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Gravimetria Química Analítica Quantitativa > Gravimetria: técnica analítica baseada na medida de massa de uma substância, previamente separada de outros constituintes da amostra. > Gravimetria por Volatilização: baseado na volatilização do analito por ação de um agente físico ou químico. - Método de Volatilização Direta: o constituinte volatilizado da amostra é absorvido por um meio adequado, sendo o ganho de massa do absorvente utilizado na medida. - É possível medir a massa inicial do bicarbonato (Na2CO3) porque no final ele libera um gás. Assim, no trepe, onde há o carbonato de sódio e CO2, poderá ser medido o peso do trepe antes da reação e depois dela, encontrando a massa do analito alvo. - Método de Volatilização Indireta: baseado na medida da perda de massa da amostra pela volatilização de uma espécie. É mais simples do que o método direto. - Para medir a quantidade de água de um determinado sal. Pesa-se um sal, aquece-o, resfria-o e pesa novamente. Repete o processo 3x para ter certeza de que a água saiu. Ou seja, ocorre a evaporação de um volume conhecido de amostra de água até a obtenção de um resíduo seco. Assim, podemos medir a quantidade do sal sem a água (ou uma impureza se for o caso dela ser volátil). > Técnica de Pesagem por Diferença: utilizada para a pesagem de reagentes higroscópicos, ou seja, que absorvem água, como pela absorção de umidade, substâncias voláteis ou gás carbônico, e podem apresentar variação em suas massas. Gravimetria por Precipitação: > é uma técnica analítica que usa uma reação de precipitação para separar os íons de uma solução. A substância adicionada para causar a precipitação é chamada de precipitante ou agente precipitante. > ou ainda, é o tratamento da amostra com um reagente que forma uma substância pouco solúvel com o analito. Formação, separação e passagem do precipitado. Esse tipo de gravimetria depende do equilíbrio de solubilidade. > Relembrando Equilíbrio de Solubilidade: · Para que um eletrólito pouco solúvel precipite, é necessário que a solução passe pelo estágio de supersaturação. Solução supersaturada: contém uma quantidade de soluto dissolvida superior ao limite. · AgCl(s) Ag+(aq) + Cl-(aq) Fora do equilíbrio: [Ag+].[Cl-] = PI (produto iônico) PI < Kps não precipita solução insaturada PI = Kps prestes a precipitar solução saturada PI > Kps precipita solução supersaturada > depois de abrir a amostra (ex.: minério – pedra), com ácido forte ou fusão alcalina, obtemos um liquido (solução homogênea) onde há o metal (analito). Tratamos a amostra com um reagente que forma uma substância pouco solúvel com o analito, levando à precipitação. - A gravimetria de precipitação é baseada na formação, separação e pesagem do precipitado. > Precipitado para fins gravimétricos: · O reagente deve ser o mais seletivo possível, evitando varias etapas de separação. Ou seja, usar regente que precipite apenas um metal especifico. · A reação deve ser estequiometricamente bem definida. · A reação deve ser a mais completa possível. O equilíbrio deve estar deslocado para a formação dos produtos. · O precipitado deve ser pouco solúvel, evitando perdas na filtração e na lavagem para eliminação completa das impurezas. · O precipitado deve ser facilmente convertido numa forma química de pesagem adequada. · O precipitado deve ser facilmente separado por filtração e resistente a lavagens. > Características necessárias à forma de pesagem: · O precipitado deve ter uma composição química bem definida. · O precipitado deve ser estável (sem oxidar rapidamente, por exemplo). · O precipitado não deve ser higroscópico (capacidade de captar umidade – H2O – do ar). · Deve ter baixa temperatura de secagem, e, assim evitar perda do produto com altas temperaturas. · O precipitado deve ter alta massa molecular. Isso porque, há: Maior sensibilidade da balança Menor erro de pesagem Maior exatidão do valor da massa > Vantagens da gravimetria: · O analito é isolado do resto da amostra, podendo ser usado para outros fins (método preparativo), depois da pesagem. · Método com elevada precisão e exatidão (para um método clássico). · Instrumentação simples e barata. · O método é