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TUTORIA 2 Objetivo 1 - Descrever a anatomia do sistema auditivo e fisiologia. A porção visível do ouvido consiste basicamente em cartilagem coberta por pele, formando um tipo de funil chamado de pavilhão da orelha ou aurícula, que permite capturar o som oriundo de uma extensa área. A forma do pavilhão da orelha nos torna mais sensíveis aos sons que chegam de frente do que de trás. As convoluções do pavilhão assumem um papel na localização dos sons. A entrada para o ouvido interno (ou orelha interna) é chamada de meato acústico externo e estende-se cerca de 2,5 cm para o lado interno do crânio até terminar na membrana timpânica, também conhecida como tímpano. Conectada à superfície medial da membrana timpânica, está uma série de ossos conhecidos como ossículos (“pequenos ossos”; os ossículos são, de fato, os menores ossos do corpo). Localizados em uma pequena câmara preenchida de ar, os ossículos transferem os movimentos da membrana timpânica para uma segunda membrana que cobre um orifício no osso do crânio, chamado de janela oval. Atrás da janela oval está a cóclea preenchida por fluído, a qual contém o mecanismo que transforma o movimento físico da membrana da janela oval em uma resposta neural. Os primeiros estágios da via auditiva seguem basicamente uma sequência como esta: Onda sonora move a membrana timpânica → Membrana timpânica move os ossículos → Ossículos movem a membrana da janela oval → Movimento da janela oval move o fluído da cóclea → Movimento do fluído na cóclea causa uma resposta nos neurônios sensoriais. Todas as estruturas a partir do pavilhão, em direção ao interior, são consideradas componentes do ouvido, e convenciona-se referir ao ouvido como, constituído por três principais divisões. As estruturas do pavilhão até a membrana timpânica constituem o ouvido externo; a membrana timpânica e os ossículos constituem o ouvido médio, e a estrutura medial à janela oval é o ouvido interno. O ouvido externo direciona o som ao ouvido médio, uma cavidade preenchida com ar, contendo os primeiros elementos que vibram em resposta ao som. No ouvido médio, as variações na pressão do ar são convertidas em movimentos dos ossículos. Nesta seção, exploraremos como o ouvido médio realiza uma transformação essencial da energia sonora. Componentes do Ouvido Médio As estruturas dentro do ouvido médio são a membrana timpânica, os ossículos e dois pequenos músculos que se ligam aos ossículos. A membrana timpânica tem um formato levemente cônico, com a ponta do cone estendendo-se para dentro da cavidade do ouvido médio. Existem três ossículos, cada um denominado de acordo com um objeto com que se assemelha levemente . O ossículo ligado à membrana timpânica é o martelo, o qual forma uma conexão rígida com a bigorna. A bigorna forma uma conexão flexível com o estribo. A porção basal achatada do estribo, a platina, move-se para dentro e para fora, como um pistão, na janela oval, transmitindo, assim, as vibrações sonoras aos fluidos da cóclea no ouvido interno. O ar no ouvido médio está em continuidade com o ar nas cavidades nasais através da tuba (ou trompa) de Eustáquio As ondas sonoras movem a membrana timpânica, e os ossículos movem a membrana da janela oval. é que a cóclea está preenchida com fluido e não com ar. Se as ondas sonoras colidissem diretamente sobre a janela oval, a membrana iria mover-se muito pouco, e toda a energia sonora, exceto 0,1%, seria refletida devido à pressão que o fluido coclear exerce no lado interno da janela oval. O Reflexo de Atenuação Os dois músculos ligados aos ossículos têm um efeito significativo sobre a transmissão do som ao ouvido interno. O músculo tensor do tímpano está ancorado no osso da cavidade do ouvido médio por uma extremidade e ligado ao martelo pela outra extremidade . O músculo estapédio também se estende desde o ponto de sua fixação no osso até onde se liga ao estribo. Quando esses músculos se contraem, a cadeia de ossículos torna-se muito mais rígida, e a, condução do som ao ouvido interno fica muito diminuída. O início de um som barulhento dispara uma resposta neural que faz com que esses músculos se contraiam, uma resposta chamada de reflexo de atenuação. A atenuação do som é muito maior em freqüências baixas do que em freqüências altas. Uma série de funções tem sido proposta para esse reflexo. Uma função pode ser a de adaptar o ouvido ao som contínuo de alta intensidade. Os sons de maior volume, que de outro modo saturariam a resposta dos receptores no ouvido interno, podem estar reduzidos a um nível de baixa saturação pelo refl exo de atenuação, aumentando, assim, a faixa dinâmica em que podemos escutar. O OUVIDO INTERNO Embora considerado como parte do ouvido, nem todo o ouvido interno está relacionado com a audição. O ouvido interno consiste na cóclea, que é parte do sistema auditivo, e no labirinto, que não é. O labirinto é uma parte importante do sistema vestibular, o qual auxilia a manter o equilíbrio corporal. Anatomia da Cóclea A cóclea (do latim para "caracol") tem uma forma em espiral que lembra uma concha de caracol. A Figura 11.6 mostra a cóclea seccionada ao meio. Na cóclea, o tubo oco (representado pelo canudo) tem paredes constituídas por osso. O pilar central da cóclea (representado pelo lápis) é uma estrutura óssea cônica chamada de modíolo. As dimensões reais são muito menores do que o modelo canudo-elápis; o tubo oco da cóclea tem aproximadamente 32 mm de comprimento e 2 mm de