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6 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL SISTEMAS DE ESGOTO E DRENAGEM GRUPO7: MATRÍCULA: Davi Ferreira Leite 11121230 Emerson da Silva Fritas 11121266 Jubemar Sabino da Silva Júnior 11128294 Luiz Henrique Meneses Alverga 11121264 Vicente Pessoa de Brito Neto 11121724 MEMORIAL DE CÁLCULO DESCRITIVO: PROJETO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO, LOCALIZADO NO BAIRRO VILA NOVA, SANTA RITA – PB. João Pessoa – PB Junho de 2016. DAVI FERREIRA LEITE EMERSON DA SILVA FRITAS JUBEMAR SABINO DA S. JÚNIOR LUIZ HENRIQUE M.ALVERGA VICENTE PESSOA DE B.NETO MEMORIAL DE CÁLCULO DESCRITIVO: PROJETO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO, LOCALIZADO NO BAIRRO VILA NOVA, SANTA RITA – PB. Memorial de Cálculo Descritivo apresentado ao Prof. Dr. Leonardo Vieira Soares da disciplina de Sistemas de Esgoto e Drenagem, em cumprimento as exigências do Trabalho Final da disciplina, como promoção de crédito para nota nesta unidade. Prof.: Dr. Leonardo Vieira Soares. João Pessoa – PB Junho de 2016. SUMÁRIO 1. ESTUDO POPULACIONAL 6 1.1. Vazão de contribuição 6 2. DIRETRIZES DO PROJETO 7 3. ESTIMATIVA POPULACIONAL 7 4. VAZÃO DE ESGOTO SANITÁRIO PARA INÍCIO E FIM DE PLANO 12 4.1. Vazão Média de Esgoto Doméstico 12 4.2. Vazões Singulares 13 4.2.1. Creche Escolar 13 4.2.2. Escola M. Paulo Maroja 13 4.2.3. Escola M. Antônio Ferreira 14 4.2.4. Centro Comercial Carajás 14 4.2.5. Edifício Comercial New Center 14 4.2.6. Matadouro 14 4.2.7. Hospital 15 4.2.8. PSF 15 4.3. Vazão de infiltração 15 5. CÁLCULO DA VAZÃO DE ESGOSTO SANITÁRIO PARA DIMENSIONAMENTO 15 6. CONCEPÇÃO DO TRAÇADO DA REDE DE ESGOTO 16 7. DIMENSIONAMENTO DA REDE COLETORA 16 7.1. Cálculo das vazões de dimensionamento 16 7.1.1. Início de plano 16 7.1.2. Fim de plano 16 7.2. Taxa de contribuição de esgoto 17 7.2.1. Início de plano 17 7.2.2. Fim de plano 17 7.3. Cálculo e definições das declividades 18 7.3.1. Declividade do terreno 18 7.3.2. Declividade mínima 18 7.3.3. Declividade de projeto 18 7.4. Cálculo do diâmetro da tubulação 20 7.5. Verificações hidráulicas 21 7.5.1. Tensão trativa 21 7.5.2. Velocidade crítica 21 7.6. Vazões Singulares 21 7.7. Coletor Tronco 22 8. TRATAMENTO PRELIMINAR 23 8.1. Vazões de dimensionamento 23 8.1.1. Vazão máxima final 24 8.1.2. Vazão média inicial 24 8.1.3. Vazão média final 24 8.1.4. Vazão mínima 25 8.1.5. Vazão de bombeamento 25 8.2. Determinação do medidor 25 8.2.1. Alturas da lâmina d’água no medidor. 25 8.2.2. Cálculo do rebaixo Z 26 8.3. Caixa de Areia 26 8.3.1. Altura da lâmina na caixa de areia 26 8.3.2. Dimensões da caixa de Areia 27 8.3.3. Análise da velocidade na caixa de areia 27 8.3.4. Verificação da taxa de escoamento superficial 28 8.3.5. Quantidade de material retido 28 8.3.6. Altura do depósito de areia 28 8.4. Grade de Limpeza 28 8.4.1. Dimensionamento da grade 28 8.4.2. Área útil de escoamento 28 8.4.3. Área dos canais das barras (S) e largura (b) 29 8.4.4. Verificação da velocidade entre as barras 29 8.4.5. Medição da perda de carga entre as barras. 30 8.4.6. Quantidade de material retido 30 8.4.7. Definição do rebaixo Z’ 30 9. DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO (EEE) 31 9.1. Diâmetro da tubulação 31 9.2. Cálculo do Volume Útil 32 9.3. Dimensionamento do poço de sucção 33 9.4. Níveis operacionais 33 9.4.1. Nível Máximo 33 9.4.2. Nível mínimo 34 9.4.3. Cota de fundo do poço de sucção 34 9.5. Volume efetivo (Ve) 34 9.6. Tempo de detenção 34 9.7. Altura manométrica 35 9.8. NPSH disponível 37 9.9. Bomba selecionada para estação elevatória 39 9.10. Potência da bomba 39 9.11. Potência instalada 39 9.12. Curva do sistema e escolha da bomba 40 10. DIMENSIONAMENTO DE TRECHO POR GRAVIDADE DO EMISSÁRIO (EEE). 41 1 1. ESTUDO POPULACIONAL Para estudo e concepção do sistema de esgotamento sanitário é preciso, além dos dados referentes as características da comunidade, saber a partir de estimativas de cálculos para um horizonte de projeto definido, a quantidade de habitantes que serão beneficiados pelo sistema. Essa população futura deverá ser determinada de acordo com os critérios da NBR 12211/1992, que são: i- O emprego de métodos que considerem os índices de natalidade, mortalidade, crescimento vegetativo e correntes migratórias; ii- Mediante extrapolação de tendências de crescimento, definidas por dados estatísticos suficientes para construir uma série histórica, observando-se a aplicação de modelos matemáticos (mínimos quadrados) aos dados censitários do IBGE, escolhendo como curva representativa de crescimento, aquela que mais se adequar aos dados censitários. 