absoluto, não depende de padrões. > Desvantagens da gravimetria: · Execução demorada; · Não é aplicável à análise de traços – não tem sensibilidade para isso; · Perdas do precipitado nas etapas de transferência, filtração, lavagem e secagem podem comprometer precisão e exatidão. > Precipitado X Forma de pesagem: nem sempre o precipitado obtido está em uma forma adequada para a pesagem. Por exemplo, o precipitado pode não possuir uma composição química definida, podendo ter uma mistura; ou ainda, o precipitado pode não suportar o processo de dessecação ou secagem por aquecimento. > Quais são as características desejáveis ao precipitado? · Pouco solúvel, para uma maior e completa precipitação (quantitativa); · Especificidade considerável do agente precipitante (para haver poucas interferências); · Precipitado formado não deve ter tendência a ser contaminado com substâncias solúveis (evitar a co-precipitação por oclusão); · Insolúvel no solvente de lavagem; · Fácil de filtrar, de lavar e de ser convertido na forma de pesagem. > Quais as características são desejáveis da forma de pesagem? · Estabilidade (T; t; ...) · Não ser higroscópico; · Não ser volátil; · Apresentar massa molecular maior que a forma de precipitação (minimizar erros de pesagem). > Melhor precipitado possível para filtração: 1. A adição de um ligeiro excesso de agente precipitante (cerca de 10%) – neste caso, o ácido clorídrico, garante a precipitação “completa” devido ao deslocamento do equilíbrio (Princípio de LeChatelier) no sentido de formação do precipitado. Ao adicionar mais reagente, mais produto será formado. Isso melhora a exatidão da pesagem. - Agente precipitante seletivo: AgNO3 precipita em meio ácido com cloreto, brometo, iodeto e tiocianato. 2. Quando a solubilidade é muito pequena, é praticamente impossível evitar um valor momentaneamente alto do SSrel (graus de supersaturação relativa), dessa forma não há como evitar a formação de precipitados coloidais. Q = concentração do soluto (agente precipitante) “momentâneo” no início da precipitação S = solubilidade Relativa = baixo grau de supersaturação 3. Quando a solubilidade é maior, mais fácil controlar as condições de modo a produzir precipitados grandes e cristalinos. > Tipos de precipitados: cristalinos e coloides. - Os cristais são fáceis de trabalhar. Já os coloides não, visto que suas partículas são tão pequenas que podem atravessar os meios filtrantes convencionais (papel de filtro / membranas filtrantes). Ainda há os amorfos, que são formados por cristais minúsculos, dificultando o processo de filtração (torna-se lento) e reduzindo a recuperação. > Cristalino: - Grandes: · Mais favoráveis à análise gravimétrica · São densos e sedimentam rapidamente (precipitação eficiente) · São facilmente filtráveis e laváveis · Contaminação superficial pequena · São substâncias mais solúveis - Pequenos: · Agregados de pequenos cristais · São densos e sedimentam rapidamente · Filtração lenta · Os vãos existentes entre os agregados permitem o aprisionamento de impurezas - Precipitados finamente cristalinos (ou pulverulentos): · Constituem os agregados de finos cristais individuais; · São densos e sedimentam rapidamente. · Às vezes, oferecem dificuldades à filtração, pois a presença de pequenos cristais obriga o uso de filtros com poros pequenos e de filtração lenta. > Coloides: é classificado em grumosos e gelatinosos · São partículas muito pequenas, devido à área superficial elevada; estando mais sujeitos a contaminação. O precipitado tende a passar pelo filtro se não estiver floculado. · Floculação: processo de conversão de uma dispersão (precipitado) coloidal em um sólido filtrável. A floculação é resultado da aglomeração de partículas coloidais em agregados maiores que se sedimentam mais facilmente (se apresentam como uma massa amorfa, que é mais filtrável).A floculação é um processo reversível, o que é chamado de peptização. · Peptização: processo inverso à floculação. - Precipitados Grumosos: · Resultam da floculação de coloides hidrofóbicos – pouca afinidade por água; · Densos. Arrastam pouca água; · Floculação feita com adição de eletrólitos, aquecimento e agitação; · Cuidado na lavagem para evitar a peptização - Precipitados Gelatinosos: · Resultam da floculação de coloides hidrófilos; · Volumosos (consistência de flocos); · Arrastam muita água; · São difíceis de filtrar e lavar; · Floculação é feita com ligeiro aquecimento; · O aquecimento prolongado faz com que fique com consistência de limo e destrói os agregados. > Melhorando a condição de um precipitado: · Digestão: operação que consiste em deixar o precipitado recém formado em contato com a solução mãe durante um certo tempo, de forma a promover o ENVELHECIMENTO do precipitado, sem partir logo para a filtragem. · Envelhecimento: conjunto de modificações estruturais irreversíveis que levam o precipitado cristalino final numa forma mais perfeita. Isso dá oportunidade para o cristal expulsar as impurezas, aumentando a pureza do mesmo. · Aperfeiçoamento dos cristais individuais: processo dinâmico de solubilização (da impureza, que não tende a reprecipitar por ser solúvel) e reprecipitação da superfície do cristal (ex.: entrada do Ba2+ no cristal). Interferentes podem sair nesse processo assim como o crescimento do cristal. · Cimentação: quando duas partículas se juntam pela formação e crescimento de um núcleo que se forma entre os cristais originais. Esse novo cristal, maior, é melhor filtrado e lavado. · Maturação de Ostwald: pelo mesmo processo dinâmico de solubilização e reprecipitação do aperfeiçoamento de cristais individuais, quando existe um cristal grande e outro pequeno muito próximos, a “reprecipitação” do cristal pequeno ocorre no grande e dessa forma o grande aumenta de tamanho e o pequeno some. > Processo de Co-precipitação: ocorre quando o precipitado principal tende a carrear impurezas (que é preso ao reticulo), causando contaminação do precipitado, ou seja, um outro eletrólito se precipita junto. - Quanto maior for a velocidade de crescimento dos cristais, maior é a chance de imperfeições no cristal e do aprisionamento de impurezas. > Tipos de Contaminação de Precipitados: · Oclusão: Quando o precipitado aprisiona no seu interior material que não faz parte de sua estrutura. (Ex.: água, outras impurezas). Para solucionar isso, realiza-se a digestão ou/e dissolução e reprecipitação da amostra. · Isomorfismo: Quando íons de tamanho e carga similares são aprisionados na estrutura cristalina do precipitado. (Ex.: NH4+ e K+ são íons semelhantes). Para solucionar isso, realiza-se a digestão ou/e dissolução e reprecipitação da amostra. · Adsorção: Quando as impurezas estão adsorvidas (ou seja, retidas na superfície do precipitado). Para solucionar isso, realiza-se a lavagem. · Pós-precipitação: Quando o precipitado permanece em contato com a solução mãe (em digestão), uma segunda substância, também insolúvel, pode, lentamente, precipitar. Para solucionar isso, tenta-se otimizar a técnica para minimizar essa co-precipitação. > Método da precipitação: as etapas de uma análise gravimétrica Calcinação = reação química de decomposição térmica com remoção de gás. Origem: Transformação de calcário (CaCO3) em cal virgem (CaO), liberando gás carbônico (CO2). > a formação de um precipitado é um fenômeno físico e químico. - O processo físico consiste de: 1) Nucleação: formação de pequenas partículas do precipitado em uma solução supersaturada. É a formação do núcleo original do precipitado onde ocorrerá o crescimento do cristal em seu entorno. Se ocorrer apenas esse processo, o precipitado se torna muito pequeno. O número de partículas (e, portanto, o seu tamanho) da massa de precipitado, depende do número de núcleos formados. A nucleação depende da SUPERSATURAÇÃO. A supersaturação é uma situação onde a solução contém mais precipitado dissolvido do que pode estar em equilíbrio. Assim, na supersaturação, ocorre a geração de muitos núcleos, o que prejudica o crescimento cristalino porque talvez não sobre massa do precipitado para crescer em volta do núcleo. a) Nucleação espontânea: união natural de íons formando os núcleos iniciais do precipitado. b) Nucleação induzida: nucleação auxiliada pela presença de algum sólido (impurezas), descontinuidades nos recipientes, etc., ou seja, sequestra a impureza para ser o núcleo formador do precipitado. 