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SINDROME HELLP

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Hemólise, Aumento de Transaminases e Trombocitopenia 
• HELLP 
o H Hemólise 
o EL Elevação das enzimas hepáticas 
o LP Plaquetopenia 
• Uma forma grave de pré-eclâmpsia caracterizada por hemólise (H), enzimas hepáticas elevadas (EHE) e 
plaquetopenia (LP) em paciente gestante ou puérpera (geralmente dentro de 7 dias após o parto). 
• A hemólise é definida pela presença de anemia hemolítica microangiopática, sendo a alteração mais 
importante da tríade. 
• Esta síndrome, representada por aumento da TGO, anemia hemolítica por fragmentação de eritrócitos e 
baixas contagens plaquetárias, encontra-se associada a uma evolução clínica complicada. 
• A síndrome HELLP é uma complicação grave da gravidez, associada a alta morbimortalidade materna e 
perinatal. 
• Ocorre em cerca de 1 a cada 1.000 gestações e em cerca de 10 a 20% das pacientes com pré-eclâmpsia 
grave ou eclâmpsia e geralmente em brancas, multíparas e em grávidas com mais de 35 anos. 
EPIDEMIOLOGIA 
• A síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia) ocorre em aproximadamente 
1 a 8 a cada 1.000 gestações 
• A maioria dos casos acomete mulheres com gestação entre a 28ª a 36ª semanas, sendo a identificação 
correta dos sinais, sintomas e avaliação laboratorial de grande importância da determinação correta dos 
casos 
• Em gestações complicadas por pré-eclâmpsia, achados laboratoriais de HELLP estão presentes em 2% a 
20% dos casos; naqueles complicados por eclâmpsia, HELLP está presente em 10% a 30% dos casos 
• A maioria das pacientes apresenta entre 27 e 37 semanas de gestação. Em 15% a 30%, HELLP se 
manifesta pós-parto ou evolui no pós-parto. 
• HELLP é mais comum em pessoas brancas nos EUA que em afro-americanas ou hispânicas. Embora a 
idade materna avançada (>35 anos) seja um fator de risco significativo, a idade média materna na 
apresentação é de 23 a 25 anos. Aproximadamente 10% das pacientes têm gestações múltiplas 
FATORES DE RISCO 
• Etnia branca 
• Idade materna >35 anos 
o Idade materna avançada (>35 anos) é um fator de risco para desenvolvimento da síndrome HELLP 
(hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia) 
• Obesidade 
 
o Um alto índice de massa corporal (IMC) está associado ao desenvolvimento da síndrome HELLP. 
Diferentemente de outros fatores de risco importantes, o peso corporal é potencialmente modificável. 
• Hipertensão crônica 
o Pacientes com hipertensão crônica e distúrbios vasculares apresentam risco elevado de desenvolver 
pré-eclâmpsia e, portanto, síndrome HELLP 
• Diabetes mellitus 
o Pacientes com diabetes apresentam risco elevado de desenvolver pré-eclâmpsia e, portanto, síndrome 
HELLP 
• Doenças autoimunes 
o Pacientes com distúrbios imunológicos, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES), apresentam risco 
elevado de desenvolver pré-eclâmpsia e, portanto, síndrome HELLP. 
• Placentação anormal (por exemplo, gravidez molar) 
o Pacientes com placentação anormal apresentam aumento do risco de desenvolver pré-eclâmpsia e, 
portanto, síndrome HELLP 
• Gestação prévia com pré-eclâmpsia com/sem síndrome HELLP 
o Até 20% a 40% das pacientes normotensas com uma história prévia de síndrome HELLP desenvolverão 
alguma forma de pré-eclâmpsia na gestação subsequente. Essa taxa aumenta para 75% para aquelas 
com distúrbios hipertensos subjacentes 
• Gestação múltipla 
o Pacientes com gestação múltipla apresentam aumento do risco de desenvolver pré-eclâmpsia e, 
portanto, síndrome HELLP 
ETIOPATOGÊNIA 
• Hemólise 
o A vasoconstrição que ocorre na doença instalada danifica o endotélio vascular, formando uma matriz 
de fibrina que prejudica a passagem de hemácias pelos vasos. Essas hemácias, quando lesadas 
morfologicamente, tornam-se esquizócitos e equinócitos, indicando a anemia hemolítica 
microangiopática, um marco da síndrome. 
• Elevação de enzimas hepáticas 
o A alteração enzimática hepática deve-se à lesão de hepatócitos por obstrução dos sinusoides com 
fibrina, conforme já explicitado anteriormente. Pode haver necrose periporta e, mais raramente, ruptura 
hepática, quadro extremamente grave com alta mortalidade. 
• Plaquetopenia 
o Na síndrome HELLP há diminuição da vida média das plaquetas, ainda mais acentuada do que já 
observada na pré-eclâmpsia. A alteração na integridade estrutural plaquetária provoca sua agregação 
e destruição, o que desencadeia a liberação de aminas vasoativas, causando ainda mais vasospasmo. 
A medula óssea passa a produzir mais plaquetas, mas de maneira insuficiente frente à agregação e ao 
consumo exacerbados resultando, assim, em plaquetopenia. 
FISIOPATOLOGIA 
A fisiopatologia da síndrome HELLP não está ainda completamente elucidada, sendo atualmente considerada 
uma rejeição imunológica aguda da mãe em relação ao produto conceptual. Em decorrência da invasão 
 
