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Semiologia Neurológica · ILDIANE APARECIDA GONÇALVES | UNIFAGOC - 2021 · Pode-se avaliar um paciente por segmentos: · CEFÁLICO: pares cranianos, sensibilidade, motricidade e sinais de irritação meníngea. · MEMBROS E TRONCO: motricidade, coordenação, sensibilidade e funções autonômicas. Exame do Estado Mental e Funções Corticais Superiores: Nível de consciência: · Grau de interação do indivíduo com o meio e percepção de si = se paciente está acordado ou alerta. ##IMPORTANTE## Depende do SRAA = no tronco encefálico e parte do diencéfalo. · Comprometido se lesões no tronco cerebral, no tálamo bilateral e nos hemisférios bilateralmente (obs.: tálamo é a “porta de entrada” do cérebro). · VIGIL OU ACORDADO: abertura ocular e interação com o meio espontâneas; · SONOLENTO: abertura ocular e interação com estímulo sonoro; · TORPOROSO: abertura ocular e interação após estímulo doloroso; · COMATOSO: ausência de abertura ocular ou interação mesmo após estímulo doloroso. · TCE = ECG! Qualidade da consciência: Orientação e Atenção: · ATENÇÃO: depende da ativação pela SRAA mesencefálica e dos núcleos intralaminares do tálamo, da área pré-frontal (planejamento motor e comportamental), e dos giros angular e supramarginal – lobo parietal D (exploração e percepção de ambos os lados do corpo e do espaço). · Lesões corticais à D causam heminegligência = paciente ignora estímulos à E. ##IMPORTANTE## HEMINEGLIGÊNCIA ≠ EXTINÇÃO: na extinção, se o paciente recebe estímulos táteis ou visuais bilateralmente, ele só percebe à D, mas quando o estímulo é somente à E, ele é percebido (vias sensoriais primárias íntegras). · Testes: falar os meses do ano de trás para frente, go/no go, contagem regressiva de 3 em 3... · Para heminegligência: roubo dos biscoitos. · ORIENTAÇÃO: nome, local e data. · Estado confusional agudo/delirium = déficit de atenção agudo = flutuação do nível de atenção, desorientação temporoespacial, inversão do ciclo sono-vigília, agressividade, agitação ou apatia e alucinações. · Nas doenças da atenção, a primeira a ser comprometida é a orientação TEMPORAL. Linguagem: · AFASIAS: distúrbios adquiridos da linguagem = comprometimentos parciais ou totais da capacidade de expressar e compreender pensamentos e emoções por meio de símbolos linguísticos escritos ou falados, carregados de significado. Envolve apenas a área cortical da linguagem, sem lesões das vias sensitivas ou motoras. · REGIÕES PERISSILVIANAS · 95% dos destros e 50% dos canhotos têm o hemisfério E como dominante para a linguagem. · ÁREA DE BROCA: giro frontal inferior E = expressão da linguagem. · ÁREA DE WERNICKE: liga-se a área de Broca pelo FASCÍCULO ARQUEADO. Função de percepção e compreensão da linguagem. · NOMEAÇÃO: TODOS os tipos de afasias cursam com seu déficit (ANOMIA). Nomear cores, objetos... · FLUÊNCIA VERBAL: falar o maior número de palavras relacionadas em 1 min (ex. palavras que começam com “a”). · REPETIÇÃO: repetir uma sentença com pelo menos 6 palavras (“nem aqui, nem ali, nem lá”). · COMPREENSÃO: pergunta-se algo cuja resposta não seja verbal (“mostre 2 dedos”), depois uma pergunta cuja resposta seja simples (“estou usando chapéu?”). ##IMPORTANTE## AFASIA DE EXPRESSÃO = Broca AFASIA DE COMPREENSÃO = Wernicke · TIPOS DE AFASIAS: TODAS TEM ANOMIA!! · Global: déficits na fluência, repetição e compreensão. · Broca: déficits na fluência, repetição, mas compreensão preservada. · Wernicke: déficits na repetição e compreesão, mas fluência preservada. · Condução: déficit na repetição, mas fluência e compreensão