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110 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação 111 CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 112 MÓDULO IV 9 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS ESPECIAIS O direito da pessoa à educação é resguardado pela política nacional de educação independentemente de gênero, etnia, idade ou classe social. O acesso à escola extrapola o ato da matrícula e implica apropriação do saber e das oportunidades educacionais oferecidas à totalidade dos alunos com vistas a atingir as finalidades da educação, a despeito da diversidade na população escolar. A perspectiva de educação para todos constitui um grande desafio, quando a realidade aponta para uma numerosa parcela de excluídos do sistema educacional sem possibilidade de acesso à escolarização, apesar dos esforços empreendidos para a universalização do ensino. Enfrentar esse desafio é condição essencial para atender à expectativa de democratização da educação em nosso país e às aspirações de quantos almejam o seu desenvolvimento e progresso. A escola que se espera para o século XXI tem compromisso não apenas com a produção e a difusão do saber culturalmente construído, mas com a formação do cidadão crítico participativo e criativo para fazer face às demandas cada vez mais complexas da sociedade moderna. Desde a década de 90, vem ocorrendo grande impulso no que se refere à colocação de alunos com deficiência na rede regular de ensino e têm avançado aceleradamente em alguns países desenvolvidos, constatando-se que a inclusão bem-sucedida desses educandos requer um sistema educacional diferente do atualmente disponível. Implicam a inserção de todos, sem distinção de condições linguísticas, sensoriais, cognitivas, físicas, emocionais, étnicas, socioeconômicas ou outras e requer sistemas educacionais planejados e organizados que deem conta da diversidade dos alunos e ofereçam respostas adequadas às suas características e necessidades. 113 É indiscutível a dificuldade de efetuar mudanças, ainda mais quando implicam novos desafios e inquestionáveis demandas socioculturais. O que se pretende, numa fase de transição onde os avanços são inquietamente almejados, é o enfrentamento desses desafios mantendo-se a continuidade entre as práticas passadas e presentes, vislumbrando o porvir; é procurar manter o equilíbrio cuidadoso entre o que existe e as mudanças que se propõem. Como atender a esta diversidade? Sem pretender respostas conclusivas, sugerem-se estas, dentre outras medidas: elaborar propostas pedagógicas baseadas na interação com os alunos, desde a concepção dos objetivos; reconhecer todos os tipos de capacidades presentes na escola; sequenciar conteúdos e adequá-Ios aos diferentes ritmos de aprendizagem dos educandos; adotar metodologias diversas e motivadoras; avaliar os educandos em uma abordagem processual e emancipadora, em função do seu progresso e do que poderá vir a conquistar. A educação tem se destacado como um meio privilegiado de favorecer o processo de inclusão social dos cidadãos, tendo como mediadora uma escola realmente para todos, como instância sociocultural. A prática escolar tem evidenciado o que pesquisas científicas vêm comprovando: os sistemas educacionais experimentam dificuldades para integrar o aluno com necessidades especiais. Revelam os efeitos dificultadores de diversos fatores de natureza familiar, institucionais e socioculturais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à diversidade da comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações curriculares pode atender as necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e motivações. A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso à escola e visa à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola, nessa perspectiva, busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, podendo e devendo ser fatores de enriquecimento. 114 A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla dimensão de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas em diversas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como decorrência de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos: • crianças com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais diferenciadas; • crianças com deficiência e bem dotadas; • crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas; • crianças de populações distantes ou nômades; • crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais; • crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados. Falar em necessidades educacionais especiais, portanto, deixa de ser pensar nas dificuldades específicas dos alunos e passa a significar o que a escola pode fazer para dar respostas às suas necessidades, de modo geral, bem como aos que apresentam necessidades específicas muito diferentes dos demais. Considera os alunos, geralmente, como passíveis de necessitar, mesmo que temporariamente, de atenção específica e poder requerer um tratamento diversificado dentro do mesmo currículo. Não se nega o risco da discriminação, do preconceito e dos efeitos adversos que podem decorrer dessa atenção especial. Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo os especializados – quando necessários – não devem restringir ou prejudicar os trabalhos que os alunos com necessidades especiais compartilham na sala de aula com os demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a ação pedagógica "normal" parece ser um desafio presente na integração dos alunos, com maiores ou menores dificuldades para aprender. 115 10 APRENDIZAGEM ESCOLAR A aprendizagem escolar está diretamente vinculada ao currículo, organizado para orientar, dentre outros, os diversos níveis de ensino e as ações docentes. É central para a escola e associa-se à própria identidade da instituição escolar, à sua organização e funcionamento e ao papel que exerce – ou deveria exercer – a partir das aspirações e expectativas da sociedade e da cultura em que se insere. Contém a experiência, bem como a sua planificação no âmbito da escola, colocada à disposição dos alunos visando potencializar o seu desenvolvimento integral, a sua aprendizagem e a capacidade de conviver de forma produtiva e construtiva na sociedade. Nessa concepção, o currículo é construído a partir do projeto pedagógico da escola e viabiliza a sua operacionalização, orientando as atividades educativas, as formas de executá-las e definindo suas finalidades. Assim, pode ser visto como um guia sugerido sobre o que, quando e como ensinar; o que, como e quando avaliar. A escola para todos requer uma dinamicidade curricular que permita ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos. Ver as necessidades especiais dos alunos atendidas no âmbito da escola regularrequer que os sistemas educacionais modifiquem, não apenas as suas atitudes e expectativas em relação a esses alunos, mas, também, que se organizem para constituir uma real escola para todos, que dê conta dessas especificidades. O projeto pedagógico da escola, como ponto de referência para definir a prática escolar, deve orientar a operacionalização do currículo, como um recurso para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, considerando-se os seguintes aspectos: 116 • a atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar o processo de ensino-aprendizagem, de modo a atender às diferenças individuais dos alunos; • a identificação das necessidades educacionais especiais para justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à sua educação; • a adoção de currículos abertos e propostas curriculares diversificadas, em lugar de uma concepção uniforme e homogeneizadora de currículo; • a flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da escola, para atender à demanda diversificada dos alunos; • a possibilidade de incluir professores especializados, serviços de apoio e outros, não convencionais, para favorecer o processo educacional. Essa concepção coloca em destaque a adequação curricular como um elemento dinâmico da educação para todos e a sua viabilização para os alunos com necessidades educacionais especiais: não se fixar no que de especial possa ter a educação dos alunos, mas flexibilizar a prática educacional para atender a todos e propiciar seu progresso em função de suas possibilidades e diferenças individuais. As manifestações de dificuldades de aprendizagem na escola apresentam- se como um contínuo, desde situações leves e transitórias que podem se resolver espontaneamente no curso do trabalho pedagógico até situações mais graves e persistentes que requerem o uso de recursos especiais para a sua solução. Atender a esse contínuo de dificuldades requer respostas educacionais adequadas, envolvendo graduais e progressivas adaptações do currículo. As adaptações curriculares constituem, pois, possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam a planificação pedagógica e as ações docentes fundamentadas em critérios que definem: 117 • O que o aluno deve aprender? • Como e quando aprender? • Que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem? • Como