trofoblástica, ocorre um contato entre tecido fetal e o sistema imunológico materno. No terceiro trimestre da 
gestação, há uma importante ativação dos leucócitos na circulação periférica materna. 
Plaquetas circulantes aderem ao endotélio danificado, o que causa aumento da destruição e, como 
consequência, plaquetopenia. A ruptura da membrana plaquetária e a liberação de ácido araquidônico e de outros 
mediadores vasoativos produzem vasoconstrição, vasoespasmo, e aceleram a agregação plaquetária. A ativação 
plaquetária e a alteração da ativação do plasminogênio parecem estar envolvidas na patogênese da síndrome 
HELLP. A ativação de células endoteliais, com a liberação do fator de Von Willebrand, leva à trombocitopenia de 
consumo e à microangiopatia trombótica. A enzima responsável pela clivagem do fator de Von Willebrand, ADAMTS 
13, apresenta um nível baixo nas mulheres com síndrome HELLP, comparativamente às grávidas saudáveis. 
Uma complexa cadeia de eventos se inicia no fígado em decorrência da deposição de fibrina no interior dos 
sinusoides, o que leva a obstrução associada à diminuição do fluxo hepático. Essa isquemia pode causar infarto 
hepático, necrose de hepatócitos, hematomas subcapsulares e hemorragias intraparenquimatosas, que, por sua 
vez, podem resultar em ruptura hepática 
BMJ 
A fisiopatologia subjacente não é totalmente compreendida. As hipóteses sob consideração incluem: 
• Fatores imunológicos (exposição do sistema imunológico materno aos antígenos fetais causando reação de 
rejeição aguda com agregação plaquetária, hipertensão e disfunção endotelial) 
• Lesão do fígado mediada pela placenta (o ligante CD-95, um mediador da apoptose de hepatócitos, foi 
encontrado em extratos placentários; in vitro, o bloqueio do ligante reduziu o dano inflamatório e o efeito 
hepatotóxico) 
• A existência da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (como em qualquer forma de pré-eclâmpsia 
grave, a liberação inapropriada de fatores inflamatórios causa danos ao endotélio, ativação plaquetária e 
vasoconstrição) 
• A resposta inflamatória elevada da síndrome HELLP responde à administração de corticosteroides 
(prednisolona, dexametasona intravenosa); os níveis de interleucina 6, fator solúvel similar à 
tirosinaquinase-1 (sFlt-1) e endoglina solúvel (sEng) diminuem significativamente em pacientes com 
síndrome HELLP que recebem dexametasona intravenosa associação à melhoria dos parâmetros 
laboratoriais da doença 
• Pacientes com síndrome HELLP têm um estado antiangiogênico e uma resposta inflamatória pronunciada, 
em contraste com a dominância de um efeito antiangiogênico em pacientes com pré-eclâmpsia. A 
dexametasona diminui a liberação dos fatores antiangiogênicos e inflamatórios 
QUADRO CLÍNICO 
• As manifestações clínicas na síndrome HELLP são inespecíficas, mas ela deve ser sempre cogitada diante 
de: 
o Proteinúria 
o Hipertensão arterial (secundária à vasoconstricção) 
o Edema 
o Dor epigástrica e/ou em hipocôndrio direito (causado pela isquemia e necrose hepática) 
o Aumento excessivo do peso e/ou piora do edema 
 
o Náuseas e vômitos(causados por disfunção hepática) 
o Cefaleia 
o Alterações visuais, principalmente escotomas 
o Icterícia subclínica 
o Reflexos tendinosos rápidos (comum) 
− Um achado principal no exame físico de pacientes com pré-eclâmpsia e, portanto, com síndrome 
HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia). 
 O quadro clínico típico é o da grávida na 2ª metade da gestação 
 Hipertensão e proteinúria podem não estar presentes 
 O comprometimento hepático mostra-se, inicialmente, com a elevação das enzimas, mas, 
clinicamente, chama atenção a presença de icterícia, podendo progredir para situações dramáticas 
de grave disfunção comprometendo o equilíbrio metabólico, agravando as condições de coagulação 
do sangue, acarretando elevação da bilirrubina, podendo culminar com a formação de hematoma 
subcapsular que pode, eventualmente, romper-se de forma espontânea. 
 Os problemas renais, a hemólise e o acúmulo de bilirrubina são responsáveis pela síndrome 
hemolítico-urêmica, que pode ser agravada pela redução da pressão arterial decorrente de quadros 
hemorrágicos, responsáveis pela instalação de insuficiência renal aguda e consequente elevação 
das concentrações plasmáticas de ureia e creatinina. Valores de creatinina plasmáticas superiores 
a 1,1 mg/dl devem ser interpretados como insuficiência renal grave 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
Embora o distúrbio seja considerado uma forma grave de pré-eclâmpsia, nem todas as pacientes afetadas 
pela síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia) atendem aos critérios de 
diagnóstico para pré-eclâmpsia grave 
• HISTÓRIA CLINICA 
• EXAME FÍSICO 
o edema e hipertensão 
o Sensibilidade à palpação no quadrante superior direito é comum, assim como reflexos rápidos. 
o Manifestações de icterícia e sangramento, como hematúria, são raramente apresentadas. 
• EXAMES LABORATÓRIAIS 
O diagnóstico da síndrome HELLP é essencialmente laboratorial e sua extensão não tem relação com a 
gravidade da hipertensão, nem da proteinúria. 
o Hemograma completo 
o Teste de função hepática (AST, Bilirrubina, HDL) 
o transaminase glutâmico-oxilacética (TGO) 
o Esfregaço de sangue periférico com presença de esquizócitos, (ou helmet cells), equinócitos e 
burn cells 
o Ureia 
o Creatinina 
o Urina I ou tira-teste reagente 
o Proteinúria de 24 h 
 
o Ácido úrico, fibrinogênio e tempo de protrombina/tempo de tromboplastina parcial. São realizados na 
paciente com doença grave que pode apresentar evidências de comprometimento renal avançado, 
descolamento da placenta ou suspeita de um distúrbio imitador 
 A trombocitopenia é a principal e mais precoce modificação laboratorial encontrada, sendo que 
alteração do tempo de protrombina, tempo parcial da tromboplastina e fibrinogênio apenas irão ocorrer 
em fases avançadas, ou seja, quando a queda das plaquetas vai além de 30.000/mm3 
 Nem sempre as três alterações laboratoriais principais são encontradas; a presença de uma ou duas delas 
define a ocorrência da chamada síndrome HELLP parcial ou incompleta, que é mais amena e apresenta menor 
morbidade. 
• Outros dados laboratoriais incluem aumento da bilirrubina indireta, haptoglobina diminuída (< 25 
mg/dl), LDH aumentado e diminuição da hemoglobina 
 
