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MEDICINA VETERINÁRIA É a primeira etapa farmacológica da anestesia. USADA EM QUALQUER PROTOCOLO ANESTÉSICO. Anestesia Geral = MPA + indução + manutenção. Anestesia Local = MPA + anestesia. É tudo o que é aplicado de 15 a 30 minutos antes da indução anestésica ou da anestesia propriamente dita. o Tranquilizantes ou sedativos/analgésicos o Antieméticos, anticolinérgicos (raro durante o MPA) Objetivos Acalmar o paciente* o Tranquilização o Sedação (pacientes agressivos) o Neuroleptoanalgesia (mais utilizado) Promover analgesia*. Promover indução e recuperação mais suave. Diminuir a dose dos anestésicos indutores e inalatórios. Diminuir secreção das vias aéreas e salivação. Suprimir vômito e regurgitação (pode haver efeito contrário em certos anestésicos se o jejum do paciente não estiver adequado – não muito utilizado). Reduzir os efeitos autonômicos adversos dos fármacos anestésicos e de certos procedimentos terapêutico. o Efeitos autonômicos = SNA simpático e parassimpático. Induzir bradicardia Alteração na liberação de secreção O SNA é dividido em SNA simpático e parassimpático. O mais perigoso na anestesia é o estímulo vagal induzido pelo parassimpático, porque produz bradicardia. Cirurgias que causam pressão no globo ocular e causam reflexo vagal através do reflexo oculocardíaco anticolinérgicos para evitar. Antibioticoprofilaxia 30 min antes do procedimento cirúrgico o Geralmente utilizadas cefalosporina de primeira geração – cefalotina IV. Vias de administração Animais de pequeno porte: IM o Manipular paciente depois de 15 - 20 minutos. Animais de grande porte: IV o Manipular paciente depois de 5 minutos. Efeito mais rápido por serem animais pouco colaborativos. Grupos farmacológicos Considerar: Espécie do paciente Estado geral Doenças intercorrentes Temperamento Tipo de procedimento Grau de sedação ou analgesia requerido Duração do procedimento Conhecer o medicamento Principais grupos utilizados Anticolinérgicos – desuso na MPA MEDICINA VETERINÁRIA Fenotiazínicos Butirofenonas Benzodiazepínicos Agonistas alfa-2-adrenérgicos Opióides Anestésicos dissociativos o Podem ser utilizados na MPA (menos utilizados – apenas para mais agressivos) o Indução o Manutenção (animais de grande porte) o Analgesia trans operatório. Na escolha do medicamento, é importante considerar a latência e duração do efeito, mecanismo de ação, vias de administração, efeitos desejáveis/indesejáveis, metabolização e excreção. Anticolinérgicos Quase não é utilizado na MPA. São utilizados para: Prevenir ou tratar a bradicardia induzida por tono vagal aumentado. Salivação. Secreções do trato respiratório excessivas. Fármacos: Sulfato de atropina (60 a 120 min) o 0,02 a 0,04 mg/kg IV, IM, SC, IT (intratraqueal) Glicopirrolato (120 a 240 min) o Não disponível no BR o 0,01 mg/kg IV, IM, SC Escopolamina/hioscina (30 a 40 min) o 0,1 a 0,2 mg/kg IV. o Tem propriedade analgésica associada a dipirona. o Usado em grandes animais tem menor impacto no TGI. o Aumenta a FC e tem efeito antiespasmódico. o Geralmente associada a dipirona. o Período de latência de 1 min IV e 5 min IM. Os medicamentos fazem um antagonismo competitivo com a acetilcolina Sem propriedades analgésicas e tranquilizantes. Medicação se liga a receptores colinérgicos muscarínicos e os bloqueiam, inibindo a ação da acetilcolina sobre as terminações colinérgicas muscarínicas e bloqueando o SNA parassimpático (diminui a FC e as secreções). o SNP = somático e autônomo. o SNA = simpático e parassimpático. o SNP somático e SNA parassimpático possuem acetilcolina agindo em terminações colinérgicas. o SNP somático Ach se liga a receptores nicotínicos. Atropina É utilizada quando se quer aumentar a FC. Efeitos