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Literatura A semana de arte moderna

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LITERATURA
PRÉ-VESTIBULAR 1PROENEM.COM.BR
A SEMANA DE ARTE MODERNA24
MOMENTO HISTÓRICO
Após a República da Espada, o país conheceu uma série 
de presidentes civis ligados ao setor agrário, fortalecidos pela 
economia do café, beneficiando os grandes proprietários rurais de 
São Paulo e de Minas Gerais. Por outro lado, as grandes cidades 
brasileiras conheceram um período de transformação em que se 
tornavam cada vez mais urbanas, especialmente a cidade de São 
Paulo, em virtude do avanço notável da indústria.
A Primeira Grande Guerra foi fator preponderante para a 
industrialização paulistana e sua consequente industrialização. 
Surgia, assim, uma burguesia industrial cada vez mais fortalecida 
economicamente, mas ainda marginalizada pela política 
governamental, voltada tão somente à exportação do café.
Socialmente, São Paulo era palco de uma diversidade 
de tipos: imigrantes europeus, migrantes nordestinos, 
ex-escravos, burgueses, operários, senhores de café, enfim, 
toda a espécie de gente existia na nova metrópole. Econômica e 
politicamente, a cidade era agitada pelos movimentos operários, 
pelo surgimento de grupos anarquistas e comunistas e pelo intenso 
conflito entre o urbano e o rural. Greves e revoltas eclodiam e a cidade 
vivia a tensão da modernidade.
VANGUARDA NACIONAL
Nas primeiras décadas do século XX, a arte brasileira começou 
a demonstrar as influências que vinham da Europa, principalmente 
na pintura e na escultura. Segall, pintor lituano naturalizado 
brasileiro, expõe telas de caráter marcadamente expressionistas, 
Anita Malfatti faz uma exposição pela qual recebe duras críticas 
de Monteiro Lobato e vários outros artistas plásticos, como Victor 
Brecheret e Di Cavalcanti já buscavam alguma sintonia com os 
movimentos europeus.
BRECHERET, Victor. Monumento às Bandeiras, 1953
Na literatura, Oswald de Andrade é o precursor de alguns passos 
rumo a novas experiências estéticas: sua viagem para a Europa 
apresentou-lhe o Futurismo de Marinetti. Segue-se a Oswald um 
conjunto de jovens escritores ansiosos por rupturas: Mario de 
Andrade, Menotti del Picchia, Manuel Bandeira e Graça Aranha.
Engana-se aquele que tem em mente que a Semana de 22 
representou uma revolução, um movimento popular rumo a uma 
nova perspectiva estética ou talvez a rejeição da população da 
arte já estabelecida. Os vanguardistas brasileiros, em sua maioria, 
tinham origem rica, muitos deles ligados aos barões do café, 
trazendo inúmeras contradições ao movimento: por um lado, a 
exaltação da modernidade, da urbanidade e, por consequência, da 
própria cidade de São Paulo; por outro a crítica feroz à burguesia, 
principalmente aquela industrial, motivada indubitavelmente pela 
condição social e histórica dos modernistas.
Charge de um jornal carioca a respeito do movimento vanguardista paulistano
Em um contexto político de afirmação do estado de São Paulo e 
a rivalidade com a capital federal, houve diversos apoios expressivos 
às ações desses novos artistas. Chefes políticos apadrinharam 
artistas em dificuldades financeiras, inclusive bancando bolsas 
de estudo no exterior. A Semana de Arte Moderna contou com 
patrocinadores importantes financeira e economicamente além de 
ter a simpatia dos dirigentes políticos da região.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR2
LITERATURA 24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
Aristocracia rural paulista. Ao centro, Monteiro Lobato senta-se no colo do jovem 
Oswald de Andrade.
No plano estético, é certo também que o movimento ainda 
era bastante desorganizado, sem uma linha própria, uma 
personalidade. Não foram raras as vezes que a crítica limitou 
a produção dos modernos a mera cópia do futurismo italiano, 
causando grande revolta nos líderes da vanguarda brasileira, 
especialmente em Oswald de Andrade e Plínio Salgado. A ideia da 
Semana tenta dar uma resposta a essa desorganização, à falta de 
unidade de um movimento que nem era ainda um movimento.
Estava claro, como afirmou Oswald que eles não sabiam o que 
queriam, mas sabiam o que não queriam.
POLÊMICAS E UNIÃO
Anita Malfatti, A boba
Ironicamente pode-se afirmar que Monteiro Lobato, um dos 
maiores críticos do Modernismo, tem grande importância na 
construção da Semana e do novo movimento literário. Em 1917, 
Anita Malfatti faz sua segunda exposição de pinturas em São Paulo, 
nas quais apresenta obras expressionistas, que retratavam figuras 
humanas distorcidas, caricaturais. O que parecia ser apenas mais 
uma exposição de “arte nova” transformou-se em enorme polêmica 
quando o Estado de S. Paulo publica o artigo assinado por Monteiro 
Lobato, intitulado Paranoia ou mistificação, no qual critica duramente 
o trabalho da artista, sem ao menos ter ido à sua mostra:
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêm as 
coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos 
ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções 
estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres.