• EXAMES POR IMAGEM 
o Não são rotineiramente necessários estudos de diagnóstico maternos por imagem na síndrome HELLP. 
No entanto, na paciente com dor significativa no quadrante superior direito e com hematócrito reduzido, 
com suspeita de sangramento por infarto do fígado, hematoma ou ruptura hepática, um exame de 
ultrassonografia (possivelmente tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética) é 
indicado para descartar a presença de hematoma hepático subcapsular ou hemorragia intraparenquimal. 
o Características biométricas e biofísicas fetais devem ser avaliadas assim como determinação da idade 
gestacional, com avaliação de fluxo de Doppler da artéria umbilical adicional na presença de restrição do 
crescimento fetal. Aconselha-se realizar monitoramento contínuo da frequência cardíaca do feto sempre 
que possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
• Sinais e Sintomas de Diferenciação 
o Também ocorre no terceiro trimestre da gestação ou pós-parto e pode ser difícil de distinguir da HELLP 
(hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia). 
o As pacientes podem apresentar hipertensão e/ ou proteinúria, embora não frequentemente 
• Exames de diferenciação 
o A bilirrubina total é muito mais elevada que na síndrome HELLP, chegando a níveis ≥4 mg/dL. A fração 
direta de bilirrubina é aumentada (diferente da síndrome HELLP, na qual a fração de bilirrubina indireta é 
aumentada) 
o A coagulopatia (hipofibrinogenemia, prolongamento do tempo de protrombina, antitrombina baixa) está 
geralmente presente no início da doença (diferentemente da síndrome HELLP, na qual a coagulopatia se 
desenvolve nos estágios finais). Pacientes com EHAG desenvolvem coagulopatia de consumo antes de 
desenvolverem trombocitopenia; pacientes com HELLP desenvolvem anemia hemolítica 
microangiopática antes de desenvolverem evidências de coagulopatia intravascular disseminada, devido 
à escassez de plaquetas. 
o Transaminases hepáticas são geralmente <500 unidades internacionais (UI)/ L, embora em alguns casos 
graves possam exceder 1000 UI/L. 
o A hipoglicemia (normalmente não presente na HELLP, a menos que haja insuficiência hepática) é um 
importante fator diferencial, assim como a leucocitose (>130 x 10⁹/L [>13,000/ microlitro] com desvio à 
esquerda). Pode haver também hemoconcentração, acidose metabólica, amônia aumentada e creatinina 
sérica elevada (média 203.3 micromoles/L [2.3 mg/ dL]) e ácido úrico (média 654.3 micromoles/L [11 mg/ 
dL]). 
o A biópsia hepática é padrão para confirmar o diagnóstico, mas raramente é utilizada na prática clínica. A 
plasmaférese 
 
• Sinais e Sintomas de Diferenciação 
o Pode ser difícil distinguir da HELLP. 
o A pêntade clássica da PTT são trombocitopenia, anemia hemolítica, anormalidades neurológicas, febre 
e comprometimento renal (é raro ter os 5 presentes). 
o No entanto, anormalidades neurológicas podem ser inespecíficas (como cefaleias, alterações visuais, 
fraqueza e convulsões) e, portanto, dificultam o diagnóstico e a distinção da síndrome HELLP 
ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA DA GRAVIDEZ (EHAG) 
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA (PTT) 
 
o Características presentes também podem incluir dor abdominal, hipertensão, náusea e vômitos, em 
conjunto com icterícia, petéquias, púrpura e outros sangramentos anormais 
• Exames de diferenciação 
o A trombocitopenia é mais grave que na síndrome HELLP (<25 x 10⁹/L [<25,000/microlitro]) e, 
frequentemente, exige transfusão. 
o As transaminases hepáticas aumentam menos que na síndrome HELLP, mas a lactato desidrogenase 
(LDH) é muito mais elevada, motivo pelo qual a razão LDH/ aspartato transaminase (AST) é >22 em 
pacientes com PTT; geralmente, não há coagulopatia e os níveis de antitrombina não variam. 
o A condição materna não melhora com o parto 
o A ADAMTS13 (uma metaloprotease de clivagem do fator de von Willebrand) é notavelmente reduzida 
(para >5% do normal) na maior parte das pacientes com PTT congênita, e os anticorpos que neutralizam 
a ADAMTS13 foram encontrados em mulheres com PTT adquirida. No entanto, testes para ADAMTS13 
não estão disponíveis na maioria dos laboratórios clínicos 
 
• Sinais e Sintomas de Diferenciação 
o Raramente associada à gravidez; ocorre quase universalmente no período pós-parto (até 10 semanas) 
• Exames de diferenciação 
o A apresentação é similar à da púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), sendo que as duas são 
caracterizadas por anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia. Na SHU, a lesão 
microvascular afeta principalmente os rins, sendo que a piora é mais significativa que na PTT e na 
HELLP, e a hemólise também pode ser proeminente, frequentementeexigindo transfusões de sangue. 
o Não há anormalidades na coagulação e os níveis de antitrombina permanecem inalterados. 
o Transaminases hepáticas são menos elevadas que na síndrome HELLP 
 
• Sinais e Sintomas de Diferenciação 
o História de LES e/ou SAF antes da gravidez/parto 
• Exames de diferenciação 
• Testes padrão para SAF devem ser realizados; em casos avançados que mimetizam a síndrome HELLP, a 
plasmaférese pode ser necessária para estabilizar a paciente enquanto o diagnóstico definitivo é 
estabelecido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA (SHU) 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) COM/SEM (SAAF) CATASTRÓFICA 
SEPSE 
INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA 
CHOQUE HIPOVOLÊMICO 
FÍGADO GORDUROSO AGUDO DA GRAVIDEZ 
COAGULOPATIA COM CONSUMO DE FIBRINOGÊNIO 
EXACERBAÇÃO DE DOENÇAS DO COLÁGENO 
DOENÇA RENAL PRIMÁRIA 
COLECISTOPATIAS, PANCREATOPATIAS OU HEPATOPATIAS 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Classificação de Martin/ Mississippi da síndrome HELLP 
• Todas pacientes com síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia) são 
classificadas da maneira a seguir para facilitar o tratamento, estimar o risco de morbidade materna grave e 
comparar a eficácia do manejo em séries de pacientes publicadas. 
• A divisão em 3 classes foi colocada em prática em 1991 com base em trombocitopenia leve, moderada ou 
grave e gravidade graduada esperada da doença materna: 
o Classe 1, trombocitopenia grave: 0 a ≤50,000/mm³, LDH ≥600 UI/L, AST e/ou ALT ≥70 UI/L (morbidade 
materna grave, de 40% a 60%) 
o Classe 2, trombocitopenia moderada: >50,000 a ≤100,000/mm³, LDH ≥600 UI/L, AST e/ou ALT ≥70 UI/L 
(morbidade materna grave, de 20% a 40%) 
o Classe 3, trombocitopenia leve: >100,000 a ≤150,000/mm³, LDH ≥600 UI/L e AST ≥40 UI/L (morbidade 
materna grave, de 20%) 
Classificação de Tennessee 
• HELLP Completa: Quando cursar com: 
Plaquetopenia (< 100.000 plaquetas/mL) + Hemólise (LDH ≥ 600 UI/L e/ou Bilirrubinas ≥ 1,2mg/dL e/ou 
presença de esquizócitos) + Disfunção hepática (TGO ≥ 70 UI/L) 
• HELLP Parcial: Será dita Síndrome HELLP Parcial quando apresentar apenas dois dos critérios acima 
expostos, associado à pré-eclâmpsia grave 
 