farmacológicos. Taquicardia (pela inibição do vago). Doses diminuídas causam bradicardia NÃO USAR SUBDOSES. Diminuem secreção oral, faringeal, gástrica e respiratória. Broncodilatação Diminuição da motilidade gastrointestinal em equinos e ruminantes Aumento da viscosidade das secreções. Evitar uso de atropina em equinos (pode produzir cólica) e ruminantes (pode produzir Tranquilizantes Se da tiv os MEDICINA VETERINÁRIA timpanismo). Uso de escopolamina que não causa uma ação tão efetiva no TGI quando a atropina. É usada quando a FC estiver 40% abaixo da FC basal do paciente antes na anestesia. Pouco utilizada na MPA. Indicados para: Prevenção de bradicardia o Cirurgias oculares estimulam o reflexo oculocardíaco, onde há estimulação direta do nervo vago que produz bradicardia. o Cirurgias na região cervical (v. jugular, art. Carótida e n. vago). o Vísceras (possuem estimulação vagal e sua estimulação pode causar bradicardia). Diminuir secreções. Prevenção do laringo-espasmo e broncoconstrição Midríase É importante saber que o fármaco induz. Contraindicações: Animais com taquicardia pré-existente Equinos e ruminantes. Espécies que possuem a enzima atropinase (degrada mais rápida a atropina). o Gatos o Ratos o Coelhos. Atropina e escopolamina possuem apresentações na medicina humana e veterinária. Tranquilizantes Causam leve depressão no SNC e não possuem analgésico. Fenotiazínicos o Acepromazina mais conhecido e apenas de uso veterinário o Levomepromazina Humanos Forte ação antissecretória o Clorpromazina Humanos Atividade Anti-emética interessante Cuidar de animais hipotensos Butirofenonas o Azaperone Uso em suínos (não possuem receptor para outros fármacos – é o mesmo que o acepromazina) 1 a 4 mg/kg IM Duração de 1 a 3 horas Carência de 24 h para o abate. Benzodiazepínicos – muito utilizados na medicina humana como ansiolíticos. o Midazolam o Diazepam Fenotiazínicos Tranquilização leve. Se isolados, em animais de pequeno porte o efeito é menor e em animais de grande porte o efeito é melhor. São neurolépticos = associar com analgésico. Acepromazina (mais utilizada). Acepromazina leva a esplenomegalia, o que leva ao sequestro esplênico, onde há o aumento de sangue no baço e diminuição do sangue circulante, gerando uma diminuição do hematócrito. Contra indicado para doadores de sangue! Efeitos importantes: Hipotensão (bloqueio de receptores alfa-2 adrenérgicos), hipotermia e diminui limiar convulsivo. Possuem ação: MEDICINA VETERINÁRIA Termolítica Anti-histamínica (interessante uso em cirurgias de mastocitoma) Anti-emética Anti-sialagoga (diminui a produção de saliva) Antiarrítmica (ter cuidado com a causa da arritmia) Pode ser utilizada em gatos obstruídos (relaxamento visceral) Mecanismo de ação: Diminuição da síntese e liberação de dopamina no SNC (diminui a excitação + anestesia estável por diminuição da liberação catecolaminas). Age em outros locais do SNC causando efeitos extrapiramidais (pode causar potenciais excitatórios). Isso ocorre porque as vezes ele atua em locais do cérebro que não deveria atuar. Geralmente utilizados associados a analgésicos. Tem um intervalo de dose, assim, o aumento da dose não aumenta a tranquilização, mas aumenta os efeitos colaterais (hipotensão). Concentração de 0,2% (animais de pequeno porte) e 1% (animais de grande porte). Quanto maior a dose da acepromazina, maior a hipotensão. o Bloqueio dos receptores alfa-1- adrenérgicos que estão nos vasos sanguíneos e são receptores do SNA simpático. Produção de vasodilatação. Diminuição do limiar convulsivo (paciente predisposto a convulsionar). Efeitos colaterais Em grandes animais: sialorreia, cabeça baixa, alteração no quadrilátero de apoio, sialorreia, exposição peniana em machos(pelo relaxamento), ptose labial e palpebral. Também