preservadas. · Transcortical mista: déficits na fluência e na compreensão, mas repetição preservada. · Transcortical motora: déficit na fluência, mas repetição e compreensão preservadas. · Transcortical sensitiva: déficit na compreensão, mas fluência e repetição preservadas. · Anômica: apenas déficit de nomeação. Agnosias: · Incapacidade de reconhecer objetos ou símbolos = lesão na área secundária (sem déficit sensorial, nem distúrbio da atenção ou consciência). · AGNOSIA VISUAL: incapacidade de reconhecer objeto pela visão, mas reconhece pelo tato. · PROSOPAGNOSIA: incapacidade de reconhecer rostos. · ESTEREOAGNOSIA: incapacidade de reconhecer objetos pelo tato (agnosia tátil ou holognosia). Apraxias: · Praxia: capacidade de planejamento. · Incapacidade de executar ato motor aprendido e propositado com habilidade, sem distúrbio primário da atenção, compreensão, motivação, força, coordenação ou sensação. · Lesões em áreas motoras secundárias. Memória: · Imediata: avaliada no exame da atenção. · Núcleo Basal de Meynert = colinérgico. · Conexões hipotálamo-sistema límbico = memorias do sistema autonômico relacionadas às emoções. · LESÕES DO SISTEMA LÍMBICO, HIPOCAMPO E DAS AMÍGDALAS = AMNÉSIA ANTERÓGRADA. · LESÕES DIENCEFÁLICAS = AMNÉSIA RETRÓGRADA (Psicose de Korsakoff por álcool = deficiência de tiamina). · Miniexame do estado mental (MEEM) = orientação temporal e espacial, memória imediata, atenção, memória de retenção e linguagem. Motricidade: · Paresia: déficit PARCIAL da força · Plegia: déficit TOTAL da força · Monoparesia: perda PARCIAL em UM membro · Hemiparesia: perda PARCIAL em um HEMICORPO · Paraparesia: déficit PARCIAL em MEMBROS SIMÉTRICOS · Tetraplegia: déficit TOTAL nos 4 membros · Diplegia: dois HEMICORPOS comprometidos Vias Motoras: · Córtex motor (área motora primária no GIRO PRÉ-CENTRAL) → centro semioval → Cápsula Interna → pedúnculo cerebral (mesencéfalo) → Ponte → decussação das pirâmides (bulbo) → TRATOS: · CORTICONUCLEAR: termina nos núcleos motores dos pares cranianos. · CORTICOESPINHAL: desce pela medula → neurônio motor alfa (fibra muscular) e gama (fibra neuromuscular). · Neurônio motor superior/I neurônio motor: se origina no córtex motor e faz sinapse com o neurônio motor inferior/II neurônio motor no CORNO ANTERIOR da medula. · Lesão do trato corticoespinhal = plegia ou paresia e perda de reflexos cutâneos superficiais (cutâneo-plantar, cutâneo-abdominal e cremastérico) + aparecimento de reflexos patológicos (sinal de Babinski = extensão). · Mímica facial: o andar superior da face recebe inervação cortical homo e contralateral · Lesões da via motora central = paralisia facial central (compromete andar inferior contralateral) · Lesões do nervo facial = toda a mímica é comprometida. · ACHADOS DAS LESÕES DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR: **PROPORCIONADA: mesmo grau de déficit em MS e MI. TODAS ABAIXO SEM BEXIGA NEUROGÊNICA (BN)! · Córtex motor = hemiparesia contralateral que afeta face, não proporcionada. NC não afetados · Cápsula Interna = hemiparesia contralateral que afeta face, proporcionada. NC não afetados · Tronco = hemiparesia contralateral que afeta face, proporcionada. Afeta NC. TODAS ABAIXO NÃO AFETAM A FACE, POSSUEM BN E NÃO AFETAM NC! · Medula cervical unilateral = hemiparesia ipsilateral proporcionada · Medula cervical completa = tetraparesia bilateral proporcionada · Medula torácica unilateral = hemiparesia ipsilateral proporcionada · Medula torácica completa = paraparesia bilateral não proporcionada · As lesões desses tratos levam a hipertonia e