TRATAMENTO 
 
 
 
DEXAMETASONA 
• Base do tratamento 
• Ela é administrada por via intravenosa até o parto ser concluído, inicialmente para: 
o Qualquer paciente com síndrome HELLP classe 1 ou classe 2, independentemente da idade 
gestacional; OU 
o Qualquer paciente com síndrome HELLP classe 3/parcial-incompleta, independentemente da idade 
gestacional, que também tenha eclâmpsia, dor epigástrica intensa, hipertensão grave ou qualquer 
morbidade significativa no sistema de órgãos 
• É iniciado em doenças anteparto e/ou em doenças detectadas pós-parto. 
• Após o parto e com evidências de parâmetros laboratoriais e clínicos da doença remitidos, a dose de 
dexametasona é reduzida por pelo menos 2 doses e depois é interrompida. 
• Para pacientes com <34 semanas de gestação e parto não ocorrido, é preferível adiar o parto por no 
mínimo 24 a 48 horas na tentativa de obter benefício máximo para o feto; para pacientes com >34 semanas 
de gestação, o parto é geralmente iniciado 8 a 12 horas após a primeira dose ser administrada para 
proporcionar benefício máximo materno e reduzir a necessidade de transfusão de plaquetas, aumentar a 
probabilidade de anestesia local e diminuir o risco de sangramento. 
 
SULFATO DE MAGNÉSIO 
• 4-6 g por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 1-2 g/hora de infusão por, pelo menos, 
24 horas, máximo de 40 g/dia 
• Após o parto, a infusão deve continuar por 24 horas. 
• A dose deve ser reduzida em pacientes com débito urinário baixo (<25 mL/hora por 4 horas), e os níveis de 
magnésio devem ser verificados após 4 horas nessas pacientes. 
• Se o nível de magnésio é de >9 mg/dL, a infusão deve ser interrompida e o nível checado novamente após 
2 horas. 
• Em pacientes com comprometimento renal ou lesão renal aguda, pode-se administrar um único bolus de 
sulfato de magnésio sem infusão contínua. 
• Os níveis de magnésio no sangue precisam ser monitorados nestes pacientes, para determinar quando é 
seguro realizar o pré-tratamento 
• Se uma convulsão de grande mal/eclampsia ocorrer em uma mulher para a qual o sulfato de magnésio seja 
contraindicado, o uso de anticonvulsivantes é indicado imediatamente. Não há ensaios clínicos que 
indiquem qual é o melhor agente nestas circunstâncias, devendo-se consultar um especialista. 
 
 A pressão arterial deve ser monitorada a cada 15 minutos, e, se estiver em níveis críticos (≥160/105 mmHg, 
pressão arterial média 120 mmHg), é necessária uma redução imediata para uma pressão sistólica por volta de 
140-150 mmHg. 
LABETALOL 
• 20 mg por via intravenosa inicialmente, seguidos por 40-80 mg a cada 10 minutos de acordo com a resposta, 
máximo de 300 mg 
Corticoterapia 
 
Profilaxia de Convulsão 
Terapia Anti-Hipertensiva 
 
• O labetalol pode ser administrado como infusão contínua, embora a administração intravenosa em bolus 
seja utilizada mais frequentemente. 
• Caso não haja resposta à primeira dose em bolus, doses incrementais devem ser repetidas. 
• Labetalol é contraindicado para pacientes com asma ou doença cardíaca preexistente, principalmente com 
função cardíaca reduzida. Nessas pacientes, pode-se utilizar nicardipino 
NICARDIPINO 
• 5 mg/hora por via intravenosa inicialmente, aumentar em incrementos de 2.5 mg/hora a cada 15 minutos de 
acordo com a resposta, máximo de 10 mg/hora 
HIDRALAZINA 
• 5 mg por via intravenosa a cada 20-30 minutos de acordo com a resposta 
• Hidralazina pode ser utilizada, especialmente se o labetalol for contraindicado ou ineficaz. 
• Embora seja tão eficaz quanto o labetalol, a hidralazina é associada a desfechos perinatais e maternos 
menos favoráveis. 
 
 
• A via de parto será de indicação obstétrica. 
• Via vaginal: manter plaquetas acima de 20.000. A episiotomia será excepcional. 
• Cesárea: nesta alternativa, recomenda-se manter plaquetas acima de 30.000. A incisão de Pfannenstiel é 
permitida, porém deve ser evitado descolamento excessivo. O uso de drenos cirúrgicos em po- sição 
subaponeurótica e/ou subcutânea pode ser útil. Em nenhuma hipótese, fazer exploração manual do fígado 
em vista do risco de hemorragia. 
• Analgesia e anestesia: a anestesia regional e o bloqueio do pudendo estão contraindicados na vigência da 
coagulopatia, indicando-se nestes casos a anestesia geral. A anestesia epidural é realizada com segurança 
com contagem plaquetária acima de 80.000 plaquetas/mm3 
• O parto imediato do feto e da placenta é chave para o sucesso do tratamento, e virtualmente todas as 
pacientes terão uma resolução instantânea com esse manejo. Se a paciente ainda não estiver em trabalho 
de parto, as escolhas são indução de parto ou parto cesáreo. 
• O parto cesáreo deve ser realizado de acordo com as indicações obstétricas comuns e pode ser considerado 
para idades gestacionais <32 semanas na ausência de trabalho de parto. 
• Tentativas de postergar o parto por mais de 48 a 72 horas para maximizar os benefícios fetais não são 
recomendadas depois que o diagnóstico é feito, até mesmo em gestações pré-viáveis <23 semanas. 
 