e quando avaliar o aluno? Para que alunos com necessidades educacionais especiais possam participar integralmente em um ambiente rico de oportunidades educacionais com resultados favoráveis, alguns aspectos precisam ser considerados, destacando-se entre eles: • A preparação e a dedicação da equipe educacional e dos professores; • O apoio adequado e recursos especializados, quando forem necessários; • As adaptações curriculares e de acesso ao currículo. Algumas características curriculares facilitam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, dentre elas: • Atinjam o mesmo grau de abstração ou de conhecimento, num tempo determinado; • Desenvolvidas pelos demais colegas, embora não o façam com a mesma intensidade, em necessariamente de igual modo ou com a mesma ação e grau de abstração. As adaptações curriculares apoiam-se nesses pressupostos para atender às necessidades educacionais especiais dos alunos, objetivando estabelecer uma relação harmônica entre essas necessidades e a programação curricular. Estão focalizadas, portanto, na interação entre as necessidades do educando e as respostas educacionais a serem propiciadas. Devem ser destinadas, aos que necessitam de serviços e/ou situações especiais de educação, realizando-se, preferencialmente, em ambiente menos 118 restritivo e pelo menor período de tempo, de modo a favorecer a promoção do aluno a formas cada vez mais comuns de ensino. A maior parte das adaptações curriculares realizadas na escola são consideradas menos significativas, porque constituem modificações menores no currículo regular e são facilmente realizadas pelo professor no planejamento normal das atividades docentes e constituem pequenos ajustes dentro do contexto normal de sala de aula. As adaptações relativas aos objetivos sugerem decisões que modificam significativamente o planejamento quanto aos objetivos definidos, adotando uma ou mais das seguintes alternativas: • Eliminação de objetivos básicos – quando extrapolam as condições do aluno para atingi-lo, temporária ou permanentemente; • Introdução de objetivos específicos alternativos – não previstos para os demais alunos, mas que podem ser incluídos em substituição a outros que não podem ser alcançados, temporária ou permanentemente; • Introdução de objetivos específicos complementares – não previstos para os demais alunos, mas acrescidos na programação pedagógica para suplementar necessidades específicas. As adaptações relativas aos conteúdos incidem sobre conteúdos básicos e essenciais do currículo e requerem uma avaliação criteriosa para serem adotados. Dizem respeito: • À introdução de novos conteúdos não revistos para os demais alunos, mas essenciais para alguns, em particular; • eliminação de conteúdos que, embora essenciais no currículo, sejam inviáveis de aquisição por parte do aluno. Geralmente estão associados a objetivos que também tiveram de ser eliminados. 119 As adaptações relativas à metodologia são consideradas significativas quando implicam uma modificação expressiva no planejamento e na atuação docente. Dizem respeito: • à introdução de métodos muito específicos para atender às necessidades particulares do aluno. De modo geral, são orientados por professor especializado; • às alterações nos procedimentos didáticos usualmente adotados pelo professor; • à organização significativamente diferenciada da sala de aula para atender às necessidades específicas do aluno. As adaptações significativas na avaliação estão vinculadas às alterações nos objetivos e conteúdos que foram acrescidos ou eliminados. Desse modo, influenciam os resultados que levam, ou não, à promoção do aluno e evitam a “cobrança” de conteúdos e habilidades que possam estar além de suas atuais possibilidades de aprendizagem e aquisição. As adaptações significativas na temporalidade referem-se ao ajuste temporal possível para que o aluno adquira conhecimentos e habilidades que estão ao seu alcance, mas que dependem do ritmo próprio ou do desenvolvimento de um repertório anterior que seja indispensável para novas aprendizagens. Desse modo, requerem uma criteriosa avaliação do aluno e do contexto escolar e familiar, porque podem resultar em um prolongamento significativo do tempo de escolarização do aluno, ou seja, em sua retenção. Não caracteriza reprovação, mas parcelamento e sequenciação de objetivos e conteúdos. As ações adaptativas visam a flexibilizar o currículo para que ele possa ser desenvolvido na sala de aula e atender às necessidades especiais de alguns alunos. As adaptações curriculares no nível do projeto pedagógico devem focalizar, principalmente, a organização escolar e os serviços de apoio. Elas devem propiciar 120 condições estruturais para que possam ocorrer no nível da sala de aula e no nível individual, caso seja necessária uma programação específica para o aluno. As decisões curriculares devem envolver a equipe da escola para realizar a avaliação,a identificação das necessidades especiais e providenciar o apoio correspondente para o professor e o aluno. Devem reduzir ao mínimo, transferir as responsabilidades de atendimento para profissionais fora do âmbito escolar ou exigir recursos externos à escola. As medidas adaptativas da sala de aula são realizadas pelo professor e destinam-se, principalmente, à programação das atividades da sala de aula. Focalizam a organização e os procedimentos didático-pedagógicos e destacam o como fazer, a organização temporal dos componentes e dos conteúdos curriculares e a coordenação das atividades docentes, de modo que favoreça a efetiva participação e integração do aluno, bem como a sua aprendizagem. Os procedimentos de adaptação curricular destinados à classe devem constar na programação de aula do professor e podem ser exemplificados nos seguintes exemplos ilustrativos: • A relação professor/aluno considera as dificuldades de comunicação do aluno, inclusive a necessidade que alguns têm de utilizar sistemas alternativos (língua de sinais, sistema braille, sistema bliss ou similares, etc.); • A relação entre colegas é marcada por atitudes positivas; • Os alunos são agrupados de modo que favoreça as relações sociais e o processo de ensino e aprendizagem; • O trabalho do professor da sala de aula e dos professores de apoio ou outros profissionais envolvidos é realizado, de forma cooperativa, interativa e bem- definida do ponto de vista de papéis, competência e coordenação; • A organização do espaço e dos aspectos físicos da sala de aula considera a funcionalidade, a boa utilização e a otimização desses recursos; 121 • A seleção, a adaptação e a utilização dos recursos materiais, equipamentos e mobiliários realizam-se de modo que favoreça a aprendizagem de todos os alunos; • A organização do tempo é feita considerando os serviços de apoio ao aluno e o respeito ao ritmo próprio de aprendizagem e desempenho de cada um; • A avaliação é flexível de modo que considere a diversificação de critérios, de instrumentos, procedimentos e leve em conta diferentes situações de ensino e aprendizagem e condições individuais dos alunos; • As metodologias, as atividades e procedimentos de ensino são organizados e realizados levando-se em conta o nível de compreensão e a motivação dos alunos; os sistemas de comunicação que utilizam, favorecendo a experiência, a participação e o estímulo à expressão; • O planejamento é organizado de modo que contenha atividades amplas com diferentes níveis de dificuldades e de realização; • As atividades são realizadas de várias formas, com diferentes tipos de execução, envolvendo situações individuais e grupais, cooperativamente, favorecendo comportamentos de ajuda mútua; • Os objetivos são acrescentados, eliminados ou adaptados de modo que atenda às peculiaridades individuais e grupais na sala de aula. As adaptações no nível da sala de aula visam tornar possível a real participação do aluno e a sua aprendizagem eficiente no ambiente da escola regular. Consideram, inclusive, a organização do tempo de modo a incluir as atividades destinadas ao atendimento especializado fora do horário normal de aula, muitas vezes necessários e indispensáveis ao aluno. As adaptações individualizadas focalizam a atuação do professor na avaliação no atendimento do aluno. Compete-lhe o papel principal na definição do nível de competência curricular do educando, bem como na identificação dos fatores que interferem no seu processo de ensino-aprendizagem. 122 As adaptações têm o currículo regular como referência básica, adotando formas progressivas de adequá-lo, norteando a organização do trabalho consoante com as necessidades do aluno em adaptação. É importante ressaltar que as adaptações curriculares, seja para atender alunos nas classes comuns ou em classes especiais, não se aplicam exclusivamente à escola regular, devendo ser utilizadas para os que estudam em escolas especializadas, quando a inclusão não for possível. 