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A PROPOSTA TRIÂNGULAR NO ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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AS CONTRIBUIÇÕES DA PROPOSTA TRIANGULAR
PARA O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL[footnoteRef:1] [1: Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de TCC.] 
Jessica dos Anjos Gonçalves[footnoteRef:2] [2: Discente do curso Artes visuais.] 
Declaro que o trabalho apresentado é de minha autoria, não contendo plágios ou citações não referenciadas. Informo que, caso o trabalho seja reprovado duas vezes por conter plágio pagarei uma taxa no valor de R$ 250,00 para terceira correção. Caso o trabalho seja reprovado não poderei pedir dispensa, conforme Cláusula 2.6 do Contrato de Prestação de Serviços (referente aos cursos de pós-graduação latu senso, com exceção à Engenharia de Segurança do Trabalho. Em cursos de Complementação Pedagógica e Segunda Licenciatura a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso é obrigatória).
RESUMO
Este trabalho desenvolve uma pesquisa acerca da relexão crítica correlacionada à proposta triâgular objetivando o ensino de Arte Visual na Educação Infantil. Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o tema. A pesquisa se desenvolveu na tentativa de descobrir a forma como as aulas de Artes Visuais, quando teoria e prática estão mais vinculadas, tornam-se mais prazerosas e lúdicas para as crianças. As informações coletadas foram analisadas à luz das teorias de autores contemporâneos de Artes Visuais, Educação e legislação vigente e indicações curriculares para o ensino de Arte no Estado de Minas Gerais. A partir do confronto com ideias colidas por meio da revisão bibliográfica, foi preciso refletir acerca da forma de ensinar Arte compreendendo a necessidade de tornar estas aulas desafiadoras entretanto respeitando as peculiaridades, de cada faixa etária e seu nível de desenvolvimento. A Abordagem Triangular (ver, fazer e contextualizar), proposta por Ana Mae Barbosa, foi aqui essencial. O apreciar promove o diálogo da criança com sua própria produção e com a dos outros. O fazer proporciona autonomia infantil na produção de suas obras. E a contextualização favorece o conhecimento da História da Arte, do objeto estudado. Destaca-se a necessidade de investimento na formação continuada dos professores.
Palavras-chave: Arte. Educação Infantil. Proposta triângular.
ABSTRACT
This work develops a research about the critical reflection correlated to the triangular proposal aiming the teaching of Visual Art in Early Childhood Education. This is a literature review on the subject. The research was developed in an attempt to discover how the Visual Arts classes, when theory and practice are more linked, become more pleasurable and playful for children. The collected information was analyzed in the light of the theories of contemporary authors of Visual Arts, Education and current legislation and curricular indications for the teaching of Art in the State of Minas Gerais. From the confrontation with ideas collided through the literature review, it was necessary to reflect on the way of teaching Art, understanding the need to make these classes challenging, while respecting the peculiarities of each age group and their level of development. The Triangular Approach (seeing, doing and contextualizing), proposed by Ana Mae Barbosa, was essential here. Appreciating promotes the child's dialogue with his own production and with that of others. Doing gives children autonomy in the production of their works. And the contextualization favors the knowledge of the History of Art, of the studied object. The need for investment in the continuing education of teachers is highlighted.
Keywords: Art. Child education. Triangular proposal.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil), o ensino da Arte para as crianças vai além do trabalho com desenhos e tintas. O RCNEI se apresenta como uma ferramenta que aponta que trabalhar com Arte insiste em abordar as linguagens artísticas como, por exemplo, artes visuais, dança, a música e teatro.
Já Barbosa (1999), enfatiza que o ensino da Arte carece de um olhar mais atento visando à aprendizagem de forma efetiva. A autora é uma pensadora atenta aos aspectos da educação brasileira, e é considerada como a responsável por elaborar a Abordagem Triangular. Vale ressaltar sua importância no período da fundação da arte-educação no Brasil. 