diâmetro. A cóclea humana enrolada é aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Na base da cóclea, existem dois orifícios cobertos por membrana: a janela oval, a qual vimos que está abaixo da platina do estribo, e a janela redonda. Se a cóclea estiver cortada em secção transversal, podemos ver que o tubo está dividido em três câmaras preenchidas por fluido: a escala (ou rampa) vestibular, a escala média e a escala timpânica . As três escalas enrolam-se ao redor da porção interna da cóclea como uma escada em espiral. A membrana de Reissner separa a escala vestibular da escala média, e a membrana basilar separa a escala timpânica da escala média. Apoiado na membrana basilar está o órgão de Corti, o qual contém os neurônios receptores auditivos; suspenso sobre esse órgão está a membrana tectorial. No ápice da cóclea, a escala média está fechada, e a escala timpânica tem continuidade com a escala vestibular através de um orifício nas membranas chamado de helicotrema . Na base da cóclea, a escala vestibular encontra-se com a janela oval, e a escala timpânica encontra-se com a janela redonda. O fluido na escala vestibular e na escala timpânica, chamado de perilinfa, tem uma constituição iônica similar à do fluido cefalorraquidiano: concentrações baixas de K+ (7 mM) e altas de Na+ (140 mM). A escala média está preenchida pela endolinfa, que é um fluido extracelular incomum, por possuir concentrações iônicas similares às do fluido intracelular, com alta concentração de K+ (150 mM) e baixa de Na+ (1 mM). Essa diferença na concentração iônica é gerada por processos de transporte ativo que ocorrem na estria vascular, o endotélio que recobre a parede da escala média. Fisiologia da Cóclea Apesar de sua complexidade estrutural, o funcionamento básico da cóclea é consideravelmente simples. Observe a Figura 11.8 e imagine o que acontece quando os ossículos movem a membrana que cobre a janela oval. Eles funcionam como um pequeno pistão. O movimento para dentro na janela oval empurra a perilinfa na escala vestibular. Se a membrana no interior da cóclea fosse completamente rígida, o aumento da pressão do fluido na janela oval subiria pela escala vestibular, passaria pelo helicotrema e desceria pela escala timpânica até a janela redonda. Como a pressão do fluido não tem nenhum outro lugar para escapar, a membrana da janela redonda deve se abaular para fora em resposta ao movimentoda membrana da janela oval para o interior da cóclea. Qualquer movimento da janela oval deverá ser acompanhado por um movimento complementar da janela redonda. Tal movimento deve ocorrer pelo fato de a cóclea estar preenchida por um fluido incompressível, mantido em um compartimento ósseo sólido. A consequência do empurrão sobre a janela oval é similar a uma pressão sobre uma extremidade de um balão tubular contendo água: a outra extremidade se expandirá para fora. A Resposta da Membrana Basilar ao Som. A membrana basilar tem duas propriedades estruturais que determinam a maneira como ela responde ao som. Primeiro, a membrana é cerca de 5 vezes mais larga no ápice do que na base. Segundo, a rigidez da membrana diminui da base em direção ao ápice, com a base sendo aproximadamente 100 vezes mais rígida. Imagine-a como uma nadadeira (pé-de- pato) usada na natação, com uma base estreita e rígida e um ápice amplo e flexível. Quando o som empurra a platina do estribo sobre a janela oval, a perilinfa desloca-se dentro da escala vestibular, e, como a membrana de Reissner é muito flexível, a endolinfa desloca-se dentro da escala média. O som também pode puxar a platina, invertendo o gradiente de pressão. O som provoca um movimento contínuo de puxa-e-empurra da platina, como um pequeno pistão. O Órgão de Corti e as Estruturas Associadas Tudo que discutimos até aqui envolve as transformações mecânicas da energia sonora que ocorrem nos ouvidos médio e interno. Agora passaremos à parte do sistema onde, pela primeira vez, os neurônios estão envolvidos. As células receptoras auditivas, as quais convertem a energia mecânica em uma alteração na polarização da membrana, estão localizadas no órgão de Corti (denominado com o nome do anatomista italiano que o identificou primeiramente). O órgão de Corti constitui-se de células ciliadas, dos pilares de Corti e de várias células de sustentação. Os receptores auditivos são chamados de células ciliadas, porque cada uma possui aproximadamente 100 estereocílios (microvilosidades rígidas que lembram cílios) que se projetam de sua porção apical. As células ciliadas e os estereocílios são mostrados na Figura 11.11 por meio de microscopia eletrônica de varredura. O evento crítico na transdução do som em um sinal neural é o deslocamento desses cílios. Por essa razão, examinaremos o órgão de Corti em mais detalhes para ver como o movimento da membrana basilar leva ao deslocamento dos estereocílios. As células ciliadas estão fixadas entre a membrana basilar e uma fina lâmina de tecido, chamada lâmina reticular. Os pilares de Corti estendem-se entre essas duas membranas e fornecem sustentação estrutural. As células ciliadas localizadas entre o modíolo e os pilares de Corti são chamadas de células ciliadas internas (cerca de 3.500 dispostas em uma única fi leira), e as células dispostas mais externamente aos pilares de Corti são chamadas de células ciliadas externas (nos humanos, existem aproximadamente entre 15.000 e 20.000, dispostas em três fi leiras). Os estereocílios estendem-se do limite apical das células