológicas e psicológicas e possui baixo custo, sendo recomendado o 
aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de idade e 
complementar até dois anos ou mais (WHO, 2001) 
O período de lactação abrange três fases: o leite colostro, o leite de 
transição e o leite maduro. O leite colostro é a primeira secreção láctea e é produzido até 
o 4° ou 7° dia pós-parto. É um líquido com coloração amarelada, devido ao seu teor de 
carotenoides e geralmente o volume por mamada varia de 2 a 10 mL. O leite colostro 
possui um maior conteúdo de proteínas e minerais, e um menor teor de carboidrato e 
gordura, quando comparado ao leite maduro (NASCIMENTO, ISSLER, 2003). 
25 
 
O leite materno a partir do 7° ao 21° dia pós-parto é denominado leite de 
transição. Nessa fase, ocorre uma diminuição da concentração de anticorpos e proteínas, 
e um aumento nos níveis de gordura e energia. A partir do 21° dia pós-parto, a 
composição do leite torna-se mais estável, passando a ser caracterizado como maduro, 
embora o teor de alguns nutrientes varie significativamente durante o dia e até mesmo 
durante a mamada (NASCIMENTO; ISSLER, 2003; RIBEIRO; DIMENSTEIN, 2004). 
Durante a gestação e lactação, a manutenção do estado nutricional 
adequado da mãe é importante para garantir a transferência de nutrientes para o feto e 
para o bebê, respectivamente (TUMA; RONCADA; CÉSAR, 2014). 
Devido à transferência placentária limitada, os recém-nascidos possuem 
reservas de vitamina A reduzidas e são dependentes do leite materno para suprir suas 
necessidades fisiológicas e constituir suas reservas hepáticas (DEBIER et al., 2005; 
FUJITA et al., 2011). Assim, o aleitamento materno é o grande fator de proteção contra 
a deficiência de vitamina A até os dois anos de idade (MARTINS et al, 2007; FUJITA 
et al., 2011). 
O aleitamento materno exclusivo é capaz de atender ao requerimento em 
vitamina A do lactente se o leite possuir concentração de retinol e volume adequados. 
Um leite com níveis deficientes de vitamina A pode resultar na manutenção de baixas 
reservas hepáticas no infante, aumentando sua suscetibilidade a infecções respiratórias 
graves, pneumonia e diarreia (SOUZA et al., 2014). 
 
3.3. VITAMINA A NO LEITE MATERNO 
 
A concentração de vitamina A no leite humano é um indicador 
importante, uma vez que fornece informações relacionadas ao estado nutricional da mãe 
e da criança, sendo assim, tem sido utilizado para investigações sobre deficiência de 
vitamina A subclínica no grupo materno-infantil (GARCIA, 2009). 
A transferência de vitamina A da mãe para o bebê é 60 vezes maior 
durante a lactação quando comparado ao período gestacional. Na transferência de 
vitamina A materna para a glândula mamária foi verificado que duas vias 
complementares parecem estar envolvidas na liberação de retinóides do plasma para a 
produção do leite, a RBP plasmática e os quilomícrons, conforme ilustrado na figura 3. 
Destaca-se ainda a importância da atividade de LRAT, ARAT, LPL e do transportador 
26 
 
de ácido graxo CD36 na entrega e incorporação de retinóides e ácidos graxos ao leite 
(O’BYRNE et al., 2010; LIMA, 2015). 
 
 
 
Figura 3. Transferência de ésteres de retinil à glândula mamária e ao leite materno. 
VA = Vitamina A; QM = quilomícrons; RE = ésteres de retinil; TG = triacilgliceróis; 
LPL = lipase lipoprotéica; RBP = proteína ligadora de retinol. 
Fonte: Adaptado de ROSS; PASSATIEMPO; GREEN, 2004. 
 
 Em condições de ingestão basal, cerca de 70% do retinol presente no 
leite é transferido à glândula mamária via RBP. Por outro lado, a contribuição dos 
quilomícrons aumenta em condições de alta ingestão de vitamina A dietética ou pela 
suplementação, uma vez que ocorre um acréscimo de ésteres de retinila aos 
quilomícrons, podendo ser transferidos ao leite durante a lipólise dos triacilgliceróis nos 
tecidos mamários (ROSS, 1993; GREEN, et al., 2001; AKOHOUE SA, GREEN JB, 
GREEN, 2006; RIBEIRO; ARAUJO; DIMENSTEIN, 2009). 
Esse efeito é garantido pelo aumento da atividade da lipase lipoproteica 
(LPL) no tecido mamário durante a lactação. Desse modo, sugere-se que a LPL pode ser 
responsável pela hidrólise de ésteres de retinil derivados de quilomícrons, permitindo a 
transferência do retinol às células alveolares, ou que sua ligação com os quilomícrons 
poderia favorecer sua internalização através do reconhecimento de receptores celulares 
27 
 
de superfície, entre outros mecanismos (BENNEKKUM et al., 1999; O’BYRNE, 
PALCZEWSKI, BLANER, 2006). 
 