1.1. Vazão de contribuição A vazão de contribuição de uma rede coletora de esgoto sanitário pode ser entendida como a soma dos despejos gerados pelo: esgotamento doméstico, consumidores singulares e pela infiltração. i- Vazão do esgoto doméstico: Corresponde à fração de despejo lançado pelas economias familiares de determinada cidade ou comunidade. Ela é obtida a partir de uma estimativa de produção de despejos por habitantes dia, onde o mesmo depende do nível econômico da população, bem como da qualidade de infraestrutura, educação e perfil social da população local. ii- Vazões singulares: de acordo com a NBR 9648/1986 (ABNT), vazão singular é “uma vazão de esgoto concentrada em um ponto da rede coletora, significativamente maior que o produto da taxa de contribuição por superfície esgotada, pela área responsável pelo lançamento”. iii- Vazões de infiltração: Segundo a NBR 9648/1986, água de infiltração é toda aquela proveniente do subsolo, indesejável ao sistema separador e que penetra nas canalizações pelas juntas ou paredes e através das estruturas dos poços de visita, tubos de inspeção e limpeza dos demais acessórios. A vazão considerada é determinada partir da multiplicação da taxa de infiltração ao longo da tubulação pelo comprimento da mesma, que será toda extensão das ruas beneficiadas. 2. DIRETRIZES DO PROJETO PROJETO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO (GRUPO 7) 1. IDENTIFICAÇÃO MUNICÍPIO: Santa Rita – PB. LOCALIDADE: Bairro Nova Vila. POPULAÇÃO EM 2015: 18.125 habitantes. CONSUMO PER CAPITA (qc):120 l/hab.dia TAXA DE INFILTRAÇÃO:0,3 l/s.km COMPRIMENTO DA REDE: 25.390,35 metros 2. CONSUMIDORES SINGULARES Ed. Comercial New Center NÚMERO DE SALAS:750 salas Creche Escolar NÚMERO DE ALUNOS: 650 alunos E. M. Paulo Maroja NÚMERO DE ALUNOS: 875 alunos Hospital Dr. Plínio Sampaio NÚMERO DE LEITOS: 650 leitos E. M. Antônio Ferreira NÚMERO DE ALUNOS: 690 alunos PSF (atendimentos diários) NÚMERO DE ATENDIMENTO: 580 atend./dia Centro Comercial Carajás NÚMERO DE LOJAS: 1.000 lojas Matadouro NÚMERO DE BOIS: 600 bois/dia 3. COEFICIENTES PARA DIMENSIONAMENTO (NBR 9649/1986) COEFICIENTE DE RETORNO:0,8 COEFICIENTE DO DIA DE MAIOR CONSUMO (K1): 1,2 COEFICIENTE DA HORA DE MAIOR CONSUMO (K2): 1,5 COEFICIENTE DA MÍNIMA VAZÃO HORÁRIA (K3): 0,5 4. PERÍODO CONSIDERADO ELABORAÇÃO DO PROJETO INÍCIO DE PLANO:2020 FIM DE PLANO:2050 3. ESTIMATIVA POPULACIONAL O cálculo do crescimento populacional do Bairro Vila Nova foi efetuado adotando a taxa de crescimento populacional da cidade de Santa Rita, onde foram coletados dados do IBGE referentes aos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010; e das Contagens Populacionais de 1996 e 2007 apresentados na TABELA 1, conforme os dados dos últimos cinco Censos realizados pelo IBGE. TABELA1 - Últimos Censos da cidade de Santa Rita - PB. Fonte IBGE. ANO POPULAÇÃO 1985 80.120* 1991 96.413 1996 105.543 2000 115.844 2007 122.454 2010 120.310 *População da cidade de Santa Rita – PB com base no DATSUS (Ministério da Saúde, Tecnologia da Informação a Serviço do SUS). Utilizando software Excel®, aplicou-se o Método dos Mínimos Quadrados para extrapolação dos dados e optando pela reta que mais se ajustou aos resultados (valor do coeficiente de correlação - R² mais próximo de 1,00), adotou-se a equação que representaa estimativa da população para um dado ano. Foi considerado para o cálculo, o ano de 1991 com sendo o ano 6. As equações obtidas estão apresentadas na TABELA 2, e asFIGURAS1 a 4 apresentam a tendência de crescimento da população de Santa Rita - PB segundo as curvas linear, exponencial, logarítmica e potencial. FIGURA 1 - Representação da população segundo uma curva linear. FIGURA 2 - Representação da população segundo uma curva exponencial. FIGURA 3 - Representação da população segundo uma curva logarítmica. FIGURA 4 - Representação da população segundo uma curva potencial. TABELA 2 - Curvas, funções e coeficientes de correlação obtidos a partir das Figuras 1 a 4. Curva Função R² Linear y = = 1325,9x + 91163 0,8936 Exponencial y = 92236e0,0121x 0,8854 Logarítmica y =18596ln(x) + 62990 0,9565 Potencial y= 71148x0,1707 0,9581 A partir do maior valor do Coeficiente de Correlação a equação utilizada será a da função Potencial, onde: (1) y= população estimada; x = diferença entre o ano futuro e o ano inicial (1991), considerando que o ano de 1991 será o primeiro valor, assim para este ano x=6, para 2020 x=35 e para 2050 x=65. Logo, a população da cidade de Santa Rita - PB, nos anos de 2020 e 2050, será: TABELA 3 - Projeção da população de João Pessoa para os anos de 2020 e 2050. População em 2020 71148x35 0,1707 130.538 habitantes População em 2050 71148x65 0,1707 145.087 habitantes A taxa média de crescimento populacional da cidade de Santa Rita – PB, pode ser calculada pela Eq. (2). Onde: P = população futura (fim de plano), P0 = populaçãopresente(início de plano), 2015. taxa/100 = taxa de crescimento populacional, t – t0: diferença entre os anos de final de plano e início de plano. (2050 – 2020 = 30) Logo, pela Eq. (2), a taxa de crescimento populacional de Santa Rita - PB é de 0,353%. De acordo com o que foi indicado nas diretrizes do projeto, a população do Bairro de Vila Nova, em 2015, é de 18.125 habitantes. Logo para os anos de início e fim de plano, respectivamente, 2020 e 2050, e adotando a taxa de crescimento populacional de Santa Rita - PB, tem-se: TABELA4 - Projeção da população da Comunidade São Pedro para os anos de 2015 e 2045. População em 2015 - 18.125 habitantes População em 2020 18.125 x (1 + 0,00353)5 