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Edith Carvalho 1 Patologia Patologia DEGENERAÇÕES o São lesões reversíveis decorrentes de alterações que resultam em acúmulo de substâncias no interior da célula. o Degenerações são processos reversíveis quando o estímulo cessa, mas, em algumas situações, podem evoluir para a morte celular. o O acúmulo de substâncias pode reduzir ou interromper a função celular. CLASSIFICAÇÂO: 1. Degeneração Hidrópica 2. Degeneração Hialina 3. Degeneração Gordurosa 4. Degeneração Cálcica DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA o É o acúmulo de água no meio intracelular (citoplasma). o Representa o acúmulo de proteínas podendo ser dentro das células (forma de pequenos grânulos acidófilos ou aglomerados irregulares) ou fora da célula (no tecido conjuntivo fibroso e no interior dos vasos). o O nome hialino é devido ao aspecto homogêneo, com certa transparência e brilho (lembrando vidro) e de cor rósea. DEGENERAÇÃO HIALINA CELULAR – CORPÚSCULO DE RUSSEL o Observar os corpúsculos de Russel (acúmulo e cristalização de imunoglobulinas – material proteico no interior dos plasmócitos) que se caracteriza por uma estrutura arredondada, de aspecto fortemente róseo (ou eosinófilo) e homogêneo. DEGENERAÇÃO HIALINA DO CONJUNTIVO o Fragmento de tecido conjuntivo exibindo inúmeros cristais de colesterol, alguns com células gigantes justapostas. Em áreas focais, nota-se hialinização do conjuntivo (setas) caracterizada por focos de aspecto róseo, homogêneo e vítreo. Focos de hemorragia e hemossiderina também podem ser notados. Edith Carvalho 2 Patologia DEGENERAÇÃO GORDUROSA o É o acúmulo excessivo de gordura no citoplasma de células. ESTEATOSE o Acúmulo de lipídios no interior de células que metabolizam gordura, mas não armazenam. Ex: triglicerídeos; Esteatose hepática. LIPIDOSE o Acúmulo de gordura em células que normalmente não metabolizam nem armazenam gordura. Ex: cristais de colesterol. o Espaços geométricos com as pontas afiladas (espaço negativo do cristal de colesterol) dispersos no tecido conjuntivo. o No entorno de alguns cristais de colesterol podem ser observadas células gigantes multinucleadas. DEGENERAÇÃO CÁLCICA o Não é uma degeneração verdadeira pois é um evento pós-morte celular. o Deposição de sais de cálcio e outros sais minerais nas mitocôndrias de células necróticas. A calcificação distrófica pode estar presente no tecido pulpar com alterações regressivas. MORTE CELULAR o Morte celular programada é um mecanismo de eliminação de células através de um programa intracelular em respostas a condições internas ou externas da célula. o Os principais tipos são: Apoptose e Autofagia. TIPOS DE APOPTOSE SITUAÇÕES FISIOLÓGICAS: o Desenvolvimento embrionário. o Involução de tecidos dependentes de hormônios. o Morte de células que já cumpriram seu papel. o Resposta imunológica a um agente agressor. Edith Carvalho 3 Patologia SITUAÇÕES PATOLÓGICAS: o Lesões no DNA. o Hipóxia ou isquemia. Exemplos: 1. Desenvolvimento embrionário. o Ocorre a eliminação de tecidos transitórios por apoptose bem como a retração da cauda de girinos e a eliminação da membrana interdigital das patas de mamíferos. 2. Manutenção do número constante de células. o A apoptose garante que, no adulto saudável, o número de células se mantenha constante. 3. Morte celular na saúde e na doença. o Mecanismos de morte celular programada também atuam como uma defesa do organismo a ataques causados por vírus, bactérias e protozoários. o Células infectadas geralmente apresentam alta expressão de recptor Faz, sinalizando para o processo de apoptose. 4. Apoptose X Envelhecimento celular. o As células podem se dividir por número limitado de vezes, e este controle é feito pelas regiões terminais dos cromossomos (os telômeros). o A cada divisão, um pedaço desta terminação cromossomal é retirado, até que, em um certo momento, o cromossomo fica instável sem os telômeros. Assim a célula, ao se dividir, não duplica seu material genético de maneira correta, ativando a proteína p53. o Caso a p53 não consiga fazer o reparo, ela ativa a apoptose. APOPTOSE – CARACTERÍSTICAS o Diferentemente da necrose, a apoptose é um tipo de morte celular altamente organizado, tanto no núcleo quanto no citoplasma. o É também uma morte silenciosa, já que não induz resposta inflamatória do organismo. o Geralmente acomete células isoladas e é um processo catalisado por moléculas que possuem a função específica de ativá-la. o A apoptose se caracteriza por uma sequência de eventos bem previsíveis. 1. As células apoptóticas sofrem um drástico murchamento de sua estrutura, bem ao contrário do que acontece na necrose, em que as células incham; 2. A célula que entra em apoptose começa a perder as suas microvilosidades e a desfazer as junções as junções intercelulares; 3. A cromatina desta célula começa a condensar, concentrando-se na periferia do núcleo; 4. O citoplasma da célula apoptótica começa a sofrer violentas movimentações; 5. movimentações, dando impressão de que a célula está borbulhando; 6. O BLEBBING (borbulhamento) leva a célula apoptótica a fragmentar-se em diversos pedaços completamente selados por membrana; 7. As organelas também se fragmentam, mas sem nenhum tipo de extravasamento; 8. São observados fragmentos do núcleo carregando pedaços de cromatina hipercondensada que será fragmentada nas etapas posteriores do apoptose. MARCAÇÃO DE CÉLULAS APOPTÓTICAS: o Mudança na distribuição da fosfatidilserina na membrana de células em