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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Síndromes Hipertensivas da Gestação São a maior causa de morte materna no Brasil. Os distúrbios hipertensivos complicam cerca de 5 a 10% das gestações, enquanto a pré- eclâmpsia possui uma incidência em torno de 4 a 5%. As formas leves representam 75% dos casos. Formas clínicas de hipertensão arterial na gestação: Hipertensão arterial crônica; Hipertensão gestacional; Pré-eclâmpsia (PE); Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia sobreposta; Pré-eclâmpsia sem sinais e/ou sintomas de deterioração clínica; Pré-eclâmpsia com sinais e/ou sintomas de deterioração clínica Eclâmpsia; Síndrome HELLP. As complicações hipertensivas da gravidez são mais comuns entre nulíparas e extremos da vida reprodutiva. Se a gestante tem hipertensão prévia pode complicar com síndrome de pré- eclâmpsia sobreposta maior incidência em mulheres negras (provavelmente pelo maior índice de HAS nesta raça). Outros fatores de risco incluem: pré- eclâmpsia prévia (risco maior quanto mais precoce no curso da gestação anterior for o episódio), gravidez gemelar, gestação molar (manifestação antes de 20 semanas), diabetes mellitus, obesidade, trombofilias, hipertensão crônica, doença renal e hidropisia fetal. ETIOLOGIAS Teoria da Placentação Anormal A placenta se desenvolve primariamente de células chamadas trofoblastos que se diferenciam em sinciciotrofoblasto (faz as trocas materno-fetais e produção hormonal) e citotrofoblasto (invasão da decídua e artérias espiraladas). Quando as artérias invadem o citotrofoblasto extraviloso há um alargamento do diâmetro do vaso de 4x a 6x AUMENTO DO FLUXO SANGUÍNEO que desenvolverá feto e placenta. Na pré-eclâmpsia a invasão trofoblástica e remodelamento espiralado subsequente das artérias espiraladas é deficiente DIÂMETROS 50% MENORES que na gravidez normal CONSEQUÊNCIA?!? ISQUEMIA PLACENTÁRIA!!!! Esta é a alteração observada em mulheres que desenvolverão sinais de pré-eclâmpsia. E como é a migração trofoblástica na gestação normal? Em duas ondas – no 1° e 2° trimestres. No primeiro: há destruição da capa musculoelástica das artérias espiraladas no seu segmento decidual; na segunda onda (entre 16° e 20° semanas): o segmento miometrial é consumido. Essas ondas convertem as artérias em vasos de baixa resistência, uma característica fisiológica da circulação uteroplacentária. O que supõe-se ocorrer nas grávidas que desenvolverão pré-eclâmpsia? Nelas, a 2° onda de migração trofoblástica ocorre de forma incompleta. Logo, a resistência arterial não cai adequadamente, os vasos permanecem estreitos e há isquemia placentária. Com a progressão da gestação, a hipoperfusão placentária se torna mais pronunciada – a vascularização uterina anormal é incapaz de acomodar o crescimento do fluxo sanguíneo para o feto. Este evento isquêmico acaba levando à injúria do endotélio vascular (provavelmente por radicais livres) – a partir daí a síndrome tem expressão clínica generalizada. 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Teoria da Má Adaptação Baseia-se na perda da tolerância materna aos antígenos paternos, que parece ser regulada pelo sistema HLA e apresenta achados histológicos similares ao de rejeição de órgãos transplantados. Mulheres que irão desenvolver pré-eclâmpsia apresentam redução do HLA-G não clássico, que é imunossupressor e é mais frequente em pacientes negras. Outro dado relacionado é uma maior resposta Th1 em pacientes com pré-eclâmpsia em comparação com gestantes normotensas, que possuem um desvio preferencialmente para resposta linfocitária Th2. O que apoia essa teoria?!? Há diminuição na ocorrência de pré-eclâmpsia após a 1° gestação normal com mesmo parceiro, MAS maior exposição aos antígenos paternos quando há troca de parceiro. Ativação Endotelial As alterações inflamatórias que levam à ativação endotelial são consequências da isquemia discutida anteriormente. Isto leva à uma cascata de eventos com liberação de fatores antiangiogênicos e metabólicos e mediadores inflamatórios leucocitários RESULTADO: LESÃO ENDOTELIAL SISTÊMICA. CITOCINAS, INTERLEUCINAS, ESTRESSE OXIDATIVO, PERÓXIDOS. . . vários fatores participam da ativação endotelial gerando todo o quadro já descrito. Teoria da Suscetibilidade Genética A pré-eclâmpsia é mais observada em mulheres com