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UNIP Semana de Arte Moderna - Literatura Brasileira Poesia

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12/05/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/6
 
DISCUTIDA AINDA EM NOSSOS DIAS, COMPLETA 40 ANOS A "SEMANA DE
ARTE MODERNA"
http://www1.folha.uol.com.br/folha/almanaque/semana19.htm
 
Publicado na Folha de S.Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1962
Sem nenhum outro intuito que não o de combater os conservadores da epoca e de criar alguma
coisa de novo nas varias manifestações artisticas, eclodia em São Paulo, há 40 anos, movimento
ainda hoje discutido e que logo depois de iniciado teve grande repercussão —a "Semana de Arte
Moderna". Durante 8 dias —de 9 a 16 de fevereiro de 1922— o Teatro Municipal serviu de palco
aos jovens intelectuais, então chamados de "futuristas", que, inconformados com o academismo
reinante na literatura, na musica e nas artes plasticas, resolveram abrir trincheiras em busca de
um movimento renovador. E o conseguiram, não obstante a ferrenha oposição de muitos,
conforme registram cronicas, noticias e outras publicações da epoca. O grupo vanguardista -
Graça Aranha, Mario de Andrade, Osvald de Andrade, Menotti del Picchia, Ronald de Carvalho,
Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida, na literatura; Vila-Lobos, na musica;
Anita Malfati, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, John Graz, Ferrignac, Ian de
Almeida Prado e Martins Ribeiro, na pintura; Victor Brecheret e W. Haerberz, na escultura; e
Antonio Moya e George Przrember, na arquitetura —permaneceu unido, resistindo às investidas
dos que chegaram a classificar o movimento como sendo de "loucos" e de "irresponsaveis". E foi
graças a esse elo que a "Semana de 22" alcançou o objetivo visado: despertar a consciencia dos
artistas em formação ou veteranos para a grande batalha —a da renovação das artes.
Anita, a pioneira
— "O que eu penso da "Semana de 22"? Foi alguma coisa de inesquecivel, que sacudiu os meios
artisticos de todo o país. E mais do que justo, porque era realmente impossivel tolerar-se o
academismo, a inercia, o mau-gosto da epoca. Alguma coisa tinha de ser feita. Assim, eu me
orgulho de ter contribuido com uma parcela para o exito do movimento" —são expressões da
pintura Anita Malfatti, apontada como a pioneira da arte moderna no Brasil. Repousando em sua
casa de campo, no municipio de Diadema, a artista —que estudou na Alemanha e frequentou os
grandes ateliês da França, Italia e dos EUA— revela que a "Semana de 22" foi o que houve de
mais combatido na epoca. —"Mas o nosso grupinho —salienta— manteve-se despreocupado e com
isso nos impusemos". A titulo de curiosidade, ela informa que era comum encontrarem colados
atrás dos quadros expostos no saguão do Teatro Municipal "bilhetinhos desaforados e alguns até
inconvenientes". 
 