pode ocorrer sudorese no uso de agonistas alfa-2 adrenérgicos. Em pequenos animais pode ocorrer a exposição da terceira pálpebra. Hipotensão Convulsão. Não possui ação analgésica, mas potencializa ela. Não produz depressão respiratória, mas se administrada com fármacos que causam irá potencializar a ação. Contraindicações: Animais com hipotermia e hipotensão (CHOQUE DE GRAU MODERADO A GRAVE). Animais com histórico de epilepsia. Cães da raça Boxer (utilizar em doses menores pela sensibilidade aumentada) Uso em garanhões (há possibilidade de priapismo persistente). o Exposição peniana permanente raro, mas há relatos. Não usar em neonatos (maior risco de hipotermia). Doses Cães 0,02 IV a 0,1 mg/kg IM Gatos 0,05 IV a 0,1 mg/kg IM Equinos 0,05 IV a 0,1 mg/kg IM Ruminantes 0,03 a 0,05 mg/kg IV Tempo de duração = 2 a 3 horas. As doses maiores geralmente não são tão utilizadas = no máximo é até 0,05 mg/kg em cães e gatos e em grandes animais a 0,1 mg/kg isolada. Também existem em gotas (mais utilizada para transporte de cães e gatos). Pode ser utilizada na acupuntura. Em grandes animais tem efeito bom com ela isolada. MEDICINA VETERINÁRIA Benzodiazepínicos Tem ação ansiolítica e hipnótica: induz ao sono (humanos). São anticonvulsionantes. São tranquilizantes leves -mais que os Fenotiazínicos (veterinária). Porém, os benzodiazepínicos são melhores que os fenotiazínicos em questão de segurança (pelos efeitos colaterais). São miorrelaxantes (da musculatura esquelética). Produzem amnésia temporária. Os principais são Diazepam e midazolam. Geralmente não são utilizados em animais de grande porte. São utilizados como co-indutores. Mecanismo de ação Os medicamentos potencializam o GABA (principal neurotransmissor inibitório do SNC). Quando aplicados sozinhos por via IV esses medicamentos podem levar a disforia. Geralmente não são utilizados sozinhos em protocolo de MPA fazer a neuroleptoanalgesia. Não produzem analgesia. Não alteram os parâmetros cardiovasculares e respiratórios. São indicados para cardiopatas e idosos. Interessante o seu uso em animais epilépticos. Diazepam dura mais tempo que o midazolam. Midazolam tem uma melhor propriedade tranquilizante/poder hipnótico. Por via IM é melhor a escolha do midazolam (Diazepam é veículo oleoso e pode causar dor na aplicação). Diazepam Comprimidos e ampolas com 5 mg/ml Tem formulação oleosa A dose em cães e gatos é de 0,2 a 0,3 mg/kg IM Em equinos a dose é de 0,05 a 0,1 mg/kg junto com um agente indutor. O seu tempo de ação é de 2 a 6 horas. Midazolam É hidrossolúvel Tem uma meia vida mais curta (1,7 h) Pode ser usado como co-indutor Tem maior poder hipnótico A dose é de 0,2 a 0,3 mg/kg em cães e gatos por via IM. Resumindo... Benzodiazepínicos podem utilizados para MPA de animais de pequeno porte e indução de anestesia para qualquer espécie de animais. Na MPA são associados a opióides em animais idosos, cardiopatas, com histórico de convulsão ou debilitados. (Essa associação é a mais utilizada). BZD associados a cetamina (só entra na MPA de animais de pequeno porte para a cetamina não derrubar animais de grande porte) serve como MPA e indução de anestesia. Fornece sedação por via IM e tem uma adequada indução com relaxamento: indução por via IV. BZD associados com outros indutores como o propofol/etomidato reduz a dose do indutor, tornando-a mais segura. Reduz cerca de 25 a 50% do indutor. MEDICINA VETERINÁRIA Antagonista Os BZD apresentam antagonistas. Flumazenil é o antagonista. Tem alta afinidade pelos receptores BZD Reverte o efeito do BZD em 2 a 4 minutos via IV. Tem um período de ação de 60 minutos (pode ocorrer de após passar 1 h o BZD ocupe os receptores, assim o animal necessita ser monitorado com o tempo de ação do AGONISTA, pois ele pode precisar