Partindo desse pressuposto, cabe ressaltar também a importância de se discutir a dificuldade que alguns professores, principalmente os não especialistas, ainda enfrentam em sala de aula diante da necessidade de se ter que trabalhar conteúdos de Arte na educação infantil. Ao analisar o cenário educacional brasileiro nota-se que tal dificuldade é um problema existente decorrente de muitos fatores como, por exemplo, o comodismo do ensino tradicionalista.
Refletir sobre o ensino atual e compará-lo ao ensino tradicionalista, de fato torna-se importante na medida em que tal reflexão abre os caminhos para solidificar as buscas por uma educação de maior qualidade. É de ciência de todos que mediante o ensino tradicionalista o ensino da Arte no passado tornava-se fútil pois, o professor em muitos momentos mostrava de forma natural o seu desinteresse por tal disciplina, preferiam reservar o trabalho do ensino da Arte à aplicação de atividades repetidas sem base teórica e, geralmente, as aulas de Arte resumiam-se à pintura de desenhos mimeografados, desta forma, não despertava o interesse dos alunos e muito menos seus sensos críticos de seus discentes. A metodologia adotada no ensino tradicionalista trás malefícios na medida em que vai deixando de lado a criatividade, a participação e a imaginação, por exemplo. Ações como esta, dentre tantos outras que podem ser citadas, por sua vez, colaboraram e ainda colaboram para que crianças, evoluindo para a fase adulta, não apresentem interesse pela Arte.
Na atualidade, apesar do caminho extenso que a educação brasileira já percorreu em busca de soluções para tal problema, ainda é perceptível que não se alcançou nível de ensino que dê a visibilidade que o ensino da Arte, bem como a disciplina de forma geral merece, igualando-a a outras disciplinas também pertencentes à grade curricular.
Diante da problemática abordada, a presente pesquisa tem como objetivo apresentar algumas considerações metodológicas sobre a importância da Proposta Triangular, criada pela arte-educadora Ana Mae Barbosa, na aplicação de conteúdos de Arte a serem trabalhados no ensino infantil, mais precisamente com crianças de 5 a 6 anos, visando aprimorar o desenvolvimento, não somente artístico, mas psicomotor, cognitivo e humano.
Este estudo foi realizado metodologicamente de revisão bibliográfica fica buscando considerar que o professor que utilizar-se da Proposta Triangular, sendo ele professor especialista ou não, estará adotando uma metodologia que, aliada às práticas pedagógicas, poderão colaborar substancialmente para a mudança deste cenário.
Todavia, mediante o fato da necessidade de diminuir o problema citado anteriormente bem como destacar a importância e a eficácia da Abordagem Triangular ponderando o ensino da Arte, pode – se dizer que como resultado foi possível saber que a abordagem proposta por Barbosa (1999) abrange benefícios ao ensino da Arte contemplando alunos de 5 e 6 anos com vistas a despertar o senso crítico e a sensibilidade artística, permanecendo em tais alunos durante toda sua vida acadêmica e fora do âmbito escolar.
2
2 DESENVOLVIMENTO
A Proposta Triangular surgiu com a ideia de valorizar o ensino da Arte dentro das escolas brasileiras, assim como propiciar aos alunos o saber artístico. O pós-modernismo procurou a mudança através de propostas que trouxessem o conhecimento da ciência, sociologia, filosofia e tecnologia.
Colaborando com o parágrafo acima, é entendível que o ensino da Arte carecia de uma reformulação. Pensando em resolver este problema, houve a introdução da Proposta Triangular, tendo como pioneira a educadora e doutora formada em Artes Visuais, Ana Mae Tavares Bastos Barbosanascida no Rio de Janeiro, criada em Pernambuco, graduada em direito no qual abandonou logo após a formatura, é a principal referência do trabalho artístico desempenhado nas escolas , a primeira brasileira a ter doutorado em arte e educação defendido pela Universidade de Boston-EUA.