Contra o abstrato
http://www1.folha.uol.com.br/folha/almanaque/semana19.htm
12/05/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/6
Enquanto mostra ao reporter algumas das numerosas pinturas que ainda conserva, a artista
paulistana assinala que, embora o movimento de 1922 visasse mudança do panorama artistico, no
tocante à pintura, jamais se pensou que poderia descambar para o grau de abstracionismo que
hoje se verifica. — "O que mais estranho não é propriamente a repetição que se nota na quase
totalidade dos artistas abstracionistas, pois isso se transformou num fenomeno universal, mas sim
o fato de o Brasil ser riquissimo em temas autoctones —e tão poucos artistas os aproveitam com
categoria. Com isso, à exceção de uma minoria que luta pela autentica arte nacional —e eu me
sinto incluida entre eles— a maioria não faz outra coisa senão repetir, nada criando. Uma das
causas que está a provocar essa situação é a influencia comercial: porque a preocupação de
muitos artistas é a de apenas vender, deixando para segundo plano a arte em si, a pesquisa".
Ainda procurando
Anita Malfatti diz que ela própria continua procurando resolver o problema da autentica arte
nacional. Seus quadros não a desmentem; os temas regionais ali sempre estão presentes. Não
faltam em suas pinturas festas da roca, gente do campo, orações entre caboclos, comemorações
juninas etc. A artista ainda hoje pinta, embora sua primeira exposição, na rua Libero Badaró, em
1917, causasse escandalo pelo "modernismo" de suas linhas. Sentada numa cadeira de balanço,
Anita traça figuras, casas, arvores, balões de São João, santos e meninos de cor esqualida com a
mesma disposição e dedicação de há meio seculo —garante a pintora. — "O dia em que eu parar
de pintar pode anotar, eu morro" —diz Anita com os olhos bem abertos. Ela gostaria (e tem fé
mesmo) de viver como a "Grandma" Moses, celebre pintora norte-americana falecida há poucos
meses, com 101 anos: lidar com sua arte até o ultimo sopro de vida.
Di: sem definição
Outro "sobrevivente" do movimento de reação é o pintor carioca Emiliano Di Cavalcanti. A
pergunta como definiria a "Semana" após quatro decadas de sua realização, respondeu: — "Cabe
aos criticos definir, passados os 40 anos, a realização artistica de 1922 e suas consequencias.
Nunca pude definir precisamente o que foi a "Semana" e como ela atua dentro de mim mesmo. Só
sei senti-la que é diferente. Sinto-a como motivo categorico de afirmação na minha personalidade,
de moço turbulento e afirmação que me ensinou a perseverar nos motivos que me levaram a
realizá-la". Di, que já completou 65 anos (45 de pintura), resguarda em suas obras as seguintes
"marcas registradas": a) Luta pela liberdade de expressão; e b) sentimento nacional. Sua opinião
é de que a "Semana" abriu um novo caminho na arte, "desafogando o transito na velha estrada do
academismo".
Para libertar
Artista dos mais apreciados e discutidos, Di Cavalcanti - que certa vez disse de si: "Eu sou
escritor, poeta bissexto e caricaturista" —fala depois sobre as consequencias do movimento de
1922, de maneira especial quanto à influencia da "Semana" no aparecimento de numerosos
artistas abstratos. — "Conheciamos os movimentos não formalistas das artes na Europa, cujas
primeiras manifestações já datavam de alguns anos. Mas o nosso movimento não tinha por
finalidade indicar caminhos ou trilhar determinada escola de arte. A finalidade era libertar o artista
de um atraso academico. Se os artistas brasileiros ou estrangeiros, habitando o Brasil, são
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atualmente na maioria abstracionistas, é porque mediocremente apegam-se a um novo
academismo, demonstrando não possuirem o espirito que dominou a "Semana de 1922".
Arte brasileira
— E existem em consequencia da "Semana de Arte Moderna" a autentica arte brasileira? "É um
absurdo —diz o artista— perguntar, se num país como o Brasil, se há arte autenticamente
brasileira, tratando-se da arte como fenomeno cultural." Para melhor compreensão do seu ponto
de vista, acrescenta: — "Toda tendencia cultural no Brasil é uma procura de aproximação com o
pensamento europeu. Nosso problema de desenvolvimento cultural é o de alcançar o nivel das
altas culturas européias, como para a Renascença foi atingir o nivel superior do pensamento
greco-latino. Ser autenticamente brasileiro, em arte, é assimilar o conhecimento ao sentimento, é
desenvolver a aquisição cultural, dentro do quadro das realizações propriamente nacionais." Di
Cavalcanti pode ser assim "pintado": 1) acha que nasceu pintor; 2) escreveu "Viagem de Minha
Vida", em 2 volumes; 3) admite que sofreu influencia da escola de Paris, onde plasmou sua
formação estetica; 4) procura ser "acima de tudo Di Cavalcanti"; 5) gosta demais de poesias,
especialmente de Manuel Bandeira, Ribeiro Couto, Carlos Drumond de Andrade, Cassiano Ricardo,
Frederico Schimidt e João Cabral; 6) sua primeira exposição foi em 1916, no Rio, no Salão dos
Humoristas.
Emancipação das artes
Como testemunhada "Semana de Arte Moderna", o intelectual, critico e divulgador das artes