história familiar, em gêmeas e na raça negra, o que nos faz considerar um possível fator genético implicado. O risco de ter pré-eclâmpsia aumenta em até 40% caso a mãe da paciente tenha apresentado a doença, em torno de 35% se a irmã teve este diagnóstico e entre 22 e 47% para gêmeas. Fisiopatologia Vasoespasmo A ativação endotelial sistêmica resulta em vasoespasmo + aumento da resistência vascular periférica + hipertensão arterial + aumento da permeabilidade vascular + perda de volume plasmático para o 3° espaço + depósito subendotelial de plaquetas e fibrinogênio. ISSO JUSTIFICA O MENOR VOLUME INTRAVASCULAR EM MULHERES COM PRÉ- ECLÂMPSIA!!! Dano Endotelial Considerado a BASE FISIOPATOLÓGICA DA PRÉ-ECLÂMPSIA. Durante a gravidez o endotélio placentário intacto produz quantidades equilibradas de substâncias vasodilatadoras e anticoagulantes. O endotélio lesado, em decorrência de isquemia, promove a coagulação e aumenta sua sensibilidade aos agentes vasopressores. A lesão endotelial, além de aumentar a reatividade vascular e causar o desenvolvimento da hipertensão arterial, também favorece a deposição de fibrina nos leitos vasculares, deflagrando eventos de Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD). Esta última complicação é responsável por grande parte das lesões orgânicas e da morbidade de grávidas com distúrbios hipertensivos. 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! As lesões características da eclâmpsia são, em grande parte, causadas por trombose de arteríolas e capilares por todo o organismo, particularmente no fígado, rins, cérebro e placenta. A permeabilidade vascular também se encontra aumentada secundariamente à lesão endotelial EDEMA PERIFÉRICO GENERALIZADO! Etiologia e Fisiopatologia da Pré-Eclâmpsia O distúrbio endotelial no controle do tônus vascular leva à hipertensão, a permeabilidade aumentada resulta em edema e proteinúria e a expressão endotelial anormal de pró-coagulantes pode levar à coagulopatia. As mesmas alterações causam isquemia em órgãos-alvo como cérebro, fígado, rins e placenta. Repercussões Sistêmicas Alterações Cardiovasculares A hemoconcentração (com elevação do hematócrito) é ocasionada por vasoconstrição (que eleva a pressão hidrostática) e aumento da permeabilidade vascular – característica marcante do distúrbio hipertensivo. Deve haver um aumento de volume plasmático durante a gestação de 3.5 para 5L EM PACIENTES COM DISTÚRBIO HIPERTENSIVO NÃO HÁ ESSE GANHO DE 1500ml!!! O valor de 3500ml é insuficiente para os padrões gravídicos, resultando em hemoconcentração! Não há hipovolemia devido 4 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! vasoespasmo, logo, o volume plasmático não deve ser corrigido. Alterações Hematológicas Plaquetas estão, no geral, diminuídas É marcador de gravidade, deve ser dosada de forma seriada. Trombocitopenia é a anormalidade mais comum. Exceto na síndrome HELLP e descolamento prematurode placenta, o tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial e concentração de fibrinogênio não são afetados. Pode haver hemólise microangiopática, elevação da concentração da desidrogenase láctica (LDH) e também queda do hematócrito. Alterações Renais A lesão mais característica é a endoteliose capilar glomerular. À microscopia eletrônica visualizamos uma acentuada tumefação das células endoteliais que praticamente oblitera à luz dos capilares. Há também deposição semelhante a fibrina pelo citoplasma da célula endotelial e abaixo dela + proliferação do mesângio. Todos os distúrbios renais são secundários à lesão glomerular agravados pelo espasmo vascular intrarrenal. A TFG cai 30%, ácido úrico sobe > 5.5 a 6 mg/dl. Se houver descolamento prematuro da placenta pode haver isquemia renal, necrose tubular aguda e necrose cortical bilateral. Alterações Endócrinas e Metabólicas O Sistema Renina-Angiotensina- Aldosterona (SRAA) a angiotensina I é convertida em sua forma ativa, a angiotensina II pela ECA. A angiotensina II induz à contração da musculatura lisa dos vasos e à produção de aldosterona, levando à retenção de sódio. Alterações Cerebrais Na primeira teoria, a regulação cerebrovascular responde a hipertensão arterial grave com um vasoespasmo exacerbado, o que resulta em isquemia, edema citotóxico e infarto tecidual. Já a segunda teoria propõe que a elevação súbita da pressão arterial excede a autorregulação