11 SUGESTÕES DE RECURSOS DE ACESSO AO CURRÍCULO PARA ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS, SEGUNDO NECESSIDADES ESPECÍFICAS Para alunos com deficiência visual • Materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros; • Sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: sistema braille, tipos escritos ampliados; • Textos escritos com outros elementos (ilustrações táteis) para melhorar a compreensão; • Posicionamento do aluno na sala de aula de modo que favoreça sua possibilidade de ouvir o professor; • Deslocamento do aluno na sala de aula para obter materiais ou informações, facilitados pela disposição do mobiliário; • Explicações verbais sobre todo o material apresentado em aula, de maneira visual; • Boa postura do aluno, evitando-se os maneirismos comumente exibidos pelos que são cegos; • Adaptação de materiais escritos de uso comum: tamanho das letras, relevo, softwares educativos em tipo ampliado, textura modificada, etc.; • Máquina braille, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado, etc.; 123 • Organização espacial para facilitar a mobilidade e evitar acidentes: colocação de extintores de incêndio em posição mais alta, pistas olfativas para orientar na localização de ambientes, espaço entre as carteiras para facilitar o deslocamento, corrimão nas escadas, etc.; • Material didático e de avaliação em tipo ampliado para os alunos com baixa visão e em braille e relevo para os cegos; • Braille para alunos e professores videntes que desejarem conhecer o referido sistema; • materiais de ensino-aprendizagem de uso comum: pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com sintetizador de vozes e periféricos adaptados, etc.; • Recursos ópticos; • Apoio físico, verbal e instrucional para viabilizar a orientação e mobilidade, visando à locomoção independente do aluno. Para alunos com deficiência auditiva • Materiais e equipamentos específicos: prótese auditiva, treinadores de fala, tablado, softwares educativos específicos, etc.; • Textos escritos complementados com elementos que favoreçam a sua compreensão: linguagem gestual, língua de sinais e outros; • Sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: leitura orofacial, linguagem gestual e de sinais; • Salas-ambientes para treinamento auditivo, de fala, rítmico, etc.; • Posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os movimentos orofaciais do professor e dos colegas; • Material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão das informações expostas verbalmente. 124 Para alunos com deficiência mental • Ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: atelier, cantinhos, oficinas, etc.; • Desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de comunicação, cuidado pessoal e autonomia. Para alunos com deficiência física • Sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adaptado às possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de símbolos (baseados em elementos representativos, em desenhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, sistemas baseados na ortografia tradicional, linguagem codificada), auxílios físicos ou técnicos (tabuleiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos e tecnologia microeletrônica), comunicação total e outros; • Adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de apoio, alargamento de portas, etc.); mobiliário (cadeiras, mesas e carteiras); materiais de apoio (andador, coletes, abdutor de pernas, faixas restringidoras, etc.); materiais de apoio pedagógico (tesoura, ponteiras, computadores que funcionam por contato, por pressão ou outros tipos de adaptação, etc.);• Deslocamento de alunos que usam cadeira de rodas ou outros equipamentos, facilitado pela remoção de barreiras arquitetônicas; • Utilização de pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, presilha de braço, cobertura de teclado, etc.; • Textos escritos complementados com elementos de outras linguagens e sistemas de comunicação. 125 Para alunos com superdotação • Evitar sentimentos de superioridade, rejeição dos demais colegas, sentimentos de isolamento, etc.; • Pesquisa, de persistência na tarefa e o engajamento em atividades cooperativas; • Materiais, equipamentos e mobiliários que facilitem os trabalhos educativos; • Ambientes favoráveis de aprendizagem como: ateliê, laboratórios, bibliotecas, etc.; • Materiais escritos de modo que estimule a criatividade: lâminas, pôsteres, murais; inclusão de figuras, gráficos, imagens, etc., e de elementos que despertam novas possibilidades. Para alunos com deficiências múltiplas As adaptações de acesso para esses alunos devem considerar as deficiências que se apresentam distintamente e a associação de deficiências agrupadas: surdez-cegueira, deficiência visual-mental, deficiência física-auditiva, etc. As adaptações de acesso devem contemplar a funcionalidade e as condições individuais do aluno: • Ambientes de aula que favoreça a aprendizagem, como: ateliê, cantinhos, oficinas; • Acesso à atenção do professor; • Materiais de aula: mostrar os objetos entregá-los, brincar com eles, estimulando os alunos a utilizá-los; • Apoio para que o aluno perceba os objetos, demonstrem interesse e tenham acesso a eles. 126 Para alunos com condutas típicas de síndromes e quadros clínicos O comportamento desses alunos não se manifesta por igual nem parece ter o mesmo significado e expressão nas diferentes etapas de suas vidas. Existem importantes diferenças entre as síndromes e quadros clínicos que caracterizam as condições individuais e apresentam efeitos mais ou menos limitantes. As seguintes sugestões favorecem o acesso ao currículo: • Encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico e social; • Oportunizar e exercitar o desenvolvimento de suas competências; • Estimular a atenção do aluno para as atividades escolares; • Utilizar instruções e sinais claros, simples e contingentes com as atividades realizadas; • Oferecer modelos adequados e corretos de aprendizagem (evitar alternativas do tipo “aprendizagem por ensaio e erro”); • Favorecer o bem-estar emocional. Adaptações metodológicas e didáticas Realizam-se por meio de procedimentos técnicos e metodológicos, estratégias de ensino e aprendizagem, procedimentos avaliativos e atividades programadas para os alunos. São exemplos de adaptações metodológicas e didáticas: • Situar o aluno nos grupos com os quais melhor possa trabalhar; • Adotar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem específicas para o aluno, na operacionalização dos conteúdos curriculares, sem prejuízo para as atividades docentes; • Utilizar técnicas, procedimentos e instrumentos de avaliação distintos da classe, quando necessário, sem alterar os objetivos da avaliação e seu conteúdo; • Propiciar apoio físico, visual, verbal e outros ao aluno impedido em suas capacidades, temporária ou permanentemente, de modo que permita a realização 127 das atividades escolares e do processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido pelo professor regente, professor especializado ou pelos próprios colegas; • Introduzir atividades individuais complementares para o aluno alcançar os objetivos comuns aos demais colegas. Essas atividades podem realizar-se na própria sala de aula ou em atendimentos de apoio; • Introduzir atividades complementares específicas para o aluno, individualmente ou em grupo; • Eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou lhe restrinja uma participação ativa e real ou, ainda, que esteja impossibilitado de executar; • Suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam ser alcançados pelo aluno em razão de sua(s) deficiência(s); substituí-los por objetivos e conteúdos acessíveis, significativos e básicos, para o aluno. Adaptações dos conteúdos curriculares e no processo avaliativo Consistem em adaptações individuais dentro da programação regular, considerando-se os objetivos, os conteúdos e os critérios de avaliação para responder às necessidades de cada aluno. São exemplos dessas estratégias adaptativas: • Adequar os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, o que implica modificar os objetivos, considerando as condições do aluno em relação aos demais colegas da turma; • Priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, para dar ênfase aos objetivos que contemplem as deficiências do aluno, suas condutas típicas ou altas habilidades. Essa priorização não implica abandonar os objetivos definidos para o seu grupo, mas acrescentar outros, concernentes com suas necessidades educacionais especiais; • Mudar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, isto é, considerar que o aluno com necessidades especiais pode alcançar os objetivos comuns ao grupo, mesmo que possa requerer um período mais longo de 128 tempo. De igual modo, poderá necessitar de período variável para o processo de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento de suas habilidades; • Introduzir conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, o que implica considerar a possibilidade de acréscimo desses elementos na ação educativa caso necessário à educação do aluno com necessidades especiais. É o caso da ampliação dos componentes curriculares específicos destinados aos portadores de deficiências e de condutas típicas, e dos programas de aprofundamento/enriquecimento curricular propostos para os alunos com superdotação. • Eliminar conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, definidos para o grupo de referência do aluno, em razão de suas deficiências ou limitações pessoais. A supressão desses conteúdos e objetivos da programação educacional regular não deve causar prejuízo para a sua escolarização e promoção acadêmica. Deve considerar, rigorosamente, o significado dos conteúdos, ou seja, se são básicos, fundamentais e pré-requisitos para aprendizagens posteriores. A decisão sobre a promoção deve envolver o mesmo grupo responsável pela elaboração das adaptações curriculares do aluno. A atual situação em que se encontram os sistemas educacionais revela dificuldades para atender às necessidades especiais dos alunos na escola regular, principalmente dos que apresentam superdotação, deficiências ou condutas típicas de síndromes, que podem vir a necessitar de apoio para a sua educação. A flexibilidade e a dinamicidade do currículo regular podem não ser suficientes para superar as restrições do sistema educacional ou compensar as limitações reais desses alunos. Desse modo e nas atuais circunstâncias, entende-se que as adaptações curriculares fazem-se, ainda, necessárias. 