hiperreflexia. · Lesões restritas ao motoneurônio medular geram fraqueza podendo haver fasciculações. · Nas lesões medulares ainda há comprometimento da via sensitiva. · DIAGNÓSTICO TOPOGRÁFICO DA SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR: · Corno anterior = monoparesia, com fasciculações sem dor e hipoestesia. · Raiz anterior (motora) = monoparesia, sem fasciculações, com dor, sem hipoestesia. · Nervo periférico = mono ou poliparesia, sem fasciculações com dor e hipoestesia. · Junção neuromuscular = tetraparesia, sem fasciculações, dor e hipoestesia. · Músculo = tetraparesia, sem fasciculações e hipoestesia. ##IMPORTANTE## SÍNDROME DE BROWN-SÉQUARD: lesão aguda de metade da medula = inicialmente há CHOQUE MEDULAR (tônus ausente e arreflexia ipsilateral + nível sensitivo, com perda da aferência sensorial contralateral abaixo do mesmo); após horas-dias = SINAIS DE LIBERAÇÃO PIRAMIDAL (lesão do trato corticoespinhal). Caracteriza-se por paresia espástica/perdade sensibilidade proprioceptiva e vibratória e tato discriminativo ipsilateral + perda da sensibilidade termoanalgésica contralateral. · Síndrome do II neurônio motor: lesão deste no corno anterior ou de seu axônio. Ocorre déficit motor, arreflexia profunda e superficial, hipotonia, atrofia muscular e fasciculações, ipsilateralmente à lesão. Tônus muscular flácido, com todos os tipos de motricidade comprometidos. **FASCICULAÇÕES: contrações espontâneas de fibras musculares vistas a olho nu, sem gerar movimento do membro. · Síndrome do I neurônio motor = síndrome de liberação piramidal: fraqueza ipsi ou contralateral (posição em relação à decussação). Ex.: AVEi = hemiparesia ou hemiplegia + sinal de Babinski + hipertonia elástica (sinal do canivete) + hiper-reflexia profunda +abolição dos reflexos superficiais + sincinesias. Avaliação da força muscular: · Manobra do braço estendido/Mingazzini para MMSS: paciente em decúbito dorsal e de olhos fechados. · Manobra de Raimiste: decúbito dorsal e antebraços fletidos a 90º · Manobra de Mingazzini para MMII: decúbito dorsal, coxas fletidas a 90º sobre a bacia, pernas fletidas sobre as coxas a 90º · Manobra de Barré: decúbito ventral e pernas fletidas sobre as coxas · Manobra de Wartenberg para MMII (prova da queda do joelho): decúbito dorsal e coxas discretamente fletidas sobre o quadril e pernas sobre as coxas, com os calcanhares sobre superfície lisa e dura. Tônus e trofismo: · Inspeção, palpação, movimentação ativa e passiva. · Tônus: estado de tensão permanente dos músculos. · HIPO: lesões do SNP ou cerebelares · HIPERTONIA ESPÁSTICA: sinal do canivete = aumento de resistência ao estiramento passivo é maior no inicio do movimento e diminui gradativamente – lesão do trato piramidal. · HIPERTONIA PLÁSTICA: “roda denteada” = síndromes extrapiramidais (Parkinson). · HIPERTONIAS ESPECIAIS: de decorticação, de descerabração, tétano (opistótono), câimbras e psicogênicas · Trofismo: massa muscular, variação do número de sarcômeros em paralelo ou em série. · NORMOTRÓFICO · HIPO: lesão do SNP ou desuso · HIPER: distrofias musculares (Duchenne = hipertrofia das panturrilhas). Reflexos: · PROFUNDOS: através da percussão osteotendínea ou da fáscia do músculo. · ESTILORRADIAL: N. Radial (C5C6) = músculo braquiorradial. · BICIPITAL: N. Musculocutâneo (C5C6) = músculo bíceps braquial. · TRICIPITAL: N. Radial (C7C8) = músculo tríceps braquial. · FLEXORES DOS DEDOS: Nn. Mediano e Ulnar (C8T1) = músculo flexor superficial dos dedos. · PATELAR: N. Femoral (L2-L4) = músculo quadríceps femoral. · ADUTORES DA COXA: N. obturador (L2-L4) = músculos