TRANSFUSÕES DE PLAQUETARIA 
• São necessárias para contagens plaquetárias <25 x 10⁹/L (<25,000/microlitro) ou <30 x 10⁹/L 
(<30,000/microlitro) em casos de sangramento, transfusões maciças (≥10 unidades de concentrados de 
eritrócitos) ou intervenções cirúrgicas. 
• O efeito da transfusão de plaquetas é apenas transitório, pois o consumo ocorre rapidamente. Espera-se 
que uma única unidade de plaquetas aumente a contagem plaquetária em 5000. 
ASSISTÊNCIA AO PARTO 
Manejo de Problemas de Sangramento 
 
• A imunoglobulina Rho D é necessária se o tipo específico de plaquetas não estiver disponível para mulheres 
Rh-negativo. 
TRANSFUSÕES SANGUINEAS 
• As pacientes com síndrome HELLP tolerammal hematócritos baixos, e transfusões de sangue podem ser 
necessárias quando o hematócrito é <25%. Elas podem ser necessárias antes do parto. 
PLASMA FRESCO CONGELADO OU CRIOPRECIPITADO 
• É necessário em níveis <2.94 micromoles/L (<100 mg/dL) 
• Para aumentar o nível sérico de fibrinogênio em 25 mg, 1 g de fibrinogênio exógeno deve ser administrado. 
• Essa quantidade é fornecida por 1 unidade de plasma fresco congelado ou 6 unidades de crioprecipitado. 
• A administração de crioprecipitado é preferível quando a sobrecarga hídrica é uma preocupação. 
 
• O tratamento definitivo da Síndrome HELLP é o parto. Após estabilização materna, deve-se considerar: 
idade gestacional, maturação cervico-uterina, dinâmica uterina, vitalidade e apresentação fetal. Considerar 
a via vaginal se condição materno- fetal adequada e colo favorável ao parto até 24 horas (Lembrar que 
gestações com IG < 32 semanas, especialmente em condições fetais desfavoráveis, tem elevada taxa de 
insucesso de tentativa de amadurecimento cervical). 
o Se IG > 34 semanas ou IG < 24 semanas (ausência de viabilidade fetal) ou Instabilidade materna e fetal 
(condição fetal não tranquilizadora ou complicações de Síndrome HELLP): Parto imediato após 
estabilização materna, SEM considerar Corticoterapia (para maturação pulmonar fetal). 
o Se IG < 34 semanas COM estabilidade materna e fetal (bem estar materno e fetal): Parto após 
Corticoterapia (Se IG entre 24 e 32 semanas, fazer Magnesioterapia para neuroproteção fetal 
PRESSÃO ARTERIAL ≥160/105 mmHg 
• Profilaxia de convulsão 
• Mais dexametasona intravenosa 
• Mais terapia anti-hipertensiva 
PRESSÃO ARTERIAL ≥160/105 mmHg 
• Parto + dexametasona intravenosa 
• Continuação da profilaxia de convulsão 
• Continuação do tratamento com terapia anti-hipertensiva 
CONTAGEM PLAQUETÁRIA <25 X 10
9
/L (<25,000/ MICROLITRO) (OU <30 X 10
9
/L 
[<30,000/MICROLITRO] SE HOUVER SANGRAMENTO, TRANSFUSÕES MACIÇAS OU CIRURGIA) 
• transfusão plaquetária ± imunoglobulina anti-D 
FIBRINOGÊNIO <2.94 micromoles/L (<100 mg/ dL) 
• Plasma fresco congelado ou crioprecipitado 
HEMATÓCRITO <25% 
Interrupção da Gestação 
 
• transfusão sanguínea 
 
COMPLICAÇÕES 
• Os casos complicados de síndrome HELLP podem chegar a 25%, dentre eles a ruptura hepática é pouco 
frequente, mas é sem dúvida a pior deles, com até 70% de mortalidade. 
o Coagulopatia intravascular disseminada 
− Ocorre em até 21% das pacientes. 
− Trombocitopenia (<100 x 10³/L [<100,000/microlitro]), elevações de tempo de protrombina (≥14 s), 
aumento de produtos de degradação do fibrinogênio (≥40 mg/L [40 microgramas/mL]) e diminuição 
do fibrinogênio (<8.82 micromoles/L [<300 mg/dL]) são diagnósticos. 
− Deve ser suspeitada em qualquer paciente com sangramento anormal e/ou estudos de coagulação 
anormais. 
− O tratamento é de suporte, com transfusão de sangue, plasma fresco congelado, crioprecipitado e 
plaquetas, como indicado para correção de anormalidades de coagulação. 
− Frequentemente associada com descolamento da placenta. 
o Síndrome do desconforto respiratório do adulto 
o Insuficiência hepática e/ou renal 
− Ocorre em 2% a 8% dos pacientes, embora no passado tenha-se relatado ocorrer em até 20% de 
pacientes em algumas séries. 
 
− Oligúria (<1.5 mL/kg/hora) seguida de elevação na creatinina sérica faz o diagnóstico. Em casos 
mais graves, pode haver também desequilíbrios eletrolíticos e acidose metabólica. Até mesmo em 
casos de progressão de necrose tubular aguda, com o parto e cuidados de suporte adequados, a 
condição é reversível em 80% dos casos. No entanto, a taxa de recuperação é de apenas 20% em 
mulheres com patologia renal preexistente. 
− A insuficiência renal materna geralmente piora pós-parto, antes de haver melhora, e deve-se manter 
estado de atenção clínica. 
− O aumento em dobro da creatinina sérica em 48 horas sugere progressão para necrose cortical renal 
bilateral e necessidade de diálise. Pacientes com insuficiência renal aguda devem ser monitoradas 
rigorosamente durante a administração de sulfato de magnésio para evitar toxicidade. 
o Edema agudo de pulmonar 
− Ocorre em 6% das pacientes. 
− Deve-se suspeitar quando a paciente se queixa de dispneia, dor torácica ou dificuldades 
respiratórias. 
− Os sinais podem incluir saturação baixa de oxigênio, taquipneia e estertores basais na ausculta 
pulmonar. 
− Deve-se administrar oxigênio para manter uma saturação de oxigênio acima de 94%. A diurese é 
geralmente necessária; no entanto, essas pacientes estão intravascularmente esgotadas e uma 
diurese agressiva não guiada apresenta o risco de hipovolemia significativa. Mulheres com pré-
eclâmpsia grave e insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas (disfunção hepática, creatinina sérica 
>1.36 mg/dL, 
− hipertensão refratária e edema pulmonar) devem receber terapia de reposição de fluidos guiada por 
um cateter na artéria pulmonar em unidade de terapia intensiva 
− A síndrome do desconforto respiratório agudo pode também agravar a evolução da síndrome HELLP. 
o Hematoma hepático subcapsular 
− Ocorre em aproximadamente 1% das pacientes. 
− Geralmente envolve o lobo hepático direito. 
− Os sintomas incluem dor epigástrica intensa ou no quadrante superior direito, náuseas e vômitos. 
Hematócrito baixo, transaminases >500 UI/L e sinais de coagulopatia podem estar associados. 
− Uma ultrassonografia do quadrante superior direito, uma tomografia computadorizada ou uma 
ressonância magnética devem servir para confirmar a presença de um hematoma. 
− Cuidados são de suporte na maior parte dos casos, com administração de hemoderivados para 
correção de anemia e coagulopatia. Se a dor da paciente cessar abruptamente e uma hipotensão se 
desenvolver, deve-se suspeitar de ruptura capsular. Essa é uma emergência cirúrgica que requer 
laparotomia exploratória imediata e/ou radiografia intervencionista 
o Ruptura hepática 
o Eclâmpsia 
o Acidente vascular cerebral 
o Choque. 
o Prematuridade extrema 
o Asfixia perinatal 
o Descolamento prematuro de placenta 
− Ocorre em 16% das pacientes. 
 
