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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO EVERALDO GONÇALVES SANTANA Fortaleza - CE 2021 A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA DEPRESSÃO: UMA REVISÃO DA LITERATURA Fortaleza – CE 2021 A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA DEPRESSÃO: UMA REVISÃO DA LITERATURA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Pitágoras – UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof. Theyson Viana Santana EVERALDO GONÇALVES SANTANA SANTANA, Everaldo Gonçalves. A Influência da prática de exercício físico na prevenção e tratamento da depressão: uma revisão da literatura. 2021. 22 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharel em Educação Física – UNOPAR, Fortaleza, 2021. RESUMO A depressão caracteriza-se por uma alteração psíquica e orgânica global, com mudanças que se refletem sobre a maneira de valorizar e perceber a realidade e a vida. A pessoa deprimida não apresenta vitalidade e associado a isso está o sentimento de tristeza, falta de confiança em si própria, sentimentos de culpa generalizados, pessimismo e descrença. O exercício físico vem colaborar para a melhora das funções intelectuais, reduzindo o tempo de reação para tarefas mentais com participação da memória, assim como melhora o estado de humor, a motivação e a autoestima. O objetivo deste trabalho de revisão bibliográfica é reunir informações a respeito dos conceitos de exercício físico, estresse e depressão discutindo os aspectos que os relacionam com a saúde físico/mental das pessoas. Palavras-chave: Depressão; Exercícios físicos; Benefícios a saúde. SANTANA, Everaldo Gonçalves. The influence of physical exercise practice on depression prevention and treatment: a literature review. 2021. 22 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharel em Educação Física – UNOPAR, Fortaleza, 2021. ABSTRACT Depression is characterized by a global psychic and organic change, with changes that reflect on the way of valuing and perceiving reality and life. The depressed person does not have vitality and associated with this is the feeling of sadness, lack of self-confidence, generalized feelings of guilt, pessimism and disbelief. Physical exercise contributes to the improvement of intellectual functions, reducing reaction time for mental tasks with memory participation, as well as improving mood, motivation and self-esteem. The aim of this bibliographic review work is to gather information about the concepts of physical exercise and stress and discuss the aspects that relate them to people's physical / mental health. Key-words: Depression; Physical exercises; Health benefits. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................8 2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA............................................9 3. OBJETIVOS 3.1. GERAL........................................................................................................9 3.2. ESPECÍFICOS............................................................................................9 4. JUSTIFICATIVA.................................................................................................10 5. METODOLOGIA E MÉTODOS.........................................................................11 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6.1. Exercício físico e a depressão.................................................................12 6.2. Benefícios das atividades físicas…..........................................................15 6.3. Exercício físico na prevenção e tratamento da depressão.......................18 7. CRONOGRAMA.................................................................................................21 8. RESULTADOS ESPERADOS............................................................................22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................23 8 1. INTRODUÇÃO Diante das características da sociedade atual, os alcances da modernidade e as diferentes pressões em cima das pessoas provocam um aumento representativo no nível de estresse e cansaço físico/mental. A polivalência e a ambição de crescimento no mercado de trabalho fazem com que as pessoas sofram alterações no funcionamento corporal dando como exemplos, a rigidez muscular caracterizada por tensões musculares, fraqueza muscular, lapsos de memória, irritabilidade, insônia e outros. A diminuição da aptidão física geral, principalmente relacionada à capacidade de resistência cardiorrespiratória, direciona a um quadro de complicações na realização de tarefas do cotidiano ligadas à vida profissional e à prática de atividades