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Fichamento História do Pensamento Econômico E.K Hunt

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História do Pensamento Econômico, Uma Perspectiva Crítica de E.K. Hunt 
Uma definição de Capitalismo
A autora caracteriza a afirmação de que o sistema capitalista começou com Adam Smith muito simplista, ela afirma que o sistema econômico, político e social surgiu em processo lento que perdurou por vários séculos na Europa Ocidental para depois se expandir para o mundo. A priori, a autora define o capitalismo como um sistema bem mais diversificado que os anteriores e que para compreendê-lo é necessária uma ferramenta chamada de continuidade histórica. 
Hunt define um sistema econômico por meio do modo de produção, ou seja, pelas forças produtivas e relações sociais de produção. A tecnologia produtiva de uma sociedade equivale ao conhecimento técnico ou produtivo usados para produção, dependendo da matéria-prima (originada da natureza), maquinário (desgastam e serão substituídos) e a força de trabalho dos seres humanos (necessitam de seus direitos básicos). Essas são as necessidades mínimas que um modo de produção de apresentar, caso não apresente ao longo do tempo será extinto, por outro lado, com o tempo foi surgindo o excedente social, a parte da produção que sobra que serão após a dedução dos custos dos materiais. 
Ao decorrer dos anos a produção de excedentes foi se tornado cada vez maior. A autora relata que a sociedade capitalista é dividida em dois setores, aqueles que trabalham para sustentar o modo de produção e aqueles que controlam e se apropriam dos excedentes.
Portanto, Hunt apresenta os quatro pilares da sociedade capitalista que são a produção de mercadorias, a propriedade privada dos meios de produção, a venda da força de trabalho e o comportamento individualista, aquisitivo e maximizador. A primeira delas seriam as características físicas particulares, nessa vertente a mercadoria é utilizada para satisfazer as necessidades humanas, onde há o valor de uso, ou seja, produto que pode ser vendido no mercado em troca de dinheiro, como consequência do valor dos produtos, cria-se o valor de troca, uma vez que esses produtos podem ser trocados. 
Segundo a ética capitalista, o segundo pilar capitalista é a propriedade privada dos meios, ou seja, a sociedade certifica que certo grupo tem a autoridade de regular e determinar como os atributos destinados a produção serão utilizados. Normalmente quem possui o controle dessa área em um regime capitalista é a classe dominante. O que leva ao terceiro pilar capitalista que é a existência de uma classe trabalhadora numerosa que vende sua força de trabalho para manter os meios de produção, uma vez que as mercadorias que essa classe produz não os pertencem, somente se comprarem com o salário recebido pelos seus serviços.
O quarto pilar capitalista é o comportamento individualista presente nesse tipo de sociedade, ele é necessário para que a regime capitalista funcionar porque mantem a classe trabalhadora controlada, uma vez que nos primórdios capitalistas, os trabalhadores recebiam tão pouco que para receber mais trabalhavam por horas a mais que por consequência gerava excedentes sociais para os donos dos meios de produção. A partir desse ciclo nasceu os sindicatos e associações dos trabalhadores que organizavam lutas para melhores qualidade de vida, salários e uma jornada de trabalho regulado. No final das contas os proprietários tiveram que arranjar uma maneira de como continuar produzindo o excedente social, que veio por meio do consumerismo, que se baseia no nível de felicidade das pessoas serem proporcionais a quantidade de bens que possuem.
As consequências do capitalismo causaram impactos nos sentimentos do trabalhador, uma vez que passaram a sentir ansiedade, solidão e alienação devido ao mundo competitivo e inseguro que são obrigados a viver. A competição influenciou também a classe dominante, que batalha entre si para ver quem consegue obter mais lucro para futuramente transformar em capital e reinvesti-lo. Esse lucro é gerado graças a porcentagem que os proprietários recolhem dos excedentes produzidos, essa porcentagem é chamada de mais-valia. 
