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Relações Brasil-África: a Importância Estratégica do Golfo da Guiné
Brenda Cardoso Severino Leão (Graduanda em Defesa e Gestão Estratégica Internacional/UFRJ)
Carlos Henrique Ferreira da Silva Junior (Graduando em Defesa e Gestão Estratégica
Internacional/UFRJ)
Letícia Silva Felix (Graduanda em Defesa e Gestão Estratégica Internacional/UFRJ)
Luis Filipe de Souza Porto (Graduando em Defesa e Gestão Estratégica Internacional/UFRJ)
Vivian de Mattos Marciano (Graduanda em Defesa e Gestão Estratégica Internacional/UFRJ)
Resumo: o presente artigo tem o objetivo de destacar a importância da região do
Golfo da Guiné como área de interesse estratégica para o Brasil em termos de defesa e
segurança. Para tanto, busca-se descrever e analisar a importância da África tal como descrita
na Estratégia de Segurança Nacional do Brasil, destacando as iniciativas do país neste campo,
apresentando os principais elementos que devem ser levados em consideração para a
consolidação de uma política efetiva na região, como a questão dos hidrocarbonetos e da
instabilidade causada pela pirataria. O método adotado para a produção deste texto baseia-se
na pesquisa em fontes documentais e bibliográficas, disponíveis também em meio eletrônico,
buscando as informações concretas sobre a realidade da região, à luz da proposição teórica de
Barry Buzan relacionada à importância da securitização. Ao final, apresentam-se as iniciativas
oficiais de países na região, sobretudo os signatários da Convenção de Montevidéu (2013), de
modo a demonstrar que uma efetiva consolidação da política brasileira de segurança e defesa
só poderá ser alcançada em parceria com os países da região, levando em consideração as
suas especificidades sócio-históricas, econômicas e políticas.
Palavras-chave: Golfo da Guiné; pirataria; hidrocarbonetos; defesa e segurança.
Buscando aprofundar seus laços de cooperação, o País visualiza um entorno
estratégico que extrapola a região sul-americana e inclui o Atlântico Sul e os países
lindeiros da África. (BRASIL. Política Nacional de Defesa, 2012)
Essa é a extensão do entorno estratégico brasileiro, assim definido por um dos
documentos norteadores da Defesa Nacional do país, que será trabalhada no presente artigo.
Considerando sua característica continental e a importância de um global player de se fazer
presente nos mais diversos fóruns e regiões do sistema internacional, assim como a
concentração da política externa no desenvolvimento da cooperação Sul-Sul e o grande fluxo
comercial brasileiro pelo Atlântico Sul (95% do comércio exterior do país é realizado por via
marítima), é mais que justificada essa extensão do entorno estratégico – que inclui a região da
América do Sul, a Antártida e também dá a devida importância ao Mar do Caribe, devido à
proximidade deste com o norte do subcontinente. 
Delinear tal área como entorno estratégico implica no posicionamento brasileiro de
aproximação – e liderança – diplomática, econômica e militar, exemplificada por importantes
fóruns estabelecidos, como, por exemplo, a CPLP (Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa), IBAS (Diálogo índia Brasil e África do Sul), ZOPACAS (Zona de Paz e
Cooperação do Atlântico Sul) e ASA (cúpula América do Sul – África). A existência desses
mecanismos confere credibilidade ao escrito:
O predomínio do conflito sobre a cooperação conduziria a um ambiente estratégico
de enfraquecimento dos mecanismos de coordenação multilateral. É um cenário que
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deve ser evitado. A prevalência da cooperação sobre o conflito favorecerá o
fortalecimento dos fóruns multilaterais. Nessa nova distribuição mundial de poder, o
Brasil deve contribuir com suas ações e posições para uma multipolaridade de
caráter cooperativo, condizente com sua histórica defesa da integridade normativa
do sistema internacional. (BRASIL. Livro Branco de Defesa Nacional, 2012)
Nesse sentido, a cooperação com a África lindeira integrará o Atlântico Sul como um
espaço central de importância para a segurança e defesa do país (NEVES, 2013, p.13). Com
reservas de petróleo, tanto na costa sul-americana quanto na africana, a região torna-se
extremamente interessante para o comércio dos hidrocarbonetos, dado o potencial
estabelecido pelo pré-sal e a produção atual da Angola e Nigéria, que são os dois maiores
produtores de petróleo da África. Também observa-se um pensamento estratégico do Brasil na
demonstração de interesse na exploração de crostas cobaltíferas, sulfetos e nódulos
polimetálicos – mesmo não tendo interesse econômico imediato, é sabida a presença de países
exógenos à região por conta desses recursos (MARTINS, 2006), destacando a China.