129 12 PROJETO DE BRINQUEDOTECA "Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-Io; se é triste ver meninos escola, mais triste ainda é vê-Ios sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem" (Drummond) O projeto de Brinquedoteca apresenta como proposta proporcionar o necessário prazer com o qual a criança alcança o sucesso, pois brincando, a criança experimenta, descobre, inventa. Uma vez que é se autoexpressar, é se autorrealizar. O porquê do brinquedo é por ser um convite ao brincar. Facilita e enriquece a brincadeira. Por intermédio dessas determinadas ações sobre o objeto, a criança aprende a controlar seus movimentos e a estabelecer ordem em seu mundo, servindo de ações intermediárias para que a criançaconsiga integrar-se melhor. Em nossas crianças com necessidades especiais, o brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincar é estimular a autoconfiança, iniciativa e curiosidade. Proporciona desenvolvimento da linguagem, pensamento e concentração de atenção. As relações cognitivas e afetivas, consequentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão, pouco a pouco, construindo a sociabilidade infantil. É também vista, a realização deste trabalho como parte fundamentada em recursos para estimulação de Reabilitação (Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional); e pedagógicos, para fins de atividade, dentro ou fora da sala de aula. Para a família, também é de interesse vivenciar a brinquedoteca, pois o adulto que interage pode despertar a atenção e a compreensão da criança, esquecendo seu brincar. Mas é imprescindível que antes de tudo se observe como ela está brincando para respeitá-Ia, respeitando sua iniciativa, preferências e seu 130 ritmo de ação, evidenciando-se que toda criança gosta de brincar com os pais, professora, avós, irmãos mais velhos. É certo que a brinquedoteca abre inúmeras opções para nós, educadores, e proporciona prazer, sucesso, desenvolvimento e aprendizagens diversas para com a criança. A adequação das brincadeiras e brinquedos com a criança deve atender à etapa de desenvolvimento e às suas necessidades emocionais, socioculturais, físicas ou intelectuais. Considerando-se que bom brinquedo é o que convida a criança a brincar. A criança com necessidades especiais, pelas dificuldades que apresenta, tem menor possibilidade de aproveitar as situações à sua volta, faz-se necessária uma ajuda para despertar seu interesse, caso contrário não irá beneficiar-se das oportunidades que o brinquedo oferece ao seu desenvolvimento. Está dentro dos objetivos do trabalho, possibilitar brinquedos, Jogos e brincadeiras adaptadas adequadamente para crianças com paralisia cerebral. Acreditando na necessidade do brincar como oportunidade para a criança normal ou carente de atendimento especial, objetivamos a construção deste trabalho, pois é brincando bastante que a criança vai aprender a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade. A Brinquedoteca oferece: acervo dos brinquedos, com jogos e brinquedos em geral à escolha da criança; também como centro de recurso pedagógico ao professor e demais funcionários e familiares; parquinho de brinquedos tradicionais, com espaços para os diversos "cantos", por exemplo, canto do faz-de-conta (dramatização); oferece situações problematizadas; possibilita construções livres e desafio à criatividade, colocando disponíveis sucatas dentro da "sucatoteca"; proporciona ocasiões de relaxamento e afetividade, em seu "canto fofo", com rede, colchonete, música e almofadas; livros e revistas. Enfim, este trabalho tem como único objetivo propiciar o desenvolvimento em nossas crianças especiais e promover experiências para que realmente estabeleça conhecimento e aprendizagem aos nossos alunos. 131 13 JOGOS E ATIVIDADES LÚDICAS 13.1 SENSÓRIO-MOTOR O brinquedo como atividade para estimular a criança (desenvolvimento e aprendizagem) A brincadeira com o recém-nascido é basicamente com o corpo (dele e do adulto). 1° MÊS - Mudar a criança em diferentes posições na cama; - Abrir e fechar levemente seus dedinhos; - Colocar o dedo na mão da criança; - Conversar com a criança num tom normal de voz; - Fazer barulho com chocalhos e brinquedos de borracha, observar se a criança percebe o som; - Pendurar brinquedos e objetos coloridos no berço para que ele olhe (a 50 cm dos olhos da criança); - Movimentos das mãos do adulto. 132 AOS 2 MESES - A face humana é preferida a todas as outras coisas do ambiente; - Segue objetos com os olhos, brinca com as mãos levando-as à boca; - Vocaliza (jogo verbal ou repetir os sons do bebê); - Roupas soltas para facilitar o movimento; - Tocar os dedinhos, um por um; - Contar suavemente; - Mostrar coisas de cor viva. AOS 3 MESES - Fazer com que o bebê olhe para os pés (Ex.: ao trocar a fralda); - Se algo que você usa chamar a atenção do bebê, dar para ele brincar (Ex.: colar); - Rir junto é importante; - Dar mamadeira e colocar as mãos do bebê (P. Tátil); - Quando possível, passear com a criança e deixar que toque objetos que lhe chamem atenção. (grama, areia). Sugere-se também o cultivo de plantas. AOS 4 MESES -Aproveitar o banho. Segurar o bebê com firmeza. Ex.: a água se movimenta quando ele mexe as pernas; - Sacudir um chocalho na altura dos pés do bebê para que ele tente alcançá- Io com os pés e produzir som; - Mover as pernas como se estivesse andando de bicicleta; - Mudar a criança de lugar para que observe coisas novas. 133 AOS 5 MESES - Deitá-Io de barriga para baixo colocando algo interessante pendurado em sua frente para que ele levante a cabeça e mova os braços para tocar no brinquedo; - Colocar música para que a criança ouça. AOS 6 MESES OBS. Estimular a independência da criança durante a alimentação: - deixar que segure a mamadeira sem suas mãos. - Deixar que tirem do prato pedacinhos de comida ou pão, com os dedos. - Deixar que segure uma colherinha. - Colocar a chupeta virada em sua mão, para aprender a virá-Ia e colocar na boca. AOS 7 MESES - Levar a criança para passear; - Mostrar revistas e nomear desenhos: nenê, gato, etc.; - Tirar o brinquedo de sua mão e colocar próximo para que a criança vá apanhar; - Gosta de imitar gestos: brinque de enrugar nariz, bater palmas, levantar braços; - Nomear os objetos "próximos" (não importa que a criança não repita os conceitos). 134 AOS 8 MESES - Brincar com telefone (facilitar para que a criança passe girar o disco colocando o dedo nos buraquinhos); - Contar com gestos, bater palmas, dar tchau. AOS 9 MESES - Encaixar argolas de diferentes tamanhos; - Colocar brinquedos dentro de bolsa, sacola, bolsos que se abrem de diferentes maneiras (velcro, zíper e abotoada); - Amarrar um brinquedo num cordão comprido (mais ou manos 50 cm); - Estimular a criança a puxar o cordão para alcançar o objeto; - Colocar um brinquedo perto da criança, porém de maneira que ela tenha que mudar de posição para alcançá-Io (ficar de pé, engatinhar e dar uma volta); - Colocar um brinquedo que a criança goste na ponta de uma fralda, incentivar que a criança puxe para alcançar o brinquedo; - Fazer movimentos que a criança já sabe fazer, para que ela imite. Ex. mostrar a língua, repetir sons, piscar os alhos etc., AOS 10 MESES - Sentada em um banquinho baixo; colocar seus brinquedos afastados, para que a criança gire e se incline para alcançá-Ios; - Mostrar figuras conhecidas num livro, apontando com o indicador. Pedir para a criança mostrar. O "eu", o "Miau", etc.; - Deixar que a criança rasgue e amasse papel (bola de papel). 