A Economia Europeia Pré-Capitalista
	Antes da chegada da economia capitalista, a Europa funcionava em um regime Feudalista, onde a autora, resumidamente, afirma que os fortes (senhores feudais) protegiam os fracos (servos/camponeses). Ademais havia relação de suserania-vassalagem que fortalecia alianças entre senhores de diferentes feudos, os senhores feudais recebiam alimentos, moedas, força de trabalho ou proteção militar e em troca dava o feudo para moradia e segurança.
	A era medieval não tinha uma figura de liderança estável, e se baseava em uma estrutura de serviços e obrigações mútuas que respeitassem o clero.
	Durante a fase de transição do feudalismo para o capitalismo os senhores feudais começaram a instaurar costumes que se igualava ao sistema judicial praticado no capitalismo por meio do cumprimento de leis universalistas e contratos. Com o fortalecimento desses novos costumes feudalistas, passaram a surgir as modernas nações-estados predominantes no período capitalista.
	É importante ressaltar a diferença entre servo e escravo, enquanto o escravo é considerado uma mercadoria, embora poucos, o servo ainda tem seus direitos como por exemplo a sua relação com o senhor feudal de alimento e moradia. 
	O maior proprietário de terras durante a era medieval era a Igreja Católica, uma vez que os senhores feudais, e o resto da sociedade feudal, tinham que jurar lealdade aos dogmas católicos propostos na época.
	Embora o feudalismo fosse famoso mais pela sua predominância rural, as cidades estavam surgindo aos poucos que eram consideradas importantes centros manufatureiros. Quem dominava e controlava a produção e venda de bens e serviços nas áreas urbanas medievais eram as Corporações de Ofício, especializadas em artesanato desde a época do Império Romano.
	Embora a Idade Média seja considerada um período atrasado, essa afirmação está extremamente equivocado, pois durante a era medieval tiveram grandes avanços agrícolas que acarretou o crescimento da população europeia e, consequentemente, a concentração urbana. Gerou-se o crescimento da especialização rural-urbana, onde os bens manufaturados eram produzidos nas cidades e eram enviados para a zona rural para a realização da agricultura, aumentando a capacidade de comercio a longas distancias.
O Crescimento do Comercio de Longa Distância
	Embora tenha sido um passo muito importante para a transição para o capitalismo, a expansão comercial teve seus problemas, entre eles estão a ultrapassagem dos limites econômicos que o feudalismo propunha. Devido ao aumento da produtividade, a prematura classe dominante ficou sem excedentes para coletar, em virtude disto a começaram a se estabelecer conflitos dentro dessa classe, que desestabilizou a Europa Ocidental.
	As cruzadas, iniciadas no século XI tinham, além de ter intensões religiosas, tinham interesses comerciais por trás desse grande movimento, uma vez que as regiões árabes eram cheias de produtos escassos no ocidente europeu. Essa expansão aumentou cada vez mais no século seguinte após o estabelecimento de comércios com os nórdicos e árabes durante viagens que eram realizadas anualmente, durante esse período foram criadas feiras nas rotas de viagens. Por fim no século XV foram estabelecidos pontos fixos em toda Europa e Oriente Médio que se praticava o comercio, esses pontos eram as grandes cidades comerciais onde havia uma certa independência do clero e dos senhores feudais.
O Sistema de Trabalho Doméstico e o Nascimento da Indústria Capitalista 
	O surgimento do Sistema Econômico Capitalista veio da transição do ambiente de trabalho para os domicílios e posteriormente para as fabricas. Diferentes das oficinas medievais o sistema de trabalho doméstico possuía um comerciante que fornecia a matéria-prima para um artesão (que continuava independente) que era feita a transferência de uma quantia para a fabricação de determinado produto, no final o comerciante era proprietário dos produtos usados na produção.Com o passar do tempo o comerciante passou a ser dono dos meios de produção, ou seja, das ferramentas, máquinas e do estabelecimento, e contratava trabalhadores para produzir os produtos, porém esses trabalhadores só vendiam sua força de trabalho.