apoptose. Edith Carvalho 4 Patologia FUNÇÃO: o Marcação da célula para fagocitose o Inibição da produção de citocinas nas células fagocíticas. o Esses corpos apoptóticos, contendo pedaços de organelas e do núcleo, modificam drasticamente a composição da membrana plasmática, expressando no folheto externo o fosfolipídio FOSFATIDILSERINA que, em células viáveis de mamíferos, é encontrado somente no folheto interno. o FOSFATIDILSERINA – produção de citocinas nos corpos apoptocíticos APOPTOSE FASES DA APOPTOSE: 1. Ativação das caspases o Via intrínseca (mitocondrial) o Via extrínseca 2. Execução das caspases Algumas caspases de humanos 1. Caspases envolvidas na inflamação: o Caspase 1 (ICE), 4, 5 2. Capases envolvidas na apoptose: o Caspases iniciadoras: caspases 2,8,9,10 o Caspases executoras: caspases 3,6,7 ➢ Alvos de caspases executoras: → Lâmina nuclear (desestruturação do núcleo) → Endonucleases (degradação do DNA genômico) → Componentes do citoesqueleto → Proteínas de adesão célula- céllula VIA INTRÍNSECA OU MITOCONDRIAL o Moléculas pró-apoptóticas - CITOCROMO C →Citocromo C é reconhecido por uma proteína (Apaf1) o Moléculas anti-apoptóticas – FAMÍlIA BCL (BCL-2 // BCL-X) VIA EXTRÍNSECA RECEPTORES DE MORTE CELULAR (FAS-FAS LIGANTE) •GRANZIMAS INTERAÇÃ O LIGANTE- RECEPTOR GERA A ATIVAÇÃO DE CASPASES •PROCESS O DE FORMAÇ ÃO DE CORPOS APOPTÓ TICOS AS CASPASES DEGRADA M O DNA E PROTEÍNAS Edith Carvalho 5 Patologia AUTOFAGIA o O termo é derivado do grego “auto” (auto) e “fagia” (comer) e refere-se à via de degradação lisossômica que é essencial para a sobrevivência, desenvolvimento, diferenciação e homeostase. o Mecanismo de reciclagem do material intracelular através de sua degradação no lisossoma (em animais) ou nos vacúolos (em plantas e leveduras). o Mais de 35 genes relacionados ao processo (ATG). o Processo de controle de qualidade. Principais tipos: → Macroautofagia → Microautofagia → Autofagia mediada por chaperona MACROAUTOFAGIA: o É iniciada pela formação de uma membranaem torno de proteínas e organelas, designada de fagóforo. o Este pode ser originado a partir da membrana citoplasmática, do retículo endoplasmático ou da membrana mitocondrial externa. o A fusão das extremidades do fagóforo origina a formação de uma estrutura fechada com dupla membrana, o autofagossoma. o A membrana exterior do autofagossoma funde-se com um lisossoma, originando o autolisossoma. O seu conteúdo, é posteriormente degradado por enzimas lisossomais. MICROAUTOFAGIA: o A microautofagia, é uma via conservada desde leveduras a mamíferos, tal como a macroautofagia. o Na microautofagia, os componentes citosólicos são incorporados diretamente em lisossomas através de invaginações da membrana. AUTOFAGIA MEDIADA POR CHAPERONES o A (CMA) é apenas observada em células de mamíferos. o É mediada por chaperones específicas, que permitem a translocação de determinadas proteínas para o lúmen lisossomal através da membrana, por interação com o receptor LAMP-2ª, resultando no desenrolamento das proteínas e sua degradação. APOPTOSE VS AUTÓLISE o A apoptose permite a morte da célula de uma maneira elegante e controlada. o A indução do apoptose requer uma rede de sinalização complexa e amplificável dependente principalmente de caspases. o A autofagia permite o controle de qualidade dos componentes celulares. o Tanto a apoptose quanto a autofagia são processos fundamentais para o correto desenvolvimento e funcionamento do organismo. NECROSE o Morte celular não programada. o Caracterizada por desnaturação proteica e digestão enzimática da célula. o Ocorre liberação de enzimas lisossomais para meio extracelular promovendo inflamação e destruição do tecido. Edith Carvalho 6 Patologia TIPOS DE NECROSE 1. Necrose de Coagulação o É a forma de necrose tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada, por pelo menos alguns dias. o Os tecidos afetados exibem uma textura firme. o Supostamente, a lesão desnatura não apenas as proteínas estruturais mas também as enzimas, bloqueando assim a proteólise das células mortas. 2. Necrose de Liquefação o É caracterizada pela digestão das células mortas resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. o É observada em infecções bacterianas focais ou, ocasionalmente, nas infecções fúngicas. o O material é frequentemente amarelo, cremoso, devido à presença de leucócitos e é chamado de pús. 3. Necrose Gangrenosa o Não é um padrão específico de morte celular, mas o termo é usado comumente na prática clínica. o Geralmente é aplicada a um membro que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e que sofreu necrose, envolvendo várias camadas de tecido. 4. Necrose Caseosa o É encontrada mais frequentemente em focos de infecção tuberculosa. o Ao exame microscópico, a área necrótica exibe uma coleção de células rompidas ou fragmentadas e restos granulares amorfos encerrados dentro de uma borda inflamatória nítida. Edith Carvalho 7 Patologia 5. Necrose Gordurosa o É um termo bem estabelecido no vocabulário médico mas não denota um padrão específico de necrose. o Os ácidos graxos liberados combinam- se com o cálcio, produzindo áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis → saponificação da gordura 6. Necrose Fibrinoide o É uma forma especial de necrose observada em reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos. o Esse padrão de necrose ocorre tipicamente quando complexos de Ag- Ac são depositados nas paredes das artérias.
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