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ELIANE_SOBRINHO_DA_SILVA

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Critérios de Avaliação – Artigo
	Resumo
	O resumo apresenta as ideias centrais da pesquisa: problema,
objetivos, metodologia e palavras-chave.
	0,5
	0,5
	Introdução
	Apresenta contextualização do tema, justificativa para escolha
do tema, problema e objetivos da pesquisa.
	1,0
	1,0
	Desenvolvimento
	Apresenta a metodologia utilizada na pesquisa
Apresenta e descreve as análises da pesquisa
Relaciona os elementos pesquisados com o referencial
teórico
	1,5
	1,5
	Considerações
Finais
	Apresenta a resposta do estudo de forma clara e objetiva.
Apresenta possíveis soluções e contribuições ao estudo
realizado.
	1,0
	1,0
	Referências
Bibliográficas
	Todos os autores citados no artigo encontram-se nas
referências
	0,5
	0,5
	Formatação
	O trabalho segue as normas da ABNT
O texto está bem redigido, apresenta coerência e linguagem
adequada
	0,5
	0,5
	TOTAL
	
	5,0
	5,0
	Comentários:
Eliane, parabéns! O seu artigo está bem desenvolvido e pronto para aprovação. Nos vídeos “Entenda seu TCC”, no vídeo 9, há algumas instruções a respeito da gravação do vídeo para apresentação.
Seu artigo passou pelo farejador de plágio e apontou cerca de 4% (o que é normal, já que os farejadores não entendem o que é citação).
Parabéns e muito sucesso!
Abraços,
Profª Jaqueline Koehler
DIFICULDADE DE LEITURA E APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL
 SOBRINHO DA SILVA, ELIANE [footnoteRef:1] [1: Acadêmica do curso de Licenciaturas em Letras da Faculdade Educacional da Lapa – FAEL.] 
 KOEHLER, JAQUELINE [footnoteRef:2] [2: 
Doutora e mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Paraná (2003). Possui experiência em cursos de graduação e pós-graduação, na criação de material didático e em Ead.
] 
Resumo
 Os maiores desafios impostos à educação nos dias de hoje estão ligados às interfaces da leitura, do ato de Ler, e das ações de compreensão e interpretação daquilo que foi lido. Grande parte dos alunos concluem a educação básica sem domínio da leitura convencional, sem saber interpretar e compreender as múltiplas abordagens que a leitura pode emplacar, de modo que muitos desses alunos, possuem diferentes disfunções de aprendizagem, e muitas vezes estas nem são diagnosticadas. Sendo assim, este artigo pretende realizar uma reflexão sobre dificuldades de leitura e aprendizagem no ensino fundamental, abordando as dificuldades de leitura e aprendizagem desses alunos, as quais interferem no desenvolvimento dos mesmos, de modo que seja possível encontrar soluções e informações, bem como boas estratégias e metodologias, para trabalhar o problema ajudando os alunos em tais dificuldades. Utilizou-se a metodologia de pesquisa bibliográfica para a realização deste trabalho, composta por diversos livros e artigos provenientes da Web. 
 Por meio deste artigo aborda-se conceitos a respeito da leitura e aprendizagem, bem como a importância da leitura, por fim apresenta-se as principais dificuldades de aprendizagem como a dislexia, a discalculia bem como a disgrafia, juntamente com métodos para auxilio de tais dificuldades de aprendizagem. Por fim conclui-se que ao se diagnosticar algum distúrbio de aprendizagem na criança, tanto o docente, como seus familiares devem se esforçar em dar suporte ao aluno durante o tratamento, de modo que a criança consiga superar tal dificuldade e consiga atingir o auge do seu desenvolvimento. 
Palavras-chave: Dificuldade de Leitura. Dificuldade de Aprendizagem. Métodos Pedagógicos.
1.INTRODUÇÃO
A leitura tem múltiplos processos interdependentes, os quais permitem que o leitor identifique melhor e compreenda o desenvolvimento da linguagem, sendo assim, a aprendizagem, tem como objetivo a compreensão e o processo cognitivo, que é o conhecimento, como forma de transformação de atitudes. Assim, o educador ao trabalhar com a leitura, deve incentivar o ato com grande relevância, para se ter um bom conhecimento.