físicas e de lazer. O que propicia ao aumento das chances que o indivíduo tem para desenvolver problemas associados aos transtornos psiquiátricos, como ansiedade, o estresse, a depressão e alguns estados negativos de humor. A ansiedade, depressão e estresse estão relacionados, uma vez que dizem respeito a um conjunto de sentimentos e emoções que envolvem o ser humano na sua globalidade. O exercício físico é um importante aliado no tratamento da depressão, uma vez que proporciona benefícios físicos e psicológicos como a diminuição da insônia e da tensão, e o bem-estar emocional, além de promover benefícios cognitivos e sociais a qualquer indivíduo. Alguns estudos indicam que o efeito antidepressivo da atividade física pode ser verificado rapidamente, sendo que três semanas de algumas seções regulares são suficientes para se perceber a melhora no estado de humor em pacientes com depressão subclínica. Assim, o entendimento do exercício físico como recurso para que os indivíduos aproveitem suas vidas em harmonia, de forma mais saudável e intensa foi colocado em pauta nesta pesquisa. Neste sentido, a prescrição de exercícios físicos orientada para o aprimoramento das capacidades físicas e mentais se torna muito importante no processo de educação para o estilo de vida saudável, 9 2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA Dentre as estratégias de tratamento da depressão o exercício físico tem se mostrado uma boa alternativa não farmacológica com evidências que a inatividade física e a condição de sedentarismo representam uma séria ameaça ao organismo, provocando deterioração das funções corporais. Com base nas informações obtidas acerca da influência da prática de exercícios físicos na vida das pessoas, a presente pesquisa poderá oferecer esclarecimentos à cerca da relação exercício físico e a depressão, trazendo dados para possíveis inferências e intervenções para seu controle. É real a necessidade de maiores estudos sobre o assunto, visto que é uma temática relativamente pouco explorada na literatura. Devido a isso, tal achado poderá servir de subsídios para trabalhos posteriores que visem à análise aprofundada sobre o tema. 3. OBJETIVOS 3.1 GERAL Avaliar, por meio de uma revisão de literatura, a influência da prática de exercício físico na prevenção e tratamento da depressão. 3.1 ESPECÍFICOS Demonstrar como a prática de exercício físico, auxilia na diminuição dos sintomas da depressão; Relacionar benefícios dos exercícios físicos tanto nos aspectos bioquímicos quanto fisiológicos; Analisar através da revisão da literatura se o exercício físico atua positivamente ou negativamente no tratamento da depressão. 10 4. JUSTIFICATIVA A depressão é uma patologia que possui um grande impacto social, uma vez que se refletena capacidade individual e no convívio familiar. Considerada um problema de saúde pública é uma patologia muito recorrente nos últimos anos, e para seu tratamento geralmente são indicados medicamentos ou psicoterapias. Nos últimos anos estudos têm demonstrado que exercícios físicos também podem colaborar na melhora de quadros depressivos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo. Supõe-se que a depressão representará a segunda doença mais comum após as doenças cardiovasculares no ano 2030, que é ainda mais comum do que as doenças tumorais (KERLING, et al., 2016). No Brasil, os transtornos de depressão são responsáveis por uma enorme sobrecarga para os serviços de saúde, acometendo homens e mulheres ao longo da vida, respectivamente, 20% e 30% da população (OMS, 2017). A mesma é considerada uma das doenças do século, independentemente de idade, raça, sexo ou classe social. Sabe-se que a não execução ou diminuição das atividades físicas em geral direciona ao aumento das chances dos indivíduos desenvolverem doenças como osteoporose, hipertensão, doenças coronarianas, entre outras. Além disso, é visível o surgimento de transtornos psiquiátricos, como ansiedade, o estresse, a depressão e alguns estados negativos de humor (Abreu e Dias, 2017). Nota-se o crescimento das pessoas ingressando nas academias de treinamento físico, visto que tal atividade é considerada um fator importante para uma melhor qualidade de vida. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo apresentar, por meio de uma revisão bibliográfica, alguns conhecimentos sobre a importância da atividade física no tratamento e prevenção da depressão. 