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PARAFISCALIDADE, FISCALIDADE E EXTRAFISCALIDADE

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Isabela Silva 
❖ PARAFISCALIDADE: 
➢ Previsto no art. 7º do CTN: Art. 7º A competência tributária é indelegável, 
salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, 
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa 
jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. (veja que 
não é a CF/88, já que o CTN é de 1966, também é importante se ater ao fato de, atualmente, 
a transferência poder ser para PJ de direito privado sem fins lucrativos) 
➢ Parafiscalidade é a delegação legal da capacidade administrativa para 
cobrar e fiscalizar tributos; → conferida por lei ordinária específica; 
➢ Desse modo, a competência legislativa para instituir tributos é indelegável, 
mas a capacidade administrativa para sua arrecadação pode ser delegada por meio de 
lei, matéria esta pacificada no STJ, vejamos: 
ADMINISTRATIVO E TRIBUTARIO. AUTARQUIAS E EMPRESAS 
ESTATAIS. DESCENTRALIZAÇÃO DE FUNÇÕES. DELEGAÇÃO DE 
PODERES. INDELEGABILIDADE DO PODER DE TRIBUTAR. 1. O 
ENTENDIMENTO SOBRE A LEGITIMIDADE DA DELEGAÇÃO DE 
PODERES AS AUTARQUIAS E EMPRESAS ESTATAIS PARA O 
EXERCICIO DE FUNÇÕES DESCENTRALIZADAS CONSOLIDOU-
SE NA JURISPRUDENCIA DO EXTINTO TFR E DO STJ. 2. 
INDELEGAVEL É O PODER DE TRIBUTAR, ISTO E, DE 
INSTITUIR IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUIÇÕES E 
EMPRESTIMOS COMPULSORIOS, RESERVANDO AO ESTADO 
PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 145). 3. RECURSO 
ESPECIAL NÃO CONHECIDO. (REsp 7.828/DF, Rel. MIN. 
PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/03/1996, 
DJ 03/06/1996, p. 19230) → continua atual 
 
➢ Objeto e alcance: 
➢ O objeto da parafiscalidade são as atividades administrativas de cobrar e 
fiscalizar tributos, sendo que a delegação dessas atribuições compreende também as 
garantias e privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público 
que a conferir (art. 7º, §1 º, do CTN); 
➢ Desse modo, a parafiscalidade não tem qualquer impacto sobre a competência, 
conforme previsão do §3º do art. 7 do CTN; 
Isabela Silva 
 
➢ Veículo normativo: 
➢ A delegação da cobrança do tributo é uma decisão que, embora possa ser 
revogada a qualquer momento pela pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido 
(art. 7, §2º, CTN), implica relevantes consequências para a entidade delegante especialmente 
pela renúncia do montante a ser arrecadado; → o ente que delega a cobrança renuncia a 
arrecadação daqueles tributos; → sempre precisam demonstrar como o ente que delegou irá 
compensar aquela renúncia, o legislativo demonstra o impacto dessa renúncia; 
Isenções fiscais são temporárias (geralmente concedida a empresa, mas há 
algumas doenças que podem dar isenção a pessoa física): Art. 40 da ADCT - 
É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre 
de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo 
de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. (Vide Decreto 
nº 7.212, de 2010) 
Parágrafo único. Somente por lei federal podem ser modificados os critérios 
que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos projetos na Zona 
Franca de Manaus. 
➢ Ante a isto, é inaceitável parafiscalidade por meio de ato unilateral do Poder 
Executivo, devendo a questão ser submetida à apreciação do Poder Legislativo da esfera 
competente para instituir o tributo; → § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, 
por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. → perceba que 
mesmo para revogar precisa de lei jamais por um simples ato administrativo emanado pelo 
poder executivo; 
➢ Desse modo, a parafiscalidade exige lei ordinária aprovada pela entidade 
federativa competente para criação do tributo cuja delegação se pretende delegar; 
 