de mais doses do antagonista). A dose é de 0,02 a 0,1 mg/kg. Sedativos - Promovem depressão maior no NSC e tem efeito analgésico. Agonistas alfa-2 adrenérgicos Xilazina Detomidina Romifidina Medetomidina Clonidina o Lançada como descongestionante nasal, depois utilizada como anti- hipertensivos e depois foram utilizados na anestesia para produzir sedação e analgesia. Dexmetomidina o Utilizada como co-indutor Podem ser usados em protocolos de analgesia Opióides Morfina Meperidina Metadona Fentanil Derivados de butorfanol Buprenofina Nalbufina Tramadol Anestésicos dissociativos Cetamina Tiletamina Podem ser usados na MPA, na indução (co-indutor ou indutor), manutenção em animais de grande porte e protocolos de analgesia. Em relação a origem da dor, ela pode ser somática, visceral e neuropática. Dor Analgesia Somática – pele e musculatura esquelética Opióides, dissociativos Visceral – vísceras Opióides, agonistas alfa-2 adrenérgicos Neuropática – origem no sistema nervoso Opióides dissociativos Os melhores analgésicos sempre serão os opióides. Agonistas alfa-2 adrenérgicos São bons sedativos Proporcionam analgesia Causam bom relaxamento muscular. É utilizado em todas as espécies Podem ser utilizados isolados ou em associações com outros fármacos. o Opióides e/ou dissociativos Causam bradicardia importante Produzem pico de hipertensão seguida de hipotensão. Mecanismo de ação São agonistas (se ligam e ativam) dos receptores alfa-2 adrenérgicos (SNA). o SNA MEDICINA VETERINÁRIA Receptores alfa Receptores Beta Os receptores alfa podem ser 1 ou 2. O receptor alfa 2 é pré sináptico e pós sináptico Os receptores alfa 1 são apenas pós sinápticos. Os receptores pós sinápticos estão localizados nos vasos sanguíneos e quando ativados causam vasoconstrição. Os receptores pré-sinápticos ativados têm a função de fazer feedback negativo, ou seja, diminuir a liberação do neurotransmissor envolvido com o sistema. No caso do SNA simpático, a noradrenalina. o Há receptores do SNA simpático no SNC e na periferia. o Quando há ligação dos medicamentos nos receptores alfa-2 pré-sinápticos, no cérebro os efeitos são: Sedação, analgesia, miorelaxamento. Os efeitos colaterais podem ocorrer por ação central ou periférica. Diminuição do neurotransmissor simpático, diminuição do SNA simpático predomina ação do SNA parassimpático (efeitos colaterais). Bradicardia Hipotensão Esse é o mecanismo por onde ocorre a sedação, analgesia, miorelaxamento, bradicardia e hipotensão. A nível de periferia, os agonistas agem nos receptores pós-sinápticos. Localizados nos vasos Quando ativados causam o Vasoconstrição o Aumento da resistência vascular periférica isso gera uma hipertensão que estimula o parassimpático e que acaba piorando a bradicardia. Assim, a bradicardia ocorre de forma direta (central) pela ação nos receptores pré- sinápticos e de forma indireta pela ação nos receptores pós-sinápticos. O único medicamento que causa um efeito mais brando de hipotensão é a Dexmetomidina (é mais seletiva e utilizada em doses baixas). Efeitos cardiovasculares: Aumento da PA (vasoconstrição) seguida de diminuição na PA. Aumento do tônus vagal: diminuição da FC, produzindo bloqueio atrioventricular (bradicardia produz essa arritmia) Uso de anticolinérgicos evita a bradicardia, mas piora o aumento da RVP (resistência vascular periférica). Não é mais indicado. Outros efeitos causados: Hiperglicemia Aumento da diurese Relaxamento muscular (aborto) Diminuição da motilidade no TGI Induz vômito em cães e gatos Seletividade alfa-2:alfa-1 Se ligam aos receptores alfa-2, mas podem se ligar aos receptores alfa-1. Quanto maior a seletividade para receptores alfa-2, menos efeitos colaterais haverão. Doses menores. Xilazina 160:1 Romifidina 200:1 Clonidina 220:1 