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Pérola Guimarães Alterações do Envelhecimento Senescência: -São efeitos naturais do envelhecimento sobre um órgão ou sistema. Senilidade: -São efeitos das doenças que ocorrem simultaneamente ao envelhecimento no órgão ou sistema. Homeostase: -Propriedade que o corpo tem de manter o seu equilíbrio dinâmico necessário para realizar as suas funções. Entretanto, com o envelhecimento, temos o fenômeno chamado HOMEOSTENOSE. Homeostenose: -Perda de reservas orgânicas e funcionais de cada um dos sistemas. Isso significa que a capacidade de adaptação a sobrecargas fica diminuída. São características inerente do envelhecimento. Conceitos fundamentais: Reserva funcional >Tende a diminuir >Os idosos estão muito mais suscetíveis a doenças e complicações do que um indivíduo jovem por conta da perda funcional orgânica. Teorias do envelhecimento: -São mais de 300 >Teorias programadas: Relógio biológico do ciclo vital vai chegando ao fim Encurtamento dos telômeros Acúmulo de erros de transcrição >Teorias estocásticas (aleatórias): São os agravos que vão se acumulando ao longo do tempo, que vão levando a danos moleculares e celulares que vão se formando de forma aleatória e progressiva. Alterações na expressão gênica- estresse oxidativo Mutações: acúmulo de danos genéticos e redução dos reparos Pérola Guimarães Alterações Celulares: >Núcleo: Vão acumulando inclusões variadas que são devidos tanto a substâncias que não entendemos ainda o porquê de ocorrer, mas também nós vemos o encurtamento e fragmentação dos cromossomos. >Citoplasma: Há acúmulo de grânulos pigmentares castanhos (lipofuscina). >Organelas: Vão envelhecendo e ficando distorcidas (alterando a sua função). >Membrana: Vão sofrendo agravos de elementos tóxicos (peroxidação lipídica). Alterações Teciduais: >Vai estar presente em quase todos os órgãos do corpo. >Aumento de colágeno (ficam resistente à colagenase). >Diminuição e perda da qualidade das elastinas >Maior rigidez na maioria dos sistemas. Composição corpórea: -Vai diminuindo ao longo dos anos (vamos ficando mais baixinhos). - perdemos em geral -1cm por década a partir dos 40 anos. Maior perda depois dos 70 anos. -Há aumento do diâmetro craniano e torácico. -Crescimento do nariz e orelhas (fácies típica). Isso acontece pois as cartilagens continuam crescendo. -Aumento de gordura corporal (proporcionalmente mais em mulheres), especialmente centrípeta. -Diminuição da água corporal (intracelular) e k+: diminuição celular global -Diminuição da massa renal, pancreática, hepática, cerebral e muscular. -Diminuição da massa mineral. -Efeito sobre drogas: hidro ou lipofílicas. No idoso pode mudar muito, porque se ele tem menos água intracelular e tem mais gordura extracelular, isso faz com que a farmacocinética das drogas (se elas forem hidro ou lipofílicas) mude. Pérola Guimarães -Risco de desidratação Pele e anexos >Rugas: diminuição da espessura e elasticidade, com isso vai formando mais sulcos. >Seca e áspera: diminuição glândulas sudoríparas e sebáceas- risco de infecção, mais sensível à temperatura. >Diminuição de corpúsculo de pressão e temperatura >Palidez: diminuição de melanócitos e capilaridade >Pálpebras: flacidez, menos lágrimas mas mais lacrimejamento. Edema inferior variável por retenção e gordura. Alterações bem comuns: -Melanose senil: manchas hiperpigmentadas planas Pérola Guimarães -Equimoses e púrpuras: fragilidade capilar (por extravasamento de sangue). -Queratose seborreica: manchas hiperpigmentadas salientes. -Lesões neoplásicas: acontecem geralmente em regiões expostas. Pêlos: >Diminuem no corpo >Aumentam nas narinas, nas orelhas e sobrancelhas. (Na mulher: aumenta no buço e mento) >Cabelo: diminuem número de bulbos ativos (ficam ralos) >Perda de melanócitos nos bulbos capilares: embranquecimento >Fragilidade de unhas Pérola Guimarães Sistema Orteoarticular >Perda no trabeculado ósseo e massa óssea porque vai haver um desbalanço entre reabsorção óssea e formação óssea (por isso o maior risco de osteoporose) – principalmente na mulher pós menopausa >Perda de colágeno >Calcificação das suturas cranianas >Perda da qualidade das cartilagens articulares >Achatamento das vértebras/ cifose dorsal >Discos intervertebrais tendem a se desisdratar: perda de água e proteoglicanas, calcificação dos anéis fibrosos >Arqueamento de pernas, achatamento plantar: diminui a estatura do idoso Sistema Muscular >Diminuição da massa muscular: Perda de fibras brancas e vermelhas (tamanho e número) >Perda de 30-40% da massa magra- chega a 50% entre os 20 e 90 anos >Aumento do tecido adiposo >Hipotrofias muscular conforme pouco uso >Rigidez de tendões e ligamentos >A força muscular do Diafragma se mantém, porque é um músculo que não para nunca. Sistema Cardiovascular >Menor volume e espessura cardíaca >Menos miocárdio, porém mais tecido fibroso >Mais gordura, e depósitos de substância amiloide e lipuscina >Valvas: fibrocalcificação >Tecido de condução vai ficando com mais colágeno, mais adipócitos. Há perda de 90% das células do nó sinoatrial. Por isso que a fibrilação atrial é comum no idoso Pérola Guimarães >As artérias ficam mais enrijecidas, mais calcificadas, com mais colágeno e menos elastina. >Há diminuição no teor adrenérgico do coração, então o coração do idoso tem uma menor resposta a estímulos e ele fica com complacência também. >Maior tempo de fase ejeção da sístole e de diástole. >Maior risco de IC ‘’diastólica’’ (porque o coração está enrijecido, logo, tem dificuldade em relaxar). >Maior dependência do enchimento ventricular ativo (ou seja, o coração do idoso depende mais da sístole atrial). >Menor DC em situações de sobrecarga >Menor frequência cardíaca basal e máxima >Menor reserva, menor capacidade de adaptação às sobrecargas >Maior risco de descompensação Sistema Respiratório >Vias respiratórias ficam mais calcificadas/ calcificação das cartilagens >Menor atividade ciliar, menos produção de muco, menor IgA de defesa, e o reflexo de tosse é menor: menor proteção contra agentes estranhos >Pulmões: menor número de septos alveolares (menor superfície de troca gasosa no idoso), aumento das fibras colágenas (menor elasticidade), mais colabamento dos alvéolos >Caixa torácica fica mais enrijecida; a articulação entre a cartilagem e osso de cada um dos arcos costais fica calcificada também. Logo, ossificação das cartilagens articulares – menor complacência >Músculos acessórios respiratórios ficam mais fracos, com isso uma menor massa >Diafragma assume o papel mais importante no sistema respiratório do idoso, porque ele é o que está ativo o tempo inteiro. >O idoso pode apresentar maior dificuldade pra respirar em decúbito dorsal por conta da maior pressão intra-abdominal. >Pode haver alteração de quimiorreceptores e com isso uma menor resposta a variações da p02 e pCO2 Pérola Guimarães >Menor resposta a variações da pO2 e pCO2 no sangue >Maior risco sob ação de drogas depressoras do SNC, o idoso tem menos capacidade de se defender dessas drogas quando há depressão do sistema nervoso central em relação ao drive respiratório >Menor volume de reserva inspiratória e expiratória e um maior volume residual >Volume corrente se mantém Sistema Nervoso >Menor peso e volume encefálico, principalmente nos giros pré centrais e temporais >Acúmulo de pigmento celular >No Hipocampo ocorre maior acúmulo de placas neuríticas e emaranhados neurofibrilares >Menor atividade global do sistema de ACh e catecolaminas >Menor sensibilidade dos baro e quimiorreceptores e exteroreceptores >Menor velocidade de condução das fibras nervosas, alteração de neurotransmissores simpáticos e parassimpáticos