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ATIVIDADES LÚDICAS U m E - b o o k E d u c a t i v o ORIGENS E CONCEITOS 04 Introdução. 05 A origem dos jogos lúdicos e brincadeiras. 09 A importância do aprendizado lúdico. 11 O processo de aprendizagem experiencial. BRINCADEIRA E APRENDIZADO 26 Concepção de Vygotsky e Piaget acerca da aprendizagem. 30 A expressão e os gestos no ato de brincar. 33 Jogos lúdicos e faixas etárias. 38 Atividades lúdicas que auxiliam na psicomotricidade. Í N D I C E TIPOS DE JOGOS E BRINCADEIRAS 14 Brincadeiras que desenvolvem a coordenação motora. 21 Jogos de máscaras. 22 Brincadeiras e comportamentos. 23 O papel dos jogos lúdicos na Educação Infantil. ATIVIDADES LÚDICAS DIVERSAS 43 Jogos e brincadeiras educativas. 47 A dança como atividade lúdica. 49 Xadrez: jogo de aprendizado. 51 Conclusão. 52 Bônus interativo. 03 25 13 42 P Á G I N A S ORIGENS E CONCEITOS Unidade 1 Introdução Brincar está presente na maior parte do nosso tempo investido durante a infância. Além de ser divertido, o lúdico na aprendizagem pode ajudar tanto no campo cognitivo, quanto no psicológico, social e afetivo. Isso proporciona alegria e contemplação. Brincando, a criança socializa melhor, exercita a imaginação e, através disso, pode externalizar as suas angústias e dificuldades que não consegue expressar através de palavras. No presente e-book, buscaremos nos aprofundar um pouco mais sobre um campo técnico e de extrema importância na formação das nossas próximas gerações. A origem dos jogos lúdicos e brincadeiras Quando falamos da história dos jogos e brincadeiras, no geral, precisamos pensar em construções humanas que envolvem diversos fatores sociais, econômicos e culturais. Tais atividades surgiram em consequência da força de trabalho e do uso de ferramentas. Esta concepção teve influências marxistas e foi predominantemente alvo de análises de pesquisadores soviéticos como Elkonin (1998), Vygotsky (1984; 1990) e Leontiev (1988). Inevitavelmente, a brincadeira pode ser considerada uma das principais portas de entrada da criança para as suas experiências culturais. Neste sentido, a história, a cultura e a economia se fundem completamente fornecendo subsídios e símbolos sociais com os quais a criança se utiliza até se identificar com determinada cultura. Com o passar dos tempos, os jogos e brincadeiras tiveram um papel primordial na aprendizagem de tarefas e no desenvolvimento de habilidades sociais, necessárias às crianças para a sua própria sobrevivência. O jogo deve se apresentar como uma atividade que responde a uma demanda da sociedade em que vivem as crianças e da qual devem chegar a ser membros ativos. Manipular brinquedos é, acima de tudo, manipular símbolos. Por conta disso, nem sempre a criança vai fazer do brinquedo o uso que o adulto espera assim que o apresenta, devendo haver um processo de construção. Em outros tempos, o trabalho não tinha o valor que lhe atribuímos atualmente, tampouco ocupava tanto tempo do dia. Os jogos e brincadeiras eram os principais meios que a sociedade tinha para estreitar seus laços coletivos e permanecer unida. Isso se aplicava a quase todos os jogos e esse papel social era evidenciado principalmente em virtude da realização das grandes festas. Adultos, jovens e crianças se misturavam em todo tipo de atividade social, ou seja, no entretenimento, no exercício das profissões e tarefas diárias, no domínio das armas, nas festas, cultos e rituais. O cerimonial dessas celebrações não fazia questão alguma de distinguir as crianças dos jovens e os jovens dos adultos, muito em detrimento do fato de que esses grupos sociais estavam muito pouco definidos dentro de suas peculiaridades. Outro fator a ser ressaltado nessas festas era o seu caráter místico. Nas representações sagradas, encontrava-se em jogo um elemento espiritual bastante presente e importante na nossa história. O brinquedo e a atividade da criança nada mais eram do que uma ferramenta de trabalho modificada e uma adaptação da atividade dos adultos por meio desta ferramenta. A história do brinquedo e dos jogos ilustra toda