18.448 habitantes População em 2050 18.125 x (1 + 0,00353)35 20.504habitantes 4. VAZÃO DE ESGOTO SANITÁRIO PARA INÍCIO E FIM DE PLANO Conforme a NBR 9648/1986 - Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário - Procedimento, o Esgoto Sanitário é todo despejo líquido (água residuária) constituído de esgotos domésticos, resíduos líquidos industriais, águas de infiltração e águas pluviais parasitárias. Sendo assim, a vazão de esgoto é dada por: Onde: : vazão de esgoto sanitário (l/s); : vazão de esgoto doméstico (l/s); : somatório das vazões singulares (l/s); : a vazão de infiltração (l/s); 4.1. Vazão Média de Esgoto Doméstico A vazão média de esgoto doméstico é calculada através da Eq. (4): Onde: : vazão média de esgoto doméstico (l/s); P: população a ser atendida (hab.); qe: consumo efetivo per capita (l/hab. dia); C: coeficiente de retorno. Portanto, para o início e fim de plano, obtém-se: Já as vazões máximas horárias de início e fim de plano são calculadas majorando as vazões médias através dos coeficientes K1 e K2. Deste modo: 4.2. Vazões Singulares As vazões singulares irão compreender um Condomínio, uma Escola, duas Indústrias, um Hospital e um Clube esportivo. Para a determinação da contribuição de esgoto dos consumidores singulares, tomaram-se os dados tabelados na NBR 7229/1993 - Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos e norma técnica da Sabesp. 4.2.1. Creche Escolar O número de alunos existente em 2015 é de 650. Considerou-se que para as datas de projeto a quantidade de alunos cresceria com a mesma taxa da comunidade. Logo, a quantidade de alunos atendidos no início e fim de projeto será conforme a seguinte tabela. TABELA 5 - Projeção da quantidade de alunos atendidos na Creche Escolar. Número de alunos em 2020 650 x (1 + 0,00353)5 662 alunos Número de alunos em 2050 650 x (1 + 0,00353)35 735 alunos Portanto, para o início e fim de plano, obtém-se: 4.2.2. Escola M. Paulo Maroja O número de alunos existente em 2015 é de 875. Considerou-se que para as datas de projeto a quantidade de alunos cresceria com a mesma taxa da comunidade. Logo, a quantidade de alunos atendidos no início e fim de projeto será conforme a seguinte tabela. TABELA 6 - Projeção da quantidade de alunos atendidos na E. M. Paulo Maroja. Número de alunos em 2020 875 x (1 + 0,00353)5 891 alunos Número de alunos em 2050 875 x (1 + 0,00353)35 990 alunos Portanto, para o início e fim de plano, obtém-se: 4.2.3. Escola M. Antônio Ferreira O número de alunos existente em 2015 é de 690. Considerou-se que para as datas de projeto a quantidade de alunos cresceria com a mesma taxa da comunidade. Logo, a quantidade de alunos atendidos no início e fim de projeto será conforme a seguinte tabela. TABELA 7 - Projeção da quantidade de alunos atendidos na E. M. Paulo Maroja. Número de alunos em 2020 690 x (1 + 0,00353)5 702 alunos Número de alunos em 2050 690 x (1 + 0,00353)35 781 alunos Portanto, para o início e fim de plano, obtém-se: 4.2.4. Centro Comercial Carajás Para o cálculo da vazão do Centro Comercial Carajás, temos 1.000 salas, considerou-se 4 pessoas/sala a uma produção de esgoto de 50 l/pessoa. dia, assim obtemos: 4.2.5. Edifício Comercial New Center Para o cálculo da vazão do Edifício Comercial New Center, temos 750 salas, considerou-se 4 pessoas/sala a uma produção de esgoto de 50 l/pessoa. dia, assim obtemos: 4.2.6. Matadouro Para o cálculo da vazão do Matadouro foi considerado a sua produção de 600bois/dia, o coeficiente de retorno dado em projeto (E/A= 0,80) e o consumo de água por tonelada produzida (0,40 m³/boi). 4.2.7. Hospital Para o cálculo da vazão do Hospital foi considerado o número de leitos (650) e o consumo por leito (250 l/dia). A vazão de 250 l/dia já é a contribuição de esgoto, fornecida pela NBR 7229. Veja na fórmula abaixo. 4.2.8. PSF Para o cálculo da vazão do PSF foi considerado o número de atendimentos (650) e o consumo por atendimento (25 l/dia). A vazão de 25 l/dia foi considerada como sendo já a contribuição de esgoto, fornecida pela Sabesp. Veja na fórmula abaixo. 4.3. Vazão de infiltração Após o lançamento da rede chegou-se a um comprimento total de 25.390,35 metros, considerando a taxa de infiltração de 0,3 l/s.km,de acordo com a Eq (5), temos: 5. CÁLCULO DA VAZÃO DE ESGOSTO SANITÁRIO PARA DIMENSIONAMENTO A partir da Eq (3) calculam-se as vazões totais de esgoto para início e fim de plano, cujos resultados encontram-se abaixo, ajustados conforme a norma pelos coeficientes de K1e K2. a) Situação de Início de Plano – 2020: vazão máxima horária de um diaqualquer de início de plano (não inclui K1), que é utilizada parase verificar as condições de autolimpeza do coletor, que deveocorrer pelo menos uma vez ao dia. b) Situação de Fim de Plano – 2050: vazão máxima de final deplano, que define a capacidade que deve atender o coletor. 