3.4. EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO MATERNA COM VITAMINA A SOBRE A 
CONCENTRAÇÃO DE RETINOL NO LEITE HUMANO 
Lactantes e crianças em aleitamento materno são consideradas um grupo 
de risco para deficiência de vitamina A e a carência materna pode levar à inadequação 
do estado nutricional dessa vitamina no recém-nascido, aumentando o risco de 
morbimortalidade (SILVA, et al., 2007). 
Alguns trabalhos relatados na literatura avaliaram o efeito da 
suplementação materna com vitamina A sobre a concentração de retinol no leite 
materno, todavia, o efeito dessa intervenção ainda é controverso no que se refere ao leite 
maduro (Tabelas 1 e 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Tabela 1. Estudos que avaliaram o efeito da suplementação materna com vitamina A sobre os níveis de retinol no leite colostro. 
 
Referência Local 
Momento da 
suplementação 
Dose do suplemento Número de participantes Resultados 
LOURENÇO, 2005 Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=38 
Grupo suplementado: n=68 
 
Aumento significativo 
(p<0,05) 
 
DIMENSTEIN, 
LOURENÇO, 
RIBEIRO, 2007 
Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo suplementado: n=33 
Aumento significativo 
(p<0,05) 
RIBEIRO, ARAUJO, 
DIMENSTEIN, 2009 
Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=44 
Grupo suplementado: n=47 
 
Aumento significativo 
(p<0,0001) 
BEZERRA et al., 2010 Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=30 
Grupo suplementado: n=55 
Aumento significativo 
(p<0,0001) 
CUNHA, 2010 Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=69 
Grupo suplementado: n=80 
Aumento significativo 
(p=0,001) 
GARCIA et al., 2010 Brasil 
Pós-parto imediato Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=37 
Grupo suplementado: n=36 
Aumento significativo 
(p=0,002) 
GRILO et al., 2015 Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=69 
Grupo suplementado: n=80 
Aumento significativo 
(p<0,05). 
 
 
 
 
29 
 
Tabela 2. Estudos que avaliaram o efeito da suplementação materna com vitamina A sobre os níveis de retinol no leite maduro. 
Referência Local 
Momento da 
suplementação 
Dose do suplemento Número de participantes Resultados 
RICE et al., 2000 Bangladesh 
Até 2 semanas pós-
partoPalmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=73 
Grupo suplementado: n=74 
 
Não houve diferença 
significativa (p>0,05) 
VINUTHA; PREETI, 
2000 
Índia Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=56 
Grupo suplementado: n=53 
 
Aumento significativo 
(p<0,05) 
BHASKARM et al., 
2002 
Índia Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=464 
Grupo suplementado: n=492 
 
Aumento significativo 
(p<0,05) 
LOURENÇO, 2005 Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=38 
Grupo suplementado: n=68 
 
Não houve diferença 
significativa (p>0,05) 
 
BEZERRA et al., 2010 Brasil Pós-parto imediato 
Palmitato de retinila – 
200.000 UI 
Grupo controle: n=30 
Grupo suplementado: n=55 
Não houve diferença 
significativa (p>0,05) 
30 
 