uma representação de infância e à modificação da imagem da criança, acompanha a modificação de seus jogos e brinquedos, estando as suas relações organicamente vinculadas à da mudança do seu patamar na sociedade, não podendo ser compreendida fora desta ótica. Esse lugar nos dá a chave para a explicação de como os jogos e brincadeiras ocupam o seu desenvolvimento. A título de exemplificação, a criança indígena brasileira quando brinca de arco e flecha está manipulando uma atividade própria dos adultos e que ela terá que aprender muito cedo para a sobrevivência de sua comunidade. A natureza dos jogos infantis só pode ser compreendida pela correlação existente entre eles e a vida da criança na sociedade. A importância do aprendizado lúdico Lúdico nada mais é do que a forma de desenvolver a criatividade e os conhecimentos, potencializados pelos jogos, músicas, danças e brincadeiras. O intuito é educar se divertindo e interagindo com os outros. O lúdico está em suas diversas modalidades, como brinquedos, brincadeiras, jogos, acompanhando nossa trajetória de vida, do nascimento à terceira idade, contribuindo para a nossa saúde física e mental de forma integrada. Esse tipo de atividade traz benefícios, conhecimento e diversão para todas as faixas etárias, além de otimizar o aperfeiçoamento de nossas qualidades e a superação de nossas dificuldades. O aprendizado lúdico tem o objetivo de produzir conhecimento com prazer e diversão. Quem pratica esta atividade percebe que ela vem acompanhada de inúmeras brincadeiras para enriquecer nossa carga intelectual de forma prazerosa na educação. Nos jogos e brincadeiras, as crianças desenvolvem a coordenação, a atenção, a imitação, o sentido das regras, a imaginação e a memória. Quem brinca sabe que a alegria se encontra precisamente no desafio e na dificuldade. Letras, palavras, números, formas, bichos, plantas, objetos, comidas, músicas, todos são desafios que fazem as crianças refletirem sob diversos aspectos de aprendizagem. A maior evidência que temos sobre a dificuldade de levar o lúdico para a sala de aula está relacionada ao fato de que, durante muito tempo, coube aos alunos a tarefa de ficarem sentados em suas carteiras, obedientes, silenciosos e passivos, pois essa era tida como a receita para uma aprendizagem eficaz. Reconhecer o lúdico é reconhecer a linguagem dos nossos tempos, é abrir portas e janelas para novas formas de aprendizagem e descobertas de conhecimento. O processo de aprendizagem experiencial A maneira com que a criança brinca reflete em seu modo de agir. O lúdico na aprendizagem é capaz de desenvolver habilidades importantes, como atenção, imitação, memória e até imaginação. O cérebro humano se desenvolve por estímulos recebidos nos primeiros sete anos de vida. Por isso, é necessário incentivar todos os aspectos: cognitivo, motor e afetivo. A grande exposição tecnológica atual, estimula de maneira extremamente potente a área cognitiva, mas a criança não desenvolve a parte motora e afetiva. Por esse motivo, é indispensável que haja diversidade nas experiências proporcionadas. O desenvolvimento dos pequenos deve acontecer em equilíbrio, levando em consideração o indivíduo como um todo. Quando esta evolução acontece apenas em uma área, as demais ficarão deficitárias, causando a falta de equilíbrio que é totalmente prejudicial. Através de brincadeiras, a criança tem apoio para superar dificuldades de aprendizado. Dessa forma, aprender brincando melhora não só o rendimento escolar, mas o ganho no conhecimento, na comunicação e também no modo psicoemocional. TIPOS DE JOGOS E BRINCADEIRAS Unidade 2 Brincadeiras que desenvolvem a coordenação motora A infância tem papel determinante para outras etapas da nossa vida. A coordenação motora, por exemplo, representa um dos aspectos mais importantes para o desenvolvimento de um indivíduo. Situações que fazem parte do cotidiano da criança sãoessenciais para impulsionar esse conjunto de habilidades. O primeiro contato com objetos, os trabalhinhos do jardim de infância e a manipulação de pequenos itens significam as descobertas daquele