(...)
A outra espécie é formada dos que vêm anormalmente a 
natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão 
estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da 
cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos 
os períodos de decadência; são frutos de fim de estação, bichados 
ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais 
das vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do 
esquecimento.
Embora se deem como novos, como precursores de uma arte a 
vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu 
como a paranoia e a mistificação.
De há muito que a estudam os psiquiatras em seus tratados, 
documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes 
internas dos manicômios. 
A única diferença reside em que nos manicômios essa arte 
é sincera, produto lógico dos cérebros transtornados pelas mais 
estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas zabumbadas 
pela imprensa partidária mas não absorvidas pelo público que 
compra, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo 
tudo mistificação pura.
(...)
Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. 
Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma 
atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso 
& Cia.
(...)
Sejamos sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e 
tutti quanti não passam de outros ramos da arte caricatural. 
É a extensão da caricatura a regiões onde não havia até agora 
penetrado. Caricatura da cor, caricatura da forma – mas caricatura 
que não visa, como a verdadeira, ressaltar uma ideia, mas sim 
desnortear, aparvalhar, atordoar a ingenuidade do espectador.”
Para defender a jovem pintora, reuniu-se um grupo de artistas 
como Oswald e Mario de Andrade, Di Cavalcanti, Guilherme de 
Almeida, Menotti del Picchia e muitos outros. Em verdade, mais que 
respaldar Anita, faziam a defesa da arte moderna, da sua própria 
expressão. Estava lançada a semente da Semana.
Anita, de personalidade tímida, largou o modernismo. Caiu em 
forte depressão e chegou a abandonar a pintura por quase um ano. 
Apesar de ter participado da Semana de 22, jamais voltou a pintar 
como antes, adotando um estilo mais conservador, sem conseguir 
alcançar grande reconhecimento de público ou crítica.
Acentuando as polêmicas, Mário de Andrade publica, anos mais 
tarde, uma série de ensaios em que critica, abusando da ironia e do 
sarcasmo, os poetas parnasianos, tratados de Mestres do passado. 
Todas as polêmicas levavam a um amadurecimento estético em 
torno de ideais modernos. A adesão de Graça Aranha, diplomata 
e membro da Academia Brasileira de Letras, confere inesperado 
respaldo e seriedade intelectual ao movimento, criando condições 
objetivas de uma semana que apresentasse a arte moderna.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
3
LITERATURA
PARA “CHOCAR A BURGUESIA”
Capa do catálogo da Semana, por Di Cavalcanti
No final de janeiro de 1922 uma nota publicada no Estado de S. 
Paulo avisavaque haveria uma “Semana de Arte Moderna”, dando 
início aos preparativos do evento que ocorreria no Teatro Municipal 
de São Paulo entre 11 e 18 de fevereiro do mesmo ano. Desde o 
primeiro até o último dia foram expostas pinturas e esculturas de 
Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Di Cavalcanti, 
Victor Brecherete entre outros.
Com ingressos caros e vendidos em locais de 
frequência da elite econômica paulistana, a Semana não foi, ao 
contrário do que muitos pensam, um evento popular. Pensada 
e realizada pela nata da classe média alta de São Paulo, 
não apresentava propostas de natureza política, limitando-
se à renovação estética das artes, com duras críticas ao 
conservadorismo, representado pelas escolas artísticas anteriores.
Essa crítica pouco teria de um real fundo nacionalista, visto 
que a Semana de Arte Moderna realizou-se a fim de divulgar o 
ideal artístico europeu, exatamente o que sempre acontecera 
na literatura brasileira. O evento guardou os dias 13, 15 e 17 de 
fevereiro para apresentações de palestras, leituras e apresentações 
de música e dança.
Ingresso com o programa da primeira noite de conferências
Coube a Graça Aranha abrir o primeiro dia de conferências com 
a palestra “A emoção estética na arte moderna”, dando suporte 
acadêmico ao movimento. A conferência não chegou a causar 
comoção, ficando a polêmica da noite pela música de Ernani Braga, 
que fazia uma sátira a Chopin, causando reclamações e protestos, 
inclusive de artistas que iriam apresentar-se no evento, como a 
pianista Guiomar Novaes.