Por conta da presença exógena à região, tanto do Atlântico Sul quanto da África, faz-
se necessário estabelecer razões de preocupação do Brasil sobre a questão. Além da própria
busca por recursos e questões de segurança energética, a constante ameaça à segurança
marítima no Golfo da Guiné, devido aos casos de pirataria e narcotráfico, crimes
transnacionais qualificados como “Novas Ameaças”, alimenta a discussão sobre a
securitização – conceito de Barry Buzan (2009) para argumentos relacionados à urgência de
combate a uma ameaça existencial com desconsideração de regras – da região. A preocupação
é salientada pelos atores exógenos EUA, China, França e Reino Unido, terem um histórico de
políticas expansionistas e imperialistas. 
Presenças Exógenas
O que interessa mostrar aqui é que a Quarta Frota não tem relação apenas com a
área de atuação do Comando Sul dos Estados Unidos. A Quarta Frota, que não tem
navios e que foi criada com uma estrutura organizacional destinada a fazer
planejamentos, na verdade, está muito mais ligada ao Comando da África [...] O
motivo mais aparente para a criação da Quarta Frota é o crescimento espantoso da
exploração de hidrocarbonetos na África para alimentar a sede de gás e petróleo do
mundo.(REIS, 2011, p.70)
Além da sua manutenção energética – nesse caso, as relações são mais efetivas com a
Nigéria – os EUA há algum tempo mostram certa aproximação com a África. Apoio à
capacitação de forças navais e costeiras da região, como os exercícios do OBANGAME; a
concorrência com a China como o maior global player; e a menção à crescente, e de alta
prioridade, importância da África na Estratégia de Segurança Nacional. 
Não obstante, a China, entre 2005 e 2011, aumentou cerca de 30 vezes o seu
investimento no continente – não só pela concorrência de representatividade global com os
EUA, mas também para erradicar a presença de Taiwan na África. Contudo, os locais
percebem com preocupação a presença dos chineses, que é muito mais unilateral que bilateral:
a necessidade dos recursos naturais dá um caráter exploratório similar às colonizações
europeias, assim como o emprego de mão de obra chinesa, sem dar oportunidade ou
capacitação à mão de obra africana. E é nesse fundo economicista que o país asiático também
manifesta preocupação quanto à segurança marítima do Golfo da Guiné, investindo também
em treinamentos e equipamentos para a região.
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Além das duas maiores potências econômicas, França e Reino Unido também têm
presença no entorno estratégico brasileiro. A França apoia suas ex-colônias de maneiras
diversas e pela bilateralidade, mas também faz garantir seus interesses por meio de bases
militares. Para nós, a Missão Corymbe é a que mais importa, porque além de dar apoio às
marinhas do Golfo da Guiné, também presta apoio a forças pré-posicionadas e ao pré-
posicionamento de meios para operações e exercícios das forças armadas francesas na região
– dando rápida capacidade de intervenção (VELLOSO, 2014, p.114).
Quanto ao Reino Unido, antiga é a discussão sobre a sua presença no Atlântico Sul por
meio do seu “cinturão”, um conjunto de arquipélagos(Tristão da Cunha, Ascensão, Santa
Helena, Shetlands, Geórgica, Gough, Sandwich do Sul, Orcadas do Sul e Malvinas/Falkland)
que perpassam o oceano entre América do Sul e África. Basta lembrar-se da Guerra das
Malvinas/Falkland e a razão da ZOPACAS – manutenção de uma zona livre de armas de
destruição em massa – para entender que a presença britânica, em conjunto com a
estadunidense que possui bases na Ilha de Ascensão, revela a assimetria de poder e poder
naval entre os países exógenos e os endógenos à região. Não sendo diferente dos outros, o
Reino Unido também presta apoio à segurança marítima do Golfo, com o diferencial de
envolver governos e entidades privadas nas suas ações (VELLOSO, 2014, p.116).
Atuação brasileira na África para o Atlântico Sul
Para o presente tópico, foram escolhidos três países da África lindeira para refletir,
brevemente, a atuação do Brasil no campo de segurança e defesa na região: Nigéria, por ser o
segundo país que mais produz petróleo na África e é o mais afetado pela pirataria no Golfo da
Guiné; Angola, que também faz parte do Golfo da Guiné, sendo o maior produtor de petróleo,
e tem grande importância para a política externa brasileira por ser um país lusófono, logo,
membro da CPLP; e Namíbia, que é citada nos documentos norteadores em matéria de Defesa
Nacional. 