6. CONCEPÇÃO DO TRAÇADO DA REDE DE ESGOTO No processo de concepção do traçado da rede coletora de esgotamento sanitário do Bairro Vila Nova, inicialmente optou-se por fazê-lo acompanhando a topografia do terreno com o objetivo de termos uma solução o mais viável técnica e economicamente possível. Com isso, os fluxos foram adotados de acordo com as declividades imposta pelo terreno, da cota mais elevada para a mais baixa. Algumas poucas exceções foram impostas, sendo necessário em alguns trechos colocar o fluxo contrario as declividades, opção adotada para que houvesse uma compatibilização do fluxo de forma a cada Poço de Visita (PV) tivesse apenas uma saída. Como inicialmente o tipo de rede adotada para atender o Bairro Vila Nova foi do tipo simples e foi imposta uma forma de que todo o fluxo da rede funcionassecomo escoamento por gravidade, não se formou nenhuma sub-bacia e consequentemente nenhum ponto para implementação de uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE), entretanto esta concepção pode ser modificada no decorrer do projeto caso a adotada não tenha se mostrado a mais eficiente e seja necessária a formação de sub bacias. 7. DIMENSIONAMENTO DA REDE COLETORA Para o dimensionamento da rede coletora foi elaborada uma planilha eletrônica, através do software Microsoft Excel®. O dimensionamento procedeu-se aplicando as fórmulas apresentadas a seguir. 7.1. Cálculo das vazões de dimensionamento Para o dimensionamento de cada trecho da rede coletora foi considerada a máxima vazão atuante no trecho, no caso, a vazão de jusante de final de plano. 7.1.1. Início de plano Onde: Qj,i: vazão de jusante de início de plano, l/s; Qm,i: vazão de montante de início de plano, l/s; QT,i: vazão do trecho de início de plano, l/s; Qs,i: vazão singular de início de plano, l/s. 7.1.2. Fim de plano Onde: Qj,f: vazão de jusante de fim de plano, l/s; Qm,f: vazão de montante de fim de plano, l/s; QT,f: vazão do trecho de fim de plano, l/s; Qs,f: vazão singular de fim de plano, l/s. 7.2. Taxa de contribuição de esgoto Refere-se à taxa de contribuição de esgoto por unidade de comprimento da rede, distribuindo as vazões de esgoto doméstico e de infiltração ao longo da rede. Convém lembrar que as vazões singulares ou pontuais não são consideradas no cálculo das taxas, elas são inseridas apenas no cálculo do trecho do coletor mais próximo. Além disso, A NBR 9649/86 - Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário, determina que em qualquer trecho da rede coletora, o menor valor da vazão de projeto a ser utilizada nos cálculos é de 1,50 l/s. 7.2.1. Início de plano Onde: Tx.i: taxa de contribuição inicial (de início de plano), l/s.m; K2: coeficiente de máxima vazão horária; : vazão doméstica de início de plano, l/s; Li: comprimento parcial da rede (início de plano), m; TINF: taxa de infiltração, l/s.m. Para o projeto em questão: 7.2.2. Fim de plano Onde: Tx.f: taxa de contribuição final (de fim de plano), l/s.m; K1: coeficiente de máxima vazão diária; K2: coeficiente de máxima vazão horária; : vazão doméstica de fim de plano, l/s; Lf: comprimento parcial da rede (fim de plano), m; TINF: taxa de infiltração, l/s.m. Logo, 7.3. Cálculo e definições das declividades Para o dimensionamento de uma rede coletora, deve se adotar aquela declividade que atenda aos parâmetros do dimensionamento econômico e técnico. 7.3.1. Declividade do terreno A declividade do terreno é calculada por: Onde: IT: declividade do terreno; CTM: cota do terreno a montante do trecho; CTJ: cota do terreno a jusante do trecho; L: comprimento do trecho. 7.3.2. Declividade mínima A declividade mínima é calculada pela equação: Onde: Imín: declividade mínima (m/m); Qi: vazão de jusante de início de plano no trecho (l/s). 7.3.3. Declividade de projeto O fator que influencia na definição da declividade é a profundidade de escavação. Para se atingir um dimensionamento econômico deve-se garantir uma profundidade mínima de acordo com a NBR 9649/86. Para tanto, em obediência à Norma, definiu-se que o recobrimento mínimo da tubulação será de 0,90 m e a profundidade do coletor será a soma do recobrimento com o diâmetro da tubulação empregada. Figura 5 - Representação esquemática da vala do tubo coletor. Para se definir a declividade de projeto, deve-se optar entre a declividade do terreno e a declividade mínima calculada por norma. Para tanto, foram consideradas as seguintes situações. a) Caso 1: IT ≤ Imín e PM ≥ Pmín Nos casos em que a declividade do terreno IT é menor ou igual a declividade mínima Imín e a Profundidade de montante Pm é maior ou igual a profundidade mínima Pmín utilizamos a declividade de projeto IP igual a declividade mínima Imin. b) Caso 2:IT>Imín e PM = Pmín Na decorrência da declividade do terreno IT ser maior que a declividade mínima Imín e a profundidade de montante PM ser igual à profundidade mínima Pmín, deste modo, utiliza-se a declividade de projeto IP igual à declividade mínima Imín. c) Caso 3:IT>Imín e PM>Pmín Ocorre quando a declividade do terreno IT é maior que a declividade mínima Imín e a profundidade de montante PM é maior que a profundidade mínima Pmín. Neste caso encontra-se um valor para a declividade de modo que se atinja a menor profundidade possível evitando assim uma maior escavação. A declividade de projeto, neste caso, pode ser definida através de duas considerações: · Considerando a profundidade de jusante igual a mínima (PJ = Pmín). Deste modo, Onde: CCJ: cota da geratriz inferior do coletor a montante; CTJ: cota do terreno a jusante; PJ: profundidade do coletor a jusante; L: comprimento do trecho. · Se CCJ for maior que CCM, a declividade de projeto deve ser a mínima. d) Caso 4: IT>Imáx e PM = Pmín Ocorre quando a declividade do terreno IT é maior que a declividade máxima Imáx e a profundidade de montante PM é igual a profundidade mínima Pmín. Como solução deve-se implantar um degrau a montante do trecho. 