11 5. METODOLOGIA E MÉTODOS O presente trabalho consiste em uma pesquisa de revisão da literatura sobre a importância da atividade física no tratamento e prevenção da depressão, baseado em artigos e sites científicos de acesso livre. Foram realizadas buscas nas bases de dados SciELO, LILACS e Google Scholar publicados entre 2006 e 2021. Foram utilizados como descritores os termos “depressão”, “prevenção” e “exercício físico” disponíveis na língua portuguesa e inglesa. Para o presente estudo, não foram considerados artigos de revisão sistemática, artigos não disponíveis, monografias, dissertações e livros. Foram encontrados 651 artigos disponíveis na língua portuguesa e inglesa. A partir deles foram selecionados 51 artigos por título, e excluído o restante por serem artigos de revisão, artigos não disponíveis, monografias, dissertações e livros. Foram selecionados 21 artigos pela leitura do resumo e metodologia, dos quais 15 artigos foram incluídos nesta revisão e lidos na íntegra. Diante do levantamento de dados e análise dos conteúdos, o trabalho foi formado na expectativa de servir como também fonte de pesquisas para outros estudantes. Toda a coleta de artigos foi realizada no primeiro semestre de 2021 e teve como objetivo sistematizar os conhecimentos sobre atividades físicas na prevenção e tratamento da depressão. 12 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6.1 Exercício físico e a depressão Segundo Nahas (2006), se compreende por Atividade Física qualquer movimento corporal com gasto energético superior aos níveis de repouso, incluindo o exercício, atividades corporais no trabalho, lazer, esporte dentre outras atividades corporais e socioculturais que constituem os hábitos do homem moderno. Já o Exercício Físico consiste na prática de um tipo de Atividade Física dentro dos princípios da sobrecarga, periodização e sistematização de movimentos repetitivos, que visam o desenvolvimento, manutenção ou ainda a recuperação de uma capacidade ou componente da aptidão física (NAHAS, 2006). A atividade física é inerente aos seres humanos. Já, o exercício físico é uma opção aberta à escolha dos indivíduos. O exercício físico recebe caráter educativo, lúdico, recreativo, competitivo, estético, o que depende do espaço e objetivo pelo qual é tratado. É adotado, num conceito geral, como o usufruto das capacidades físicas de forma sistematizada, fazendo alcançar resultados baseados em diferentes objetivos. No decorrer do tempo, foi sendo introduzida no comportamento das pessoas a prática de exercícios físicos baseado em inúmeros estudos sobre os benefícios das atividades, as pessoas seguem esta ou aquela modalidade recreativa ou competitiva em busca de diferentes resultados e objetivos. O exercício físico é uma forma de atividade física planejada, estruturada e repetitiva que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, de habilidades motoras ou reabilitação orgânico- funcional (NAHAS, 2006). Segundo Aníbal e Romano (2017), a depressão é um transtorno mental comum e uma das principais causas de inabilidade nas pessoas. Os autores trazem dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que demonstra uma estimativa de que essa doença acomete mundialmente mais de 350 milhões de pessoas, tendo 13 casos de mais incidência nas mulheres. A caracterização dos principais sintomas nos pacientes são: tristeza, perda de interesse e prazer, sentimento de culpa, baixo autoestima, distúrbios do sono e/ou do apetite, fadiga e falta de concentração. Os autores apontam a atividade física como uma forma de tratamento paliativo para o tratamento da depressão, mas afirmam que essa intervenção não exclui as terapias convencionais, embora seja apontada por muitos pesquisadores como uma forma segura e equivalente à psicoterapia em níveis de eficácia, mas sem o desconforto dos efeitos colaterais dos remédios utilizados muitas vezes no tratamento da depressão e principalmente no custo deles (Aníbal e Romano, 2017). A ansiedade e a depressão, nas últimas décadas, foram temas amplamente investigados por cientistas da área da saúde e da educação, devido à grande influência destes sintomas no comportamento humano. Comportamentos estes que continuam a intrigar pesquisadores e indivíduos até os dias de hoje, devido à intensidade e influências que estes estados provocam na qualidade de vida e saúde do homem moderno. Segundo a American Psychiatric Association (2014), é durante a infância e a adolescência, mas principalmente no início da vida adulta, que a maioria dos transtornos depressivos e de ansiedade tendem a se manifestar. Muitas vezes tendo relação com questões culturais, abusos no uso de drogas ou medicamentos e incidentes ou situações vivenciadas nessa fase da vida ou nas fases de desenvolvimentos anteriores. A American Psychiatric Association (2014) reconhece que transtornos mentais nem sempre se encaixam totalmente nos limites de um único transtorno. Além