Ensinar a ler, vem sendo um grande desafio para alguns docentes, utilizando sempre estratégias, para tornar a leitura mais fácil para esses alunos, uma vez que, é no domínio da leitura são abertos caminhos para novos vocabulários.
Segundo Paulo Freire (1994), não é caminhar sobre as letras, mas interpretar o mundo e poder lançar sua palavra sobre ele, interferir no mundo pela ação. Ler é tomar consciência. A leitura é antes de tudo uma interpretação do mundo em que se vive, e para associação das letras com a diversidade de símbolos que o aluno deverá reconhecer e memorizar. A maneira pela qual está sendo trabalhada em sala de aula, é se suma importância, pois a noção que se transmite é que as letras definem-se por símbolos representativos da fala, portanto também destaca o problema do ensino/aprendizagem como um ato que originou-se por meio da fala. Dessa forma, outra grande importância ainda maior que a escrita para aprendizagem do ser humano é a leitura, que além de favorecer o aprendizado de conteúdo específicos, ajuda a aprimorar a escrita, assim o simples ato de ler é uma das oportunidades mais democráticas e acessíveis de desenvolvimento pessoal e profissional.
Sendo assim, diante da importância que almejamos buscar e discutir sobre as dificuldades pode-se citar Vovio e Kleiman (2013, p. 21), onde eles afirmam que para formar leitores é necessário gostar de ler, ou seja, é imprescindível que o professor também tenha o gosto pela leitura.
Neste sentido, a revisão teórica indica diversos fatores que dificultam o processo de aprendizagem na leitura do aluno, sendo assim temos que encontrar soluções que possibilitem os alunos a desenvolver o gosto pela leitura, conhecendo novas diversidades que existem ao seu redor.
Podemos dizer que, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LBDEN nº 9.394/96,o ensino fundamental de nove anos tem por objetivo a formação básica do cidadão mediante “o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o plenos domínio da leitura, e escrita do cálculo” (BRASIL, 1996).
Diante disto, através deste estudo pretende-se realizar uma reflexão sobre dificuldades de leitura e aprendizagem no ensino fundamental, tendo por finalidade abordar as dificuldades de leitura e aprendizagem desses alunos, as quais interferem no desenvolvimento dos mesmos, de modo que seja possível encontrar soluções e informações, bem como boas estratégias e metodologias, para trabalhar o problema ajudando os alunos em tais dificuldades. 
Elaborou-se este trabalho por meio da metodologia de pesquisa bibliográfica, a qual segundo Fonseca (2012) é executada a partir de referências teóricas anteriormente analisadas, as quais foram publicadas através de páginas da Web, livros e artigos científicos. Para coleta de dados foram utilizados artigos, livros e revistas de natureza cientifica, por meio das seguintes bases de dados: Google Scholar, SciELO e Scopus. Os critérios de inclusão utilizados na triagem dos artigos foram: estudos realizados a partir do ano de 2005; estudos publicados nos idiomas português e inglês e espanhol; estudos aderentes ao tema; e estudos com disponibilidade de texto completo. Para a indexação nas bases de dados, foram utilizados os seguintes termos: “Dificuldades de aprendizagem”, “Dificuldades de leitura” e “Auxilio nas dificuldades de leitura e aprendizagem”.
2.DESENVOLVIMENTO
2.1 LEITURA E APRENDIZAGEM 
A leitura do mundo não surge apenas com a prática de leitura de textos, a leitura do mundo como dizia Paulo Freire (1994) precede da leitura da palavra. Assim, antes mesmo de alguém ler uma palavra, já existe uma leitura de mundo que irá se basear na leitura da palavra.
Assim, é fundamental que o educando crie hábito de leitura, tornando-se um papel importante, não só no processo de aprendizagem, mas também no processo de formação cultural, além de torná-lo capaz de interagir consigo e com o mundo a sua volta.
A teoria histórico e cultural vem sendo desenvolvida a partir dos estudos de Vygotsky e seus seguidores. As pesquisas de Vygotsky (1986)e alguns percussores sobre aquisição de linguagem como fator histórico e social, enfatizam a importância da interação e da informação linguística para a construção do conhecimento. O centro do trabalho passa a ser, então, o uso e a funcionalidade da linguagem, o discurso e as condições de produção. O papel do professor é o de mediador, e facilitador, que interage com os alunos através da linguagem num processo dialógico.