7.4. Cálculo do diâmetro da tubulação O diâmetro da tubulação deve ser projetado de modo que se garanta uma lâmina de água de 75% (Y/D ≤ 0,75) do diâmetro da tubulação. Essa condição é exigida para garantir que a parte superior da tubulação fique reservada à ventilação do sistema e às imprevisões e flutuações excepcionais do nível de esgoto. Portanto, o diâmetro que atende à condição Y/D = 0,75, é calculado pela seguinte equação. Onde: D: diâmetro, m; I: declividade, m/m; Qf: vazão de jusante do trecho no fim de plano, m³/s. Lembrando que, a equação 15 só se aplica para um Coeficiente de Manning, n = 0,013. Além disso, a NBR 9649/1986 estabelece que o diâmetro mínimo para rede coletora seja de 150 mm (DN 150). O mesmo que determina a concessionária local, Companhia de Água e Esgotos da Paraíba – CAGEPA. 7.5. Verificações hidráulicas 7.5.1. Tensão trativa Segundo a norma, os coletores devem ser projetados de modo a ter sua autolimpeza desde o início do plano. Para tanto, deve-se garantir, pelo menos uma vez ao dia, uma tensão trativa mínima de 1,0 Pa. Esta tensão deve ser calculada considerando um Coeficiente de Manning n = 0,013, conforme a equação abaixo. Onde: : tensão trativa, (Pa); : peso específico da água, (N/m³) : declividade de projeto, (m/m); : raio hidráulico para a relação Y/D encontrada. 7.5.2. Velocidade crítica Outra verificação que deve ser feita é quanto à velocidade crítica do escoamento, de modo que a velocidade final, isto é, a velocidade mediante a vazão máxima de esgoto, não seja maior que a velocidade crítica. A velocidade crítica é então calculada por: Onde: VC: velocidade crítica, (m/s); g: aceleração da gravidade, (m/s²); RH: raio hidráulico para a relação Y/D encontrada. 7.6. Vazões Singulares As vazões singulares do projeto serão contabilizadas nos trechos descritos na tabela abaixo. Tabela 8 - Destino das Vazões Singulares no trechos. VAZÕES SINGULARES CONTRIBUINTE TRECHO CONTABILIZADO CRECHE ESCOLAR 31-8 ESCOLA M. PAULO MAROJA 31-6 ESCOLA M. ANTÔNIO FERREIRA 5-12 CENTRO COMERCIAL CARAJÁS 2-2 EDIFÍCIO COMERCIAL NEW CENTER 3-12 MATADOURO 1-27 HOSPITAL 1-12 PSF 89-1 7.7. Coletor Tronco Coletor Tronco é a tubulação da rede coletora que recebe apenas contribuição de esgoto de outros coletores. Em nosso projeto, os trechos compreendidos entre o PV 07 e Estação Elevatória de Esgoto (EEE) correspondem à coletores tronco, uma vez que a vazão de contribuição no trecho é igual a zero. O dimensionamento da rede segue na tabela em anexo (APENDICE I, arquivo PLANILHA_DA_REDE_DE_ESGOTAMENTO_SANITÁRIO_VR_FINAL _GRUPO_07 impresso em PDF): 8. TRATAMENTO PRELIMINAR Determinadas as vazões máxima, média e mínima que deságuam no coletor a jusante da EEE, passamos então para o dimensionamento dos elementos que fazem parte do tratamento preliminar. 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.1. Vazões de dimensionamento A fim de se dimensionar as tubulações e maquinárioda Estação Elevatória de Esgoto (EEE), devem-se determinar as vazões que chegam até a EEE. As vazões necessárias são: a vazão máxima, a vazão média, a vazão mínima e a vazão de bombeamento. De acordo com o traçado da rede, formou-se uma única bacia de contribuição, onde os trechos 1–40; 44–8 e 126–20 que desembocam no PV-72, ponto final de onde o esgoto será direcionado para a EEE. Conforme a Planilha de Dimensionamento da Rede, anexa, as contribuições inicial e final de jusante na EEE são: Vazão inicial de jusante da EEE 47,27 L/s Vazão final de jusante da EEE 57,43 L/s As vazões médias de início e fim de plano foram calculadas conforme as equações abaixo: Onde: : vazão média diária de início de plano, L/s; : vazão de jusante total no início de plano, L/s; : somatório das vazões singulares de início de plano, L/s; : taxa de infiltração, L/s.km; : comprimento parcial da rede (trecho da rede contribuinte), km; : coeficiente da hora de maior consumo Onde: : vazão média diária de fim de plano, L/s; : vazão de jusante total no fim de plano, L/s; : somatório das vazões singulares de fim de plano, L/s; : taxa de infiltração, L/s.km; : comprimento parcial da rede (trecho da rede contribuinte), km; : coeficiente do dia de maior consumo : coeficiente da hora de maior consumo Das equações 18 e 19 obtém-se: Vazão média diária inicial () 19,49 L/s Vazão média diária final () 21,76 L/s 8.1.1. Vazão máxima final Foi calculada majorando a vazão média diária final com os coeficientes K1 e K2, acrescentando as vazões singulares de fim de plano e a vazão de infiltração. 