135 AOS 11 MESES Encoste a criança num canto de duas paredes, para estimulá-Ia a deslocar-se chamando-a para si; - Oferecer para criança uma caixa com pequenos abjetos; - Jogar bola; - Manusear, com ela, revistas e livros de histórias com gravuras grandes e coloridas, mostrando-as e conversando sobre as mesmas; - Levar a criança a segurar um objeto pela ponta de um coração e movimentá-Io em várias direções. AOS 12 MESES - Oportunizar a criança brincar com água, areia, blocos e deixar que ela use- os como quiser; - Nomear as partes do corpo. - Incentivá-Ia a caminhar. Ex.: empurrando carrinho de compra, de bebê, etc. - Instrumentos musicais. - Bolapequena (de plástico ou tecido). - Brincar de passar brinquedo de uma caixa para outra. - Incentivar bons hábitos. Ex. vamos guardar os brinquedos? - Brincadeira livre com brinquedos de formas diferentes. - Montar brinquedos iguais. - Brincar com caixa de papelão; dentro, fora, passar por dentro (tirar o fundo). - Boliche - esconder pequenos objetos na mão para a criança procurar e achar. - Tapar um objeto com um pano e perguntar para a criança. Onde está? - Brincar com o espelho. 136 1 A 2 ANOS - Pedir para a criança "achar" de olhos fechados à mão, olhos, nariz, boca, etc. - Soprar bolinhas de sabão. - Modelar com argila, massa de trigo... - Encaixar de potes, barricas e cubos. - Brincar de trenzinho, carro, etc. - Jogos de imitação, jogo simbólico, etc. (casinhas, imitar o cachorro). - Placas de construção. - Brinquedos para colocar em fila, seriar, classificar (sucata). - Oferecer brinquedos misturados para a criança separar. (Ex.: de comer e de animais). - Cantar canções com gestos. - Contar pequenas histórias. O A 3 MESES - Chocalhos com sons suaves e diversificados. - Móbiles diversos, de maneira colorida e que produzem sons ao serem balançados. 3 A 8 MESES - Móbiles que podem ser manipulados pela própria criança; - Bichos de látex bem macio ou com texturas diferentes ao tato. - "João Bobo" com guizos. 137 - Bola de vinil, bem mole, com reentrâncias que permitam à criança pegá-Ia e mordê-Ia. - Bola ou dado de espuma bem macios e bem coloridos para estimulação visual e tátil. 8 A 15 MESES - Painéis para a criança aprender a executar vários movimentos com as mãos, dar noção de direção e relacionar causa e efeito. - Brinquedos de encaixe com pinos cilíndricos e coloridos, de tamanhos adequados. - Brinquedos de puxar ou empurrar em que se procura reunir som, cores e movimentos. - Blocos de papelão, plástico ou madeira, para empilhar ou encaixar. 15 MESES A 2 ANOS - Cubos de encaixar ou empilhar. - Bate-estacas para a coordenação motora e descarga de agressividade. - Instrumentos de percussão ou de sopro simples. - Canos de encaixar e outros para desenvolver noção de forma e espaço. - Livros de pano ou cartão plastificado, com figuras grandes, coloridas e comunicativas. 2 A 3 ANOS - Caixas das formas (apresentadas com quebra-cabeças). 138 - Blocos de construção (noções de equilíbrio e criatividade). - Caixas com formas geométricas. - Trens, aviões, carrinhos, barquinhos, etc. - Quebra-cabeça simples (noção de tamanho, lateralidade). 3 A 5 ANOS - Número de encaixe: conjunto para associar número e quantidade. - Quadro magnético. - Carros desmontáveis - Bichos domésticos e selvagens - Material para modelagem. - Jogos com regras simples (boliche, amarelinha, acertar a bola no palhaço, etc.). 5 A 7 ANOS - Jogos para coordenação motora fina. - Materiais diversos para a alfabetização. - Blocos lógicos. - Teatro de fantoches. - Jogo de Fantasia. - Jogo de competição (Reflexo motor e agilidade mental). - Jogo ao ar livre. - Memória. 139 7 A 10 ANOS - Jogos de mobilidade motora. - Jogos criativos e recreativos. - Jogos de raciocínio. 14 EDUCAÇÃO INFANTIL 14.1 TIPOS DE ATIVIDADES: I - Atividades vivenciadas corporais individual ou em grupo. Autonomia participação social - Ações experimentais com o corpo. (destreza-agilidade) - Psicomotricidade - (corpo-mente) atenção interiorizada. II - Atividades com material pedagógico - Experiência por meio do concreto (pensamento). - forma tridimensional. III - Atividades Gráficas - Desenho, pintura, escrita (escolaridade formal). IV - Atividades Recreativas Atenção Professor: 1 - Real entusiasmo pela brincadeira. 2 - Participar do jogo. Passos: Planejar 1 - sugerir (escolha). 2 - ouvir (escolha). 3 – decidir (espaços, material, regra). 140 Preparar o grupo 1 - motivar 2 - regras claras 3 - atenção para todos Professor A recreação deverá ser feita com prazer. É necessário alegria e não dar "punições" em vez de trotes. 14.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES (Vivenciadas) - Ciências Naturais 1 - Objetivo - Consciência e valor de uma boa respiração. Desenvolvimento inspirar pelo nariz. - soltar o ar pela boca. 2 - Objetivo AVD - Função semiótica (Representação) Dramatização - lavar as mãos - tomar banho de chuveiro - lavar roupa - escovar os dentes - pentear os cabelos - O que você faria? a) Se fosse professora? b) Se fosse um tigre? c) Se fosse um palhaço? d) Se pudesse voar? e) Se fosse um guarda de trânsito? 3 - Objetivo: Conseguir a coordenação dos membros superiores e inferiores em deslocamentos quadrupédicos. 141 Desenvolvimento - A prof. deverá incentivar a criança a deslocar-se "em, quatro patas", imitando animais. Cachorro: Deslocar-se como se estivesse engatinhando como bebê. Gato: Deslocar-se usando como apoio as mãos e os pés sem usar o apoio dos joelhos. Urso: Posição quadrupédica com os joelhos apoiados no chão (como a posição estática do cachorro). Ao deslocar-se fazê-Io pesadamente, com um lado do corpo de cada vez (braço direito junto com a perna direita, braço esquerdo com a perna esquerda). Macaco - Deslocar-se na ponta dos pés e com o apoio das mãos no chão, os quadris bem elevados e a parte superior do tronco em plano inferior. Tartaruga - Deslocar-se lentamente de joelhos com os braços flexionados e antebraços, apoiados no solo, mantendo o tronco bem curvado. Girafa - Deslocarem-se na ponta dos pés, os braços elevados verticalmente, mãos espalmadas e unidas com os polegares retesados para o alto. Pato - Deslocar-se sentado sobre os calcanhares com os braços abertos e os antebraços flexionados, como asas. Coelho - Deslocar-se sentado sobre os calcanhares com os braços elevados verticalmente perto da cabeça, imitando as orelhas. Galo - Caminhar de pé, com braços estendidos, horizontalmente, as mãos flexionandos para baixo, e sem flexionar os joelhos. Leão - Caminhar na ponta dos pés, lenta e pesadamente, flexionando o tronco para frente, braços caídos e relaxados. Foca - Deslizar pelo solo, arrastando-se, com as mãos nas costas. Os pés deverão ficar com os calcanhares juntos, mas com as pontas afastadas, a fim de imitar a cauda da foca. Pássaro - correr na ponta dos pés, com passos bem curtos, braços flexionados como asas, movimentados para cima e para baixo. Abelha - Correr devagar com as mãos nos lábios fazendo "zz ---” Ao dizer o nome de uma das crianças, a que for nomeada deverá parar e inclinar o tronco para frente, abrindo os braços e dizendo alto o nome de uma flor, “Margarida; por exemplo, dramatizando como se realmente estivesse diante daquela flor”. 142 O professor poderá sugerir que as imitações sejam acompanhadas das "vozes" dos animais. 4 - Objetivo - Possibilitar o deslocamento, a coordenação de movimentos, o autocontrole do equilíbrio. Material - Saquinhos de grãos Desenvolvimento - Levar a criança a se deslocar em posições diversas andando, saltando, engatinhando, de joelhos, etc., com os sacos de grãos colocados em determinadas partes do corpo. O professor dará os comandos sobre os lugares onde deverão ser colocados os saquinhos, podendo a criança ser auxiliada pelos companheiros. Cada criança descobrirá por si mesma a maneira de movimentar-se, sem derrubar os sacos de grãos. 5 - Objetivo - representação mental Obs:. Não vale falar! O que sentiria e como faria? - Se levasse um susto? - Se pisasse no chão muito quente? - Se começasse a chover? Banda rítmica 6 - Objetivo- Desenvolver a atenção auditiva e discriminar sons diferentes. Material: Banda Rítmica Desenvolvimento: A professora deverá desenhar esquematicamente os instrumentos da banda na lousa. Longe da vista dos alunos, fazer uma criança tocar um instrumento por vez. Chocalho, pandeiro, guizo, agogô, afochê, triângulo, maracás, reco-reco, etc. Tentar que a classe reconheça os sons mostrando na lousa a figura correspondente. Variação - Propor o inverso com a imitação do som. A criança irá à lousa, mostrará uma figura e imitará o som do instrumento indicado. 