Começando pela Namíbia, que é um expoente da cooperação brasileira para as
marinhas africanas, uma vez que, em 1994, por meio do Acordo de Cooperação Naval, teve
sua marinha criada. Os marinheiros namibianos realizaram cursos na Marinha do Brasil, com
despesas pagas pelo então Ministério da Marinha brasileiro. Em 2001, Fernando Henrique
Cardoso, presidente do Brasil na época, renovou o Acordo, mas dessa vez, houve um maior
fornecimento de meios para assegurar – na medida do possível – a proteção dos interesses
namibianos nas suas Águas Jurisdicionais. Os custos foram repassados para o governo do país
africano. 
Vale destacar dois fatores em comum entre Angola e Namíbia na cooperação naval
brasileira: o levantamento da plataforma continental pela EMGEPRON (Empresa Gerencial
de Projetos Navais) e o exercício multinacional “Atlantic Tidings 2015”, de caráter marítimo
e ribeirinho visando treinamento contra as “novas ameaças” – crimes transnacionais, que no
caso, seria a pirataria (VELLOSO, 2014, p. 103-4). Como já exposto, a Angola recebe
especial atenção além da segurança marítima. Suas relações com o Brasil são fortes desde sua
independência, sendo o Brasil o primeiro país a reconhecer. Em 2010, ambos assinaram a
“Declaração de Parceria Estratégica”, que prevê alinhamento político, cooperação técnica e
integração econômica – sendo a linha de crédito do BNDES um mecanismo de consolidação
do Brasil no mercado angolano (MRE).
Quanto à cooperação com a Nigéria, esta parece ser mais deficitária por conta dos
custos. De acordo com questionário enviado à Divisão de Relações Internacionais do Estado
Maior da Armada (EMA-31), encontrado em Velloso (2014), apesar dos países africanos
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desejarem o auxílio na formação de suas marinhas, os mesmos encontram nos custos da
obtenção de meios e capacitação de pessoal o seu limitador, “solicitando” que o Brasil arque
com os ônus. Para Nigéria, devido à corrupção de seus governantes e as ações de contenção
do Boko Haran – grupo radical islâmico, a situação é ainda mais complexa.
Considera-se que, além da presença de marinhas exógenas no Golfo da Guiné que
podem levar a securitização da região, as marinhas africanas não possuem os meios
necessários para o combate às “novas ameaças” e, estando o Golfo localizado no entorno
estratégico brasileiro, faz-se necessária a presença e cooperação da Marinha do Brasil,
expoente nos campos da diplomacia e defesa na região, a fim de assegurar a ambição do
Brasil no papel de “global player” e líder regional.
Golfo da Guiné e a questão dos hidrocarbonetos
A segurança energética, ponto central para manutenção e funcionamento de um
Estado, há muito tem gerado esforços econômicos, militares e políticos, sendo um meio de
poder para os países detentores e de fraqueza aos dependentes. O Golfo da Guiné, nos últimos
anos, tem vivido fortíssimo crescimento econômico devido à exportação de petróleo, principal
expoente energético, assumindo, segundo Manuel Barros (2013), importante papel
geoestratégico para a segurança energética global. É, hoje, um dos principais atrativos para
investidores internacionais do setor, tais como ExxonMobil, Total, Chevron, Shell, Brtish
Petroleum (BP) e a ENI. 
Dos oito bilhões de barris de reserva de crude descobertos no mundo em 2001, sete
mil milhões foram descobertos no Golfo da Guiné; as suas reservas estão calculadas
em 24 mil milhões de barris de petróleo; estima-se que só na área conjunta entre a
Nigéria e São Tomé e Príncipe exista uma capacidade de produção calculada em 11
mil milhões de barris de petróleo. ( ESCORREGA, 2010, p. 10). 
Seus recursos são de extrema importância para América, Europa e alguns países da
Ásia, evidenciado pelo aumento dos investimentos dos EUA na região, que em 1980 era de
900 milhões de dólares e em 2007 foi de 12 bilhões (Clarke, 2010, p.75 apud BARROS,
2013, p.131). Além desse montante de capital estadunidense, a China assegurou uma série de
acordos preferenciais de fornecimento de petróleo.