8.1.2. Vazão média inicial Foi calculada somando-se a vazão média diária inicial, as vazões singulares de início de plano e a vazão de infiltração. 8.1.3. Vazão média final Foi calculada somando-se a vazão média diária final, as vazões singulares de fim de plano e a vazão de infiltração. 8.1.4. Vazão mínima Foi considerada como sendo a vazão média diária de início de plano multiplicada pelo coeficiente de minoração K3 (0,50), acrescida das vazões singulares de início de plano e a vazão de infiltração. 8.1.5. Vazão de bombeamento Foi considerada como sendo a vazão máxima majorada em 20%. 8.2. Determinação do medidor De acordo com as vazões máximas e mínimas de projetos podemos escolher o medidor de acordo com a tabela seguinte. Tabela 08 – Tipos de Medidor Parshall. Largura Nominal N K Capacidade (L/s) Min. Máx. 3” 1,547 0,176 0,85 53,8 6” 1,580 0,381 1,52 110,4 9” 1,530 0,535 2,55 215,9 1 pés 1,522 0,690 3,11 455,6 1 ½ pés 1,538 1,054 4,25 696,2 2 pés 1,550 1,426 11,89 936,7 Logo, para vazão máxima de 57,43 L/s e mínima de 27,78 L/s, tem-se então um medidor de 06 polegadas. 8.2.1. Alturas da lâmina d’água no medidor. A altura é definida em função da seguinte equação: Onde é equivalente ao “K” da tabela 08. Portanto, dadas as vazões média, máxima e mínima, podemos então determinar suas respectivas alturas. Tabela 09 – Altura da lâmina d’água no medidor Parshall. Vazão Hmáx (m) Mínima Inicial 0,19 Média Final 0,24 Máxima Final 0,30 8.2.2. Cálculo do rebaixo Z Pode ser verificado a partir da seguinte equação. Onde para as vazões máximas e mínimas teremos: 8.3. Caixa de Areia 8.3.1. Altura da lâmina na caixa de areia Dado o rebaixo definido anteriormente, podemos então determinar as alturas referentes aos níveis máximo, médio e mínimo de vazão. Tabela 10 – Altura da lâmina d’água na caixa de areia. Vazão Altura Z (m) Y= H – Z Mínima Inicial 0,19 0,09 Ymín.= 0,10 Média Final 0,24 0,09 Yméd.= 0,15 Máxima Final 0,30 0,09 Ymáx.= 0,21 8.3.2. Dimensões da caixa de Areia A partir das equações seguintes, definimos a largura B e o comprimento L, utilizando as seguintes equações. Tabela 11 – Dimensões da caixa de areia. Dimensões Calculado Adotado L (m) 5,35 4,00 B (m) 0,89 0,90 8.3.3. Análise da velocidade na caixa de areia Para determinar a velocidade de escoamento na caixa de areia, definimos primeiramente a área da seção de escoamento, pela equação a seguir. Onde, de acordo com a equação da continuidade, teremos. Para tal, temos então as velocidades: Tabela 12 – Velocidades atuantes na caixa de areia. Vazão Q (m³/s) Ymáx (m) B (m) S (m²) V = Q/S (m/s) Mínima Inicial 0,028 0,10 0,90 0,094 0,30 Média Final 0,040 0,15 0,90 0,139 0,29 Máxima Final 0,057 0,21 0,90 0,193 0,30 A velocidade horizontal deve variar de 0,30 ± 20% m/s (0,24 a 0,36 m/s). 8.3.4. Verificação da taxa de escoamento superficial Pode ser verificada a partir da seguinte equação. Estando, pois, dentro do limite recomendado de 700 a 1.600 . 8.3.5. Quantidade de material retido Esta quantidade de material retido pode ser dada em função das vazões afluentes à ETE ou EEE, quando a rede coletora já foi construída ou caso ainda seja implantada. Para as duas situações costumasse adotar um valor base de 30 l/1.000 m³ de esgoto. Portanto teremos então. 8.3.6. Altura do depósito de areia Estipulando a realização de limpeza a cada 15 dias, a profundidade será de: → Adotou-seHCA = 45 cm 8.4. Grade de Limpeza 8.4.1. Dimensionamento da grade A grade adotada foi a média de seção retangular 5/16 x 2’’ com abertura de 1 ¼’’(30 mm). 8.4.2. Área útil de escoamento É definida a partir da equação da continuidade, onde temos. Sendo Q a vazão máxima e V a velocidade permitida entre as barras limpas na faixa de (0,40 ≤ V ≤ 1,20 m/s). Para tal, foi adotada uma velocidade de 0,8 m/s. 8.4.3. Área dos canais das barras (S) e largura (b) É dada pela razão entre a área útil e a eficiência das barras, especificada a critério da barra escolhida e sua respectiva dimensão. Tabela 12 – Características das barras. Espessura das barras Eficiência (E) a= 3/4'' (20 mm) a= 1'' (25 mm) a= 1'' 1/4 (30 mm) a = 1'' 1/2 (40 mm) 1/4 '' 0,75 0,8 0,834 0,869 5/16'' 0,73 0,768 0,803 0,833 3/8'' 0,677 0,728 0,77 0,8 7/16'' 0,632 0,696 0,741 0,784 1/2'' 0,6 0,667 0,715 0,755 Portanto, para E= 0,803, teremos. A largura do canal fica agora estabelecida, conhecendo-se a lâmina máxima de esgoto e sua área de seção. 8.4.4. Verificação da velocidade entre as barras Tabela 13 – Velocidades atuantes nas barras. Vazão Q (m³/s) Ymáx (m) S (m²) Au (m²) v = Q/Au (m/s) Mínima Inicial 0,028 0,10 0,043 0,035 0,80 Média Final 0,040 0,15 0,064 0,052 0,77 Máxima Final 0,057 0,21 0,089 0,072 0,80 8.4.5. Medição da perda de carga entre as barras. Para determinação desse parâmetro, a de se considerar a grade limpa e 50 % suja, dada pelas respectivas equações. Como a limpeza estabelecida para a grade será manual, a perda de carga mínima considerada para o cálculo do rebaixo Z’ deve ser de16 cm. 8.4.6. Quantidade de material retido Estima-se que seja retida uma quantidade de 0,015 l/m³ de materiais nas grades, portanto para uma vazão média, teremos aproximadamente 52L/dia de material retido. 