A Proposta triangular traz as mudanças para o ensino da Arte para que os educadores estimulem o fazer artístico e o pensamento reflexivo do aluno, bem como sua sensibilidade para a Arte, criando uma nova dimensão para o processo de ensino e aprendizagem. Com isto, vale dizer que a partir destes pensamentos a proposta busca suprir as necessidades de inclusão da produção, apreciação e crítica da Arte, promovendo uma visão inovadora e contemporânea do ensino de Arte no Brasil. Ela busca valorizar a construção e a elaboração como procedimentos dos alunos, assim como enfatiza o ensino e aprendizagem inerente à emoção como possibilidades de compreensão de todo o processo sendo um excelente recurso para orientar o trabalho do docente em sala de aula destacando o trabalho com as obras artísticas.
Em nossa vida diária, estamos rodeados por imagens impostas pela mídia, vendendo produtos, ideias, conceitos, comportamentos, slogans políticos etc. Como resultado de nossa incapacidade de ler essas imagens, nós aprendemos por meio delas inconscientemente. A educação deveria prestar atenção ao discurso visual. Ensinar a gramática visual e sua sintaxe através da arte e tornar as crianças conscientes da produção humana de alta qualidade é uma forma de prepará-las para compreender e avaliar todo tipo de imagem, conscientizando-as de que estão aprendendo com estas imagens. (BARBOSA, 1998, p. 17)
Dando prosseguimento nesta ideia, a Proposta Triangular apresenta três eixos norteadores (figura1) para atividades de leitura de imagem que compreende o fazer artístico, a apreciação e a reflexão
 
Figura1- Tríade da Proposta Triangular 
Entretanto, cada eixo corresponde a uma face do triângulo que embasa esta teoria:
· Fazer: refere-se a fazer com que o aluno explore diversas técnicas formas de releitura da imagem, não a cópia; 
· Apreciar: é o caminho no qual o aluno já sabe interpretar as obras artísticas e, inclusive das outras crianças;
· Refletir: é a forma de reflexão do aluno, visando desenvolver novas formas de reflexão mediante o uso do senso crítico.
Em todo processo de educação que envolva o olhar, assim em todo como o processo do ensino e aprendizagem, o docente deve comportar-se de maneira a incitar seus alunos a buscar respostas. O mediador do processo de aprendizagem deve trabalhar através de uma abordagem problematizadora contribuindo de forma significativa no desenvolvimento de tal atividade que trará os alunos para mais perto. É neste momento que a educação aparece como fator principal da formação de cidadãos. Através da postura do educador no estudo da arte, este pode desenvolver juntamente com seus alunos habilidades reflexivas, sensibilidade, expressão de opinião bem como o respeito.
É importante salientar que o trabalho com obra de arte não pode se limitar a biografia do artista ou a história da própria obra, vale ainda esclarecer que não se deve negar o acesso a tais conhecimento quando os mesmos forem relevantes para a compreensão de tal obra.
O fazer artístico se compreende através do desejo de promover vivência, que acarrete em experiência, durante toda a etapa da produção possibilitando que o processo de ensino e aprendizagem se torne significativo para os discentes aplicando na prática os conceitos estéticos e poéticos abordados durante a leitura e a contextualização.
Em relação à contextualização, a Arte, pode ser compreendida como uma área de conhecimento transdisciplinar, ou seja, está em constante diálogo com o mundo e com outras disciplinas. A autora ainda diz:
A metodologia de análise deve ser escolha do professor e do fruidor, o importante é que obras de arte sejam analisadas para que se aprenda a ler a imagem e avaliá-la; esta leitura é enriquecida pela informação acerca do contexto histórico, social, antropológico etc. (BARBOSA,2009,p.39)
A construção deste viabilizou o estudo mais aprofundado da utilização desta tríade, no entanto, ponderando as atividades realizadas durante o processo de ensino e aprendizagem da Arte, nota-se que além da limitação de contextualização ao contexto histórico, alguns educadores entendem a tríade leitura, contextualização e fazer como elementos complementares e que devem acontecer em momentos isolados.
É importante que o docente que vai ensinar Arte, tenha em mente que a tríade pode funcionar de forma conjunta mesmo sendo complementares. Durante determinada atividade é possível contextualizar enquanto prepare-se para a etapa do fazer. Quando o educador opta por trabalhar de forma separada as pontas do triângulo, se torna visível a ideia de que elas não possuem uma interligação e com isso o docente pode acabar dificultando o processo de ensino e aprendizagem e até mesmo criar empecilhos que atrapalhem a sua didática.