Segundo o grande estudioso Vygotsky (1989), ele buscava uma solução científica para os problemas do ensino inicial da língua escrita e, neste sentido, deixou algumas recomendações. Acreditava ser necessário que as letras se convertessem em elementos da vida das crianças tal como é a linguagem, ressaltando que do mesmo modo que as crianças aprendem a falar, devem aprender a ler e a escrever. Em suas conclusões práticas, o autor entende que para levar o aluno a uma compreensão interna da língua escrita, é preciso organizar um plano. Assim, ao expressar-se pelo desenho, a criança pode chegar a perceber num determinado momento que este não lhe é suficiente
Aprendizagem é um fenômeno ou um método relacionado com o ato ou efeito de aprender. A aprendizagem estabelece ligações fundamentais no processo da leitura, certos estímulos e respostas equivalentes, causando um aumento da adaptação de um ser vivo ao seu meio envolvente. Sendo assim, precisa-se estimular o gosto pela leitura e sensibilizar os alunos em relação a importância do conhecimento para se tornarem grandes profissionais, ou seja, ela é definida como uma modificação do comportamento de cada ser humano (FERREIRO, 1993).
As reformas educativas atuais colocaram os educadores em confronto com dois desafios: reinventar a escola como local de trabalho e reinventar a si mesmo como pessoas profissionais da educação. Para Melo e Coutinho (2020) isto é um indicativo de que os educadores precisam não apenas colocar em questão, o reinventar suas práticas educativas, no sentido de repensar suas atitudes, concepções, método e conhecimentos sobre o processo de aprendizagem do aluno, como também reinventar suas relações profissionais que começa com a mudança de sua postura em relação ao outro.
 O estudo da linguagem é um processo de socialização do ser humano, que é estimulado pelo meio em que se vive, na qual ocorre adequação dele e a transformação, proporcionando associações das diferentes áreas sensitivas, perceptivas e motoras, sendo assim, podemos encontrar diversos pensamentos teóricos referente ao processo cognitivo que falam a respeito da leitura e aprendizagem, permitindo-nos aprofundar nas informações que esses grandes estudiosos nos repassam. 
Segundo Dutra (2011), ler é uma das competências mais importantes a serem trabalhadas com o aluno, principalmente após recentes pesquisas que apontam ser esta uma das principais deficiências do estudante brasileiro. Uma leitura de qualidade representa a oportunidade de ampliar a visão do mundo. Através do hábito da leitura o homem pode tomar consciência das suas necessidades, promovendo assim a sua transformação e a do mundo.
É função essencial da escola, ampliar o domínio dos níveis de leitura e escrita, assim como cabe formalmente à escola desenvolver as relações entre leitura e indivíduo, em todas as suas interfaces, com isto a escola pode e deve trabalhar, desde as series iniciais até a series finais, contextos de diversas naturezas. Sendo assim, a reflexão sobre o incentivo da leitura nas escolas, vem sendo muito importante e para isso é fundamental os professores sejam os elementos de ligação entre os alunos e os livros, para que assim aumente o potencial imaginário da criança e ela tome o gosto pela leitura (ROELTGEN, 2000).
Ferreiro (1993, p. 14) destaca que “um aspecto importante no processo de construção da leitura e escrita é o problema cognitivo envolvido no estabelecimento da relação entre o todo e as partes que o construí.” A criança em contato com a leitura e a escrita, fórmula hipóteses, passa a organizar e recordar as atividades vivenciadas no convívio familiar e social; em como é capaz de interpretar textos escritos antes mesmo de compreender a relação entre leitura e escrita, de elaborar ideias próprias que permitem conhecer a língua escrita. O hábito de leitura é essencial na vida do estudante, pois ajuda no desenvolvimento de ensino e aprendizagem, dessa forma, estimula o aluno a ganhar autonomia e vencer seus medos ganhando mais competência para que futuramente possam ter uma boa aprendizagem.
Segundo Ferreiro e Palácio (1987), o ato de ler é beneficiado de uma variedade de opções. O leitor não responde simplesmente aos estímulos do meio, e sim desenvolve estratégias para trabalhar com o texto de tal maneira que seja possível compreende-lo.
