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Relação médico paciente

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PROGRAMA DE APROXIMAÇÃO 
À PRÁTICA MÉDICA
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE
11/03/2021
Julia Ladeira de Moraes
- Essa relação é especial, pois é carregada de angústia, ansiedade, medo, dúvida, insegurança, confiança, ódio, amor e esperança entre o ser doente e aquele que lhe oferece ajuda. Ela é fundamental na pratica médica, tendendo ser o foco de estudo desde o primeiro encontro do médico com o paciente, permanecendo durante toda a vida profissional. É indispensável o conhecimento básico da humanidade, pois essa relação ultrapassa os fenômenos biológicos presentes nessa profissão
- Princípios bioéticos: Autonomia (o paciente tem direito de decidir aderir ou não a determinado tratamento), beneficência/não maleficência (prática de fazer o bem), sigilo absoluto e justiça. Na prática, os vínculos na profissão médica são basicamente de confiança e empatia
- Aspecto psicodinâmico da relação médico-paciente:
. Médico ativo e paciente passivo: Médico de urgência e o paciente aceita passivamente os cuidados médicos. Quanto mais ativo e seguro se mostrar médico, mais tranquilo e seguro ficará o paciente.
. Médico dirigindo e paciente colaborando: O médico assume seu papel, até certo ponto autoritário, e o paciente compreende e aceita tal atitude, tentando colaborar
. Medico dirigindo e paciente participando ativamente (aliança terapêutica): O médico permanece no seu papel de definir os procedimentos e o paciente compreende e atua conjuntamente, assumindo responsabilidade no seu tratamento, já que as decisões são tomadas após troca a de ideias entre eles e as analises de alternativas. Essa é, sem dúvida, a melhor maneira de parceira entre o médico e o paciente 
OBS: Resistência: Fator psicológico inconsciente que compromete ou atrapalha a relação médico–paciente, podendo surgir no momento da primeira consulta e aumentar ao longo da convivência OBS: Transferência: São fenômenos afetivos que o paciente transfere para o médico. Pode ser positiva (quando o paciente relata ter tido experiências positivas anteriormente com outros médicos) ou negativa (quando o paciente revive experiências desagradáveis de relações anteriores)
OBS: Contratransferência: Passagem de aspectos afetivos que o médico transfere para o paciente. Pode ser positiva (útil e importante para o tratamento de pacientes com doenças crônicas e incuráveis) ou negativa (rotula o paciente de chato, irritante ou enjoado)
- Descuidar da formação humanística é transformar o médico em mero mecânico do corpo humano. Eles lidam com pessoas e não com órgãos e serem transformados em gráficos, curvas, imagens ou números. O paciente não é um tubo de ensaio, nem uma cobaia ou uma máquina. A medicina voltou-se mais para a enfermidade do que para o paciente nos dias atuais
- Ser médico é uma atividade caracterizada pelo conhecimento, pela postura (vestimenta, higiene cuidadosa, vocabulário adequado e atitudes) e pelo sacerdócio (poder de dedicação aos pacientes que é fundamental na capacidade de se entregar de corpo e espírito à arte de bem servir ao semelhante)
- O médico deve ser seguro; encorajador; um bom ouvinte para esclarecer dúvidas posteriores; respeitoso com o paciente; olhar nos olhos dele; ter interesse pelos seus semelhantes, tratando-os como pessoas humanas ao serem chamados pelo nome e nunca pelo número do leito ou pela doença; espírito de solidariedade; empatia, possuindo capacidade de compreender o sofrimento alheio; compaixão; vontade de ajudar; consciência dos limites da medicina, falando a verdade para o paciente diante da inexistência ou pouca eficácia de um tratamento; estar disponível nas situações de urgência, sabendo que essa disponibilidade requer administração flexível das atividades; indicar o paciente a outro médico sempre que o tratamento exigir conhecimentos que não sejam de sua especialidade ou capacidade, ou quando ocorrer problemas que comprometam a relação médico-paciente; prestar um atendimento humanizado marcado pelo bom relacionamento pessoal e pela dedicação de tempo e atenção necessários; explicar detalhadamente e de forma simples e objetiva o diagnóstico e o tratamento ao paciente para que ele entenda claramente a doença, os benefícios do tratamento e as possíveis complicações e prognóstico (resultado do processo); deixar que o paciente escolha o tratamento sempre que existir mais de uma alternativa; dar a opção do genérico ao prescrever medicamentos sempre que possível; se atualizar constantemente por meio de participação em congressos, estudo de publicações especializadas, cursos, reuniões clínicas e fóruns de discussão na internet; e reforçar a luta das entidades representativas da classe médica (conselhos, sindicatos e associações), prestando informações sobre condições precárias de trabalho e de remuneração e participando dos movimentos e ações coletivas
- A profissão médica exige autodisciplina, a qual o estudante deve aprender e impor-se desde cedo
- O paciente deve se lembrar de que, como qualquer outro ser humano, o médico tem virtudes e defeitos, observando que seu trabalho é uma atividade desgastante;
considerar que cada médico possui suas qualidades, lembrando que em todas as áreas existem bons e maus profissionais; não culpar toda a classe médica por conta de um mau médico que lhe prestou atendimento; não exigir o impossível do médico que só pode oferecer o que a ciência e a medicina desenvolveram; não culpar o médico pela doença; respeitar a autonomia profissional e os limites de atuação do médico, já que ele não pode ser responsabilizado por todas as falhas dos serviços de saúde, muitas vezes sucateado por seus gestores; denunciar e reivindicar para que o Estado cumpra sua obrigação de garantir a saúde dos indivíduos (existem órgãos competentes para isso, como os Conselhos de Saúde e o Ministério Público, além da direção dos próprios serviços); não exigir dos médicos exames e medicamentos desnecessários; seguir as prescrições médicas (recomendações, dosagens e horários), evitando a automedicação; e ter consciência dos seus direitos na relação médico-paciente

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