O segundo dia foi o mais conturbado, devido ao comportamento 
da plateia que vaiou, latiu, relinchou, gritou e aplaudiu a leitura de 
poemas e fragmentos de prosa apresentados por Oswald e Mário 
de Andrade. A reação foi tão inesperada que Mário de Andrade, no 
intervalo entre as partes do programa, foi praticamente impedido 
de fazer uma pequena palestra sobre as obras ali expostas, sendo 
caçoado e ofendido duramente. Sobre o fato, chegou a dizer, 
anos mais tarde: “Como pude fazer uma conferência sobre artes 
plásticas, na escadaria do teatro, cercado de anônimos que me 
caçoavam e ofendiam a valer?”
O ponto alto da segunda noite, entretanto, foi a leitura do poema 
“Os sapos”, de Manoel Bandeira, lido por Ronald de Carvalho, em 
uma crítica aberta à estética parnasiana, tida como o modelo de 
literatura nacional. O público urrava e vaiava, fazendo coro de modo 
a ironizar o refrão “Foi... – Não foi!...”.
Anúncio da terceira noite do festival
O último dia, já com o teatro esvaziado, teve um público mais 
respeitoso para acompanhar o último dia do festival. As únicas 
vaias aconteceram na entrada do maestro Heitor Villa-Lobos, que 
trajava a tradicional casaca, mas com chinelos de dedo! A atitude 
foi interpretada como uma ação futurista manifestando-se na hora. 
Depois, Villa-Lobos explicaria que não se tratava de vanguardismo, 
mas de um calo que não o permitiria calçar seus sapatos...
Os jornais acompanharam o que ocorria no Teatro Municipal e 
apesar de alguns deles tecerem críticas e fadarem o movimento ao 
fracasso, os artistas tiveram garantido um bom espaço de defesa 
nos periódicos, até porque muitos deles tinham colunas nos jornais 
e fizeram eles mesmos sua própria crítica – bem mais favorável, 
é claro. Não se pode esquecer que os modernistas contavam 
com o apoio de parte da imprensa além de importantes setores 
econômicos e políticos.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR4
LITERATURA 24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
Quando analisada isoladamente, a Semana de Arte Moderna 
não parece merecer tanta atenção. Além das vaias pouca coisa 
aproveitável ocorreu no evento. Os jornais que cobriram o evento 
não foram tantos e nem dedicaram tanto espaço assim ao 
festival, somado à própria defesa dos artistas nas colunas em que 
produziam; a opinião pública manteve-se distante do evento e, fora a 
alta sociedade paulistana, muitos nem souberam de sua realização.
Contudo, pode-se dizer que seu saldo histórico é positivo – 
mesmo que alguns vejam como produto de publicidade – em razão 
de apresentar uma proposta de ruptura e de renovação, ainda que não 
sistematizadas e carentes de um projeto estético comum. Outro ponto 
positivo foi conseguir reunir uma gama de artistas de diferentes áreas, 
aproximando literatura, artes plásticas, músicas e danças. O mais 
notável da semana foi criar a polêmica, lançar novas ideias e criticar 
os modelos técnicos e estéticos vigentes. Foi o pontapé inicial para 
que se pudesse produzir uma nova arte no país e seus reflexos ainda 
se fazem perceber na arte que se produz atualmente.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Defina o contexto histórico em que ocorre a Semana de Arte 
Moderna. 
02. A semana de arte Moderna teve qual objetivo?
03. O modernismo brasileiro teve forte influência de quais movimentos 
mundiais?
04. Cite dois manifestos importantes da Semana de 1922.
05. Cite três grandes pintores da Semana de Arte Moderna. 
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM)
O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) 
Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente 
na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse 
aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como 
“coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à 
brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, 
estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas 
folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como 
“Sentimentos em mim do asperamente”, “frio”, “alma doente”, 
como pelo som triste do alaúde “Dlorom”.
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde 
(civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta 
no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens 
das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas 
raízes indígenas.
02. (ENEM)
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 
27 set.2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prof. Gráfica. 2012.
O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade 
está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade 
nacional, as anotações em torno dos versos constituem
a) A direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados 
histórico-culturais.
b) B forma clássica da construção poética brasileira.
c) C rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
d) D intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura 
poética
e) E lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas 
das originais.
03. (ENEM) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil 
com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século 
XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava 
pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras 
críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que 
valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas 
europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas 
nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então 
utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística 
nacional.
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a 
natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, 
defendendo uma liberdade artística ligada à tradição 
acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, 
respeitando limites de temas abordados.PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
5
LITERATURA
04. (ENEM)
(Tarsila do Amaral. “O mamoeiro”, 1925. Óleo s/ tela; 65 x 70 cm. IEB-USP.)
O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas 
europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos 
passaram a fazer parte da arte brasileira defi nitivamente. Tomando 
como referência o quadro “O mamoeiro”, identifi ca-se que, nas 
artes plásticas, a
a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.
b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.
c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.
d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.
05. (ENEM)
TEXTO I
Embora eles, artistas modernos, se deem como novos 
precursores duma arte a ir, nada é mais velho que a arte anormal. 