 Conforme as tabelas 1 e 2, a suplementação materna com vitamina A no pós-
parto, como medida de intervenção para evitar a DVA, aumenta a concentração de 
retinol no leite colostro. Tal aumento é mais efetivo em mulheres com níveis baixos de 
vitamina A no leite colostro, concordando com os mecanismos de transferência da 
vitamina A ao leite materno (RIBEIRO, ARAÚJO, DIMENSTEIN, 2009). Todavia, em 
alguns estudos que avaliaram o efeito no leite maduro, essa eficácia não foi encontrada 
(RICE, 2007; LOURENÇO, 2005). 
Estudos têm relatado que a suplementação pós-parto de vitamina A pode 
resultar em melhorias modestas e de curto prazo no estado nutricional de vitamina A da 
mãe e do recém-nascido; tais melhorias são medidas como maiores concentrações de 
retinol sérico, maiores reservas hepáticas de vitamina A ou maiores níveis de vitamina 
A no leite materno (RICE, 2007; DIMENSTEIN, LOURENÇO, RIBEIRO, 2007; 
GARCIA et al., 2010; CUNHA, 2010; GRILO et al., 2015), sendo essencial continuar 
avaliando o efeito dessa suplementação no grupo materno-infantil. 
Trabalhos que avaliam o efeito da suplementação materna de vitamina A 
no leite maduro são escassos e os resultados ainda são conflitantes (VINUTHA; 
PREETI, 2000; BHASKARM et al., 2002; RICE, 2007; BEZERRA, et al., 2010), sendo 
necessário mais estudos que avaliem lactantes brasileiras, através de ensaios controlados 
e análises bioquímicas precisas. Além disso, são importantes novas investigações sobre 
a manutenção dos níveis de retinol durante a lactação e avaliar fornecimento estimado 
de vitamina A ao lactente de 0 a 6 meses de idade que se encontra em aleitamento 
materno exclusivo considerando a ingestão recomendada pelo Institute of Medicine 
(IOM, 2001). 
 
 
 
 
 
31 
 
4. METODOLOGIA 
4.1. UNIVERSO AMOSTRAL 
Este estudo é do tipo ensaio clínico randomizado com delineamento 
longitudinal, e obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (CAAE: 19513113.9.0000.5537) (ANEXO I) e registro 
no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC), sob o n° RBR – 4v7j2d. 
Através da análise estatística foi estimado um tamanho amostral mínimo 
de 28 participantes no total. O cálculo foi realizado utilizando o pacote estatístico 
G*Power V.3.1.9 (FAUL et al., 2007), considerando a aplicação do teste ANOVA, 
conforme a proposta do estudo e os seguintes parâmetros: valor alfa igual a 5%, poder 
esperado em 80% e valor da medida de efeito igual a 0,25. 
As coletas foram conduzidas na Maternidade Escola Januário Cicco 
(MEJC) e na Unidade Mista das Quintas (UMQ), localizadas no município de 
Natal/RN. Os dados deste trabalho são parte da dissertação de mestrado intitulada 
“Avaliação da suplementação materna com palmitato de retinila sobre os níveis de 
retinol e alfa-tocoferol no leite humano”, vinculado ao Departamento de Bioquímica da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob autoria de Evellyn Câmara Grilo e 
orientação do professor Roberto Dimenstein. 
As puérperas internadas nas maternidades referidas foram submetidas a 
triagem por meio dos critérios definidos para este estudo. Os critérios de inclusão 
foram: parto a termo, ausência de complicações maternas durante a gestação, ausência 
de má formação fetal, concepto único e o critério de exclusão foi a suplementação 
materna com vitamina A no primeiro mês após o parto. Essas informações foram 
verificadas no prontuário hospitalar da parturiente e no cartão de acompanhamento do 
pré-natal. 
As lactantes selecionadas foram esclarecidas quanto aos objetivos da 
pesquisa e autorizaram sua participação no estudo mediante a assinatura do Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice I). 
 
 
4.2. COLETA DE DADOS 
 
32 
 
Os dados obstétricos, maternos e do neonato foram obtidos através de um 
questionário aplicado pelos pesquisadores (Apêndice II), do prontuário e do cartão de 
acompanhamento do pré-natal. As puérperas com idade entre 10 e 19 anos foram 
classificadas como adolescentes e acima de 19 anos, como adultas (BRASIL, 2010). As 
mulheres cujo parto era do seu primeiro filho foram classificadas como primíparas e as 
demais como multíparas. 
Os recém-nascidos foram classificados de acordo com o peso ao nascer: 
em baixo peso (inferior a 2.500g), com peso adequado (entre 2.500g e 4.000g) e com 
macrossomia (acima de 4.000g) (STRUTZ; RICHARDSON; HUSSEY, 2012). 
 