ciliadas para o interior da endolinfa, acima da lâmina reticular, mantendo suas extremidades na substância gelatinosa da membrana tectorial (células ciliadas externas) ou logo abaixo da membrana tectorial (células ciliadas internas). Para guardar corretamente em sua memória as membranas internas do órgão de Corti, lembre-se que a basilar está na base do órgão de Corti, a tectorial forma um teto sobre a estrutura, e a reticular está no meio, apoiando as células ciliadas. As células ciliadas fazem sinapses com neurônios cujos corpos celulares estão no gânglio espiral, dentro do modíolo. As células do gânglio espiral são bipolares, com os neuritos estendendo-se para as partes laterais e basal das células ciliadas, onde essas estabelecem conexões sinápticas. Os axônios do gânglio espiral entram no nervo vestíbulo-coclear (VIII nervo craniano), o qual se projeta aos núcleos cocleares no bulbo. A transdução pelas Células Ciliadas. Quando a membrana basilar movese em resposta a um movimento do estribo, toda a estrutura que sustenta as células ciliadas movimenta-se, pois a membrana basilar, os pilares de Corti, a lâmina reticular e as células ciliadas estão rigidamente conectadas entre si. Essas estruturas movem-se como uma unidade, como um pivotante em direção à membrana tectorial ou afastando-se dessa. Quando a membrana basilar move-se para cima, a lâmina reticular move-se para cima e na direção do modíolo. Inversamente, o movimento para baixo da membrana basilar faz com que a lâmina reticular mova-se para baixo, afastando- se do modíolo. Quando a lâmina reticular se move, aproximando-se ou afastando-se do modíolo, também o faz igualmente com relação à membrana tectorial. Pelo fato de a membrana tectorial firmar a extremidade dos estereocílios das células ciliadas externas, a movimentação lateral da lâmina reticular em relação à membrana tectorial desloca os estereocílios das células ciliadas externas para um lado ou para o outro. As extremidades dos estereocílios das células ciliadas internas também são deslocadas de maneira similar, provavelmente por serem empurradas pela endolinfa em movimento. Os estereocílios contêm filamentos de actina alinhados que os enrijecem, de modo que se inclinam como bastões rígidos, articulados apenas na base, onde se ligam à porção apical da célula ciliada. Filamentos transversais conectam os estereocílios de cada célula ciliada, entre si, permitindo que todos os cílios de uma célula ciliada se movam juntos, como uma unidade. Imagine, agora, uma onda sonora fazendo com que a membrana basilar se movimente entre as duas posições mostradas na Figura 11.13, e será possível visualizar como os estereocílios das células ciliadas são inclinados para um lado e para outro em relação à membrana tectorial. Os registros das células ciliadas indicam que, quando os estereocílios inclinam-se em uma direção, a célula ciliada despolariza, e, quando os estereocílios se inclinam na outra direção, a célula hiperpolariza (Figura 11.14a). Quando uma onda sonora causa o deslocamento dos estereocílios para um lado e para o outro, a célula ciliada gera um potencial receptor que despolariza e hiperpolariza alternadamente a partir do potencial de repouso de –70 mV Como a célula ciliada realiza a transdução de quantidades infinitesimais de energia sonora? Experimentos recentes revelaram que existe um tipo especial de canal de cátion, o canal TRPA1, nas pontas dos estereocílios. Os canais TRPA1 integram a família de canais iônicos dos potenciais receptores transitórios (TRP). Outros tipos de canais TRP exercem funções críticas nas células gustativas e nas terminações nervosas sensoriais somáticas que transmitem sensações de calor e frio (ver Capítulos 8 e 12). É provável que os canais TRPA1 sejam induzidos a abrir e fechar pelo deslocamento dos estereocílios, gerando, assim, mudanças no potencial receptor da célula ciliada. Cada canal está conectado por um filamento elástico à parede do estereocílio adjacente. Quando os estereocílios estão aprumados, a tensão sobre essas conexões da ponta dos estereocílios mantém o canal em um estado parcialmente aberto, permitindo um pequeno escoamento de K+ da endolinfa para dentro da célula ciliada. O deslocamento dos estereocílios em uma direção aumenta a tensão sobre as conexões das pontas, aumentando a corrente intracelular de K+ . O deslocamento na direção oposta alivia a tensão sobre as conexões das pontas, permitindo, desse modo, que o canal se feche completamente, prevenindo o influxo de K+ . A entrada de K+ na célula ciliada causa uma despolarização, a qual, por sua vez, ativa os canais de cálcio dependentes de voltagem. A entrada de Ca+2 dispara a liberação do neurotransmissor, provavelmente glutamato, o qual ativa os axônios do gânglio espiral,que estão em contato pós-sináptico com as células ciliadas. O fato interessante é que a abertura dos canais de K+ produz uma despolarização na célula ciliada, enquanto que a abertura dos canais de K+ hiperpolariza a maioria dos neurônios. A razão para as células ciliadas responderem diferentemente dos neurônios está na alta concentração de K+ na endolinfa, a qual produz um potencial de equilíbrio de K+ de 0 mV, comparado com o potencial de equilíbrio de –80 mV dos neurônios típicos. Outra razão para o K+ ser conduzido para dentro da célula ciliada é o potencial endococlear de 80 mV, o qual auxilia a criar um gradiente de 125 mV através da membrana dos estereocílios. Fisiologia da audição - Tortora Os seguintes eventos estão envolvidos na audição: 1- O pavilhão direciona as ondas sonoras para o meato acústico externo. 