A Proposta Triangular impactou o ensino da Arte pois, desenvolve o uso do sentido crítico do aluno, para que não só possa conhecer a Arte, mas sim compreendê-la, entendendo que esta é uma linguagem que permite à criança a possibilidade de se comunicar através de seus desenhos que estimulam sua imaginação e criatividade.
Para que a proposta triangular se efetive é necessário que o educador não a receba como um instrumento de trabalho que deve ser executado de forma mecânica, pois somente a reflexão crítica é que transforma essa proposta em uma oportunidade de aprendizagem significativa. Fazendo uma analogia com a língua portuguesa, o leitor que não problematiza não reflete, o mesmo acontece com a Arte, se o discente que vai ler tal imagem não problematizar a mesma não vai causar efeito nenhum sobre tal discente.
Cabe também ao docente antes de adotar a proposta triangular refletir também sobre a escola na qual vai atuar, a comunidade na qual está inserida, ou seja, toda ação educativa deve ser planejada. É normal que cada educador se posicione de acordo com a realidade na qual os educandos estão inseridos. Deve conhecer a comunidade da qual a instituição faz parte, observar como a instituição se porta diante desse contexto sociocultural e como os educandos e membros da comunidade se portam diante da escola e de sua própria comunidade, para que assim, possa colocar em prática de forma funcional a sua ética educativa e/ou profissional.
3. O USO DA PROPOSTA ALIADA ÀS TEORIAS DA APRENDIZAGEM EM BENEFÍCIO DO ENSINO DA ARTE X DESENVOLVIMENTO INFANTIL.
3.1. Teorias de aprendizagem
Voltando um pouco no tempo para fazer uma comparação básica com os dias atuais, pensando agora no ensino de forma geral para que se chegue ao ensino da Arte; há muito tempo Paulo Freire iniciou a discussão sobre a educação “bancária”, que priorizava a repetição e a memorização sem importar-se com significado, é natural encontrar professores que encontrem a dificuldade de lecionar de forma lúdica, renovada pois em sua formação a única coisa que tiveram foi o ensino tradicionalista.
Daí a impossibilidade de vir a se tornar um professor crítico, se mecanicamente memorizador, é muito mais um repetidor cadenciado de frases e de ideias inertes do que um desafiador. O intelectual memorizador, que lê horas a fio, domesticando-se ao texto temeroso de arriscar-se, fala de suas leituras quase como se estivesse recitando-as de memória- não percebe, quando realmente existe, nenhuma relação com o que leu e o que vem ocorrendo em seu país, na sua cidade, no seu bairro. Repete o lido com precisão, mas raramente ensaia algo pessoal. Fala bonito de dialética, mas pensa mecanicistamente. Pensa errado. É como se os livros todos cuja leitura dedica tempo farto nada devessem ter com a realidade de seu mundo. (FREIRE, 1996, p.27)
	É sempre importante pensar em como a proposta irácontribuir para o desenvolvimento de tal conteúdo assim como qual a possibilidade de aliar a Proposta Triangular as práticas pedagógicas visando resultados mais significativos.
	Há de se considerar que para que haja o atrelamento da proposta com uma atividade prática existe a necessidade de conhecer as teorias de ensino, o que elas oferecem e o que pode ser aproveitado assim como é relevante que o professor busque se interar sobre qual a metodologia didática é utilizada pela instituição de ensino na qual leciona.
	Torna-se inegável que o ensino da Arte na educação infantil é relevante para o desenvolvimento integral da criança como sugere a Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem Jomtien, (1990)
1. Cada pessoa - criança, jovem ou adulto - deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como conhecimentos, habilidades, valores e atitudes), necessários para que os seres humanos possam sobreviver, desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo. A amplitude das necessidades básicas de aprendizagem e a maneira de satisfazê-Ias variam segundo cada país e cada cultura, e, inevitavelmente, mudam com o decorrer do tempo. 