143 15 HISTÓRIAS INFANTIS A história na pré-escola é um elemento valioso, que consegue despertar a interesse e a atenção da criança, estimulando paralelamente a imaginação e o enriquecimento do vocabulário. A expectativa do desconhecido, "do que vem depois" associada às atitudes anímicas e fantásticas dos personagens (bichos que falam, plantas que se locomovem, automóveis com sentimentos, etc.) faz com que os pequenos ouvintes se prendam intensamente aos contos. Mas o que torna uma história emocionante ou enfadonha é a maneira como ela é narrada. Contar histórias é uma arte e o melhor contador é aquele que dá vida à narrativa, dramatizando-a para seus ouvintes e fazendo com que tomem parte ativa na narração. Propor questões como: O que você faria se estivesse nesta situação? Ou o que vocês acham que aconteceu? Ou então "Quem sabe imitar o ruído do cavalo cantando?", são perguntas que entre mil outras podem ser feitas para forçar uma maior participação da criança. Para que haja um bom aproveitamento das oportunidades que a narração de uma história oferece, fazemos algumas sugestões práticas: - Selecionar a história escolher uma que tenha conteúdo sadio e interessante. Verificar que seja adequada ao nível das crianças e que não tenham cenas que possam assustá-Ias. - Certificar-se de que conhece bem a história, pois se titubear as crianças perdem "o fio da meada". - Preparar o ambiente para a narrativa; verificar que estejam todas acomodadas, dispostas a ouvir, quem ouve pela metade tira conclusões erradas. - Contar a história com vocabulário que todas as crianças possam entender. Explicar os termos novos antes para não ter que interromper a história cada vez que uma palavra desconhecida aparecer. - Provocar emoção, mas não terminar com suspense, o final deve deixar as crianças tranquilas. 144 - Introduzir sempre algumas cenas ou acontecimentos que sejam bem familiares às crianças, elas precisam encontrar algo comum a sua vida diária nas histórias. Apresentar ilustrações para ajudar a imaginação dos alunos e despertar- Ihes interesse. Fazer com que observem o maior número possível de detalhes, na gravura. - Avaliar sua compreensão, por meio de perguntas sobre a história para verificar se chegaram a conclusões certas. Seguindo esta orientação com entusiasmo e com criatividade, o professor certamente obterá bons resultados. Importante salientar que a narração de história é das melhores oportunidades para conquistar os alunos e enriquecer a comunicação com eles. Obs.: Embora histórias narradas tornem-se interessantes, é preciso lembrar que na pré-escola deve ser despertado o interesse pela leitura. Quando o adulto lê alguma coisa em voz alta para a criança a leitura está sendo valorizada. Por esta razão é conveniente que a professora leia algumas vezes para os alunos, a fim de incentivá-los a lerem também. Atividade Vivenciada a) Objetivo - Língua Portuguesa. Conceito (categorias de palavras) Material - Uma gravura de cachorro. Desenvolvimento - Ex.: O cachorro pula. O que mais ele pode fazer? (correr, latir, morder, etc.). A professora deverá continuar o exercício, mudando as frases e utilizando outras gravuras. (frutas, animais, etc.) b) Feminino/Masculino (Gênero) A mulher do gato é ________________________________________________ A mulher do cachorro é ________________________________________________. c) Concordância em gênero - O boi é preto e a vaca é 145 ________________________________________ - O pato é gordo e a pata é... ________________________________________ d) Concordância em número (plural) - A casa é amarela - As casas são ___________________________________________________ e) Desenvolver a capacidade de formular frases negativas. (colocar o não) - O cachorro pulou a caixa - A flor caiu - O menino pegou a boneca, etc. Atividade Vivenciada - Ciências Naturais 8) Sentido Cromático. (Alimento ou Objetos naturais) Branco - açúcar, arroz, etc. Preto - carvão Vermelho - tomate, maçã Amarelo - gema de ovo, banana Azul - azul (céu) Verde - folha, limão, abacate. Obs.- Estudar as cores secundárias e derivadas realizando as misturas das tintas primárias. Ex.: vermelho e amarelo - alaranjado (fazer experiências para descobrir novas cores). 9) Objetivo: Raciocínio (Classificação) Desenvolvimento: Dividir em grupos. Ex: Grupo 1 - Buscar nas revistas tudo da cor amarela. Depois construir painéis de cada grupo classificando os recortes por área. - Orientação e estruturação temporal. 146 10) Objetivo - Levar os alunos a sentirem a divisão do tempo: semana - mês - ano. Material: Calendário Desenvolvimento: Palestras: semana: sete dias - Relacionar os dias da semana, as atividades de classe (horário escolar). Mês - várias semanas Ano - vários meses Semestre - metade de um ano - O que é calendário? (mostrar) Memorizar os meses do ano, associando-os a fatos da vida infantil (início das aulas, festividades juninas, férias de inverno, festa de natal, etc.). Confeccionar, com o auxílio dos alunos, "linha do tempo". Colocar na parede um papel de 20 cm de largura e comprimento longo, deixar bem à vista. Dividi-Io em sete partes iguais (de 10 cm em 10 cm). Cada dia que passa colorir com o lápis de cera grosso o espaço correspondente (o espaço do domingo em vermelho). Ao completar uma semana, virar a faixa de papel no verso e fazer novamente a divisão e a marcação de dias, 11) Objetivo - levar a criança a sentir a divisão do tempo, (estações do ano). Mat - Cartolina, gravuras desenhos tesoura e cola. Desenv. - Estações do Ano. - Identificar as estações do ano, associando-as a fatos ligados à vida infantil. Ex.: Férias de verão, férias de inverno, etc., e associá-Ias a situações características de cada estação. - Confecção de cartazes e painéis relativos à estação em curso. - Condições e dramatizações sobre o assunto. 147 16 PENSAMENTO LÓGICO 12 Objetivo - Desenvolver o pensamento lógico e a capacidade de classificar. Desenvolvimento: Pedir aos alunos que formem conjuntos de figuras de: - Tudo que serve para comer; - tudo que serve para vestir; - tudo que serve para transportar; - coisas que nasçam da terra; - coisas feitas pelo homem; - tudo o que nasce e morre; - o que vai para a geladeira; - o que vai para o fogo; - o que dá para carregar com a mão; - o que cabe em uma caixa de sapatos; - animais de quatro patas; - animais com pelo; - animais com pessoas. 17 IMAGINAÇÃO E CRIATIVIDADE A Vivenciada 13) Objetivo - Desenvolver imaginação e criatividade Desenvolver intencional idade (causa I efeito) Pensamento lógico, A professora diz: - João ia andando e tropeçou. Por quê? - Maria começou a chupar uma laranja e fez careta. Por quê? - O carro ia pela rua e parou. Por quê? - José chegou a casa e a mamãe estava brava. Por quê? 148 - Quando a moto passou a professora tampou o ouvido. Por quê? Quando Pedro saiu de casa abriu o guarda-chuva. Por quê? Na volta da feira Maria tirou o casaco. Por quê? 18 BRINQUEDOS (SUGESTÕES) - LOTO LEITURA: Cada grupode crianças receberá um tabuleiro, e o próprio educador Ihes entregará as palavras correspondentes aos desenhos. O educador fará a leitura de cada palavra, lentamente, estimulando sua identificação por meio de rimas, sons iniciais, etc. Depois de colocadas as palavras, as crianças deverão procurar as letras e montá-Ias no tabuleiro, copiando da original. BLOCOS LÓGICOS Separar os blocos por cor ou por outro critério escolhido. Imitar a sequência montada pela professora. De surpresas! Material: saco surpresa e blocos lógicos Desenvolvimento: colocar todas as peças dentro do saco. Pedir que os alunos sentem-se em círculo e passem o saco de pano de um para o outro sem pular ninguém. A professora em determinado momento diz, "vá" o aluno que estiver neste momento segurando o saco, deve pegar uma das peças e falar para os colegas os atributos da peça que pegou. Quem é diferente? Desenvolvimento: A professora escolhe peças com atributos em comum e entre elas coloca uma que seja diferente. 149 Canto: Uma destas peças não é igual à outra, é diferente, para perceber basta olhar. Quero ver agora, quem percebe a diferença antes que eu acabe de cantar. JOGOS DE SALÃO 1. Eu vejo uma coisa que é vermelha: (5 anos) Uma criança sai. O grupo combina e escolhe uma coisa vermelha. A criança entra e deve adivinhar qual a coisa vermelha escolhida. 2. Escultor: (5 anos) Círculo: O escultor escolhe uma ou mais crianças a quem ele dá uma postura. Depois, sai Uma criança muda, trocando a Postura. O escultor tem que descobrir o que foi mudado. Variante: Troca de roupas. Móveis, as crianças mudam sem escultor 3 - Tintureiro ou sapateiro - (5 anos) Todos tiram uma peça de roupa ou os sapatos e entregam para o tintureiro ou sapateiro, que deverá depois devolver corretamente para cada criança sua roupa. Variante: Cinderela (10 anos) na entrada dos bailes deixa-se uma caixa com um sapato das meninas (9) cada menino entra, pega um sapato e descobre de quem é o sapato. 4) João mandou (5 anos) salão e ar livre Tudo que João mandar deve ser feito caso não se fale antes: - "João mandou", não deve se fazer, por exemplo: - "João mandou pular" - Todos pulam - "de um pé" - Ninguém obedece Quem errar sai ou executa uma prenda. 