Soares (2003) ressalta que: Quanto mais a criança for estimulada a experimentar escrever e ler, quanto mais ela puder exercitar a leitura e a escrita livremente, sem pressões, sem censura ou correções constantes, maior a possibilidade de desenvolver uma atitude positiva em relação a esse processo escolar, o qual é ensinar a ler e a escrever, essas habilidades são indispensáveis para todas as áreas ou disciplinas escolares, uma vez que são os meios básicos para o desenvolvimento da capacidade de aprender e se constituem em competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante sua formação.
2.2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA 
Um dos grandes desafios dos professores da educação atualmente na educação básica é ensinar a leitura para os alunos, porém não somente a decifrar códigos e sim ter hábito de leitura. Seja por prazer, ou seja pra estudar ou se informar, entende-se que a prática da interpretação e da leitura aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio.
De acordo com Franco (1995), o processo de construção da leitura e da escrita ainda estão vinculados às metodologias tradicionais, isto é, a mera reprodução do texto que encontra-se prontas nos livros didáticos. Compreende-se que a construção da leitura e escrita exige novas posturas, além disso a escrita e a leitura são processos inversos, mas complementares. A gramatica só tem sentido enquanto instrumento da produção escrita, o sujeito só constrói o conhecimento em interação com o objeto.
O processo de alfabetização não se refere apenas ao trabalho desenvolvido no terceiro período da pré-escola e na 1ª série do primeiro grau, mas a todo esforço da criança para aprimorar-se do sentido da leitura e da escrita, desde o seu ingresso na escola (estágio pré-operatório) até, pelo menos, à 6ª ou 7ª série, quando começa sua passagem para o estágio operatório-formal (FRANCO, 1995, p. 10).
Ainda pode-se perceber que a autora enfatiza que a leitura e a escrita precisam ser compreendidas, não como mera atividade escolar obrigatória, mas que seja valorizada em toda trajetória da vida escolar. A criança só terá êxito nas tarefas de leituras, se tiver a competência básica para lidar com ideia de símbolos (FRANCO, 1995).
As escolas devem buscar resgatar o valor da leitura como um ato prazeroso, resgatando a família e promovendo ações de cidadania voltadas ao gosto e prazer pela leitura. Somente através da leitura o ser humano consegue se encontrar dentro de um texto viajando pelo mundo da sabedoria e imaginação, despertando assim o gosto pela leitura (THOMSON, 1999).
Criar amor pelos livros, saber a importância do ato de ler são atos muito significantes, pois todo aluno deve saber que somente através da leitura irá conseguir competência na vida escolar e qualidade na continuação dos estudos. Além disso, sabe-se que, hábito de leitura não depende só do aluno, envolve todo campo educacional, escola, família, comunidade, visto que, sem leitura o aluno não consegue acompanhar as complexidades das disciplinas que lhe são impostas no decorrer do ano letivo.
2.3 DIFICULDADES DE LEITURA E APRENDIZAGEM
Segundo uma pesquisa, as escolas públicas apresentam maior índice em relação a dificuldade com a leitura, porém vale lembrar, que esse déficit de aprendizagem vem ocorrendo em todas as instituiçõesde ensino, independente do segmento público ou privado. Diante desses fatos, que diz respeito ao desenvolvimento da leitura, as escolas ainda seguem parâmetros curriculares que valorizam conteúdos voltados à formação do educando (SHAYWITZ, 1998).
Freire (1996, p. 25) argumenta que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” O autor afirma que para o bom desenvolvimento da leitura é fundamental, que nós educadores, saibamos valorizar a cultura popular em que o aluno está inserido.
Paín (1985) define a aprendizagem da seguinte forma:
(...) a aprendizagem é um processo dinâmico que determina uma mudança, com a particularidade de que o processo supõe um processamento da realidade e de que a mudança no sujeito é um aumento qualitativo em sua possibilidade de atuar sobre ela. Sob o ponto de vista dinâmico a aprendizagem é o efeito do comportamento, o que se conserva como disposição mais econômica e equilibrada para responder a uma situação definida. De acordo com isto, a aprendizagem será tanto mais rápida quanto maior for a necessidade do sujeito, pois a urgência da compensação dará mais relevância ao recurso encontrado para superá-la (PAÍN, 1985, p. 23).