adutores magno/longo/curto. · AQUILEU: N. Tibial (L5-S2) = músculo gastrocnêmio/sóleo. · Hiperreflexia = diminuição do tempo de latência, aumento da amplitude de movimento, obtenção de várias respostas a partir de único estímulo, aumento da área de obtenção do reflexo e impossibilidade de inibição voluntária. · Clono: sinal típico de hiperreflexia = repetidas contrações rítmicas involuntárias a partir de estiramento muscular (esgotáveis ou não). · Reflexos da face: mentoniano, orbicular dos olhos e orbicular dos lábios = NC V e VII (integração do reflexo na ponte). · Reflexos Superficiais: cutâneo-abdominal (estímulo da parede abdominal com espátula leva ao desvio do umbigo para o lado estimulado); cremastérico superficial (a pressão digital sobre a musculatura da coxa em sua face medial, de preferência ao nível da união do 1/3 superior com o 1/3 médio, leva à elevação do testículo ipsilateral); cutâneo-plantar (estimulação plantar leva à flexão do hálux e dos artelhos). ##IMPORTANTE## OUTROS REFLEXOS PATOLÓGICOS: reflexo de Hoffmann (estímulo ungueal na falange distal do dedo médio que causa flexão dos outros dedos da mão significa liberação piramidal nos MMSS); reflexo de Wartenberg da mão (flexão enérgica das falanges distais dos 4 últimos dedos acompanhada de flexão e adução voluntária do polegar e reflexo flexor dos dedos); reflexo de Tromner (percussão da superfície palmar da extremidade do dedo médio, acompanhada de flexão dos 4 últimos dedos e da falange distal do polegar). · Sinais de liberação frontal: · Reflexo palmomentoniano · Reflexo orbicular dos lábios · Reflexo de preensão · Reflexo de perseguição · Sinal de Myerson: oclusão da rima palpebral em que o paciente não consegue impedir de piscar inesgotável – Parkinson. Distúrbios de movimento: · Lesão dos núcleos da base = sistema extrapiramidal; também lesões de cerebelo, tálamo e de núcleos do tronco cerebral. **VIA EXTRAPIRAMIDAL: conjunto de estruturas envolvidas no controle motor, no que se refere ao planejamento e à coordenação de atividades motoras complexas. **GÂNGLIOS DA BASE: núcleo lentiforme, putâmen, globo pálido, núcleo caudado, subst. negra, núcleo subtalâmico. · Tremor · Coreia: movimentos involuntários bruscos, breves, migratórios, erráticos. · Atetose: movimentos sinuosos lentos em torno de um eixo longo do membro afetado. · Balismo: movimentos bruscos, breves, proximais, semelhantes a chutes e arremessos. · Mioclonia: contrações involuntárias súbitas, que lembram pequenos sustos, com cessação abrupta da contração muscular. · Tique: movimentos estereotipados, breves, repetitivos, suprimíveis, possivelmente motores e/ou vocais. · Distonia: contração sustentada concomitante de músculos agonista e antagonista, levando a abalos lentos, movimento articular mantido e torção ou postura anormal. · As síndromes que compõem os distúrbios do movimento podem ser divididas em: · Rígido-acinéticas (hipocinéticas): há dificuldade em realizar movimentos voluntários: acinesia, hipocinesia + hipomimia (redução da mímica facial – fácies “em máscara”) + festinação (vários passos no mesmo lugar) + bradicinesia (redução da amplitude de movimento) + hipertonia plástica (rigidez em toda movimentação passiva). · Hipercinéticas: basicamente movimentos anormais (síndromes coreicas, atetósicas, coreoatetósicas etc.) · SÍNDROMES PIRAMIDAL x PERIFÉRICA x EXTRAPIRAMIDAL: · Piramidal: força diminuída + hipertonia ESPÁSTICA + reflexos tendinosos exaltados + reflexo cutâneo-abdominal ABOLIDO + SINAL DE BABINSKI · Periférica: força diminuída + HIPOTONIA + HIPORREFLEXIA + reflexo cutâneo-abdominal PRESENTE + reflexo cutâneo-plantar em flexão ou sem resposta. · Extrapiramidal: força NORMAL + hipertonia PLÁSTICA + NORMORREFLEXIA + reflexo cutâneo-abdominal PRESENTE + reflexo cutâneo-plantar em flexão. Equilíbrio Estático e Dinâmico (marcha): Equilíbrio Estático: · Prova de Romberg: paciente de olhos fechados e pés aproximados. Possíveis desfechos: · Queda ao chão = SINAL DE ROMBERG: perda de propriocepção consciente – lesão do funículo posterior/cordonal posterior (deficiência de vit B12 ou neurossífilis). · Queda após latência para um lado preferencial: “Romberg vestibular” ou pseudo-Romberg – lesão ipsilateral de vias vestibulares (N. vestibulococlear). Equilíbrio dinâmico: · Avaliado pelo PADRÃO DA MARCHA. · Talonante (marcha atáxica espinhal, tabética): base alargada + pisada com energia + toque inicial do calcanhar + olhar em direção aos pés = Tabes dorsalis, deficiência de vit B12. · Hemiplégico-espástica (ceifante): MS fletido em 90º em relação ao cotovelo e em adução, com a mão fechada + MI ipsilateral é espástico e joelho não flexiona = AVC, tumores do SNC, neurotoxoplasmose. · Marcha em “tesoura” (espástica): MMII enrijecidos e espásticos + pés se arrastam + pernas se cruzam na frente durante a marcha (tesoura) = formas espásticas de paralisia cerebral. · Marcha cerebelar (marcha do ébrio, ataxia cerebelar): marcha instável + base alargada + mudança com o fechamento dos olhos (incoordenação) = lesões cerebelares, embiraguez. · Marcha vestibular: lateropulsão + em linha reta, é como se fosse empurrado para o lado = lesão vestibular. · Parkinsoniana (festinante): em bloco, enrijecido + passos pequenos e rápidos + cabeça inclinada para frente (impressão de desvio do eixo de gravidade) = Doença de Parkinson, parkinsonismos atípicos. · Marcha apráxica (em pequenos passos): pésjuntos ao chão (pés parecem “grudados” ao chão = hidrocefalia de pressão normal/lesões frontais. · Marcha parética com marcha escarvante (equina): excessivo levantamento do joelho + excessiva flexão da coxa + pés pendentes (semelhante à do cavalo) = lesão do nervo periférico. · Marcha anserina (de “pato”): oscilações da bacia + pernas afastadas + hiperlordose lombar + inclinação do tronco para um lado e para o outro = qualquer processo que cause fraqueza dos músculos pélvicos (polineuropatias, pseudomiopatias, polimiosites, gravidez). Coordenação e provas cerebelares: · Paciente em pé, de olhos abertos e depois de olhos fechados. · Síndrome cerebelar AXIAL: alterações do equilíbrio, da marcha, da sinergia tronco-membros, da fala, da motricidade ocular. Lesão vermiana ou paravermiana. · Paciente pode apresentar a “dança dos tendões”. Marcha ebriosa, com passos irregulares, de medidas e distâncias diferentes, com a base alargada. · Dificuldade para se levantar do leito sem o auxílio dos MMSS (dissinergia tronco-membros), além de fala escandida (lentificada), com variações no tom de voz quando diz “ah” por um tempo prolongado. Pode haver nistagmo. · Síndrome cerebelar APENDICULAR: dismetria, decomposição dos movimentos com tremor de ação, disdiadococinesia (erro nas alternâncias) e prova do rechaço de Stewart-Holmes (com o antebraço parcialmente fletido, forçando em direção ao tórax contra resistência interposta pelo examinador que lhe segura o punho, este é bruscamente liberado. Uma pessoa normal freia o movimento rapidamente, o que não acontece em portadores de lesão cerebelar ipsilateral). Lesão dos hemisférios cerebelares. · Ipsilateralmente à lesão, erro de pontaria e/ou decomposição de movimentos e/ou