8.4.7. Definição do rebaixo Z’ Pode ser calculado utilizando-se a equação seguinte: Onde Ym é dado pela soma da altura máxima da lâmina de esgoto com as perdas de carga. O valor de Y corresponde à altura da lâmina d’água do esgoto afluente no coletor a jusante do da EEE. Tabela 14 – Cálculo da lâmina de água no tubo Vazão de projeto (mínima de início de plano) 27,78 L/s Declividade mínima 0,00115 m/m Relação Q/(I)^1/2 0,8182 Diâmetro calculado 0,293 m Diâmetro adotado 300 mm Relação Y/D 0,71 Altura da lâmina d'água no tubo (Y) 0,213 m Portanto, calculamos finalmente o rebaixo Z’. 9. DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO (EEE) 9.1. Diâmetro da tubulação O pré-dimensionamento das tubulações de recalque é realizado através da Fórmula de Bresse: Onde: DR: diâmetro da tubulação de recalque, m; K: coeficiente do “diâmetro econômico”, K = 1,20; Qb: vazão de bombeamento, m³/s. Entretanto, deve-se analisar se os diâmetros pré-dimensionadosatendem aos limites estabelecidos pela NBR 12208/1992 – Projeto de Estações Elevatórias de Esgoto, que preconiza que a velocidade de recalque calculada esteja entre 0,6 e 3,0 m/s e a velocidade na sucção esteja no intervalo 0,6 e 1,5 m/s. Calculando as velocidades pela Equação da Continuidade: Tabela 15 – Velocidade de escoamento nas tubulações de recalque. Recalque – DN 300 0,974 m/s 9.2. Cálculo do Volume Útil O volume do poço de sucção pode ser dividido em quatro classificações: Volume Útil (Vu): é o volume compreendido entre o nível máximo e o nível mínimo de operação do poço (faixa de operação das bombas). a) Volume Efetivo (Ve): é aquele compreendido entre o fundo do poço e o nível médio de operação das bombas. Usado para calcular o tempo de retenção de esgotos. b) Volume Total (Vt): é o volume máximo que pode ser ocupado pelo esgoto no poço úmido, indo do fundo até a tubulação extravasora. c) Volume de Segurança (Vs): é o volume compreendido entre o fundo do poço e o nível médio de operação dos conjuntos motores-bombas. Figura 6 – Corte esquemático do poço de sucção. Como Volume Útil é calculado em função do tempo de operação da bomba, tem-se: Onde: Vu: volume útil, m³; Qb: vazão de bombeamento, m³/min; Tc: tempo de ciclo; N: número de partidas da bomba durante uma hora de operação. A relação de partidas por hora é feita quantificando quantos ciclos são efetuados no decorrer de 60 minutos. O tempo de ciclo pode ser considerado no intervalo entre 10 a 15 minutos. Para o projeto em questão foi adotado 12 min., Portanto: Em tempo, foi adotado um volume útil de 7,00 m³. 9.3. Dimensionamento do poço de sucção Admitiu-se o poço de sucção de formato retangular, com um dos lados com 2 metros. Já a altura útil, trecho correspondente à diferença de cota entre os níveis mínimo e máximo de água, adotada foi de 0,80 metros. Onde: Vu: volume útil, m³; Ab: área da base, m²; B: base maior, m; L: base maior, m; Hu: altura útil, m. Portanto: Logo as dimensões adotadas para a base do poço de sucção são 2,0 x 4,40 metros. 9.4. Níveis operacionais Os níveis operacionais que devem ser calculados são: o nível máximo (Nmáx), o nível mínimo (Nmín) e a cota de fundo (CF) do poço de sucção. 9.4.1. Nível Máximo Para a determinação do Nível Máximo (Nmáx) é necessário definir a cota da soleira de entrada do poço úmido. Esta cota de soleira foi calculada a partir da cota do coletor de jusante, este sai com a inclinação de 1% e passando pelo tratamento preliminar, onde houve um rebaixo da cota. Este rebaixo pode ser analisado pelas plantas de tratamento preliminar. Além disso, deve-se prever uma folga entre 0,20 e 0,50 m entre a cota da soleira e o nível máximo de água no poço de sucção, foi adotado um valor de 0,30 m. 9.4.2. Nível mínimo O Nível Mínimo (Nmín) é calculado subtraindo-se do Nível Máximo a Altura Útil (hu). 9.4.3. Cota de fundo do poço de sucção Para a Cota de Fundo (CF) do poço de sucção deve-se adotar uma distância mínima do Nível Mínimo até o fundo do poço de 3 vezes e meia o diâmetro da tubulação de sucção. 9.5. Volume efetivo (Ve) Para o cálculo do volume efetivo, que vem a ser o compreendido entre o fundo do poço e o nível médio de operação das bombas. Seu cálculo é dado por: Onde: Ve: volume efetivo, m³; he: altura efetiva, m; Ab: área da base, m². Para calcular o volume efetivo, multiplica-se a altura efetiva pela área da base do poço de sucção: 9.6. Tempo de detenção O tempo de detenção é calculado como a relação entre o volume efetivo e a vazão média de início de plano afluente ao poço de sucção. A NBR 12208/1992 recomenda que o tempo de detenção seja o menor possível não ultrapassando 30 minutos. 