De há muitos já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, 
documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes 
internas dos manicômios. Essas considerações são provocadas 
pela exposição da Sra. Malfatti. Sejam sinceros: futurismo, cubismo, 
impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos 
da arte caricatural.
LOBATO, M. Paranoia ou mistifi cação: a propósito da exposição de Anita Malfatti. O 
Estado de São Paulo, 20 dez.1917 (adaptado).
TEXTO II
Anita Malfatti, possuidora de uma alta consciência do que 
faz, a vibrante artista não temeu levantar com os seus cinquenta 
trabalhos as mais irritadas opiniões e as mais contrariantes 
hostilidades. As suas telas chocam o preconceito fotográfi co 
que geralmente se leva no espírito para as nossas exposições de 
pintura. Na arte, a realidade na ilusão é o que todos procuram. E os 
naturalistas mais perfeitos são os que melhor conseguem iludir.
ANDRADE, O. A exposição Anita Malfatti. Jornal do Commercio, 11 jan. 1918 (adaptado).
TEXTO III
MALFATTI, A. O homem amarelo, 1915-1916. Óleo sobre tela, 61 x 51 cm. 
Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 28 fev. 2013
A análise dos documentos apresentados demonstra que o 
cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX era 
caracterizado pelo(a)
a) domínio do academicismo, que difi cultava a recepção da 
vertente realista na obra de Anita Malfatti.
b) dissonância entre as vertentes artísticas, que divergiam sobre 
a validade do modelo estético europeu.
c) exaltação da beleza e da rigidez da forma, que justifi cavam a 
adaptação da estética europeia à realidade brasileira. 
d) impacto de novas linguagens estéticas, que alteravam o 
conceito de arte e abasteciam a busca por uma produção 
artística nacional.
e) influência dos movimentos artísticos europeus de vanguarda, 
que levava os modernistas a copiarem suas técnicas e 
temáticas.
06.(UFF) 
PERO VAZ DE CAMINHA
a descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha 
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald. "Poesias reunidas". 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p.80.)
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR6
LITERATURA 24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
O procedimento poético empregado por Oswald de Andrade no 
texto é:
a) reconhecer e adotar a métrica parnasiana, criando estrofes 
simétricas e com títulos;
b) recortar e recriar em versos trechos da carta de Caminha, 
dando-lhes novos títulos;
c) irritar e refazer em prosa a carta de Caminha, criando títulos 
para as várias seções;
d) reconhecer e retomar a prática romântica, dando títulos 
nacionalistas às estrofes;
e) identificar e recusar os processos de colagem modernistas, 
dando-lhes títulos novos.
07. (UERJ) 
MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL
(fragmento)
Lançado por Oswald de Andrade, no CORREIO DA MANHÃ, em 18 de março de 1924.
1 Houve um fenômeno de democratização estética nas 
cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. 
Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã mesmo não 
prestava. A interpretação do dicionário oral das Escolas 
de Belas-Artes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a 
pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. 
Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas 
do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de 
olho virado - o artista fotógrafo.
2 Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha 
na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu piano 
de manivela, o piano de patas. A Playela. E a ironia eslava 
compôs para a Playela. Stravinski.
3 A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas 
das fábricas.
4 Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já 
havia o poeta parnasiano.
(...)
5 Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.
6 Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes 
sob a luz.
7 A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, 
com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um 
sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota 
lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
 (apud TELES, Gilberto M. "Vanguarda Europeia e Modernismo brasileiro". 
Petrópolis: Vozes, 1977.)
O texto de Oswald de Andrade critica a estética naturalista porque:
a) as pessoas que desejassem sair nas procissões poderiam 
fazer poesia e ingressar nas escolas de Belas-Artes
b) os novos meios técnicos tornaram acessível a todos a 
possibilidade de representação da realidade
c) o fenômeno de democratização estética acarretou 
prerrogativas como a da misteriosa genialidade de olho virado
d) as meninas de todos os lares tiveram acesso às ideias 
naturalistas de representação da realidade e viraram escritoras
08. (ENEM) 
"Poética", de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do 
movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor 
elabora críticas e propostas que representam o pensamento 
estético predominante na época.
 Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente protocolo e
 [manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
 [o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
...........................................................................................
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clows de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(BANDEIRA, Manuel. "Poesia Completa e Prosa". Rio de Janeiro. 
Aguilar, 1974)
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que 
o poeta:
a) critica o lirismo louco do movimento modernista.
b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
d) propõe o retomo ao lirismo do movimento romântico.
e) Propõe a criação de um novo lirismo.