pequeno universo para a criança. A partir dos três ou quatro anos, meninos e meninas começam a ter um certo controle de sua preensão (ato de pegar as coisas), do equilíbrio das pernas e tronco, embora ainda possam cambalear. As tarefas pedagógicas e as brincadeiras que fazem parte de sua vida exercem uma influência imprescindível no seu desenvolvimento. É válido ressaltar que para uma coordenação motora regular, o pequeno deve mexer, tocar, descobrir, movimentar-se. As brincadeiras, então, representam uma excelente oportunidade para que seus filhos possam colocar em prática as habilidades, cujos benefícios os acompanharão por toda a sua vida. A psicomotricidade é um exemplo. Há uma série de atividades lúdicas que podem ser realizadas não somente no ambiente escolar, mas também em casa. Portanto, pegue papel e caneta, anote nossas dicas e aproveite com o seu pequeno. Como o leque de opções é muito grande, podemos falar sobre alguns jogos e brincadeiras cujas características exercem o papel de desenvolvimento nas habilidades motoras da criança. Convidar outras crianças para as atividades pode ser um meio de desenvolver a coordenação motora promovendo a diversão, sendo o melhor caminho para todos eles. Massinha Sabe aquela famosa massinha que todos nós já brincamos um dia? Esse material oferece uma textura própria para que os pequenos amassem, enrolem, puxem e criem o que eles desejam. O trabalho exercido com os músculos das mãos é imenso. A criança se distrai tanto que nem percebe o exercício que realiza. Amarelinha Quem nunca brincou de amarelinha durante a infância? Todos nós sabemos como a atividade nos proporciona um maior controle das pernas, impulsionando o equilíbrio e a psicomotricidade em geral. Pega-pega Uma das brincadeiras mais clássicas da infância é uma das práticas mais benéficas para o corpo da criança. Os próprios movimentos já falam por si. Pular corda Atividade ideal para trabalhar a força dos membros inferiores, importantes para a locomoção. Pintura com tinta guache Atividade é ideal para a preensão do pincel e, consequentemente, o fortalecimento das mãos ao pintar ou colorir as imagens. Jogos de máscaras O principal objetivo dos jogos de máscaras é abordar a imaginação e a criatividade a favor da experimentação e comunicação da criança nesse espaço, oferecendo a elas a oportunidade de conhecer e criar em meio ao lúdico. Neste tipo de atividade, a socialização se desenvolverá considerando, por exemplo, as nossas festas típicas que encontram nos movimentos da música, dança e das atividades lúdicas, a sua concepção enquanto plataforma cultural, sendo uma forma de desenvolver sua linguagem, trabalhar seu raciocínio, ou até mesmo a coordenação motora. Elas têm origem na pintura corporal, sendo adotadas desde períodos pré-históricos com várias simbologias. O seu uso pode significar abrir mão de uma personalidade cotidiana para assumir as qualidades do personagem que ela irá representar. Serem intrinsecamente motivadas, sem que a criança seja forçada por fatores externos; Terem os seus próprios “meios” e “fins”, sendo um comportamento não voltado para metas; Não serem dirigidas por códigos de controle, se distinguindo dos jogos com regras. Durante as brincadeiras, as crianças impõem seus próprios significados aos objetos, indo além da descoberta de suas propriedades. Envolverem objetos transformados (a caixa de papelão que se torna um carro) e as pessoas assumem identidades não literais (a criança que se torna uma princesa famosa dos contos de fadas). Brincadeiras e comportamentos É incontestável que brincar se tornou uma atividade essencial na formação dos comportamentos humanos. As brincadeiras possuem características específicas como: O papel dos jogos lúdicos na Educação Infantil Neste cenário, os jogos lúdicos acabam assumindo diversas formas quando as crianças exploram as propriedades dos objetos para usá-los de forma lúdica. A brincadeira de “faz-de-conta”, por exemplo, é definida com uma alternativa à realidade representada mentalmente em um contexto de brincadeira. A brincadeira de luta é uma atividade