5) Procurado: (6 14 anos) - Um adivinhador detetive - Indicam duas coisas de uma pessoa. Por exemplo: - Descrição física - olhos azuis - Característica - alegre 150 O detetive deve adivinhar quem é. Para crianças pequenas, utilizam-se objetos. Por exemplo: óculos e meias azuis. Mímica - (6 - 14) anos Um sai e mostra para o grupo que profissão escolheu por intermédio da mímica. Quem adivinhar pode sair. Meu tio viriato me trouxe isto de presente: (6 - 14 anos) Representar com gestos tudo que o tio trouxe de presente: fanfarra, máquina de costura, cadeira de balanço, pente, etc. Dominó de palavras: (7 anos) Círculo um joga um lenço ou uma bolinha e fala, "Marinheiro". Aquele que pegar, deve responder: "navio". Este pode escolher outra palavra como: "escola". O outro responde: "professora" ou "alunos". Quem não tiver resposta paga prenda. Cachorro e biscoito: (7 anos) Círculo - No meio há um jogador (que é o cachorro) com os olhos vendados, cuidando de um biscoito num saco ou dentro de uma panela. As crianças do círculo têm que tentar tirar este biscoito, sem que o cachorro os escute e os pegue. Quem for pego vai ser o cachorro. Batata quente: (8 - 10 anos) Círculo: sentado, um dirigente, uma criança sai e fica fora do círculo. Uma bolinha de papel ou de ping pong. O dirigente diz: "Passa depressa a batata quente para não queimar a mão". “Se o jogador de fora pegou a batata quente, este jogador entra no círculo rapidamente e pede para mostrar a mão: Claro que todo mundo deve fingir que está com a batata quente”. Passar a caixa de fósforos: (14 anos) Pelo nariz, pode-se trabalhar em dois grupos, como corrida. Quem deixa cair paga prenda. Casamento japonês - (10 anos) Meninos X Meninas, Os meninos saem. Cada menina escolhe um dos meninos. Um por um os meninos entram e escolhem uma menina, Se acertam, casam. Tem três chances. Não acertando fica solteiro. Vou viajar e levar (truque) - (10 anos) 151 Uma pessoa diz: "Vou viajar e levar meu casaco marrom". Pergunta para o companheiro: "E você? Ele responde: "Meu chapéu". Mas isto não pode. Então lia mala". Isto também não pode. Truque: Só pode levar algo que está usando na hora. JOGOS ESCRITOS Filme - desenho - (9 anos) 1 - desenhar a cabeça, dobrar a folha e passar. 2 - desenhar o pescoço, dobrar a rolha e passar. 3 - desenhar os braços, dobrar a folha e passar. 4 - desenhar a barriga, dobrar a folha e passar. 5 - desenhar as pernas, dobrar a folha e passar. O teste do desenho (9 anos) Cada jogador ganha um papel já preenchido com alguns traços e lápis de cor. Com o que aparece no papel, a criança tem que montar um desenho. Todas ganham os mesmos traços. JOGOS AO AR LIVRE Coelhinho na toca (3 anos) Círculo. Um coelho está na toca. Quem está fora do círculo fala: "Coelhinho está na toca, será que está dormindo? Pobrezinho do coelhinho será que você sabe pular? Pula coelhinho, pula!” O coelhinho pula para que outra criança entre na toca e vire coelhinho. O urso dorminhoco: (4 - 10 anos) Um urso está dormindo num canto. Os bichinhos (o que as crianças escolherem: coelho, carneiro, etc.), vão e mexem chamando: "Acorda senhor Urso". 152 Depois de um tempo o urso acorda e tenta pegar um bichinho. Este será da próxima vez o urso. Com as crianças de quatro anos é bom o adulto ser o urso. Cai na lagoa: (ou amigo da onça) 4 - 10 anos. Desenha-se na arena um círculo ou forma-se um círculo com uma corda em volta, os jogadores formam uma roda e começam a virar. De repente, começam a puxar para fazer alguém cair na "lagoa". Quem cair sai da brincadeira. Mudam as casas: (5 anos). Cada criança fica dentro de um círculo desenhando ou escolhe uma árvore que será a sua casa. Uma criança fica fora bate as mãos e grita: "Mudem de casa!" Todas as crianças devem sair e mudar de casa e aquele que ficar será o próximo para dar a ordem. Bouquê de Flor: (5 anos) Círculo. Uma criança nomeia três flores: rosa, cravo e margarida. Ela sai e o grupo combina quem vai ser cada flor. O jogador volta. Nós perguntamos "O que é que você vai fazer com a rosa" Ele responde. "Dar beijo". E assim por diante. Os patinhos e o lobo: (6 anos) Um jogador é a mãe pata, do outro lado estão os outros jogadores - os filhinhos patinhos. Entre os dois está o jogador lobo meio escondido. - Mãe pata: "Meus filhinhos, venham para cá"! - Patinhos: "Nós não podemos" - Mãe pata: "Por quê"? - Patinhos: "O lobo quer nos pegar"! - Mãe pata. "Corram depressa!" O lobo tenta pegar um patinho. A mãe pata vai ao encontro e se ela der a mão o patinho estará salvo. O lobo e as galinhas: (7 anos) As galinhas formam um círculo grande, sem se darem às mãos. O lobo fica no meio da roda agachado. As galinhas andam em volta falando: - O que o senhor lobo está fazendo?" - "Catando lenha" - "Por quê?" - "Para fazer uma fogueira". 153 - "Para quê?" - "Para cozinhar uma canjica - "Com quem?" -"Com vocês! Vou te comer”... Todas as galinhas fogem e o lobo tenta pegar uma. Mãe posso viajar (7 anos) Um jogador é a mãe e os outros são os filhinhos que ficam do lado oposto. A primeira criança do grupo pergunta: - "Mãe posso viajar? - Mãe: "pode sim meu filho" - Filho: "Quantos passos posso dar?" - Mãe: "Um gigante? E a criança avança com um passo grande. Para o segundo jogador ela manda, por exemplo: 5 passos de formiguinha e ele terá que andar com passos pequenos. Ou passos de boneca? Homem,de elefante, etc. Até que uma criança chegue ao seu lugar e vire a mãe, começando tudo outra vez. Caçadores e raposa: (8 anos) As raposas ganham um rabo de papel e escondem-se em sua toca. Os caçadores têm uma casa do lado oposto. Os caçadores devem caçar as raposas tirando o rabo. A raposa que conseguir chegar até sua toca com rabo ganha e o caçador que tiver mais rabos será o chefe. Na próxima vez trocam-se os partidos. Batatinha frita 1, 2, 3 (8 anos)... Um jogador bate a cara e o grupo fica numa linha do lado oposto. O jogador fala: “Batatinha frita 1, 2, 3 e vira depressa para ver quem corre em sua direção para bater em suas costas”. Mas os jogadores não podem mais se mexer quando ele estiver olhando, aquele que se mexer, deverá voltar para a linha do começo, Repetem-se várias vezes e aquele que conseguir bater em suas costas sem ser visto é a batatinha. O dragão (8 anos) 154 Círculo. Todas as crianças do lado de fora, empurrando o outro para dentro da Boca do Dragão. Quem está dentro pode puxar os outros para dentro. Ganha quem ficar fora. Ladrão e princesa (10 anos) Num terreno grande, formam-se dois grupos: os ladrões e as princesas. Cada grupo combina um castelo e uma cabana escondida. Os ladrões têm que roubar as princesas. As princesas podem sair e salvar as princesas presas com batatinha. Quando todas as princesas forem presas acabou o jogo. Passarinho apitador (10 anos) O passarinho ganha um apito e se esconde. Ele apita e pode mudar de esconderijo. Todos procuram o passarinho e aquele que conseguir pegá-Io vira passarinho. Também se pode brincar no escuro. JOGOS DE REPRESENTAÇÃO 1 - Mímica - adivinhar a ação que o colega está imitando: comer, chutar uma bola, cheirar uma flor, pintar a parede, escrever na lousa, tocar piano, lavar roupa, etc. 2 - Estou pensando na parte do meu corpo que serve para ver. Qual (ouvir, andar, correr, chutar, segurar um objeto, desenhar, etc.). 3 - Adivinhações: O que é o que é? - Que fica em cima do pescoço? - Que fica entre os olhos e a boca? 4 - Estou pensando num objeto... Que está em cima do armário. - ao lado da porta; - Em frente à janela; - Atrás da mesa, etc. 5 - Círculo - um participante ao meio diz: "Estou pensando em alguém (descreve a criança) Quem será? 6 - Adivinhar quem é: o grupo fecha os olhos - A professora escolhe um aluno e o cobre com lençol. O escolhido deverá movimentar-se de modo a aparecer parte de seu corpo. Os outros tentarão descobrir quem está coberto. 155 7 - Profissões: Estou pensando em alguém que... Faz pão; apaga fogo; vende jornal; dirige ônibus; pinta casa; constrói casas; ensina crianças; vende remédios; faz roupas; recolhe lixo; conserta sapatos; 8 - Nomear objetos por função. 9) Brincar de trenzinho: passar entre a cadeira e a parede seguir para frente - andar em volta da mesa, etc. 10) Quais os movimentos que fiz? Observar e repetir a sequência (1°, 2°, 3°). 11) Jogo de detetive A professora apresenta uma tampa vermelha, Os alunos devem apresentar outra da mesma cor, forma, tamanho, etc. 12) Traçar no chão figuras geométricas. As crianças movimentam-se livremente. Quando a professora mostrar uma das formas no chão, no cartão, os alunos devem entrar dentro ou em cima da mesma forma traçada. 13) Reconhecer partes do corpo, por meio do som: bater palmas; bater com pés no chão; estalar os dedos; estalar com a língua; tossir. (o restante do grupo com os olhos vendados) 14) Reproduzir formas geométricas com sucata. 15) Jogo com regras - chamada na roda Círculo: o participante ao centro joga a bola para o alto e chama um nome do grupo. A criança chamada deverá pegar a bola antes que caia a bola no chão. - Onde está a bola? Alunos enfileirados, o da frente joga a bola para trás. Quem apanhá-Ia a esconderá atrás do corpo. A criança destacada tentará adivinhar com quem está a bola. - Quem está diferente? - Todas as crianças adotam uma posição, apenas uma fica diferente. A "destacada", Deve descobrir quem está diferente na brincadeira. - Vamos colocar a bola embaixo da cadeira? - Vamos colocar a bola em cima da cadeira? 156 Por exemplo: Onde está a bola? (em cima do armário, embaixo do colchão, atrás da porta, etc.). 