2-Quando as ondas sonoras alcançam a membrana timpânica, as ondas alternadas de pressão alta e baixa no ar fazem com que a membrana timpânica vibre para frente e para trás. A membrana timpânica vibra lentamente em resposta a sons de baixa frequência (tons baixos) e rapidamente em resposta a sons de alta frequência (tons altos). 3-A área central da membrana timpânica se conecta ao martelo, que vibra junto com a membrana timpânica. Essa vibração é transmitida do martelo para a bigorna e, então, para o estribo. 4- Conforme o estribo se move para frente e para trás, sua placa basal em formato oval, conectada através de um ligamento à circunferência da janela do vestíbulo (oval), faz vibrar essa janela. As vibrações na janela do vestíbulo (oval) são cerca de 20 vezes mais vigorosas do que aquelas na membrana timpânica porque os ossículos auditivos transformam eficientemente pequenas vibrações espalhadas por uma grande área superficial (a membrana timpânica) em vibrações maiores em uma superfície menor (a janela do vestíbulo [oval]). 5- O movimento do estribo na janela do vestíbulo (oval) provoca ondas de pressão no líquido da perilinfa da cóclea. Conforme a janela do vestíbulo (oval) é empurrada para dentro, ela empurra a perilinfa na rampa do vestíbulo. 6- As ondas de pressão são transmitidas da rampa do vestíbulo para a rampa do tímpano e, eventualmente, para a janela da cóclea (redonda), fazendo com que ela se projete para fora na orelha média (ver na figura). 7-As ondas de pressão atravessam através da perilinfa da rampa do vestíbulo, passam então para a membrana vestibular e se movem para a endolinfa dentro do ducto coclear. 8- As ondas de pressão na endolinfa fazem com que as membranas basilares vibrem, fazendo com que as células ciliadas do órgão espiral se movam contra a membrana tectória. Isso promove o dobramento dos estereocílios e leva em última análise à geração de impulsos nervosos nos neurônios de primeira ordem nas fibras nervosas cocleares. 9- As ondas sonoras de várias frequências fazem com que determinadas regiões da lâmina basilar vibrem mais intensamente do que outras. Cada segmento da lâmina basilar está “afinado” para um tom em particular. Como a membrana é mais estreita e mais espessa na base da cóclea (próxima à janela do vestíbulo [oval]), os sons de alta frequência (com tom alto) induzem vibrações máximas nessa região. Na direção do ápice da cóclea, a lâmina basilar é mais ampla e mais flexível; os sons de baixa frequência (de tom baixo) causam a vibração máxima da lâmina basilar naquele local. A altura do som é determinada pela intensidade das ondas sonoras. Ondas sonoras de alta intensidade promovem vibrações maiores na lâmina basilar, promovendo maior frequência de impulsos nervosos que chegam ao encéfalo. Sons mais altos também podem estimular uma quantidade maior de células ciliadas. Objetivo 2 - Elucidar as vias neurológicas sensitivas responsáveis pela audição e inervação. A Inervação das Células Ciliadas. O nervo auditivo consiste em axônios de neurônios cujos corpos celulares estão localizados no gânglio espiral. Assim, os neurônios do gânglio espiral, que são os primeiros na via auditiva a disparar potenciais de ação, fornecem toda a informação auditiva enviada ao encéfalo. Um fato curioso é que existe uma diferença significativa na inervação das células ciliadas internas e externas pelo gânglio espiral. Estima-se que o número de neurônios no gânglio espiral seja da ordem de 35.000 a 50.000. Apesar de as células ciliadas internas serem superadas em número pelas células ciliadas externas na proporção de 3 para 1, mais de 95% dos neurônios do gânglio espiral comunicam-se com um número relativamente pequeno de células ciliadas internas, e menos de 5% recebem aferência sináptica das células ciliadas externas mais numerosas . Conseqüentemente, um neurito do gânglio espiral recebe aferência de somente uma célula ciliada interna, enquanto cada uma dessas supre aproximadamente 10 neuritos do gânglio espiral. Com as células ciliadas externas a situação é inversa. Pelo fato de essas excederem em número às células do gânglio espiral, um axônio ganglionar espiral estabelece sinapses com várias células ciliadas externas. As células ciliadas externas parecem atuar como pequenos motores que amplificam o movimento da membrana basilar durante os estímulos sonoros de baixa intensidade. Devido a isto, as células ciliadas externas da membrana basilar são consideradas um amplifi cador coclear. A Anatomia das Vias Auditivas As aferências do gânglio espiral entram no tronco encefálico pelo nervo vestíbulo-coclear. No nível do bulbo, os axônios inervam o núcleo coclear dorsal e o núcleo coclear ventral ipsilaterais à cóclea, de onde os axônios originam-se. Cada axônio ramifica-se de modo a estabelecer sinapse em neurônios de ambos os núcleos cocleares. A partir desse ponto, o sistema torna-se mais complicado, e as conexões são menos compreendidas, pois existem múltiplas vias paralelas. Em vez de tentarmos descrever todas essas conexões, seguiremos uma via particularmente importante dos núcleos cocleares ao córtex auditivo. As células no núcleo coclear ventral projetam seus axônios à oliva superior (também chamada de núcleo olivar superior) de ambos os lados do tronco encefálico. Axônios dos neurônios olivares ascendem pelo lemnisco lateral (um lemnisco é um conjunto de axônios) e