09. (FEI) Assinalar a alternativa incorreta, quanto aos princípios 
básicos divulgados pelos participantes da Semana da Arte 
Moderna:
a) Desejo de expressão livre e a tendência para transmitir, sem os 
embelezamentos tradicionais do academismo, a emoção e a 
realidade do país;
b) Rejeição dos padrões portugueses, buscando uma expressão 
mais coloquial, próxima do falar brasileiro;
c) Combate a tudo que indicasse o "statu quo", o conhecido;
d) Manutenção da temática simbolista e parnasiana;
e) Valorização do prosaico e do humor, que, em todas as suas 
gamas, lavou e purificou a atmosfera sobrecarregada pelos 
acadêmicos.
10. (PUCCAMP) Atente para estes versos de Manuel Bandeira, 
extraídos do poema “Minha terra”:
Revi afinal o meu Recife.
Está de fato completamente mudado.
Tem avenidas, arranha-céus.
É hoje uma bonitacidade.
Diabo leve quem pôs bonita a minha terra.
Nesses versos o poeta pernambucano
a) renuncia ao estilo modernista, voltando ao verso clássico para 
poder saudar sua antiga cidade.
b) admite que ele e sua cidade tiveram muito a ganhar com o 
irrecorrível processo de modernização.
c) reconhece que a modernização altera as convicções que ele 
alimentava no passado.
d) opõe a constatação do progresso de sua cidade à sua imagem 
afetiva guardada na memória.
e) ironiza a beleza da cidade moderna enquanto idealiza a 
melancolia das cidadezinhas.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
7
LITERATURA
11. (UERJ) 
 
É certo que a capa de um livro é a marca de um produto que quer 
atrair o leitor. A associação seria mais certeira se esse leitor a 
relacionasse ao contexto histórico dos anos 1920, em que se 
traçava o projeto modernista empenhado na construção de uma 
consciência do país, num processo de conhecimento da realidade 
brasileira. Os modernistas queriam mesmo “descobrir o Brasil”.
RENATO CORDEIRO GOMES 
Adaptado de www.revistadehistoria.com.br.
Por meio de manifestos, livros e exposições, os modernistas 
refletiram sobre a sociedade brasileira, avaliando suas principais 
características e propondo a revisão da identidade nacional.
a) crítica da valorização romântica da natureza tropical
b) desqualificação das heranças coloniais luso-africanas
c) negação da cooperação cultural de artistas estrangeiros
d) reformulação da composição multiétnica da população nativa
12. (UFRGS) Observe a figura a seguir:
A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, 
representou um marco na cultura brasileira. Tarsila do Amaral 
trouxe a público, em 1928, a obra o Abaporu, que passou a ser 
representativa do Manifesto Antropofágico. 
Esse manifesto 
a) defendia a migração de europeus para diminuir a importância 
dos brasileiros.
b) propunha a “deglutição” da cultura europeia remodelada 
e devidamente enraizada à terra brasileira, sintetizada na 
conhecida frase “Tupi or nor tupi, that’s the question”.
c) exaltava a cultura europeia e o transplante cultural e artístico 
do Velho para o Novo Mundo.
d) valorizava a presença da cultura estrangeira no Brasil e 
também a manutenção de padrões arcaicos.
e) justificava a mentalidade subserviente e o sentimento de 
inferioridade do brasileiro em relação aos europeus.
13 (UPE) Considere a imagem seguinte:
O quadro Os operários (1933), de Tarsila do Amaral, é um dos 
exemplos da arte moderna brasileira. Com base na análise desse 
quadro e no contexto histórico de sua produção, analise as 
seguintes afirmações:
I. Esse quadro foi o marco inicial da pintura modernista no 
Brasil.
II. A Semana de Arte Moderna, realizada no Rio de Janeiro, em 
1922, foi um dos eventos iniciais de divulgação da estética 
modernista no país.
III. O quadro Os operários representa, entre outras questões, a 
diversidade étnica do povo brasileiro.
IV. Além de Tarsila do Amaral, destacaram-se, na pintura 
modernista brasileira, as figuras de Anita Malfatti e Cândido 
Portinari.
V. A presença africana no Brasil também está representada 
na referida obra da artista.
Estão CORRETAS 
a) I, II e IV.
b) II, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, III e V.
e) II, III e V.
14. (ENEM PPL)
TEXTO I
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LITERATURA 24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
TEXTO II 
Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de 
aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou 
o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura indígena, 
antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário tupi-guarani de seu 
pai. Batizou-se quadro de Abaporu, que significa homem que come 
carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto 
Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. 
Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).
O movimento originado da obra Abaporu pretendia se apropriar 
a) da cultura europeia, para originar algo brasileiro.
b) da arte clássica, para copiar o seu ideal de beleza.
c) do ideário republicano, para celebrar a modernidade.
d) das técnicas artísticas nativas, para consagrar sua tradição.
e) da herança colonial brasileira, para preservar sua identidade.