Tal fato se deve a um conjunto de elementos que superam a abundancia de petróleo em
si. São eles: sua qualidade e baixa taxa de enxofre, estando compatível com os parâmetros
ambientais e financeiros (ESCORREGA, 2010, p. 9); os regimes fiscais aplicados à indústria
de hidrocarbonetos na região do Golfo da Guiné, que são mais atrativos que os demais – como
o Golfo do México e do Mar do Norte (locais originários da maioria das petrolíferas que lá
atuam); possui localização geoestratégica para segurança energética de seus principais
exportadores, “pode ser transportada por mar de forma segura e menos custosa que as do
Golfo Pérsico” (Id, p. 9); mais de 60% de sua produção é offshore, o que é vantajoso em
termos de segurança, pois as instalações ficam afastadas de ataques diretos gerados pela
instabilidade política; reduz a dependência do petróleo oriundo do Oriente Médio, e evita que
os importadores fiquem à mercê da Rússia e Venezuela que podem utilizar esse recurso como
arma política ( BARROS, Manuel, 2013, p. 132);
Ainda segundo o autor, a fim de reduzir a influência do FMI, Banco Mundial, Estados
e instituições ocidentais, os países do Golfo adotaram a estratégia dos “créditos de petróleo”,
a qual beneficiava financiamentos oriundos de economias emergentes, como a China e Índia.
Essa estratégia cumpriu seu papel, ademais auxiliou a China a alcançar seus objetivos, pois
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possui ativos desde Angola até Nigéria. Como resultado negativo, viram limitadas suas
capacidades de influência nos assuntos domésticos, como questões de governança,
transparência e reformas políticas e macroeconômicas. 
Pode-se perceber que o petróleo do Golfo é uma questão de segurança energética para
vários Estados ricos, sendo a manutenção do domínio desses recursos necessário aos mesmos.
Segundo Antônio Silva, segurança energética “é a capacidade de assegurar os recursos, e a
capacidade de proteger a economia global dos efeitos de volatilidade dos preços” (2008, p.30
apud Manuel Barros, 2013). De acordo com Manuel Barros, a economia do petróleo, que
atualmente representa mais de 60% do PIB das economias locais e 90% das exportações do
Golfo da Guiné, pode acarretar riscos a esses países, uma vez que os preços do mesmo, no
mercado internacional, é volátil e suscetível a especulações. Ou seja, contraditoriamente, o
mesmo produto que atualmente impulsiona a economia do Golfo e está possibilitando o
investimento no setor de defesa da região pode vir a gerar problemas de segurança energética
e econômicos, uma vez que a economia da regiãoestá majoritariamente pautada em um
produto.
Destarte, em contrapartida ao boom econômico gerado pelos hidrocarbonetos
encontra-se a questão socioeconômica. Fato visível é a falta de investimento nesse campo e a
dificuldade em diversificar a economia local, o que evidencia a falta de repasse de verbas e a
falência das instituições governamentais responsáveis. Em concordância com Giovana Esther
Zucatto e Michele Baptista (2014), podemos observar que nos países da Guiné equatorial, por
exemplo, enquanto o setor petrolífero se desenvolve rapidamente, gerando lucros
extraordinários restritos à elite local e investidores estrangeiros, os setores tradicionais, como
agricultura e extração, são abandonados. Tal situação explica-se pelo fato de que o setor
petrolífero não é capaz de absorver toda essa mão de obra, gerando altos índices de
desemprego e inflação. 
As altas e persistentes taxas de desemprego, sobretudo nas camadas mais jovens da
população, a ausência de subsídios e apoio do Estado às atividades econômicas
locais e a degradação ambiental, tanto da pesca, quanto os campos de petróleo,
tornam as zonas costeiras áreas de atividade criminal de baixa intensidade
(BIZOURAS, 2013). As organizações criminais encontram, assim, um terreno fértil
para expandir suas atividades. Dentre as populações marginalizadas, há aqueles que
encontram na pirataria uma alternativa muito mais rentável que as atividades de
subsistência já degradadas. (BAPTISTA, ZUCATTO, 2014, p.540)
Pirataria no Golfo da Guiné
A pirataria marítima pode ser considerada como um crime antigo em função de seu
registro no período das grandes navegações – embora os primeiros relatos de roubos de
mercadores tenham sido registrados em 735 a.C. – e ao desenvolvimento do comércio
marítimo, decorrente da expansão do colonialismo ocidental iniciado no século XV. E à
medida que a presença portuguesa se firmava na África, estabeleciam-se as atividades
comerciais, como o tráfico de escravos e a exploração de ouro, originando o comércio
atlântico de escravos no Golfo da Guiné em princípios do século XVI (Penha, 2011, p. 31).