O Declínio do Sistema Senhorial
	A mão de obra feudalista começou a desabar quando os senhores feudais passavam a depender cada vez mais das cidades. Visto isso, os próprios camponeses começaram a trocar os excedentes por dinheiro, uma vez que gerava uma quantia que era paga ao senhor feudal para não precisar trabalhar no campo forçadamente. A Peste Negra e a Guerra dos 100 anos foram catástrofes que dizimaram a população europeia que gerou falta de mão de obra. Houve também a alienação do domínio dos senhores feudais que obrigavam seus servos trabalharem exaustivamente para conseguir excedentes.
	Fruto desses eventos, explodiu em toda Europa as Revoltas Camponesas, que eram caracterizadas pela crueldade e ferocidade que os servos apresentavam. Porém foram impedidos pela Nobreza Guerreira que dizimou completamente os camponeses em um massacre, na Alemanha por exemplo foram massacradas cerca de 100000 pessoas.
Surgimento da Classe Trabalhadora
	A classe trabalhadora capitalista em si surgiu em decorrência do aumento da população europeia entre os séculos XV e XVI. Nessa época, ocorreu o Movimento de Cercamento, que gerou um êxodo rural enorme e acabou de vez com os laços feudais. Sem oportunidade de trabalho no campo, os trabalhadores se sujeitavam a viver na miséria e vendiam sua força de trabalha para poderem sobreviver em meio ao novo ambiente urbano capitalista
Outras Forças na Transição para o Capitalismo
	Outros fenômenos também contribuíram para a transição ao sistema capitalista, a primeira delas foi o avanço intelectual durante o século XVI, com descobertas do telescópio, compasso e a prática da navegação. Essas ferramentas influenciaram as Grandes Descobertas nos demais continentes do mundo, o que gerou o fluxo de metais preciosos para a Europa e a colonização desses territórios. 
O grande fluxo de metais preciosos, ajudou a recuperar a escassez de moedas, uma vez que teve uma alta procura por ouro e prata. Com a demanda nesses metais, os preços em toda a Europa subiram absurdamente, chegando entre 150 e 400% de aumento. Como consequência, quem saiu como grande vencedor dessa história foi a classe capitalista emergente, que acumulou esse lucro e o transformou em capital para reinvestir nas matérias-primas necessárias para a produção e comércio.
O ator lista as quatro principais fontes de acumulação inicial de capital, entre elas estão: o volume do comércio, sistema industrial de produção doméstica, movimentos dos cercamentos e a grande inflação dos preços.
O Mercantilismo 
	Durante a fase inicial do mercantilismo (bulionismo) o continente europeu estava com uma grande escassez de ouro e prata, portanto as lideranças europeias adotaram medidas que proibia a exportação dos metais. Portanto, a necessidade do comercio e do lucro era tão grande que os mercadores passaram a burlar o sistema e por meio da subordinação de funcionários do governo, passaram a contrabandear barras de ouro e prata para toda a Europa.
	Após a era bulionista e a suspensão das restrições a partir do século XVI, as potencias europeias implementaram projetos para ter um saldo favorável na balança comercial. Os projetos se baseavam na exportação de bens de transporte e seguros, consequentemente, a desestimulação da importação dos mesmos e a criação de monopólios comerciais, fazendo com que os países coloniais comprassem produtos somente de sua Metrópole. No caso da Inglaterra, entre 1651 e 1660 foram instituídos Atos de Navegações para aumentar o fluxo de navios ingleses e de dinheiro dentro do país. 
	Os mercantilistas eram a favor da monopolização dos produtos, pois evitavam a competição que porventura diminua os preços e por virtude seus lucros.
Escritos Mercantilistas Posteriores e a Filosofia do Individualismo
	Com o desenvolvimento do capitalismo e a saturação do mercantilismo, as empresas ficaram com cada vez mais dificuldades de manter o monopólio. Primeiramente, devido a difusão comercial e o aumento da concorrência, de modo que a diferença entre os preços de diferentes regiões começou a cair, como consequência reduziu o lucro dos comerciantes. A segunda mudança se trata da integração do controle capitalista, com o sistema de trabalho doméstico e logo depois com as fabricas que substituíram as corporações de ofício.