 
4.3. AMOSTRAS BIOLÓGICAS E DETALHAMENTO DA INTERVENÇÃO 
 
As participantes foram distribuídas aleatoriamente nos grupos controle e 
suplementado. Imediatamente após a primeira coleta de leite colostro, o grupo 
suplementado recebeu uma megadose de vitamina A via oral, contendo 200.000 UI (60 
mg) de palmitato de retinila, sob a forma líquida. 
Foi coletado leite das lactantes incluídas neste estudo, no período da manhã, 
após jejum noturno. Nas primeiras 48 horas após o parto, foi coletada uma amostra de 2 
mL de leite colostro (Leite 0 h) por expressão manual de uma única mama. A primeira 
ejeção do leite foi desprezada para evitar flutuações no teor de retinol. Imediatamente 
após esta, foi administrado o suplemento de vitamina A às lactantes incluídas no grupo 
suplementado. 
No dia seguinte, 24 horas após a primeira coleta ocorreu a segunda coleta de 2 
mL de leite colostro (Leite 24 h). Estas coletas foram feitas durante a internação, e 30 
dias após a primeira coleta de leite colostro, foram coletadas 4 mL de leite maduro 
(Leite 30 d) pela própria mãe em seu domicílio, sob as mesmas condições de jejum, 
acordo com as orientações acercado procedimento de coletas dadas pelos pesquisadores. 
A coleta das amostras de leite foi feita por expressão manual de uma única mama. A 
figura a seguir esquematiza os momentos de coletas de amostra biológicas dos grupos 
controle e suplementado (Figura 4). 
Foram realizadas visitas domiciliares às participantes para recolhimento das 
amostras de leite maduro coletado por elas. Durante essas visitas, as mulheres alocadas 
33 
 
no grupo controle também receberam a suplementação com vitamina A após a coleta do 
leite maduro. 
O material biológico foi coletado em tubos de polipropileno protegidos da luz e 
imediatamente transportado, sob refrigeração, ao Laboratório de Alimentos e 
Bioquímica da Nutrição (LABAN), localizado na UFRN. As amostras de leite materno 
ficaram armazenadas a -20ºC para posterior extração e análise bioquímica do retinol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. Esquema das coletas de amostras biológicas nos grupos controle e 
suplementado. 
 
4.4. EXTRAÇÃO DE RETINOL NO LEITE MATERNO 
 
O retinol das amostras de leite materno foi extraído segundo o método de 
Giuliano et al. (1992) adaptado, conforme descrito a seguir. Em uma alíquota de 500 μL 
de leite colostro foram acrescentados 500 μL de álcool etílico a 95% e 500 μL de 
hidróxido de potássio a 50%. Em seguida, a amostra foi agitada por 1 minuto e colocada 
em banho-maria a 60°C durante 1 hora, sob agitação de 10 em 10 minutos. Finalizada 
ParturientesElegíveis 
n=93 
Grupo Controle 
n= 46 
Grupo Suplementado 
n=47 
Leite Colostro 0 h (2 mL) Leite Colostro 0 h (2 mL) 
 
Leite Maduro 30 d (4 mL) 
 
Leite Maduro 30 d (4 mL) 
 
Leite Colostro 24 h (2 mL) Leite Colostro 24 h (2 mL) 
 
Suplementação 
materna com 
vitamina A 
Suplementação 
materna com 
vitamina A 
34 
 
esta etapa, foram adicionados 2 mL de hexano para a extração lipídica. Após a adição 
deste reagente, a amostra foi agitada por 1 minuto e centrifugada (500 x g) por 10 
minutos, sendo a camada hexânica removida para um segundo tubo. Este processo foi 
realizado três vezes e do volume hexânico extraído foi utilizado uma alíquota de 3 mL 
da fase hexânica para evaporação, em banho-maria a 37 ºC (Figura 5). No momento da 
análise, o extrato foi diluído em 500 μL de etanol absoluto e 20 μL foram aplicados no 
aparelho de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). 
Para extração de retinol no leite maduro, foi utilizado o método de 
Giuliano et al. (1992) adaptado, como detalhado acima, alterando-se o volume do leite 
materno (1 mL), do etanol a 95% (Merck
®
) (1 mL) e do hidróxido de potássio a 50% (1 
mL) (Figura 5). No momento da análise, o extrato seco foi diluído em 250 μL de etanol 
absoluto. 
 
 
Figura 5. Esquema da extração de retinol em amostras de leite materno. 
Fonte: Grilo, 2015. 
 