15. (ESPM) Observe a imagem e o texto:
“A Cuca” (1924)
Figura canônica da arte moderna brasi leira, do início do século 
XX, a pintora paulis ta ganha a primeira mostra nos Estados Uni dos 
exclusivamente devotada à sua obra no Museum of Modern Art 
(MoMA-NY). A ex posição é portentosa, com 120 trabalhos (in cluindo 
telas, desenhos, livros de esquetes, fotografias e outros documentos 
históricos). Paulista de Capivari, a artista estudou desenho, piano, 
escultura e se mudou para Paris nos anos 1920, para estudar na 
Aca démie Julian. Ali, foi aluna de mestres como Fernand Léger, 
ingressou naquilo que cha mou de seu ‘serviço militar’ no Cubismo.
Fonte: Revista Carta Capital, 14/02/2018. 
O quadro em questão e o texto devem ser relacionados com: 
a) Zina Aita;
b) Lygia Clark;
c) Anita Malfatti;
d) Tarsila do Amaral;
e) Maria Pardos.
16. (UERJ SIMULADO)
As telas retratadas acima foram reunidas pela primeira vez no país 
em 2016 para a exposição “A Cor do Brasil”, realizada no Museu de 
Arte do Rio (MAR). Ambas fazem parte de um inovador movimento 
cultural que, dentre outros aspectos, rediscutiu a identidade 
nacional.
A partir da análise das telas, uma proposta desse movimento foi: 
a) glorificar a pobreza.
b) naturalizar o exotismo.
c) exaltar a deformidade.
d) valorizar a miscigenação.
17. (PUCRS) Enumerar a segunda coluna de acordo com a 
primeira, relacionando as ideias, expressões, autores e obras ao 
que convencionou denominar de Pré-Modernismo e Geração de 
22.
1. Pré-Modernismo
2. Geração de 22
( ) Oswald de Andrade
( ) Lima Barreto
( ) Mario de Andrade
( ) "Os Sertões"
( ) fragmentação da narrativa
( ) ruptura com a tradição
( ) ecletismo
( ) irreverência
A sequência correta, de cima para baixo, é a da alternativa 
a) 2 - 2 - 2 - 1 - 1 - 1 - 1 - 2
b) 2 - 1 - 2 - 1 - 2 - 2 - 1 - 2
c) 2 - 1 - 2 - 2 - 1 - 2 - 2 - 2
d) 1 - 1 - 1 - 1 - 2 - 2 - 1 - 2
e) 1 - 1 - 2 - 1 - 2 - 2 - 1 - 1
18. (UPE) A tela de Tarsila do Amaral apresenta uma marcante 
característica do Modernismo.
Assinale a alternativa que contém essa característica. 
a) Idealização da natureza, pois no quadro aparecem frutos 
tropicais.
b) Equilíbrio e racionalismo, pois há na tela a predominância de 
cores neutras.
c) Resgate da cultura popular brasileira, por se tratar de uma tela 
em que há elementos da fauna, da flora e do cotidiano do país. 
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
9
LITERATURA
d) Objetividade e racionalismo, por trazer à tona o mar com todo 
o seu colorido.
e) Religiosidade e cromatismo, principais características da 
primeira geração do Modernismo.
19. (UFV) Leia com atenção o poema intitulado "pronominais", de 
Oswald de Andrade:
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
(ANDRADE, Oswald de. "Obras completas: poesias reunidas". 5a ed. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 125.)
Das colocações abaixo, aquela que NÃO pode ser atribuída a esse 
poema modernista é: 
a) Os versos do poema expressam a defesa de um idioma 
brasileiro livre e descontraído, aquele praticado pela gramática 
do genuíno povo brasileiro, o "bom negro e o bom branco".
b) O poema vem reafirmar a posição do poeta em favor da 
incorporação do discurso coloquial brasileiro à linguagem 
poética, como o expressa no "Manifesto da Poesia Pau Brasil": 
"Apenas brasileiros de nossa época. [...] Tudo digerido. Sem 
meeting cultural. Práticos. Experimentais. Poetas." (ANDRADE, 
O. 1995, p. 139.)
c) O poeta, nestes versos, defende: "A língua sem arcaísmos, sem 
erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de 
todos os erros. Como falamos. Como somos". (ANDRADE, O. 
1995, p.136.)
d) o próprio título: "Pronominais" já sugere a preferência do poeta 
pela colocação enclítica do pronome na fala do brasileiro - 
tendência já expressa no "Manifesto Antropófago", contra a 
influência da gramática do colonizador europeu: "Antes dos 
portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil já tinha descoberto 
a felicidade". (ANDRADE, O., 1995, p. 145.)
e) o poema traduz a aversão do poeta ao academicismo, em 
defesa dos princípios da "poesia pau brasil": "O estado de 
inocência substituindo o estado de graça que pode ser uma 
atitude do espírito. O contrapeso da originalidade nativa para 
inutilizar a adesão acadêmica." (ANDRADE, O., 1995, p. 238.) 