física na qual as crianças interagem de forma que conotam a agressão, mas, de fato, é um “faz- de-conta”. É por meio dessas diversas formas de diversão que as crianças aprendem as habilidades que necessitam para estarem preparadas para as interações sociais, a escola e o mundo exterior. Por meio delas, as crianças aprendem a cooperar e a demonstrar um comportamento socialmente apropriado, além de inibirem comportamentos impulsivos e a planejarem reações mais adaptáveis Brincar é algo voluntário, espontâneo e alegre. As atividades de aprendizagem por meio de jogos e brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento social saudável das crianças. As crianças que brincam mais são mais autorreguladas, cooperativas, atenciosas, amigáveis e socialmente competentes. Elas apresentam comportamentos mais apropriados socialmente, habilidades de enfrentamento e sentem maior aceitação. Trabalhos recentes mostram um avanço promissor sobre como melhor incorporar as brincadeiras à vida das crianças na escola e no lar. É preciso haver mais pesquisas sobre como oferecer oportunidades de aprendizagem por meio de jogos e brincadeiras a partir do ensino fundamental, como também para crianças de contextos mais carentes. O objetivo é que eles tenham um papel central nas salas de aula da primeira infância e na vida de todas as crianças. BRINCADEIRA E APRENDIZADO Unidade 3 Concepção de Vygotsky e Piaget acerca da aprendizagem A teoria de aprendizagem de Vygotsky, psicólogo bielorrusso que morreu há mais de oitenta anos, tem uma ênfase importante no papel das relações sociais no desenvolvimento intelectual. Para ele, o homem é um ser que se forma em contato com a sociedade. “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”, afirma ao longo de suas importantes obras acerca do tema. Sua compreensão é a de que a formação se dá na relação entre o sujeito e a sociedade a seu redor. Assim, o indivíduo modifica o ambiente e este o modifica de volta. Dessa maneira, a interação que cada pessoa estabelece com um ambiente, a experiência pessoalmente significativa, é muito importante para ela. Por isso, a teoria de aprendizagem de Vygotsky ganhou o nome de sócio construtivismo e tem como temas centrais o desenvolvimento humano e a aprendizagem. Estudioso do processo de aprendizagem, Vygotsky defende que ela é resultante da atividade de cada pessoa e da reflexão que ela consegue fazer a partir daquilo. Ou seja, cada aluno é um agente ativo nesse processo. Dessa forma, o papel do professor consiste em guiá-lo enquanto fornece as ferramentas adequadas para que seu desenvolvimento cognitivo ocorra da forma mais apropriada possível. Assim, a função do profissional é conduzir o indivíduo até a aquisição do conhecimento. Afinal de contas, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter sempre a participação de um adulto. Depois que internaliza um procedimento, ela se apropria dele e o torna voluntário. O papel do educador, então, é ativo e determinante nesse processo de aquisição do conhecimento que ocorre por mediação, convivência, partilha e assim por diante até que diversas estruturas sejam internalizadas. Além de Vygotsky, outro estudioso do desenvolvimento humano, Jean William Fritz Piaget, foi biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, concluiu que tanto os organismos vivos podem se adaptar a um novo meio, quanto existe uma relação evolutiva entre eles e o ambiente. Assim, a criança reconstrói ações e ideias quando se relaciona com novas experiências proporcionadas pelo ambiente. Para ele, o conhecimento humano é construído a partir da interação entre o homem e o meio. Para adaptar-seao ambiente, o indivíduo deve equilibrar uma ação com outras ações. A base desse processo está na assimilação e na acomodação. De acordo com Piaget, para adquirir pensamento e linguagem, a criança passa por várias fases de desenvolvimento psicológico, do individual para o social. Assim, sua evolução mental ocorre a partir de sua interação com o meio, de forma lenta e em vários estágios. Em síntese, com relação as concepções de Vygotsky e Piaget acerca da aprendizagem, podemos notar uma diferença substancial quanto ao conceber desse processo de desenvolvimento. Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Com isso, ele minimiza o papel da interação social. Vygotsky, ao contrário, postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento. A expressão e os gestos no ato de brincar Quando as crianças brincam, observa-se a satisfação que elas expressam ao participar das atividades. Sinais de alegria, risos, excitação são componentes desse prazer, embora a contribuição do brincar vá além de impulsos parciais. É um libertar de emoções. Consequentemente, as emoções são importantes para a racionalidade. Na relação entre sentimento e pensamento, a faculdade emocional guia nossas decisões a cada momento, trabalhando de mãos dadas com a mente racional e capacitando, ou incapacitando, o próprio pensamento. A aptidão emocional é uma capacidade que determina até onde podemos usar bem quaisquer habilidades e linguagem incluindo a linguagem expressiva. Tomar o brincar como linguagem, no entanto, obriga-nos a diferenciá-lo do que se entende por linguagem verbal, por ser ele uma forma de linguagem fundamentalmente marcada pela expressão de imagens, gestos e ações. Enquanto jogo de imagens, gestos e ações, o brincar não pode ser considerado como um equivalente pleno das associações livres, por seu caráter de ambiguidade e imprecisão, por suas diferenças lógicas em relação à linguagem verbal. Para o que diz respeito ao processo psicanalítico, é necessário, portanto, ampliar sua definição, compreendendo-o como uma manifestação não linguística que é capaz de condensar sentidos, produzir associações, mas que proporciona fundamentalmente a articulação com o significante linguístico. Ao interagir com colegas ou manipular objetos, a criança desenvolve capacidade de construir referenciais de comunicação, pois, quanto maior o número de trocas com o meio, maior o repertório gestual e, por conseguinte, as possibilidades de comunicação por meio da linguagem corporal. As palavras são realidades, antes de se tornarem expressão dos desejos e instrumentos do pensamento, elas são, de início, o prolongamento do gesto. No bom emprego do corpo, que permite um bom emprego do tempo, nada deve ficar ocioso ou inútil: tudo deve ser chamado a formar o suporte do ato requerido. Um corpo bem disciplinado forma o contexto de realização do mínimo gesto. Uma boa caligrafia, por exemplo, supõe uma ginástica, uma rotina cujo rigoroso código abrange o corpo por inteiro, da ponta do pé à extremidade do indicador. O corpo da criança é a ferramenta pela qual ela interage com o mundo e o brincar é a estratégia mais usada e preferida para trocar experiências com o meio, vivenciando situações e estabelecendo contatos que a aproximem cada vez mais do viver em sociedade. Por meio dos movimentos, a criança faz uso de uma linguagem que tem valor insubstituível em suas primeiras relações com o mundo, que ajudam a construir sua personalidade, porém é substituída em prol da linguagem escrita que também possui fundamental importância, mas não pode ser priorizada como forma única e insubstituível de interação com o mundo. Jogos lúdicos e faixas etárias Embora qualquer atividade possa ser adaptada a todas as faixas etárias, é preciso sempre respeitar as características de cada idade. Características de 0 a 2 anos: Egocentrismo. Descoberta (tato, movimento, texturas, reproduzir sons, engatinhar, andar). Coordenação motora (abrir, fechar, empilhar, encaixar, puxar, empurrar, comunicar). Exemplos de atividades: Brincadeiras referentes à educação sensório motora (sentir/executar). Exploração, canto, perguntas e respostas, esconder. Características de 2 a 4 anos: Continuam com as características anteriores. Fantasia e invenção. Criatividade. Exemplos de atividades: Brincadeiras sem regras. Brincadeiras com regras simples. Utilização das formas básicas de movimento (andar, correr, saltar, rolar). Estimulação. Representação (imitação de situações conhecidas: escolinha, casinha, cantor, médico, motorista). Características de 