35 
 
4.5. DOSAGEM DE RETINOL 
As concentrações de retinol nas amostras biológicas foram determinadas 
em cromatógrafo da marca Shimadzu. O equipamento é constituído de bomba LC-10 
AD Shimadzu, acoplado a um Detector SPD-10A Shimadzu UV-VIS, Coluna Perkin 
Elmer CLC-ODS (M) 4,6 x 250 mm e integrador Chromatopac C-R6A Shimadzu. A 
fase móvel utilizada para as análises bioquímicas foi metanol (grau para cromatografia) 
a 100%, em sistema isocrático com fluxo de 1,0 mL/ min e o comprimento de onda para 
detecção do retinol foi 325 nm. 
A identificação e a quantificação do retinol nas amostras foram 
realizadas considerando o tempo de retenção e as áreas obtidas no perfil cromatográfico 
em comparação aos do padrão de retinol (Sigma
®
). A concentração do padrão utilizado 
foi confirmada pelo coeficiente de extinção específico em etanol absoluto para retinol (ε 
1%, 1 cm = 1.780 a 325 nm). 
 
4.6. VALORES DE REFERÊNCIA 
 
Para o leite colostro, valores de retinol < 60 µg/dL e valores ≤ 30 µg/dL 
no leite maduro foram indicativos de baixa concentração de retinol (MACIAS; 
SCHUWEIGERT, 2005; WHO, 1996). 
Para avaliar o provável fornecimento de vitamina A pelo leite materno 
analisado, considerou-se a concentração de retinol A nos leites e multiplicou-se pela 
estimativa de volume de leite consumido/ dia pelo lactente, sendo 500 mL/dia para leite 
colostro e 780 mL/dia para o leite maduro. Em seguida, foi feita a comparação desse 
valor com a AI de vitamina A para lactentes de 0 a 6 meses (400 μg/dia) (IOM, 2001; 
ROSS; HARVEY, 2003). 
 
4.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA 
Para a análise estatística foi utilizado o software Statistica 7 (StatSoft, 
Inc, Tulsa, OK, USA). Os valores da concentração de retinol no leite materno foram 
expressos em média (desvio padrão). A normalidade das variáveis numéricas foi 
verificada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov (KS). Para testar as diferenças 
entre as médias de retinol no leite comparando os grupos avaliados, foi utilizado o teste 
36 
 
t de Student para amostras independentes e para avaliar as diferenças entre as médias de 
retinol nos diferentes momentos de coleta no mesmo grupo, foi utilizado o teste Análise 
de Variância (ANOVA) com teste post-hoc de Tukey. As diferenças foram consideradas 
significativas quando p<0,05. 
 
5. RESULTADOS 
 
Foram recrutadas 93 mulheres lactantes, no qual 47 constituíram o grupo 
controle e 46 o grupo suplementado. A caracterização da população estudada com base 
em variáveis maternas, obstétricas e do recém-nascido encontra-se descrita na Tabela 3. 
A maioria das mulheres lactantes eram adultas (77%), possuíam de 0 a 8 anos de estudo 
(41%) e renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos (64%). O tipo de parto 
predominante foi o normal (61%). A maior proporção dos recém-nascidos teve peso 
adequado ao nascer (87%). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Tabela 3. Caracterização da população avaliada com base em variáveis maternas, 
obstétricas e do recém-nascido. 
Características 
Grupo 
controle 
(n = 47) 
Grupo 
suplementado 
(n = 46) 
Grupo total 
(n = 93) 
Idade materna, em anos 
 [média (desvio-padrão)] 
23 (7) 25 (6) 24 (7) 
Escolaridade, em anos de estudo 
 0 a 8 anos [n (%)] 19 (40) 19 (41) 38 (41) 
 9 a 11 anos [n (%)] 14 (30) 13 (28) 27 (29) 
 >11anos [n (%)] 14 (30) 14 (31) 28 (30) 
Renda familiar, em salários 
 <1 salário mínimo [n (%)] 7 (15) 16 (35) 23 (25) 
 1 a 3 salários mínimos [n (%)] 34 (72) 26 (56) 60 (64) 
 >3 salários mínimos [n (%)] 6 (13) 4 (9) 10 (11) 
Tipo de parto 
 Normal [n (%)] 28 (60) 29 (63) 57 (61) 
 Cesárea [n (%)] 19 (40) 17 (37) 36 (39) 
Paridade 
 Primípara [n (%)] 26 (55) 17 (37) 43 (46) 
 Multípara [n (%)] 21 (45) 29 (63) 50 (54) 
Peso ao nascer, em g 
 (desvio-padrão) 
3.303 (555) 3.324 (483) 3.314 (519) 
 Baixo [n (%)] 3 (7) 2 (4) 5 (5) 
 Adequado [n (%)] 42 (89) 39 (85) 81 (87) 
 Macrossomia [n (%)] 2 (4) 5 (11) 7 (8) 
 