inervam o colículo inferior no mesencéfalo. Muitos axônios eferentes do núcleo coclear dorsal seguem por uma rota similar à via do núcleo coclear ventral, mas a via dorsal segue diretamente, sem parar na oliva superior. Embora existam outras rotas dos núcleos cocleares ao colículo inferior com outros núcleos de retransmissão intermediários, todas as vias auditivas ascendentes convergem para o colículo inferior. Os neurônios do colículo inferior enviam seus axônios ao núcleo geniculado medial (NGM) do tálamo, o qual, por sua vez, projeta-se ao córtex auditivo. Antes de analisarmos as propriedades das respostas dos neurônios auditivos, devemos fazer várias considerações: 1. Outras projeções e núcleos do tronco encefálico, além dos descritos anteriormente contribuem para a via auditiva. Por exemplo, o colículo inferior envia axônios não apenas para o NGM, mas também ao colículo superior, onde ocorre a integração das informações auditiva e visual e ao cerebelo. 2. Existem amplas retroações nas vias auditivas. Por exemplo, os neurônios do tronco encefálico enviam axônios que fazem contato com as células ciliadas externas, e o córtex auditivo envia axônios ao NGM e ao colículo inferior. 3. Os núcleos auditivos no tronco encefálico, com exceção dos núcleos cocleares, recebem aferência de ambos os ouvidos. Isso explica o fato clinicamente importante de que a única maneira na qual uma lesão no tronco encefálico possa resultar em surdez para um ouvido é se forem destruídos os núcleos cocleares (ou o nervo vestíbulo-coclear) de um lado. Propriedades das Respostas dos Neurônios na Via Auditiva Paracompreender as transformações dos sinais auditivos que ocorrem no tronco encefálico, devemos considerar primeiramente a natureza das aferências dos neurônios do gânglio espiral da cóclea. Pelo fato de a maioria das células do gânglio espiral receber aferência de uma única célula ciliada interna de uma localização determinada na membrana basilar, esses neurônios disparam potenciais de ação apenas em resposta ao som de uma faixa limitada de freqüência. Afinal, as células ciliadas são excitadas por deslocamentos da membrana basilar e cada porção da membrana basilar é sobremaneira sensível a uma determinada faixa de freqüências. ▼ CODIFICAÇÃO DA INTENSIDADE E DA FREQÜÊNCIA DO SOM ......... CÓRTEX AUDITIVO Os axônios que deixam o NGM projetam-se ao córtex auditivo através da cápsula interna em um arranjo denominado radiação acústica. O córtex auditivo primário (A1) corresponde à área 41 de Brodmann no lobo temporal. A estrutura de A1 e das áreas auditivas secundárias é, em muitos aspectos, similar às áreas correspondentes do córtex visual. A camada I contém poucos corpos celulares, e as camadas II e III contêm principalmente células piramidais pequenas. A camada IV, onde terminam os axônios do núcleo geniculado medial, é composta de células granulares densamente agrupadas. As camadas V e VI contêm principalmente células piramidais, em geral maiores do que aquelas das camadas superficiais. Analisaremos como esses neurônios corticais respondem ao som. Propriedades das Respostas Neuronais Em geral, os neurônios da área A1 de macacos (e supostamente em humanos) são sintonizados de maneira relativamente precisa para freqüência sonora e possuem freqüências características que cobrem todo o espectro audível. Nas penetrações de eletrodos realizadas perpendiculares à superfície cortical nos macacos, as células encontradas tendem a mostrar freqüências características similares, sugerindo uma organização colunar com base na freqüência. Na representação tonotópica de A1, as baixas freqüências estão representadas rostral e lateralmente, enquanto que as altas freqüências estão representadas caudal e medialmente (Figura 11.27b). As bandas de isofreqüência localizam-se mediolateralmente ao longo de A1. Em outras palavras, os neurônios dispostos em bandas que se estendem por A1 possuem freqüências características muito similares. Além da sintonia de freqüência que ocorre na maioria das células, alguns neurônios estão sintonizados para a intensidade, fornecendo uma resposta máxima a uma determinada intensidade de som. Mesmo nos neurônios de uma coluna vertical perpendicular à superfície cortical, pode haver considerável diversidade nos graus de sintonia de freqüência sonora. Alguns neurônios estão sintonizados de forma precisa para a freqüência, e outros estão fracamente sintonizados de maneira geral; o grau de sintonia não parece correlacionar-se bem com as camadas corticais. Além da A1, outras áreas corticais localizadas na superfície superior do lobo temporal respondem aos estímulos auditivos Objetivo 3 - Compreender as estruturas responsaveis pelo equilíbrio O sistema vestibular informa sobre a posição e o movimento da cabeça, provendo-nos com o sentido do equilíbrio, e auxilia na coordenação dos movimentos da cabeça e dos olhos e nos ajustes da postura corporal. O Labirinto Vestibular O sistema vestibular, assim como o sistema auditivo, utiliza células ciliadas para transduzir os movimentos. Estruturas biológicas comuns possuem freqüentemente origens comuns. Nesse caso, os órgãos do equilíbrio e da audição dos mamíferos evoluíram dos órgãos da linha lateral presentes em todosos vertebrados aquáticos. As linhas laterais consistem em pequenas fossas ou tubos ao longo das superfícies laterais de um animal. Cada fossa contém agrupamentos de células sensoriais similares às ciliadas, cujos cílios projetam-se para uma substância gelatinosa