− Deve ser suspeitada em casos de sangramento vaginal, dor abdominal e estado fetal não 
tranquilizador. 
− Pode preceder ou ocorrer após o desenvolvimento de coagulação intravascular disseminada. 
− Hemograma completo e estudos de coagulação devem ser verificados em quaisquer pacientes com 
suspeita de descolamento. 
o Restrição de crescimento intrauterino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TESTES PRÉ-TRANSFUSIONAIS 
• Tipagem ABO direta e reversa e Rh(D) do receptor; 
• Pesquisa de anticorpos irregulares (Coombs Indireto) do receptor, para detectar a presença de anticorpo(s) 
contra antígeno(s) de hemácias que não o anti-A e anti-B. Nessa pesquisa utiliza-se o soro do receptor, e 
hemácias comerciais; 
• Prova de compatibilidade maior: é uma prova de compatibilidade entre as hemácias do doador e o soro do 
receptor. Na prática, simulamos in vitro, o que pode acontecer in vivo. 
 
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS (CH) 
• Preparado a partir de uma unidade de sangue total através da remoção de 130 a 230 ml aproximadamente 
de plasma. O volume final é de aproximadamente 220 a 320ml. O hematócrito varia entre 65% a 80% 
• Contém leucócitos, plaquetas e plasma. 
• Indicação 
o Tratamento de anemia em pacientes com necessidade de aumento do transporte de oxigênio. A 
indicação é primariamente clínica. 
o Hemorragias Agudas 
− A fisiologia do sangramento e a resposta à hemorragia são situações bem conhecidas. O volume 
sanguíneo normal corresponde a aproximadamente 8% do peso corpóreo (4,8 L em indivíduo 
adulto com 60 kg). As perdas sanguíneas podem ser classificadas em: 
 Hemorragia classe I ‑ perda de até 15% do volume sanguíneo 
 Hemorragia classe II ‑ perda sanguínea de 15% a 30% 
 Hemorragia classe III ‑ perda de 30% a 40% 
 Hemorragia classe IV ‑ perda maior que 40% 
o Anemia Crônica 
− Em geral a transfusão é indicadaquando os níveis de hemoglobina estão abaixo de 8g/dl. 
− Na presença de sangramento e um ou mais dos critérios abaixo: 
 Perda maior que 10-15% da volemia, conforme 
 Avaliação médica; 
 PA sistólica < 100 mmHg ou hipotensão postural; 
 Frequência de pulso > 100 bpm. 
• Dose 
o Adulto: 1 unidade de concentrado de hemácias eleva os níveis de Hb em 1 g/dl. 
o Em criança: usamos a dose de 10 ml/Kg de peso corpóreo. 
• Orientações para transfusão 
o Os CHs devem ser infundidos preferencialmente em acesso venoso exclusivo, periférico, utilizando 
“scalps” ou cateteres de calibre superior a 19 e 20, respectivamente. 
o O tempo de infusão deve ser de 90 a 120 minutos (min), sendo que o tempo de infusão não deve ser 
superior a 4 horas. Em situações especiais como em pacientes portadores de sobrecarga volêmica ou 
doença cardíaca grave com insuficiência cardíaca congestiva, o tempo de infusão pode ser mais longo, 
porém respeitando o limite máximo de 4 horas. Quando for necessário o médico Hemoterapeuta poderá 
orientar o fracionamento da Unidade em unidades de menor volume. 
 
 Transfusão Maciça - Transfusão de uma volemia ou mais num período de 24 horas ou transfusão de 50% da 
volemia em poucas horas. 
− Complicações 
▪ Coagulopatia por hemodiluição; 
▪ CIVD; 
▪ Intoxicação por citrato; 
▪ Hiperpotassemia; 
▪ Hemólise mecânica pela infusão rápida; 
 