As concentrações médias de retinol no leite colostro (Leite 0 h) foram 
105,0 (51,4) µg/dL e 104,7 ± (34,6) µg/dL nos grupos controle e suplementado, 
respectivamente (p=0,98). A média indica status adequado de retinol na população 
avaliada. Análises individuais desses valores mostraram que 25,5% (n=12) das lactantes 
do grupo controle e 13,0% (n=6) do grupo suplementado apresentavam baixos níveis de 
retinol no leite colostro. 
38 
 
O efeito da suplementação materna com vitamina A sobre a concentração 
de retinol nos leites colostro e maduro de ambos os grupos foi ilustrado na Figura 6. Ao 
analisar a concentração de retinol no leite 24 horas, observou-se um aumento apenas no 
grupo suplementado (p<0,001), evidenciando que a suplementação materna com 
vitamina A teve efeito sobre o retinol no leite colostro. 
No entanto, no leite maduro não houve diferença significativa entre as 
concentrações de retinol dos grupos avaliados (p=0,11). Em análise individual, 
nenhuma lactante apresentou níveis baixos de retinol no leite maduro, indicando 
adequado status de retinol no leite da população estudada. 
 
 
Figura 6. Efeito da suplementação materna com vitamina A sobre a concentração de 
retinol no leite das lactantes avaliadas. 
Letras diferentes indicam diferença significativa entre as concentrações médias de retinol no 
leite materno (p<0,05) (Teste t de Student e teste de ANOVA com post hoc de Tukey). 
 
A estimativa de fornecimento de retinol ao lactente pelo leite colostro 
(Leite 0 h) foi de 131,3% no grupo controle e de 130,9% no grupo suplementado. 24 
horas após a intervenção, o leite colostro do grupo suplementado forneceu mais que o 
dobro da recomendação (280%). Já no leite maduro, teve um fornecimento estimado de 
retinol equivalente a 93,6% e 106,7% nos grupos controle e suplementado (Figura 7). 
 
Leite colostro (Leite 
0h) 
Leite colostro (Leite 
24h) 
Leite maduro (Leite 
30d) 
Grupo Controle 105,0 105,1 48,0 
Grupo Suplementado 104,7 224,2 54,7 
0,0 
50,0 
100,0 
150,0 
200,0 
250,0 
300,0 
350,0 
C
o
n
ce
n
tr
aç
ão
 d
e
 r
e
ti
n
o
l (
µ
g
/d
L
) 
b 
c c 
39 
 
 
Figura 7. Fornecimento de vitamina A ao lactente de acordo com o consumo estimado 
de leite materno e a Ingestão Adequada de vitamina A para lactentes de 0 a 6 meses de 
idade, e a concentração de retinol no leite materno dos grupos controle e suplementado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 
525 526 
374 
524 
1.121 
427 
0 
200 
400 
600 
800 
1000 
1200 
AIde retinol para 
lactentes 
Leite colostro (Leite 0h) Leite colostro (Leite 24h) Leite maduro (Leite 30d) Fo
rn
e
ci
m
e
n
to
 e
st
im
ad
o
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 v
it
am
in
a 
A
 a
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la
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e
n
te
 (
µ
g
/d
ia
) 
AI de retinol para lactentes Grupo Controle Grupo Suplementado 
40 
 