tremor de ação durante a manobra índex-nariz, calcanhar-joelhos e prova de Barany (paciente com MMSS estendidos paralelos deve levantar e abaixa-los, mantendo-os paralelos; desvio unilateral sugere alteração cerebelar). Pesquisa-se também diadocinesia: movimentos alternados rápidos com as mãos. · Síndrome cerebelar GLOBAL: axial + apendicular. Sensibilidade: · Tato, dor, temperatura, propriocepção – sensibilidade cinético-postural, sensibilidade visceral e sensibilidade especial: visão, oflato, audição e paladar. · Hipo ou hiperestesia · Anestesia: perda total · Disestesia: sensação distorcida, desagradável · Alodinia: percepção de um estímulo não doloroso como doloroso · Hiperpatia: estímulos de baixa intensidade e sucessivos com dor violenta · Grafestesia: capacidade de reconhecer símbolos e letras pelo tato · Estereognosia: reconhecimento de objetos pela sua forma, tamanho e textura · Artrestesia: referente a propriocepção ##IMPORTANTE## No nervo periférico, as fibras que conduzem a dor caminham juntas com as fibras motoras, o tato e as sensibilidades superficial e profunda. · FASCÍCULOS GRÁCIL E CUNEIFORME (cordão posterior da coluna): conduzem a sensibilidade profunda (vibratória/astrestesia/tato) e seguem ipsilateralmente até os núcleos grácil e cuneiforme no bulbo, Que emitem prolongamentos que decussam no fascículo arqueado e ascendem até o tálamo e, deste para o córtex sensitivo (GIRO PÓS-CENTRAL). RAIZ DORSAL: sensitiva RAIZ ANTERIOR: motora · As vias que conduzem a dor e a temperatura até o CORNO POSTERIOR DA MEDULA, fazem sinapse e emitem prolongamentos que cruzam a linha média na COMISSURA ANTERIOR DA MEDULA, encontrando o trato espinotalâmico lateral, que ascende até o tálamo, e depois segue para o giro-pós central. · Via de tato e pressão: após sinapse no gânglio da raiz dorsal, segue ao corno posterior, onde faz sinapse, e atravessa a comissura anterior terminando no trato espinotalâmico anterior. Lesões periféricas: · Mononeuropatia: apenas um nervo está lesado · Mononeuropatia múltipla: vários nervos são comprometidos em tempos diferentes (diabetes, arterites) · Polineuropatia: distribuição distal e simétrica, com vários nervos comprometidos na mesma relação temporal · Lesões radiculares: perda de sensibilidade em faixa no dermátomo correspondente. Radiculopatias: · Causas compressivas mais comuns acometem mais as raízes lombossacrais e cervicais. Radiculopatias cervicais são mais associadas a diabetes e herpes-zóster. · No plexo lombossacro, a raiz L5 é a mais lesada, seguida por S1 e L4. · L5: dor na região lombar que irradia para as porções lateral da perna e medial do pé, com fraqueza para dorsiflexão e eversão do pé. Também pode ocorrer hipoestesia na região anteromedial do pé. · Na região cervical, a raiz C7 é a mais acometida, seguida de C8 e C6 e, raramente, C5. · C7: dor no pescoço que irradia para a região posterior do antebraço e alteração de sensibilidade no dedo médio, podem ocorrer, além de redução do reflexo tricipital e fraqueza para estender o braço. Lesões centrais: · Síndromes sensitivas: pág. 54. · Lesões no tronco cerebral: alterações contralaterais. Dependendo do local, acomete NC, vias cerebelares e piramidais. · Lesões no tálamo: hipoestesia contralateral (4-6 sem após, podem surgir crises espontâneas de dor, disestesia ou alodinia). · Lesões corticais somatossensoriais: perda de sensibilidade na área de representação do segmento do corpo. Sinais Meníngeos: · Presentes nos quadros inflamatórios das meninges. · MENINGISMO: síndrome com rigidez de nuca sem inflamação meníngea, em