disso, afirma que alguns dos domínios de sintomas, como os da depressão e ansiedade, envolvem múltiplas categorias de diagnósticos e podem refletir um grupo maior de transtornos. A mesma organização aponta como características comuns dos transtornos depressivos a presença do humor vazio, irritado ou triste normalmente acompanhado de alterações cognitivas que afetam significativamente o 14 comportamento do indivíduo variando entre si na duração, momento ou etiologia presumida. Aponta-se o Transtorno Depressivo Maior como condição clássica deste grupo de transtornos. Caracteriza-se por episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração envolvendo alterações nítidas no afeto, na cognição, em funções neurovegetativas e remissões interepisódicas. Em sua pesquisa, Oliveira (2018), mencionou estudos que demonstram que a atividade física pode ter um efeito protetor sob o risco de depressão. Parece haver uma relação inversa entre caminhada diária e sintomas depressivos. Seu estudo revelou que a intervenção com atividade física demonstrou ao longodo período de acompanhamento uma eficácia equivalente a grupos submetidos à intervenção com medicamento, porém sem o risco de reações adversas ou interações medicamentosas atribuíveis ao antidepressivo. Segundo Ribeiro (2008), a atividade física pode ser entendida como um tratamento psicossocial para a depressão que envolve mecanismos da autoestima e da auto eficácia, contribuindo cada um deles para a melhoria dos diferentes componentes da síndrome A contribuição do exercício físico ao bem-estar geral do organismo tem sido largamente reconhecido pela comunidade científica e pela população geral. O interesse tem sido voltado para o âmbito psicológico, no qual se busca conhecer os efeitos psicológicos do exercício físico e sua ampliação na prevenção e no tratamento dos transtornos mentais. Para isso, a participação no tratamento da depressão proporciona benefícios físicos e psicológicos como a diminuição da insônia e da tensão. Além disso, promove benefícios cognitivos e sociais a qualquer indivíduo. O exercício físico tem tido uma importante participação no bem-estar emocional. Alguns estudos indicam que o efeito antidepressivo da atividade física pode ser verificado rapidamente, sendo que três semanas de algumas seções regulares são suficientes para se perceber a melhora no estado de humor em pacientes com depressão subclínica. 15 6.2 Benefícios das atividades físicas Segundo Araujo (2007), é necessário considerar que a aptidão física envolve a participação de variados componentes motores, cada um recebendo diferentes estímulos mediante a realização de tipos particulares de exercício físico, e que a aptidão física relacionada a saúde contempla aqueles componentes motores cujo aspecto fisiológico pode oferecer alguma proteção aos distúrbios orgânicos provocados por um estilo de vida sedentário. Em termos biológicos, a função é a sobrevivência e a reprodução, mas em termos socioculturais a função é a melhoria da qualidade de vida. Araujo (2007) nos diz que a atividade física aeróbica traz benefícios principalmente para o coração e o cérebro. Nosso coração e a musculatura dos pulmões se contraem e relaxam incessantemente, fazendo com que a circulação do sangue e do ar aconteça em nosso organismo. A musculatura de nossos braços e pernas podem auxiliar nossos pulmões, vasos e coração na captação de oxigênio para o sangue, fazendo com que circule para todas as células do corpo. À atividade física responsável para este esforço cardiovascular é chamada aeróbica, dinâmica ou respiratório. Portanto, caminhar, nadar, pedalar são algumas das atividades que fazem parte deste universo. Ainda segundo Araujo (2007), nosso corpo leva um certo tempo para se ajustar às necessidades da atividade física na fase de aquecimento. Como existe uma escassez momentânea de oxigênio, nosso organismo precisa supri-la queimando proteínas ou carboidratos para produzir calorias. Os músculos bem alimentados possuem uma pequena reserva de carboidratos, responsáveis por mais da metade de todo consumo energético de uma atividade física. Da mesma forma que o oxigênio, nossas reservas de água e de glicose limitam a nossa capacidade de execução de um exercício. As fibras musculares queimam pouca proteína durante uma atividade aeróbica, cinco a dez por cento do consumo calórico total. Mas, quando sente a ausência de carboidratos, a elevação da queima de proteínas pelos músculos aumenta de forma surpreendente, ocasionando perda de massa muscular. 