6. DISCUSSÃO 
 
As mulheres lactantes constituem um grupo em risco nutricional, uma 
vez que a lactação é o período do ciclo reprodutivo de maior demanda energética. O 
monitoramento de carências nutricionais, como a deficiência de vitamina A, é 
importante para reduzir os riscos de complicações maternas (BRASIL; DEMARCHI, 
2003). A concentração de retinol no leite constitui um parâmetro importante para avaliar 
o estado nutricional em vitamina A, pois prevê o status dessa vitamina tanto nas mães 
quanto em seus filhos (BEZERRA et al., 2009). 
A concentração de retinol no leite colostro, em condições basais, foi 
semelhante a resultados obtidos no Nordeste brasileiro (100,3 µg/dL) (RIBEIRO et al., 
2010), em Cuba (102,0 µg/dL) (MACIAS; SCHWEIGERT, 2001) e na Alemanha 
(110,6 µg/dL) (SCHULZ et al., 2007) e foi superior ao encontrado em Bangladesh (22,6 
µg/dL) (AHMED et al., 2004). 
A suplementação materna com vitamina A aumentou significativamente 
as concentrações de retinol no leite colostro, estando de acordo com os resultados 
obtidos em Bangladesh, na Indonésia e no Brasil (STOLTZFUS et al., 1993; RICE et al. 
1999; BEZERRA et al., 2009; GARCIA et al., 2010; RIBEIRO, ARAUJO, 
DIMENSTEIN, 2009). 
Estudos com animais demonstraram que a vitamina A é transferida para o 
leite materno a partir de duas vias: RBP (proteína transportadora de retinol) e ésteres de 
retinila transportados por lipoproteínas (quilomícrons) (SCHWEIGERT et al., 2004). A 
maior parte da transferência de vitamina A à glândula mamaria ocorre por meio dos 
quilomícrons e depende da hidrólise de ésteres de retinila pela ação da lipoproteína 
lipase (LPL). 
Durante o período de lactação, a vitamina A oriunda da suplementação é 
direcionada preferivelmente à glândula mamária em detrimento do fígado, 
diferentemente do que ocorre fora desse período (GREEN et al., 2001). Essas 
adaptações fisiológicas podem ter contribuído para o aumento significativo da vitamina 
A no leite colostro das lactantes avaliadas neste trabalho, após intervenção. 
Acredita-se que a vitamina A liberada durante a hidrólise dos ésteres de 
retinila pode ser reesterificada para a secreção no leite materno ou armazenada nas 
células epiteliais, o que pode explicar a manutenção dos níveis de vitamina A elevados 
no leite colostro, 24 horas após a suplementação, como encontrado neste estudo 
41 
 
(GREEN et al., 2001; AKOHOUSE; GREEN; GREEN, 2006; O’BYRNE; 
PALCZEWKI; BLANER, 2006). 
Ao considerar a concentração de retinol no leite materno em função do 
período de lactação, verificou-se que houve uma redução significativa nesses valores em 
ambos os grupos avaliados, havendo um decréscimo de 54,3% para o grupo controle e 
de 47,8% para o grupo suplementado, em relação ao leite 24 h. Essa redução dos níveis 
de retinol quando comparado à fase inicial era esperada, uma vez que o leite maduro 
possui quantidades menores e mais estáveis de retinol (MACIAS; SCHWEIGRT, 2001; 
BEZERRA, et al., 2010). 
A redução dos níveis de vitamina A com a progressão da lactação pode 
ter ocorrido em virtude do aumento do tamanho dos glóbulos de gordura no leite 
maduro, uma vez que a maior parte da vitamina A é secretada no leite como constituinte 
da membrana do glóbulo de gordura do leite. Segundo Debier (2005), a partir das 
primeiras semanas de lactação ocorre um aumento da síntese de triacilgliceróis na 
glândula mamária e da secreção desses lipídios no leite, entretanto, sem aumento 
proporcional na secreção de fosfolipídios e de outros componentes da membrana do 
glóbulo de gordura. Logo, com o decorrer da lactação, especialmente no leite maduro, 
há redução relativa na quantidade de componentes da membrana do glóbulo de gordura 
do leite, entre os quais faz parte a vitamina A. 
Em relação ao leite maduro, o valor de retinol encontrado foi semelhante 
a estudos conduzidos na Espanha (60,9 µg/dL) (ORTEGA et al., 1997), superior a 
trabalhos conduzidos no Brasil (30,6 µg/dL) (LOURENÇO, 2005), em Cuba (33 µg/dL) 
(MACIAS; SCHWEIGERT, 2001), na África (27,4 µg/dL) (SEMBA et al., 2000) e em 
Bangladesh (24,4 µg/dL) (RICE et al, 1999) e inferior a um estudo conduzido na 
Alemanha (153,0 µg/dL) (SCHWEIGERT et al., 2004). Alguns trabalhos tem mostrado 
que o nível de retinol no leite de lactantes de países em desenvolvimento é inferior 
quando comparado ao de mulheres de países desenvolvidos como a Alemanha. 
(OLIVEIRA; OLIVEIRA; BERGAMASCHI, 2009). 
Após a suplementação com vitamina A, os valores de retinol no leite 
maduro não apresentaram diferença significativa entre os grupos controle e 
suplementado, estando em concordância com trabalhos conduzidos no Brasil 
(LOURENÇO, 2005) e em divergência com estudos realizados na Índia (VINUTHA et 
al., 2000; BHASKARAM et al., 2000). Essa intervenção não apresentou efeito sobre o 
retinol no leite ao final do período de lactação avaliado (30 dias), uma vez que a 
42 
 