infecções sistêmicas. · Inflamações das meninges: dor, rigidez de nuca, cefaleia, fotofobia, náusea, febre e calafrios. ##IMPORTANTE## Sinal de desconforto lombar: decúbito dorsal e coxa a 90º em relação à maca e pernas paralelas a ela = força com cada um dos pés em sentido horizontal contra resistência do examinador. Sinal mais precoce de irritação meningorradicular. · Rigidez de nuca: espasmo da musculatura do pescoço com dor à flexão e resistência ao movimento passivo, impossibilitando ao médico colocar o queixo do paciente no próprio peito. · Sinal de Kernig: com o quadril e os joelhos flexionados, há incapacidade de estender os joelhos bilateralmente. · Sinal de Brudzinski: na tentativa de flexionar o pescoço com uma das mãos do examinador segurando o tórax, provoca-se a flexão dos quadris e dos joelhos bilateralmente. · Sinal de Lasègue: paciente em decúbito dorsal e perna em completa extensão, observe o movimento passivo de flexão da coxa sobre a bacia, que desperta no lado afetado; a partir de certo grau de elevação do MI, há dor no trajeto do N. ciático (entre 10 e 60º), resultante de estiramento do nervo. (Lasègue cruzado: dor na perna afetada a partir da elevação da perna não afetada = altamente sensível para compressão medular por hérnia de disco). · Sinal de Lhermitte: parestesia irradiada para os 4 membros ou dor em “choque” ao longo da coluna e dos MMII por ocasião de flexão do pescoço (lesões da coluna cervical alta e esclerose múltipla). Nervos Cranianos: · Nervo Olfatório (NCI): hiposmia ou anosmia. Possui origem APARENTE no bulbo olfatório. · Nervo Óptico (NCII): um raio de luz que incide obliquamente sobre o olho se projeta oposto ao lado que partiu = uma imagem situada à D cairá sobre a retina do lado E em ambos os olhos. Possui origem aparente no quiasma óptico. · A imagem do campo visual temporal incidirá sobre a retina nasal, e a imagem do campo visual nasal incidirá sobre a temporal. · As imagens da retina nasal decussam no quiasma óptico para o lado contralateral e seguem no trato óptico pela radiação até o córtex visual primário (lobo occipital). As informações captadas pelas fibras da retina temporal seguem direto, sem cruzar, até o lobo occipital ipsilateral. · Lesões na retina causam ESCOTOMAS. · Lesões no nervo óptico causam AMAUROSE (quando totais) ou ESCOTOMAS (quando parciais). · Lesão no quiasma óptico resulta em HEMIANOPSIA BITEMPORAL (tumores de hipófise são a principal causa). · Lesão do trato óptico leva a HEMIANOPSIA HOMÔNIMA DIREITA ou ESQUERDA contralateral ao lado lesado. · Pesquisa visual: avaliação da acuidade visual (tabela de Snellen) e campimetria de confrontação. · III, IV e VI são testados juntos. · Controle das pupilas: apenasIII nervo (porção parassimpática) = via eferente do reflexo fotomotor. ##IMPORTANTE## Nervo Oculomotor (NCIII): músculos reto superior, reto inferior, reto medial e oblíquo inferior. Sua lesão leva a estrabismo divergente e a prejuízo da elevação e depressão do olho, além de midríase por perda de inervação parassimpática e ptose palpebral. Nervo Troclear (NCIV): músculo oblíquo superior (abaixamento do olho e sua inciclodução – aproxima o polo superior do globo ocular no nariz). Lesão = diplopia ao olhar para baixo (descer escadas) e melhora quando inclina lateralmente a cabeça contralateralmente à lesão (tilt head contralateral). Nervo Abducente (NCVI): músculo reto lateral. Lesão causa estrabismo convergente. · Lesão do nervo ótico leva à perda do reflexo fotomotor direto e preserva o consensual, e lesão do III nervo, à midríase paralítica do lado