16 Arcos, Consentino e Reia (2014) discutem sobre os benefícios da musculação, nos dizendo que os efeitos vão além do que pensamos e salientam que em longo prazo a musculação, principalmente se feita diariamente, passa a dominar o paciente, de forma que, isso passa a ser um novo vício, ou seja, uma troca de um negativo por um positivo. Isso se deve a liberação pelo sistema nervoso central de endorfinas, que causam uma sensação de bem-estar, permanecendo por várias horas depois de encerrado o exercício. Com relação à queda hormonal que ocorre com o envelhecimento, uma das principais causas desses transtornos, em pessoas sadias o mais evidente ocorre no sistema nervoso central com neurotransmissores responsáveis pelo estado de humor que o exercício estimula. Os autores enfatizam que é comprovado que a musculação influencia tanto aspectos positivos relacionados à mente de um indivíduo, quanto aspectos físicos, que obviamente também estão inseridos com os aspectos neurológicos. A prática da musculação é capaz de estimular não só́ receptores diversos hormonais, mas também a produção de hormônios, os quais estão diretas ou indiretamente associados com os níveis de humor. Entre eles, pode-se citar a dopamina, a adrenalina, a noradrenalina, a serotonina e a própria insulina, que de maneira indireta auxilia nos níveis elevados de energia ao corpo. Além disso, a musculação está associada com níveis elevados de testosterona, hormônio esse que se estiver em baixa quantidade no organismo, também poderá́ facilitar para que os indivíduos venham a ter problemas emocionais. (Arcos, Consentino e Reia, 2014) Além de exercícios aeróbicos como corrida e anaeróbicos como a musculação, há outros tipos de atividades que auxiliam no combate ao estresse e da depressão, como por exemplo: a natação, boxe, yoga etc. Às vezes muitas pessoas que são diagnosticadas com depressão possuem dificuldade em interagir com outras pessoas, por isso há alguns exercícios que podem além de auxiliar no combate aos sintomas da doença, na interação com outras pessoas. Há exercícios dinâmicos e que são realizados em grupo, como o jump e outras aulas que também são praticadas em grupo, como a zumba. Essas aulas auxiliam na queima de gordura corporal e também auxiliam na produção de endorfina, além de trabalhar todo o corpo. 17 A natação é outro exemplo de uma atividade que pode auxiliar no combate a depressão, pois auxilia na questão do emagrecimento também, pois é importante destacar que os exercícios além das funções químicas e físicas que auxiliam no combate à doença ajudam na questão da autoestima das pessoas. A natação, por exemplo, traz variados benefícios para a saúde, como: não há restrição de idade, portanto, pessoas idosas que são diagnosticadas com depressão podem optar pela hidroginástica; fortalece a musculatura, reduz a gordura corporal; estimula a interação social, uma vez que as aulas são praticadas em grupos; aumenta a capacidade respiratória e diminui a insônia. A Yoga é uma atividade física que além de trazer aspectos positivos para o desenvolvimento físicos, como proporcionar maior flexibilidade das pessoas auxilia principalmente no desenvolvimento da mente através da concentração e da meditação. A Yoga auxilia no controle da pressão arterial, equilibra as emoções, corrige a postura, aumenta a disposição. Oliveira (2018) menciona que na última década, um crescente número de estudos tem demonstrado que a prática de Yoga pode promover efeitos favoráveis para o corpo e a mente, sendo encontrados efeitos físicos, como flexibilidade, força e resistência muscular, controle de variáveis fisiológicas, como dor, pressão arterial, respiração, frequência cardíaca e melhora do condicionamento físico; controle de variáveis psicológicas como ansiedade, depressão, estresse, fadiga e estados de humor, além de efeitos sociais, como mudança no estilo de vida. Ao atuar na inteligência emocional, o Yoga estimula a capacidade do discernimento, facilitando a diferenciação entre o real e o ilusório, ajudando o praticante a manter a tranquilidade e o equilíbrio físico, mental e emocional. Dentre alguns benefícios que a atividade física pode proporcionar estão a distração dos estímulos estressores, melhor qualidade de vida, melhora da capacidaderespiratória, o aumento de estímulos ao sistema nervoso central, na memória recente, funções motoras e a interação social, proporcionada pelo convívio com outras pessoas. Durante a realização de exercícios físicos, o organismo libera dois hormônios essenciais para auxiliar no tratamento da depressão, a endorfina e a dopamina. Ambos têm influência principalmente sobre o humor e emoções. 