157 GLOSSÁRIO DAS NECESSIDADES ESPECIAIS/EDUCAÇÃO ESPECIAL Veja a seguir um glossário das necessidades especiais/educação especial, segundo o Instituto Ethos (2005). • Doença - Denominação genérica de qualquer desvio de um estado considerado "normal". • Deficiência - Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; • Distúrbio (ver, também, "incapacidade") - Situação, geralmente transitória, em que a pessoa apresenta deficiência ou incapacidade de ordem física (expressão), sensorial ou mental, geralmente reversíveis quando sujeitas a terapias especializadas (médicas, pedagógicas, psicológicas, psicopedagógicas, fonoaudiológicas, entre outras). • Deficiência permanente - aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos. • Incapacidade (deficiência transitória) - Uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa com deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida. • Deficiência física - Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. 158 • Visual - Acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações; • Deficiência mental - Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; h) trabalho. • Deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências na mesma pessoa. • Superdotação/superdotados - Capacidade intelectual, cognitiva ou de outra qualidade, significativamente acima da média das pessoas comuns (no caso do teste de QI, registros acima de 140). Tradicionalmente, aplicava-se a alunos com raciocínio lógico-dedutivo e matemático acima da média. Atualmente, a partir do conceito de inteligências múltiplas de Howard Gardner, aplica-se também a outros potenciais: inteligência espacial, cinestésica, musical, estética, entre outras. • Menosvalia - Situação desvantajosa para um indivíduo determinado, como consequência de uma deficiência ou incapacidade que o limita ou impede de desempenhar um papel. Caracteriza-se pela diferença entre o rendimento do indivíduo e suas próprias expectativas e as do grupo a que pertence. • Doença mental - Denominação genérica dada a distúrbios de comportamentos, causados por injúria neurológica, distúrbios cerebrais, distúrbiospsicológicos ou mentais. Entre outros, cita-se: esquizofrenia, depressão, anorexia/bulimia, demência senil, mal de Ahlzeimer, mal de Parkinson, psicose, etc. Os doentes mentais, entre outros, são categorizados como deficientes mentais ou portadores de necessidades especiais. 159 • Surdos - Sujeitos portadores de deficiência sensorial auditiva, absoluta ou parcial, nativa ou não. • Educação especial - Modalidade de educação escolar - um processo definido em uma proposta pedagógica, assegurando um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentem necessidades educacionais especiais, em todos os níveis, etapas e modalidades da educação. • Inclusão - O contrário de exclusão e componente do processo dialético exclusão/inclusão. Pessoas socialmente incluídas (ou inseridas) são as que fazem parte dos ambientes materiais e simbólicos (educação e cultura), em contraposição às pessoas (socialmente) excluídas. • Inclusão escolar - Processo de inclusão nos ambientes escolar e cultural dos sujeitos anteriormente excluídos desses ambientes sociais. É mais que a simples integração física de sujeitos em sala de aula - pois supõe uma mudança de atitudes e mentalidade frente às diferenças e diversidades de toda ordem: físicas, étnicas, culturais, econômicas, etc. • Impedimento – alguma perda ou anormalidade das funções ou da estrutura anatômica, fisiológica ou psicológica do corpo humano. • Professor de educação especial - É o que desenvolveu, por meio de formação específica, competências para a identificação de necessidades educacionais especiais, e em condições de definir, implementar, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular e práticas didáticas e pedagógicas adequadas, bem como trabalhar em equipe, assistindo ao professor de classe comum nas práticas necessárias à inclusão dos alunos com necessidades especiais. Essa formação específica deve ser comprovada por intermédio de: - Cursos de licenciatura em educação especial, ou em uma de suas áreas, preferentemente concomitantes com cursos na área de educação infantil; ou - Pós-graduação em áreas específicas de educação especial, posterior à licenciatura comum, para atuação no ensino fundamental e no ensino médio. 160 • Professor capacitado para Educação especial - É o professor de sala de aula comum que tem condições de atender educandos com necessidades especiais em virtude de constar, em seus currículos formativos, conteúdos sobre educação especial. • Professores intérpretes - São os especializados em apoiar alunos surdos, cegos ou surdo-cegos e outros que apresentem sérios comprometimentos de comunicação ou sinalização. Dominam a linguagem Braille (para deficientes visuais) e a linguagem de sinais (para sujeitos surdos). • Classes especiais - Salas de aula destinadas especificamente para atender a grupos de alunos portadores de necessidades especiais. Atualmente, sua existência se justifica somente para os casos de flagrante gravidade e que impossibilite, quase por completo, a frequência do aluno a classes regulares. • Sala de recursos (especiais) - Ambiente que conta com serviços de natureza pedagógica, conduzida por professor especializado e que suplementa (na superdotação) e complementa (no caso dos demais alunos com necessidades especiais) o atendimento comum realizado em classes regulares. Esse atendimento pode ser individual, em grupos por escola ou grupamentos de alunos de várias escolas próximas. • Escolas especiais - Escolas destinadas a atender, especificamente, educandos com necessidades especiais, agrupados ou por deficiência específica - sensorial, física, mental ou múltipla. Sua existência e funcionamento se justificam, atualmente, somente para casos considerados muito graves e que impossibilitem a inclusão dos sujeitos em escolas/salas de aula regulares. • Atendimento itinerante - Atendimento feito por professores especializados que percorrem várias escolas, mediante programação, para o atendimento de pessoas com necessidades educacionais especiais, assistindo o professor regular e complementando o seu trabalho. • Atendimento transitório - Atendimento que se faz, de modo específico, mas transitório, a portadores de necessidades especiais, nas situações em que o trabalho escolar em classes regulares, não seja possível. O atendimento hospitalar é um dos casos. • Atendimento escolar hospitalar - Atendimento escolar, por professor capacitado ou especializado, a educandos com necessidades especiais que se 161 encontrem internados, transitoriamente ou em caráter permanente, em função da gravidade de seus casos. • Terminalidade específica - Escolarização com finalidade definida, para os educandos com necessidades especiais com deficiência mental grave ou múltipla, adotando procedimentos de avaliação pedagógica, certificação e encaminhamento para alternativas educacionais que concorram para ampliar as possibilidades produtivas e de inclusão dessa pessoa. Essas alternativas geralmente se dão em termos de encaminhamento para cursos e atividades profissionalizantes. • Certificação de Terminalidade Específica - Documentação fornecida - certificação de conclusão de curso - pela instituição educacional, ao educando com deficiência mental grave ou múltipla, para fins de encaminhamento a cursos de profissionalização ou semelhante, em função da impossibilidade de continuidade de desenvolvimento intelectual em escolas regulares; deve ser acompanhado de histórico escolar, avaliação circunstanciada, assinada pela direção e pelo supervisor do estabelecimento. ------------------- FIM DO MÓDULO IV ----------------- 162 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLERONI, Ediana. Plano do MEC cria "ônibus da alegria": projeto de governo usa o dinheiro da educação de excepcionais para distribuir ônibus escolares. Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano, 30 jun.1992. BRASIL. Lei 4024/61, de 21/04/61. Fixa as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília, 1961. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC / SEF/SEESP, 1998. BUENO, J. G. S. Educação especial brasileira: integração, segregação do aluno diferente. São Paulo: Educ., 1993. DEMO, Pedro. Educação e Política Social. In: Cadernos de Pesquisa. São Paulo, 1989. FAUSTO, Bóris. O Brasil Republicano. Estrutura e economia. 2. ed. São Paulo: DIFEL. 1982. JANNUZZI, Gilberta. M. A Luta pela educação do deficiente mental no Brasil. São Paulo: Cortez, 1985. ______. As políticas e os espaços para criança excepcional in: FREITAS, Marcos. C. História social da infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 1997. ______. Política estatal oscilante de educação especial e produção de conhecimento. V Seminário Brasileiro de Pesquisa em educação Especial. UFF, 1996. ______. Políticas sociais públicas de educação especial. Fundação Catarinense de Educação Especial, 1990. 163 MEC/CENESP. Projeto Prioritário do Plano Setorial de Educação e Cultura 1977/1979. Assistência Técnica e Financeira às /Instituições Privadas na Área de Educação Especial, Brasília, DDD, 1976. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Plano Decenal de Educação Para Todos. Brasília. 1993. RIBEIRO, R. H. F. Educação de Portadores de necessidades especiais. Campo Grande: UNIDERP, 2002. -------------------- FIM DO CURSO! ------------------
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