cerebrovascular, levando a áreas de vasoconstrição e outras de vasodilatação. Manifestações neurológicas mais comuns na pré-eclâmpsia: cefaleia, turvação visual, escotomas e, mais raramente, amaurose. Uma causa frequente de morte (60% dos óbitos) em pacientes com pré-eclâmpsia é a hemorragia cerebral!!! Alterações Hepáticas Há hemorragia periportal, lesões isquêmicas e depósitos de gordura. Quando há acometimento hepático a paciente manifesta dor em quadrante superior direito, dor epigástrica, elevações das transaminases e, em casos mais graves, hemorragia subcapsular ou rotura hepática. Alterações Uteroplacentárias A não ocorrência da 2° onda de migração trofoblástica resulta em redução da circulação sanguínea para a placenta o que causa grande incidência de infartos placentários, crescimento restrito da placenta e o seu descolamento prematuro. 5 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Principais Repercussões Clínicas da Pré-eclâmpsia Pré-Eclâmpsia Definida pelo aparecimento de hipertensão e proteinúria após 20 semanas de gestação em gestantes previamente normotensas. PA ≥ 140 × 90 mmHg Proteinúria ≥ 300 mg/24h Edema generalizado Não é essencial para o diagnóstico É uma desordem multissistêmica, idiopática, específica da gravidez humana e do puerpério. Mais precisamente, trata-se de um distúrbio placentário. Proteinúria Pode ser pesquisada de 3 formas: Proteinúria de 24 horas: 300mg ou + em urina de 24 h. É O + ACURADO para quantificação de urina!; Proteína em fita: 1+ ou 2+ em 2 amostras quaisquer colhidas com um intervalo mínimo de 4 horas. OBS.: se possível optar sempre pela proteinúria de 24 horas ou relação proteína/creatinina sérica; Relação proteína/creatinina urinária: pode ser utilizada numa amostra isolada de urina. Valores ≥ 0,3 se associam significativamente com proteinúria > 300 mg/24h. POSSO DIAGNOSTICAR PRÉ=ECLÂMPSIA SEM PROTEINÚRIA PRESENTE?!? Sim, segundo o American College of Obstetricians and Gynecologists, se houverem um dos seguintes achados: Trombocitopenia (< 100.000/mm³); Alteração da função hepática (elevação de transaminases duas vezes o valor normal); Piora da função renal (creatinina > 1,1 mg/dl ou duplicação do valor normal, na ausência de outras doenças renais); Edema agudo de pulmão; Sintomas visuais ou cerebrais. Tratamento Em casos leves a conduta deve ser conservadora até que o feto atinja 37 semanas. Deve-se realizar acompanhamento materno-fetal rigoroso. O tratamento AMBULATORIAL é indicado para gestantes que se apresentem ao pré-natal com níveis de hipertensão arterial < 160x110 mmHg e nenhum sinal de gravidade. Orientações Gerais Recomendam-se consultas semanais para aferição da pressão arterial e pesquisa de sinais de gravidade da doença, como cefaleia, alterações visuais ou dor epigástrica. O tratamento anti-hipertensivo nas formas leves da doença não está indicado – nem sulfato de magnésio. A corticoterapia para maturação pulmonar fetal deve ser considerada no momento do diagnóstico, visto que há um risco de progressão da doença e consequente interrupção prematura da gestação. 6 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Ok, mas quais parâmetros avaliar para detectar precocemente a progressão da doença? 1. Ganho ponderal; 2. Pressão arterial; 3. Hemograma e contagem de plaquetas; 4. Ureia, creatinina e ácido úrico sérico; 5. Transaminases hepáticas e LDH; 6. EAS e proteinúria de 24 horas. Avaliar o bem-estar fetal: 1. Movimentação fetal; 2. Crescimento uterino e volume de líquido amniótico: rastreamento de Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR) e oligodramnia; 3. Cardiotocografia: semanalmente a partir de 30-32 semanas; 4. USG (perfil biofísico fetal) e dopplervelocimetria: solicitar na época do diagnóstico e repetir, se normal, a cada três ou quatro semanas. Se o controle da pressão arterial for satisfatório (PA < 160 × 110 mmHg), deve-se continuar com o acompanhamento da gravidez até 37 semanas, quando esta deve ser interrompida, de preferência por via vaginal, mesmo que seja necessário realizar sua indução, desde que as condições fetais permitam. Se houver, entretanto, hipertensão arterial grave (PA > 160 × 110 mmHg) nas consultas ambulatoriais subsequentes ou durante a internação, presença de sinais clínicos de agravamento (cefaleia, náuseas, vômitos, escotomas cintilantes, diplopia, visão