O ensino da Arte contribui significativamente para o desenvolvimento da expressão oral e corporal, bem como para o despertamento dos padrões estéticos e interpretações dos bens culturais produzidos pela humanidade.
Como dito anteriormente, é necessário conhecer um pouco das teorias de aprendizagem para aliar os objetivos da Proposta Triangular ao objetivo da aula e da proposta educativa da instituição. Na Educação Infantil, as ações dos professores, deve promover o acesso das crianças a Arte. Por outro lado, devem ser estruturadas observando a relação entre demandas do desenvolvimento das crianças nesse período e as demandas próprias desse objeto de conhecimento. 
Existem três linhas de pensamento referente às teorias de aprendizagem: Comportamentalista, Cognitivistas e Humanistas. De acordo com o artigo Teorias da Aprendizagem, Bessa (2018), cada linha de aprendizagem apresenta seus autores específicos, dessa forma: 
	Comportamentalista
	Pavlov - A continuidade e o reforço dos comportamentos positivos promovem as aprendizagens dos alunos.
	Watson – Os alunos necessitam de receber um estímulo ao qual darão uma resposta, sendo todos os comportamentos considerados reflexos.
	Skinner - O professor planifica o processo de aprendizagem de acordo com as necessidades formativas do aluno de modo a que se operem transformações.
	
	Cognitivistas
	Piaget - Necessidade de diagnóstico das competências e das habilidades de cada um dos alunos. As atividades devem ser organizadas de acordo com as características de cada estágio de desenvolvimento.
	Vygostsky - A linguagem abre caminhos para a zona de desenvolvimento proximal, isto é, ajuda a criança a avançar de um nível de desenvolvimento real, para uma área de potencialidades por meio da mediação realizado pelo outro.
	Ausubel - Os ambientes estimulantes promovem aprendizagens significativas.
	Bruner- As aprendizagens cooperativas favorecem a mesma oportunidade de aprendizagem independentemente das suas dificuldades.
	Gardner - O papel do professor deverá ser o facilitador da aprendizagem utilizando os recursos necessários e adaptados às necessidades educativas.
	Humanistas
	Maslow - Escola inclusiva: estratégias de gestão curricular e de sala de aula – diferenciação pedagógica e trabalho colaborativo.
	Wallon - Escola para todos. Professor: criação de um ambiente positivo e ajustado a cada aluno.
	Rogers - Professor deverá ser o facilitador da aprendizagem utilizando os recursos necessários e adaptados às necessidades.
	É fundamental que o professor da educação infantil conheça as teorias da aprendizagem, pois as mesmas delineiam a abordagem dos conteúdos. O professor que tem como objetivo um bom desenvolvimento da Arte na sala de aula com os discentes deve ponderar que as discussões sobre Teorias da Aprendizagem, no momento do planejamento, são relevantes assim como Língua Portuguesa e Matemática, pois podem vir a influenciar direta ou indiretamente nas e ações pedagógicas que envolvem o ensino/aprendizagem da Arte.
	Todas as teorias citadas anteriormente, em algum momento, fizeram parte da educação. Todas elas fazem parte da história da evolução da educação brasileira, por mais que uma seja mais utilizada do que a outra. Todavia, convêm ressaltar, que no ensino brasileiro as teorias educacionais quando transpostas para a prática pedagógica geralmente encontram nas falhas do nosso sistema educacional barreiras que dificultam a realização dos princípios teóricos por elas idealizados. 
	Quando o corpo docente traça sua linha de atuação, define seus objetivos e mentaliza o processo de ensino aprendizagem, é natural que as dúvidas surjam. Entretanto ao conhecer seus alunos, o professor atuante da educação infantil tende a analisar quais formas de abordagem podem vir a beneficiar o desenvolvimento da Arte na educação infantil. Não existe uma receita pronta determinando que o professor alie a Proposta Triangular com práticas pedagógicas comportamentalistas, cognitivistas ou humanistas; a graça de ser professor está no poder de buscar sempre a melhor combinação para seus alunos.