20. (MACKENZIE)
I. Minha terra tem palmares
 Onde gorjeia o mar
 Os passarinhos daqui
 Não cantam como os de lá
II. Quando o português chegou
 Debaixo duma bruta chuva
 Vestiu o índio
 Que pena!
 Fosse uma manhã de sol
 O índio tinha despido
 O português
III. Não bebo pinga
 Não bebo nada
 Bebo sereno da noite
 Orvaio da madrugada!
Sobre os três trechos, afirma-se que pertencem a um mesmo 
poeta brasileiro: 
a) da primeira geração modernista, que denuncia satiricamente 
mazelas brasileiras.
b) que brinca com experimentos linguísticos e é receptivo às 
vanguardas europeias.
c) que utiliza uma língua coloquial solta, com objetivos satíricos. 
d) que subverte a ideologia da seriedade, como está demonstrado 
desde a paródia do texto I.
e) autor do MANIFESTO ANTROPÓFAGO, cuja frase - Contra as 
elites vegetais. Em comunicação com o solo - contradiz os 
valores veiculados por esses mesmos textos.
APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
Leia este trecho do romance Macunaíma para responder às 
questões de 1 a 3.
Macunaíma
A inteligência do herói [Macunaíma] estava muito perturbada. 
As cunhãs rindo tinham ensinado pra ele que o sagui-açu não 
era saguim não, chamava elevador e era uma máquina. De-
manhãzinha ensinaram que todos aqueles piados berros cuquiadas 
sopros roncos esturros não eram nada disso não, eram mas 
cláxons campainhas apitos buzinas e tudo era máquina. As onças 
pardas não eram onças pardas, se chamavam fordes hupmobiles 
chevrolés dodges mármons e eram máquinas. Os tamanduás os 
boitatás as inajás de curuatás de fumo, em vez eram caminhões 
bondes autobondes anúncios-luminosos relógios faróis rádios 
motocicletas telefones gorjetas postes chaminés... Eram máquinas 
e tudo na cidade era só máquina!
ANDRADE, Mário de. Macunaíma. 30. ed. Belo Horizonte/ Rio de Janeiro: Villa Rica, 1997.
sagui-açu: (açú = de grande porte) saguiguaçu = macaco da Mata Atlântica.
Mauari: Maguari = ave comum no rio Grande do sul, existente também na Amazônia e 
nordeste do Brasil.
Cunhãs: mulheres jovens, companheiras dos índios; no contexto são prostitutas.
Cuquiada: cucar, canto do cuco.
Esturro: estrondo; vozes de certas feras, rugido, urro.
Cláxon: Kláxon = buzina de carro ou alarme elétrico.
Inajá: grande palmeira nativa do Brasil.
Curuatá: gravatá = planta ornamental.
01. Há no trecho uma clara oposição entre dois ambientes distintos. 
Que ambientes são estes?
02. O trecho transcrito mostra o momento em que o personagem 
principal acabara de chegar a São Paulo. descreva brevemente as 
principais características desta cidade que Macunaíma encontra.
03. Quanto à forma, o texto de Mário de Andrade apresenta uma 
particularidade. Aponte-a e explique porque ela se encaixa no 
ideário modernista.
04. Os romances de Oswald de Andrade adotaram uma 
estrutura inovadora, que tem semelhanças com a linguagem 
cinematográfica. essas semelhanças podem ser observadas no 
texto acima? Explique essa afirmação.
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LITERATURA 24 A SEMANA DE ARTE MODERNA
05. (PUC)
TEXTO I
1 Uns certos profundíssimos filólogos negam-nos, a nós 
brasileiros, o direito de legislar sobre a 
língua que falamos. Parece que os cânones desse 
idioma ficaram de uma vez decretados em algum 
concílio celebrado aí pelo século XV.
4 Esses cânones só têm o direito de infringi-los quem 
nasce da outra banda, e goza a fortuna de 
escrever nas ribas históricas do Tejo e Douro ou nos 
amenos prados do Lima e do Mondego.
6 Nós, os brasileiros, apesar de orçarmos já por mais de 
dez milhões de habitantes, havemos de 
receber a senha de nossos irmãos, que não passam de 
um terço daquele algarismo.
8 Nossa imaginação americana, por força terá de 
acomodar-se aos moldes europeus, sem que lhe 
seja permitido revestir suas formas originais.
10 Sem nos emaranharmos agora em abstrusas 
investigações filológicas, podemos afirmar que é este 
o caso em que a realidade insurge-se contra a teoria. O 
fato existe, como há poucos dias escreveu o 
meu distinto colega em uma apreciação por demais 
benévola.
13 É vã, senão ridícula, a pretensão de o aniquilar. Não se 
junge a possante individualidade de um 
povo jovem a expandir-se ao influxo da civilização, com 
as teias de umas regrinhas mofentas.