A verificação do episódio da pirataria, independentemente do momento histórico,
apresenta características simulares, como a ocorrência de tal fato em torno de rotas comerciais
(e, mais recentemente, do transporte do petróleo) e próxima a Estados fragilizados econômica
e politicamente.
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De início, é necessária a compreensão da importância estratégia do Golfo da Guiné
para entender as problemáticas e dificuldades que pairam sobre aquela região. Em suas
adjacências, há proximidade com os mercados da Europa e da América do Norte, onde o
comércio marítimo via Golfo da Guiné torna-se mais rápido e simples, quando comparado às
exportações vindas do Golfo Pérsico. O potencial energético da região é formidável, tendo em
vista a riqueza de petróleo, sua excelente qualidade e facilidade de extração, tendo em vista
que suas jazidas se encontram apenas a 1.000 a 2.000 metros de profundidade (Escorrega,
2010, p. 536). Sem mencionar o grande potencial da região em relação à produção de gás
natural.
O recurso energético que deveria alavancar a economia e extinguir os problemas
políticos e sociais dos países africanos decorrente do período de colonização vem
demonstrando efeito inverso, sendo caracterizados por instituições fracas, corrupção e
pobreza de tal forma que resultaram no aumento da pirataria nas águas da região, tendo sido
apontado como uns dos maiores centros de pirataria no mundo atualmente. Um exemplo desse
paradoxo pode ser observado na Guiné Equatorial onde enquanto o setor de exploração de
petróleo aumenta rapidamente, enquanto outros setores básicos, como a agricultura, não
recebem a mesma atenção.
Outro complicador da situação socioeconômica dos países do Golfo da Guiné é a
pesca ilegal intensiva, não registrada e não regulamentada. Se, historicamente, os países não
possuíram condições de poder de persuasão para assegurar a sua soberania em terra, os mares
e oceanos, muitas vezes foram esquecidos ou obtiveram uma Marinha incipiente, tendo em
vista o escasso recurso econômico dos países. Essa ausência de instituições estatais e da
presença de uma guarda costeira efetiva, acabam justificando a exposição da segurança das
costas marítimas e da soberania dos Estados africanos.
A existência da pirataria, por sua vez, leva ao aparecimento de outros crimes como
roubos, tráfico de armas leves, tráfico humano e migração ilegal, tendo como mais agravante
o comércio global de narcóticos, no qual o Golfo da Guiné se tornou a principal rota dos
navios que vêm da América do Sul e vão para a Europa, Estados Unidos e Ásia.
As consequências desses crimes marítimos, principalmente a pirataria, podem causar
nos países do Golfo da Guiné e também à comunidade internacional (já que interfere
diretamente no comércio marítimo de outros países) têm motivado a criação de alternativas e
soluções com o objetivo de alcançar meios de prevenção e combate a essas práticas ilegais,
como é o caso de integrações entre os países do Golfo da Guiné com o propósito de
estabelecer ações regionais no continente africano.
Do ponto de vista do Brasil, a importância do Golfo da Guiné está ligada à relação
econômica que é estabelecida com os países africanos, além da ameaça das atividades ilícitas
que acontecem na região do Golfo penalizar com ataques a costa brasileira pela proximidade.
Por isso, a liderança que o Brasil assumiu em relação a disponibilizar esforços permanentes
para estabilizar a região, como o auxílio do fortalecimento das Marinhas africanas com
doações e/ou vendas de meios militares, além de ofertar vagas em suas academias militares e
exercícios conjunto de ações antipiratarias no Golfo da Guiné e, ainda, auxiliou na criação da
Marinha da Namíbia.
Esforços regionais e internacionais sobre a problemática do Golfo da Guiné
O Golfo da Guiné se caracteriza como uma área de extrema insegurança marítima que
gera grandes consequências não só internamente e regionalmente, mas também para a toda a
comunidade internacional. Esta última, por sua vez, tem se mobilizado no sentido de
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“promover alternativas e soluções a fim de encontrar meios de prevenção e combate às
práticas ilegais” (Zucatto e Baptista, 2014, p. 549).
Cabe elucidar, nesse contexto, a importância da Convenção de Montevidéu (2013),
tendo como signatários os países membros da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul
(ZOPACAS) que “ressalta a necessidade de continuar preservando o Atlântico Sul livre da
instabilidade, tráfico de drogas e pirataria” (Ibid, 2014, p. 549). 
