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Grandes Vias Nervosas
Introdução
As conexões entre os componentes do sistema nervoso
são estabelecidas por vias nervosas, podendo essas ser
ascendentes (sensitivas) ou descendentes (eferentes ou
motoras). De um modo geral, algumas vias se destacam
do ponto de vista da sensibilidade geral e motricidade
somática, uma vez que as vias de órgãos da sensibilidade
especial são vistas em seu contexto e as vias eferentes
viscerais consistem no sistema nervoso autônomo.
Vias Descendentes
São o braço eferente do sistema nervoso, sendo
importantes na realização dos atos motores, em especial
os voluntários. Merecem destaque alguns tratos:
Tratos corticoespinais: unem córtex e medula em sua
porção motora, sendo originados principalmente do
córtex motor primário e, também, do córtex pré-motor,
área motora suplementar e área somatossensorial. Essa
via é conhecida por piramidal, pois passa pela cápsula
interna e, em nível das pirâmides bulbares, 75-90% das
fibras que correspondem ao trato corticoespinal lateral,
decussam, de modo que o comando de um lado corporal
é feito pelo hemisfério contralateral, além de modular os
estímulos sensitivos. O trato anterior não decussa, faz
parte do sistema ântero-medial da medula e se encarrega
da motricidade do segmento axial.
Trato corticonuclear: esse trato é muito semelhante ao
corticoespinal, porém se destina aos núcleos motores dos
nervos cranianos que irão realizar a motricidade de
músculos faciais e a regulação visceral autonômica. A
grande distinção é que não há uma decussação tão
evidente de fibras, de forma que há uma simetria entre
os lados. Isso é percebido clinicamente na paralisia
facial, já que como nos acidentes vasculares encefálicos
há comprometimento de apenas um lado e o trato é
compartilhado entre os hemisférios, só há deficit motor
no quadrante inferior e contralateral da face, pois a
inervação suplementar impede o surgimento de sintomas
como a lagoftalmia, presente na paralisia periférica.
Trato rubroespinal: é um trato menos desenvolvido no
homem, mas que possui importância no controle dos
movimentos de segmentos distais, como os músculos da
mão. Ele inicia em nível do trato rubro do mesencéfalo,
havendo conexão cortical pela via córtico-rubroespinal.
Trato tetoespinal: se origina no colículo superior do
mesencéfalo, dirige-se para o sistema ântero-medial da
medula cervical, sendo importante nos reflexos
visuomotores, em que se movimenta contra ou a favor
de uma fonte luminosa que surge subitamente.
Tratos vestibuloespinais: consistem de um trato medial e
um lateral, originando-se dos núcleos vestibulares do
bulbo e transmitindo informações vestibulares da orelha
interna e vestibulocerebelo à medula espinal, permitindo
a manutenção da estabilidade da cabeça e olhos com
movimentos corporais e extensão da musculatura sural
para manutenção da postura.
Tratos reticuloespinais; são compostos por um trato
reticuloespinal pontino, que aumenta o tônus extensor
para permitir a postura ereta; e um reticuloespinal
bulbar, com efeito oposto, sendo esse tônus regulado
pela área motora suplementar, permitindo a realização da
postura necessárias aos movimentos voluntários.
Síndrome do neurônio motor superior: chamada de
síndrome piramidal, ocorre no comprometimento das
vias corticais, em geral por um acidente vascular
encefálico que lesione a cápsula interna. Por muito
tempo, acreditou-se que era causada pela lesão do
trato corticoespinal, mas é preciso comprometimento
das vias descendentes completas para o quadro
completo. Como lesões da cápsula interna lesam todas
as vias descendentes, há paralisia contralateral à lesão
com hipertonia espástica (sinal do canivete), além de
hiperreflexia e sinal de Babinski, além de paralisia
facial que se manifesta no quadrante ínfero-lateral.
Posturas patológicas: o trato rubroespinal facilita a
ação dos flexores, logo, a lesão acima desse implica
em adução flexão do cotovelo, punho dedos, além de
hiperextensão e flexão plantar (sendo provocada pela
hipóxia na morte encefálica, o sinal de Lázaro);
enquanto abaixo gera desbalanço dos extensores,
resultando em postura extensora. Essas são,
respectivamente, decorticação e descerebração, sendo
o opistótono (hiperextensão da coluna vertebral por
tetania muscular), um tipo de descerebração .
Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Grandes Vias Nervosas
Vias Ascendentes
As vias ascendentes se tratam de vias sensoriais e são
muito diversas, uma vez que se ligam tanto a somestesia
espinal quanto craniana, além de vias de sistemas
específicos como olfato, paladar, visão, audição e
sensibilidade vestibular, passando por estruturas
hierárquicas até sua apreciação cortical. Serão
destacadas as vias relacionadas à somestesia.
Vias de dor e temperatura: são representadas pela via
neoespinotalâmica e pela via paleoespinotalâmica. Na
via neoespinotalâmica, o neurônio sensitivo do gânglio
da raiz dorsal termina na coluna posterior da medula, faz
sinapse com um neurônio que decussa para o funículo
lateral e realiza sinapse com neurônios talâmicos,
passando pela cápsula interna e coroa radiata e chegando
ao córtex somestésico no giro pós-central. Na via
paleoespinotalâmica, o segundo neurônio decussa
parcialmente e se dirige à formação reticular pelo trato
espinorreticular, de lá fazendo sinapse com um neurônio
talâmico que projeta fibras corticais difusas. Acredita-se
que a via neoespinotalâmica se relacione à dor aguda e
em pontada, enquanto a via paleoespinotalâmica se
associe à dor em queimação difusa, além de ativação do
córtex à dor, já que emite fibras de projeção difusas e
passam por áreas como a formação reticular e, às vezes,
a substância cinza periaquedutal (relacionada ao pânico).
Via da pressão e tato protopático: essa via se trata da
espinotalâmica anterior, que é composta por um
neurônio do gânglio da raiz dorsal, um segundo que
passa da coluna dorsal ao trato espinotalâmico anterior,
chegando ao tálamo pelo lemnisco espinal e, fazendo
sinapse lá, chega ao córtex cerebral. A via leva
informações de pressão e tato protopático.
Via da propriocepção e tato epicrítico: essa via é dita via
da coluna dorsal, pois o seu primeiro neurônio do
gânglio periférico entra no funículo posterior da medula
e ascende, pelos núcleos grácil e cuneiforme para o
bulbo, terminando nos tratos de mesmo nome. De lá, as
fibras decussam e chegam ao tálamo pelo lemnisco
medial aos neurônios talâmicos, que passam pela
cápsula interna e coroa radiada até chegar ao córtex
somestésico. Ela transmite impulsos vinculados a
sensibilidade vibratória (batiestesia), tato epicrítico e
propriocepção consciente.
Via da propriocepção inconsciente: essa via se trata das
vias espinocerebelares, em que os neurônios do gânglio
fazem sinapse na coluna posterior ou fazem um trajeto
longo e chegam à substância intermédia da coluna. Os
neurônios curtos fazem sinapse com neurônios que
ascendem ipsilateralmente pelo trato espinocerebelar
posterior até o pedúnculo cerebelar inferior, enquanto os
longos fazem sinapse com neurônios que decussam,
entram no funículo lateral e chegam ao pedúnculo
cerebelar superior. Essas vias são ipsilaterais (acredita-se
que os neurônios longos cruzem novamente na medula)
e permitem ao cerebelo a percepção corporal.
Sensibilidade visceral: a dor visceral é trazida pelos
nervos simpáticos ou parassimpáticos no caso da pelve,
sendo que se estabelece que seu trajeto central seja pelo
funículo posterior, o que permite intervenções cirúrgicas
nesse nível do funículo (mielotomia da linha média) nas
dores incontroláveis e refratárias de origem visceral.
Vias trigeminais: na face, a inervação sensitiva geral é
principalmente trigeminal, que se faz por uma via
exteroceptiva (carrega informações da dor, temperatura,
tato e vibração) e uma proprioceptiva. Na via
exteroceptiva, o neurônio do gânglio trigeminal faz
sinapse com um neurônio do trato sensitivo principal
(tato epicrítico), do trato espinal (termocepção e dor) ou
se bifurca para ambos (tato protopático e pressão), sendo
que esses neurônios, em sua maioria,decussam pelo
lemnisco trigeminal e chegam a neurônios do núcleo
ventro-pósteromedial talâmico, que os direciona ao
córtex somestésico. Já na via proprioceptiva, os
neurônios terminam no núcleo do trato mesencefálico,
levando alguns impulsos inconscientes ao cerebelo e
outros, que se tornarão conscientes, passam pelo núcleo
sensitivo principal, chegando ao tálamo pelo lemnisco
trigeminal e, lá, fazem sinapse para chegar ao córtex.
Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Grandes Vias Nervosas

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