que se abre no meio aquático externo ao animal. A função das linhas laterais em muitos animais é detectar as vibrações ou mudanças na pressão da água. Nos mamíferos, todas as células ciliadas estão confi nadas em conjuntos de câmaras interconectadas denominadas de labirinto vestibular (Figura 11.28a). Já discutimos a respeito da porção auditiva do labirinto, a cóclea espiralada (Figura 11.6). O labirinto vestibular inclui dois tipos de estruturas com diferentes funções: os órgãos otolíticos, que detectam a força da gravidade e as inclinações da cabeça, e os canais semicirculares, que são sensíveis à rotação da cabeça. O propósito básico de cada estrutura é transmitir a energia mecânica, derivada do movimento da cabeça, às células ciliadas. Cada uma é sensível a um tipo diferente de movimento, não por diferenças nas células ciliadas, mas pelas estruturas especializadas dentro das quais estão dispostas as células ciliadas. Os órgãos otolíticos são um par de câmaras relativamente grandes, o sáculo e o utrículo, próximos ao centro do labirinto. Os canais semicirculares são as três estruturas em forma de arco do labirinto. Eles estão colocados em planos aproximadamente ortogonais entre si, o que signifi ca que existe um ângulo de cerca de 90 graus entre cada dois desses arcos. Os Órgãos Otolíticos O sáculo e o utrículo detectam mudanças no ângulo da cabeça, como também a aceleração linear da cabeça. Quando você inclina a cabeça, o ângulo entre os órgãos otolíticos e a direção da força de gravidade mudam. A aceleração linear também gera força em proporção à massa de um objeto. As forças decorrentes da aceleração linear são as do tipo que você encontra quando sobe ou desce de elevador ou em um carro, enquanto esse arranca ou pára. Ao contrário, quando um carro ou elevador move-se a uma velocidade constante, a aceleração é zero, de maneira que não existe nenhuma força além da gravitacional. Eis por que pode-se voar a 960 quilômetros por hora de forma estável em um avião e ainda sentir-se perfeitamente imóvel; o repentino pulo que se sente, contudo, durante uma turbulência aérea é outro exemplo das forças geradas pela aceleração linear e dos movimentos detectados pelos órgãos otolíticos. Cada órgão otolítico contém um epitélio sensorial chamado mácula, a qual está orientada verticalmente dentro do sáculo e horizontalmente dentro do utrículo quando a cabeça está aprumada. (Não confundir mácula vestibular com mácula retiniana, que são estruturas totalmente diferentes.) A mácula vestibular contém células ciliadas, que estão dispostas em uma camada constituída de células de sustentação, com seus estereocílios projetando-se para dentro de uma cobertura gelatinosa (Figura 11.29). Os movimentos são transduzidos pelas células ciliadas na mácula quando os feixes de estereocílios são defl ectidos. A característica especial dos órgãos otolíticos é a presença de diminutos cristais de carbonato de cálcio chamados de otolitos, de 1-5 μm de diâmetro. (Otolito em grego signifi ca “pedra do ouvido”.) Os otolitos estão incrustados na cobertura gelatinosa da mácula, próximos às extremidades dos feixes de estereocílios e são o elemento-chave para compreendermos a sensibilidade da mácula a inclinações. Os otolitos possuem densidade superior a da endolinfa circundante. Quando o ângulo da cabeça muda ou quando essa é acelerada, uma força (inércia ao movimento) é exercida sobre os otólitos que, por sua vez, atuam sobre a cobertura gelatinosa, movendo-a levemente e curvando, assim, os estereocílios das células ciliadas. Contudo, não é qualquer deslocamento do estereocílio que produzirá resultado. Cada célula ciliada tem um cílio especialmente comprido, o cinocílio. O deslocamento dos estereocílios em direção ao cinocílio resulta em uma despolarização, o potencial excitatório do receptor. O deslocamento dos estereocílios na direção oposta ao cinocílio hiperpolariza, inibindo a célula. A célula é especializada de forma seletiva à direção dosestereocílios. Se os estereocílios estão perpendiculares à direção preferencial, eles respondem fracamente. O mecanismo de transdução das células ciliadas vestibulares é essencialmente o mesmo que o das células ciliadas auditivas Os Canais Semicirculares Os canais semicirculares detectam movimentos de rotação da cabeça, como sacudi-la de um lado para o outro ou acenar, inclinando a cabeça para frente ou para trás. Os canais semicirculares também sentem a aceleração, assim como os órgãos otolíticos, mas de uma maneira diferente. A aceleração angular é gerada por movimentos rotacionais repentinos e constitui-se no estímulo primário para os canais semicirculares. As células ciliadas dos canais semicirculares estão agrupadas em uma camada de células, a crista, localizada dentro de uma protuberância do canal chamada de ampola (Figura 11.31a). Os estereocílios projetam-se para dentro da cúpula gelatinosa, a qual se estende no lúmen do canal dentro da ampola. Todas as células ciliadas na ampola possuem seus cinocílios orientados na mesma direção, indicando que todas essas fi cam excitadas ou inibidas conjuntamente. Os canais semicirculares são preenchidos com endolinfa, o mesmo fl uido do interior da cóclea. O deslocamento dos estereocílios ocorre quando o canal sofre uma rápida rotação sobre seu eixo como uma roda; à medida que a parede do canal e a cúpula começam a girar, a endolinfa tende a se atrasar em relação ao movimento, devido à inércia. O movimento mais lento da endolinfa exerce uma