Tratando-se exclusivamente do Golfo da Guiné, a Declaração ressalta a importância de
um esforço coordenado regionalmente para conter a insegurança marítima na região, além de
reforçar a importância da assistência da comunidade internacional aos países e organizações
internacionais da região. Todo esse esforço é no sentido de: “reforçar as capacidades desses
para combater a pirataria e o assalto à mão armada no mar no Golfo da Guiné, incluindo a sua
capacidade para conduzir patrulhas regionais, para estabelecer e manter centros de
coordenação conjuntas e centros de compartilhamento de informações conjuntas e para a
implementação efetiva da região estratégica” (Conselho de Segurança das Nações Unidas
2018, 2011; 2039, 2012; Declaração de Montevidéu 2013, Artigo 110).
Pode-se destacar, dentro de todo o esforço interno e da comunidade internacional, no
âmbito da ZOPACAS, esforços significativos no sentido de promover maior segurança
marítima para a região, por duas perspectivas: regional e internacional.
A partir da perspectiva regional, temos como importante atuação a Economic
Community of Central African States(ECCAS). Criada em 1983, a ECCAS tem como
objetivo principal “promover e fortalecer uma cooperação harmoniosa, balanceada e
autossustentável em todas as áreas de atividade econômica e social com o fim de alcançar a
autossuficiência coletiva e a elevação do padrão de vida da população dos países da África
Central” (Ibid, 2014, p.549).
Desde 2009, a ECCAS tem trabalhado em diversas frentes para a estabilização da
região. Em outubro do mesmo ano, criou o Centro de Coordenação Regional de Segurança
Marítima da África Central (CRESMAC) com a função de “reforçar as habilidades de
militares e civis dos países membros e promover uma sinergia entre os países da Comissão do
Golfo da Guiné e da Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano” (Ibid, 2014, p.
550). Essa estratégia ainda conta com seis objetivos, sendo eles o compartilhamento de
informação e gestão, vigilância conjunta do espaço marítimo, harmonização das ações no mar,
introdução de um imposto marítimo regional, aquisição de equipamentos para uso comum e,
por fim, a institucionalização de uma conferência marítima periódica.
Para melhor atingir seus objetivos de manter a paz e segurança na região, a ECCAS
divide a África Central em três zonas geográficas: A, B e D, cobrindo uma faixa de Angola às
fronteiras marítimas de Nigéria e Camarões (International Crisis Group, 2012, p. 32). Dentre
essas zonas, a D - que cobre Camarões, Gabão, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe - é
vista como a de maior risco de insegurança marítima. Dessa forma, em 2009, os países
membros assinaram um acordo de vigilância marítima nessa zona. Seguido desse acordo,
houve a adoção do Plano de Vigilância Conjunta, intitulado SECMAR. O SECMAR tem
como objetivo facilitar a aquisição de recursos navais pelos países membros, assim como
prevê a abertura de um centro de coordenação multinacional em seus centros operacionais
marítimos. Enquanto isso, no longo prazo, os planos SECMAR visam à abertura de passagem
nas águas territoriais para navios de países membros, para que esses tenham o direito de
perseguir e fazer uso de armas contra os piratas (International Crisis Group, 2012, p. 19).
Por outro lado, há também esforços por parte da Economic Community of West
African States (ECOWAS). Essa comunidade tem trabalhado para conceber sua própria
estratégia marítima para a região com base em esforços para fortalecer uma integração
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econômica. Aborda a necessidade de Estados membros adotarem uma abordagem de
governança mais integrada no que se trata de assuntos marítimos, enfatizando ainda a
necessidade de melhorar a governança de óleo e gás como forma de prevenção de conflitos.
Por fim, assim como a ECCAS, a ECOWAS também planeja delinear três zonas operacionais
com um centro de coordenação em cada uma delas. Em setembro de 2012, foi criada a Zona E
- uma zona “piloto” na capital de Togo, Lomé, abrangendo ainda Nigéria, Benim e Níger
(International Crisis Group, 2012, p. 20).
Por sua vez, a Comissão do Golfo da Guiné começou suas atividades em 2007 com o
objetivo de “facilitar consultas regionais para, assim, prevenir, gerir e resolver os conflitos
que possam surgir a partir da delimitação das fronteiras marítimas e da exploração econômica
e comercial dos recursos naturais dentro das fronteiras dos países africanos” (Zucatto e
Baptista, 2014, p. 551). A Comissão é um mecanismo permanente com a função de gerenciar
as ameaças e problemas comuns da região, em especial no que se refere ao domínio específico
da segurança marítima. Dessa forma, esta Comissão serve como uma ponte entre instituições
regionais já existentes, como a ECCAS e a ECOWAS, podendo favorecer a harmonização das
políticas e atividades dentro do Golfo da Guiné.