▪ Hipotermia 
 
• Ht ≤ 15-18% ou Hb ≤ 5,0 - 6,0 g/dl com anemia crônica e sem sinais de hipóxia tecidual; 
• Ht ≤ 18 - 21% ou Hb ≤ 6,0 - 7,0 g/dl com anemia aguda e sem sinais de hipóxia tecidual e sem fatores 
agravantes 
• Ht ≤ 25% ou Hb ≤ 8,5 g/dl em pacientes portadores de arteriosclerose cardiovascular sem angina 
(frequentemente pacientes idosos) e clinicamente estáveis 
• Ht ≤ 27% ou Hb ≤ 9,0 g/dl em pacientes portadores de doença pulmonar crônica ou aguda, com pO2 inferior 
a 80 mmHg 
• Ht ≤ 27% ou Hb ≤ 9,0 g/dl em pacientes com isquemia tecidual aguda ou aumento do consumo de oxigênio 
pela condição clínica 
• Ht ≤ 25% ou Hb ≤ 8,5 g/dl* em pacientes portadores de miocardiopatia isquêmica no período pós-operatório 
imediato de cirurgia de revascularização 
• Hemorragias agudas (perda sanguínea superior a 10 ml/kg de peso em uma ho ra), com repercussão 
hemodinâmica. 
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS LAVADAS 
• Preparado a partir de uma unidade de concentrado de hemácias, submetido a lavagem com solução salina 
estéril, através de centrifugação, removendo quantidades significativas de restos celulares, potássio, 
plasma, plaquetas e leucócitos. O volume final é de aproximadamente 220 a 320ml. O hematócrito varia 
entre 50% a 75%. 
• Indicação 
o Reação Transfusional Febril Não-Hemolítica repetitiva, sem disponibilidade de filtro de leucodepleção; 
o Reação alérgica às proteínas do plasma (urticária, anafilaxia) 
• Dose 
o Adulto: 1 unidade de concentrado de hemácias eleva os níveis de Hb em 1 g/dl. 
o Em criança: usamos a dose de 10 ml/Kg de peso corpóreo. 
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS IRRADIADA 
• Os hemocomponentes celulares são irradiados com utilizando radiação gama com a finalidade de inativar 
células imunocompetentes viáveis contaminantes dos CHs, fazendo deste modo profilaxia da doença 
transplante versus-hospedeiro associada à transfusão (GVHD-TA). A capacidade proliferativa destas 
células é abolida com dose mínima de 2.500 Rads, sem alterar significativamente a função dos 
componentes, porém estes ainda mantêm as propriedades antigênicas possibilitando a sensibilização 
contra antígenos leucocitários 
• Indicações 
o Obrigatórias: imunodeficiências congênitas do tipo celular, transfusões intrauterinas, transfusões de 
recém-nascidos (RNs) prematuros (menos 28 semanas e/ou baixo peso menor 1.200g), 
exsanguinotransfusões de RNS (principalmente se recebeu transfusão intraútero previamente), 
imunodeficiências congênitas do tipo celular severas, pacientes após o início do condicionamento para 
transplante de medula óssea (TMO) até a completa suspensão da imunossupressão, portadores de 
Critérios Gerais para transfusão de Concentrado de Hemácias 
 
 
anemia aplástica grave sob terapêutica com soro anti-linfocítico ou ciclosporina e na transfusão de 
componentes celulares obtidos de parentes de 1o grau (pais e irmãos) ou doadores HLA compatível. 
o Relativas: portadores de linfoma de Hodgkin e não Hodgkin de linhagem T, de leucemias agudas, 
pacientes que receberam quimioterapia em altas doses de quimioterapia com agentes alquilantes 
(bendamustina, ciclofosfamida) ou análogos de purina (ex. fludarabina, cladribina, deoxicoformicina) - 
após inicio do tratamento, pacientes após transplante de órgãos sólidos (rim, fígado, coração/ pulmão) 
em uso de drogas imunossupressoras (principalmente ciclosporina e globulinas anti-linfocíticas) e 
pacientes em terapia com anticorpos monoclonais (ex: alemtuzumab, rituximab), após inicio do 
tratamento 
 De uma forma geral, NÃO há necessidade de irradiação de rotina para transfusão de hemocomponentes 
em pacientes em quimioterapia por tumores sólidos não hematológicos, portadores de HIV ou em uso 
de imunossupressão para doenças autoimunes 
CONCENTRADO DE PLAQUETAS 
• Preparado a partir de uma unidade de sangue total, por centrifugação. O volume final é de aproximadamente 
50 a 70ml e deve conter, no mínimo, 5,5 x 1010 plaquetas 
• Indicação 
o É fundamental que a causa da plaquetopenia esteja bem definida antes da indicação da 
transfusão, pois a transfusão de plaquetas em algumas situações de destruição periférica (HIT, 
PTI, PTT) pode agravar o quadro do paciente 
o Profilática 
− Se a contagem plaquetária estiver menor que 20.000/mm³, associada a uma ou mais das situações 
listadas a seguir: 
 Temperatura > 38,5ºC 
 CIVD 
 Sepse 
 Se a contagem plaquetária estiver menor que 10.000/mm³. 
• Dose 
o 1 unid./10Kg de peso corpóreo 
AFÉRESE DE PLAQUETAS 
• doador único. O volume final mínimo é de aproximadamente 200ml e deve conter, no mínimo, 3,0 x 10¹¹ 
plaquetas. 
• Vantagens 
o Uma unidade de aférese de plaquetas contém 3,0 x 10¹¹ plaquetas, enquanto uma unidade de 
concentrado de plaquetas, obtida a partir do sangue total, contém, 5,5 x 1010 plaquetas. Um paciente 
de 70 Kg de peso necessitaria de 07 unidades de concentrado de plaquetas em média ou 01 unidade 
de aférese de plaquetas, o que o exporia a um número menor de doadores. 
• Indicação 
o As mesmas do Concentrado de Plaquetas 
PLASMAS E DERIVADOS 
• Constitui a porção líquida do sangue e apresenta 3 funções básicas: 
 
o Manter efeito oncótico do sangue, 
o Mediar a coagulação e a fibrinólise 
o Propriedades antissépticas. 
Plasma Fresco Congelado 
• O plasma fresco congelado (PFC) é preparado de doações de sangue total ou obtido por procedimentos de 
aférese. Este último método não é autorizado em nosso país, exceto em situações especiais. O volume 
pode variar de 150 a 400 ml, dependendo da forma de obtenção. 
• O plasma é congelado rapidamente (em até 6 horas após a coleta) atingindo uma temperatura inferior à –
30º C com o objetivo de manter a atividade de todos os fatores de coagulação próxima ao normal. 
• Indicações 
o Coagulopatia intravascular disseminada (CID) com sangramento; 
o Reversão imediata dos efeitos dos dicumarínicos (anticoagulação oral por antagonizar a vitamina K e 
diminuir a síntese dos fatores II, VII, IX e X), por sangramento ou necessidade de procedimento cirúrgico 
de urgência quando não houver tempo para aguardar a reversão com vitamina K; 
o Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e síndrome hemolítico urêmica (SHU) como produto para 
reposição nas plasmaféreses terapêuticas; 
o Doença hepática grave com deficiência de fatores de coagulação severa em presença de sangramento 
ou necessidade de procedimento cirúrgico; 
o Reposição de fatores de coagulação em situações de transfusão maciça; 
o Deficiência de antitrombina - III (AT-III) 
o Não deve ser utilizado somente para expansão volêmica, nemcomo suporte nutricional. 
 