9.7. Altura manométrica Como a bomba utilizada é do tipo afogada, onde o nível do eixo de operação da bomba se localiza abaixo do Nível Mínimo do Poço de Sucção, a altura manométrica é dada por: Onde: Hm: altura manométrica, m; Hg,s: altura geométrica de sucção, m; Hg,r: altura geométrica de recalque, m; hf,s: perda de carga na sucção, m; hf,r: perda de carga no recalque, m. As perdas de carga são calculadas por: Onde: Qb: vazão de bombeamento, m³/s; Lvr,s = comprimento virtual (soma do comprimento real com o comprimento equivalente as peças e conexões), m; Dr,s: diâmetro da tubulação, m; C: coeficiente de rugosidade, (adotado como 120, valor referente a tubulação de ferro fundido usado que se encontra na figura 01). Os comprimentos equivalentes das peças utilizadas apresentadas nas tabelas abaixo. Tabela 18 – Comprimentos equivalentes das peças e conexões no recalque. Peças Quantidade Le/Dh Cotovelo de 90º 01 45 Registro de gaveta 01 8 Redução gradual 01 6 Curvas de 90° 03 30 Curva de 45º 01 15 Cotovelo de 45º 01 20 Saída da tubulação 01 35 Te de passagem direta 01 20 TOTAL 239 Os comprimentos equivalentes encontrados foram: Os comprimentos virtuais: , pois a bomba é afogada. Já as perdas de carga: Logo, a altura manométrica será: Figura 5- Valor do coeficiente C da fórmula de Hazen-Williams 9.8. NPSH disponível Visando a verificação da ocorrência de cavitação, fenômeno que causa danos ao rotor da bomba, é necessário determinar o NPSH disponível do sistema (NPSHd) e compará-lo com o NPSH requerido pela bomba (NPSHr) para a vazão de bombeamento. Para que não haja cavitação, é necessário que o NPSHd>NPSHr. O NPSH disponível é determinado pela seguinte equação. Onde: NPSHd = carga de sucção positiva disponível (m); Hg,s = altura estática de sucção: positiva quando a bomba está afogada e negativa em caso contrário (m); hs = perda de carga total de sucção (m); Patm = pressão atmosférica (N/m2); PVAPOR = pressão de vapor de água (N/m2); ϒ = peso específico da água (N/m2). Tabela 19 – Pressão de vapor em função da temperatura Temperatura (°C) PVAPOR/ϒ (m H2O) 0 0,062 2 0,072 4 0,083 6 0,095 8 0,109 10 0,125 15 0,174 20 0,238 25 0,323 30 0,433 40 0,752 50 1,258 60 2,031 80 4,827 100 10,332 Tabela 20 – Pressão atmosférica em função da altitude Altitude (m) Patm/ϒ (m H2O) 0 10,33 300 9,96 600 9,59 900 9,22 1200 8,88 1500 8,54 1800 8,20 2100 7,89 2400 7,58 2700 7,31 3000 7,03 Para o sistema de bombeamento adotado, e utilizando os valores indicados nas tabelas 19 e 20, obtém-se: 9.9. Bomba selecionada para estação elevatória De posse da altura manométrica a ser vencida, utilizou-se a ferramenta on-line EasySelect® do website da KSB®, fabricante de bombas, que indicou, para o referido projeto, a bomba a ser utilizada como sendo a do modelo KRTK 100-250/164UG-S. O NPSH requerido da bomba adotada (10 m), atende à condição para a não ocorrência de cavitação no rotor. A bomba adotada possui: · Altura total desenvolvida 13,50 m · Rendimento 81,7 % · Potência absorvida 11,68 kW · Velocidade de rotação da bomba 1475 rpm · Potência máx. na curva 11,89 kW Todas as características complementares da bomba serão colocadas em anexo. 9.10. Potência da bomba De posse dos valores da vazão de bombeamento e da altura manométrica procede-se à escolha da bomba que atenderá a essas condições. A potência da bomba é então calculada por: Onde: : peso específico da água, N/m² (1000 N/m²); : rendimento da bomba 9.11. Potência instalada Recomenda-se majorar a potência em 20% para permitir uma maior segurança e eficiência na operação do conjunto motor-bomba, então a potência a ser instalada será de: 9.12. Curva do sistema e escolha da bomba Para a curva do sistema elevatório utiliza-se a seguinte equação. Onde: Hm: altura manométrica, m; Hg: altura geométrica, m; α: somatório das perdas de carga no recalque e na sucção; Q: vazão de bombeamento, m³/s. Arbitrando-se valores crescentes à vazão calcula-se a curva característica do sistema. Tabela 21 – Pares ordenados do sistema elevatório. Q (m³/s) H (m) 0,01 11,54925 0,02 11,93803 0,03 12,53914 0,04 13,3396 0,05 14,33087 0,06 15,50659 0,07 16,86176 0,08 18,392270,09 20,09461 0,1 21,96578 Figura 7 – Curva característica do sistema. 10. DIMENSIONAMENTO DE TRECHO POR GRAVIDADE DO EMISSÁRIO (EEE). Após o dimensionamento da Estação Elevatória de Esgoto, o emissário de recalque leva o efluente até uma caixa de transição onde, a partir desta, a tubulação passará a funcionar por gravidade. O dimensionamento desse trecho do emissário por gravidade encontra-se em APÊNDICE II (DIMENSIONAMENTO_DO_TRECHO_DO_EMISSÁRIO-POR-GRAVIDADE), onde o valor de 68,9 l/s em vazões singulares representa a vazão de bombeamento. Com essa vazão aplicada nesse ponto, o programa calcula o trecho por gravidade simulando que a mesma está passando por esse trecho. LINEAR População 6 11 15 22 25 96413 105543 115844 122454 120310 EXPONENCIAL População 6 11 15 22 25 96413 105543 115844 122454 120310 LOGARÍTMA População 6 11 15 22 25 96413 105543 115844 122454 120310 POTÊNCIA População 6 11 15 22 25 96413 105543 115844 122454 120310 Curva do Sistema 1.0000000000000005E-2 2.0000000000000011E-2 3.0000000000000016E-2 4.0000000000000022E-2 5.0000000000000024E-2 6.0000000000000032E-2 7.0000000000000034E-2 8.0000000000000043E-2 9.0000000000000066E-2 0.1 11.549245621159669 11.938030740451159 12.539136897195686 13.339601814921924 14.330866965429976 15.506590622298654 16.861764519670803 18.392268131916691 20.094612682567604 21.965780833778116
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