força sobre a cúpula, como o vento sobre a vela de um barco (Figura 11.31b). Essa força encurva a cúpula, que dobra os estereocílios que, por sua vez (dependendo da direção da rotação), podem estimular ou inibir a liberação de neurotransmissor das células ciliadas para as terminações axonais do nervo vestibular. Juntos, os três canais semicirculares de cada lado da cabeça auxiliam na percepção de todos os ângulos possíveis de rotação da cabeça. Isso é assegurado porque cada canal faz par com outro de mesma orientação do lado oposto da cabeça (Figura 11.28b). Cada membro de um par posiciona-se dentro do mesmo plano de orientação de seu correspondente e responde à rotação sobre o mesmo eixo. Entretanto, enquanto a rotação excita as células ciliadas de um canal, ela inibe as células ciliadas do seu canal correspondente contralateral. Os axônios vestibulares disparam em altas freqüências mesmo em repouso, de maneira que sua atividade pode ser aumentada ou diminuída, dependendo da direção da rotação. Esse sistema de “liga-desliga” – cada rotação causa uma excitação de um lado e uma inibição do outro (Figura 11.32) – otimiza a habilidade do encéfalo em detectar movimentos rotacionais. Vias Vestibulares Centrais e Reflexos Vestibulares As vias vestibulares centrais coordenam e integram as informações sobre os movimentos da cabeça e do corpo e as utilizam para controlar a eferência dos neurônios motores que ajustam a posição da cabeça, dos olhos e do corpo. Os axônios vestibulares primários do VIII nervo craniano fazem conexões diretas com o núcleo vestibular, no mesmo lado do tronco encefálico, e com o cerebelo (Figura 11.33). Os núcleos vestibulares também recebem aferências de outras partes do sistema nervoso, incluindo o cerebelo, e dos sistemas sensoriais somático e visual, combinando, desse modo, a informação vestibular aferente com os dados sobre o sistema motor e de outras modalidades sensoriais. O núcleo vestibular, que possui várias subdivisões, projeta-se, por sua vez, para vários alvos rostrais a esse, no tronco encefálico, e caudais, na medula espinhal (Figura 11.33). Por exemplo, os axônios dos órgãos otolíticos projetam-se para o núcleo vestibular lateral, o qual se projeta, então, via tracto vestíbulo-espinhal, aos neurônios motores espinhais que controlam os músculos dos membros posteriores, auxiliando na manutenção da postura (ver Capítulo 14). Essa via auxilia na manutenção da postura ereta corporal, mesmo no convés de um barco que balança. Os axônios dos canais semicirculares projetam-se ao núcleo vestibular medial, o qual envia axônios através do fascículo longitudinal medial para excitar os neurônios motores dos músculos do tronco e do pescoço que orientam a cabeça. Esta via auxilia no endireitamento da cabeça, mesmo quando o corpo esteja girando ou balançando. De maneira similar aos demais sistemas sensoriais, o sistema vestibular faz conexões com o tálamo e, então, com o neocórtex. Os núcleos vestibulares enviam axônios ao núcleo ventral posterior (VP) do tálamo, o qual se projeta para regiões próximas à representação da face, no córtex somatossensorial primário e na área cortical motora primária. Objetivo4 - Descrever a fisiologia do equilíbrio. TORTORA Existem dois tipos de equilíbrio. O equilíbrio estático se refere à manutenção da posição do corpo (principalmente a cabeça) em relação à força da gravidade. Os movimentos corporais que estimulam os receptores do equilíbrio estático incluem girar a cabeça e a aceleração e a desaceleração lineares, como experimentado quando o corpo é movido dentro de um elevador ou em um carro que acelera ou desacelera. O equilíbrio dinâmico é a manutenção da posição corporal (principalmente da cabeça) em resposta a movimentos súbitos como a aceleração ou a desaceleração rotacionais. Coletivamente, os órgãos receptores para o equilíbrio são chamados de aparelho vestibular; que incluem o sáculo, o utrículo e os ductos semicirculares. VIAS DO EQUILIBRIO A curvatura dos feixes pilosos das células ciliadas nos ductos semicirculares, no utrículo ou no sáculo promove a liberação de um neurotransmissor (provavelmente glutamato), gerando impulsos nervosos nos neurônios sensitivos que inervam as células ciliadas. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios vestibulares. Impulsos nervosos são transportados pelos axônios desses neurônios, que formam a parte vestibular do nervo vestibulococlear (VIII) (Figura 17.26). A maior parte desses axônios forma sinapses com os neurônios sensitivos nos núcleos vestibulares, os principais centros de integração com o equilíbrio, localizados no bulbo e na ponte. Os núcleos vestibulares também recebem informações dos olhos e dos proprioceptores, especialmente os localizados nos músculos do pescoço e dos membros, que indicam a posição da cabeça e dos membros. Os axônios restantes entram no cerebelo através dos pedúnculos cerebelares inferiores (ver Figura 14.8B). Vias bidirecionais conectam o cerebelo e os núcleos vestibulares. Os núcleos vestibulares integram informações provenientes dos receptores vestibulares, visuais e somáticos e enviam comandos para (1) os núcleos dos nervos cranianos – oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI) – que controlam os movimentos coordenados dos olhos e da cabeça, ajudando a manter o foco no campo visual; (2) os núcleos dos nervos acessórios (XI), que ajudam a controlar os movimentos da cabeça e do pescoço para a manutenção do equilíbrio; (3) o trato vestibulospinal, que