18 Ribeiro (2008) nos diz que atividade física regular apresenta efeitos benéficos contra doenças degenerativa tais como, doença coronária, a hipertensão e diabetes entre adultos mais velhos, além de reduzir o risco de desenvolvimento em individuo normal. Também é recomendada no tratamento de doença do estado emocional nociva bem como a depressão. Desta forma, o aumento do nível de atividade física regular traz resultados positivo na diminuição da morbidade e eventualmente da mortalidade da população em geral e particularmente entre os idosos. Os benefícios do exercício físico no combate a depressão, devem ser observados principalmente a partir dos benefícios que o mesmo traz para o sistema neurológico, uma vez que esse órgão atuará no corpo humano em relação ao combate dos sintomas da depressão. A maior produção de neurotransmissores, como a serotonina, e o aumento do número de sinapses previnem a atrofia do hipocampo, associada à depressão e ansiedade. 6.3 Exercício físico na prevenção e no tratamento da depressão O tratamento da depressão consiste frequentemente, do uso de medicamentos antidepressivos em associação com psicoterapias diversas e costumam ser elaborados por profissionais da área da medicina, psiquiatria ou psicologia. É nesse sentido que pesquisas recentes têm objetivado estudar e entender os possíveis benefícios do exercício físico como alternativa terapêutica na depressão e outras morbidades relacionadas à saúde mental (COSTA et al, 2015). Vários estudos relacionam a prática de atividade física ajuda a regular à melhora do humor. O cortisol é conhecido como o hormônio do estresse, uma vez em que nos momentos em as endorfinas têm efeitos positivos em alguns neurotransmissores assim como alguns medicamentos antidepressivos, reduz os níveis dos hormônios do stress, como o cortisol, alivia os sentimentos de ansiedade e agitação, aumenta a temperatura do corpo, promovendo a sensação de relaxamento, produzindo efeitos calmantes. Outros trabalhos também observaram que a prática de exercícios físicos orientado pode contribuir na redução dos escores 19 de depressão. Aníbal e Romano (2017), nos dizem que a atividade física auxilia no tratamento da depressão e destacam os diferentes tipos de benefícios, tais como os anatômicos, os relativos ao sistema nervoso, os cardiorrespiratórios, melhoria da capacidade física e psicológico. Os benefícios anatômicos são a regulação do peso corporal, melhora postural, além de uma melhora do equilíbrio corporal, podemos também citar benefícios fisiológicos, como a otimização do uso de substratos energéticos pelos tecidos. Quanto ao sistema nervoso é observado uma maior utilização de lipídeos, melhor regulação da glicose, além de relações hormonais e enzimáticas positivas. Em relação aos benefícios cardiorrespiratórios e cardiovasculares (melhora da capacidade aeróbia, aumento do débito cardíaco e volume de sangue, otimização da circulação sanguínea), preventivos de doenças relacionadas ao sedentarismo e a obesidade, melhora do sistema imunológico, Quanto as capacidades físicas existem; um aumento da força muscular, um fortalecimento das articulações, melhora do condicionamento físico, e consequentemente uma melhora no desempenho nas atividades de vida diária. Por fim além destes benefícios que são gerais para indivíduos que praticam atividade física, podemos destacar benefícios mais específicos para os indivíduos que se encontram em depressão, como psicológicos que melhora a autoestima e a percepção de auto eficácia, do humor e do bem-estar psicológico, distração, afastar pensamentos negativos, e sociais, como os ganhos sociais pela interação e convivência. Oliveira (2018) cita que os exercícios mais indicados são a caminhada e a corrida. No caso da corrida, por ser um exercício aeróbio de alta intensidade, ela facilita a produção de monoaminas cerebrais, além de promover efeitos psicossociais no combate do alivio dos sintomas da depressão. Por sua vez, Arcos, Consentino e Reia (2014) enfatizam que a prática da musculação faz com que o 20 indivíduo libere a serotonina, substância necessária no organismo para desempenharmos as funções do dia a dia, ela faz parte dos neurotransmissores do encéfalo, ou seja, ela faz a transmissão de dados entre neurônios. A comunicação entre os neurônios é importantíssima, pois é assim que podemos analisar o meio, além de conseguir dar as respostas imprescindíveis ao ambiente, como atos de sobrevivência, fuga, entre outras coisas. Aníbal e Romano, (2017), nos dizem que em relação a prática de exercícios físicos no combate a depressão, os estudos indicam um volume mínimo de 150 minutos de atividade física com intensidade moderada ou um mínimo de 75 minutos de atividade física com intensidade elevada, em períodos de pelo menos 25 minutos durante 3 a 5 dias por semana. Os programas aeróbios, como por