	Ciente das três fases da proposta triangular é possível saber que, quando aliadas as práticas pedagógicas, podem vir a enriquecer a aula e solidificar o processo de ensino e aprendizagem, garantindo uma aprendizagem significativa bem como o desenvolvimento integral do educando matriculado na educação infantil.
	Mas por que trabalhar Arte na educação infantil? Essa é uma pergunta que, grande parte do professorado, um dia já fizeram para si mesmo ou para outra pessoa. No entanto a resposta é simples,( citação do RCNEI) se é na educação infantil que a criança inicia o seu desenvolvimento, também deve ser na educação infantil que a mesma comece a ter seu senso crítico desenvolvido. Há de se ponderar que a Arte não se resume a desenhos e tinta guache. Os conceitos de estética, de beleza, os gostos culturais, as habilidades artísticas são desenvolvidas durante o percurso da educação básica e aqui se inclui a educação infantil.
3.2. O uso da Proposta Triangular X Teorias de Aprendizagem
	Tendo verificado as características das linhas de pensamentos que originam as teorias de aprendizagem, convém pensar como o professor pode aliar a proposta triangular a metodologia que utilizada em sua sala de aula. Vale ressaltar que as teorias de aprendizagem não são moldes estáticos de educação e muito menos são considerados como única e exclusiva verdade. Cada autor, cada teoria tem uma relevância para o processo educacional o que permite aos professores a autonomia de buscar a melhor forma de ensinar considerando a realidade da sua sala, da sua escola e dos seus alunos.
	Ciente de que a proposta triangular construir de forma efetiva os conhecimentos de arte através da contextualização histórica (conhecer a sua contextualização histórica); fazer artístico (fazer arte) e apreciação artística (saber ler uma obra de arte) seria possível aliar tal propostas às teorias de aprendizagem postas no item anterior?
	As teorias comportamentalistas abrem uma oportunidade para que a proposta triangular seja inserida sem nenhum dano ou modificação nos seus objetivos. Ponderando que os três autores citados como referência comportamentalista abordam a aprendizagem através de aspectos correlacionados a promoção do ensino com base na continuidade, na ação estimulo - resposta bem como na necessidadede que o conteúdo transforme o aluno independente do nível desta transformação. Por outro lado ao olhar as teorias cognitivistas é mais fácil aparentemente atrelar a proposta triangular aos princípios ditos como parte deste tipo de teoria; entendendo o individuo como um ser em evolução constante e parte de um processo de desenvolvimento dividido em estágio se torna possível ver que tais autores colocam o individuo como ser ativo e participante do seu próprio desenvolvimento e construtor de seus conhecimentos então neste caso a proposta triangular aumenta a possibilidade de uma aprendizagem significativa.
	Atualmente na área da educação é muito comum os professores se embasarem nas teorias cognitivistas pois as mesmas fornecem subsídios para que professores, gestores e familia compreendam os estágios de desenvolvimento dos indivíduos respeitando-o e explorando-o da melhor forma possível. Não muito longe encontra-se as teorias humanistas que enxergam o individuo como o centro no qual os professores carecem de ofertar o conhecimento de maneira única para cada aluno, entretanto mesmo buscando um ideal de escola para todos ainda assim demandam aos professores que os mesmo se coloquem no papel de facilitadores o que difere de mediador.
	Não é difícil utilizar a proposta triangular na sala de aula, independente da teoria escolhida para embasar seu trabalho pedagógico; pois a proposta triangular está mais relacionada ao desenvolvimento e ao atendimento das necessidades dos indivíduos do que com uma ou outra teoria em especifico. É preciso enxergar a teoria como um recurso que viabiliza a construção do conhecimento artístico assim como contribuir para o desenvolvimento das habilidades de sensibilidade e leitura de mundo.
RESULTADOS
É direito de todas as crianças e adolescentes ter condições de acesso e permanência na escola, constitui-se como dever do estado e dos pais e/ou responsáveis. Refletindo sobre isso há de se considerar que todas as disciplinas postas na educação básica compreendida desde a educação infantil até o ensino médio, são de suprema importância para a formação do individuo.