	Para Dobb, ator de “A Evolução do Capitalismo”, o deslocamento do centro de gravidade do sistema socioeconômico da Inglaterra no século XVII causou duas mudanças importantes para o cenário econômico europeu e mundial. A primeira delas foi a formulação da filosofia individualista, feita por intelectuais que discordavam com as regulações estatais e a visão paternalista. Anteriormente, os preços e o lucro eram regulados pela oferta e procura e pela utilidade, porém, o que nos leva a segunda mudança é a interpretação a respeito da determinação dos preços, que seriam determinados pelas condições de produção, e o lucro, que era originado do processo produtivo.
O Protestantismo e a Ética Individualista
	A Reforma Protestante de Lutero no século XVI se relaciona com a ética individualista, pois os comerciantes daquela época viam nas teses e ações de Lutero a oportunidade de conquistar a liberdade que queriam. Essa liberdade era limitada pela Igreja Católica que tinha grande poder na época, porém a Reforma confrontou o clero que abriu portas para a liberdade econômica que atrapalhava a produção e o comercio. Ademais, a doutrina protestante via as ações dos comerciantes como virtudes, antes vistas pela Igreja Católica como um passe para a condenação eterna.
Políticas Econômicas do Individualismo
	Os ideais individualistas estavam ganhando cada vez mais força com o passar do século XVII, uma vez que a maioria dos autores mercantilistas estavam se posicionando cada vez mais contra os monopólios. Um dos primeiros a assumir essa postura foi o mercador inglês Dudley North (1641-1691), que pregava que os homens eram motivados pelo interesse próprio e por isso deveriam ser livres para competir entre si em um mercado livre. Esses ideais foram as primeiras faíscas do que seria o liberalismo econômico nos séculos seguintes.
 	Os capitalistas durante o mercantilismo tentavam sempre ao máximo romper com as leis paternalistas impostas pela ética cristã medieval para poderem atingir o lucro que buscavam com mais liberdade.
Origens da Teoria Clássica de Preços e Lucro
	No século XVIII, a maneira de produzir estava mudando drasticamente, principalmente na Inglaterra, uma vez que teve um grande aumento na produtividade. Segundo os teóricos da época, primeira razão por esse aumento foi a transformação dos recursos naturais em mercadorias com valor de troca, após a ação do trabalhador ter transformado em produtos com valor de uso. A segunda razão foi o aumento da especialização e divisão do trabalho. 
	A principal fonte de lucro naquela época era o excedente gerado da produção sobre as necessidades de consumo do resto da sociedade. Portanto, esses teóricos mostram a possibilidade da quantidade de trabalho aplicada em uma mercadoria determinava os preços e as fontes de lucro.
Os Fisiocratas Como Reformadores Sociais e As Ideias Econômicas de Quesnay
Os fisiocratas eram reformadores de origem francesa que seguiam os ideais propostos François Quesnay em sua ideia do “Tableau Économique”. Eles tinham interesse de reformar a França, uma vez que era atrasada comparadas a outras potenciais europeias por ainda possuir uma agricultura feudal que inibia o avanço capitalista e a modernização. A escola fisiocrata acredita que as sociedades são movidas por uma lei natural e que os problemas na França são causados justamente pelo mal entendimento dela. Com todo esse caos no território francês em 1789 explodiu a Revolução Francesa afim de derrubar o antigo regime absolutista de Luís XVI.
	O QuadroEconômico proposto pelo líder fisiocrata mostra como a produção, a circulação da moeda e das mercadorias e distribuição de renda se comportam em uma sociedade. Como a maioria dos fisiocratas, Quesnay valoriza extremamente a agricultura, uma vez que a escola acredita que ela seria fonte de toda a riqueza.

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