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MICROECONOMIA II Impostos e Subsídios MICROECONOMIA II SIGNIFICADO O que é imposto? É um tributo obrigatório cobrado pelo governo. Esse valor pago é utilizado para custear as despesas do Estado. O que é subsídio? É um auxílio, um benefício. Consiste em um valor financeiro fixado e concedido pelo governo ou por outras instituições a uma obra ou produção que seja de interesse público. IMPOSTOS Partindo de um ponto de equilíbrio (q*,p*) em um mercado qualquer, queremos verificar os impactos da introdução de um imposto. Impostos (e subsídios) têm efeitos sobre o preço do bem e a quantidade transacionada, assim como o excedente do consumidor, nossa medida de bem-estar até o momento. São divididos em: Ad valorem: sobre o valor da mercadoria. Ex.: 5% sobre o valor total de uma compra. Por quantidade: taxa t por item vendido. Ex.: Imposto de R$0,05 por litro de gasolina. OFERTA E DEMANDA Sem um imposto, o valor pago pelo comprador é integralmente recebido pelo vendedor, P. Assim, o equilíbrio é dado por Qs(P) = Qd(P). Com a introdução de um imposto, esses valores passam a divergir, no montante da tarifa, de forma que temos um valor pago pelo consumidor (Pd) e um valor recebido pelo vendedor/produtor (Ps). A diferença entre esses valores é arrecadada pelo governo. Para o imposto por quantidade, mais comumente usado nas questões numéricas, a diferença será tal que Pd = Ps + t; já para o imposto ad valorem, Pd = (1+t)Ps. Assim, o equilíbrio em um mercado com imposto será dado por Qs(Ps) = Qd(Pd). Dessa forma, o novo equilíbrio deve satisfazer: Independentemente de como se divida a tarifa entre comprador e vendedor, a quantidade transacionada após a introdução do imposto será menor, seja porque o comprador deve pagar mais por unidade consumida, seja porque o produtor receberá menos por unidade vendida. ÔNUS DO IMPOSTO Essa alteração de preços e a redução da quantidade disponível do bem geram o ônus do imposto; uma perda de bem-estar irrecuperável gerada pela taxação. Graficamente: A área em vermelho reflete o ônus do imposto; A área em azul, a arrecadação do governo; Na área em preto estão destacados os novos excedentes de consumidores e produtores. REPASSE DO IMPOSTO A proporção da tarifa que caberá a cada uma das partes – comprador ou vendedor – dependerá da elasticidade a preço que apresentem. Utilizando casos extremos, veremos que regra deve seguir o repasse do imposto. No gráfico, vemos que a oferta é perfeitamente elástica a preços. Isto é, uma pequena redução no preço recebido pelo produtor implica na redução da quantidade ofertada de 𝑄 ∗ = 𝑄0 para 𝑄𝑡 ∗ = 0. Assim, o produtor deve seguir recebendo 𝑃∗= 𝑃𝑜 = 𝑃𝑠∗ para continuar no mercado, de modo que o consumidor deve arcar com o valor integral da tarifa, ou seja, 𝑃𝑑∗ = 𝑃0 + 𝑡. Dessa forma, se o produtor é muito sensível à variação de preços, o consumidor arcará com todo o valor da tarifa. Já no gráfico seguinte, ocorre situação oposta, em que a oferta é perfeitamente inelástico a preços. Assim, sua oferta não é afetada pelo valor recebido a cada venda, ou seja, 𝑄𝑡∗= 𝑄∗= 𝑄0, e ele é indiferente a arcar com o valor total da tarifa, recebendo, pois, 𝑃𝑠∗= 𝑃0 − 𝑡. Com isso, o consumidor segue pagando 𝑃𝑑∗= 𝑃∗= 𝑃𝑜. Conclui-se, portanto, que quanto mais elástica a preço seja a oferta, maior será o repasse do imposto ao consumidor. SUBSÍDIOS Um subsídio tem o intuito de incentivar o consumo de determinado bem ou serviço, sendo, pois, um ‘imposto negativo’. De maneira análoga ao caso do imposto, o benefício do subsídio, s, é dividido entre comprador e vendedor, de acordo com as elasticidades-preço de demanda e oferta. Para haver equilíbrio em um mercado com subsídio, deve valer que: IMPACTOS DO SUBSÍDIO O subsídio, então, aumenta a quantidade transacionada no mercado. Veja o gráfico: Consumidor paga menos em cada unidade adquirida (Pd < Po); Produtor recebe mais em cada unidade vendida (Ps > Po); Governo arca com subsídio s, que garante ganhos a ambas as partes da transação, elevando a quantidade transacionada no mercado SUBSÍDIO E O BEM-ESTAR Qual é o impacto social provocado pela introdução de um subsídio? Se medirmos esse impacto através da variação no excedente social, devemos considerar três elementos: variação no excedente do consumidor; variação no excedente do produtor; variação no gasto do governo. Excedente do consumidor: O excedente do consumidor antes do subsídio é dado pela área do triângulo em verde. Com a introdução do subsídio ele passa à soma das áreas em verde e azul, logo, aumenta em . Excedente do produtor: O excedente do produtor inicial é dado pela área em vermelho. Após a introdução do subsídio, ele passa a ser a soma das áreas em vermelho e azul. Logo, houve aumento do EP em . Gasto do governo: O gasto do governo sobe de um valor inicial igual a zero para um valor igual ao produto entre o valor do subsídio (s) e a quantidade transacionada após a introdução do mesmo. Assim, o governo tem gasto dado pela área do retângulo em azul, isto é: 𝑠. 𝑄′ Subtraindo a perda do governo da soma dos ganhos de excedente do produtor e do consumidor, obtemos o impacto total sobre o excedente social: a área em rosa é a medida do custo de ineficiência do subsídio. O cálculo da perda é dado por: 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜 = 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 + 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟 − 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑔𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜. + - sQ’. Abrindo as contas, chegamos a , que é negativo (pois Q’>Qo e s>0), e corresponde à área destacada no gráfico anterior. Logo, o subsídio gera, no saldo, uma perda social. Referências Varian, Hal R. Microeconomia: uma abordagem moderna. tradução Elfio Ricardo Doninelli. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2012.
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