A ideia de que o ensino da arte servia apenas para desenhar se desconstituiu à alguns anos, frente as leis regentes da educacionais. Hoje o ensino da Arte nas escolas brasileiras é regido por documentos legais além claro de estar sob a vigência de uma legislação reformulada pensando nas novas necessidades educacionais. 
Tais documentos tem como objetivo nortear toda a educação, através de propostas novas, discussões, conceitos, reflexões assim como também podem vir a sugerir conteúdos que podem ser trabalhados conforme a serie/ano. Como alicerce para o ensino no Brasil. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em suas três redações (1961, 1971 e 1996); defende o ensino da Arte; entretanto a LDB de 1996 cravou e regulamentou a obrigatoriedade do ensino da arte nas escolas brasileiras. 
Alguns documentos vieram após a promulgação da LDB, sendo eles: Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, 1998 e 2000) que orientam do ensino fundamental ao médio, Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006), Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998) e Diretrizes Curriculares Nacionais Educação Infantil (2012), estes dois ultimo são relevantes para o ensino da arte na educação infantil com vistas que os discentes cheguem ao ensino fundamental um pouco preparados e abertos para desenvolver novas habilidades. 
Cada professor precisa estudar e refletir com vistas a alinhar as propostas educacionais dos documentos ao seu plano de ensino, permitindo que a educação flua com qualidade e envolva os alunos na construção do conhecimento desde pequeno. Todavia explanar uma proposta educacional que valoriza o ensino da arte tornando-o mais contextualizado não deve ser considerado um tabu entre os educadores, as escolas brasileiras carecem de profissionais que se abram para aprender cada vez mais e estejam dispostos a desenvolver um consciência renovada que lhe mostre verdadeira forma de atuar profissionalmente frente a arte considerando a necessidade de mostrar para todos os discentes a importância da arte no contexto escolar. Esperançosos de que a valorização de tal disciplina começa pelo próprio professor, o mesmo precisa ponderar que o ensino da arte não é somente criação (desenho, pintura, escultura, entre outros) e tão menos carece apenas da dominação técnica, mas a expressão sendo que o ensino da arte desenvolve o olhar critico reflexivo do estudante.
4 CONCLUSÃO
	Desde o principio a Arte tem o papel importante de despertar sensações nos indivíduos assim tornou-se representativa ao ponto no qual se manifesta contanto a história de uma população ou de um povo. Não são apenas gravuras ou representações simbólicas, o ensino da arte contribui para o desenvolvimento pleno do indivíduo, ele é regado de um conhecimento diferente que carece de um olhar crítico e sensível. Não há como conhecer a história de um povo se não puder visualizar suas artes.
	Sabendo do poder da Arte para o desenvolvimento pleno do indivíduo bem como o seu autorreconhecimento como parte de uma determinada sociedade, infere-se que a Arte na educação infantil pode ser trabalhada de várias formas, música, dança, poesia, desenhos e etc. Na educação infantil, é comum haver o pensamento de que a criança não entende a Arte. No entanto, é através das aulas de Arte que se desenvolve uma identidade cultural, isso ocorre através das Artes, quando a mesma viabiliza desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica permitindo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada. Dentro de uma sala de aula de educação infantil, não deve haver um ensino da Arte de forma estereotipada e mecânica. A Arte nesse caso não aparece em segundo plano, ele deve ser ministrado com vistas a desenvolver o indivíduo da melhor forma e não apenas ser apresentada aos alunos em datas especiais e comemorativas marcadas no calendário do ano letivo da instituição de ensino.
 A falta de treinamento de pessoal para ensinar a Arte é um problema crucial nos levando a confundir improvisação com criatividade. 
	Existe ainda um déficit na literatura quando o assunto é o ensino da Arte, o que não contribui para favorecer o conhecimento permitindo que a Arte seja organizada de forma a relacionar produção artística com apreciação estética e informação histórica.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 1999.
BARBOSA,Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos 1980 e novos tempos.
-7.ed.rev. - São Paulo, Perspectiva, 2009.
Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem Jomtien, 1990 disponivel em: http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf
As teorias da aprendizagem. 2018. Disponível em: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/21339/1/Teorias%20da%20aprendizagem.pdf

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