concentração de retinol no leite materno parece depender do estado nutricional materno 
desse nutriente e é provável que as reservas de vitamina A formadas após a 
suplementação materna foram utilizadas pela lactante durante o intervalo das coletas de 
leite colostro e maduro (LOURENÇO, 2005). 
O leite humano é a única fonte de vitamina A para o lactente em 
aleitamento materno exclusivo, sendo importante que a lactação garanta a transferência 
dessa vitamina para suprir as necessidades do bebê e para a formação de reservas 
corpóreas (TUMA; RONCADA; CÉSAR, 2014). A concentração de retinol no leite 
humano é uma medida eficaz na avaliação do estado nutricional em vitamina A materno 
e do lactente, pois permite verificar o fornecimento desse nutriente. Além disso, é um 
parâmetro de avaliação considerado pouco invasivo (ALLEN; HASKELL, 2001). 
O fornecimento estimado de vitamina A pelo leite colostro foi suficiente 
para atender ao requerimento nutricional de vitamina A do lactente de 0 a 6 meses, tanto 
no grupo controle quanto no suplementado. A suplementação materna aumentou 
consideravelmente a concentração de retinol no leite colostro, sendo capaz de suprir 
mais que o dobro da recomendação de retinol para lactentes. É provável que esse 
aumento seja vantajoso, uma vez que o leite colostro tem papel fundamental na 
formação inicial dos estoques hepáticos de vitamina A do lactente (BEZERRA et al., 
2009; GARCIA et al., 2009). 
Quanto ao leite maduro, o fornecimento estimado de vitamina A por 
meio desse leite também parece suprir o requerimento diário do lactente, entretanto há 
uma tendência a encontrar valores superiores de retinol no leite do grupo que recebeu a 
suplementação. 
O Brasil é um país onde a deficiência de vitamina A ainda é considerada 
um problema de saúde pública, acometendo principalmente crianças menores de 5 anos 
(QUEIROZ, et al., 2013), sendo importante avaliar se uma suplementação materna com 
vitamina A mais tardia ou em baixas doses diárias durante o período da lactação 
poderiam favorecer o aumento da concentração de vitamina A no leite materno. 
A suplementação materna com vitamina A não é atualmente uma 
recomendação da Organização Mundial de Saúde por não haver fortes evidências do seu 
efeito na redução da morbimortalidade materna e infantil (OMS, 2013), todavia, em 
locais onde a deficiência de vitamina A é um problema severo de saúde pública, a 
suplementação materna de vitamina A durante a gestação pode ser indicada para 
prevenir a cegueira noturna (OMS, 2013). No Brasil, a suplementação materna com 
43 
 
vitamina A fazia parte do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, 
entretanto, esta intervenção foi suspensa em 2016(BRASIL, 2016). Porém, essa 
suplementação pode ser importante para a formação de reservas hepáticas no recém-
nascido e seu status de vitamina A, uma vez que foi verificado um aumento 
significativo na concentração de retinol no leite colostro. Sendo necessário, portanto, 
verificar se o esquema da suplementação melhora o status de vitamina A da criança 
amamentada e de sua mãe. 
O fornecimento suficiente de vitamina A é essencial para a sobrevida dos 
recém-nascidos, sendo para isto necessário o adequado estado nutricional da mãe e a 
manutenção em níveis satisfatórios do nutriente no leite materno (OMS, 2013). É 
possível, portanto, inferir que a suplementação materna consiste em uma estratégia de 
baixo custo que pode melhorar o status de vitamina A do bebê e prevenir agravos 
decorrentes da deficiência de vitamina A neste grupo que é considerado de risco. 
Diante disso, ressalta-se a importância da assistência nutricional durante 
o pré-natal e pós-parto para que sejam identificadas possíveis carências nutricionais, 
como a deficiência de vitamina A, e fortalecer as estratégias de prevenção, controle e 
combate a essas deficiências que acometem as lactantes e seus infantes, entre as quais 
está a suplementação materna com vitamina A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. CONCLUSÃO 
 
As lactantes avaliadas apresentaram adequado status médio de vitamina A 
no leite materno e a suplementação materna com vitamina A aumentou a concentração 
de retinol no leite colostro, todavia, esse efeito não foi observado no leite maduro 
quando comparado com o grupo controle. 
44 
 
Além disso, o fornecimento estimado de vitamina A por meio do leite 
colostro e maduro foi suficiente para atingir o requerimento do lactente e em condições 
de suplementação materna com vitamina A, houve um maior fornecimento desta 
vitamina, o que pode contribuir para a formação de reservas corporais do lactente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
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