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TECIDO ADIPOSO 
 O tecido adiposo é um tipo especial do tecido conjuntivo, onde há a predominância de células que 
apresentam depósitos de gordura sob forma de triglicerídeos - essas células são os adipócitos. 
Exerce várias funções: 
 Reserva de energia na forma de triglicerídeos; 
 Preenchimento; 
 Modela superfície corporal; 
 Coxins absorventes de choques; 
 Isolamento térmico; 
 Produção de calor nos recém-nascidos e animais hibernantes; 
 Função endócrina. 
Pode ser, histologicamente, subdividido em dois tipos: 
Tecido Adiposo Unilocular 
Tecido Adiposo Multilocular 
TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR 
É caracterizado por ter células grandes, esféricas (mas que se apresentam poliédricas pela 
compressão mútua), com citoplasma escasso e periférico, visualizado como uma lâmina corada, 
bem delgada ao redor da célula. O núcleo dos adipócitos é achatado e fica periférico. A maior parte 
da célula é ocupada pelos triglicerídeos, que se colocam no citoplasma formando uma grande 
gotícula de gordura, visualizada como uma área clara dentro da célula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As células adiposas contêm numerosas vesículas de pinocitose (vistas ao M.E.), que internalizam 
os lipídios provenientes da alimentação, trazidos pela corrente sanguínea. A alimentação, 
metabolismo hepático e metabolismo do próprio tecido adiposo são as principais fontes de 
triglicerídeos. 
Veja só como se dá a chegada destes triglicerídeos, advindos da alimentação, até o adipócito: 
"Nos capilares sanguíneos situados em volta dos adipócitos, ligada à superfície do endotélio, há a 
lipase lipoproteica, que hidrolisa os quilomícrons e as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL 
de very low density lipoproteins). Os quilomícrons são partículas provenientes do intestino, com 
90% de triglicerídeos e o restante de colesterol, fosfolipídios e proteínas. As VLDL são oriundas do 
fígado e, quando hidrolisadas, liberam ácidos graxos e glicerol. São esses elementos 
que entram nas células adiposas e são reesterificados no retículo endoplasmático liso em 
triglicerídeos para o armazenamento". (Montanari, Tatiana. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas 
práticas [recurso eletrônico] 3. ed. – Porto Alegre: Edição do Autor, 2016. 229 p. : digital) 
 
O jejum prolongado, as atividades físicas intensas e o frio são fatores que estimulam a liberação 
dos triglicerídeos armazenados nos adipócitos para uso corporal. Esse processo envolve a ativação 
de uma enzima, lipase sensível a hormônio, que existe dentro do citoplasma da célula adiposa. 
Novamente, haverá quebra das moléculas de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol e transporte 
pelas membranas celulares até o sangue. No sangue, estes componentes serão distribuídos para 
o corpo. 
 
O tecido adiposo unilocular constitui praticamente todo o tecido adiposo do adulto. Ocorre 
subjacente à pele, na hipoderme (tela subcutânea), onde evita a perda excessiva de calor 
(isolamento térmico) e absorve impactos, especialmente na palma das mãos, na planta dos pés e 
as nádegas. Preenche os espaços entre tecidos e órgãos, contribuindo para mantê-los em suas 
posições. 
TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR 
Possui células menores com várias gotículas lipídicas citoplasmáticas, o núcleo é esférico e 
excêntrico. O citoplasma concentra muitas mitocôndrias, responsáveis pela metabolização dos 
ácidos graxos e produção de calor, função deste tecido. Formado no embrião e diminui após o 
nascimento; não se forma no organismo adulto. 
 
Receptores sensoriais na pele enviam sinais ao centro cerebral de regulação da temperatura, que, 
por sua vez, envia impulsos nervosos a essas células adiposas. O neurotransmissor noradrenalina 
ativa a enzima que quebra os triglicerídeos, e a oxidação dos ácidos graxos ocorre nas 
mitocôndrias. 
Nesse tecido adiposo, a membrana interna das mitocôndrias possui poros transportadores de 
prótons, as termogeninas (ou UCP-1 de uncoupling protein 1, ou seja, proteína não acopladora 1), 
que permitem o fluxo dos prótons acumulados no espaço intermembranoso durante o transporte de 
elétrons para a matriz, dissipando a energia potencial como calor. O sangue contido na rede capilar 
do tecido é aquecido, e o calor é distribuído pelo corpo (Montanari, Tatiana. Histologia : texto, atlas 
e roteiro de aulas práticas [recurso eletrônico] 3. ed. – Porto Alegre: Edição do Autor, 2016. 229 p. 
: digital). 
Veja a estrutura da membrana mitocondrial e seus componentes envolvidos na produção de calor.

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