lesado e perda do reflexo pupilar consensual e direto = sinal precoce de herniação do uncus do temporal e do giro hipocampal sobre esse nervo. · O nervo oculomotor possui origem aparente no sulco medial do pedúnculo cerebral, enquanto o troclear surge no véu medular superior e o abducente, no sulco bulbopontino. · Nervo Trigêmeo (NCV): inervação sensitiva superficial e profunda da face e motricidade mastigatória do músculo tensor da corda do tímpano. Pesquisa-se o funcionamento pedindo ao paciente que abra e feche a boca e morda uma espátula. Quando há lesão, é mais fácil tirá-la do lado lesado. · Lesões bilaterais: queda da mandíbula pela gravidade; lesão unilateral: a boca aberta desvia para o lado lesado (músculo pterigóideo normal). · Lesões causam disartria leve, fala lenta e sons anasalados. · REFLEXO CORNEOPALPEBRAL: estimulação córnea leva ao fechamento da pálpebra pelo músculo orbicular do olho (integração do reflexo no tronco cerebral, aferência sensitiva do V nervo, eferência motora do VII nervo). · Nervo Facial (NCVII): musculatura da mímica facial e parte sensitiva dos 2/3 anteriores da língua e é responsável por ocluir a boca para a contenção dos alimentos durante a mastigação. · PARALISIA PERIFÉRICA: compromete toda a hemiface quanto à motricidade. · PARALISIA CENTRAL: paralisia do 1/3 inferior da face. · Lesões causam também distúrbio de fonação, com dificuldades com fonemas labiais. · Nervo Vestibulococlear (NCVIII): é um nervo sensitivo. Lesão causa HIPOACUSIA NEUROSSENSORIAL. Teste através de um diapasão com 1024 ou 512 Hz. Surge no sulco bulbopontino, lateralmente ao nervo facial. · Prova de Rinne: diapasão é colocado na mastoide não melhora a percepção do som, o que acontece na hipoacusia de condução. · Prova de Weber: diapasão é colocado na linha média. Na hipoacusia de condução, a escuta é melhor no lado lesado; na neurossensorial, a escuta é melhor no lado normal. · Nervos Glossofaríngeo e Vago (NCIX e NCX): · IX: palato e língua · X: cordas vocais e palato. Surge no sulco lateral posterior, caudalmente ao nervo glossofaríngeo. · Pesquisa pelo reflexo do vômito (espátula na parede posterior da orofaringe): sem sensação de vômito na lesão de ambos. · O IX nervo também é responsável pela gustação do 1/3 posterior da língua. · REFLEXO PALATINO: elevação do palato com a estimulação da úvula e do palato mole. Nas lesões unilaterais, ambos estão desviados para o lado normal (sinal “da cortina”). · Nervo Acessório (NCXI): a porção craniana se junta ao vago e inerva os músculos da laringe e da faringe. A porção espinal inerva os músculos ECM e trapézio. Surge no sulco lateral posterior do bulbo (raiz craniana) e na medula (raiz espinal). · Lesão: atrofia do ECM e da porção superior do trapézio = déficit de elevação do ombro (trapézio) e na rotação da cabeça para o lado contralateral (ECM). · Lesão do ramo interno: alteração da fonação (voz rouca, bitonal, sussurrada) e da respiração (dispneia, respiração ruidosa) = confunde-se com o comprometimento do vago. · Nervo Hipoglosso (NCXII): inerva a musculatura da língua. Surge no sulco lateral anterior do bulbo, em frente às olivas. Exame inicialmente com a língua em repouso dentro da cavidade oral. In situ, é repuxada para o lado são. Inspeção dinâmica mediante exteriorização da língua, e execução de diversos movimentos: exteriorizada a língua sofre desvio para o lado da lesão. O paciente não consegue fazer saliência com a língua na bochecha e há dificuldade para articular consoantes linguais, como “t” e “I”.
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