A Comissão foi responsável pela produção e mobilização dos Estados envolvidos em
diversos acordos e declarações para enfrentarem as problemática em conjunto. Em 2012, a
Comissão assinou a Declaração de Luanda sobre a Paz e Segurança no Golfo da Guiné,
afirmando a necessidade de “estabelecer uma cooperação regional e um diálogo interestatal,
aplicar e monitorar a paz no Golfo da Guiné” (Ibid, 2014, p. 551). Além disso, em 2013
chefes de Estado, da ECOWAS, ECCAS e da própria Comissão se reuniram em uma Cúpula
em Yaoundé, demonstrando o crescente comprometimento dos líderes africanos em solucionar
os problemas enfrentados na região. Nesse contexto, a Cúpula adotou três documentos: 1)
Declaração de chefes de Estados e governos da África Central e Ocidental sobre a proteção e
segurança em seu domínio marítimo comum; 2) o Memorando de entendimento entre
ECCAS, ECOWAS e a Comissão do Golfo da Guiné sobre Proteção e Segurança Marítima na
África Central e Ocidental; 3) Código de conduta para repressão da pirataria, roubo à mão
armada contra navios e atividades ilícitas na África Central e Ocidental (Ibid, 2014, p. 552), o
que enfatiza a preocupação dos líderes para trabalhar em conjunto na promoção da paz,
segurança e estabilidade na área marítima central e ocidental da África, além da necessidade
de mobilização de recursos operacionais, entre outros.
A nível internacional podemos elucidar a atuação do Conselho de Segurança das
Nações Unidas e da Organização Internacional Marítima (IMO). Em 2011, o Conselho de
Segurança adotou a resolução 2018 condenando todos os atos de pirataria e roubos à mão
armada cometidos na costa do Golfo da Guiné, incentivando os membros organizados
regionais (ECOWAS, ECCAS e Comissão do Golfo da Guiné) a desenvolverem uma
estratégia marítima abrangente. A resolução do Conselho de Segurança ainda ressalta a
importância da cooperação entre os países do Golfo e as indústrias navais, destacando que
estas devem trabalhar em conjunto com a IMO para prestar orientação aos navios que chegam
na região, evitando, assim, crimes marítimos (Conselho de Segurança 2018, 2011).
O Conselho ainda abordou a problemática na resolução 2039, de 2012, globalizando o
problema, porém deixando claro que a responsabilidade primária dos Estados do Golfo da
Guiné em conter a pirataria e outros crimes marítimos na região, uma vez que essas práticas
acontecem em águas jurisdicionais. Faz apelo ainda para que os países do Golfo adotem
medidas preventivas em nível nacional e regional, contando com o suporte da comunidade
internacional quando disponível. Também é destacada a importância de acordos mútuos com
o fim de desenvolver e implementar estratégias de segurança nacional, incluindo o
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estabelecimento de uma estrutura legal para a prevenção e repressão aos crimes cometidos no
mar (Conselho de Segurança 2039, 2012).
Em relação a IMO, seu objetivo primordial é “fazer com que seus Estados Membros
presentes na África Ocidental e Central coloquem em prática legislações nacionais que
criminalizem a pirataria e outras atividades marítimas ilegais. Ademais, a organização
também planeja ter na região técnicos operacionais e logísticos treinados para desempenhar
suas responsabilidades no que concerne a todos os aspectos da segurança marítima e da
proteção do meio ambiente marinho” (Zucatto e Baptista, 2014, p. 554).