turva, amaurose, dor epigástrica em barra ou no flanco direito e agitação psicomotora) ou evidências de sofrimento fetal, deve ser planejada a INTERRUPÇÃO IMEDIATA DA GESTAÇÃO. Tratamento Acompanhamento ambulatorial com periodicidade das consultas baseada no controle clínico 1 a 2 semanas. Orientar rigorosamente a paciente em relação aos sinais de gravidade (retornar imediatamente na emergência na presença de sintomas ou se PA ≥ 160x110 mmHg). Iniciar anti-hipertensivos: se PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg. Acompanhamento laboratorial de acordo a evolução e a gravidade de cada caso. Parto: antes de definir o momento ideal do parto, avaliar condições da unidade materna infantil: - 38 a 39 semanas: quando PA leve a moderada, sem comorbidades ou outros fatores de risco para resultados adversos. - 37 semanas: quando PA leve a moderada, presença de comorbidades ou outros fatores de risco para resultados adversos. - ≥ 34 semanas (após estabilização materna): quando PA grave. Avaliação da vitalidade fetal: US obstétrico com Doppler, periodicidade individualizada de acordo com a evolução clínica; CTG no diagnóstico ou se indicação clínica. Pré-Eclâmpsia com Sinais de Deterioração Até pouco tempo a pré-eclâmpsia era subdividida em leve e grave. Na nova nomenclatura ela é subdividida entre: Pré-eclâmpsia sem sinais de deterioração: hipertensão c/ proteinúria após 20 semanas de gestação sem sinais clínicos e/ou sintomas de deterioração clínica; Pré-eclâmpsia com sinais de deterioração: qualquer um dos seguintes achados numa paciente com pré-eclâmpsia: - PAS ≥160 mmHg ou PAD ≥110 mmHg: confirmada por intervalo de 15 minutos, preferencialmenteapós período de repouso e com a paciente sentada; 7 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! - Trombocitopenia: contagem de plaquetas < 100.000 mm3; - Disfunção hepática: elevação das transaminases ≥ 2x o valor de referência e/ou dor epigástrica/dor quadrante superior direito não responsiva a medicação e sem diagnósticos alternativos; - Insuficiência renal: creatinina sérica > 1,2 mg/dL na ausência de nefropatia; oligúria (volume urinário < 500 ml/24h); - Edema pulmonar, dor torácica; - Alterações cerebrais ou visuais persistentes: cefaleia, torpor, obnubilação, turvação visual, escotomas, amaurose, diplopia; - Síndrome HELLP; - Eclâmpsia. Tratamento Internação da paciente e estabilização do quadro clínico. Acompanhamento laboratorial de acordo a evolução e a gravidade de cada caso. Controle rígido da PA (PAS ≥ 160 mmHg e/ou PAD ≥ 110 mmHg persistindo ≥ 15 minutos) e dos sintomas. O objetivo é diminuir a PA em 15% a 25%, atingindo-se valores da PA sistólica entre 140 e 150mmHg e da PA diastólica entre 90 e 100 mmHg. Deve-se evitar quedas bruscas da PA, pelos riscos maternos (acidente vascular cerebral, infarto), e reduzir em demasia a perfusão uteroplacentária, potencializando-se, assim, os efeitos negativos sobre o estado fetal. Uma vez obtidas as reduções desejadas na PA sistólica e na PA diastólica, inicia-se ou otimiza- se rapidamente a utilização dos anti- hipertensivos de manutenção por via oral – VO. Medicações mais utilizadas em emergências hipertensivas na gestação Instituir tratamentos pertinentes a cada caso e reavaliar a paciente clínica e laboratorialmente antes de proceder à indicação do parto, é sempre prudente. Nesse contexto, 8 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! situações de deterioração clínica que indicam a resolução da gestação incluem: Síndrome HELLP; Eclâmpsia; Descolamento prematuro de placenta; Hipertensão refratária ao tratamento com três fármacos anti-hipertensivos; Edema agudo de pulmão/comprometimento cardíaco; Alterações laboratoriais progressivas (trombocitopenia, elevação de enzimas hepáticas); Insuficiência renal evidenciada, principalmente, por elevação progressiva dos níveis de ureia e creatinina, oligúria e anasarca; Alterações na vitalidade fetal; Idade gestacional ≥ 24 semanas e < 34 semanas; A resolução da gestação só deve ocorrer se a paciente se enquadrar nas alterações descritas anteriormente. As orientações para esses casos são: Manter controle pressórico adequado; Utilizar sulfato de magnésio (MgSO4). Se não houver indicação absoluta para o parto, pode-se manter a medicação por 24 h ou de acordo com o juízo clínico; Atentar para os sinais e sintomas de iminência de