4 a 6 anos: Muita movimentação. Começa a aceitar regras e a compreendê-las. Maior atenção e concentração. Interesse por números, letras, palavras e seus significados. O grupo começa a ter importância. Exemplos de atividades: Brincadeiras com ou sem regras. Atividades de muita movimentação. Representação. Características de 6 a 8 anos: Muita movimentação. Boa discriminação visual e auditiva. Atenção e memória. Aceita regras. Convive bem em grupo. Começa a definir seus próprios interesses. Despertar natural da competitividade. Exemplos de atividades: Brincadeiras. Alguns pequenos jogos. Atividades em equipes. Desafios (com os outros e consigo mesmo). Atividades de muita movimentação. Características de 8 a 10 anos: O grupo é cada vez mais importante. Memória plenamente desenvolvida. Raciocínio concreto e aquisição do raciocínio abstrato. Capacidade de reflexão (medir consequências). Exemplos de atividades: Brincadeiras. Pequenos jogos. Atividades em equipes. Atividades que envolvam estratégias. Atividades de raciocínio. Atividades de desafio. Atividades lúdicas que auxiliam na psicomotricidade A Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades motoras dos músculos e articulações. A coordenação motora grossa permite que a criança rasteje, ande, corra, salte, pule, suba e desça escadas. Já a fina dá a capacidade de usar os pequenos músculos em movimentos delicados, como escrever, pintar, desenhar, recortar, encaixar, montar e desmontar. Ela pode ser analisada segundo três pontos de vista: Biomecânico, dizendo respeito à ordenação dos impulsos de força numa ação motora e a ordenação de acontecimentos em relação a dois ou mais eixos perpendiculares. Fisiológico, relacionando as leis que regulam os processos de contração muscular. E pedagógico, relativo à ligação ordenada das fases de um movimento ou ações parciais e a aprendizagem de novas habilidades. Podemos sugerir como atividades essenciais: Cobrinha O responsável deverá fazer uma espécie de "cobrinha" com a corda, e a criança deverá saltar sem tocar nela. É possível variar com duas pessoas segurando a corda fazendo um leve balanceio de um lado para o outro. Minhocão As crianças deverão formar um túnel, o organizador distribuirá uma bexiga para cada fila. Depois do sinal, elas deverão passá-la de mão em mão. Vence a equipe que conseguir transportar a bexiga primeiro. Quebra-cabeça No processo de formação cognitiva de uma criança, os quebra-cabeças são importantes no desenvolvimento neurológico, psicomotor, capacidade de concentração, noção espacial e percepção visual. Abuse e use deles. ATIVIDADES LÚDICAS DIVERSAS Unidade 4 Jogos e brincadeiras educativas: Uma vez compreendido que as brincadeiras são parte importante do desenvolvimento da criança, pois as ajudam a entenderem o mundo em que vivem com bom humor, a interagirem com as outras crianças da mesma e de diferentes idades, é possível elencar uma série de jogos e brincadeiras que podem auxiliar o seu filho de modo pedagógico, no processo de alfabetização e na etapa de aprender a falar e como lidar com os desafios da linguagem. Atualmente, existe uma grande variedade de jogos para computador, jogos de videogame, jogos de tabuleiro,cartas e cards que envolvem objetos de todas as formas, além de filmes e desenhos que auxiliam na educação da criança. É preciso se manter atento quanto as brincadeiras que envolvem o dia a dia das crianças, dando todo o suporte e deixando à disposição tudo o que precisa para aprender coisas novas, como frases e números. Nesta unidade, elencaremos algumas brincadeiras que são educativas e ajudarão o seu pequeno no seu desenvolvimento pedagógico. Alfabeto de frutas Uma atividade excelente em aulas de português introdutório. Tudo que o responsável precisa fazer é falar, uma por uma, as letras que compõem o alfabeto e pedir que as crianças associem a uma fruta. Teatro de fantoches Crianças de diferentes idades adoram teatro de fantoches, seja participando ou assistindo. Vale ainda cada um fazer o seu próprio fantoche. Esta brincadeira ajuda muito na imaginação, gesticulação e fala. Jogo da