A IMO adotou ainda a resolução 1069 sobre a prevenção e repressão da pirataria,
assalto à mão armada contra navios e atividades marítimas ilícitas no Golfo da Guiné (IMO,
2014). Esta resolução sugere aos países da região a adoção, através de uma estreita
cooperação com as organizações regionais e internacionais, de todas as medidas possíveis
dentro do direito internacional para assegurar que todos os atos ou tentativas de pirataria e
outras atividades ilegais sejam abordadas imediatamente. Além disso, a resolução também
solicita que os governos realizem contribuições ao fundo da organização, de modo a melhorar
a assistência aos países do Golfo e o desenvolvimento das capacidades nacionais e regionais,para que esses Estados possam aperfeiçoar a governança marítima em águas de jurisdição
nacional (Ibid, 2014)
Segurança no Atlântico Sul: entorno estratégico e a instabilidade no Golfo da Guiné
A segurança das águas da costa africana sempre foi um problema para os países do
continente, haja vista o problema decorrente da pirataria, dos tráficos em geral, pesca ilegal,
entre outros. Anteriormente, essa preocupação estava concentrada na região do Chifre da
África, que sempre sofreu com os males da pirataria, derivados da extrema pobreza, da
imensa instabilidade política da localidade e do domínio territorial de grupos jihadistas com o
Al-Shabab. Entretanto, a força empregada pela comunidade internacional para minimizar as
ações dos piratas somalis na África oriental mudaram o cenário do Golfo de Aden. Nos
últimos anos, a insegurança marítima na África vem aumentando no lado oposto do
continente, na África ocidental, mais especificamente na região denominada Golfo da Guiné.
A vulnerabilidade do Golfo da Guiné é causada pela instabilidade política dos países,
além dos fatores socieconômicos da população da África ocidental que vivem em um cenário
de miséria e desigualdade social profunda. Considerando-se que o Golfo da Guiné é parte do
Atlântico sul e do entorno estratégico brasileiro, conceito criado no Plano Nacional de Defesa
de 2005 e na Estratégia Nacional de Defesa de 2008, é de interesse do Brasil a proteção e a
construção de políticas de defesa na África lindeira, fomentando o desenvolvimento da região
e a edificação de uma identidade na área de defesa na região do Atlântico sul, empregada
pelos próprios países da região, sem intervenções estrangeiras.
 O crescimento das atividades ilícitas na porção ocidental do continente africano
motivou o aumento de exercícios multinacionais marítimos na região do Atlântico sul, sendo
o maior deles o Obangame Express. Este exercício é oferecido pelo comando estadunidense
na África, o AFRICOM, e tem como objetivo a cooperação entre as nações envolvidas, para
auxiliar o aperfeiçoamento das táticas marítimas de proteção dessa extensão naval tão
conturbada que sofre com a pirataria, pesca ilegal e contrabando de drogas. E assim como
ocorreu no Golfo de Áden, a cooperação internacional é o melhor meio de solucionar a
problemática. Entretanto, todos os países não africanos, com a exceção do Brasil, que
participaram do treinamento, são membros da OTAN. Essa foi a quinta edição do evento e a
segunda participação da marinha do Brasil. 
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Observando a questão da intensa participação de países não pertencentes ao Atlântico
sul, deve-se problematizar a falta de uma identidade regional focada nos assuntos securitários
e a dificuldade de se criar um complexo regional de segurança, tendo como referência
regional o próprio Atlântico sul. Mesmo havendo exercícios menores, geralmente bilaterais, é
necessário o fomento de treinamentos militares na região, julgando a realidade africana que
necessita de auxílio, pois os países africanos são extremamente jovens e vendo por esse lado,
não são tão bem estruturados, em virtude dos longos anos de exploração que sofreram das
potências mundiais, sendo que a maioria desses Estados têm uma democracia frágil e os
problemas securitários do Golfo da Guiné são os reflexos desse cenário repleto de distúrbios
enraizados.
Em contrapartida, o Brasil tem se mostrado um grande aliado das marinhas africanas
auxiliando na instrução e no treinamento dos oficiais nas instituições de ensino da Marinha do
Brasil. Além de estar apoiando, juntamente com outros países como Portugal, ações que
visam a cooperação militar na região, dando destaque para os países membros da CPLP
(Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), sendo esse fator, a língua, essencial para o
inicio de uma criação identitária, não apenas na área de defesa, mas em outros setores
estratégicos.
A atual situação de insegurança do Golfo da Guiné vem causando problemas
econômicos, afetando de maneira negativa o comércio marítimo do ocíduo africano com os
trabalhadores civis das embarcações, vendo esse ponto, os seguros têm aumentado
vertiginosamente.
Ante todo o exposto, é importante salientar que as cooperações com o continente
africano jamais poderão gerar relações de dependência. O comportamento deve gerar
crescimento mútuo, afim de reduzir as assimetrias do Atlântico Sul, produzindo conhecimento
e reafirmando parcerias. Tendo em vista que nos atuais tempos de crise o continente africano
tem crescido entre 5 e 6%, mostrando ao sistema internacional toda sua potencialidade,
expondo que não tem apenas o que aprender, mas tem muito a ensinar.
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