A Associação Americana de Psiquiatria (APA), denota que existem diversos tipos de dificuldades de aprendizagem, de modo que tais dificuldades são diagnosticadas principalmente quando há um rendimento baixo relacionado à idade do aluno com relação a testes de leitura, aritmética ou escrita (APA, 2002).
Existem diversos distúrbios de aprendizagem, destes, os mais comuns são a dificuldade de leitura, ou seja a dislexia, dificuldades de cálculo, também conhecida por discalculia, dificuldades de escrita, conhecida por disgrafia, além de outras diferentes dificuldades da aprendizagem (APA, 2002; RIDEAU, 1977).
Dessa forma, serão apresentadas as principais definições e conceitos a respeito de diferentes funções na aprendizagem bem como alguns métodos de auxílio para tais.
2.3.1 DISLEXIA
Rideau (1977), afirma que a dislexia é compreendida como a dificuldade na identificação, compreensão, bem como na reprodução dos símbolos, tal distúrbio tende também a originar outros problemas de leitura e ortografia.
A dislexia ou deficiência de leitura, é uma falha inesperada, específica e persistente em adquirir habilidades de leitura eficientes, apesar da instrução convencional e do nível de inteligência adequada. Esta definição foi adotada pelo manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais e pela classificação internacional de transtornos mentais e comportamentais (OMS, 1993).
A dislexia possui uma prevalência entre 5 a 17,5% de indivíduos, essa variabilidade é resultado da definição e efeito vagos de vários fatores. Por exemplo, um critério diagnóstico adicional frequentemente usado em países de língua inglesa é uma discrepância entre o QI (quociente de inteligência) verbal e o desempenho em testes de leitura, correlacionados com o QI verbal de leitores; no entanto, vários pesquisadores sugerem que essa discrepância não é importante (SHAYWITZ, 1998; LYON E CHHABRA, 1996).
As características clínicas da dislexia variam com a gravidade dos déficits e presença de comorbidades (por exemplo, déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios de integração visual e motora, entre outros), embora dados epidemiológicos ainda sejam escassos, vários subtipos de dislexia foram descritos, Castles e Coltheart (1993) propuseram três variedades: fonológica, superficial e mista. Pessoas com dislexia fonológica apresentam deficiência no desenvolvimento do procedimento de leitura grafofonêmica, enquanto aqueles com dislexia superficial apresentam dificuldade no desenvolvimento do procedimento lexical, que é crucial para a leitura de palavras irregulares. Já Thomson (1999) notou mudanças nos tipos de erros (auditivos e visuais) ou perfis cognitivos (fonológicos e superficiais) com a idade. 
A criança com esta dificuldade apresenta dificuldade em aprender a ler e, sobretudo, não chega a ler bem. Confunde as letras de formas parecidas (p, q; b, d), inverte letras no meio das sílabas (par torna-se pra; bor transforma-se em bro) ou nas palavras omite letras (comboio pode ficar coboio). A análise dos sons é por vezes má (confusão do s e z, particularmente), sobretudo quando se trata de sons complexos. Portanto, todas essas alterações podem modificar radicalmente a estrutura das palavras. Assim, quando um disléxico lê um texto, pode chegar a substituições completas, dizendo uma palavra em vez da outra, ou chegar a suprimir mais ou menos voluntariamente palavras difíceis de decifrar (RIDEAU, 1977, apud PINTO E FERNANDES 2015 ).
2.3.1.2. AUXÍLIO PARA ALUNOS DISLÉXICOS 
A utilização de técnicas de ensino que facilitem os primeiros passos à escrita, é essencial para auxiliar os alunos portadores da dislexia. Os professores podem começar com a aprendizagem do alfabeto, e quando o aluno dominar bem o alfabeto o docente, auxiliará mais a fundo na associação das letras em silabas e por fim na própria formação das palavras. É um processo demorado, e que é necessário muita paciência e técnica do educador, além da colaboração de toda a família da criança (CASTLES E COLTHEART, 1993; THOMSON, 1999).