2) Crescimento cristalino: ocorre em duas etapas: difusão de íons da solução para a superfície do núcleo do precipitado e depois, ocorre a deposição dos íons sobre a superfície dos núcleos do precipitado formando partículas maiores dele – de forma espontânea. · A Velocidade de Precipitação depende do Grau de Supersaturação: Q = concentração do soluto no momento que a precipitação se inicia S = concentração de equilíbrio (solubilidade do precipitado) Para uma supersaturação relativa pequena/baixa: ↓Q ↑S (denominador). Dessa forma é possível controlar a formação dos núcleos. > Técnicas de precipitação lenta ou precipitação de baixo grau de supersaturação: - Condições favoráveis à obtenção de precipitados formados por cristais grandes, uniformes e com baixo grau de contaminantes: · Soluções diluídas (tanto amostra como reagentes precipitantes) ↓Q · Adição lenta do reagente precipitante e agitação constante (para a gota de agente precipitante ser logo solubilizada na amostra) ↓Q · Precipitação feita à quente ↑S · A solução deve ter o menor pH possível ↑S A grande maioria dos precipitados são mais solúveis em meio ácido. - Técnicas de Precipitação Lenta: · Velocidade de precipitação depende de: Q - S/S · Precipitação a partir de soluções homogêneas. Isso é possível quando não se adiciona diretamente o AGENTE PRECIPITANTE sobre a amostra, mas ele é GERADO, LENTAMENTE, através de uma reação química, com uma velocidade compatível com a velocidade de crescimento cristalino. Assim, mantêm-se o GRAU DE SUPERSATURAÇÃO, o menor possível. Adiciona o agente precipitante na amostra em que ele não vá precipitar de início. Depois adiciona uma base, por exemplo, que vai incentivar a precipitação dele. Essa adição lenta provoca uma precipitação lenta e homogênea do agente precipitante, evitando a supersaturação. > Equipamentos: Solução com analito é sólida - Cadinho filtrante de vidro sinterizado (poroso): permite a filtração do precipitado, separando-o do solvente. - Mufla: é um tipo de estufa para altas temperaturas usada em laboratório. Ou seja, promove a secagem do precipitado. O material sai quente da mufla, por isso utiliza-se um dessecador de vidro. - Dessecador: recipiente fechado que contem um agente de secagem chamado dessecante (como a sílica gel). É utilizado para diminuir a umidade de alguma substância, além de resfriar a amostra. - Balança: utilizada para a pesagem do material, seja antes da adição da solução, ou seja, apenas da vidraria, seja depois da adição – antes do aquecimento e depois do resfriamento no dessecador. > Cálculos em gravimetria: - A análise gravimétrica envolve duas medidas de massa: a pesagem da amostra tomada para análise e a pesagem de uma substância de composição química definida derivada do constituinte desejado, ou seja, do analito. - A porcentagem em peso de um constituinte ou analito na amostra é dada por: MM = massa molecular ou massa atômica > Exemplo de cálculo: - Fator gravimétrico ou fator de conversão: é representado pela razão entre a massa molecular da substância procurada – analito (numerador) e a massa molecular da substância pesada (denominador). Quando o constituinte não é pesado na forma química em que o resultado será expresso, é necessário utilizar o fator gravimétrico para a forma desejada. > Exemplo de cálculo: - O que procuro: Fe3+ - O que obtive na precipitação: Fe2O3 > Exercício: Um minério contendo magnetita (Fe3O4) foi analisado pela dissolução de 1,5419 g de minérioem HCl concentrado, formando uma mistura de Fe3+ e Fe2+. Após a adição de HNO3 para oxidar Fe2+ a Fe3+, a solução resultante foi diluída com água e o Fe3+ foi precipitado como Fe(OH)3 pela adição de amônia. Após filtração o resíduo foi calcinado, originando 0,8525 g de Fe2O3 puro. Qual a percentagem de Fe3O4 na amostra de minério? Dados massa atômica: Fe = 55,845 e O = 15,9994 Sempre escrever as reações e balanceá-las. Temos 0,8240 g de Fe3O4 pp, mas o total da amostra desse minério tem a massa igual a 1,5419 gramas. A massa da amostra do minério é o total, ou seja, 100%. O percentual do que temos – uma porção da amostra, é 53,44%. Caroline Menezes Aula Gravimetria – Química Analítica Experimental II, Farmácia. Professor Henrique Marcelo G. P.
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