eclâmpsia; Manter monitoramento laboratorial de acordo com cada caso (hemograma, funções renal e hepática); Realizar vigilância do bem-estar e do crescimento fetal. Recomenda-se combinar as avaliações biofísica (principalmente CTG) e hemodinâmica (dopplervelocimetria); Realizar corticoterapia para a maturação pulmonar fetal. Idade gestacional entre 34 e 37 semanas. A condução dos casos nesse intervalo de idade gestacional é igual àquela descrita anteriormente para idades gestacionais entre 24 e 34 semanas. Reforça-se que existem complicações relacionadas à prematuridade antes de 34 semanas, portanto, recomenda-se que, diante das melhoras clínica e laboratorial materna, bem como da vitalidade fetal preservada, o parto seja postergado para mais próximo do termo. Profilaxia da Convulsão Esquemas do MgSO4 para prevenir e tratar a eclâmpsia Monitorar: Diurese ≥ 25 ml/h; Ausência de reflexo patelar; Frequência respiratória < 12 irpm. Diante de alterações nesses parâmetros, recomenda-se reduzir ou interromper a infusão 9 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! endovenosa ou não realizar a dose intramuscular. Procede-se, então, à avaliação dos níveis de MgSO4 e da função renal. Diante de valores dentro dos limites de normalidade, deve-se reiniciar o tratamento. Níveis séricos de Magnésio que se correlacionam com sintomas de intoxicação: Dose terapêutica: 4 –7 mEq/ml; Diminuição reflexo patelar: > 7 mEq/ml; Depressão respiratória: > 10 mEq/ml; Parada cardiorrespiratória: > 15 a 25 mEq/ml. OBS.: Uma diurese < 25 ml/h (< 100 ml a cada quatro horas) indica um reajuste na dose do sulfato de magnésio para evitar a intoxicação pela medicação; Uma frequência respiratória < 12 irpm é sugestiva de intoxicação. Tratamento para desintoxicação: Gluconato de cálcio 1 g EV (endovenoso) em 3-4 minutos. Nos casos de recorrência da crise convulsiva, administram-se mais 2 g de MgSO4 por via endovenosa (bolus) e utiliza-se como manutenção a dose de 2g/h. Se dois desses bolus não controlarem as convulsões, o fármaco de escolha será a Fenitoína em seu esquema clássico para tratar crises convulsivas. Recomenda-se, ainda, nesses casos investigar complicações cerebrais, principalmente hemorragias intracranianas. Em pacientes com insuficiência renal (creatinina ≥ 1,2 mg/dL), a dose de manutenção deve ser a metade da recomendada. Deve-se interromper a infusão de MgSO4 apenas se a diurese for inferior a 25 mL/h. Recomenda-se manutenção de MgSO4 durante 24 horas após a resolução da gestação ou após a última crise convulsiva. Síndrome HELLP HELLP é um acrônimo que significa Hemolisys, Elevated Liver enzimes e Low Platelets, do inglês hemólise, aumento de transaminases e trombocitopenia. A hemólise é definida pela presença de anemia hemolítica microangiopática, sendo a alteração mais importante da tríade. O diagnóstico pode ser fornecido por um esfregaço anormal de sangue periférico, que identifica esquizócitos (ou helmet cells), equinócitos e burn cells. Outros dados laboratoriais incluem aumento da bilirrubina indireta, haptoglobina diminuída (< 25 mg/dl), LDH aumentado e diminuição da hemoglobina. Outros sintomas incluem: Dor no quadrante superior direito ou epigástrica (80% dos casos); Aumento excessivo do peso e piora do edema (50 a 60%); Hipertensão (85%); Proteinúria (87%); Náusea e vômito (50%); Cefaleia (40%); Alterações visuais (15%); e Icterícia (5%). Embora não haja consenso diagnóstico para a síndrome HELLP, a maioria dos autores utiliza os seguintes critérios: Esfregaço periférico com esquizócitos; LDH > 600 U/L ou BT ≥ 1,2 mg/dl; TGO ≥ 70 U/L; Plaquetas < 100.000/mm³. Tratamento Pode se desenvolver pré ou pós-parto, geralmente variando de algumas horas até dias pós-parto (média de 48 horas). Avaliação laboratorial: 10 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Relação proteína/creatinina urinárias, hemograma completo, creatinina, TGO, LDH, TAP, TPTA e fibrinogênio. Quadro clínico é variável, podendo a paciente apresentar-se apenas com sintomas inespecíficos: Dor epigástrica/quadrante superior direito ou abaixo do esterno; Náuseas/vômitos; Hematúria/hemorragia gastrointestinal (ultrassonografia para investigar hematoma subcapsular hepático); Edema/ganho ponderal; Sintomas menos comuns incluem dor de cabeça, alterações visuais, icterícia e ascite; Importante lembrar que hipertensão e proteinúria