2.3.2. DISCALCULIA
A discalculia é a dificuldade no aprendizado específico do cálculo, é comum que as crianças possuam bom rendimento nas outras disciplinas, porém na matemática, a criança que possui discalculia, tem um baixo rendimento. Esse tipo de dificuldade é definida como a dificuldade em integrar os números e entender as formas de numerações, a criança que possui tal dificuldade, não consegue nem mesmo realizar simples operações como a adição, subtração, multiplicação e divisão, ou seja as quatro operações básicas (RIDEAU, 1977).
Essa dificuldade pode ser medida por meio de testes padronizados com o aluno, caso o aluno realize tal teste e possua um rendimento inferior ao padrão, esse aluno é diagnosticado com a discalculia (APA, 2002).
Entende-se que a criança que possua discalculia vem apresentando maus resultados na disciplina de matemática desde o ensino fundamental I. A criança sempre que está de frente com alguma situação que seja necessário algum raciocínio analítico, tal criança não consegue realiza-lo de maneira eficiente e eficaz.
Rideau (1977) comenta que as causas gerais da discalculia são encontradas principalmente em crianças que possuem algum tipo de problema cerebral intelectual ou sensorial.
2.3.2.1. AUXÍLIO PARA ALUNOS COM DISCALCULIA
Para auxiliar o aluno que possui a discalculia, o docente deve priorizar exercícios que favoreçam a investigação, o raciocínio, a criação, bem como a estimulação verbal da criança. Dessa forma, fará com que a criança esteja própria a desenvolver o melhor entendimento dos números e operações presentes no cálculo. Além disso, assim como na dislexia, o apoio da família é fundamental para o desenvolvimento da criança (RIDEAU, 1977; APA, 2002).
2.3.3 DISGRAFIA
O termo disgrafia é um componente dentro da ampla definição de distúrbios escrita, refere-se a erros de caligrafia e grafia ilegíveis. A caligrafia é uma das habilidades acadêmicas básicas, e muitas vezes crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) possuem a disgrafia (KROESE et al., 2000; MAYES et al., 2000). Pouco se sabe sobre os mecanismos subjacentes da disgrafia no TDAH e os processos neuropsicológicos que contribuem para esse déficit, embora essas duas condições sejam consideradas como tendo uma etiologia genética compartilhada (STEVENSON et al., 1993).
A escrita manual é uma habilidade complexa que combina componentes motores e linguísticos e é adquirida ao longo do tempo. Os modelos neuropsicológicos sugerem que o componente linguístico da caligrafia combina palavras com sua representação grafêmica, enquanto o componente motor não linguístico traduz as representações ortográficas para a escrita (HOUGHTON E ZORZI, 2003; ROELTGEN, 2000).
2.3.3.1. AUXÍLIO PARA ALUNOS COM DISGRAFIAPara auxiliar os alunos com disgrafia, é necessário que os professores utilizem técnicas especializadas com o objetivo de auxiliar criança na motricidade, auxiliando-a na supressão da rigidez ao nível da mão e do antebraço) (STEVENSON et al., 1993; HOUGHTON E ZORZI, 2003).
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como objetivo realizar uma reflexão sobre dificuldades de leitura e aprendizagem no ensino fundamental, abordando as dificuldades de leitura, bem como encontrando soluções e informações sobre boas estratégias e metodologias, para trabalhar tal problema. A metodologia de pesquisa bibliográfica foi utilizada para a elaboração deste trabalho, tal metodologia propiciou que o objetivo fosse atingido de maneira clara e sucinta. 
Entende-se que o processo de aprendizagem é muito amplo e envolve principalmente o bom entendimento da leitura, se houver qualquer dificuldade na leitura pelo aluno, esse fato irá acarretar em um problema de aprendizagem. Porém, muitas vezes essas dificuldades de aprendizagem e leitura, não são características específicas de algum aluno, mas sim disfunções provenientes de algum distúrbio.
	Diante de diversos distúrbios como a dislexia, discalculia e disgrafia, é necessário que caso o aluno possua algum destes, ou outros, um diagnóstico seja realizado o mais rapidamente possível, para que tal disfunção possa ser tratada, não atingindo severamente o desenvolvimento estudantil do aluno. Sendo assim, é necessário que tanto o professor, bem como a equipe pedagógica escolar, assim como os familiares da criança, deem o máximo para auxiliar esta criança no tratamento de tal disfunção de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
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