Detomidina 260:1 Medetomidina 1620:1 MEDICINA VETERINÁRIA Dexmedetomidina 1600:1 Representantes Xilazina Causa intensa analgesia visceral o Utilizada em equinos com cólica Poder sedativo maior o Induzir ataxia (incoordenação motora) Seu efeito é maior que o da romifidina. o Melhor utilizar Romifidina se necessitar movimentar o animal. Em grandes animais pode induzir salivação e sudorese. Uso isolado para exames como Rx. Concentração de 2% e 10% o IM ou IV Não tem indicação de uso de atropina com xilazina o Aumenta resistência vascular periférica Sem indicação de xilazina em dose alta o Cães e gatos 0,3 a 1 mg/kg o 0,5 a 1 mg/kg em equinos Ruminantes são sensíveis o 0,02 a 0,1 mg/kg Romifidina Indicada apenas para equinos Produz menos ataxia Seda menos que a xilazina, porém faz por mais tempo. Indicada em paciente com fratura de membros e procedimentos ortopédicos Dose o 0,08 a 0,1 mg/kg em equinos o 40 a 60 min Detomidina É mais seletiva Seda mais que a xilazina Menos efeitos colaterais que a xilazina Animais de grande porte o Equinos 10 a 20 ug/kg IV (pode ser utilizada em ruminantes) IM (40ug/kg) e IV e também em infusão contínua Na dose 10 seda menos que todas Dose 20 semelhante a xilazina, mas por período maior. Medetomidina Não utilizada na veterinária Dexmedetomidina É apenas o prefixo dex associado a Detomidina. Misturas racêmicas = medicamento com molécula com dois enantiômeros, que podem ser representados pelas letra R e S ou D e L Isso se em função da característica de um lado da molécula possa ser mais efetivo que o outro, assim há medicamento que possuem apenas essa metade da molécula (metade boa). É usada na MPA como co-indutor, protocolos de analgesia e associada MEDICINA VETERINÁRIA a anestésicos locais (prolongamento dos efeitos loco- regionais). Usada em animais de pequeno porte substituindo a xilazina o Cão 3 a 20 mcg/kg IM, IV, IN (intranasal) o Gatos 10 a 20 mcg/kg IM, IV, IN Evitar em cardiopatas e pacientes em choque. o Predomina efeito de aumento da resistência vascular periférica e hipertensão bradicardia e diminuição do débito cardíaco. o Diminui ação da noradrenalina (neurotransmissor do simpático). Efeitos cardiovasculares Bradicardia o Diminuição da noradrenalina circulante Vasoconstrição periférica o Aumento da resistência vascular periférica e estimulação do nervo vago. Bradicardia central e reflexa. Não causa hipotensão. o Pressão instável ou até aumentada (pelo aumento da resistência). Débito cardíaco = FC x VS (volume sistólico) PA = DC x RVP (resistência vascular periférica). Bradicardia por aumento de tônus vagal Vasoconstrição periférica Bradicardia reflexa por aumento na resistência vascular sistêmica Bradicardia intensa Diminuição significativa do DC Pressão arterial estável Possuem antagonistas. Efeitos bons e ruins revertidos. IOIMBINA Antagonista seletivo central e periférico, ou seja, reverte sedação e analgesia. 0,1 a 0,4 mg/kg IV Reverte efeitos da xilazina e Detomidina. o Menos seletivos ATIPAMEZOLE Reverte ação da dex Mesmo volume da dex o Em até 40 minutos. Metade do volume de dex o Passou de 40 a 90 minutos da aplicação de dex TOLAZOLINA Não muito utilizada. MEDICINA VETERINÁRIA Bloqueio atrioventricular - BAV Em um eletrocardiograma, um batimento cardíaco é representado por ondas P, complexo QRS e T. Onda P – despolarização atrial (sístole atrial) Complexo QRS – despolarização atrioventricular (sístole ventricular) Onda T – despolarização ventricular (diástole) Um bloqueio atrioventricular informa que há problema na condução do estímulo do átrio para o ventrículo. Tem 3 graus de bloqueio (arritmia) Agonistas alfa-2 adrenérgicos causam BAV de 1º e 2º grau. Atropina consegue reverter. 1º grau Estímulo passa do átrio para o ventrículo de forma mais lenta que o normal. Segmento PR aumenta. 