podem estar ausentes ou serem apenasligeiramente anormais. Algumas pacientes podem apresentar vários sinais e sintomas, nenhum dos quais é diagnóstico de pré-eclâmpsia grave. Portanto, recomenda-se avaliação laboratorial para todas as gestantes com alguns destes sintomas, independente dos níveis pressóricos. Diagnóstico diferencial: hepatites virais agudas, colecistite aguda, pancreatite, lúpus, fígado gorduroso da gestação, púrpura trombocitopênica, síndrome hemolítico-urêmica e choque séptico ou hemorrágico. Acrescenta-se, ainda, a possibilidade de arboviroses, como febre amarela e dengue hemorrágica, entre outras. Estabilização do quadro clínico materno. A síndrome HELLP configura condição de deterioração clínica a qual é indicativa de resolução da gestação. A conduta conservadora deve ser excepcionalmente praticada e por período não superior a 48 horas, somente se resguardadas condições maternas e/ou fetais. As justificativas para a adoção dessa tratativa são a possibilidade de otimizar as condições para assistência ao parto ou qualificar o prognóstico fetal mediante a administração de corticoides. Sugere-se a repetição de exames laboratoriais, no mínimo, a cada 6 horas a 12 horas e não postergar o parto além das 48 horas da corticoterapia. Tratamento dos picos hipertensivos e profilaxia anticonvulsivantes? Semelhante a pré-eclâmpsia grave. Via de parto: indicação obstétrica. Dar preferência à via vaginal. Não há contraindicação para indução do parto. O misoprostol pode ser utilizado, conforme protocolo de indução. Anestesia: bloqueio peridural ou raquidiana se plaquetas > 70.000/ mm³. Correção dos distúrbios da coagulação, se presentes: Corrigir o TAP e o TPTA se prolongados com 10 mL/Kg de plasma fresco congelado; Manter o fibrinogênio plasmático > 100 mg/dL com transfusão de crioprecipitados 10UI; Transfundir concentrado de plaquetas quando sua contagem for < 20.000 mm³, 20-49.000/mm³ prévio à cesárea e ≥ 50.000/ mm³ se sangramento ativo excessivo, seguindo as doses preconizadas de uma unidade para cada 10 kg de peso – avisar o hematologista. Anormalidades laboratoriais melhoram em média com 4 dias pós-parto. Amamentação: não há contraindicação. Eclâmpsia É a ocorrência de crises convulsivas, seguidas ou não de coma, em uma paciente com pré-eclâmpsia, descartando-se outras causas. São geralmente do tipo tônico-clônicas generalizadas e podem aparecer antes, durante ou após o parto, sendo mais raras após 48h de puerpério, embora possam ocorrer até o 10° dia. 11 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Após a convulsão, sobrevém um estado comatoso (período pós-ictal), seguido de alterações respiratórias, taquicardia, hipertermia e acidose láctica. Pode ter como causas o vasoespasmo cerebral com isquemia local, encefalopatia hipertensiva, edema vasogênico e dano endotelial. * Bradicardia fetal com duração de cerca de três a cinco minutos é comum durante e logo após o episódio convulsivo, devido ao quadro de hipóxia e hipercapnia materna, e não requer parto de emergência. A estabilização da pressão materna, terapia anticonvulsivante e oxigenioterapia em geral são suficientes para recuperação fetal. Geralmente, as convulsões são autolimitadas, durando de dois a três minutos. São precedidas de sinais como cefaleia, alterações visuais, epigastralgia e dor no quadrante superior direito do abdome. São indistinguíveis eletroencefalograficamente de outras convulsões tônico-clônicas. Em exames de ressonância magnética, o achado mais comum é o edema cerebral. Tratamento Internação da paciente com assistência intensiva. Garantir permeabilidade das vias aéreas; aspiração de secreções; oxigênio sob cateter nasal. Cateterismo venoso e vesical com controle horário da diurese. Contenção da paciente no leito e proteção da língua durante a convulsão (cânula de Guedel). Avaliação laboratorial para pré-eclâmpsia. Tratamento de hipertensão grave (se houver) e MgSO4, conforme posologia descrita em pré-eclâmpsia grave. Episódio convulsivo após MgSO4: repetir dose de ataque e aumentar dose de manutenção (2 g/h), solicitar avaliação do neurologista. Se houver manutenção do quadro, apesar das medidas anteriores, inicia-se Fenitoína conforme esquema: 20 mg/kg EV lento, se persistir as crises pode chegar a 30 mg/kg. Tratamento das complicações clínicas, como o Edema Agudo de Pulmão, se