CRIOPRECIPITADO 
• Obtido a partir do descongelamento até 4ºC de uma unidade de PFC, retirando o plasma sobrenadante e 
deixando 10-15ml de plasma e o precipitado de coloração branca, e recongelando a -20ºC. Volume de 
unidade: 10 a 30ml. 
• Composição 
o Fibrinogênio: 150-250mg; 
o Fator VIII: 80-120 UI; 
o Fator XIII: 20-30% da quantidade inicial; 
o Fator de Von Willebrand: 40-70% da quantidade inicial. 
• Indicação 
o Hemofilia e Doença de Von Willebrand- quando não houver disponível concentrado de fator VIII - ou em 
pacientes que não respondem ao DDAVP 
o CID e graves hipofibrinogenemias 
o Doença de Von Willebrand 
o Hipofibrinogenemia congênita e adquirida 
o Deficiência de Fator XIII 
 
 
Riscos da transfusão de sangue 
• Infecção 
o Em todas as doações, é feita uma seleção dos doadores, e os sangues passam por uma série de testes 
para prevenir a transmissão de doenças infecciosas. O risco principal é o da transmissão de vírus com 
longo tempo de incubação, sobretudo quando esse período é assintomático. Infecções virais recentes 
podem ser transmissíveis no período de viremia pré-sintomática, se o sangue for doado durante esse 
curto período 
• Hepatite 
o Os doadores com história de hepatite são rejeitados por 12 meses. 
o Se houver história de icterícia, eles podem ser aceitos se os marcadores para hepatite B (HBV) e 
hepatite C (HCV) forem negativos. 
• Vírus da imunodeficiência humana (HIV) 
o O HIV pode ser transmitido por células ou plasma. 
o Homens homossexuais, bissexuais, usuários de drogas ilícitas intravenosas e prostitutas são excluídos, 
como também seus parceiros sexuais e os parceiros de hemofílicos. 
• Vírus da leucemia humana de células T 
o O vírus tipo I (HTLV-I) está associado à leucemia de células T do adulto ou paraparesia espástica 
tropical. Do vírus tipo II (HTLV-II) não se conhece associação com qualquer condição clínica. O teste de 
triagem para ambos é obrigatório no Reino Unido, apesar da baixa prevalência – da ordem de 1 em 50 
mil doadores – em primeiro exame. 
• Citomegalovírus (CMV) 
o A infecção pós-infusão pelo CMV geralmente é subclínica, mas pode se apresentar como uma síndrome 
mononucleose. Em indivíduos imunossuprimidos, a infecção pode causar pneumonite potencialmente 
fatal. 
o Sob esse risco estão bebês prematuros (< 1.500 g), recipientes de transplante de células-tronco e de 
outros órgãos, pacientes que receberam alentuzumabe (anti-CD52) e gestantes (risco para o feto). Para 
esses receptores, se forem CMV-negativos, devem ser usados sangue e derivados também CMV-
negativos. 
• Outras infecções 
o A sífilis é transmitida mais facilmente por concentrados de plaquetas (armazenados à temperatura 
ambiente) do que por sangue (armazenado a 4°C). 
o Todas as doações, entretanto, são testadas. Os parasitos da malária são viáveis em sangue 
armazenado a 4°C, de modo que, em áreas endêmicas, todos os receptores recebem fármacos 
antimaláricos. 
o Em áreas não endêmicas, as pessoas que viajaram por áreas endêmicas são excluídas como doadores. 
o Em alguns centros, é feita pesquisa de anticorpos para malária. 
o A doença de Chagas é um problema transfusional na América Latina. 
o Infecções bacterianas por comensais da pele são transmissíveis com maior frequência por infusões de 
plaquetas que ficaram armazenadas por três ou mais dias. 
 
 
 
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS 
A reação transfusional é toda intercorrência que ocorra com o paciente durante ou após sua 
administração. 
REAÇÃO TRANSFUSIONAL 
Incidentes transfusionais 
imediatos “AGUDOS”: no 
início da instalação dos 
hemocomponentes ou até 
24 horas após; 
 
− Febre com ou sem tremores, definida como o aumento de 1º C da 
temperatura corporal; 
− Tremores e calafrios, com ou sem febre; 
− Dor no sítio de infusão, tórax, abdômen e flancos; 
− Alteração na pressão sanguínea: hipertensão ou hipotensão; 
− Aparecimento de rubor, eritema, urticária ou edema generalizado ou 
localizado; 
− Náuseas com ou sem vômitos; 
− Choque associado a: 
- Febre, calafrios, hipotensão, no caso de Reação Hemolítica Aguda; 
- Insuficiência cardíaca de alto débito no caso de sepse ou choque sem 
febre e calafrios associado a reação anafilática; 
 Mudança na coloração da urina. Esse pode ser o sinal mais precoce de uma 
reação hemolítica aguda em pacientes anestesiados. 
Incidentes transfusionais 
tardios “CRÔNICOS”: após 
24 horas da transfusão 
realizada 
− Aloimunização eritrocitária 
− Reação enxerto X hospedeiro 
− Aloimunização plaquetária 
− Purpura pós transfusional 
− Imunomodulação 
− Hemólise 
 
 
• De acordo com sua gravidade, as reações podem ser classificadas da seguinte maneira: 
o Ausência de risco à vida: baixa gravidade, sem ameaça a vida 
o Morbidade em longo prazo: gravidade moderada, com ou sem ameaça à vida 
o Risco à vida: alta gravidade; ameaça imediata à vida, sem óbito 
o Óbito: morte decorrente da reação transfusional 
 
COMPLICAÇÕES DAS TRANSFUSÕES DE SANGUE 
• PRECOCES 
o Reações hemolíticas imediata (IgM) ou tardia (IgG) 
o Reações causadas por sangue infectado 
o Reações alérgicas a leucócitos, plaquetas ou proteínas 
o Reações pirogênicas (a proteínas plasmáticas ou causadas por anticorpos HLA) 
o Sobrecarga circulatória 
o Contaminação bacteriana 
o Embolismo aéreo 
o Tromboflebite 
o Toxicidade do citrato 
o Hiperpotassemia 
o Hipocalcemia (lactentes, transfusões maciças) 
o Alterações de coagulação (após transfusões maciças) 
o Dano pulmonar agudo relacionado à transfusão (TRALI) 
o Púrpura trombocitopênica pós-transfusional 
o Anafilaxia (em pacientes com deficiência de IgA) 
• TARDIAS 
o Transmissão de infecção 
o Sobrecarga de ferro em politransfundidos 
o Sensibilização imunológica (p. ex., a eritrócitos, plaquetas ou antígeno Rh D) 
o Doença do enxerto versus hospedeiro associada à transfusão

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