2º grau Estímulo não consegue passar do átrio para o ventrículo. Sem formação de onda QRST. Onda P sozinha esporádicas. Batimentos normais predominam sobre a onda P. 3º grau Predomínio de ondas P isoladas. Incompatível com a vida Necessário marcapasso (sem tratamento medicamentoso). Opióides Indicação: analgesia e sedação para procedimentos clínicos e cirúrgicos. Melhores analgésicos que existem para dor aguda O mais indicado para dor crônica é a metadona. Derivados do ópio Se isolados não são bons sedativos Geralmente associados (neuroleptoanalgesia). Produz analgesia o Somática o Visceral o Neuropática Em pacientes sem dor pode induzir a excitação e hiperventilação. Mecanismo de ação Agem em receptores específicos (receptores opióides endorfina). Esses receptores estão no SNC e periferia. Em cargas dolorosas grandes o organismo libera endorfina, mas por pouco tempo. A endorfina se liga aos receptores que os opioides vão se ligar. MEDICINA VETERINÁRIA Os receptores podem ser: Mi ou receptores Op3 o Analgesia supraespinhal (encéfalo), depressão respiratória, sedação, euforia e dependência o Maior intensidade o Maior analgesia Kappa ou receptores Op2 o Analgesia espinhal (medula), sedação e ausência de depressão respiratória e causa menor dependência o Mais seguros Delta ou Op1, épsilon e sigma. o Pouco conhecimento. o Dependência química e propriedades alucinógenas. Opióides são divididos em grupos. Agonistas de receptores Mi: morfina, Meperidina, metadona, fentanil e derivados de fentanil, carfentanil e etorfina. Ativam todos os receptores Mi É o melhor Agonistas parciais de receptores Mi: buprenorfina Não consegue ativar todos os receptores Eficácia menor de efeito Agonistas receptores Kappa: butorfanol e Nalbufina Pode ser chamado agonista- antagonista o Antagonista de receptor Mi Falso opioide: tramadol Dupla ação de agonista receptor Mi e interferência com liberação de serotonina. Antagonista – naloxona Cortam efeito de qualquer opioide. Uso racional de opioides Opioide free sem opioide Opioide less doses menores. Agonistas receptores de Mi - Morfina É o mais antigo opioide e todos ou outros são comparados a ela, assim a morfina tem potência 1. Potência comparar a dose a ser utilizada com a dose de morfina para produzir o mesmo efeito. Maior (menos potente) Menor (mais potente) A morfina pode... Causar depressão respiratória. Dose dependente (quando maior a dose, maior a analgesia e também a depressão respiratória). Doses altas em cães é utilizada em animais com muitas fraturas e com muita dor o 0,5 mg/kg Causa bradicardia o Associada com atropina Doses altas de morfina podem causar excitação em equinos e felinos. o Diminuição de motilidade Pode ser utilizada IV em infusão contínua, via epidural e IM. o 0,1 a 1 mg/kg Efeitos colaterais: Vômito Defecação MEDICINA VETERINÁRIA Liberação de histamina Bradicardia Tempo de ação de 4 a 6 horas IM. Via epidural Analgesia trans e pós operatória. Tempo de ação de 18 horas Pode causar retenção urinária Agonistas receptores de Mi - Metadona Semelhante a morfina, porém: Não induz vômito Baixa liberação de histamina o Pode ser realizada IV em bolus Seda mais que a morfina Em pacientes cardiopatas pode diminuir o DC. Tempo de ação de 2 a 6 horas Cão 0,1 a 0,5 mg/kg IV, IM Gato 0,1 a 0,3 mg/kg IV, IM Utilizada quando a cirurgia é rápida e grau de dor é levea moderado. o OSH Opioide mais indicado para dor crônica Bloqueio de receptores Mi e NMDA (receptor que precisa ser ativado para ação do glutamato, que é o principal neurotransmissor excitatório do SNC). Meperidina (petidina) Tem ¼ a 1/10 da potência da morfina, ou seja, é menor potente que a morfina, assim a sua dose necessita ser maior (3 – 5 mg/kg) Uso exclusivo