presente. Interromper a gestação após estabilização do quadro clínico em qualquer idade gestacional. Manter o tratamento por 24 a 48 horas pós-parto. Hipertensão Gestacional / ou Transitória Surgimento de nova hipertensão na segunda metade da gravidez, mas sem o desenvolvimento de proteinúria (ou proteinúria < 300 mg/24 horas) – importante ressaltar que quase metade destas pacientes desenvolverá pré-eclâmpsia posteriormente. A pressão retorna aos níveis normais dentro das primeiras 12 semanas de puerpério e recorre em 80% dos casos nas gestações subsequentes. A hipertensão arterial na gravidez é classificada como grave quando a pressão sistólica é ≥ 160 mmHg e/ou a diastólica ≥ 110 mmHg em duas aferições com intervalo de pelo menos quatro horas. OBS.: o diagnóstico de hipertensão crônica deve ser considerado quando não há normalização da pressão arterial após 12 semanas do parto. OBS2.: Caso um dos critérios de gravidade esteja presente, inclusive o pressórico, a paciente deverá ser considerada como portadora de pré-eclâmpsia, mesmo sem a presença de proteinúria. Hipertensão Crônica com Pré-Eclâmpsia Sobreposta ou Superajuntada A hipertensão essencial crônica preexistente se agrava em algumas gestantes, caracteristicamente após 24 semanas. Esta elevação dos níveis tensionais pode ser acompanhada de proteinúria, o que define a pré- 12 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! eclâmpsia sobreposta e piora muito o prognóstico materno-fetal. Em comparação com a pré- eclâmpsia “simples”, a pré-eclâmpsia sobreposta normalmente se apresenta mais precocemente, tende a ser mais agressiva e é frequentemente acompanhada de crescimento intrauterino restrito. Diferenciar essas condições é uma tarefa difícil. Avaliar a PA antes de 20 semanas é fundamental; a fundoscopia revela características de hipertensão de longa duração (estreitamento de arteríolas, cruzamentos arteriovenosos, exsudatos etc.); Se há proteinúria recente + trombocitopenia + elevação de enzimas hepáticas o diagnóstico sugerido é o de pré-eclâmpsia sobreposta. OBS.: na pré-eclâmpsia sobreposta há achados laboratoriais + característicos como elevação do ácido úrico, atividade de antitrombina III diminuída (< 70%) e hipocalciúria (< 100 mg em 24 horas); A calciúria > 100 mg fala a favor de hipertensão crônica. Tratamento Avaliar necessidade de corticoide até 34 semanas. Acompanhamento laboratorial de acordo a evolução e a gravidade de cada caso. Se estabilização clínica (PA controlada e ausência de lesão de órgão alvo), resolução da gestação com 37 semanas. Não adiar o parto se: PA não controlada, eclâmpsia, HELLP, coagulação intravascular disseminada (CIVD), descolamento prematuro de placenta (DPP) ou edema agudo de pulmão (EAP). Avaliação da vitalidade fetal: US obstétrico com Doppler, periodicidade individualizada de acordo com a evolução clínica. CTG no diagnóstico ou se indicação clínica Diagnóstico Diferencial entre Pré-Eclâmpsia e Hipertensão Crônica Hipertensão Arterial Crônica É definida como um estado hipertensivo (PA ≥ 140 × 90 mmHg) presente antes do início da gestação ou diagnosticado antes de20 semanas. Não está associada a edema e proteinúria (a não ser que haja dano renal prévio à gestação) e persiste após 12 semanas de pós- parto. Tratamento Avaliar HAS secundária e investigar lesão de órgão alvo (transaminases, creatinina, hemograma completo, proteinúria, eletrocardiograma ou ecocardiograma). 13 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Algumas causas de HAS secundária, lesões de órgão alvo e rastreamento diagnóstico Monitorar a pressão arterial domiciliar (com PAD alvo 85 mmHg); Casos de HAC leve, sem outras complicações, podem ser acompanhados no pré- natal com retornos mensais até a 28ª semana; quinzenais, entre 28ª e 34ª semana; e semanais, após a 34ª semana. Caso necessite de aumento da dose anti-hipertensiva ou quadros suspeitos de PE sobreposta, as pacientes devem retornar, no máximo, em uma semana; Exames laboratoriais: proteinúria de 24 h (ou relação proteinúria/creatinúria em amostra isolada) urina 1, hemograma completo, creatinina sérica, ureia, ácido úrico, LDH, bilirrubinas e transaminases; Avaliação da vitalidade fetal: US obstétrico com Doppler, periodicidade individualizada de acordo com a evolução clínica; Cardiotocografia (CTG) no diagnóstico ou se indicação clínica; Terapia anti-hipertensiva: Se paciente fazia uso prévio de anti- hipertensivos, suspender e substituir por drogas seguras na gestação (a menos que hipotensão sintomática ou PA sustentada ≤ 110x70 mmHg manter sem medicação); Iniciar anti-hipertensivos: se PAS (pressão arterial sistólica) estiver ≥ 140 mmHg e a PAD ≥ 90 mmHg ou em níveis mais baixos, porém associados a lesões de órgão-alvo, sendo sua escolha individualizada; PA alvo: PAS: entre 120 e 160 mmHg e PAD entre 80 e 100 mmHg. Parto: < 40 semanas de gestação para mulheres que não requerem medicação e/ou com hipertensão controlada com medicação; 34 a 36 + 6 semanas para mulheres com hipertensão grave de difícil controle. Medicações anti-hipertensivas mais utilizadas no puerpério 14 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! * fármacos com asterisco são 3° escolha para associação de medicamentos para controle pressórico ou no caso de impossibilidade de uso das drogas de primeira escolha. Outros Diagnósticos da Pré-Eclâmpsia Dopplerfluxometria Auxilia na observação do aumento da resistência ao fluxo sanguíneo uteroplacentário. A invasão trofoblástica, que permite maior oxigenação conforme progride causa mudanças na circulação placentária – mudanças visualizáveis pela forma da onda da velocidade arterial uterina. Com o avançar da gravidez, o grau de fluxo final diastólico aumenta e, portanto, o perfil de alta resistência da gravidez inicial transforma-se em um de baixa resistência com aproximadamente 24 semanas. NA PLACENTA DEFEITUOSA há resistência vascular aumentada da artéria uterina e perfusão diminuída da placenta. No entanto, este exame apresenta baixa sensibilidade (20 a 60%) e valor preditivo positivo (6 a 40%) – não deve ser utilizado rotineiramente no rastreio da pré-eclâmpsia. -------------------------------------------- Profilaxia Ácido acetilsalicílico (AAS): 100 mg/dia, à noite, a partir de 12 semanas. Iniciar idealmente até 16 semanas e manter até 36 semanas. Indicações: cálculo do risco ≥ 1/150 (fluxograma adiante). Na impossibilidade de acesso a calculadora, realizar profilaxia considerando a tabela após o fluxograma. Fluxograma para cálculo do risco 15 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Cálcio: Em mulheres com baixa ingestão de cálcio (< 800 mg/dia), a reposição de cálcio (≤ 1 g cálcio elementar/dia) ou a suplementação de cálcio (1,5–2 g cálcio elementar/dia) podem reduzir a carga de ambos precocemente e PE de início tardio. (FIGO, 2019); Durante a gestação, todas as mulheres devem ser orientadas a ter uma dieta rica em cálcio; para aquelas com risco para pré-eclâmpsia e/ou dieta pobre em cálcio, recomenda-se suplementação de 1 a 2 g ao dia. (FEBRASGO, 2021). Conduta Pós-Parto Cuidar das possíveis complicações fatais no puerpério – edema agudo de pulmão, insuficiência cardíaca, disfunção renal, além de crises hipertensivas e eclâmpsia puerperal. Atentar para a deterioração clínica e/ou laboratorial. Assim, recomenda-se reavaliação laboratorial em até 24h pós-parto. A partir de então, novos exames serão solicitados de acordo com cada caso. Monitorização da PA a cada quatro horas, enquanto a paciente está internada, ou mais frequentemente, de acordo com casos específicos. Recomenda-se monitoramento hospitalar pelo menos até o terceiro dia pós-parto e considerar alta hospitalar na ausência de picos hipertensivos após 24h do início do anti- hipertensivo e paciente sem sintomas de iminência de eclâmpsia. Uso do MgSO4 24h pós-parto ou após a última convulsão e em paciente sem sintomas de iminência de eclâmpsia. Pacientes com sintomas de iminência de eclâmpsia devem ser ressulfatadas. Causas iatrogênicas podem elevar os níveis pressóricos nesse período, como a utilização de medicações anti-inflamatórias, agentes ergotamínicos ou medicações para inibição da lactação, como bromocriptina e cabergolina. Revisão de parto com 7-10 dias ou retorno imediato na emergência se houver sintomas. Medicações anti-hipertensivas mais utilizadas no puerpério 16 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ Referências MEDCURSO. Obstetrícia. Vol. 4. Distúrbios Hipertensivos da Gestação, Diabetes Mellitus e Gemelaridade. 2022. PROTOCOLO CLÍNICO – UFTM. MANEJO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO. Emissão: 12/12/2022; Versão: 1. Próxima revisão: 12/12/2024.
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