plasticas Paulo Mendes de Almeida deu este depoimento: "A "Semana" constituiu primeiro
movimento coletivo no sentido da emancipação das artes e da inteligencia brasileiras. Naqueles
dias agitados de 22, concertos, conferencias, recitativos, bailados e uma exposição de artes
plasticas compuseram o programa do certame, que teve por sede o Teatro Municipal, e tudo se
passou entre vaias, protestos, discussões e turbulencias, nas noites quietas da então pacata
cidade". 
Após citar os nomes daqueles que sacudiram o academismo então reinante, sugere a transcrição
de breve depoimento de Mario de Andrade, ao lhe ser perguntado: - quem teve a idéia da
"Semana"? O texto do autor de "Macunaima" tem este começo: 
"Quem teve a idéia da Semanas de Arte Moderna? Por mim não seu quem foi, nunca soube, só
posso garantir que não fui eu. O movimento, alastrando-se aos poucos, já se tornara uma especie
de escandalo publico permanente. Já tinhamos lido nossos versos no Rio de Janeiro; e numa
leitura principal, em casa de Ronald de Carvalho, onde tambem estavam Ribeiro Couto e Renato
de Almeida, numa atmosfera de simpatia, "Paulicéia Desvairada" obtinha o consentimento de
Manuel Bandeira, que em 1919 ensaira os seus primeiros versos livres no "Carnaval". E eis que
Graça Aranha, celebre, trazendo da Europa a sua "Estetica da Vida", vai a São Paulo, e procura
nos conhecer e agrupar em torno de sua filosofia. Nós nos riamos um bocado da "Estetica da
Vida" que ainda atacava certos modernos europeus da nossa admiração, mas aderimos
francamente ao mestre. E alguem lançou a idéia de se fazer uma semana de arte moderna, com
exposição de artes plasticas, concertos, leituras de livros e conferencias explicativas. Foi o proprio
Graça Aranha? Foi Di Cavalcanti?... Porem, o que importava era poder realizar essa idéia, alem de
audaciosa, dispendiosissima. E o fator verdadeiro da "Semana de Arte Moderna" foi Paulo Prado. E
só mesmo uma grande figura como ele e uma cidade grande mas provinciana como São Paulo
poderiam fazer o movimento modernista e objetivá-lo na "Semana". Paulo Mendes de Almeida
assevera que, pelas afirmações de Mario de Andrade, foi um pouco de cada um daqueles
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reformadores que ajudaram a objetivação de uma idéia logo aceita. Frisa, contudo: - "Não
devemos fiar-nos na modestia com que Mario de Andrade omite sua propria e importante
contribuição".
O mais importante
Para Paulo Mendes de Almeida o mais importante não é apurar quem teve a idéia da realização da
"Semana", mas diagnosticar o que o movimento pretendia, o que representava, o que alcançaria.
Para tanto, esclarece que não será tarefa facil. Diz: — "Em primeiro lugar, era o que pudesse
haver de mais heterogeneo, quando aspirava a ser principalmente heteroclita (que se desvia das
regras da arte), como proclamavam os mais afoitos. Nela, se pode dizer, somente num ponto
houve uma quase unidade ideologica: o da necessidade de mudar. De mudar, sem que se
precisasse bem o que, nem para onde. Foi isso o que lhe deu o carater eminentemente destrutivo,
sendo sob esse aspecto, de resto, que ela ganha para nós extraordinaria importancia. Porque o
ideario mesmo era o que de mais vago se possa imaginar. Verdade é que constituia quase uma
constante o sentimento nacionalista, o desejo de redescobrir, ou melhor, de descobrir afinal o
Brasil. Na realidade, não conseguiram fazê-lo, pois que somente mais tarde o Brasil nos seria
efetivamente desvendado, pela equipe de homens da geração de 1930, numa tarefa a que o sr.
Gilberto Freire veio dar explicação, consciencia e conteudo em termos de sociologia."
O safanão
Enfim, após outras considerações Paulo Mendes de Almeida afirma que se sentia à vontade para
afirmar que, não obstante todas as suas falhas, a "Semana de Arte Moderna" constituiu evento da
maior relevancia. — "O movimento já não era um gesto isolado de rebeldia que presenciavamos,
mas um clamor em coro, um movimento de grupo, em que se integravam importantes
personalidade, e que deu, positivamente, um safanão naquele adormecido em berço esplendido
Brasil das letras das artes e do pensamento."
 
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Exercício 1:
A Semana de Arte Moderna reuniu vários artistas no início do século XX. Qual dos artistas
enunciados abaixo não esteve presente?
A)
Monteiro Lobato.
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B)
Di Cavalcanti.
C)
Graça Aranha.
D)
Vítor Brecheret.
E)
Anita Malfatti.
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Exercício 2:
A palestra “Arte Moderna" foi proferida na Semana de Arte Moderna por
A)
Anita Malfatti.
B)
Victor Brecheret.
C)
Menotti Del Pichia.
D)
Graça Aranha.
E)
Manuel Bandeira.
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Exercício 3:
 O poema "Os sapos", declamado na Semana de Arte Moderna, ridiculariza os poetas
parnasianos. Quem foi o seu autor?
A)
Mário de Andrade.
B)
Manuel Bandeira.
C)
Oswald de Andrade.
D)
Menotti Del Pichia.
E)
Lasar Segall.
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