IM Liberação exacerbada de histamina por IV o Choque anafilático Em relação a morfina: vantagens... Não produz bradicardia (sem alteração da FC) Não induz vômito e defecação Menor depressão respiratória Em relação a morfina: desvantagens... Menor tempo até 2 horas Analgesia de menor intensidade. Metadona, morfina e Meperidina = mais utilizados nos procedimentos cirúrgicos. Agonistas receptores de Mi - Fentanil É 100 vezes mais potente que a morfina. Dose menor: 0,002 a 0,005 mg/kg IV, IM. Eficácia é melhor, mas dura pouquíssimo tempo: 30 min. IV (bolus e infusão) e IM. Pode ser feito por via epidural e ainda por via transdérmica adesivos (fazer tricotomia). Quando feito IV precisa ser lentamente para o paciente não ter parada respiratória ou bradicardia intensa e hipotensão Latência de adesivos é de até 18 horas interessante uso em internação. Pode produzir rigidez torácica. o Problemas para respirar Não é rotina inserir em protocolo de MPA Pode ser feito para analgesia de resgate o Paciente começa a manifestar dor na cirurgia o Necessário efeito rápido. Indicados para: Raio x (fraturas) Dor transoperatória MEDICINA VETERINÁRIA Indicado IM quando é necessário procedimentos rápidos e analgesia importante. Sufentanil, alfentanil e remifentanil Tem algumas vantagens em relação a hemodinâmica relacionado ao fentanil. São mais seguros que o fentanil o Bradicardia com mínimos efeitos hemodinâmicos Duram +/- o mesmo tempo que o fentanil Usados em protocolos de infusão contínua. É instável em altas temperaturas Carfentanil e etorfina são usados somente para captura de animais silvestres de grande porte (megavertebrados). Fentanil, Sufentanil, alfentanil e remifentanil podem ser utilizados em analgesia por infusão contínua. Fentanil – efeito residual (acumulativo) após 2 h de infusão. Latência de 3 minutos. o Não fazer em infusão longa. Sufentanil – efeito residual após 4 h de infusão. o Não é estável o Latência de 5 minutos. Remifentanil – não apresenta efeito residual. Latência de 3 min. o É o que mais se aplica em infusão contínua trans operatória. o A partir do momento que para a infusão, acaba a analgesia. Protocolos de analgesia associação de opioide com lidocaína e cetamina. MLK – morfina, lidocaína e cetamina. FLK – fentanil, lidocaína e cetamina. SUFLK – Sufentanil, lidocaína e cetamina. REMIFLK – Remifentanil, lidocaína e cetamina. DEXREMIFLK – Dexmetomidina, remifentanil, lidocaína e cetamina. Agonistas parciais de receptores Mi - Buprenorfina Pode ser feita IV, IM, SC 0,005 a 0,01 mg/kg Boa ação para gatos Uso em humanos (ruim de encontrar poucos veterinários usam). Latência longa 30 minutos para manuseio do animal. Longa ação: 8-12h. Analgesia pós-operatória de média intensidade. Agonistas de receptores Kappa – Butorfanol É antagonista de receptores Mi. Cavalos, cães e gatos. o Cães: 0,2 a 0,4 mg/kg o Gato e cavalo: 0,02 a 0,05 mg/kg o Associado a xilazina o IV Opioide veterinário. Boa sedação em gatos sem efeitos colaterais o Uso em doador de sangue. Boa analgesia. MEDICINA VETERINÁRIA Se liga a receptores Kappa (efeito) e Mi (bloqueio). o Não usar nenhum agonistas Mi, pois não farão efeito. Duração de 1 hora Não causa depressão respiratória Reverte efeitos dos agonistas puros. Boa analgesia visceral. Mais potente que a morfina. Agonistas de receptores Kappa – Nalbufina Bom efeito sedativo Utilizada em cães e gatos. Dose de 0,2 a 0,5 mg/kg o IV e IM. Todo agonista kappa é mais seguro. Indicada para dores leves a moderadas e analgesia visceral. Dura de 3 a 6 horas Duração de 3 a 6 horas. Falso opioide – Tramadol Fraca atividade em receptor Mi Inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina. Utilizada para analgesia pós- operatória de dor de intensidade leve a moderada É seguro Via