exemplo, a caminhada, são os mais indicados e sua eficácia já está estabelecida na literatura. O tratamento e a prevenção da depressão por meio do exercício físico demonstram interessantes benefícios aos acometidos pela doença, principalmente diante da continuidade da prática física. Pode- se associar ainda, segundo a literatura, o exercício físico à adaptações comportamentais positivas no engajamento dos indivíduos em programas de treinamentos futuros e na manutenção dos esforços para a prática continua da atividade (VASCONCELOS-RAPOSO et al, 2009). Diante das possibilidades de tratamento, o exercício físico se destaca pela quase inexistência de efeitos colaterais diretos associados, relativa economia quando comparado às alternativas medicamentosas e terapêuticas e contribuição global na promoção de saúde do indivíduo, podendo ser utilizado tanto como complemento aos tratamentos convencionais, como substituto a estes em alguns casos leves da depressão (COSTA et al, 2015). Estudos tem mostrado a contribuição do exercício físico como terapia auxiliar às usuais, tendo impacto benéfico no quadro depressivo, e apontando ainda que a falta da atividade física estaria ligada a diversos tipos de depressão. Vasconcelos-Raposo et al, (2009) indicam que a atividade física esteja associada à melhora do quadro depressivo em sujeitos depressivos e melhora de 21 outros fatores de saúde. Para os autores, o exercício físico é uma potente ferramenta, principalmente, nos casos depressivos com sintomas leves e brandos. Contribuindo para a consolidação essa influência da atividade física em casos de depressão leves. De acordo com Costa et al (2015) a prática de exercícios físicos aeróbios na frequência semanal de 3 vezes demonstram melhores resultados que treinos semanais únicos na redução sintomatológica depressiva, sendo este tipo de exercício o mais eficiente no combate às variantes leves da depressão, em parte por promoverem uma maior adesão e continuidade no programa. Já os exercícios físicos de alta intensidade, podem não ser ideias para o tratamento depressivo, devido às possíveis correlações negativas com a dor e o cansaço. Adicionalmente, as atividades realizadas em grupo podem gerar efeitos benéficos adicionais, promovendo a socialização, senso de pertencimento ao grupo e maior envolvimento e adesão à atividade. 7. CRONOGRAMA ETAPAS Fev Mar Abr Mai Jun Elaboração do TCC 1 X X X X Revisão da Literatura X X X X Apresentaçãodo TCC 1 X X Conclusão da escrita da redação X Correção ortográfica X X X Previsão da primeira entrega X Entrega final do TCC 1 X 22 8. RESULTADOS ESPERADOS Com o aumento da expectativa de vida e consequente aumento da população idosa, a depressão passa a ser uma síndrome cada vez mais comum. Esse transtorno de humor pode apresentar sintomas como solidão, tristeza, isolamento social, entre outros. Vários estudos se propõem a examinar a eficácia dos exercícios físicos com sintomas depressivos, podendo ser eles combinados com intervenção medicamentosa ou não. A prescrição de exercícios físicos orientada para o desenvolvimento e aprimoramento das capacidades funcionais é um recurso de suma importância no processo de educação e motivação para o estilo de vida saudável. Já que, como foi relatado neste trabalho, existe um conjunto de evidências que abordam os efeitos dos exercícios físicos no tratamento contra os sintomas de depressão e a favor da qualidade de vida dos praticantes. Os resultados dos artigos analisados mostram que os exercícios executados em intensidade moderada e com predomínio no metabolismo aeróbio, como caminhada e exercício físico executados na intensidade tiveram os melhores resultados na diminuição dos escores de depressão. O exercício aeróbio de intensidade moderada atua positivamente no tratamento da depressão, diminuindo os seus sintomas em todos os níveis e para todas as faixas etárias. Dessa forma a prática regular de exercício aeróbio é um importante coadjuvante no tratamento da depressão. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, M.O.; DIAS, I.S. Exercício Físico, Saúde Mental e Qualidade de Vida na ESECS/IPL. Psicologia, Saúde e Doenças. Vol. 18. Num. 2. 2017. p. 512-526. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (Brasil).DSM-V, Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 948 p. ANDRADE, Ribeiro Talita. O exercício físico no tratamento da depressão: Uma revisão de literatura. Monografia. Universidade Estadual de Campinas. 2011. ANIBAL, C; ROMANO, L. H; RELAÇÕES ENTRE ATIVIDADE FÍSICA E DEPRESSÃO. Revista Saúde em Foco – Edição nº 9. 2017. Acesso em: 23 de setembro de 2018 às 18h50min. 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