Memória Esse é um dos jogos mais clássicos e um dos que a criançada mais gosta ainda hoje. O jogo da memória pode ser jogado em formato de tabuleiros e com cartas, auxiliando funções relacionadas à memória e ao aprendizado. A dança como atividade lúdica Muito mais do que um simples passatempo ou divertimento, a dança possui um grande valor voltado para o desenvolvimento da criança e do adolescente. Se uma criança na pré-escola teve a oportunidade de participar de aulas de dança, certamente, terá mais facilidade para ser alfabetizada. Ela consiste em uma expressão representativa da linguagem social que permite a transmissão de sentimentos, emoções, afetividade vivida e dimensões da religiosidade, do trabalho, dos costumes, hábitos, da saúde e etc. Devemos encará-la como uma prática da cultura corporal a ser desenvolvida de forma interdisciplinar na escola, fazendo parte dos programas da educação. Pode interagir com diversos campos de conhecimento, e sendo uma atividade de integração se adapta bem a qualquer disciplina. Nesse processo lúdico de aprendizagem, a dança deve proporcionar oportunidades para que a criança possa desenvolver os domínios do comportamento pela diversificação e complexidade do movimento como expressão histórico-social. A atividade de trabalho proposta deve ter como fundamento o movimento e sua contextualização, evoluindo no domínio do seu corpo, desenvolvendo e melhorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, formas, superação de suas limitações e condições para enfrentar novos desafios em relação aos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos. Xadrez: jogo de aprendizado lúdico A proposta pedagógica de inserir o jogo de xadrez no processo de ensino-aprendizagem visa preparar o aluno para que seja capaz de tomar decisões em situações que exigem o raciocínio rápido, e em busca de formar cidadãos íntegros através de uma atividade lúdica. A prática do xadrez desenvolve habilidades como: memória, concentração, planejamento e tomadas de decisões. O jogo possui um excelente suporte pedagógico visto que se relaciona com diversas disciplinas, tais como matemática, artes, história, geografia e etc. Na Matemática explora-se inicialmente o tabuleiro e a movimentação das peças associadas com a Geometria e suas dimensões. Nas Artes, exploram-se as formas das peças através do uso da argila, pintura, técnicas com materiais recicláveis. Na História, pode ser trabalhada a questão da origem do xadrez, a cultura dos seus povos e a relação entre aspectos sociais e políticos. Na Geografia, pode ser abordada a localização onde o jogo de xadrez era praticado. E, finalizando, quando se faz referência à ética, seria quanto à importância das regras e o respeito que deve existir para com o parceiro de jogo. É de fundamental importância que os responsáveis transmitam às crianças os objetivos de trabalhar com o jogo de xadrez desde a infância. Conclusão. Se analisarmos as famosas premissas de que "o brinquedo é um diálogo da criança com o seu meio" e que "não se pode escrever uma história dos povos sem uma história do jogo", perceberemos que o estudo das brincadeiras, possibilita o resgate de toda uma cultura infantil, configurada como parte da identidade de determinada sociedade. O presente E-book buscou detalhar as características lúdicas dos jogos e brincadeiras por acreditar que tais comportamentos caracterizam-se por atividades importantes na percepção cultural compreendida entre crianças, dentro de contextos sociais específicos. A constituição da cultura lúdica ao longo da história, interessa pelo fato desta ser uma construção humana, marcada por estreitas relações sócio-culturais particulares a cada sociedade. Conhecer tais determinações configura-se como tarefa imprescindível às pessoas interessadas na educação de crianças na atualidade RECORTE A MÁSCARA RECORTE O JOGO DA MEMÓRIA RECORTE E PINTE A MÁSCARA SOESCOLA.COM © 2015 | TODOS OS DIREITOS RESERVADOS | LEI Nº 9 .610 , DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. /soescola @soescola
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