transmite impulsos para a medula espinal para a manutenção do tônus muscular nos músculos esqueléticos, ajudando a manter o equilíbrio; e (4) o núcleo ventral posterior do tálamo e, então, para a área vestibular no lobo parietal do córtex cerebral (que é parte da área somatossensorial primária; ver áreas 1, 2 e 3, na Figura 14.15) que nos fornece a percepção consciente da posição e dos movimentos da cabeça e dos membros. Objetivo5 - Discorrer sobre as principais causas de perdas auditivas, diagnóstico, prevenção. (foco nas laborais) Há diferentes tipos de perda de audição. São chamados surdos os indivíduos que têm perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala através do ouvido. É possível classificar a deficiência auditiva de acordo com o grau de perda da audição, avaliada em decibéis(dB). A audição é considerada normal até 25dB; nos casos de perda entre 26 e 40dB a surdez manifesta-se como leve, moderada entre 41 e 55dB, moderadamente severa entre 56 e 70dB e severa entre 70 e 90dB. Pelo menos uma a cada mil crianças nascem surdos (surdez congênita) e muitos indivíduos desenvolvem problemas auditivos ao longo da vida, por causa de acidentes ou doenças (surdez adquirida). Infecções Entre os principais problemas que levam à perda da audição, estão as infecções, como a otite. Elas podem ser causadas por bactérias ou vírus, principalmente como sintomas de outras doenças: por exemplo, uma forte gripe ou uma alergia. Uma das infecções mais comuns é a otite média, que gera a infecção do ouvido médio, localizado atrás do tímpano. O acúmulo de líquido ou de impurezas na tuba auditiva, região ligada à parte posterior da garganta, facilita a inflamação, gerando um incômodo terrível. Perfuração do tímpano A perfuração do tímpano pode acontecer por meio de atitudes pouco saudáveis contra o órgão. Entre elas, podemos citar a limpeza com materiais pontiagudos, como tubo de caneta, grampo de cabelo e até hastes flexíveis. Vale lembrar que existem métodos mais saudáveis para manter o ouvido limpo e longe do excesso de cera. No entanto, a causa mais comum da perfuração do tímpano também é a otite média, em razão das infecções. O paciente sente uma intensa dor e sofre com sangramentos, coceira, zumbidos, diminuição da audição e presença de secreções amarelas. A dica é procurar um médico no momento em que os primeiros sintomas começarem a aparecer. Uso indevido de tecnologias Mesmo sendo muito úteis no dia a dia, as novas tecnologias também podem ser vilãs da nossa saúde, caso não sejam utilizadas com cuidado. Entre as ferramentas mais modernas, estão os fones de ouvidos. Hoje, existem modelos que transmitem sons em volumes altíssimos e com a possibilidade de duração por horas, inclusive fones autônomos, que salvam as músicas em suas memórias internas. Por isso, quem curte correr, caminhar ou fazer musculação com o som em alto volume deve tomar muito cuidado. A orientação é sempre manter o volume em uma escala agradável. Essa é uma das principais causas da perda auditiva entre os jovens. É uma situação que só pode ser corrigida por meio do uso de aparelhos auditivos. Muitos smartphones, quando conectados a fones de ouvido, alertam para o volume que pode ser prejudicial. Portanto, vale a pena seguir essa indicação. Caso o som seja percebido por quem está ao seu lado, também acenda o sinal de alerta. Previna-se! Barulho intenso no trabalho Outra causa da perda auditiva é a exposição a barulhos intensos no ambiente de trabalho, como aqueles provenientes de máquinas, soldas, furadeiras, guitarras, baterias, baixos e afins. É dever dos supervisores garantir que todos os profissionais façam uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que são utensílios (como máscaras, óculos e cinto de segurança) usados por quem atua em profissões que possam oferecer algum tipo de risco à saúde física. O protetor auricular faz parte dos EPLs. O seu formato e o tecido de silicone protegem a audição de altas atenuações e garantem o conforto do trabalhador. Quais são os principais sintomas da perda auditiva? A nossa audição muda conforme o tempo. Entre o “escutar tudo muito bem” e o “ouvir absolutamente nada”, há um espectro extenso, com diferentes níveis de perda auditiva. Veja quais são os principais sintomas: ouvir sons fracos e difíceis de identificar: por exemplo, necessidade de manter o volume da TV muito alto e impossibilidade de escutar sons a distância; escutar e falar com dificuldade em meio a ruídos: dificuldade de manter uma https://comunicareaparelhosauditivos.com/otite-tipos-causas-tratamentos/ https://comunicareaparelhosauditivos.com/cera-de-ouvido/ https://comunicareaparelhosauditivos.com/cera-de-ouvido/ https://comunicareaparelhosauditivos.com/tipos-de-perda-auditiva/ https://comunicareaparelhosauditivos.com/produtos/ conversa em ambientes com grande fluxo de pessoas e impossibilidade de dirigir com segurança, por exemplo; manter conversas que sempre precisam ser conduzidas em um alto volume e com grande esforço; escutar apenas sons fortes: esse já é um sinal de perda auditiva severa, o que torna impossível escutar sem um aparelho auditivo. É importante se manter atento aos sinais que apontam para a perda auditiva. É dessa forma que se pode buscar uma ajuda especializada o mais cedo possível. https://comunicareaparelhosauditivos.com/deficiente-auditivo-pode-dirigir/ https://comunicareaparelhosauditivos.com/deficiente-auditivo-pode-dirigir/
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