IM, IV, SC e oral. Não funciona em cavalos Linha humana e veterinária. Funciona em gatos e está em discussão em cães. o 2-5 mg/kg Ação inferior aos agonistas totais Prescrito em receituário de controle especial. Indicação para analgesia: Pré-operatória: morfina, metadona, Meperidina, butorfanol e Nalbufina. Durante a cirurgia se o animal sentir dor: fentanil e derivados e butorfanol. Pós-operatória: tramadol e buprenorfina. Antagonistas - Naloxona É um antagonista competitivo de todos os receptores opioides Via preferencial IV Antagonista de efeitos bons e ruins. Tem efeito de 1 hora Monitorar animal pelo tempo do agonista. Está em discussão que se for utilizada apenas ¼ da dose, irá antagonizar apenas efeitos colaterais e manter a analgesia. Agentes dissociativos São antagonistas de receptor NMDA (receptores do neurotransmissor excitatório glutamato). Não é anestesia geral. Os representantes são a cetamina e tiletamina o Derivados de fenciclidinicos. o Dissociam o córtex o Sem resposta consciente o Sem depressão no SNC. Animal pode ficar acordado. Manutenção dos reflexos protetores (piscar, deglutir). MEDICINA VETERINÁRIA Produzem catalepsia (rigidez muscular). o Precisa ser associado a relaxante muscular se não for utilizada a tiletamina. Podem ser utilizados nas 3 etapas da cirurgia e protocolos de analgesia a depender da espécie. o MPA (cães e gatos em sedação pesada) o Indução (indutor e co- indutor) o Manutenção (triple trip equinos) São os sedativos mais pesados e os que mais sedam. o Não muito utilizados em MPA de grande porte para que o animal não caia (o que ocorre apenas na indução). Indicados em pacientes com choque hipovolêmico IV e IM. Efeitos sistêmicos Manutenção de reflexo protetor Rigidez muscular Taquicardia Hipertensão arterial (aumenta todas as pressões) Aumento da pressão intraocular e craniana Salivação Midríase Diminuição de limiar convulsivo (em pacientes com histórico de convulsão) Respiração apneustica (respiração do choro) Contraindicações Glaucoma e hipertensão Traumatismo craniano Convulsivos e cardiopatas Cetamina* Se apresenta em uma mistura racêmica e na cetamina S+ - dextrocetamina (maior analgesia e menor efeito colateral). Tempo de ação 40 minutos Sempre deve ser associada a um relaxante muscular o Benzodiazepínicos o Agonistas alfa-2 adrenérgicos o Pode incluir opioide Em espécies domésticas se usa a cetamina pura em bolus em apenas uma situação: analgesia trans-operatória. o Sub-dose 0,2 mg/kg IV o Mais utilizada em protocolos de infusão contínua. Cetamina + xilazina ou dexmedetomidina = analgesia completa de baixa intensidade e maior sedação. Cetamina + Diazepam ou midazolam = somente analgesia somática/neuropática e previne convulsão Em ambas associações pode-se incluir um opioide. Tiletamina - Zoletil ou telazol Só é comercializada associada o zolazepam (relaxante muscular). É muito potente Maior tempo de efeito que a cetamina Recuperação mais suave em gatos (excretada antes do zolazepam). MEDICINA VETERINÁRIA Principais associações cães e gatos: 1- Acepromazina ou benzodiazepínico ou dexmedetomidina + morfina ou Meperidina ou metadona ou Nalbufina ou buprenorfina ou butorfanol. 2- Acepromazina + cetamina ou midazolam + opioide 3- Cetamina+ benzodiazepínico pode incluir opioide 4- Dexmedetomidina + cetamina pode incluir opioide 5- Dexmedetomidina 6- Tiletamina + zolazepam Ruminantes 1- Xilazina ou Detomidina 2- Acepromazina + opioide 3- Xilazina + opioide Equinos 1- Acepram + xilazina, romifidina ou Detomidina 2- Acepram + butorfanol ou Meperidina ou morfina 3- Xilazina ou romifidina ou Detomidina isolados 4- Acepram isolado 5- Xilazina ou romifidina ou Detomidina + butorfanol ou Meperidina ou morfina
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