➢ Parafiscalidade por medida provisória? 
➢ Por falta de expressa vedação na CF é possível medida provisória editada com o 
objetivo de delegar a capacidade de cobrança de tributo, desde que haja a comprovação no 
caso concreto, do preenchimento dos requisitos constitucionais da “relevância” e 
“urgência” (art. 62 da CF); → se a medida não for convertida em lei ordinária no prazo, o 
CN deve editar um decreto legislativo para trazer segurança para as relações jurídicas 
constituídas no período de vigência; 
Isabela Silva 
➢ Sujeito ativo da parafiscalidade: É quem delega a capacidade de cobrar 
tributos, assim sendo exclusiva da entidade federativa competente para instituição do tributo 
delegado, devendo efetivar a delegação por meio de lei específica aprovada para essa 
finalidade; 
➢ Sujeito Passivo (entidades parafiscais): É o beneficiário da delegação, ou 
seja, a pessoa a quem é legalmente atribuída a capacidade de cobrar tributos; → todo o sistema 
“S”; 
➢ Assim a entidade parafiscal passa a ocupar o polo ativo da relação jurídica – 
tributária para todos os fins de direito, inclusive, na eventual propositura de ação judicial 
para discussão do tributo exigido; 
➢ Nesse sentido é a posição do STJ, vejamos 
“FALÊNCIA. HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. CONTRIBUIÇÃO 
PARAFISCAL DEVIDA AO SENAI. POSSIBILIDADE. 1. De acordo 
com a jurisprudência desta Corte, a possibilidade de cobrança do 
crédito por meio de execução fiscal não impede a opção do credor pela 
habilitação do crédito no processo falimentar. 2. É possível ao SENAI 
habilitar seus créditos parafiscais na falência. 3. Recurso especial 
conhecido e provido. (REsp 874.065/RS, Rel. Ministro ANTONIO 
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 17/11/2011, DJe 
25/11/2011)” 
➢ A redação do art. 7º do CTN induz a conclusão de que a parafiscalidade somente 
poderia recair sobre pessoas jurídicas de direito público; → lembrar do fato de ser o CTN de 
1966; existe a possibilidade de delegação para PJ de direito privado que realize atividade de 
interesse social; 
➢ Entretanto, doutrina e jurisprudência são unânimes em admitir também 
parafiscalidade em favor de pessoas de direto privado, tanto as pertencentes à Administração 
Indireta (Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) quanto aquelas de iniciativa 
privada, que exerçam atividades não lucrativas e de interesse social; Ex: É o caso dos 
Sindicatos e Conselhos de Classe (OAB, CRM, CREA) e serviços sociais (SESI, SENAI, 
SEBRAE, SESC); 
➢ De outro modo, é certo que a parafiscalidade em benefícios de pessoas jurídicas 
privadas com finalidade lucrativa, como é o caso de uma empresa comercial, seria 
inconstitucional por violação ao princípio da isonomia; 
➢ Natureza precária da parafiscalidade: 
Isabela Silva 
➢ Como a parafiscalidade não transfere a competência para instituição de tributo, 
mas tão somente delega temporariamente a capacidade para a sua arrecadação ela é sempre 
revogável a qualquer tempo; (art. 7º, §2º, CTN); 
➢ Aplicando-se o princípio do paralelismo das formas é forçoso concluir que 
a revogação da delegação também exige lei específica aprovada pela entidade competente 
para a instituição do tributo delegado; 
➢ Tributos parafiscais: 
➢ São os tributos arrecadados por meio da parafiscalidade; 
➢ Alguns são intrinsecamente parafiscais, como as anuidades profissionais pagas 
aos Conselhos de Classe, na medida em que sua cobrança sempre ocorre por meio de 
delegação da capacidade tributária ativa; 
➢ Outros revelam-se ocasionalmente parafiscais, podendo ou não ser arrecadados 
por meio da parafiscalidade; Ex: È o caso das taxas de fiscalização cobradas pelas Agências 
Reguladoras, e de alguns impostos, como o ITR, na hipótese do art. 153, §4º, III da CF); 
 
❖ FISCALIDADE E EXTRAFISCALIDADE: 
 
➢ Não se deve confundir parafiscalidade (delegação da cobrança de tributos) com 
a Extrafiscalidade; 
➢ A extrafiscalidade é a utilização do tributo para atingir objetivos de ordem 
social ou políticas contemplados no ordenamento jurídico, ou seja, sem finalidade 
imediatamente arrecadatória, podendo comportar-se como medidasde incentivo a economia 
ou medidas de pressão a determinados setores; → função de regulação de mercados; → IPI, 
IOF, imposto de exportação e importação = todas têm em comum a possibilidade de 
modificação de suas alíquotas sem lei anterior; 
➢ VER O DUMPING SOCIAL DA CHINA 
➢ Por exemplo, vejamos o conceito utilizado na prova da ESAF para PFN/2012: 
“Alguns tributos possuem, além da função meramente arrecadatória ou fiscal, finalidade 
outra que se destina a regular a economia, criando mecanismos que induzem, ou 
incentivam, a conduta potencial do contribuinte numa outra direção. É o que se viu 
recentemente com a majoração das alíquotas do IPI, incidente sobre a importação de 
automóveis, já que, no período de janeiro a agosto de 2011, a balança comercial do setor 
automotivo atingiu um déficit de R$ 3 bilhões”; 
Isabela Silva 
➢ Outro exemplo de tributação extrafiscal é o caso da cobrança de ITR com 
alíquotas progressivas para desestimular a manutenção de propriedade improdutivas (art. 
153, §4º, I. CF); 
➢ A fiscalidade, por sua vez, consiste na cobrança do tributo com objetivo 
meramente arrecadatório; ex.: IPVA, IR, IPTU (com alíquota comum) 
➢ Partindo de um ponto de vista econômico, Luís Eduardo Schoueri, menciona, 
além da função mediata arrecadadora, a existência de outras três funções imediatas do tributo, 
vejamos: 
➢ função distributiva: relacionada a distribuição de renda para redução das 
desigualdades sociais; 
➢ função alocativa ou indutora: vinculada com a indução de comportamentos 
dos agentes econômicos; 
➢ função estabilizadora: tendo em vista que o sistema tributário deve promover 
um equilíbrio geral na economia; 
➢ Por fim, os institutos da parafiscalidade (delegação da competência para cobrar 
tributos) e a extrafiscalidade (utilização dos tributos para outras finalidades sociais que não as 
meramente arrecadatórias) guardam entre si uma relação de conexão, pois sempre haverá 
uma finalidade social ou política justificadora da delegação da capacidade de cobrar tributos; 
➢ Assim, a parafiscalidade é um instrumento a serviço dos objetivos 
extrafiscais; 
➢ Nesse sentido, Hugo de Brito Machado, compreende que a parafiscalidade seria 
uma função dos tributos independentes das funções fiscais (finalidade arrecadatória) e da 
extrafiscal (utilização do tributo para intervenção estatal no domínio econômico sem fins 
arrecadatórios imediatos), pois a parafiscalidade surge quando tributo é instituído para o custeio 
de atividade que não integram as funções próprias do Estado (Conselhos de Classe, etc.);

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