15 Desde a primeira ocupação que os povoadores do Brasil, 
e após eles seus descendentes, estão 
criando por todo este vasto império um vocabulário 
novo, à proporção das necessidades de sua vida 
americana, tão outra da vida européia.
18 Nós, os escritores nacionais, se quisermos ser 
entendidos de nosso povo, havemos de falar-lhe em 
sua língua, com os termos ou locuções que ele entende, 
e que lhe traduzem os usos e sentimentos.
20 Não é somente no vocabulário, mas também na sintaxe 
da língua, que o nosso povo exerce o seu 
inauferível direito de imprimir o cunho de sua 
individualidade, abrasileirando o instrumento das idéias.
22 Entre vários exemplos recordo-me agora principalmente 
de um muito para notar. 
Falei-lhe há pouco da excentricidade de certos 
aumentativos. Usa-se no Ceará um gracioso e 
especial diminutivo, que talvez seja empregado em 
outras províncias; mas com certeza se há de 
generalizar, apenas se vulgarize.
26 Não permite certamente a rotina etimológica aplicar o 
diminutivo ao verbo. Pois em minha 
província o povo teve a lembrança de sujeitar o particípio 
presente a esta fórmula gramatical, e criou 
de tal sorte uma expressão cheia de encanto.
29 A mãe diz do filho que acalentou ao colo: "Está 
dormindinho". Que riqueza de expressão nesta 
frase tão simples e concisa! O mimo e ternura do afeto 
materno, a delicadeza da criança e sutileza do 
seu sono de passarinho, até o receio de acordá-la com 
uma palavra menos doce; tudo aí está nesse 
diminutivo verbal.
33 Entretanto, meu ilustre colega, suponha que em algum 
romance eu empregasse aquele idiotismo 
a meu ver mais elegante do que muita roupa velha com 
que os puristas repimpam suas idéias.
35 Não faltariam, como de outras vezes tem acontecido, 
críticos de orelha, que, depois de medido o 
livro pela sua bitola, escrevessem com importância 
magistral: "Este sujeito não sabe gramática". E têm 
razão; gramática para eles é a artinha que aprenderam 
na escola, ou por outra, uma meia dúzia de 
regras que se afogam nas exceções.
José de Alencar. "O Nosso Cancioneiro" In: Obra Completa. v. 4. 
Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960, pp. 965-966.
Compare as idéias defendidas pelo escritor romântico José de 
Alencar em seu texto com as afirmações contidas no fragmento 
do Manifesto da poesia pau-brasil, de Oswald de Andrade, abaixo 
indicado.
"Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez 
de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das idéias. 
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A 
contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como 
somos." (In TELES, Gilberto M. Vanguarda européia e modernismo 
brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 267)
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. D
02. A
03. A
04. B
05. D
06. B
07. B
08. E
09. D
10. D
11. A
12. B
13. C
14. A
15. D
16. D
17. B
18. C
19. D
20. E
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. 1. O da floresta ou o fundo do mato virgem e o ambiente urbano, mais especificamente 
a cidade de São Paulo.
02. Na descrição das características do novo ambiente, são recorrentes as mençõesàs máquinas (sobretudo o automóvel, apresentado na enumeração de várias marcas e 
modelos famosos na época) e aos incessantes ruídos da modernidade, como buzinas, 
campainhas, alarmes. As máquinas são comparadas a grandes animais e os ruídos às 
"vozes" destes animais.
03. Há no texto uma liberdade formal que permite ao autor menor rigor na apresentação 
de sua escrita, sobretudo na pontuação. Em trechos como "ensinaram que todos 
aqueles piados berros cuquiadas sopros roncos esturros", Mário não faz uso de vírgulas, 
procedimento inadequado de acordo com a norma culta da língua, mas lícito de acordo 
com a proposição principal do Modernismo de liberdade e rompimento do formalismo 
na escrita.
04. Sim. O texto constitui um capítulo curto do romance em que o narrador-protagonista 
narra suas memórias. A situação apresentada dessa forma sintética e metafórica 
dá à narrativa características da linguagem cinematográfica, como se representasse 
uma sequência de cenas encadeadas que compõem um mosaico em que a realidade 
é flagrada em rápidos flashes. Percebe-se, no texto, a característica mais marcante da 
escrita oswaldiana: a capacidade de construção de um máximo de imagens num mínimo 
espaço verbal.
05. Escritor modernista Oswald de Andrade reafirma, em seu texto, princípios semelhantes 
aos defendidos pelo romântico José de Alencar: o diálogo com os segmentos populares, a 
autonomia da cultura nacional, a recusa de posturas elitistas e puristas e a defesa de uma 
variante brasileira da língua portuguesa.
ANOTAÇÕES

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